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2016
Fernanda Nogueira2
O caminho percorrido aqui será o de uma cartogra7ia afetiva e crítica sobre alguns
trabalhos do artista Hudinilson Júnior vinculados ao Movimento de Arte Pornô. Vamos
usar uma metodologia que se baseia num trabalho seu: posicionar-se, inverter e
penetrar (7ig. 1). Esses são os títulos das matrizes que compõem a instalação Posição
Amorosa, respondida coletivamente por seus contatos da rede de arte postal durante o
ano de 1981, e exposta como parte do Projeto Releitura na 18ª Bienal de São Paulo, em
1985. Outro elemento dessa metodologia será a sua “ética não conciliadora” do artista,
que bem retoma o curador e amigo Márcio Harum no texto de apresentação da mostra
Hudinilson Jr. Posição Amorosa, na Galeria Jaqueline Martins, em 2014. 3
Estamos diante de um trabalho artístico super potente. Potente não pela virilidade, ou
por aquela força masculina opressora e reprodutora, mas pela suavidade com que esta
mesma virilidade chega a ser desconstruída a partir de uma metodologia imagética e
estética ímpar. Esta desconstrução passa, fundamentalmente, pela elaboração
performática (e performativa) do desejo homoerótico singular.
Há alguns anos comecei a pesquisar as produções artísticas e culturais que lidam com os
gêneros e as sexualidades dissidentes. Aquelas práticas estéticas e políticas que desviam
da heteronorma, da hegemonia corporal e sexual à qual estamos submetidas
quotidianamente num regime de subjetivação que nos ensina quem podemos ser e
como devemos atuar nesta sociedade para se integrar e continuar alimentando um
regime econômico que suplanta a vida (a singularidade, diversidade e em si). Nesse
sentido, interessa nomear este regime não de capitalista, mas heterocapitalista.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
Tal regime vem, desde a Colonização, atuando sub-repticiamente para fazer crer que
certas formas de vida são “normais”, enquanto que outras, “aberrantes”. Pois bem, é
precisamente neste mapa binário de valores que toda a produção discursiva e social
vem sendo pautada, e que muitas manifestações da diferença vêm sendo invisibilidadas,
por assim dizer, “naturalmente”! O semiólogo argentino Walter Mignolo, teórico
contemporâneo da descolonialidade, foi preciso quando apontou a ligação da Estética
como disciplina, com a colonialidade. Diz ele: “A estética surgiu como disciplina (isto é,
como forma de controle e formação das subjetividades) com a burguesia européia
incidindo, na ideologia dos desenhos imperiais/globais e nos projetos de regulação das
subjetividades no planeta.”4 Esses desígnios consequentemente afetaram, e continuam
afetando, o modo como as sexualidades desobedientes são consideradas no campo
estético.
Aqui no Brasil ainda nos falta bastante para popularizar o impulso descolonial, para ser
conscientes de como a colonialidade se reproduz a si mesma, respondendo a uma
regime discursivo sempre cômodo, baseado no senso-comum naturalizador que faz
repetir frases como “isto sempre foi assim, e vai continuar sendo”, ou que naturaliza um
cânon artístico formalista e conservador. O que esta expressão tão corriqueira tem a ver
com o regime estético e político de visibilidade que o grande trabalho do Hudinilson Jr.
nos traz? A resposta está na sua própria carreira artística. O sistema “urubu” das artes
relegou seu trabalho, e ainda hoje quando o mostra, o relega, ou renega. Como é possível
que temas tão incendiários dessa obra, como a sexualidade e o gênero, sejam
completamente obliterados, obnubilados, tachados, não mencionados, desviados,
considerados menores e subalternizados frente às mídias empregadas? Se há alguma
patologia em cena, é a de determinado campo estético neste país quando se trata de
enfrentar temas candentes. Esta patologia consiste em considerar su7iciente se falar
apenas sobre as formas de experimentação, não entrar nas temáticas abordadas pelas e
pelos artistas, como se a resolução formal bastasse. A pergunta que não quer calar é:
resolução formal do quê?
A experimentação estética têm uma tacada crítica que vai muito além da simples
subversão da funcionalidade cotidiana das tecnologias. A prática estética é um signo de
algo, e como tal, tem signi7icante e signi7icado: têm uma aparência formal e têm um
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
conteúdo histórico, social, acomodado ou crítico. Pois bem! De alguma forma, acionamos
aqui o primeiro elemento metodológico inspirado no trabalho do artista: posicionar-se.
INVERTER
O que o trabalho de Hudinilson tem de singular salta aos olhos dentro do campo
homoerótico e da arte pornô. É a partir destas duas poéticas criativas que podemos
entender como esse trabalho opera criticamente. Vale ressaltar aqui que nenhum signo
é uma essência em si, mas os seus usos, em determinados contextos, são os que vão
de7inir a sua identidade e operação.
Por extensão, dentro do seu universo de criação, as xerogra7ias têm um sentido super
radical! Descentralizam a genitalidade para pulverizar zonas erógenas por todo o corpo.
Diz o crítico cinematográ7ico Jean-Claude Bernardet, no texto “Palavras para um Corpo
Xerocado”, que abre o catálogo da exposição HUDINILSON JR. “Xerox Action” (1983): “O
detalhe nos atrai, nos imanta, nos seduz. Um processo de fascinação que nos dá a ilusão
de estarmos à beira do contato desejado com o corpo original, nu, uno, inde7inidamente
adiado”.6
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
Hudinilson consegue produzir aqui a mais vital arte pornô, que se difere da pura e
simples pornogra7ia comercial mainstream, com os seus corpos em posições, gestos,
caras e bocas previsíveis, na qual só o corpo feminino pode ser penetrado. Uma
indústria que não problematiza o desejo e a sexualidade, mas inviabiliza o próprio
aparato de produção que opera ao formar, juntamente com outras produtoras
industriais e comerciais, uma norma estética, de corpos respeitáveis, majoritariamente
brancos, feitos para excitar dentro dos padrões controlados pela indústria cosmética e
farmacêutica.
O trabalho de Hudinilson está longe desse ideal deprê-visível. O que ele nos mostra em
seu trabalho estético estaria mais associado ao que se chama hoje de pós-pornogra7ia:
uma feitura artesanal, do it yourself [faça-você-mesma], que desestabiliza o desejo
hétero, com desejos e corpos sub-comuns, marginalizados (e condenados) por esta
mesma indústria de excitação. Ainda que os processos de subjetivação façam crer
falsamente que temos acesso à totalidade do conhecimento sobre o próprio corpo e
poder sobre ele, a sensualidade e os prazeres, na pornogra7ia tradicional, de circulação
comercial, o conhecimento de si e do corpo através das imagens, não é permitido, e a
autonomia sobre a visualidade está restringida.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
A contribuição do Hudinilson Júnior foi bem pontual, mas 7ica clara a sua a7inidade
estética com as práticas estimuladas pelo Movimento. Em 1981, Eduardo Kac publica o
livro Nabunada Não Vaidinha? 9 (7ig. 4, 5 e 6), o segundo volume da Coleção Bandalha,
organizada pela Gang. O volume reúne os poemas do poeta –hoje artista– entre março
de 1980 e fevereiro de 1981. E tem na sua capa uma xerogra7ia de Hudinilson da série
“Exercício de me ver” (1980). O contato entre eles foi constante, fosse pessoal, via
correio –com troca de materiais pela rede de arte postal–, ou com participação em ações
artísticas coletivas. Este foi o caso da Semana de Arte Moderna de 1982 (7ig. 7),
comemorando os sessenta anos do famigerado evento, em dezembro do ano anterior no
Rio de Janeiro.
O paralelismo entre a prática dos dois está em foder com a tecnologia: Eduardo Kac
operando no campo da linguagem poética, provocando 7issuras na cumplicidade desta
com a moral e os bons costumes. E Hudinilson Júnior, subvertendo uma máquina tão
funcional quanto pode ser uma copiadora. Mas a ousadia artística de ambos foi além! No
7inal das contas, acabaram subvertendo o próprio corpo como tecnologia de simples
reprodução, e, consequentemente, abalando os fundamentos da normalidade (7ig. 8).
Eduardo Kac trabalhava sobre a constatação de que “somos falados pela linguagem”, tal
como explicita no seu texto “Rebelde sem calça”. E conclui dizendo: “muito além da
pornogra7ia e do erotismo, surge triunfante o corpo. Não o corpo massacrado da
população terráquea. Não o corpo esculpido dos Mitos. Não apenas o corpo 7ísico do
poeta. Um outro corpo. Na estirpe de Sade e Duchamp: uma Body Poetry, uma Energy
Writing, ou qualquer outro nome que se queira dar.”10 E diz mais: “Nós, os poetas do
Movimento Pornô, valorizamos a política do corpo no que esta pode ser útil na
elaboração de uma nova atitude 7ilosó7ica e estética.”11 Por coincidência, Jean-Claude
Bernardet se refere da seguinte forma ao trabalho de Hudinilson: “Surge a imagem de
um novo corpo, a unidade original não será alcançada. Fica o corpo instrumentalizado
para a produção de obras de arte (…) corpos fantasmáticos, novas geogra7ias
corpóreas”.12
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
Chego, então, ao trabalho Detalhe do detalhe II (1983) (7ig. 10) pelas mãos de um poeta e
escritor, cujo trabalho sobre sexualidade e desejo desviado encontra representação
visual na xerogra7ia de Hudinilson. Glauco Mattoso, também membro do Movimento de
Arte Pornô, tem uma obra literária excepcional que, desde o 7inal dos anos 1970, vem
re7letindo sobre (e recriando) o universo homoerótico e queer / kuir. Ele publica em
1986 a obra-prima Manual do pedólatra amador. Aventuras e leituras de um tarado por
pés (7ig. 11), com um posfácio de Néstor Perlongher intitulado “O desejo de pé”.
Manifesto aqui a minha grande admiração pelo trabalho radical destes parceiros no
campo da cultura. A xerogra7ia presenteada por Hudinilson a Glauco é formada por um
conjunto de quadros de imagens dos pés, ampliados e reduzidos, em posições incomuns,
juntos ou por separado, tocando-se, com detalhes reforçados. Aqui o corpo aparece, em
fragmentos, como potência de desejo, de sedução, de atração que, na operação imagética
de Hudinilson, desvia o imaginário sensual para os pés.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
E é precisamente da série “Zona de Tensão” a imagem recorrente Pinto não pode (1981)
(7ig. 13). Por meio de uma identidade visual própria do pênis, re7letido através do
espelho da máquina, ele faz sua crítica ao comércio pornográ7ico que sacralizava o corpo
masculino para restringir as suas possibilidades de desejo, ou seja, que não atendia às
demandas gays. A con7iguração política do seu trabalho consiste em forçar o limite do
imaginário erótico-pornográ7ico, que, como enfatiza Glauco Mattoso, é alvo de censura
constante.14 A resposta para este tipo de repressão, talvez fosse fazer ver, como diz
poeta pornô Cairo Assis Trindade, que, na verdade, a “obscenidade é tudo aquilo que
reduz o homem à condição sub-humana de doença, miséria e exploração”.15
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
É BEM SIMPLES
Ahhh! 👄 BEIJE-ME
Aproveito para ir concluindo com uma poema de Nik incluido na Antolorgia. Arte Pornô
(1984) – onde também foi impresso um fragmento de fotonovela da obra Posição
Amorosa (ca. 1980), de Hudinilson –, e que também ressoa como manifesto pós-
identitário e a7irmativo para os corpos e sexualidades dissidentes.
PALAVRA FINAL
Nicolas Behr
PENETRAR
PENETRAR, que seria a última parte da metodologia hudinilsiana assumida aqui, vai
7icar por conta de todas nós. Sem dúvida, falar da obra de Hudinilson Jr. hoje signi7ica
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
penetrar no que o universo homoerótico masculino que tem de mais radical! Seu corpo
continua vivo, porque, como disse Marcel Duchamp, “Eros, c'est la vie” [Eros, é a vida!],
ou Rrose Sélavy, personagem que Hudinilson incorporava (7ig. 16).
Deixo a palavra com os meus colegas e amigos de mesa, Mario Ramiro, Ricardo Resende,
Vitor Butkus e Marcio Harum que, com certeza, terão muito mais a acrescentar por
terem convivido por mais tempo com esse legado tão fértil que o artista Hudinilson
Júnior nos deixou.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
1 Agradeço imensamente a generosidade da equipe do Centro Cultural São Paulo durante a pesquisa sobre o
Movimento de Arte Pornô, e o convite dos curadores da exposição Hudinilson Jr: Zona de Tensão, Márcio
Harum, Maria Adelaide Pontes e Maria Olímpia Vassão, para contribuir com a leitura do trabalho do arNsta
parNcipando da mesa de debate “Arte e eroNsmo” no CCSP dia 9 de agosto de 2016.
2 Fer Nogueira é pesquisadora, tradutora e críNca literária, integrante da Red Conceptualismos del Sul desde
2008. É mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP, e em Estudos MuseísNcos e Teoria CríNca
pelo Programa de Estudos Independentes (2008-2009) do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona.
Atualmente é doutoranda nos departamentos de Teoria da Arte, Estudos Culturais e PráNca ArbsNca na
Academia de Belas Artes de Viena, com o apoio da CAPES.
3 HARUM, Márcio. “Hudinilson Jr. Posição Amorosa”. São Paulo: Galeria Jaqueline MarNns, 2014. Disponível
4 MIGNOLO, Walter. “Prefacio”. In: PALERMO, Zulma (org.). Arte y esté6ca en la encrucijada descolonial. Buenos
5 SCHÉRER, René. “Prólogo. Un desaqo al siglo”. In: HOCQUENGHEM, Guy. El deseo homosexual. Barcelona:
Melusina, 2009, p. 14. Versão original: 2000. Epílogo: “Terror anal”, de Paul B. Preciado.
6 BERNARDET, Jean-Claude, “Palavras para um Corpo Xerocado”. In: HUDINILSON JR. “Xerox Ac6on” (catálogo
de exposição). São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, ago. 1983.
7 TRINDADE, Denise H. A. “Cu Rico”. In: KAC, Eduardo; TRINDADE, Cairo A. (org.). Antolorgia. Arte Pornô. Rio de
8 Cf. NOGUEIRA, Fernanda. “O Movimento de Arte Pornô no Brasil. Genealogias ficcionais das pornografias do
Sul”. In: LÓPEZ, Miguel A. (org.). Alianças de corpos vulneráveis. Feminismos, a6vismo bicha e cultura visual.
São Paulo: SESC; Videobrasil, 2016, p. 18-37.
9 O btulo do livro joga com o trocadilho ao esNlo de Bocage: “Não confunda capitão de fragata com Cafetão de
Gravata!”; Não confunda um porrão de macaquinhos com um pouquinho de macarrão. “Na bunada não vai
dinha?” (“Na bundinha não vai nada?”, ou ainda “Na bunda e na vagina”) hoje se transformou até em música
sertaneja, lamentavelmente de tom ameaçador e machista.
10 KAC, Eduardo. “Rebelde sem calça”. In: ______; TRINDADE, Cairo A. (org.). Antolorgia. Arte Pornô. Rio de
11 Relato pornô de Eduardo Kac no texto “Levantamento rápido”. Arsenal de Cultura. Órgão oficioso da OH!?!
Posição, Fortaleza, 1981, s/p.. Arquivo pessoal de Hudinilson Jr., São Paulo - SP.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
13 O conceito de máquina ou de maquínico ganha uma conotação mais ampla se baseada nas reflexões de Félix
Guahari. Nas “Anotações sobre os conceitos”, Suely Rolnik traz o seguinte: “Máquina (maquínico): disNnguimos
aqui a máquina da mecânica. A mecânica é relaNvamente fechada sobre si mesma: ela só mantém com o
exterior relações perfeitamente codificadas. As máquinas, consideradas em suas evoluções históricas,
consNtuem, ao contrário, um phylum comparável ao das espécies vivas. Elas engendram-se umas nas outras,
selecionam-se, eliminam-se, fazendo aparecer novas linhas de potencialidades. As máquinas, no senNdo lato
(isto é, não só as máquinas técnicas, mas também as máquinas teóricas, sociais, estéNcas, etc.), nunca
funcionam isoladamente, mas por agregação ou por agenciamento. Uma máquina técnica, por exemplo, numa
fábrica, está em interação com uma máquina social, uma máquina de formação, uma máquina de pesquisa,
uma máquina comercial.” In: GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolí6ca: cartografias do desejo. Petrópolis:
Vozes, 2005, p. 385.
14 MATTOSO, Glauco. Manual do pedólatra amador. Aventuras e leituras de um tarado por pés. São Paulo:
Expressão, 1986.
15 MÍCCOLIS, Leila. “Movimento de Arte Pornô”. Revista Arsenal de Cultura. Órgão oficioso da OH!?! Posição,
Fortaleza, 1981, s/p. Arquivo pessoal de Hudinilson Jr., São Paulo - SP.
16 CRIMP, Douglas. “Ge‚ng the Warhol We Deserve. Cultural Studies and Queer Culture”. Social Text. Durham,
17 Idem.
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
do que foi meu corpo num primeiro momento, existem agora somente pontos,
linhas, sombras e derivações
num papel oficio
imagem impressa que deve ser traduzida/tratada ao nível do sensual
a grafia sensual
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Hudinilson Jr: Zona de Tensão. Mesa de debate: Arte e erotismo | CCSP | São Paulo, 09.08.2016
é minha mão, mas também é a cópia do detalhe que é detalhe de meu corpo
narcisse
Hudinilson Jr.
São Paulo, agosto de 1983.
18 Em: HUDINILSON JR. “Xerox Ac6on” (catálogo de exposição). São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da
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GRAFIAS DE UM CORPO
DISSIDENTE
Fernanda Nogueira
Arte e Erotismo | CCSP | Agosto 2016
MANIFESTO PORNÔ
–Nicolas Behr
Rrose Sélavy /Eros, c'est la vie/ Eros, é a vida! 3Nós3, CASOS, vol. 1, 1979 / 2014
(Hudinilson Júnior)
(Marcel Duchamp)