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O homem chegou ao Novo Mundo vindo da Sibéria pouco antes de 20.000 a. C.,
quando o nível do mar baixou e o Estreito de Bering era terra firme. Após milhares de
anos caçando e colhendo plantas silvestres como seminômades, os índios das terras
andinas na América Central experimentaram a agricultura (7000 a. C.).
Quanto as tribos que se encontravam em áreas desérticas, frias e regiões que não
estimulavam o extrativismo e, posteriormente, a agricultura, praticavam a caça e tímida
coleta dos escassos recursos naturais como maneira de sobrevivência.
As tribos brasileiras
Existem estimativas de que a população indígena no Brasil até a chegada dos
portugueses era de mais de um milhão de nativos, distribuídos em diversos grupos, como
veremos a seguir.
Outro importante grupo era o dos tupiniquins, também pertencente ao ramo dos
indígenas de fala tupi. Também habitavam o litoral da Bahia e parte do Espírito Santo. Os
tamoios, também do grupo tupi, eram inimigos dos tupiniquins.
Existiam vários outros pequenos grupos, como carajás, caetés etc. Atualmente
calcula-se que todas essas tribos estão reduzidas a cerca de 100 ou 200 mil nativos no
máximo.
Os índios no Brasil
Como já foi dito acima, as tribos que tinham como base de sua sobrevivência a
agricultura, se concentravam em sua maior parte em território brasileiro, já que com clima
tropical e auxílio da floresta tropical, eram abundantes os recursos naturais encontrados.
A coletividade era uma característica marcante entre os índios. Suas cabanas eram
divididas entre vários casais e seus filhos, não havia classes sociais, mesmo o chefe da
tribo dividiria sua cabana.
Quase todas as atividades eram feitas próximo as aldeias, pois era necessário que
tudo que precisassem não estivesse longe. A caça ou a pesca eram feitas nas matas e
nos rios próximos, já que as aldeias se localizavam em regiões ribeirinhas. As roças,
também próximas as aldeias, eram cultivadas na maioria das vezes pelas mulheres. Os
homens quase sempre cuidavam da caça e das guerras.
Gostam muito de colocar suas cabanas onde a água e a lenha não fiquem longe. O
mesmo quanto à caça e ao peixe, e quando tem devastado um lugar mudam as moradas
para outra parte. Para construir as suas habitações, um dos chefes entre eles reúne para
isso uns 40 homens e mulheres, quantos podem encontrar, geralmente seus amigos e
parentes. Levantam estes a cabana; o teto é redondo, como abobada. Cobrem depois
com uma grossa camada de ramas de palmeira, de modo a não chover dentro. Ninguém
tem quarto separado: cada casal de homem e mulher tem um espaço na cabana, de um
dos lados, de 12 pés; de outro lado, um outro casal, o mesmo espaço. Assim se enchem
as cabanas e cada casal tem seu fogo. O chefe tem o seu aposento no centro da cabana.
No meio, entre as cabanas, deixam uma espaço onde matam os prisioneiros. Tem eles
uma espécie de madeira que secam e da qual cortam dois pauzinhos do tamanho de um
dedo, que esfregam um ao outro. Com isto produz-se pó, que o calor da fricção acende, e
assim fazem fogo. Por onde andam, quer na mata quer na água, levam sempre consigo o
seu arco e suas flechas. Andando na mata, caminham de cabeça erguida, a examinar as
árvores para descobrirem algum pássaro grande, macaco ou outro animal, que vive sobre
as árvores, para o matar, e o perseguem até que o matam. Do mesmo modo perseguem
os peixes à beira-mar e têm uma vista muito penetrante. Mal aparece um peixe atiram e
poucos tiros erram. Usam também pequenas redes, feitas de fibras, que tiram de umas
folhas agudas e compridas, e quando querem pescar com redes, reúnem-se alguns e
cada qual ocupa o seu lugar na água. Quando esta não é funda, entram uns poucos,
formando círculo, e batem na água para o peixe afundar e cair então na rede. Quem mais
apanha divide com os outros. É uma gente bonita de corpo e de feição, tanto os homens
como as mulheres, iguais a gente daqui; somente são queimados do sol, pois andam
todos nus, moços e velhos, e nada tem que encubra as partes vergonhosas. Desfeiam-se
a si mesmos com pinturas e não tem barbas, porque as arrancam pela raiz, logo que lhe
nascem. Fazem furos na boca e nas orelhas e neles introduzem pedras, que são seus
ornamentos, e se enfeitam com penas.
Nos lugares onde querem plantar, cortam primeiro as árvores e deixam-nas secar
de um a três meses. Deitam-lhes fogo, ao depois queimam-nas e então é que plantam
entre os troncos as raízes de que precisam, a que chamam mandioca. É arbusto de uma
braça de altura, que dá umas três raízes. Quando querem comer, arrancam o pé,
quebram-lhe as raízes e depois os galhos. A este colocam outra vez na terra, onde criam
raízes de novo, e com seis meses crescem tanto que dão já o que comer.
Quando cozinham alguma coisa, seja peixe ou carne, põem-lhe em geral pimenta
verde e, quando está mais ou menos bem cozida, tiram-na do caldo e a reduzem a uma
sopa rala a que chamam mingau e que bebem em cascas de purungas, que servem de
vasilhas. E quando querem guardar alguma comida por mais tempo, carne ou peixe,
penduram-na uns quatro palmos acima do fogo, em varas, e fazem bastante fogo por
baixo. Deixam-na então secar e enfumaçar, até ficar bem seca. Quando querem comê-la,
aferventam-na outra vez e se servem. As carnes assim preparadas chamam-na mockaein
(tostar).