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A REVOLUO PERNAMBUCANA DE 1817

Cludio Roberto de Souza//professor e historiador //claudiosouza2006@hotmail.com


Na dcada de 1810, a economia de Pernambuco comeava a superar uma longa crise graas ao
cultivo do algodo, cuja demanda crescia por conta da revoluo industrial, e ao acar, que
recuperava mercado devido reduo da produo das Antilhas, abalada por vrias rebelies de
escravos. A minerao apresentava sinais de esgotamento, e parecia que Pernambuco poderia
recuperar a glria dos dois primeiros sculos da colonizao. Em 1815, entretanto, uma seca
retraiu novamente a economia da provncia.
No campo do pensamento, as ideias liberais da Revoluo Americana, 1776, e da Revoluo
Francesa, 1789, j haviam inspirado a Inconfidncia Mineira em 1789 e a Inconfidncia Baiana
em 1798, alm de vrios pequenos levantes contra Portugal. Em Olinda e Recife, as propostas
de liberdade e de repblica foram difundidas pelo Seminrio de Olinda, criado em 1801 pelo
bispo Azeredo Coutinho, ele prprio simpatizante do iluminismo. Sociedades secretas, como a
maonaria, tambm ocuparam um papel central para a difuso do liberalismo poltico.
O estopim para a Revoluo de 1817, entretanto, foram os impostos. Sustentar o luxo da corte
no Rio de Janeiro custava caro. Alm disto, havia a questo do monoplio portugus sobre o
comrcio, que foi motivo constante de insatisfao entre as elites pernambucanas at, pelo
menos, 1850. O monoplio do externo exercido por Portugal j havia sido extinto com a
abertura dos portos em 1808, mas, internamente, o comrcio de atacado ainda era controlado
pelos portugueses. Em Recife, por exemplo, as grandes casas comerciais eram lusitanas. Desta
forma, as insatisfaes com os impostos e o sustento da Corte, o monoplio comercial, a
influncia das ideias liberais difundidas pelo Seminrio de Olinda e pela maonaria, e a grande
seca em 1816, esto entre as circunstncias que desaguaram na Revoluo Pernambucana de
1817.

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