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FEV - 2002
Índice
Apresentação, pág. 02
Caracterização do empreendimento, pág. 03
Áreas de estudo, pág. 06
Caracterização ambiental da região, pág. 07
Diagnóstico ambiental da Área de Influência Indireta, pág. 10
Diagnóstico ambiental da Área de Influência Direta, pág. 17
Avaliação dos impactos, pág. 30
Medidas de mitigação de impactos ambientais, pág. 40
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Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
1. Apresentação
Este relatório sintetiza o Estudo de Impacto Ambiental, EIA, elaborado para a obtenção da
Licença Prévia da Pequena Central Hidrelétrica Mucuri.
Aqui se encontram os estudos e as informações apresentadas de forma científica e detalhada
no EIA. O relatório contém ainda a caracterização do empreendimento a ser implantado, bem
como a avaliação dos principais impactos a serem gerados e a proposição de medidas mitigadoras
desses impactos.
Procurou-se tornar a abordagem técnica do EIA acessível a todos os públicos interessados.
Equipe técnica
2. Caracterização do empreendimento
PCH MUCURI BA
RIO
259 MUC CARLOS LAGEADÃO
BR- URI
CHAGAS
SERRA DOS
TEÓFILO
OTONI NANUQUE
BR-418
ITAMBACURI
ES
BR-101
MG
6
-1 1
BR
Vertedouro
Barragem
Rio Mucuri
Canal de Fuga
Casa de Força
Tomada D´Água
sentido norte, prosseguindo-se até o rio na tensão de 138 kV. Ficará localizada a
Mucuri e daí para jusante, margeando o rio cerca de 70 metros da Casa de Força,
por cerca de 7 km até o local do eixo. na margem direita do rio Mucuri, e
ocupará uma área aproximadamente de
Características principais do 400 m².
projeto
! O Circuito Hidráulico de Geração, Canteiro de Obras
posicionado na margem direita do rio O número de trabalhadores previsto é
Mucuri, consiste da Tomada D'Água tipo em torno de 500 pessoas. Será
gravidade junto às estruturas da disponibilizada toda a infra-estrutura
Barragem e do Vertedouro, interligada à necessária para o bom andamento das obras,
Casa de Força por três Condutos listada a seguir:
Forçados de aço, um para cada unidade
de geração. Complementando o ! Edificações: alojamento (tipo 1, 2 e 3),
Circuito Hidráulico, há o Canal de Fuga república e refeitório
que restituirá as vazões turbinadas ao ! Área de lazer: campo de futebol
leito do rio a jusante. iluminado, quadra de peteca e quadra
! A Casa de Força é do tipo abrigada, poliesportiva
equipada com três turbinas tipo Francis
! Transporte: transporte diário para
cidades próximas e transporte interno de
de eixo vertical com capacidade de 7,5
pessoal
mw, cada, totalizando 22,50 mw.
! Abastecimento de água potável: todo o
! O sistema extravasor, localizado também
canteiro será abastecido com água
na ombreira direita, é constituído por um
tratada (mantida em reservatório), de
Canal de Aproximação e o Vertedouro
acordo com os critérios estabelecidos na
de Superfície, cujos três vãos serão Portaria 36 do Ministério da Saúde
controlados por comportas segmento. ! Abastecimento de água industrial
! A Barragem de concreto tem um (captação a montante da galeria): as
comprimento de 160 m em linha reta águas industriais, provenientes das
desde a ombreira esquerda até a oficinas mecânicas e outras unidades
estrutura da Tomada d'água e altura de industriais, caracterizadas basicamente
47 m. pela presença de sólidos em suspensão
! A Subestação é o ponto em que a Usina e óleos e graxas, serão tratadas em
se interliga ao sistema de transmissão, decantadores e caixas separadoras de
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ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Reservatório e energia
N.A . de Montante ÁREAS INUNDADAS
Máx. Normal 215,00 m No N.A . máx. maximorum 8,2 km²
Máx. Maximorum 215,50 m No N.A . máx. normal 8,0 km²
N.A . de Jusante VOLUMES
Mínimo (ref. a 1 máq.) 170,80 m No N.A . máx. normal 115 x 106m3
Máx. Excepcional 176,03 m Abaixo Soleira Vertedouro 50 x 106m3
Médio 171,50 m Vida útil reserv. (prevista) >500 anos
Queda líquida máx. 41,90 m Energia Firme 14 mw médio
Operação da usina
O tipo de operação proposto, a fio
d´água, não deverá alterar o regime do rio
Mucuri no trecho de implantação do
aproveitamento hidrelétrico. Esta operação
consiste, basicamente, na utilização da vazão
afluente ao reservatório, isto é, a vazão que
chega ao reservatório é a vazão turbinada e,
conseqüentemente, é a vazão defluente.
Assim, como o reservatório só tem
finalidade de elevar o nível d´água, o papel de
regularizador do deflúvio não é utilizado
nesta modalidade de operação.
O aspecto positivo deverá ser a
capacidade de amortecimento do
reservatório de eventos de cheias, que
normalmente ocorrem no período das
chuvas. Deste modo, as populações situadas
à jusante do empreendimento não deverão
sofrer as conseqüentes inundações.
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3. Áreas de estudo
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PCH Mucuri
AID
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Áreas de estudos
Área de Influência Direta (AID): principalmente devido à transformação de
Correspondente àquela a ser ocupada pelo um sistema antes lótico para um lêntico, na
reservatório em seu nível normal (cota área do reservatório.
215m), às áreas a serem utilizadas para Neste empreendimento não haverá área
construção da barragem, do sistema de de vazão reduzida.
geração e das estradas de acesso, e àquelas Área de Influência Indireta (AII):
necessárias à instalação do canteiro de obras, Em relação aos aspectos biofísicos é
disposição de bota-fora e exploração de representada pela bacia de drenagem
jazidas de materiais de construção. delimitada pelos cursos d'água inseridos na
A Área de Preservação Permanente faixa do futuro reservatório. Para o meio
(APP), correspondente à faixa de 100 m antrópico foi definido como Área de
marginais ao futuro reservatório, também Influência os municípios Pavão e Carlos
está incluída na AID em virtude de sofrer Chagas, pelo fato de os mesmos terem parte
restrições de uso. Este trecho, no caso em de sua área rural atingida pelo
questão, equivale à região acima da elevação empreendimento.
215 (Máx. normal). Compõem ainda essa área, em relação
Especificamente no que diz respeito aos ao Meio Antrópico, o povoado de
ecossistemas aquáticos, a AID corresponde Maravilhas e o distrito de Presidente Pena,
ao trecho do rio entre o remanso do futuro pertencentes respectivamente a Teófilo
reservatório e o ponto de restituição das Otoni e Carlos Chagas, por serem os núcleos
vazões da casa de força. Isto porque toda a urbanos mais próximos à área de
dinâmica do rio ficará alterada neste trecho, intervenção.
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PCH Mucuri
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Rio Pampã
3 4
UHE - Jacaré PCH do Pampã
P2 2
UHE - Mucuri
Maravilha P3
pedras preciosas, denominando a trilha que Minas Gerais para colonizar uma gleba de
costumavam seguir de "Caminho dos 10.000 hectares. A inauguração da serraria,
Índios". Ao longo de sua jornada, em algum em 1912, se tornou o marco de fundação da
córrego do município de Teófilo Otoni, cidade.
teriam descoberto o primeiro ouro do Brasil. Em 1923, o Distrito de Aimorés passou
O mesmo "Caminho dos Índios" foi feito a ser chamado de Distrito de Indiana e, em
pela expedição Spinoza - Navarro. Nesta oca- 1938, começou a integrar o então criado
sião, o Padre João Aspicuelta Navarro descre- município de Carlos Chagas. Em 1943,
veu o percurso como "... coberto por terras mui Indiana mudou o nome para Nanuque (que
humildes e frias por causa das muitas árvores mui significa "Bugre de Cabelos Negros"), em
grossas e altas, de folhas que sempre está verde". homenagem aos índios Nacknenuks, que
A paisagem de matas pujantes começou junto às demais tribos, foram quase
a ser modificada em 1847, com o início da completamente dizimados. Em 1948,
colonização do vale por Teófilo Benedicto Nanuque foi elevada a município,
Ottoni e Honório Benedicto Ottoni, que desmembrando-se de Carlos Chagas.
criaram a Companhia de Comércio e
Navegação do Rio Mucuri, na região da A exploração madeireira das
cachoeira de Santa Clara (rio Mucuri), dando florestas primitivas
origem à Colônia de Santa Clara. Em 1852,
Teófilo B. Ottoni iniciou a confecção de uma De acordo com o acervo particular de
estrada em direção ao rio Todos os Santos, Dª Hélia Schieber de Jesus, além de
fundando, em 1853, o povoado de Filadélfia informações de antigos funcionários das
(atual Teófilo Ottoni). madeireiras, a Companhia Industrial do
Em 1856, chegaram estrangeiros de Mucuri realizava atividades extrativas de
várias nacionalidades a Santa Clara, elevada à forma incessante para abastecimento do
Distrito em 1877. Estes começaram a se mercado brasileiro. Incorporada à
apossar das terras que seriam ocupadas pelo Companhia Madeireira Brasil Holanda
atual município de Nanuque, iniciando a ("Bralanda"), em 1945, a exportação de
derrubada das matas para conversão em madeira nobre (principalmente jacarandá e
extensas fazendas, com pequenos núcleos sucupira) foi estendida ao mercado
habitados e colônias militares para segurança internacional (Europa, Estados Unidos,
das caravanas. Em 1857, a inauguração da Japão etc.).
estrada de rodagem de Teófilo B. Ottoni, Os métodos primitivos de extração
denominada Filadélfia - Santa Clara (primeira (desmatamento com uso de arrastão de
do Brasil), junto à criação da Estrada de correntes), rapidamente transformaram a
Ferro Bahia e Minas (EFBM), em 1879, paisagem florestada em extensas clareiras e
facilitaram o processo de colonização. Tal áreas abertas. Toras de mais de quatro
estrada marcou a realização dos objetivos de metros de circunferência eram jogadas no rio
Teófilo B. Ottoni "... de se ligar por um caminho Mucuri e conduzidas, por transporte
direto, através das matas do Mucury, o Norte de ferroviário, até portos marítimos em Mucuri
Minas ao Oceano". Após a transferência de (BA).
Santa Clara para o povoado de Aimorés, este Através de contratos com proprietários
adotou o nome de Distrito de Aimorés. rurais, as matas eram cortadas em troca da
Ao longo da dinâmica de colonização e confecção de mourões, cercamento,
perda do hábitat florestal, as atividades de pontilhões, mata-burros e implantação de
caça e captura de animais silvestres, tiveram pastagens. A exploração beneficiava os
aumento intensivo, sendo a caça realizada proprietários rurais, enquanto o crescimento
para subsistência. As grandes populações de da indústria madeireira incentivava o
espécies silvestres visadas como, por desenvolvimento econômico.
exemplo, a jacutinga, o macuco e o mutum- A "Bralanda" chegou a ser considerada
cavalo, possibilitava a coleta de dezenas de a maior companhia de fabricação de
exemplares, em um só dia. compensados da América Latina, gerando
Em 1911, João Américo Machado, cerca de 4.000 empregos. Devido ao padrão
visando a extração de madeira e construção das máquinas utilizadas na indústria para
da Companhia Industrial do Mucuri, laminação, apenas eram usadas as madeiras
estabeleceu um convênio com o governo de com mais de 1,40m de circunferência,
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PCH Mucuri
AMBIENTAL
A morfologia da
região é pouco
acidentada, com
presença de morros
rochosos
Meio Físico
O clima da região de Mucuri sobre rochas. No local da PCH Mucuri, na
caracteriza-se atualmente por ser do tipo época dos trabalhos de campo, o nível de
temperado a quente e seco, com temperatura altitude de rio (N.A) estava muito baixo,
média de 30º. Em épocas passadas, o clima revelando a calha do rio muito encaixada e
era mais úmido devido à presença da Mata estreita, da ordem de 10 a 15 m de largura.
Atlântica, já praticamente dizimada. Os solos são constituídos por areia fina
A precipitação média anual varia de 800 argilosa, de coloração amarelada em
a 1.200 mm. A precipitação média mensal é superfície, e ocorrem desde as partes mais
da ordem de 80 mm, sendo a máxima média baixas, em contato com o afloramento de
mensal 160 mm (dezembro) e a mínima rocha, até o topo. Os vales mostram-se
média mensal de 28,7 mm (agosto). Os geralmente largos e de fundos chatos,
meses mais chuvosos se prolongam de constituindo planícies aluviais descontínuas
novembro a março e os mais secos vão de entre as colinas.
maio a setembro, sendo os meses de abril e A rede de drenagem apresenta um
outubro meses de transição. padrão organizado ao longo de alguns cursos
As temperaturas máximas ocorrem de paralelos e perpendiculares à costa. O
dezembro a abril, com pico de 32,3º C em empreendimento se insere no trecho do
fevereiro. As mínimas ocorrem de maio a médio rio Mucuri, onde o rio corre em um
setembro. vale retilíneo, estreito e alongado na direção
A evaporação média mensal é de 69,5 SE.
mm no período seco (maio a setembro) e O rio Mucuri tem sua foz a 254 km da
75,4 mm no período chuvoso (novembro a barragem. Apresenta em quase toda a
março). As umidades relativas médias extensão da área que será alagada leito
mensais variam entre 76 % e 82 %. rochoso com presença de corredeiras.
O relevo da bacia hidrográfica do Raramente ocorrem pequenas planícies
Mucuri é caracterizado por morfologia pouco aluviais.
acidentada, marcada pela presença de morros Na área do empreendimento são
rochosos (de granito) do tipo "pão-de-açúcar", definidos dois sistemas aquíferos: o Aquífero
classificado como suavemente ondulado. Granular, depósitos aluviais restritos à calha
O rio Mucuri, principalmente no local do rio Mucuri e afluentes, e o Aquífero
do aproveitamento, e daí para montante, até Fissural, com permeabilidade de fraturas.
o final do futuro reservatório, apresenta Foram catalogados 22 pontos d’água no
características de vale encaixado, correndo entorno do futuro reservatório.
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PCH Mucuri
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Presença de
morros rochosos
de granito
A Mata Atlântica
foi quase
totalmente
substituída por
pastagem na
região de estudo
Meio biótico
Originalmente, a cobertura vegetal da solo, em troncos, acúmulo de folhas no chão,
região onde se situa a PCH Mucuri era elevada umidade e sombreamento, entre
constituída por florestas, pertencentes à outros.
formação vegetal denominada "Mata Especificamente na região dos
Atlântica". A floresta do nordeste mineiro municípios situados na AII da PCH Mucuri
apresentava continuidade com a região sul da (Carlos Chagas e Pavão), não há referências
Bahia e com toda a parte leste mineira. de estudos sobre a cobertura vegetal original,
A estrutura florística deste bioma é e sim apenas no sul da Bahia. Da mesma
caracterizada pela presença de árvores de até forma, no leste mineiro, já foram realizados
30-40m de altura, cobertas por epífitas alguns trabalhos, documentados
(plantas que se apóiam nos troncos, como as principalmente através de relatórios da
orquídeas e as bromélias). São ambientes que Universidade Federal de Minas Gerais
apresentam elevada riqueza de espécies, tanto (UFMG) e Universidade Federal de Viçosa
vegetais quanto animais, em virtude da oferta (UFV).
dos mais variados recursos advindos da Com relação à cobertura vegetal da
própria estrutura da floresta, como diferentes região de inserção do empreendimento, o
níveis da cobertura vegetal (estratos baixo, quadro existente atualmente é de forte
médio e alto), locais propícios para contraste com a exuberância, diversidade de
nidificação e reprodução, como buracos no espécies e expressiva biomassa vegetal
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e da febre amarela, porém não infectados. sede municipal com uma agência instalada.
Especificamente em Carlos Chagas, foi Em Carlos Chagas, somente o distrito de
registrada baixa ocorrência de pessoas com Presidente Pena possui posto de coleta e
Esquistossomose Mansônica. distribuição de correspondências, mantido
Na área de estudo são encontrados 76 pela Prefeitura.
estabelecimentos de ensino público, sendo 49 Ainda no plano das comunicações, as
em Carlos Chagas e 27 em Pavão. localidades em pauta contam com emissoras
Em termos de atendimento da demanda, locais comunitárias em FM, além de
a capacidade instalada é satisfatória, acessarem outras estações de rádio.
apontando inclusive ociosidade nas zonas No que se refere à imprensa escrita, há
rurais, em decorrência da migração campo- destaque para os jornais regionais: Tribuna do
cidade. Mucuri e A Carta, editados em Teófilo Otoni
Esse fenômeno conduz ao e O Vigia do Vale, em Almenara. Somente
remanejamento de alunos e a reorganização Carlos Chagas possui publicações locais,
espacial das escolas, com as Prefeituras representadas pela Pérola do Mucuri, O
assumindo o transporte das crianças para as Vigilante e o Publifolha, de frequência mensal.
unidades nucleadas. No que se refere ao sistema de
A distribuição de energia elétrica das transportes, nas áreas urbanas não existe
localidades em tela é de responsabilidade da transporte coletivo, estando a serviço da
Companhia Energética de Minas Gerais- população linhas diárias de ônibus para os
CEMIG. Em Carlos Chagas a capacidade distritos e povoados. Para os demais
instalada é suficiente; situação diversa é aglomerados rurais, torna-se necessário que
vivenciada por Pavão, com a Prefeitura os moradores realizem o deslocamento à pé
afirmando ser frequente problemas de queda ou em carro particular.
de tensão e oscilação no fornecimento. Em Quanto as atividades econômicas, os
ambas as municipalidades, o índice de municípios da Área de Influência Indireta têm
atendimento nas áreas urbanas é considerado na agropecuária sua principal base de
satisfatório, estimando-se que o mesmo atinge sustentação, sendo esta atividade a maior
99,0% da população em Carlos Chagas e empregadora de mão-de-obra.
98,0% em Pavão. Sustentada, sobretudo, na pecuária
Por outro lado, acusam uma demanda extensiva, a estrutura fundiária dos municípios
reprimida no que concerne às zonas rurais, da AII apresenta-se concentrada, onde os
cujos percentuais de atendimento situam-se grandes estabelecimentos, embora reduzidos
em 55,0% em Carlos Chagas e 50,0% em em número, ocupam considerável extensão da
Pavão. área agropecuária. A categoria de
A TELEMAR é responsável pelos proprietários é a principal responsável pelo
serviços de telefonia, estando os municípios controle e exploração da terra, sendo
da AII subordinados à regional de Teófilo irrelevante as demais categorias, o que
Otoni. permite afirmar que não é usual nesta região
Os serviços postais e telegráficos são de contratos de arrendamento e parceria.
responsabilidade da Empresa Brasileira de No que concerne ao pessoal ocupado, o
Correios e Telégrafos- EBCT, contando cada setor agropecuário ocupava, em 1995, 6.618
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Não restaram vestígios da Mata Ciliar ao longo de todo o trecho do rio Mucuri estudado.
O barranqueiro-olho-branco, o
caneleiro-verde, o urubu-rei, o
papa-taoca e o canario-do-campo
foram aves identificadas nos
estudos (a partir do alto, a diretia,
no sentido horario)
(peixes) suficiente para manter populações de do tempo no espaço aéreo, como o urubu-
lontra. caçador e o urubu-de-cabeça-amarela.
Em relação à herpetofauna, as áreas Lagartos do gênero Tropidurus foram
brejosas, os córregos (riachos), drenagens e as observados ocupando ruínas de antigas
lagoas e poças em áreas abertas e de mata, construções, assim como afloramentos
podem suportar uma herpetofauna rochosos, onde são freqüentemente vistos
abundante. Foram constatadas nestes expostos ao sol realizando a termoregulação.
ambientes, por exemplo, várias espécies de
pererecas e uma rã. Os jacarés registrados no Pasto limpo
presente estudo, ocupavam uma poça As pastagens dominam o Vale do
marginal associada a uma grande área brejosa. Mucuri, sendo que a forrageira mais utilizada
é o capim colonião. Novas gramíneas têm
Afloramentos Rochosos sido introduzidas ultimamente, a exemplo do
Em diversos pontos da AII ocorrem brachiarão e do capim kykuio.
afloramentos de granito-gnaise, na forma de Em algumas pastagens encontram-se
grandes "incelbergs" ou em encostas. Em grandes árvores isoladas, poupadas da mata
muitos desses locais percebe-se a expansão do original. Entre elas, destacam-se os jequitibás,
ambiente rupícola (de áreas rochosas), em
itapicurus, pau d'alho verdadeiro, pau d'alho
decorrência do decapeamento do solo nas
preto e carne-de-vaca.
bordas, por processos erosivos. Este tipo de
Além do pisoteio do gado e da
ambiente não será atingindo pelo reservatório.
fragilidade do solo é comum observar-se, em
As plantas presentes nesses ambientes
pastagens recentes, a prática de aragem no
são adaptadas, que armazenam água em seu
interior, a exemplo do mandacaru, ou entre sentido do declive, promovendo sulcos que
suas folhas, como no caso das bromélias e das maximizam a força das enxurradas, carreando
pinças. Além dessas plantas, é comum a grande volume de sedimentos.
presença do pinhão-roxo e de palmeiras. São ambientes colonizados por comuni-
Onde a comunidade vegetal se dades de aves campestres (outrora ausentes na
desenvolve em meio a pedras soltas, a paisagem) e propiciando o incremento de
população local denomina a área como "lajedo populações de aves generalistas.
com mocororô". Estruturalmente pobres, sustentam espécies
Formações de maior altura permitem a adaptadas a hábitats abertos e ensolarados. A
utilização como sítio reprodutivo por algumas avifauna típica é campestre e generalista, com
espécies como o andorinhão-de-coleira e a elementos de ampla distribuição em todo o
andorinha-serrador. A própria altura e a país, apresentando baixos valores de riqueza e
presença de fendas rochosas protegem ninhos, valores elevados de abundância. Tem destaque
ovos e filhotes contra o ataque de predadores. nesse ambiente o canarinho-chapinha (Sicalis
As rochas também servem de pouso de flaveola) que, embora ameaçado de extinção,
descanso para aves que passam a maior parte apresenta-se localmente abundante.
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de ampla distribuição e hábitos menos Estado de Minas Gerais (Mattos et al., 1991).
especializados. Essa riqueza pode ser considerada relevante e
destaca o valor biológico da bacia do rio
Avifauna Mucuri, diante do alto grau de degradação
No mosaico de ambientes florestais, atual da paisagem.
campestres, aquáticos e rochosos, As espécies são, em sua maioria,
componentes da região da PCH Mucuri, florestais (36,5%), campestres e generalistas
foram registradas 170 espécies de aves, que (24% para ambas as comunidades); tendo
correspondem a 22,5% da avifauna do predomínio de dietas insetívora (38,8%),
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Fazenda Santo
Antônio: capela e
cemitério anexo
Fragmento de
cerâmica típica
da tradição Tupi-
Guarani
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Cobertura vegetal
Remoção e estocagem da
Supressão da
cobertura vegetal e da camada
cobertura vegetal e
P N R C I I B M superficial
camada superficial
do solo e recuperação
do solo
das áreas degradadas
Melhoria das vias de Adequação e ampliação das
P P R L R I S
acesso da região estradas
Remoção e estocagem da
Supressão da
cobertura vegetal e da camada
cobertura vegetal e
C N L M I I M S superficial
camada superficial
do solo e recuperação
do solo
das áreas degradadas
Perda de habitats, Desmate prévio da área de
banco de sementes inundação e
E N L C I I M S
e eutrofização do recuperação da mata
reservatório ciliar no entorno do reservatório
Favorecimento à
Criação de uma área de
colonização e
O P L L R I M S preservação permanente ao
desenvolvimento de
entorno do reservatório
espécies ciliares
Hepetofauna
Redução de hábitats Monitoramento da Herpetofauna;
florestais para a Recuperação de Áreas
herpetofauna com a Degradadas pela Obra e
supressão de Relocação de Estradas;
formações ciliares Recomposição da Vegetação
C,
N R C I I A S Ciliar e Controle de Erosões no
E
Entorno do Reservatório;
Aquisição de Terrenos Florestais
no Entorno - criação de
Unidades de Conservação;
Educação Ambiental
Redução de hábitats Monitoramento da Herpetofauna;
campestres para a Recuperação de Áreas
herpetofauna com a Degradadas pela Obra e
supressão de E N R C I I B PS Relocação de Estradas;
pastagens Conservação dos Solos;
Educação Ambiental;
Comunicação Social
Fuga de exemplares
devido à produção Educação Ambiental;
C,
de ruídos e N R C I N B PS Comunicação Social; Controle
E
movimentação Ambiental do Canteiro de Obras
humana
Fuga de exemplares
devido à produção
Campanhas de educação
de ruídos e O N R C I N B PS
ambiental
movimentação
humana
Variação das
populações de
O N L L I N B PS Monitoramento da Herpetofauna
anfíbios na área de
vazão reduzida
Alteração da
estrutura das
populações de
O N L M I N B PS Monitoramento da Herpetofauna
quelônios e
crocodilianos com a
formação do lago
Perda de populações
de anfíbios devido à Controle do fluxo de agrotóxicos
O N L L I N B D
alterações na para os lagos e riachos
qualidade da água
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ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Avifauna
Perda de
populações de aves
florestais com os Controle Ambiental das Obras;
desmatamentos Recuperação de Áreas
provocados pela P N L C R I B D Degradadas pelas Obras;
alteração dos usos e Comunicação Social; Educação
ocupação dos solos Ambiental
as áreas lindeiras
ao reservatório
Perdas de
populações de aves Controle Ambiental das Obras;
devido a pequenos Recuperação de Áreas
desmatamentos P N L C R N M D Degradadas pelas Obras;
para abertura de Comunicação Social;
trilhas para Educação Ambiental
sondagens
Interferências do Controle Ambiental dos Canteiros
trânsito humano e C, de Obras; Educação Ambiental;
N L C, M I I A S
coletas de E Comunicação Social; Fiscalização
exemplares silvestres e Segurança
Interferências do Controle Ambiental dos Canteiros
trânsito humano e de Obras; Educação Ambiental;
O N L L I I B D
coletas de Comunicação Social; Fiscalização
exemplares silvestres e Segurança
Controle Ambiental dos Canteiros
Trânsito de
de Obras; Controle Ambiental e
maquinário,
C, de Segurança das Estradas;
produção de ruídos N L C, M I I M S
E Comunicação Social; Educação
e acidentes com
Ambiental; Recuperação das
aves silvestres
Áreas Degradadas pelas Obras
Controle Ambiental dos Canteiros
Trânsito de
de Obras; Controle Ambiental e
maquinário,
de Segurança das Estradas;
produção de ruídos O N L L I I B D
Comunicação Social; Educação
e acidentes com
Ambiental; Recuperação das
aves silvestres
Áreas Degradadas pelas Obras
Controle Ambiental do Canteiro
Perdas de de Obras; Limpeza da Bacia de
populações de aves Acumulação; Acompanhamento
florestais com o do Desmatamento da Bacia de
desmatamento de Acumulação e do Enchimento do
mata ciliar e C N L, R C I I A PS reservatório; Recomposição da
capoeira de floresta Vegetação Ciliar; Recuperação de
estacional Áreas Degradadas pelas Obras;
semidecidual na Monitoramento da Avifauna;
área do reservatório Criação de Unidade de
Conservação
Controle Ambiental do Canteiro
Perdas de
de Obras; Acompanhamento do
populações de aves
Desmatamento da Bacia de
generalistas e
Acumulação e do Enchimento do
campestres com a
reservatório; Recomposição da
supressão de C N L C I I B D
Vegetação Ciliar; Recuperação de
pastagens e
Áreas Degradadas pelas Obras;
capoeirinhas nas
Monitoramento da Avifauna;
áreas das obras e
Criação de Unidade de
do reservatório
Conservação
34
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Avifauna
Perdas de
populações de aves
Assistência Social; Recuperação
generalistas e
de Áreas Degradadas pelas
campestres com a C N L C I I B D
Obras; Educação Ambiental;
supressão de áreas
Comunicação Social
cultivadas na área
do reservatório
Perdas de
populações de aves Assistência Social; Recuperação
generalistas e de Áreas Degradadas pelas
C N L C I I B D
campestres com a Obras; Educação Ambiental;
supressão de Comunicação Social
benfeitorias rurais
Acompanhamento do
Desmatamento da Bacia de
Perdas de
Acumulação e do Enchimento
populações de aves
do reservatório; Recomposição
florestais com o E N L, R C I I A S
da Vegetação Ciliar;
alagamento de
Monitoramento da Avifauna;
formações florestais
Criação de Unidade de
Conservação
Perdas de
Controle Ambiental do Canteiro
populações de aves
de Obras; Acompanhamento do
generalistas e
Desmatamento da Bacia de
campestres com o E N L C I I B D
Acumulação e do Enchimento
alagamento de
do reservatório; Recuperação de
pastagens e
Áreas Degradadas pelas Obras
capoeirinhas
Acompanhamento do
Perdas de Desmatamento da Bacia de
populações de aves Acumulação e do Enchimento
generalistas e do reservatório; Assistência
E N L M I I B D
campestres com o Social; Recuperação de Áreas
alagamento de Degradadas pelas Obras;
benfeitorias rurais Educação Ambiental;
Comunicação Social
Acompanhamento do
Eventos dinâmicos
Desmatamento da Bacia de
nas populações de
E, Acumulação e do Enchimento
aves aquáticas na P L L R I M S
O do reservatório; Manejo de Ilhas
área do
Flutuantes de Vegetação
reservatório
Aquática
Mastofauna
Aquisição de Terras;
Comunicação Social; Educação
Perda de populações Ambiental; Recomposição da
de mamíferos com a Vegetação Ciliar e Controle de
P N L C R I B PS
alteração dos usos Erosões no Entorno do
da cobertura vegetal Reservatório; Recuperação de
Áreas Degradadas pela Obra e
Relocação de Estradas
Educação Ambiental; Desmate
da Bacia de Acumulação;
Perda de populações Aquisição de Terrenos Florestais
de mamíferos com a no Entorno de Unidade de
supressão da Conservação; Recomposição da
cobertura vegetal C N L C I I M PS Vegetação Ciliar e Controle de
das áreas do Erosões no Entorno do
reservatório e Reservatório; Recuperação de
demais obras Áreas Degradadas pela Obra e
Relocação de Estradas; Projeto
de Monitoramento de Mamíferos
35
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Mastofauna
Fuga da mastofauna
devido aos ruídos e
Educação Ambiental; Controle
movimentação e risco C N R C R I M S
Ambiental do Canteiro de Obras
de atropelamento e
coleta de exemplares
Educação Ambiental; Controle
Ambiental do Canteiro de Obras;
Fuga de mastofauna
Acompanhamento do
devido ao E N R M R I M M
Desmatamento da Bacia de
alagamento
Acumulação e do Enchimento do
Reservatório
Comunicação Social; Educação
Fuga de mastofauna
Ambiental; Controle Ambiental
risco de O N L L R I M PS
do Canteiro de Obras
atropelamento
Patrimônio natural
Aumento de turbidez Movimento de terra apenas na
C N R C R I M M
da água época sem chuvas
Este impacto é reversível e de
certa forma será compensado em
função do enchimento do
Redução da vazão
reservatório ser feito durante a
das corredeiras a E N L C R I PS M
época das chuvas, quando há
jusante
aumento do volume d’água não
só do trecho do rio como
também de seus tributários.
Apesar destas corredeiras e
ilhotas não serem utilizadas como
lazer e/ou áreas de plantios, este
impacto, inevitável e irreversível,
Desaparecimento de
E,O N L L I I A M será compensado pela
corredeiras e ilhotas
construção de infra-estrutura de
lazer no local denominado
Maravilha, próximo as
Cachoeiras do Jacaré e dos Bois.
Ictiofauna
Aumento do
Medidas de contenção de
carreamento de C N L M R I B PS
sedimentos
sólidos para o rio
Isolamento e
drenagem total do
C N L C R I B PS Resgate dos peixes aprisionados
trecho do canal do
rio a ser ensecado
Diminuição do
fluxo a jusante para
E N R C R I M M Resgate dos peixes aprisionados
enchimento do
reservatório
Supressão da Revegetação das margens do
E N L M R I M M
vegetação ciliar reservatório
Eliminação dos peixes dos
Introdução de
E N R L I I A M eventuais tanques nas áreas
espécies exóticas
alagadas
Interrupção do fluxo
migratório dos E N R L I I A S Transposição de peixes
peixes
Transformação do
ambiente lótico em Estudo e monitoramento das
O N L L I I A S
lêntico na área dos comunidades de peixes *
reservatório
Flutuações diárias
Estudo e monitoramento das
na área do O N L L I I M M
comunidades de peixes *
reservatório
36
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Ictiofauna
Flutuações diárias a
Estudo e monitoramento das
jusante da casa de O N R L I N B PS
comunidades de peixes *
força
Eutrofização O N L L R N PS -
Qualidade da água
-Programa de Revegetação das
Assoreamento dos Áreas Degradadas
leitos dos cursos -Programa de Controle
hídricos e aumento C N L C R I M M Ambiental do Canteiro de Obras
da turbidez das -Programa de Monitoramento
águas Limnológico e da Qualidade das
Águas
-Programa de Controle
Contaminação Ambiental do Canteiro de Obras
microbiológica das C N L C R I B D -Programa de Monitoramento
águas Limnológico e da Qualidade das
Águas
Transmissão e
veiculação de -Programa de Controle
doenças pela água e C N L C R I B PR Ambiental do Canteiro de Obras
organismos -Programa de Saúde
aquáticos
-Programa de Controle
Aumento dos teores
Ambiental do Canteiro de Obras
orgânicos e
C N L C R I B D -Programa de Monitoramento
nutrientes da água
Limnológico e da Qualidade das
do rio
Águas
-Programa de Controle
Ambiental do Canteiro de Obras
Aumento dos teores
C N L C R I B PR -Programa de Monitoramento
de óleos e graxas
Limnológico e da Qualidade das
Águas
Aumento dos teores
orgânicos e -Projeto de Desmate da Bacia de
nutrientes da água Acumulação
E,
do reservatório pelo N R C R I B PR -Programa de Monitoramento
O
afogamento da Limnológico e da Qualidade das
biomassa nas áreas Águas
inundadas
Geração de gases
sulfídrico e metano, -Programa de Monitoramento
E,
condições anóxicas N L C R I B D Limnológico e da Qualidade das
O
no hipolímnio do Águas
reservatório
Aumento na
concentração iônica
-Programa de Monitoramento
da água e E,
N L C R N B D Limnológico e da Qualidade das
deslocamento do O
Águas
equilíbrio ácido-
básico
Menores teores de
-Programa de Monitoramento
oxigênio dissolvido E,
N L L R N B D Limnológico e da Qualidade das
da água do O
Águas
reservatório
Favorecimento às
-Programa de Monitoramento
comunidades E,
- L L I I A R Limnológico e da Qualidade das
hidrobiológicas O
Águas
planctônicas
-Programa de Monitoramento
Aumento da E,
N L M R I B PR Limnológico e da Qualidade das
biomassa algal O
Águas
37
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Síntese geral de avaliação de impactos e medidas mitigadoras da PCH Mucuri
Obs: Fase (P: planejamento, C: construção, E: enchimento, O: operação), Tipo (P: positivo, N: negativo), Abrangência
(L: local, R: regional), Tempo de ocorrência (C: curto, M: médio, L: longo prazo), Reversibilidade (R: reversível,
I: irreversível), Importância (I: importante, NI: não importante), Magnitude (A: alta, M: média, B: baixa),
Avaliação final (S: significativo, M: moderado, PS: pouco significativo, D: desprezível)
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Qualidade da água
Perda de habitats
para as -Programa de Monitoramento
E,
comunidades N L L I I B PR Limnológico e da Qualidade das
O
bentônicas de Águas
substratos rochosos
Instalação e
-Programa de Monitoramento
desenvolvimento de
E, Limnológico e da Qualidade das
focos de N R L R I B D
O Águas
invertebrados vetores
de doenças
Estratificação da -Programa de Monitoramento
coluna d’água do O N L L I I B PR Limnológico e da Qualidade das
reservatório Águas
-Programa de Monitoramento
Limnológico e da Qualidade das
Eutrofização do
O N R L R I B D Águas
reservatório
-Programa de Prevenção Contra
Eutrofização
-Programa de Monitoramento
Melhoria na
Limnológico e da Qualidade das
qualidade das águas
O P R L R I A M Águas
do rio Mucuri no
-Programa de Prevenção Contra
reservatório
Eutrofização
Melhoria na -Programa de Monitoramento
qualidade das águas Limnológico e da Qualidade das
do rio Mucuri a O P R L R I M M Águas
jusante da casa de -Programa de Prevenção Contra
força Eutrofização
Socioeconomia
Expectativas por
Programa de Comunicação
parte dos poderes P P R C R I A S
Social
públicos
Expectativas por
Programa de Comunicação
parte da população P P L C R I A S
Social
da ADA
Apropriação de
terras necessárias à
implantação do C N L M I I A S Programa de Negociação
reservatório e
estruturas do projeto
Desorganização do
modo de vida dos Programa de Comunicação
C N L M R I A S
proprietários/ e Social
moradores da ADA.
Alteração do rítmo
Programas de Comunicação
de vida da C N L M R I A S
Social e Educação Ambiental
população rural
Interferência a
Programa de Comunicação
jusante da PCH C N L M R N M PS
Social
Mucuri
Aumento dos níveis Programa de Comunicação
C N L M R I A S
de ruído Social
Aumento tráfego de
veículos em
Programas de Educação
Presidente Pena e
C N L M R I A S Ambiental e de Segurança e
nas vias de acesso
Alerta
às propriedades
rurais
Possibilidade de
Programas de Reforço aos
pressão sobre a
C N L M R I M S Núcleos Urbanos
infra-estrutura de
Presidente Pena
38
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Socioeconomia
Possibilidade de
aumento dos casos Programas de reforço aos
de violência no C N L M R I M PS Núcleos Urbanos
distrito de Presidente
Pena
Possibilidade de
transgressão aos
Programa de Educação
costumes e valores C N L M R I M S
Ambiental
da população de
Presidente Pena
Sobrecarga nos
Programas de Reforço aos
equipamentos de
C N L M R I M S Núcleos Urbanos
saúde e telefonia de
Presidente Pena
Pressão / mercado
Programa de Monitoramento
imobiliário de C N L M R I M S
Socioeconômico
Carlos Chagas
Possibilidade de
Programas de Educação
introdução de C N R M R I A S
Ambiental e Saúde
endemias
Possibilidade de
Programas de Educação
Propagação de C N R M R I M S
Ambiental e Saúde
DST’s
Geração empregos Programa de Mobilização de
C P R M R I A S
diretos e indiretos mão-de-obra
Incremento do setor
terciário dos
C P L M R I A S -
municípios da AII e
de presidente Pena
Aumento
arrecadação C P L M R I A S -
impostos
Inundação de terras
E N L M I I A S Programa de Negociação
e benfeitorias
Inundação de Programa de recomposição da
E N L M I NP B PS
estradas e acessos Infra-estrutura afetada
Restrição de uso da Programa de uso e Ocupação do
E N L M R NP B PS
faixa de 100m Entorno do Reservatório
Riscos de acidentes
c/ ofídios, insetos e
E N L M R NP B PS Programa de Saúde
outros animais
peçonhentos
Alteração do
O P L L I I M S -
cenário atual
Valorização
imobiliária das
-
propriedades do O P L L I I A S
entorno do
reservatório
Aumento oferta
O P R L I I A S _
energia elétrica
Desativação postos
O N R L I I A S _
de trabalho
Criação de postos
O P L L I I M S _
de trabalho
Recolhimento de
O P L/R L I I A S _
ICMS
Possibilidade de
manifestação de Programas de Educação
O N L L R NP B PS
doenças veiculação Ambiental e Saúde
hídrica
39
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Tempo de Avaliação
Impacto Fase Tipo Abrangencia Reversibilidade Importância Magnitude Ação Ambiental
Ocorrência Final
Socioeconomia
Riscos acidentes por Programa de Educação
O N L L R I B M
afogamento Ambiental
Arqueologia
Destruição de sítios Programas de Prospecção e
localizados nos C Resgate Arqueológico;
N L C R I M M
canteiros de obras, /E Programa de Monitoramento
eixo, etc. Arqueológico
Programa de
Patrimônio
C N L/R C/M I I A A Registro/Documentação do
Edificado
Patrimônio Edificado
Submersão de sítios
Programas de Prospecção de
localizados na área E N L C I I A A
Resgate Arqueológico
do reservatório
40
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
e sementes, que são muito importantes no faixa de solo em contato com o nível d'água
incremento dos processos de revegetação de do reservatório (acelerando processos
áreas degradadas. erosivos existentes ou desenvolvendo novos
A remoção e a estocagem da camada focos).
superficial do solo nas áreas atingidas pelas Sendo assim, o programa tem como
obras têm por objetivo auxiliar os trabalhos objetivo promover o controle dos processos
de reabilitação a serem implementados nas erosivos localizados às margens do futuro
áreas degradadas. Para isto, deverá ser reservatório, bem como a recomposição e o
removida e estocada a camada de solo monitoramento da vegetação ciliar e das
superficial (aproximadamente 20 cm) margens do reservatório.
existente em todas as áreas atingidas pela Neste caso, tanto o empreendedor
obra. A estocagem do material deverá ser feita como os proprietários rurais localizados às
nas proximidades das áreas afetadas, com o margens do reservatório serão beneficiados
objetivo de facilitar sua recolocação. com a implantação deste projeto.
área a ser alagada. O corte limitado ao local Projeto de Monitoramento de Focos Erosivos
de inundação irá reduzir a área desmatada ao no Entorno do Reservatório
estritamente necessário, de modo a serem Com o surgimento do reservatório,
evitados cortes abusivos. Além disto, o fato alguns trechos de mata ciliar deixarão de
de permanecer algumas árvores em áreas existir nas margens do rio Mucuri e de seus
sujeitas a alagamentos periódicos poderá contribuintes diretos. Com essa ausência da
auxiliar na seleção de espécies adaptadas a vegetação, aliada a susceptibilidade do solo à
este tipo de ambiente, possibilitando uma erosão (junto aos processos erosivos ativos
posterior escolha de espécies para serem existentes), poderá haver uma aceleração do
plantadas em locais semelhantes. processo de assoreamento do reservatório.
O empreendedor, os proprietários e O objetivo principal deste projeto é a
moradores rurais da AID serão beneficiados criação de um plano de monitoramento das
diretamente com este projeto. encostas adjacentes à área do futuro
Para a implantação deste projeto, estão reservatório e dos taludes de corte e de
previstas as seguintes ações: aterro que serão implementados (em função
da abertura e alargamento das estradas),
visando promover o controle dos processos
! inicialmente, obter licença de erosivos existentes, bem como prevenir a
desmatamento junto aos órgãos degradação das cabeceiras de drenagens e o
competentes; assoreamento do reservatório.
! efetuar um desmatamento (mediante O empreendedor e os proprietários
elaboração de projeto específico) da rurais das áreas localizadas na AID serão os
área a ser inundada, restringindo-se mais beneficiados com este projeto.
somente ao local de inundação. Assim, Ações Previstas:
visando preservar o máximo de
vegetação remanescente, sugere-se
que se adote o NA máximo normal do ! executar um levantamento detalhado
reservatório, como limite máximo para dos focos de erosão da AID;
a retirada da vegetação; ! controlar e minimizar os focos erosivos
! o desmatamento deverá ser lento (de constatados, mediante a adoção dos
modo a melhor permitir a fuga da projetos de "Recuperação de Áreas
fauna silvestre) e orientado em direção Degradadas" e "Recomposição da
aos setores florestais remanescentes no Vegetação do Entorno do
entorno imediato do futuro lago, Reservatório";
principalmente em situações onde ! fazer contatos com os proprietários
exista conectividade florestal. locais, no intuito de conseguir a
! o desmatamento deverá ser executado permissão e parceria para a execução
de jusante para montante, e das partes do projeto;
baixas para as mais altas. ! construir bacias de contenção de
! a madeira deverá ser removida; sedimentos (que deverão ser
! em virtude da pequena área florestal monitoradas ao longo de todas as
remanescente, não existe necessidade fases do empreendimento);
de montagem de esquemas especiais ! após o enchimento do reservatório,
para a exploração, devendo a deverá ser feita uma avaliação das
empresa se responsabilizar pelas condições do grau de umidade e dos
atividades em cada área, dentro dos riscos de erosão gerados;
critérios propostos; ! A longo prazo, o monitoramento
! todos os funcionários a participarem deverá enfocar o acompanhamento de
das atividades de cortes deverão ser erosões nos taludes próximos ao
previamente orientados para terem os reservatório e nos taludes de corte e
devidos cuidados, evitando cortes aterro das estradas de acesso.
abusivos e acidentes com animais
silvestres.
44
Relatório de Impacto Ambiental - RIMA
Limiar Engenharia Ambiental
LIMIAR
ENGENHARIA
PCH Mucuri
AMBIENTAL
Também afirma ser a educação localizados na área a ser afetada pela PCH
ambiental elemento essencial e permanente Mucuri serão utilizados como base de
da educação nacional. Nesse sentido, um discussão as seguintes opções:
projeto de educação ambiental deve andar
passo a passo com o processo de educação e ! indenização (pagamento em dinheiro
ter um horizonte de longo prazo. pela compra do terreno);
Os objetivos principais deste Projeto ! permuta de terras e benfeitorias;
incluem: ! relocação da benfeitoria na área
remanescente e negociação somente
! auxiliar a execução ambientalmente da área a ser afetada;
correta das obras civis da PCH Mucuri; ! negociação do remanescente do
! promover a identificação do modo de terreno,
agir com a preservação do meio ! reassentamento rural
ambiente e a segurança pessoal pelos
funcionários contratados para a 2 - Produtores Rurais não Proprietários
construção da PCH Mucuri; Além dos proprietários, deverão ser
! divulgar valores de preservação dos contemplados, no processo de negociação as
recursos naturais na AID. demais categorias passíveis de serem
identificadas no processo e que terão
O Projeto de Educação Ambiental suprimidas sua fonte de renda e/ou moradia ,
estará voltado para os seguintes públicos: de acordo com as seguintes diretrizes básicas: