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O Sentimento Dum Ocidental
O Sentimento Dum Ocidental
1
MACEDO, Helder. Cesrio Verde: o erotismo da humilhao. In:_________ Trinta Leituras. Lisboa:
Presena, 2007. p. 81.
2
LOURENO, Eduardo. Os dois Cesrios. In:__________ Estudos Portugueses. Homenagem a Luciana
Stegagno Picchio. Lisboa: Difel, 1991.
significao de cada um deles. Assim entendidos, cidade e campo passariam a
apresentar duas sries de associaes semanticamente opostas: [as negativas
correspondendo cidade e as positivas ao campo].3 (grifo meu). na cidade que est o
peixe podre que gera os focos de infeco. (vv. 4, ltima estrofe da parte I)
Essa deambulao cesariana campo x cidade bem marcada no poema de
Cesrio intitulado Num Bairro Moderno. Os momentos em que h maior
contentamento do eu-lrico so nas passagens em que h alguma invaso do campo no
meio urbano. A doena presente na cidade vai sumindo a partir da imagem de uma
moa vendendo frutas que torna, aos olhos do flneur, a cidade mais interessante.
evidente a viso positiva de Cesrio quanto ao campo em oposio a viso negativa
quanto cidade. Vale citar o que escreveu Macedo em Trinta Leituras:
[...] Num Bairro Moderno, a rstica vendedeira de fruta e hortalia uma equivalente personificao
metafrica do campo a invadir a cidade com as foras, a alegria, a plenitude que curam o citadino
narrador do poema de suas habituais torturas de uma apoplexia e, por extenso, trazem sade
prpria cidade metamorfoseada
3
MACEDO, Helder. O Bucolismo do Realismo. In:_________ Trinta Leituras. Lisboa: Presena, 2007.
p. 88.
Muram-me as construes retas, iguais, crescidas; (Parte II, quinta parte, segundo
verso). Poder-se-ia traar um paralelo (at um intertextualidade) com o poema Crcere
das Almas de Cruz e Sousa onde a alma est aprisionada pelo corpo e almeja
fortemente a liberdade a ponto de desejar at a liberdade transcendental.
Cruz e Sousa4
4
Disponvel em: <http://www.lovers-poems.com/messages/messages-portugues-poemas-de-cruz-e-
sousa.html> Acesso em: 10 de dezembro de 2011
A glria dos portugueses uma lembrana ou uma iluso. Ela aparece no
passado, como visto nos versos expostos acima, ou em projees para o futuro como
em: