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Eletricista de manutenção

Eletricidade geral - Prática

SENAI-SP - INTRANET
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Eletricidade geral - Prática
004637 (46.15.11.940-8)

© SENAI-SP, 2010.

4a Edição.
Editorada por Meios Educacionais da Gerência de Educação da Diretoria técnica do SENAI-SP. O crédito
aos avaliadores encontra-se na última página do capítulo.
Equipe responsável
Avaliação Comitê Técnico de Eletricidade
Normalizador Gilvan Lima da Silva

3a Edição, 2008.
Trabalho avaliado pelo Comitê Técnico de Eletricidade e editorado por Meios Educacionais da Gerência
de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP.

Avaliação Comitê Técnico de Eletricidade

2a Edição, 2005.
Trabalho revisado pela Escola SENAI “Roberto Simonsen” – CFP 1.01 e editorado por Meios Educacionais
da Gerência de Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP.
Equipe responsável
Revisão de conteúdos Antônio Hernandes Gonçalves (CFP 1.01)
Paulo Dirceu Bonami Briotto (CFP 1.01)
Demércio Claudinei Lopes (CFP 1.01)

1a Edição, 2003.
Trabalho editorado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais da Gerência de
Educação da Diretoria Técnica do SENAI-SP.
Equipe responsável
Coordenação Airton Almeida de Moraes
Seleção de conteúdos Luiz Cláudio Vecchia

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


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Sumário

9 Apresentação
11 Ferramentas para instalações elétricas
11 • Alicates
13 • Chaves de fenda
16 • Exercícios
17 Ferramentas para eletrodutos
17 • Ferramentas
24 • Exercícios
27 Utensílios para eletricistas
27 • Escadas
30 • Cinto porta-ferramentas
30 • Guia de náilon
31 • Exercícios
33 Normas técnicas
33 • O que é normalização?
34 • Normas técnicas brasileiras
35 • Normas para eletricidade/eletrônica
37 • O consumidor e a norma
37 • Exercícios
39 Condutores elétricos
39 • Materiais para a fabricação de condutores
42 • Normalização
43 • Exercícios
45 Técnicas de conexão de condutores elétricos
45 • Emendas e derivações
51 • Conectores especiais
51 • Isolação de emendas e derivações
53 Eletrodutos
53 • Eletroduto
55 • Dobramento de eletrodutos
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61 Acessórios para eletrodutos
61 • Acessórios
64 • Exercícios
65 Proteção contra os perigos da energia elétrica
65 • Efeitos da corrente elétrica no corpo humano
68 • Medidas de proteção
70 • Exercícios
71 Instrumentos de medição de grandezas elétricas
71 • Instrumento digital
77 • Regra para instalações elétricas
79 • Regra para transformadores
83 • Ponte de Wheatstone
85 • Medição de condutores sólidos
86 • Medição de condutores líquidos
88 • Precauções para o uso da ponte de Wheatstone
89 Fontes de alimentação
90 • Características das fontes de CC
92 • Simbologia
93 • Fontes simétricas
95 • Utilização dos bornes de saída
97 • Manuseio das fontes de CC
97 • Conexão à rede elétrica
98 • Ligação e ajuste
98 • Exercícios
101 Lâmpadas incandescentes
103 • Exercícios
105 Luminárias para lâmpadas fluorescentes
105 • Luminária fluorescente
110 • Lâmpada de descarga fluorescente
113 • Exercícios
115 Dispositivos de manobra, ligação e conexão
115 • Interruptores
119 • Tomadas e plugues
121 • Porta-lâmpadas
121 • Exercícios
123 Dispositivos de proteção, acionamento e sinalização
123 • Dispositivos de proteção
130 • Dispositivo de acionamento

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132 • Dispositivos de sinalização
134 • Exercícios
137 Diagramas elétricos
145 • Exercícios
147 Noções de ergonomia
147 • O que é ergonomia?
149 • Norma Regulamentadora 17
150 • Organização de trabalho
152 • Princípios de economia de movimentos
159 • Fatores ambientais
160 • Riscos físicos
160 • Ruído
161 • Temperatura
162 • Radiação
164 • Radiações ionizantes
165 • Riscos químicos
168 • Riscos biológicos
169 Riscos ergonômicos
169 • Os riscos ergonômicos: Lesões por Esforço Repetitivo
170 • O que é uma LER?
170 • Causas da LER
173 • Prevenção das LER
175 • Importância das pausas e dos exercícios
179 Prevenção de incêndios
179 • O que é o fogo?
181 • A prevenção
181 • Como evitar incêndios?
182 • Armazenamento
182 • Organização e Limpeza
183 • Pára-raios
183 • Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e
equipamentos
183 • Os primeiros cinco minutos
184 • Todo incêndio é igual?
189 • Providências em caso de incêndio
187 • Exercícios
189 Descarte de materiais
190 • Lixo: um grande problema

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190 • Tratamento do lixo
193 • Reciclagem do lixo
193 • Papel
194 • Vidro
195 • Metal
196 • Plástico
197 • Exercícios
199 Emendar, soldar e isolar condutores
205 Serrar, abrir roscas e curvar eletrodutos
211 Montar rede de eletroduto
221 Identificar resistores e código de cores
225 Medir grandezas elétricas
233 Comprovar a Lei de Ohm
239 Comprovar as Leis de Kirchhoff
249 Instalar tomada, interruptor e lâmpada
253 Instalar duas lâmpadas incandescentes
255 Instalar luminária
257 Indicações de Normas
261 Referências

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Apresentação

Caro Aluno;

Neste momento você está iniciando seus estudos na área de Eletricista de


Manutenção do Curso de Aprendizagem Industrial do SENAI. O principal objetivo deste
estudo é fazer você conhecer não só os princípios e as leis que comandam o
funcionamento dos circuitos eletroeletrônicos, mas também as características de
componentes e instrumentos de medição usados no dia-a-dia do profissional dessa
área.

Para isso, o presente volume, Eletricidade geral - Prática profissional está dividido
em duas partes: Tecnologia Aplicada, que complementa os conceitos teóricos que
você já estudou com informações tecnológicas sobre ferramentas, instrumentos,
componentes, equipamentos e normas de segurança para a realização das atividades
práticas e Ensaios, que têm o objetivo de comprovar experimentalmente os conceitos
e aplicar na prática todos os conteúdos teóricos estudados.

Trata-se de um material de referência preparado com todo o cuidado para ajudá-lo em


sua caminhada rumo ao sucesso profissional. Por isso desejamos que ele seja não
apenas a porta de entrada para o maravilhoso mundo da eletroeletrônica, mas também
que indique os inúmeros caminhos que este mundo pode fornecer quando se tem
curiosidade, criatividade e vontade de aprender.

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Avaliado pelas Unidades Escolares
do SENAI-SP/2010

Ferramentas para
instalações elétricas

Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área eletroeletrônica


necessita não só do conhecimento teórico, mas também de uma série de
equipamentos, componentes e ferramentas que o auxiliam nesse trabalho.

Neste capítulo serão estudadas as ferramentas mais usadas em eletricidade, ou seja,


alicates e chaves de fenda.

Alicates

O alicate é uma ferramenta de aço forjado composta de dois braços e um pino de


articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça) pode ser em formato
de garras, de lâminas de corte ou de pontas que servem para segurar, cortar, dobrar
ou retirar peças de determinadas montagens.

Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de trabalho. Em


serviços de eletricidade, os alicates mais usuais são os seguintes:
• Alicate universal;
• Alicate de corte diagonal;
• Alicate de bico;
• Alicate decapador;
• Alicate gasista
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O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família dos alicates.
Os tipos existentes no mercado variam principalmente em relação ao acabamento e ao
formato da cabeça.

Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas pelo eletricista, pois
serve para prender, cortar ou dobrar condutores.

Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo, que permite
abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram suas mandíbulas. São
encontrados nos comprimentos de 150 mm, 165 mm, 175 mm, 190 mm, 200 mm,
210 mm e 215 mm.

O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores. É encontrado nos


comprimentos de 130 mm e 160 mm.

Alicate de bico redondo é utilizado para fazer olhal em condutores com diâmetros
diferentes, de acordo com o parafuso de fixação. É encontrado nos comprimentos de
130 mm e 160 mm.

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O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a isolação com
rapidez e sem danificar o condutor. Tem comprimento padronizado conforme o
diâmetro do condutor.

Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também chamado de
alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços não isolados e não
tem corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e especificamente buchas e
arruelas. É encontrado nos comprimentos de 160 mm, 200 mm e 250 mm.

Chave de fenda

A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual utilizada


para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou ranhura em suas
cabeças.

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Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço especial, com uma das
extremidades forjada em forma de cunha e outra, em forma de espiga prismática ou
cilíndrica estriada, encravada solidamente em um cabo.

O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com ranhuras longitudinais que
permitem uma boa empunhadura do operador e impedem que a ferramenta
escorregue da mão.

A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação cortante das
ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da haste deve apresentar
uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção quando a chave de fenda estiver
sendo utilizada.

Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda comuns de


boa qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos paralelos, próximo ao
topo.

A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da cunha na


fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou desapertado. Isso evita que
a fenda do parafuso fique danificada e protege o operador de acidentes devidos ao
escorregamento da ferramenta

Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos indicados para o uso
em trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são:
• Chave Philips;
• Chave tipo canhão.

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Chave Philips
A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade da haste,
oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que usam este tipo de
fenda.

Chave tipo canhão


A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento com dimensões
iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de chave serve para a
colocação de porcas.

Conservação e condições de uso


Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados especiais de
manuseio e armazenamento.

Para que a chave de fenda se mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir
os seguintes cuidados de manuseio:
• Não usar o cabo da chave como um martelo;
• Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;
• Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;
• Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave.

Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada em um lugar
firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar ferimentos na mão que estiver
segurando a peça.

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Exercícios

1. Responda às seguintes questões:


a. Quais são as ferramentas mais usada nas atividades da área eletroeletrônica?

b. Qual dos alicates estudados nesta lição serve para prender, cortar e dobrar
condutores?

c. Qual é a função do alicate bomba d’água?

2. Associe a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. alicate decapador ( ) Serve para cortar condutores.
b. alicate de bico ( ) Tem uma fenda no formato de cruz.
c. alicate de corte diagonal ( ) Decapa a isolação de condutores.
d. chave tipo canhão ( ) Serve para montar redes de eletrodutos.
e. chave Philips ( ) Faz olhal em condutores.
( ) Serve para colocação de porcas.

Créditos Unidades Escolares do SENAI-SP/2010


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes Conteúdo técnico avaliado por docentes das Unidades
Regina Célia Roland Novaes Escolares com critérios definidos pela Gerência de
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Educação do SENAI-SP em concordância com a Ditec
010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático
impresso.
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
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Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Ferramentas para
eletrodutos

Para executar seu trabalho, além dos materiais e acessórios para redes de eletrodutos,
o eletricista necessita também de ferramentas. Algumas delas serão estudadas neste
capítulo.

Ferramentas

Dentre as ferramentas que o eletricista pode usar em seu trabalho diário, podem ser
citadas a serra manual para cortar eletrodutos metálicos e as tarraxas para abrir
roscas nesses mesmos eletrodutos.

Serra manual
A serra manual é uma ferramenta composta de um arco de aço e uma lâmina de aço
rápido ou carbono dentada e temperada. Ela é usada para cortar ou abrir fendas em
materiais metálicos.

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A lâmina de serra, que pode ser alternada ou ondulada, possui um lado dentado com
trava, permitindo a execução de um corte com largura maior que a espessura da
lâmina.

Trava alternada

No comércio, são encontradas lâminas de serra com comprimentos de 8, 10 e 12


polegadas e 14, 18, 24 e 32 dentes por polegada.

Os dentes das lâminas de serra não têm sempre o mesmo tamanho. Esse tamanho
depende do passo, ou seja, do número de dentes, contidos em determinada distância
(25,4 mm ou 1”).

Peças finas, tais como chapas e tubos, devem ser serradas com serra de dentes finos,
ou seja, aquelas que têm maior quantidade de dentes por polegada. Por outro lado,
material muito macio ou blocos inteiriços podem ser serrados com serras de dentes
relativamente mais grossos, isto é, aquelas que têm menor quantidade de dentes por
polegada. Veja tabela a seguir.

Tamanho dos dentes Passo da lâmina Tipo de material Ilustração

Tubos, eletrodutos e
Dentes finos 32 dentes por polegada
chapas finas

Perfis de aço em T, L, U,
24 dentes por polegada
latão e cobre

Dentes grossos 18 dentes por polegada Aços resistentes

Material macio e grandes


14 dentes por polegada superfícies

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Utilização da serra manual
Para utilizar a serra manual, primeiramente seleciona-se a lâmina de acordo com o
material a ser serrado. Na montagem da lâmina no arco, deve-se observar o sentido
dos dentes que devem obedecer o avanço do corte.

Ao serrar, o ritmo de corte deve ser mantido em aproximadamente sessenta golpes por
minuto. A serra deve ser usada em todo o seu comprimento. Ao se aproximar do
término do corte, deve-se diminuir a velocidade e a pressão sobre a serra para evitar
acidentes.

Inicialmente, a lâmina de serra deve ser guiada com o dedo polegar, a fim de que seja
mantida ligeiramente inclinada para a frente.

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Tarraxa para eletroduto metálico rígido
A tarraxa para tubos é uma ferramenta destinada a fazer roscas nos eletrodutos
metálicos e plásticos.

É fabricada basicamente em dois tipos:


1. Tarraxa universal;
2. Tarraxa simples de cossinete ajustável.

Basicamente as tarraxas compõe-se das seguintes peças mostradas na ilustração a


seguir.

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A tarraxa universal, é assim chamada em virtude de permitir, com apenas dois jogos de
cossinetes, fazer roscas em qualquer tubo, cujo diâmetro esteja compreendido entre
1/2” e 2”.

Em virtude do sistema mecânico dessas tarraxas, é necessário que cada cossinete


tenha o seu lugar próprio, não sendo possível trocá-lo de posição. Para isso, eles são
numerados, bem como seus alojamentos no corpo da tarraxa.

Toda a vez que houver necessidade de montar cossinetes em tarraxa universal deve-
se verificar se o número gravado no cossinete corresponde ao gravado no corpo da
tarraxa, ao lado do alojamento de cada cossinete.

Com exceção da tarraxa universal, todos os outros tipos de tarraxa utilizam um jogo de
cossinetes para cada diâmetro de eletroduto a ser roscado.

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Utilização da tarraxa
Para a utilização desta tarraxa, deve-se escolher a guia de acordo com o diâmetro do
eletroduto, prendendo-a firmemente com o parafuso de fixação.

O par de cossinetes deve ser montado com a parte escareada para dentro, e os
parafusos devem ser ligeiramente apertados.

As marcas contidas nos cossinetes e na tarraxa são referências para dar simetria à
abertura.

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22 CT016-10
Os cossinetes devem ser fixados de forma que o eletroduto fique preso na altura da
metade dos filetes da rosca de corte.

Ao se fazer a rosca, deve-se manter um movimento de vaivém, avançando 1/2 volta e


retornando 1/4 de volta. Então, os cossinetes são novamente apertados dando um
novo passo.

Esse procedimento deve ser repetido até que o comprimento necessário de rosca seja
atingido.

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Tarraxa para eletroduto de plástico rígido
A montagem desta tarraxa é bem mais simples, pois o guia e o cossinete são
encaixados e fixados com parafusos.

A tarraxa é movimentada no sentido horário. Esse movimento força a ferramenta para


dentro do tubo para formar os sulcos iniciais.

A cada meia volta de avanço no sentido horário, deve-se voltar duas vezes no sentido
anti-horário.

Exercícios

1. Responda às questões abaixo.


a. Qual é o cuidado a ser tomado quando se prende a lâmina de serra no arco?

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b. Quais são as peças que compõem uma tarraxa para eletroduto metálico?

c. O que é passo da lâmina?

d. Qual é o passo da lâmina a ser usado para serrar eletrodutos e tubos?

e. Por que a tarraxa universal tem essa denominação?

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Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
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26 CT016-10
Avaliado pelas Unidades Escolares
do SENAI-SP/2010

Utensílios para eletricistas

Para executar seu trabalho, muitas vezes o eletricista precisa, além de ferramentas
como alicates e chaves, de equipamentos adicionais que o auxiliem na execução de
determinadas tarefas.

Neste capítulo, serão apresentados três utensílios que ajudam o eletricista em seu
trabalho. Serão mostradas também as formas corretas de sua utilização.

Escadas

A escada é um equipamento utilizado pelo eletricista para que possa realizar trabalhos
em diferentes alturas. Elas são encontradas basicamente em três modelos diferentes:
• Escada simples;
• Escada dupla;
• Escada com apoio.

A escada simples é constituída basicamente por degraus e pernas. Esse tipo de


escada só pode ser usado em locais que ofereçam apoio a sua parte superior, como
por exemplo paredes.

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CT016-10 27
O apoio contra as paredes deve ter uma inclinação tal, que os pés fiquem distantes da
parede aproximadamente ¼ do comprimento “L”.

Antes de subir na escada, é necessário certificar-se de que os pés da escada estejam


firmemente apoiados ao chão. Se o piso for escorregadio, use um tapete de
borracha no apoio dos pés da escada.

Ao utilizar essa escada, deve-se solicitar o auxílio de outra pessoa para segurá-la
firmemente antes da subida. Se possível, o último degrau deve ser amarrado no ponto
de apoio para que a escada não escorregue de lado.

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As escadas dupla e com apoio são semelhantes na forma construtiva, diferindo
apenas na utilização. A escada dupla permite a subida de duas pessoas, enquanto que
a escada com apoio permite a subida de somente uma.

Esses tipos de escada não precisam ser apoiadas em paredes, porque possuem dois
lados que se abrem com o auxílio de uma dobradiça. Além disso, um braço articulado
mantém a escada na posição aberta.

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Cinto porta-ferramentas

Esse cinto é um equipamento de segurança usado não só para proteger o eletricista


contra quedas, mas também para transportar as ferramentas de forma prática e
organizada, uma vez que, para evitar acidentes nunca se deve carregar ferramentas no
bolso.

O cinto deve ser colocado na cintura com as ferramentas encaixadas nos espaços
separados para cada uma; alicates, chaves de fendas e canivete.

Guia de náilon

O guia de náilon é utilizado para facilitar a passagem dos condutores nos eletrodutos.

Na ponta desse utensílio existe uma mola com uma esfera para guiar a haste de náilon
através das curvas.

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Na outra extremidade do guia, a fixação dos condutores é feita por meio do olhal
metálico, conforme ilustração a seguir.

Após feitas as amarrações, e antes de introduzir o guia através do eletroduto, estas


devem ser isoladas com fita isolante. As amarrações devem receber uma camada de
vaselina ou talco industrial, fabricados para esse fim, à medida que o guia e as fiações
forem sendo introduzidas. Isto é feito para facilitar a passagem dos condutores pelos
eletrodutos.

Exercícios

1. Responda às questões a seguir:


a. Quais são os modelos de escadas existentes?

b. O que deve ser feito quando se utiliza uma escada simples em pisos
escorregadios?

c. Qual é a diferença entre a escada simples e a dupla?

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CT016-10 31
d. Qual é a função do cinto porta-ferramentas?

e. Quando a guia de náilon deve ser usada?

Créditos Unidades Escolares do SENAI-SP/2010


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes Conteúdo técnico avaliado por docentes das Unidades
Regina Célia Roland Novaes Escolares com critérios definidos pela Gerência de
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Educação do SENAI-SP em concordância com a Ditec
010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático
impresso.
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
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32 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Normas técnicas

Se observarmos a natureza, será possível perceber que existem, no ambiente em que


vivemos, elementos que se repetem. Exemplos disso são os movimentos dos astros,
os formatos das folhas, a estrutura cristalina de determinadas substâncias.

Seguindo essa tendência natural, quando o ser humano começou a viver em


comunidade, precisou usar normas de convivência, de linguagem, de padrões de
comportamento.

Conforme foi descobrindo ou inventando armas, ferramentas, objetos de uso


doméstico, o homem percebeu também as vantagens de usar normas e procedimentos
uniformizados.

Isso se tornou ainda mais necessário quando a Revolução Industrial, que começou no
fim do século XVIII, fez surgir a produção em massa, ou seja, a fabricação de um
mesmo produto em grandes quantidades. Para racionalizar custos de produção e
facilitar o uso e manutenção dos produtos fabricados, começaram a surgir critérios de
padronização que reduziram a variedade de tamanhos e formatos das peças,
diminuindo a quantidade de itens de estoque e facilitando a vida do consumidor.

O que é normalização?

A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é do que
um conjunto de critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos,
engenheiros, fabricantes, consumidores e instituições, para padronizar produtos,
simplificar processos produtivos e garantir um produto confiável que atenda às
necessidades de seu usuário.

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Do processo de normalização surgem as normas que são documentos que contêm
informações técnicas para uso de fabricantes e consumidores. Elas são elaboradas a
partir da experiência acumulada na indústria e no uso, e a partir dos avanços
tecnológicos que vão sendo incorporados à criação e fabricação de novos produtos.

O processo de normalização que se iniciou por volta de 1900 e se estendeu até os


anos 80, concentrou seus esforços na criação de normas que visavam à especificação
e à definição de produtos industriais, agrícolas e outros. Nesse período, a maior
atenção da normalização esteve voltada para a padronização de peças usadas na
construção de máquinas e de equipamentos.

Atualmente as normas englobam questões relativas a terminologias, glossários de


termos técnicos, símbolos e regulamentos de segurança entre outros. Por causa disso,
os objetivos atuais da normalização referem-se à:
• Simplificação, ou seja, à limitação e redução da fabricação de variedades
desnecessárias de um produto;
• Comunicação, ou seja, ao estabelecimento de linguagens comuns que facilitem o
processo de comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores;
• Economia global, isto é, à criação de normas técnicas internacionais que
permitam o comércio de produtos entre países;
• Segurança, quer dizer, à proteção da saúde e da vida humana;
• Proteção dos direitos do consumidor, isto é, à garantia da qualidade do produto.

Normas técnicas brasileiras

O atual modelo brasileiro de normalização foi implantado a partir de 1992 e tem o


objetivo de descentralizar e agilizar a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram
criados o Comitê Nacional de Normalização (CNN) e o Organismo de
Normalização Setorial (ONS).

O CNN tem a função de estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada
ONS tem como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores.
Para que os ONS passem a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se
credenciar e ser supervisionados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT).

A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos e a ela compete coordenar,
orientar e supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como
elaborar, editar e registrar as referidas normas (NBR).

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34 CT016-10
Para que os produtos brasileiros sejam aceitos nos mercados internacionais, as
normas da ABNT devem ser elaboradas, de preferência, seguindo diretrizes e
instruções de associações internacionais de normalização como a ISO (International
Standard Organization), com sede em Genebra, na Suíça, e que significa Organização
Internacional de Normas) e a IEC (International Eletrotechnical Commission, que quer
dizer, Comissão Internacional de Eletrotécnica) utilizando a forma e o conteúdo das
normas internacionais, acrescentando-lhes, quando necessário, as particularidades do
mercado nacional.

A ABNT é responsável pela elaboração dos seguintes tipos de normas:


• Normas de procedimento que fornecem orientações sobre a maneira correta de
empregar materiais e produtos, executar cálculos e projetos, instalar máquinas e
equipamentos, realizar controle de produtos;
• Normas de especificação que fixam padrões mínimos de qualidade para os
produtos;
• Normas de padronização que fixam formas, dimensões e tipos de produtos
usados na construção de máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos;
• Normas de terminologia que definem, com precisão, os termos técnicos aplicados
a materiais, máquinas, peças e outros artigos;
• Normas de classificação que ordenam, distribuem ou subdividem conceitos ou
objetos, bem como estabelecem critérios de classificação a serem adotados;
• Normas de métodos de ensaio que determinam a maneira de se verificar a
qualidade das matérias-primas e dos produtos manufaturados;
• Normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos,
grandezas, sistemas ou partes de sistemas, com a finalidade de representar
esquemas de montagem, circuitos, componentes de circuitos, fluxogramas etc.

Observação
A simbologia facilita a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos
normalizados, cada fabricante teria que escrever extensos manuais para informar as
características dos equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas
de seus produtos.

Normas para eletricidade/eletrônica

Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de eletricidade, ela é
discutida inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de Eletricidade.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 35
O COBEI tem diversas comissões de estudos formada por técnicos que se dedicam a
cada um dos assuntos específicos, que fazem parte de uma norma. Estes
profissionais, muitas vezes partem de um documento básico sobre o tema a ser
normatizado, produzido pelo IEC. Como este documento é feito por uma comissão
internacional, ele precisa, como já foi dito, ser adaptado para ser aplicado no Brasil.

Feitos os estudos, tem-se um projeto de norma que recebe um número da ABNT, é


votado por seus sócios e retorna à comissão técnica que pode aceitar ou não as
alterações propostas na votação. Se aprovado, transforma-se em norma ABNT que,
em seguida é encaminhada ao INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial (órgão federal ligado ao Ministério da Justiça),
onde receberá uma classificação e será registrada.

Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a torna obrigatória, uma NBR2, obrigatória
para órgãos públicos e chamada de referendada, ou uma NBR3, chamada de
registrada e que pode ou não ser seguida.

O organograma simplificado da ABNT, mostrado a seguir, representa o trajeto seguido


por uma norma até que ela seja aprovada.

Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve ocorrer
em intervalos de cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que
algumas normas sejam revistas em intervalos menores de tempo.

SENAI-SP – INTRANET
36 CT016-10
O consumidor e a norma

No relacionamento fabricante-consumidor, o consumidor é a parte que mais se


beneficia com produtos fabricados segundo normas oficiais, pois quanto maior o
número de normas implantadas para se fabricar um produto qualquer, maior a
qualidade do produto e, portanto, maior é a confiança do consumidor.

Além disso, fabricar produtos segundo normas aceitas internacionalmente é um fator


muito importante para a colocação desses produtos no mercado externo.

Se as normas já eram importantes, com o código de defesa do consumidor as


normas técnicas da ABNT estão assumindo um papel ainda mais importante, já que se
tornaram verdadeiras referências sobre qualidade e produto.

A ABNT é aberta à população e é possível associar-se a ela e receber normas


atualizadas. Mesmo não sendo sócio, qualquer cidadão pode fazer consultas ou
adquirir normas no seguinte endereço:

Rua Marquês de Itu, 88 - 4o andar


São Paulo - CEP 01223-000
Tel.: (011) 222-0966
e-mail: http://www.abnt.org.br

Exercícios

1. Assinale a alternativa correta:


a. As organizações ISO e IEC elaboram normas:
1. ( ) nacionais, para uso restrito em alguns países.
2. ( ) para setores específicos do setor produtivo.
3. ( ) internacionais, para uso comum de vários países.
4. ( ) para uso interno de algumas empresas.

b. As mais importantes associações internacionais responsáveis pela elaboração


de normas válidas para diversos países são:
1. ( ) ISO, ABNT.
2. ( ) ISO, IEC.
3. ( ) IEC, ABNT.
4. ( ) ABNT, DIN.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 37
c. Faça a analogia entre a descrição e o respectivo objetivo da normalização,
numerando a coluna da direita de acordo com a da esquerda. Atenção! Um dos
parênteses ficará vazio!

1. Reduzir variedades de dimensões e ( ) economia global


padrões, definir terminologia comum e
coerente para facilitar a fabricação e o uso ( ) segurança
dos produtos.
2. Padronizar termos técnicos, criando uma ( ) interesse do consumidor
linguagem comum para facilitar a relação
entre fabricantes, fornecedores e ( ) diversificação
consumidores.
3. Obter produtos com qualidade, custo ( ) simplificação
reduzido, menor índice de refugo, menor
quantidade de itens de estoque. ( ) comunicação
4. Proteger a saúde, a vida humana e o bem-
estar da sociedade.
5. Garantir satisfação com a qualidade e
eficiência do produto.

2. Responda às seguintes perguntas:


a. Qual é o nome da organização responsável pela elaboração das normas
técnicas no Brasil?

b. Quantos e quais são os tipos de normas que esse órgão elabora?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
38 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Condutores elétricos

Nas lições anteriores, você aprendeu que para a eletricidade poder ser utilizada,
precisa da existência de um circuito por onde possa circular a corrente elétrica.

Você estudou, também, que o circuito elétrico mais simples é composto por três
componentes: a fonte geradora, a carga e o condutor.

Nesta lição, vão ser estudados os diferentes tipos de condutores que podem ser
usados nos mais variados tipos de instalações elétricas.

Para obter sucesso no estudo dos condutores, é necessário ter conhecimentos


anteriores sobre materiais condutores.

Materiais para a fabricação de condutores

Como já foi estudado, condutor é o componente do circuito que conduz a corrente


elétrica. Ele é tão mais eficaz quanto maior for sua capacidade de facilitar a passagem
da corrente.

Por causa disso, os condutores elétricos são fabricados com materiais cuja formação
atômica facilita a ocorrência de uma corrente elétrica, ou seja, materiais que conduzem
eletricidade com maior eficácia devido a sua condutibilidade.

Os materiais mais utilizados como condutores elétricos são o cobre e o alumínio.


Esses dois materiais apresentam vantagens e desvantagens em sua utilização.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 39
.

A tabela que segue apresenta em destaque os itens nos quais um material apresenta
vantagem sobre o outro.

Cobre Alumínio
Resistividade (0,017 Ω.mm2) / m Resistividade (0,028 Ω.mm2) / m
Boa resistência mecânica Baixa resistência mecânica
Soldagem das emendas com estanho Requer soldas especiais
Custo elevado Custo mais baixo
Densidade 8,9 kg/dm3 Densidade 2,7 kg/dm3

Comparando a resistividade do alumínio com a do cobre, verifica-se que a resistividade


do alumínio é 1,6 vezes maior que a do cobre. Portanto, para substituir um condutor de
alumínio por um de cobre, deve-se diminuir a seção deste em 1,6 vezes com relação
ao condutor de alumínio, para que este conduza a mesma corrente nas mesmas
condições.

Em instalações residenciais, comerciais e industriais, o condutor de cobre é o mais


utilizado. O condutor de alumínio é mais empregado em linhas de transmissão de
eletricidade devido a sua menor densidade e, consequentemente menor peso. Isso é
um fator de economia, pois as torres de sustentação podem ser menos reforçadas.

Tipos de condutores
O condutor pode ser constituído de um ou vários fios. Quando é constituído por apenas
um fio é denominado de fio rígido. Quando é constituído por vários fios, é chamado de
cabo.

O cabo é mais flexível que um fio de mesma seção. Assim, quando se necessita de um
condutor com seção transversal superior a 10 mm2 é quase que obrigatório o uso do
cabo devido a sua flexibilidade, uma vez que o fio a partir desta seção é de difícil
manuseio.

SENAI-SP – INTRANET
40 CT016-10
.

O cabo pode ser formado por um condutor (cabo simples ou singelo) ou vários
condutores (múltiplo).

Isolação
Para proteção do condutor é utilizado uma capa de material isolante denominado
isolação, com determinadas propriedades destinadas a isolá-los entre si.

A isolação deve suportar a diferença de potencial entre os condutores e terra, e


proteger o condutor de choques mecânicos, umidade e corrosivos. Alguns condutores
são fabricados com duas camadas de materiais diferentes, porém completamente
aderidas entre si.

A camada interna é constituída por um composto com propriedades elétricas


superiores, sendo que a externa é constituída por um material com características
mecânicas excelentes.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 41
.

A isolação suporta temperaturas elevadas, de acordo com o material que é utilizado na


sua fabricação. Veja tabela a seguir.

Temperatura máxima Temperatura limite de Temperatura limite


Tipo de isolação para serviço contínuo sobrecarga de curto-circuito
(condutor ºC) (condutor ºC) (condutor ºC)
Cloreto de polivilina
70 100 160
(PVC)
Borracha etileno-
90 130 250
propileno (EPR)
Polietileno reticulado
90 130 250
(XLPE)

Normalização

No Brasil, até 1982, os condutores elétricos eram fabricados de acordo com a escala
AWG/MCM. A partir daquele ano, de acordo com o plano de metrificação do Instituto
Nacional de Metrologia, foi implantado a série métrica conforme as normas da IEC.

Como consequência, a NBR 5410 inclui duas novas características nas especificações
dos fios e cabos: nova escala de seções padronizadas em mm2 e emprego de
materiais isolantes com nova temperatura-limite, aumentando de 60ºC para 70ºC. Com
isso, houve um aumento da densidade de corrente (ampères por mm2) uma vez que o
emprego de materiais isolantes com maior temperatura-limite possibilita este aumento.

Outra vantagem dessa mudança é que as seções são dadas em números redondos,
ou seja, com menor número de casas decimais em relação ao sistema AWG / MCM.

A tabela que segue mostra o limite de condução de corrente elétrica pelos condutores,
no sistema métrico, a capacidade de condução de corrente para cabos isolados até 3
condutores carregados, e maneiras de instalar nºs. 1, 2, 3, 5 e 6 da norma NBR 5410.

PVC/70oC - NBR- 6148 ABNT


Série Métrica (mm2) Ampéres Série Métrica (mm2) Ampéres
1,5 15,5 70 171
2,5 21 95 207
4 28 120 239
6 36 150 272
10 50 185 310
16 66 240 364
25 89 300 419
35 111 400 502
50 134 500 578

SENAI-SP – INTRANET
42 CT016-10
.

As normas da ABNT aplicáveis a fios e cabos são:


• NBR-6880 para condutores de cobre para cabos isolados;
• NBR-6148 para fios e cabos com isolação sólida extrudada de cloreto de polivinila
para tensões até 750 V-especificações.

Exercícios

1. Responda às questões abaixo:


a. Cite duas principais vantagens que o cobre oferece em relação ao alumínio.

b. Qual é a diferença entre fio rígido e cabo nos aspectos construtivos e de


utilização?

c. Quais foram as principais vantagens da mudança da escala AWG para a série


métrica?

2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. Cabo singelo ( ) 70º
( ) Prolongamento
b. Cabo múltiplo
( ) 90º
c. Isolação PVC
( ) Condutor único
d. Isolação EPR ( ) Vários condutores

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 43
.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
44 CT016-10
Avaliado pelas Unidades Escolares
do SENAI-SP/2010

Técnicas de conexão de
condutores elétricos

Quando é necessário unir as extremidades de condutores de modo a assegurar


resistência mecânica adequada e um contato elétrico perfeito, usam-se emendas e
derivações.

As técnicas para realizar esses tipos de conexão entre condutores elétricos são o
assunto deste capítulo.

Emendas e derivações

Os tipos de emendas mais empregados são:


• Emendas em linhas abertas;
• Emendas em caixas de ligação;
• Emendas com fios grossos.

As emendas feitas em linhas abertas são feitas enrolando-se a extremidade do


condutor à ponta do outro e vice-versa. Este tipo de emenda é denominado de
prolongamento.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 45
Para se executar este tipo de emenda, os condutores a serem unidos devem ser
desencapados em aproximadamente 50 vezes seu diâmetro.

O fio sem isolação deve ser cruzado, e as primeiras espiras enroladas com os dedos.

Então, prossegue-se com o alicate universal, dando o aperto final com dois alicates.

SENAI-SP – INTRANET
46 CT016-10
As emendas de condutores em caixas de ligações são denominadas rabo de rato.
Para esse tipo de emenda, os condutores são desencapados da mesma forma e
comprimento do processo anterior. Os fios devem estar fora da caixa e a emenda deve
ser iniciada torcendo-se os condutores com os dedos.

O aperto final deve ser dado com o alicate.

Dobrando-se a emenda no meio, faz-se o travamento.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 47
Quando é necessário derivar um condutor em uma rede elétrica, independente do tipo
de ligação, usa-se a derivação.

O condutor a ser derivado deve ser desencapado num comprimento de


aproximadamente 50 vezes seu diâmetro. A região do outro condutor onde se efetuará
a emenda deve ser desencapada num comprimento aproximado de 10 vezes o seu
diâmetro.

Deve-se cruzar o condutor em um ângulo de 90º em relação ao condutor principal,


segurando-os com o alicate universal.

SENAI-SP – INTRANET
48 CT016-10
O condutor derivado deve ser enrolado com os dedos sobre o principal mantendo-se
as espiras uma ao lado da outra, e um mínimo de 6 espiras.

Utilizando dois alicates, dá-se o aperto final e o arremate.

Em virtude da resistência que os condutores oferecem na torção das pontas, em


condutores com seção igual ou superior a 10 mm2 outro processo de emenda é
utilizado. Isso exige técnica especial de junções, a fim de assegurar uma ligação
mecânica forte, além do bom contato elétrico.

Emendas de fios grossos


Em relação às emendas de fios grossos, observa-se a regra geral de que as
emendas só podem ser executadas com auxílio de conectores. A tabela a seguir
resume informações sobre esse tipo de emenda.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 49
Tipo de emenda Aplicação Ilustração
fio amarrilho
Instalações interiores. O fio
Emendas com fio
utilizado como amarrilho deve ser
amarrilho
de 1 mm2 .

Emendas em
prolongamento e em Instalações externas
derivação

Condutor encordoado
Emenda entrelaçada de uso geral.
(cabo)

cobre

Prolongamento ou derivações em
Emenda com conector
fios singelos ou cabos. inibidor

alumínio

Emenda por soldagem


Outra forma de emendar fios grossos é pela emenda por soldagem que apresenta um
bom contato elétrico e boa resistência mecânica. Ela é executada com o auxílio de um
metal de adição formado por uma liga de estanho e chumbo.

Para executar a emenda por soldagem, o ferro de soldar deve estar com a ponta limpa,
quente, e com uma certa quantidade de metal de adição derretido.

SENAI-SP – INTRANET
50 CT016-10
O ferro deve ser o apoio da emenda, e o metal de adição deve estar apoiado na parte
superior da emenda, até que a solda fundida preencha todos espaços entre as espiras
e cubra totalmente a emenda.

Conectores especiais

A conexão de condutores pode também ser feita por meio de conectores especiais,
denominados bornes ou conectores bornes, que unem fios ou cabos por meio de
parafusos.

Outra forma de conexão de condutores a equipamentos é o olhal, feito com um alicate


de bico. É importante observar o sentido de aperto do parafuso ao se conectar o fio no
equipamento para que o olhal não se abra.

Isolação de emendas e derivações

Toda emenda e derivação deve ser protegida por uma isolação restabelecendo as
condições de isolação dos condutores. Essa isolação é feita por meio da fita isolante.

A fita isolante é fabricada com materiais plásticos e borracha. É apresentada


comercialmente em rolos com diferentes comprimentos e larguras adequadas a cada
tipos de condutor que se queira isolar.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 51
Independente do tipo de emenda ou derivação, esta deve ser isolada com, no mínimo,
duas camadas de fita sem que ela seja cortada, procurando deixá-la bem esticada e
com a mesma espessura do isolamento do condutor.

Créditos Unidades Escolares do SENAI-SP/2010


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes Conteúdo técnico avaliado por docentes das Unidades
Regina Célia Roland Novaes Escolares com critérios definidos pela Gerência de
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Educação do SENAI-SP em concordância com a Ditec
010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático
impresso.
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
52 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Eletrodutos

Para executar seu trabalho, além de conhecimentos teóricos consistentes, o


profissional da área eletroeletrônica tem necessariamente que conhecer muito bem os
materiais, as ferramentas e os equipamentos de que dispõe para executar as tarefas
características de sua profissão.

Neste capítulo, iniciaremos o estudo de alguns desses materiais.

Eletroduto

Eletrodutos são tubos de metal ou plástico, rígidos ou flexíveis, utilizados com a


finalidade de proteger os condutores contra umidade, ácidos ou choques mecânicos.

Podem ser classificados em:


• Eletroduto rígido de aço-carbono;
• Eletroduto rígido de pvc;
• Eletroduto metálico flexível;
• Eletroduto de pvc flexível.

Eletrodutos rígidos de aço


Os eletrodutos rígidos de aço são tubos de aço com ou sem costura longitudinal
(solda), com diâmetros e espessuras de paredes diferenciados, e com acabamento de
superfície externo e/ou interno, que pode ser brunido, decapado, fosfatizado,
galvanizado, pintado, polido, revestido ou trefilado. São usados normalmente em
instalações expostas.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 53
Comercialmente são adquiridos em barras de 3 metros, cujas extremidades são
roscadas e providas de uma luva.

3m

Os eletrodutos rígidos de aço são especificados de acordo com as normas NBR 5597,
5598, 5624 e 13057. Apresentam variação de diâmetro e espessura de parede
conforme a tabela a seguir.

Diâmetro Designação da Espessura de parede (mm)


Nominal rosca NBR NBR NBR NBR
(mm) (polegada) 5597 5598 5624 13057
10 3/8 2,00 2,00 1,50 1,50
15 1/2 2,25 2,25 1,50 1,50
20 3/4 2,25 2,25 1,50 1,50
25 1 2,65 2,65 1,50 1,50
32 11/4 3,00 3,00 2,00 2,00
40 11/2 3,00 3,00 2,25 2,25
50 2 3,35 3,35 2,25 2,25
65 21/2 3,75 3,75 2,65 2,65
80 3 3,75 3,75 2,65 2,65
90 31/2 4,25 4,25 2,65 2,65
100 4 4,25 4,25 2,65 2,65
125 5 5,00 5,00 - -
150 6 5,30 5,30 - -

As diferenças entre as normas citadas está no acabamento, no tipo de rosca (BSP ou


NPT) e na presença ou ausência de costura no eletroduto.

SENAI-SP – INTRANET
54 CT016-10
Observações
• A designação do diâmetro do eletroduto deve ser feita pelo diâmetro nominal e
não pela designação da rosca;
• No comércio, são encontrados eletrodutos de má qualidade que não atendem às
normas. Os comerciantes chamam esses materiais de eletrodutos leves, médios
ou pesados. Esse material e essas denominações não devem ser usados.

Para a fixação dos eletrodutos em instalações aparentes são utilizadas abraçadeiras


apropriadas para cada ocasião, e que são encontradas em catálogos de fabricantes.

Os eletrodutos metálicos não devem ser utilizados em ambientes corrosivos ou com


excessiva umidade. Além disso, eles devem ser curvados a frio, pois o calor destrói
sua proteção de esmalte, o que causará a posterior oxidação do eletroduto.

Dobramento de eletrodutos

Em alguns casos, é necessário dobrar eletrodutos de aço. Isso é feito para adaptá-los
ao traçado de uma instalação, quando se deseja que uma rede de eletrodutos
transponha um obstáculo, acompanhe uma superfície com uma eventual curvatura ou
mesmo por falta de uma curva pré-fabricada.

Para dobrar o eletroduto, é necessário que antes se prepare um gabarito de arame de


acordo com as curvas a serem feitas.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 55
As partes que serão curvadas devem ser marcadas no eletroduto conforme a figura a
seguir.

Para executar o dobramento, apoia-se o eletroduto no chão. O dobra-tubos é então


seguro com as mãos, e o operador prende o eletroduto com os pés. O cabo do dobra-
tubos é puxado aos poucos e o eletroduto é dobrado conforme a inclinação da curva
desejada.

Durante essa operação, não se pode esquecer de comparar o eletroduto com


o gabarito preparado anteriormente.

Para executar essa operação, pode-se usar, também, o tripé do tipo dobra-tubos.

Com esse equipamento, porém, o tripé fica fixo e é o eletroduto que é movimentado.

Eletroduto rígido de PVC


Estes eletrodutos são fabricados com derivados de petróleo, sendo isolantes elétricos,
não sofrem corrosão nem são atacados por ácidos.

SENAI-SP – INTRANET
56 CT016-10
São fabricados em barras de 3 metros, tendo também seus extremos roscados e seus
diâmetros e espessura de parede são determinados pela NBR 6150, conforme tabela
que segue.

Diâmetro Classe A Classe B


Referência da rosca
nominal Espessura de parede Espessura de parede
(polegada)
(mm) (mm) (mm)
16 3/8 1,5 1,0
20 1/2 1,5 1,0
25 3/4 1,7 1,0
32 1 2,1 1,0
40 1 1/4 2,4 1,0
50 1½ 3,0 1,1
60 2 3,3 1,3
75 2 1/2 4,2 1,5
85 3 4,7 1,8

Os eletrodutos rígidos de PVC, são normalmente utilizados em instalações embutidas,


ou instalações externas em ambientes úmidos. Porém, não devem ser utilizados em
ambientes onde a temperatura seja superior a 50oC.

Para utilização em desvios da instalação, são fabricadas curvas de 90o.

Em alguns casos é necessário curvar o eletroduto em ângulos, para adaptá-lo ao


traçado de uma instalação, quando este encontre um obstáculo ou acompanhe uma
superfície com uma curvatura especial.

A mesma coisa pode ocorrer em alguns casos, quando se empregam os eletrodutos


rígidos de PVC. Para isso, é necessário ter uma fonte de calor e uma mola de aço com
diâmetro compatível com a medida do diâmetro interno do eletroduto.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 57
Para curvar o eletroduto de PVC, primeiro deve-se marcar a zona a ser curvada com
dois traços. Depois disso, seleciona-se a mola correspondente ao eletroduto,
introduzindo-a de maneira que coincida com a zona a ser curvada.

A zona a ser curvada, deve ser aquecida, girando-se e deslocando-se o eletroduto em


um e outro sentido, sobre uma fonte de calor suave, para que o plástico amoleça. A
fonte de calor pode ser um fogareiro elétrico, um soprador térmico, ou mesmo uma
chama.

Quando se percebe que o material está cedendo, começa-se a curvá-lo lentamente.


Deve-se evitar queimar ou amolecer demasiado o plástico.

Continua-se dobrando o eletroduto até obter a forma desejada, controlando com o


gabarito correspondente, ou sobrepondo-o ao traçado. Quando o curvamento estiver
de acordo com o gabarito, a zona curvada deve ser imediatamente resfriada com um
pano umedecido ou submergindo-a em um recipiente com água fria.

SENAI-SP – INTRANET
58 CT016-10
Eletroduto metálico flexível
Este eletroduto é formado por uma cinta de aço galvanizada, enrolada em espirais
meio sobrepostas e encaixadas de tal forma que o conjunto proporcione boa
resistência mecânica e grande flexibilidade. Esse produto também é fabricado com um
revestimento de plástico a fim de proporcionar maior resistência e durabilidade.

São utilizados em instalações expostas de máquinas e motores elétricos.

Este eletroduto é comercializado em rolos de 100 metros, que contêm a indicação do


diâmetro externo.

Eletrodutos de PVC flexível


Existem eletrodutos flexíveis de material plástico, utilizados somente em instalações
embutidas. Como não existe uma norma da ABNT a respeito desse tipo de eletroduto,
para sua correta especificação e utilização, deve-se utilizar da norma IEC 614.

No comércio, os eletrodutos flexíveis de PVC são adquiridos em rolos de 50 ou 100


metros.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 59
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.

SENAI-SP – INTRANET
60 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Acessórios para eletrodutos

No capítulo anterior, foram estudados os diversos tipos de eletrodutos que um


eletricista pode usar nas mais variadas situações de instalação.

No entanto, para fixá-los, são necessários alguns materiais acessórios. Esses


materiais serão estudados neste capítulo.

Acessórios

Acessórios são materiais que complementam as instalações de rede de eletrodutos.


Eles são de diversos tipos, a fim de se adaptarem a cada necessidade. Os acessórios
mais utilizados são:
• Buchas e arruelas;
• Conectores;
• Conduletes.

Buchas e arruelas
As conexões de tubos roscados às caixas de passagem são feitas por meio de buchas
e arruelas, que são indispensáveis para a proteção da isolação dos condutores. Elas
são fabricadas em alumínio, latão ou plástico.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 61
Conectores
O conector é um acessório que conecta um eletroduto a uma caixa ou condulete. Eles
podem ser fixados sem a necessidade de roscar a extremidade do eletroduto. São
fabricados em alumínio fundido, e fixados nas caixas com uma bucha.

Para fixá-los, introduz-se o tubo no conector, prendendo-o com um parafuso fixador, ou


com um sistema de braçadeira.

Estes conectores são utilizados também para a fixação de eletrodutos metálicos


flexíveis.

Condulete
O condulete é uma peça empregada em rede exposta de eletrodutos. Ele é usado
como caixa de passagem, de ligações e ainda para evitar curvas nos eletrodutos.

Ele é formado pelas seguintes partes:

1. Corpo de liga de alumínio fundido de alta


resistência mecânica;
2. Tampa estampada de alumínio;
3. Parafusos de fixação da tampa;
4. Entradas roscadas ou de encaixe com
parafuso de fixação;
5. Encosto arredondado para proteção do
isolamento dos fios;
6. Junta de borracha;
7. Identificação da bitola, estampada no corpo.

SENAI-SP – INTRANET
62 CT016-10
Os conduletes podem ser encontrados nos tipos simples, duplos, triplos e quádruplos.
Todos eles possuem tampas intercambiáveis que permitem inúmeras combinações de
tomadas, interruptores, botões de comandos e lâmpadas-piloto encontrados nos
catálogos do fabricante. Esses acessórios são apresentados conforme as figuras
abaixo.

Quanto à entrada, os conduletes são denominados de: C, T, LB, LR, LL, TB, e E, e
atendem em sua forma construtiva às necessidades de qualquer instalação. Veja
exemplos a seguir:

Para especificar corretamente esse acessório, é importante consultar catálogos de


fabricantes.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 63
Observação
As letras que definem o tipo do condulete, provêm do inglês. Assim, temos:
• E de end, que quer dizer fim;
• C de continuation, que significa continuação;
• B de back, que significa parte de trás;
• L de left, que quer dizer esquerdo;
• R de right, que significa direito.

Exercícios

1. Responda às seguintes questões:


a. O que são acessórios de uma tubulação, e quais são os mais usados?

b. O que são conduletes, e como são utilizados em uma instalação?

c. O que define a letra R em um condulete tipo LR? Explique.

d. Qual é a função da bucha em uma rede de eletrodutos?

e. Quais tipos de materiais são usados na fabricação de buchas e arruelas?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
64 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Proteção contra os perigos


da energia elétrica

Muitas vezes subestimamos os perigos da energia elétrica, por não ser um perigo
visível ou apalpável como ocorre em mecânica, por exemplo.

Mas uma simples troca de lâmpada pode ser fatal se não forem observados alguns
aspectos importantes com relação à segurança.

Neste capítulo serão abordados assuntos que devem ser encarados com muita
seriedade, pois, sua vida é mais importante que qualquer outra coisa, inclusive seu
trabalho.

Efeitos da corrente elétrica no corpo humano

Partindo do princípio de que tudo é formado por átomos, e corrente elétrica é o


movimento dos elétrons de um átomo a outro, o corpo humano é então um condutor
de eletricidade.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 65
A passagem da corrente elétrica pelo corpo humano pode ser perigosa dependendo da
sua intensidade, do caminho por onde ela circula e do tipo de corrente elétrica. Assim,
uma pessoa suporta, durante um curto período de tempo, uma corrente de até 40 mA.

Vejamos por quê


Com as mãos úmidas, a resistência total de um corpo humano é de aproximadamente
1.300 Ω. Aplicando a Lei de Ohm (V = R . I), vamos nos lembrar de que para uma
corrente de 40 mA circular em uma resistência de 1.300 Ω, é necessária apenas uma
tensão elétrica de: V = 1.300 . 0,04 = 52, ou seja, 52 V.

Por causa disso, em nível internacional, tensões superiores a 50 V são consideradas


perigosas.

Através da tabela que segue, é possível observar em valores de correntes, o que pode
ocorrer com uma pessoa quando submetida à passagem de uma corrente elétrica. É
claro que cada ser humano tem valores resistivos diferentes e esses valores variam de
acordo com o metabolismo, a presença ou não de umidade, e o trajeto que a corrente
faz através dos membros da pessoa.

Corrente em ampères Efeito


0,005 a 0,01 A Pequenos estímulos nervosos.
0,01 a 0,025 A Contrações musculares.
Aumento da pressão sangüínea, transtornos cardíacos e
0,025 a 0,08 A
respiratórios, desmaios.
Corrente alternada pode provocar a morte por contrações rápidas
0,08 a 5 A
do coração (fibrilação).
acima de 5 A Queimaduras na pele e nos músculos.

Veja na ilustração a seguir, o que pode ocorrer em alguns dos órgãos do corpo
humano, quando atravessado por uma corrente, entrando pela mão e saindo pelos pés
de uma pessoa descalça sobre um chão molhado.

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66 CT016-10
1. Cérebro: detenção da circulação sanguínea;
2. Músculo: paralisação do músculo; saída de um órgão ou parte dele;
3. Pulmões: acúmulo anormal de líquido; aumento de pressão;
4. Coração: infarto; aumento do número de contrações e perda da capacidade de
bombear sangue;
5. Diafragma: parada respiratória; tetanização;
6. Rim: insuficiência renal; incontinência de urina;
7. Embrião (feto): tetanização; aumento do número de contrações no coração e
perda de capacidade de bombear sangue; desprendimento da placenta;
8. Vasos circulatórios: entupimento e parada cardíaca;
9. Sangue: fuga da parte líquida, coagulável do sangue;
10. Bulbo: inibição dos centros respiratórios e cardíacos.

Devido ao que acabou de ser explicado, os seguintes cuidados devem ser tomados:
• Os reparos de equipamentos elétricos devem ser sempre feitos por especialistas;
• As partes do corpo expostas à tensão devem estar devidamente isoladas;
• Os equipamentos devem estar desligados por completo durante a execução dos
reparos.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 67
Medidas de proteção

Várias medidas podem ser tomadas para proteger as pessoas contra choques
elétricos. As mais usuais são:
• Proteção através do condutor terra;
• Proteção por isolamento;
• Proteção por separação de circuitos.

Proteção através do condutor terra


A falha de isolação de qualquer equipamento cuja instalação tenha sido realizada sem
o condutor terra, fará a carcaça do equipamento ficar energizada. Se alguém se
encostar nesta carcaça, uma corrente elétrica circulará através de seu corpo,
ocasionando um choque elétrico.

Para evitar esse tipo de acidente deve-se instalar um condutor terra na carcaça do
equipamento. Esta medida de proteção é chamada de aterramento.

Se ocorrer falha na isolação do equipamento, estando a carcaça aterrada, teremos


um curto-circuito entre a fase e o terra. Isto faz romper o fusível e elimina o perigo. A
corrente de curto-circuito passa à terra pelo condutor de proteção.

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68 CT016-10
O condutor de proteção deve ter cor verde com espiras amarelas (NBR 5410).

Proteção por isolação


Uma outra forma de proteção contra choques elétricos é através da utilização de
materiais isolantes na carcaça dos equipamentos. As ferramentas elétricas e os
aparelhos eletrodomésticos são envolvidos em materiais isolantes com boa resistência
mecânica.

Proteção por separação de circuitos


A proteção por separação de circuitos é feita com o auxílio de um transformador
isolador (1:1) com o secundário não aterrado. Assim é possível deixar o secundário
sem referência com o terra, deixando de existir, dessa forma, diferença de potencial
entre os terminais do secundário e o terra.

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CT016-10 69
Exercícios

1. Responda às questões que seguem:


a. Qual é o valor limite de corrente elétrica que uma pessoa pode suportar durante
um curto período de tempo?

b. O que pode ocorrer com uma pessoa quando submetida a passagem de uma
corrente elétrica de 30 mA?

c. Acima de qual valor a tensão é considerada perigosa?

d. Cite um exemplo de dano que a corrente elétrica pode causar ao passar pelo
coração de uma pessoa.

2. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita.


a. Proteção através do condutor terra. ( ) Transformador isolador 1:1.
b. Proteção por separação de circuitos. ( ) Aterramento.
c. Proteção por isolação. ( ) Carcaça de materiais isolantes.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
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70 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instrumentos de medição
de grandezas elétricas

Estudando os capítulos anteriores, você aprendeu o que é corrente, o que é tensão e o


que é resistência. Por isso, você já sabe que corrente, tensão e resistência são
grandezas elétricas e que, como tal, podem ser medidas.

Existem vários instrumentos para medições dessas grandezas elétricas mas, neste
capítulo, estudaremos alguns deles.

Instrumento digital

O multímetro digital e o volt-amperímetro alicate são instrumentos dotados de múltiplas


funções: com eles é possível fazer medições de tensão, corrente, resistência. Com
alguns de seus modelos pode-se, também, testar componentes eletroeletrônicos, e até
mesmo medir outros tipos de grandezas.

A figura que segue, ilustra um modelo de multímetro digital e um modelo de volt-


amperímetro alicate digital.

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CT016-10 71
Multímetro digital
Com a utilização do multímetro digital, a leitura dos valores observados é de fácil
execução, pois eles aparecem no visor digital, sem a necessidade de interpretação de
valores como ocorre com os instrumentos analógicos, ou seja, que têm um mostrador
com um ponteiro.

Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de funções na função


correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou corrente, ou resistência) e a
escala no valor superior ao ponto observado. Quando não se tem idéia do valor a ser
medido, inicia-se pela escala de maior valor, e de acordo com o valor observado,
diminui-se a escala até um valor ideal.

Observação
Nunca se deve mudar de escala ou função quando o instrumento de medição estiver
conectado a um circuito ligado, porque isso poderá causar a queima do instrumento.
Para a mudança de escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de
função, deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, e selecionar a função
e escala apropriadas antes da ligação e conexão das pontas de prova no circuito.

Para a medição de tensão elétrica, as pontas de prova do instrumento devem ser


conectadas aos pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo.

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72 CT016-10
Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o instrumento
inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão circulando por ele
passem também pelo instrumento e este possa informar o valor dessa corrente. Desse
modo, o instrumento deve ser ligado em série com o circuito.

50

Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar


desconectado do circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será
verdadeiro, pois o restante do circuito funcionará como uma resistência. Além disso, se
o circuito estiver energizado poderá ocorrer a queima do instrumento.

Volt-amperímetro alicate
Para a medição de tensão e resistência com o volt-amperímetro alicate deve-se seguir
os mesmos procedimentos empregados na utilização do multímetro.

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CT016-10 73
Na medição de corrente elétrica, o manuseio do volt-amperímetro alicate difere do
manuseio do multímetro, pois com ele não é necessário interromper o circuito para
colocá-lo em série. Basta abraçar o condutor a ser medido com a garra do alicate.

condutor

O volt-amperímetro alicate é indispensável em instalações industriais, para medições


da corrente elétrica de motores, transformadores, cabos alimentadores de painéis. No
entanto, com este instrumento só é possível medir corrente elétrica alternada, pois seu
funcionamento se baseia no princípio da indução eletromagnética.

Antes de utilizar qualquer instrumento de medida, é necessário que se consulte o


manual do instrumento, no qual são descritas particularidades e formas de utilização,
pois de um instrumento para outro ocorrem diferenças significativas.

Megôhmetro
O megôhmetro é um instrumento portátil utilizado para medir a resistência de isolação
das instalações elétricas, motores, geradores, transformadores.

Ele é constituído basicamente por um instrumento de medição, com a escala graduada


em megaohms e um pequeno gerador de corrente contínua girado por meio de uma
manivela.

Na parte externa, possui dois bornes de conexão e um botão para ajustar o


instrumento no momento de se efetuar a medição.

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74 CT016-10
Veja nas figuras abaixo um modelo de megôhmetro.

Existem megôhmetros sem esse botão, nos quais a tensão do gerador se mantém
constante, independentemente da velocidade do giro da manivela.

Na parte interna, o megôhmetro possui os seguintes componentes:


A - galvanômetro com bobinas cruzadas;
B e B1 - bobinas móveis cruzadas;
C - gerador manual de CC de 500 ou 1.000 V;
D - regulador de tensão;
E – ponteiro;
F - escala graduada;
L e T - bornes para conexões externas;
R e R1 - resistores de amortecimento.

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CT016-10 75
Os megôhmetros são construídos com diferentes faixas de medição e um gerador de
tensão com o valor adequado a cada aplicação. Os mais comuns são os que permitem
medir até 50 megohms com uma tensão de 500 V.

Quando a instalação elétrica ou o aparelho que se está testando destina-se a trabalhar


com alta tensão, deve-se utilizar megôhmetros de maior alcance, de 1.000 ou 10.000
megaohms, cujo gerador proporciona uma tensão de 2.500 V ou 5.000 V.

Funcionamento
O funcionamento do megôhmetro é baseado no princípio eletrodinâmico com bobinas
cruzadas, tendo como polo fixo um ímã permanente e, como polos móveis, as bobinas
B e B1.

Quando a manivela do gerador de CC (componente C) é girada, obtém-se uma tensão


de valor variável de acordo com a velocidade que esteja sendo imprimida à manivela.

Essa tensão é enviada ao regulador de tensão D, que a estabiliza em 500 V, sendo


enviada em seguida aos bornes L e T.

Se os bornes L e T estiverem abertos, haverá circulação de corrente somente pela


bobina B, que, por sua vez, receberá tensão através do resistor de amortecimento R.

O campo magnético criado pela bobina (B) provocará um deslocamento do conjunto de


bobinas móveis, levando o ponteiro E para o ponto "infinito" da escala graduada F.

Resistência de isolação
A resistência de isolação é medida pelos megôhmetros e existem vários fatores que
interferem na medição, a saber:
• Temperatura ambiente e da máquina;

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76 CT016-10
• Tipo de construção, potência e tensão;
• Umidade do ar e do meio envolvente;
• Condições da máquina, ou seja, se é nova, recuperada, estocada;
• Qualidade dos materiais usados e seus estados.

Em virtude desses fatores, é difícil formular regras fixas para se determinar com
precisão o valor da resistência de isolação para cada máquina. Por isso, é necessário
usar o bom senso baseado em experiências e anotações anteriores.

Há, em todo caso, algumas regras que podem ser utilizadas e que são descritas a
seguir.

Regra para instalações elétricas

O Instituto Americano dos Engenheiros Eletricistas (AIEE) sugere que a resistência de


isolação seja calculada pela fórmula:

tensão de funcioname nto da máquina


resistência de isolação = (em MΩ ).
1.000

Com esta fórmula deduz-se que para cada volt deveremos ter 1.000 Ω de isolação,
admitindo porém que as resistências de isolação para circuitos, mesmo quando
calculadas, não podem ser menores que 1 MΩ, devido a problemas de corrente de
fuga.

Tensão Calculado Mínimo exigido entre a parte ativa e a carcaça


motor 220 V 0,2 MΩ 1 MΩ
440 V 0,4 MΩ 1 MΩ
550 V 0,5 MΩ 1 MΩ
1.000 V 1 MΩ 1 MΩ

Este sistema, embora muito aceito, fica restrito a instalações elétricas, pois deixa a
desejar em termos de precisão técnica.

Regra para máquinas


Esta regra, muito utilizada para máquinas rotativas, precisa de uma resistência de
isolação para máquina limpa e seca, numa temperatura de 40ºC, quando for aplicada a
tensão de ensaio (do megôhmetro) durante um minuto.

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CT016-10 77
Assim, Rm = En + 1.
Nessa igualdade Rm é a resistência de isolação mínima recomendada em MΩ com
enrolamento a 40ºC, e En é a tensão nominal da máquina (enrolamento em kV).

Observações
• Quando a medição for feita a temperatura diferente de 40ºC, será necessário
corrigir o seu valor através da fórmula R40ºC = Rt . kt40ºC, para satisfazer o valor
de Rm. Veja a curva no gráfico a seguir.

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78 CT016-10
• Quando não se dispõe dessa curva, pode-se fazer o levantamento de uma nova
curva para que sejam estabelecidos parâmetros específicos para determinada
máquina;
• A cada 10ºC de temperatura diminuída no enrolamento, resistência de isolação
praticamente dobra;
• Máquinas novas poderão fornecer valores de resistência de isolação menores que
as mais antigas, devido a secagens incompletas dos solventes dos vernizes;
• Quedas bruscas na resistência de isolação indicam que o sistema está
comprometido. Se a resistência medida, após a correção, for menor que a indicada
pela fórmula e tabela, é indício de que esse motor deverá ser submetido a um
processo de recuperação do sistema de isolação.

Regra para transformadores

Transformador parado (30°C) Transformador em funcionamento (80ºC)


30 En En
Risol = Risol =
kVA kVA
f f

Risol = resistência de isolação, em megohms e a 30ºC;


30 = constante quando a temperatura for de 30ºC;
kVA = potência aparente;
f = frequência, em Hz;
En = tensão nominal em kV - primária/secundária.

Exemplo
Num transformador de 10 kVA – 3.200/220 V – 60 Hz, quais devem ser suas
resistências de isolação?

1. Com temperatura a 30ºC:

30 Enp 30 ⋅ 3,2 96
Risol = = = = 240 MΩ
kVA 10 0,4
f 60

30 Ens 30 ⋅ 0,22 6,6


Risol = = = = 16,5 MΩ
kVA 10 0,4
f 60

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CT016-10 79
2. Com temperatura a 80ºC:

Enp 3,2 3,2


Risol = = = = 8 MΩ
kVA 10 0,4
f 60

Enp 0,22 0,22


Risol = = = = 0,55 MΩ
kVA 10 0,4
f 60

Observações
• Corrente de fuga é a corrente que, por deficiência do meio isolante, flui à terra;
• Com o aumento de temperatura, a resistência de isolação diminui;
• As medições com o megôhmetro devem ser feitas tomando-se medida durante 1
minuto;
• Essas regras são gerais. Para casos específicos, consulte a normas específicas da
ABNT.

Teste de isolação com o megôhmetro


• Verifique se o equipamento a ser testado encontra-se totalmente desligado de
fontes de energia elétrica;
• Ligue, por meio de um condutor, o borne T do instrumento à massa do aparelho
sob teste;
• Ligue o borne L a um dos extremos do circuito que se deseja testar;
• Acione a manivela e faça a leitura.

Teste de isolação entre os enrolamentos e a carcaça de um motor.

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80 CT016-10
Medição da isolação entre tanque e secundário de um transformador.

Medição da isolação entre tanque e primário de um transformador.

Se a resistência de isolação for muito elevada é conveniente que as conexões L e T


sejam feitas com condutores separados e suficientemente isolados.

Medição de cabo
Quando na medição de um cabo, a isolação está muito próxima da proteção metálica,
é preciso eliminar as correntes superficiais que provocam erros na medição. Isso é
conseguido conectando-se o borne G do aparelho à capa isolante.

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CT016-10 81
Observe as figuras a seguir.

Isolação entre os enrolamentos da fase 2 e da fase 3.

Isolação do cabo entre os condutores 1 e 2 e a massa.

Isolação do cabo entre o condutor e a massa.

Isolação do cabo entre o condutor 1 e seus demais elementos

SENAI-SP – INTRANET
82 CT016-10
Isolação do cabo entre os condutores 1, 2 e 3 e a massa.

Ponte de Wheatstone

A ponte de Wheatstone é um instrumento usado na medição da resistência dos


condutores quando se faz necessário grande precisão de medidas.

O princípio de funcionamento está baseado no circuito apresentado abaixo.

B = bateria de pilhas;
S1 = interruptor da bateria;
S2 = interruptor do galvanômetro;
Ra = valor da resistência da ponte do lado do resistor desconhecido;
Rb = valor da resistência da ponte do lado do resistor padrão;
Rp = valor da resistência padrão;
Rx = valor da resistência desconhecida.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 83
Para os elementos do circuito, quando o galvanômetro indica ser nula a diferença de
potencial entre os pontos “c” e "d", isto é, o ponteiro do galvanômetro está no zero,
Ra
vale a seguinte equação: Rx = = Rp .
Rb

Observe na figura a seguir um modelo com chaves seletoras para vários campos de
medição.

1. Terminais para medida x.


2. Ajuste do zero do galvanômetro.
3. Galvanômetro.
4. Controle do galvanômetro.
5. Entrada para uso de tensão externa.
6. Tomada para fones de ouvido.
7. Dial ou mostrador.
8. Seletor de escalas.

Veja, agora, o diagrama esquemático da ponte.

SENAI-SP – INTRANET
84 CT016-10
O modelo apresentado é o R1, um modelo portátil completo.

Os componentes, o indicador do galvanômetro e a bateria de 4,5 V estão contidos em


uma única caixa de plástico moldado.

Esse modelo R1 pode ser provido com conexão para cigarra de 800 Hz e adaptador
para fones.

Para substituir a bateria, remova o parafuso do fundo da caixa, retire a bateria e


coloque uma nova, observando o sinal +. Para um perfeito contato elétrico, examine se
os contatos estão corretamente encaixados.

É possível, também, utilizar bateria externa com tensão de 4 a 6 V, mas nunca superior
a 8 V.

Caso seja necessário, observe os sinais de polaridade, na parte externa, na lateral


esquerda do aparelho.

Medição de condutores sólidos

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 85
1. Ajuste o galvanômetro no parafuso 2, se necessário, fechando os contatos x com
cabo de ligação.
2. Conecte a resistência desconhecida nos terminais x.
3. Ajuste suavemente o dial na posição da escala, parta sempre do ponto 3 da escala
A.
4. Pressione a chave do galvanômetro; o equilíbrio é conseguido girando-se o dial
para a esquerda ou direita.
• Se o equilíbrio for conseguido na extremidade da escala A, selecione outra
escala B;
• Valor da resistência x será calculado pela fórmula x = A . B;
• Quando não for possível a correção de x diretamente, sempre será necessário
deduzir o valor da resistência da linha.

Medição de condutores líquidos

1. Ajuste o galvanômetro no parafuso 2, fechando os contatos x com cabos de


ligação, se necessário.
2. Conecte a resistência desconhecida nos terminais x com a célula da
condutibilidade.
3. Ajuste o alcance da chave seletora B para corresponder aproximadamente à
magnitude do valor esperado para resistência x.
SENAI-SP – INTRANET
86 CT016-10
4. Ajuste suavemente o dial na posição da escala, partindo sempre do ponto 3 da
escala A.
5. Ajuste a chave para cigarra girando suavemente o parafuso 7 até conseguir nos
fones um som puro.
• Equilíbrio é obtido girando-se o dial; a tonalidade dos fones de ouvido deve
desaparecer ou se reduzir para o mínimo;
• Se não estiver usando o galvanômetro, não ligue a sua chave. O valor da
resistência x é calculado pela formula: x = A . B;
• Nunca use este aparelho em rede energizada.

Dicas de uso
É importante que conhecer essas dicas que o auxiliarão no uso de ponte de
Wheatstone:
• Nas medições de resistência em bobinados a uma temperatura t pode-se converter
a medida para uma temperatura t2 empregando-se a fórmula:

K = t2
R = ⋅ R1
K + t1

R1 = resistência medida à temperatura t1, em graus Celsius;


R2 = resistência medida à temperatura t2, em graus Celsius;
K = constante para cobre eletrolítico 234,5;
K = constante para alumínio 225.

• As resistências são medidas normalmente através de dois métodos:


- método de tensão e corrente, que consiste em aplicar CC sem ondulação nos
bobinados, usando aparelhos de medição com precisão, descontando-se as
perdas internas dos instrumentos;
- método de comparação das pontes, mais rápido e seguro, pois trabalha com
instrumentos especialmente desenvolvidos para tal situação.
• Recomenda-se o método da ponte de Wheatstone para medição de resistências de
5 Ω a 10.000 Ω. Para medições de resistências 100 μΩ a 5 Ω, obtém-se maior
precisão usando a dupla ponte de Kelvin (Thompson), que elimina os erros
provenientes da resistência de contato;
• Se possível, leia o manual do fabricante para obter maior eficiência no uso do
aparelho.

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CT016-10 87
Precauções para o uso da ponte de Wheatstone

• Todos os bornes e contatos devem estar, sem excessão, em boas condições


mecânicas e elétricas; caso contrário, introduzirão resistências no circuito,
alterando a medição;
• É necessário excepcional cuidado com a polarização da bateria;
• Em princípio deve-se trabalhar com os braços de proporção no centro, isto é,
Ra = Rb;
• Em algumas pontes, ao se iniciar a medição, o galvanômetro deve ser protegido
por um shunt que será retirado quando o sistema estiver quase equilibrado e se
necessitar de maior sensibilidade do instrumento;
• A ponte deve ficar ligada o mínimo possível, a fim de ser evitado o aquecimento
dos elementos do circuito e conseqüente oscilação dos valores;
• Quando for necessário usar fios entre os bornes de Rx e a própria Rx, deve-se
determinar a resistência dos fios;
• Quando o instrumento não for usado por longo tempo, remova a bateria ou as
pilhas;
• Nunca use a ponte em rede energizada.

Trabalhe com muita atenção e tome muito cuidado ao manusear instrumentos de


medições elétricas.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
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Fontes de alimentação

O funcionamento de qualquer aparelho elétrico ou eletrônico depende da existência de


uma fonte de energia elétrica. Até mesmo os relógios digitais possuem pequenas
pilhas no seu interior. Isto, sem dúvida, mostra a importância dos fornecedores de
energia elétrica.

No desenvolvimento das atividades práticas de um curso de eletroeletrônica, as fontes


também são constantemente utilizadas. Em função do grande número de situações
diferentes que ocorrem nas experiências práticas neste tipo de curso, não é costume
utilizar-se pilhas ou baterias como fonte de energia. Utilizam-se, geralmente, fontes de
CC com características apropriadas às várias situações.

Este capítulo foi elaborado visando proporcionar-lhe os conhecimentos indispensáveis


sobre estes tipos de fontes. Nele, serão tratados aspectos teóricos e práticos sobre as
fontes de CC que irão capacitá-lo a selecionar e utilizar fontes de CC convencionais ou
simétricas.

Fonte de CC
A fonte de CC é um equipamento que fornece tensão contínua para a alimentação de
circuitos elétricos e eletrônicos. Veja a seguir um modelo de fonte de CC.

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CT016-10 89
Esse tipo de fonte de alimentação substitui com vantagem as pilhas e baterias no
fornecimento de energia aos circuitos, porque permite que se obtenha o valor de
tensão necessária a cada equipamento.

Características das fontes de CC

As características são dados sobre as fontes de CC que devem ser conhecidos para
que o equipamento possa ser utilizado corretamente.

As principais características das fontes de CC são:


• Tensão de entrada;
• Tensão ajustável na saída;
• Capacidade de corrente.

A tensão de entrada é o valor de tensão de funcionamento do equipamento.


Normalmente as fontes dispõem de uma chave para duas tensões – 110 V/220 V.

Esta chave permite que a fonte seja utilizada em locais onde a tensão da rede elétrica
é de 110 V ou 220 V.

A tensão ajustável na saída estabelece os limites mínimo e máximo de tensão


contínua que se pode obter na saída. Exemplo: 0 – 30 Vcc significa que a fonte fornece
de 0 até 30 V contínuos na saída.

A capacidade de corrente estabelece o valor máximo de corrente que a fonte pode


fornecer.

Controles e dispositivos
Os controles e dispositivos são destinados à preparação e utilização da fonte. Veja
ilustração a seguir.

1. Chave liga-desliga
2. Indicador de tensão
3. Seletor tensão/corrente do indicador
- 4. Controle de ajuste da tensão de saída
5. Indicador luminoso
6. Bornes

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90 CT016-10
A chave liga-desliga permite a ligação da fonte. Quando a chave está desligada não
há tensão presente na saída da fonte.

O indicador de tensão digital ou analógico (presente nas fontes de alimentação de


CC ajustável de boa qualidade) permite visualizar imediatamente o valor de tensão que
está presente nos bornes de saída. Em alguns modelos de fonte, esse indicador pode
mostrar também a corrente fornecida para a carga.

O seletor tensão/corrente do indicador permite que se use o indicador, tanto para os


valores de tensão nos bornes de saída, como para os valores da corrente fornecida
pela fonte ao circuito conectado nos seus bornes.

O controle de ajuste da tensão de saída permite ajustar a tensão de saída para o


valor desejado (ajuste principal).

O indicador luminoso indica que o equipamento está ligado.

Os bornes são os terminais de saída da fonte (como os polos de uma pilha). A tensão
CC é fornecida pela fonte nos bornes + (vermelho) e - (preto).

Escolha da fonte
Para escolher uma fonte a fim de alimentar uma carga (componente, circuito elétrico
ou eletrônico) deve-se conhecer:
• A tensão da rede em que a fonte será ligada;
• A tensão de que a carga necessita;
• A corrente que a carga solicita.

A tensão da rede deve coincidir com a tensão de entrada da fonte:

Tensão de entrada da fonte Rede indicada


110 V Apenas para redes de 110 V
220 V Apenas para redes de 220 V
Para redes de 110 V ou de 220 V (selecionando-se a chave para a
110/220 V
tensão adequada: 110 ou 220 V).

A tensão de que a carga necessita, determina para qual tensão de saída a fonte deverá
ser ajustada.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 91
Assim, para uma carga de 12 Vcc, por exemplo, pode-se utilizar fontes cujas tensões
de saída sejam 0 – 12 Vcc, 0 – 15 Vcc, 0 – 30 Vcc, com tensão de saída ajustada para
12 Vcc.

Com relação à corrente da carga, a fonte deve ter capacidade de corrente maior que a
necessária para a carga. Assim, por exemplo, para alimentar uma carga que solicite
0,8 A, a fonte deve ter capacidade de corrente superior a esse valor.

Simbologia

O símbolo utilizado para representar uma fonte de CC com tensão de saída fixa é, na
realidade, um agrupamento de símbolos de pilhas, indicando ao lado a tensão
fornecida.

As fontes com tensão de saída ajustável são representadas pelo mesmo símbolo,
acrescido de uma seta na diagonal.

A indicação dos limites de tensão fornecidos pela fonte é feita ao lado do símbolo.

SENAI-SP – INTRANET
92 CT016-10
Fontes simétricas

Fontes simétricas são fontes de tensão contínua que fornecem duas tensões, uma
positiva (+) e outra negativa (-) em relação a um borne comum (0). A figura que segue
apresenta um modelo desse tipo de fonte.

As principais características das fontes simétricas são:


• Tensão de entrada ⇒110/220 V;
• Tensão de saída ⇒ 0 a 30 V (por exemplo);
• Capacidade de corrente ⇒ 0 -1 A (por exemplo).

De forma geral, as fontes de CC simétricas têm os mesmos controles e dispositivos


que as fontes convencionais, ou seja:
• Chave liga/desliga;
• Indicador luminoso de ligação;
• Indicador da tensão de saída (opcional);
• Controle de ajuste da tensão de saída;
• Bornes.

A diferença entre a fonte simétrica e a convencional se encontra nos bornes e na forma


de atuação do controle de tensão de saída.

As fontes simétricas apresentam três bornes de saída:


• Borne de saída positivo ⇒ indicado pelo sinal +;
• Borne de saída 0 ou comum ⇒ indicado pelos símbolos 0 ou COM;
• Borne de saída negativa ⇒ indicado pelo sinal -.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 93
O borne positivo (+) fornece tensões positivas com relação ao borne 0.

O borne negativo (-) fornece tensões negativas com relação ao borne 0.

tensão negativa em relação ao borne 0

O controle de ajuste da tensão de saída atua simultaneamente nos bornes positivo e


negativo.

Por exemplo: ao variar o controle de ajuste da tensão de saída para que o indicador
marque 15 V, a tensão do borne positivo em relação ao borne 0 será +15 V, e a tensão
do borne negativo em relação ao borne 0 será -15 V.

SENAI-SP – INTRANET
94 CT016-10
Isto significa que, em valor, a tensão no borne positivo é igual à do borne negativo,
diferindo apenas pelo fato de que uma é positiva e outra é negativa em relação ao
borne.

Utilização dos bornes de saída

As fontes simétricas podem ser usadas como fontes convencionais, utilizando-se


apenas 2 bornes. São possíveis três situações:
1. Usando os bornes + e 0: a fonte simétrica se comporta como uma fonte
convencional. O borne positivo (+) fornece tensão positiva em relação ao borne 0,
que se comporta como terminal negativo da fonte. A tensão de saída entre os
bornes é ajustada no controle de tensão de saída.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 95
2. Usando os bornes 0 e - : a fonte simétrica se comporta como uma fonte
convencional. O borne negativo (-) fornece tensão negativa em relação ao borne 0,
que se comporta como terminal positivo da fonte. A tensão de saída é ajustada no
controle de tensão de saída.

12 Vcc

3. Usando os bornes + e - : a fonte se comporta como uma fonte convencional. O


borne positivo (+) fornece tensão positiva em relação ao borne negativo (-). A
tensão de saída é o dobro da tensão presente entre os bornes + e 0.

24 Vcc

Os três bornes de saída podem ser utilizados simultaneamente para alimentar circuitos
que necessitam de tensões positivas e negativas ao mesmo tempo.

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96 CT016-10
Escolha da fonte simétrica
Os critérios para a escolha de uma fonte simétrica são os mesmos de uma fonte
comum, ou seja:
• Tensão de funcionamento da fonte de acordo com a rede;
• Tensão de saída ajustável de acordo com a tensão da carga (entre bornes + e 0,
entre os bornes - e 0, ou entre os bornes + e -);
• A capacidade de corrente superior a da carga.

Manuseio das fontes de CC

Para que uma fonte de CC seja utilizada como fornecedora de energia para qualquer
circuito, é necessário realizar a sua preparação, que se divide em duas etapas:
• Conexão à rede elétrica;
• Ligação e ajuste da tensão de saída.

Conexão à rede elétrica

As fontes de CC são alimentadas a partir da rede elétrica. Para que a fonte possa
fornecer tensão contínua, o cabo de alimentação deve ser conectado à rede elétrica.

Observação
Antes de conectar o cabo de alimentação à rede elétrica, deve-se verificar se a chave
seletora 110/220 V (normalmente na parte posterior da fonte) está posicionada
corretamente, de acordo com a tensão da rede elétrica.

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CT016-10 97
Ligação e ajuste

A ligação da fonte é feita na chave liga-desliga do painel. Para realizar o ajuste da


tensão de saída da fonte deve-se utilizar o controle de ajuste de tensão de saída e o
indicador de tensão próprio do equipamento (se houver) ou um multímetro, conectado
entre os bornes utilizados:
• + e 0, 0 e - ou + e - nas fontes reguladas simétricas CC;
• + e - nas fontes reguladas CC.

Quando a fonte tiver uma chave seletora para o instrumento indicador


(tensão/corrente) deve-se posicioná-la para tensão, para que o instrumento indique a
tensão presente nos bornes.

Os ajustes devem ser executados antes de ligar circuito nos bornes de saída da
fonte.

Exercícios

1. Responda às seguintes perguntas.


a. Para que servem as fontes de alimentação?

b. Cite três características elétricas importantes de uma fonte de CC.

SENAI-SP – INTRANET
98 CT016-10
c. Na fonte de CC mostrada abaixo, indique os seguintes controles:
1 - chave liga-desliga;
2 - botão de ajuste da tensão de saída;
3 - indicador digital;
4 - borne positivo e negativo.

d. Qual (ou quais) da(s) fonte(s) cujas características são apresentadas abaixo,
poderia(m) ser usada(s) em cada uma das situações a seguir?
Fonte 1 - 110/220 V. 0-30 VCC, 1ª
Fonte 2 – 110 V . 0-15 VCC, 0,5ª
Fonte 3 – 220 V . 0-18 VCC, 1,5 A

1. Necessita-se alimentar com uma fonte de CC, a partir da rede de 110 V, um


equipamento de 9 V - 0,8 A.
( ) Fonte 1 ( ) Fonte 2 ( ) Fonte 3

2. Necessita-se alimentar um circuito eletrônico que funciona com 10 VCC e


solicita 1,2 A da fonte. A rede disponível é de 220 V.
( ) Fonte 1 ( ) Fonte 2 ( ) Fonte 3

3. Necessita-se alimentar um equipamento, a partir de uma rede de 220 V.


O equipamento funciona com 24 V e solicita 0,6 A no máximo.
( ) Fonte 1 ( ) Fonte 2 ( ) Fonte 3

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CT016-10 99
2. Resolva as seguintes questões.
a. Em uma fonte simétrica ajusta-se a tensão entre os bornes + e 0 para +10 V.
Qual a tensão presente entre os bornes negativo (-) e 0?

b. O voltímetro no painel de uma fonte simétrica indica 8 V. Com base nesta


afirmação, assinale com V (verdadeira) ou F (falsa) cada uma das afirmações a
seguir.
( ) O borne + é 8 V positivo com relação ao borne 0.
( ) O borne + é 16 V positivo com relação ao borne -.
( ) O borne 0 é 8 V negativo com relação ao borne -.
( ) O borne 0 é 8 V negativo com relação ao borne +.

c. Dispõe-se de uma fonte simétrica de 0 a 20 V, 1 A. Necessita-se alimentar um


circuito com 30 V, 0,78 A. Isto pode ser feito a partir da fonte citada? Como?

d. Que etapas devem ser cumpridas antes de conectar uma fonte a um circuito
eletrônico?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
100 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Lâmpadas incandescentes

Entre os vários tipos de lâmpadas elétricas empregadas em iluminação, destacam-se a


lâmpada incandescente que é o objeto de estudo deste capítulo, e a lâmpada
fluorescente que será estudada no próximo capítulo.

Lâmpadas incandescentes
Por definição lâmpada incandescente é uma fonte de luz artificial, que tem a finalidade
de transformar energia elétrica em energia luminosa.

A luz emitida por esta lâmpada provem de um filamento metálico, montado dentro de
um bulbo de vidro, intensamente aquecido (aproximadamente 2.700ºC) pela passagem
da corrente elétrica.

A figura a seguir mostra uma lâmpada com a designação de suas partes.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 101
O bulbo é construído em vidro opaco ou transparente e apresenta diversos formatos.

Para evitar que o filamento entre em combustão e se evapore dentro do bulbo, cria-se
um vácuo em lâmpadas pequenas de até 25 W. Nas lâmpadas de maior potência,
além do vácuo pode-se também colocar um gás inerte, do tipo nitrogênio ou argônio.

A base da lâmpada incandescente é feita de latão ou alumínio que pode apresentar


rosca do tipo Edison de diversos diâmetros, ou encaixe do tipo baioneta. As ilustrações
a seguir mostram esses dois tipos de conexões.

Conexão tipo e Edison Conexão tipo baioneta

O filamento é construído de tungstênio, enrolado em forma helicoidal e apoiado por


uma haste de vidro, onde se encontram também os condutores internos.

A escolha de uma lâmpada incandescente é feita baseando-se principalmente na


potência e tensão. Assim, quanto maior for a potência, maior será o fluxo luminoso.
Para conhecer o fluxo luminoso de uma lâmpada, deve-se consultar catálogos técnicos
de fabricantes.

SENAI-SP – INTRANET
102 CT016-10
A tabela a seguir é fornecida pela norma NBR 5121, e relaciona valores de tensão,
potência, tamanho de base, e acabamento do bulbo.

Tensão Potência
Base Acabamento do bulbo
nominal (em V) nominal (em W)
25
40
Entre 115 60 E 26
Foscado internamente,
e 75 ou
opalizado ou claro
240 V 100 E 27
150
200
E 26
E 27
300
E 39 Claro
500
ou
E40
E 39
1.000
ou
1.500
E 40

Exercícios

1. Responda às seguintes perguntas:


a. Qual é a definição de lâmpada incandescente?

b. Quais os parâmetros elétricos analisados para a escolha de uma lâmpada


incandescente?

2. Assinale V para verdadeiro e F para falso nas afirmações que seguem:


a. ( ) O filamento da lâmpada incandescente é feito de tungstênio.
b. ( ) Dentro do bulbo de vidro é colocado um gás denominado hidrogênio.
c. ( ) A lâmpada incandescente com base E 40 terá somente bulbo claro.
d. ( ) A temperatura no filamento é de aproximadamente 2.700ºC.
e. ( ) Lâmpadas incandescentes de 1.000 W são fabricadas com bases de E 26
a E 40.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 103
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998
SENAI-SP – INTRANET
104 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Luminárias para lâmpadas


fluorescentes

Neste capítulo, será estudado um tipo de iluminação muito utilizado em instalações


prediais em geral: é a iluminação fluorescente usada na substituição de lâmpadas
incandescentes

Essa substituição traz uma série de vantagens como será demonstrado a seguir.

Luminária fluorescente

A luminária é um conjunto para iluminação formado de calha, reator, starter,


receptáculos, lâmpada fluorescente e acessórios de fixação.

Esse tipo de luminária é usado em ambientes residenciais, comerciais e industriais.

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CT016-10 105
A luminária fluorescente pode ser construída para fixação pendente ou na superfície,
com ou sem difusor, conforme ilustrações a seguir.

Calha
A calha é uma estrutura metálica (chapa de aço) esmaltada com rasgos para a
introdução de soquetes e furação para a fixação de reatores.

A calha é construída de formas variadas. Eles podem ser construídos para uma, duas,
três ou quatro lâmpadas.

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106 CT016-10
Sua principal função é refletir e dirigir o fluxo luminoso para a área a ser iluminada,
aumentando o aproveitamento do fluxo luminoso emitido pela lâmpada.

Reatores
Reatores são aparelhos que proporcionam às lâmpadas fluorescentes as tensões
necessárias ao seu funcionamento. Eles podem ser construídos para uma ou duas
lâmpadas e sempre trazem estampado em sua carcaça o esquema de ligação.

Existem basicamente dois tipos de reatores:


• Reator eletrônico;
• Reator indutivo.

O reator eletrônico apresenta algumas vantagens em relação ao reator indutivo. Entre


elas podem ser citadas:
• Menor peso;
• Maior vida útil;
• Starter desnecessário;
• Fator de potência próximo de 1.

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CT016-10 107
O reator indutivo é composto de uma bobina de reatância ou da combinação dessa
bobina com um autotransformador imerso em massa isolante.

Os terminais de ligação do reator saem da caixa de ferro, e seus condutores


apresentam cores diferentes ou base conectora, a fim de facilitar sua ligação com
outros elementos da instalação.

Esse tipo de reator pode ser convencional ou com partida direta.

O reator convencional precisa de um elemento para partir, ou iniciar seu


funcionamento chamado de starter. Já o reator de partida direta dispensa esse
componente.

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108 CT016-10
Difusor
O difusor é um acessório da luminária que abriga a lâmpada evitando que a luz incida
diretamente nos objetos, difundido a iluminação de maneira uniforme, produzindo uma
sensação de conforto e dando à luminária um aspecto ornamental.

Starter
O starter é um interruptor térmico automático, destinado a abrir ou fechar o circuito
dos filamentos de uma lâmpada. Sua finalidade é fornecer dentro de um tempo
determinado, o pré-aquecimento dos catodos, quando então, a lâmpada entra em
funcionamento.

Os starters são fabricados para vários valores de potência de lâmpadas, de15 a 40 W.

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CT016-10 109
Receptáculos
Os receptáculos são responsáveis pela interligação das lâmpadas e do starter ao
circuito. As figuras que seguem ilustram esses componentes.

Lâmpada de descarga fluorescente

A lâmpada de descarga fluorescente é um tipo de lâmpada que utiliza a descarga


elétrica através de um gás para produzir energia luminosa. É constituída de um tubo
cilíndrico de vidro, que contém gás argônio, hélio ou neônio e gotículas de mercúrio.
Sua parede interna é recoberta de substância fluorescente.

Nas extremidades estão os filamentos de tungstênio, bases e pinos de conexão.

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110 CT016-10
Essas lâmpadas proporcionam um tipo de iluminação agradável e, em relação ao
consumo, emitem maior quantidade de fluxo luminoso do que lâmpadas
incandescentes de mesma potência.

Os catálogos de fabricantes fornecem o fluxo luminoso de suas lâmpadas


fluorescentes. A tabela a seguir ilustra duas lâmpadas fluorescentes e o valor
equivalente da lâmpada incandescente.

Fluxo luminoso (lm) Lâmpada fluorescente Lâmpada incandescente equivalente (W)


(W)
900 - 75
1.200 20 100

Funcionamento
Acionando-se o interruptor, forma-se um arco entre os terminais do starter e o
bimetálico se aquece, fechando o circuito conforme as setas da corrente no diagrama a
seguir.

Ao circular uma corrente elétrica pelo filamento, ele se aquece. Num espaço de tempo
muito curto, a lâmina bimetálica do starter esfria e se afasta do contato fixo abrindo o
circuito, provocando uma tensão mais alta, originária do reator. Essa tensão vai
encontrar os filamentos aquecidos e será suficiente para produzir dentro da lâmpada
uma descarga elétrica entre os filamentos por meio do gás existente dentro da
lâmpada.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 111
Essa descarga é rica em radiações ultravioleta que, atingindo a camada fluorescente
do tubo, produz luz visível.

Existem ainda lâmpadas fluorescentes compactas nas quais, em muitos casos, o


reator já está acoplado na base de rosca E27.

A tabela a seguir apresenta alguns tipos de lâmpadas fluorescentes compactas


comparando-as com lâmpadas incandescentes de mesma potência.

Tipos de
Potências Fluxo luminoso Lâmpada incandescente
lâmpadas
(W) (lm) equivalente (W)
Fluorescentes
Simples 5 / 7 / 9 / 11 / 13 250 / 400 / 600 / 900 / 900 25 / 40 / 60 / 75 / 75
Dupla 9 / 18 / 26 600 / 1.200 / 1.800 60 / 100 / 150
Tripla 18 / 26 1.200 / 1.800 100 / 150

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112 CT016-10
Exercícios

1. Responda às seguintes questões perguntas.


a. Quais são os componentes que compõem uma luminária fluorescente?

b. Qual a diferença entre o reator eletrônico e o reator indutivo?

c. Cite duas vantagens que o reator eletrônico apresenta em relação ao indutivo.

d. Qual é a função dos receptáculos?

e. Qual é a principal vantagem da utilização de uma lâmpada fluorescente?

f. Em uma instalação de iluminação, para substituir uma lâmpada incandescente


de 25 W por uma lâmpada fluorescente compacta, qual seria a potência da
lâmpada fluorescente para obter o mesmo fluxo luminoso?

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CT016-10 113
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
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Referência
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114 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
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Dispositivos de manobra,
ligação e conexão

Para acender ou apagar uma lâmpada, fazer funcionar um ferro de passar roupas
elétrico ou qualquer eletrodoméstico, é necessária a utilização de dispositivos
construídos para esta finalidade. Esses dispositivos são indispensáveis em uma
instalação elétrica e são denominados de interruptores, tomadas, plugues e porta-
lâmpadas.

Neste capítulo, esses dispositivos serão tratados em suas particularidades técnicas,


utilizações e simbologia, para que você possa escolher e especificar de forma correta o
que melhor se adapte às necessidades do trabalho.

Interruptores

Interruptores são dispositivos de manobra que permitem abrir, fechar ou comutar um


circuito elétrico. Geralmente são usados nas instalações elétricas prediais em circuitos
de iluminação.

Os interruptores são constituídos basicamente de duas partes: corpo e contatos. O


corpo do interruptor é feito de baquelite, porcelana ou plástico e serve para alojar as
partes metálicas compostas pelos contatos e pelos sistemas de molas.

Os contatos são feitos de latão cadmiado, ferro cadmiado e ferro. Quando acionados,
eles têm a função de abrir, fechar ou comutar um circuito elétrico. Normalmente esses
contatos são construídos para suportarem uma corrente máxima de 10 ampères, valor
este que vem impresso no corpo do interruptor.

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CT016-10 115
Tipos de interruptores
Os interruptores são fabricados basicamente em três tipos:
• Interruptor simples;
• Interruptor paralelo;
• Interruptor intermediário.

O interruptor simples é o tipo de interruptor mais usado em instalações elétricas e sua


única função é interromper ou restabelecer o circuito. As figuras que seguem
representam este tipo de interruptor e um circuito utilizando um interruptor simples.

Em circuitos com interruptor simples, existe a possibilidade de substituição do


interruptor por um dispositivo controlador de luminosidade denominado dimmer. Esse
dispositivo possui dois terminais de ligação, e deve ser ligado da mesma forma que o
interruptor simples.

O dimmer apresenta duas vantagens em relação ao interruptor; controle de


luminosidade e economia de energia elétrica, pois pode ser regulado para proporcionar
menos luminosidade do que a que seria fornecida se o comando da iluminação fosse
realizado apenas por meio de um interruptor simples.

As ilustrações que seguem apresentam dois modelos de dimmer: um do tipo deslizante


e outro do tipo rotativo.

SENAI-SP – INTRANET
116 CT016-10
Os interruptores paralelos são aqueles que permitem o comando de uma lâmpada em
dois pontos diferentes. Possuem três bornes: um é comum e os outros dois são
responsáveis pela comutação do circuito, o que permite que se ligue ou desligue o
circuito a partir de dois pontos diferentes.

Esse tipo de interruptor é muito usado para comandar iluminação de escadarias,


corredores e dormitórios.

As figuras que seguem ilustram o sistema de acionamento interno e o esquema


elétrico desse interruptor.

Para esse tipo de instalação, é necessária a utilização de dois interruptores paralelos.


As figuras a seguir demonstram um circuito utilizando estes interruptores.

Se os dois interruptores estiverem na mesma posição (posição I ou posição II), a


lâmpada estará acesa. Por outro lado, se os interruptores estiverem em posições
diferentes, à lâmpada se apagará. Desta forma, independentemente da posição de um
dos interruptores, é possível comandar a lâmpada a partir de qualquer um dos pontos.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 117
Quando é necessário comandar uma lâmpada ou um circuito a partir de vários pontos
diferentes (3 ou mais pontos), é necessário utilizar dois interruptores paralelos e
interruptores intermediários entre eles.

Os interruptores intermediários possuem quatro bornes de ligação, responsáveis pela


comutação dos circuitos.

Através desses interruptores é possível a comutação do circuito em quantos pontos


forem necessários, pois a sua construção permite dois tipos de ligações que
possibilitam esta comutação. As figuras a seguir ilustram as ligações nas posições I e II.

A seguir é mostrado o esquema de um circuito de iluminação comandado a partir de


quatro pontos diferentes, utilizando dois interruptores paralelos e dois intermediários.

Se for necessário comandar a lâmpada do circuito anterior em sete pontos diferentes,


bastaria acrescentar ao circuito mais três interruptores intermediários, entre os
interruptores paralelos.

Estes interruptores são utilizados em corredores longos com várias portas no seu
percurso, como por exemplo em hospitais, onde é necessário o comando de um
circuito em vários pontos diferentes.

O aspecto físico dos interruptores varia de acordo com o fabricante e necessidade do


ambiente onde ele será usado. Os interruptores simples e paralelo são idênticos e o
intermediário possui tecla dupla.

SENAI-SP – INTRANET
118 CT016-10
A seguir são apresentados alguns modelos como exemplo. É sempre interessante
consultar catálogos de fabricantes para conhecer a diversidade de combinações e
tipos de interruptores fabricados, a fim de escolher o que melhor se adapte ao trabalho
a ser realizado.

De acordo com o interruptor utilizado, escolhe-se um tipo de placa de proteção. As


figuras que seguem ilustram alguns modelos.

Tomadas e plugues

Tomadas e plugues são dispositivos que permitem ligações elétricas provisórias de


aparelhos portáteis industriais e eletrodomésticos. A ligação é feita por meio do
encaixe entre o plugue, que é a parte móvel, e a tomada, que é a parte fixa.

Nesses tipos de dispositivos, os valores de tensão de serviço e corrente nominal mais


comuns são: 250 V – 6 A, 10 A e 30 A.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 119
Os plugues e as tomadas são fabricados normalmente de baquelite, porcelana ou
nailon. Eles se diferenciam entre si pelo formato e quantidade de pinos. Os pinos
podem ser redondos ou chatos e devem corresponder ao formato e quantidade dos
contatos da tomada.

Quando o plugue possui o pino-terra, este normalmente diferencia-se dos outros pinos
pelo seu maior comprimento.

A tomada pode ser simples ou universal. O que diferencia uma da outra é o formato
dos pinos do plugue que podem ser encaixados. A tomada simples só pode receber
pinos redondos, enquanto que a tomada universal aceita pinos redondos e chatos,
conforme ilustrações que seguem.

A seguir, são apresentados alguns modelos de tomadas e plugues. Consultando


catálogos de fabricantes, é possível encontrar muitos outros tipos.

A instalação de interruptores e tomadas deve obedecer à norma NBR 5410. Essa


norma determina que o interruptor fique a 1,2 m do piso. Para tomadas existem três
alturas padronizadas: a 30 cm (baixa), a 1,2 m (média) e a 2 m (alta) do piso acabado.

SENAI-SP – INTRANET
120 CT016-10
Porta-lâmpadas

Porta-lâmpadas são dispositivos de fixação e conexão elétrica usados entre a lâmpada


e os condutores. Os materiais mais utilizados na fabricação desses dispositivos são a
porcelana e o baquelite.

A norma NBR 5112 determina todos os parâmetros construtivos e ensaios desse


dispositivo.

A rosca destinada a receber a lâmpada é denominada de rosca Edison, com vários


diâmetros diferentes. O seu código é provido da letra E (Edison) e um número que
determina o diâmetro da rosca em milímetros: E-10, E-12, E-14, E-17, E-27 e E-40.

As lâmpadas incandescentes usadas em residências possuem rosca E-27.

Alguns tipos de porta lâmpadas são mostrados nas figuras que seguem.

Exercícios

1. Responda às seguintes perguntas:


a. Quais são os três tipos de interruptores usados em instalações elétricas
prediais?

b. Qual é a corrente máxima que pode circular por um interruptor simples, em


instalações prediais?

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 121
c. De que forma deve ser ligado um dimmer em um circuito elétrico?

d. Que vantagem o interruptor paralelo apresenta em relação ao interruptor


simples?

e. Faça o esquema de um circuito de iluminação com uma lâmpada comandada a


partir de três pontos diferentes.

f. Quais são os valores de tensão de serviço e correntes nominais mais comuns


para tomadas e plugues?

g. Qual é a diferença entre as tomadas simples e universal?

h. Qual é o tipo de rosca que é utilizado em porta-lâmpadas para lâmpadas


usadas em residências?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
122 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Dispositivos de proteção,
acionamento e sinalização

Neste capítulo serão estudados dispositivos usados em instalações prediais e em


comandos elétricos industriais.

Para a complementação do estudo desse assunto, é importante que você consulte


catálogos técnicos fornecidos por fabricantes desses dispositivos, nos quais é possível
obter informações técnicas que permitem dimensionar e especificar os dispositivos de
acordo com os parâmetros do circuito.

Dispositivos de proteção

Os dispositivos de proteção dos circuitos elétricos podem ser divididos em quatro tipos:
• Interruptor de corrente de fuga;
• Fusíveis;
• Disjuntores;
• Relés térmicos.

Interruptor de corrente de fuga


O interruptor de corrente de fuga é um dispositivo que faz o desligamento de qualquer
circuito que apresente uma corrente de fuga entre 15 e 30 mA. Isso garante a
segurança contra incêndios. Apesar de se ter a sensação de choque em caso de
contato da fase com o corpo humano, não há risco de vida, caso o circuito seja
protegido por esse dispositivo.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 123
A ilustração a seguir representa um interruptor de corrente de fuga.

O interruptor de corrente de fuga possui um transformador de corrente, um disparador


e um mecanismo liga-desliga. Ele funciona comparando uma corrente de entrada com
uma corrente de saída. Se a diferença estiver entre 15 e 30 mA, o disparador opera em
30 ms.

Ele deve ser ligado de modo que todos os condutores do circuito, inclusive o neutro,
passem pelo interruptor. Isso permite a comparação entre as correntes de entrada e de
saída e o desligamento da alimentação do circuito em caso de fuga de corrente.

SENAI-SP – INTRANET
124 CT016-10
Veja o exemplo de esquema de ligação para interruptores de corrente de fuga na
ilustração a seguir.

Há interruptores projetados para operar com correntes de fuga de 500 mA, porém eles
só protegem as instalações contra riscos de incêndio, não oferecendo segurança
contra riscos pessoais.

Fusíveis
Os fusíveis são dispositivos de proteção destinados a interromper circuitos pelos quais
esteja circulando uma corrente de curto-circuito ou sobrecarga de longa duração.

Há vários modelos de fusíveis, de diversos fabricantes. Os mais usuais são os do tipo


cartucho, faca, diazed e NH.

Os fusíveis são formados por um corpo de material isolante, normalmente fibra


prensada ou porcelana no qual está inserido um fio fusível de chumbo, cobre ou prata,
que uma vez fundido por sobrecarga ou curto-circuito, interrompe a corrente do
circuito. O corpo de material isolante serve de proteção contra acidentes pessoais
(choques).

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 125
Os fusíveis são construídos para várias intensidades de correntes e tensão máxima de
serviço até 600 V.

O fio fusível existente no interior do fusível, chamado elo fusível, ou lâmina fusível, é o
condutor que se funde dentro do fusível e interrompe a corrente do circuito quando há
sobrecarga de longa duração ou curto-circuito. Quando ocorrer a queima do elo fusível,
o dispositivo deverá se substituído por outro de mesma característica.

Disjuntores
Disjuntores são dispositivos de manobra e proteção com capacidade de ligação e
interrupção de corrente quando surgem no circuito condições anormais de trabalho
como curto-circuito ou sobrecarga.

O disjuntor é composto das seguintes partes:


• Caixa moldada feita de material isolante na qual são montados os componentes;
• Alavanca liga-desliga por meio da qual se liga ou desliga manualmente o disjuntor;
• Extintor de arco ou câmara de extinção, que secciona e extingue o arco que se
forma entre os contatos quando acontece sobrecarga ou curto-circuito;
• Mecanismo de disparo que desliga;
• Automaticamente o disjuntor em caso de sobrecarga;
• Relé bimetálico que aciona o mecanismo de disparo quando há sobrecarga de
longa duração;

SENAI-SP – INTRANET
126 CT016-10
• Relé eletromagnético que aciona o mecanismo de disparo quando há um curto-
circuito.

O disjuntor inserido no circuito funciona como um interruptor. Como o relé bimetálico e


o relé eletromagnético são ligados em série dentro do disjuntor, ao ser acionada a
alavanca liga-desliga, fecha-se o circuito que é travado pelo mecanismo de disparo e a
corrente circula pelos dois relés.

Havendo uma sobrecarga de longa duração no circuito, o relé bimetálico atua sobre o
mecanismo de disparo abrindo o circuito. Da mesma forma, se houver um curto-
circuito, o relé eletromagnético é que atua sobre o mecanismo de disparo abrindo o
circuito instantaneamente.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 127
Quando ocorrer o desarme do disjuntor, basta acionar a alavanca de acionamento para
que o dispositivo volte a operar, não sendo necessária sua substituição como ocorre
com os fusíveis.

Quanto às características elétricas, os disjuntores podem ser unipolar, bipolar e


tripolar; normalmente para correntes de 6, 10 A, 15 A, 20 A, 25 A, 30 A, 35 A, 40 A,
50 A, 60 A, 70 A, 90 A, 70 A, 100 A e 150 A.

Eles possuem disparo livre, ou seja, se a alavanca for acionada para a posição ligada
e houver um curto-circuito ou uma sobrecarga, o disjuntor desarma.

Observação
O disjuntor deve ser colocado em série com o circuito que irá proteger.

O tempo de disparo da proteção térmica (ou contra sobrecarga) torna-se mais curto
quando o disjuntor trabalha em temperatura ambiente elevada. Isso ocorre
normalmente dentro do quadro de distribuição. Por isso, é necessário dimensionar a
corrente nominal do disjuntor, de acordo com as especificações do fabricante, e
considerando também essa situação.

Relés térmicos
Esse componente é também denominado de relé bimetálico. Sua função básica é
proteger motores ou outros equipamentos contra aquecimento demasiado produzido
por sobrecarga. Protege também os motores trifásicos em caso de funcionamento
bifásico, ou seja, se faltar uma fase por um motivo qualquer, o motor continuará
funcionando, mas ocorrerá uma elevação da corrente das outras duas fases. Essa
elevação da corrente provocará um aquecimento do relé, interrompendo o circuito.

SENAI-SP – INTRANET
128 CT016-10
O relé térmico é constituído basicamente de um bimetal, contato fixo, contato móvel e
elemento de arraste conforme ilustração a seguir.

O bimetal é formado pela união de dois metais com coeficientes de dilatação


diferentes.

Quando esse bimetal é aquecido, pela elevação da corrente, curva-se acionando o


contato fechado, abrindo-o.

Os dispositivos de proteção são representados pelos símbolos gráficos apresentados


na tabela a seguir conforme determina a norma NBR 12523.

NBR 12523/92
Fusível Disjuntor Relê térmico
(item 3.21.1) (item 3.13.5) (item 3.15.21)

Observação
Antes de substituir ou rearmar qualquer dispositivo de proteção, deve-se sanar as
causas que provocaram a interrupção do funcionamento do circuito elétrico.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 129
Dispositivos de acionamento

São considerados como dispositivos de acionamento aqueles direta ou indiretamente


responsáveis pelo acionamento de algum equipamento elétrico, como um motor por
exemplo. Nesse grupo de componentes estão as botoeiras, os contatores e as
chaves fim de curso.

Botoeiras
Botoeiras ou botões de comando, são chaves auxiliares de comando manual que
interrompem ou estabelecem um circuito de comando por meio de pulsos. A figura a
seguir ilustra um tipo de botoeira.

As chaves auxiliares tipo botoeira são constituídas por botão de acionamento, contatos
móveis e contatos fixos.

A norma NBR 12523/92 define o símbolo gráfico desse componente e a NBR 5280/83,
a letra para designação, conforme as ilustrações a seguir.

Contatores
Contatores são dispositivos de manobra mecânica acionados eletricamente, capazes
de conduzir ou interromper correntes em condições normais do circuito.

SENAI-SP – INTRANET
130 CT016-10
Esse componente apresenta várias vantagens, entre elas:
• Permite acionar equipamentos com maior segurança e precisão;
• Apresenta grande durabilidade;
• É construído para uma elevada frequência de operação;
• Pode ser comandado a distância.

As figuras que seguem ilustram dois tipos de contatores.

Através da ilustração simplificada em corte mostrada a seguir, é fácil compreender o


funcionamento de um contator.

A bobina, quando alimentada por um circuito externo, cria um campo magnético que é
concentrado no núcleo fixo e atrai o núcleo móvel.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 131
Nesse deslocamento, através de um acionamento mecânico fecham os contatos
abertos e abrem os contatos fechados.

Chaves fim de curso


Chaves fim de curso são chaves auxiliares de comando usadas para comandar
contatores, válvulas, sinalização e outros elementos.

Esse tipo de dispositivo é constituído por um elemento de acionamento, que pode ser
uma alavanca ou haste, que quando acionado permite abrir ou fechar internamente
contatos elétricos.

Dispositivos de sinalização

Sinalização é uma forma visual ou sonora de chamar a atenção do operador para uma
situação determinada em um circuito, máquina ou conjunto de máquinas.

SENAI-SP – INTRANET
132 CT016-10
A sinalização pode ser:
• Luminosa;
• Sonora.

A sinalização luminosa é a mais usada por ser de mais rápida visualização.

A lente do sinalizador deve propiciar bom brilho e, quando a lâmpada está apagada,
deve apresentar-se completamente opaca em relação à luz ambiente.

A sinalização sonora pode ser feita por meio de buzinas ou campainhas.

Esse tipo de sinalização é usado normalmente em locais com ruídos, como por
exemplo na sinalização de ponte rolante, com a função de chamar a atenção em uma
emergência.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 133
Exercícios

1. Responda às seguintes perguntas.


a. Qual é a função do interruptor de corrente de fuga?

b. Quais são os tipos de fusíveis mais usuais?

c. Como ocorre a interrupção do circuito através do fusível?

d. Qual é a diferença entre um disjuntor e um fusível?

e. Em quais condições o disjuntor desarma?

f. Qual é a função do relê térmico?

SENAI-SP – INTRANET
134 CT016-10
g. Que são dispositivos de acionamento?

h. Faça o símbolo gráfico de uma botoeira.

i. Cite duas vantagens da utilização do contator.

j. Qual a função de uma chave fim de curso?

k. Cite dois dispositivos de sinalização.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 135
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998
SENAI-SP – INTRANET
136 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2009

Diagramas elétricos

Para a execução de uma instalação elétrica, o eletricista deve ter à sua disposição,
uma série de dados importante tais como: a localização dos elementos na planta do
imóvel, a quantidade e seção dos fios que passarão dentro de cada eletroduto, qual o
trajeto da instalação, a distribuição dos dispositivos e circuitos e seu funcionamento.

Todos esses dados estão contidos neste capítulo que falará sobre diagramas de
instalação. Nele você verá que existem diversos tipos de diagramas, conhecerá suas
características, simbologia e modo de utilização.

Diagrama elétrico
Diagrama elétrico é a representação de uma instalação elétrica ou parte dela por meio
de símbolos gráficos, definidos nas normas NBR 5259, NBR 5280, NBR 5444, NBR
12519, NBR 12520 e NBR 12523.

Dos diagramas existentes, estudaremos neste capítulo três:


• Diagrama funcional;
• Diagrama multifilar;
• Diagrama unifilar.

O diagrama funcional apresenta todo o sistema elétrico e permite interpretar com


rapidez e clareza o funcionamento ou a sequência funcional dos circuitos.

Esse tipo de diagrama não se preocupa com a posição física dos componentes da
instalação elétrica.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 137
A figura a seguir mostra um exemplo de diagrama funcional de um circuito composto
por um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é de difícil


interpretação quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa todo
sistema elétrico em seus detalhes e todos os condutores.

Veja na figura a seguir, um exemplo de diagrama multifilar mostrando um circuito


composto de um interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

H1

S1
X1

O diagrama unifilar apresenta as partes principais de um sistema elétrico e identifica


o número de condutores. O trajeto dos condutores é representado por um único traço.

Esse tipo de diagrama geralmente representa a posição física dos componentes da


instalação, porém não representa com clareza o funcionamento e a sequência
funcional dos circuitos. É o tipo de diagrama mais usado em instalações elétricas
prediais.

SENAI-SP – INTRANET
138 CT016-10
A figura a seguir apresenta um diagrama unifilar do circuito elétrico composto por um
interruptor simples, uma tomada e uma lâmpada.

Os símbolos gráficos usados neste diagrama são definidos pela norma NBR 5444,
para serem usados em planta baixa (arquitetônica) do imóvel. Nesta planta é indicada
a localização exata dos circuitos de luz, de força, de telefone e seus respectivos
aparelhos.

Veja na tabela a seguir, a simbologia do sistema unifilar para instalações elétricas


prediais (NBR 5444).

No. Símbolo Significado Observações

Dutos e distribuição

Eletroduto embutido no teto ou


1
parede
Para todas as dimensões em
2 Eletroduto embutido no piso milímetros, indicar a seção, se esta
não for de 15 mm.
3 Telefone no teto

4 Telefone no piso

Tubulação para campainha, som, Indicar na legenda o sistema


5
anunciador ou outro sistema passante.

Condutor de fase no interior do Cada traço representa um condutor.


6
eletroduto Indicar a seção, no do circuito e a
seção dos condutores, exceto se
Condutor neutro no interior do 2
7 forem de 1,5 mm .
eletroduto

Condutor de retorno no interior do


8
eletroduto

9 Condutor terra no interior do


eletroduto

10 Condutor positivo no interior do


eletroduto

Condutor negativo no interior do


11
eletroduto

Indicar a seção utilizada; em 50.


12 Cordoalha de terra
significa 50 mm2

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 139
No. Símbolo Significado Observações

Dutos e distribuição
Leito de cabos com um circuito
passante composto de: três 25. significa 25 mm2
13 fases, cada um por dois cabos de
25 mm2 mais cabos de neutro de 10. significa 10 mm2
2
seção 10 mm

14 Caixa de passagem no piso Dimensões em mm.

15 Caixa de passagem no teto Dimensões em mm.

Indicar a altura e se necessário


16 Caixa de passagem na parede
fazer detalhe (dimensões em mm).

17 Eletroduto que sobe

18 Eletroduto que desce

19 Eletroduto que passa descendo

20 Eletroduto que passa subindo

No desenho aparecem quatro


sistemas que são habitualmente:

I- Luz e força;
21 Sistema de calha de piso
II- Telefone (TELEBRÁS);
III- Telefone (P(A)BX, KS, ramais);
Especiais (COMUNICAÇÕES).
2
Condutor seção 1,0 mm , fase
22
para campainha
Se for de seção maior, indicá-la.
23 Condutor seção 1,0 mm2, neutro
para campainha
2
24 Condutor seção 1,0 mm , retorno
para campainha

Quadros de distribuição

Quadro parcial de luz e força Indicar as cargas de luz em watts e


25
aparente de força em W ou kW.

Quadro parcial de luz e força


26
embutido

Quadro geral de luz e força


27
aparente

Quadro geral de luz e força


28
embutido

SENAI-SP – INTRANET
140 CT016-10
29 Caixa de telefones

30 Caixa para medidor

Interruptores

A letra minúscula indica o ponto


31 Interruptor de uma seção
comandado.

As letras minúsculas indicam os


32 Interruptor de duas seções
pontos comandados.

As letras minúsculas indicam os


33 Interruptor de três seções
pontos comandados.

A letra minúscula indica o ponto


34 Interruptor paralelo ou three-way
comandado.

Interruptor intermediário ou four- A letra minúscula indica o ponto


35
way comandado.

36 Botão de minuteria

Nota: Os símbolos de 31 a 38 são


Botão de campainha na parede
37 para plantas; os de 39 a 46 são
(ou comando à distância)
para diagramas.

Botão de campainha no piso (ou


38
comando a distância)

Indicar a tensão, correntes


39 Fusível
nominais.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora com nominais.
40
fusíveis, abertura sem carga
Ex.: chave tripolar.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora com nominais.
41
fusíveis, abertura em carga
Ex.: chave bipolar.
Indicar a tensão, correntes
Chave seccionadora abertura nominais.
42
sem carga
Ex.: chave monopolar.

Chave seccionadora abertura em Indicar a tensão, correntes


43
carga nominais.

Indicar a tensão, corrente, potência,


44 Disjuntor a óleo capacidade nominal de interrupção
e polaridade.

Indicar a tensão, corrente potência,


45 Disjuntor a seco capacidade nominal de interrupção
e polaridade através de traços.

46
Chave reversora

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 141
Luminárias, refletores, lâmpadas
Ponto de luz incandescente no A letra minúscula indica o ponto de
47 teto. Indicar o no de lâmpadas e a comando e o número entre dois
potência em watts. traços o circuito correspondente.

Ponto de luz incandescente na


48 Deve-se indicar a altura da arandela.
parede (arandela).

Ponto de luz incandescente no teto


49
(embutido).

Ponto de luz fluorescente no teto A letra maiúscula indica o ponto de


50 (indicar o no. de lâmpadas e na comando e o número entre dois
legenda o tipo de partida e reator). traços o circuito correspondente.

Ponto de luz fluorescente na


51 Deve-se indicar a altura da luminária.
parede.

Ponto de luz fluorescente no teto


52
(embutido).

Ponto de luz incandescente no


53 teto em circuito vigia
(emergência).

Ponto de luz fluorescente no teto


54
em circuito vigia (emergência).

Sinalização de tráfego (rampas,


55
entradas, etc.).

56 Lâmpada de sinalização.

Indicar potência, tensão e tipo de


57 Refletor.
lâmpadas.

Poste com duas luminárias para


58 Indicar potências, tipo de lâmpadas.
iluminação externa.

59 Lâmpada obstáculo.

60 Minuteria. Diâmetro igual ao do interruptor.

Ponto de luz de emergência na


61 parede com alimentação
independente.

62 Exaustor.

Motobomba para bombeamento


63 da reserva técnica de água para
combate a incêndio.

SENAI-SP – INTRANET
142 CT016-10
Tomadas

Tomada de luz na parede, baixo


64
(300 mm do piso acabado).

Tomada de luz a meio a altura


65
(1.300 mm do piso acabado).
A potência deverá ser indicada ao
Tomada de luz alta (2.000 mm do lado em VA (exceto se for de 100
66 VA), como também o número do
piso acabado).
circuito correspondente e a altura
da tomada, se for diferente da
67 Tomada de luz no piso. normalizada; se a tomada for de
força, indicar o número de W ou
kW.
Saída para telefone externo na
68
parede (rede Telebrás).

Saída para telefone externo na


69 Especificar “h”.
parede a uma altura “h”.

Saída para telefone interno na


70
parede.

Saída para telefone externo no


71
piso.

72 Saída para telefone interno no piso.

73 Tomada para rádio e televisão.

74 Relógio elétrico no teto.

75 Relógio elétrico na parede.

76 Saída de som, no teto.

77 Saída de som, na parede. Indicar a altura “h”.

78 Cigarra.

79 Campainha.

Dentro do círculo, indicar o


80 Quadro anunciador. número de chamadas em
algarismos romanos.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 143
Motores e Transformadores

81 Gerador. Indicar as características nominais

82 Motor. Indicar as características nominais

Indicar a relação de tensões e


83 Transformador de potência.
valores nominais

Transformador de corrente (um


84
núcleo).
Indicar a relação de espiras, classe
de exatidão e nível de isolamento. A
85 Transformador de potencial. barra de primário deve ter um traço
mais grosso.
Transformador de corrente (dois
86
núcleos).

87 Retificador.

Acumuladores
a) O traço longo representa o pólo
positivo e o traço curto, o pólo
negativo.

Acumulador ou elementos de b) Este símbolo poderá ser usado


88 para representar uma bateria se
pilha.
não houver risco de dúvida.
o
Neste caso, a tensão ou o n e o
tipo dos elementos devem(m) ser
indicado(s).
Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de
89
pilhas. Forma 1. elementos.

Bateria de acumuladores ou Sem indicação do número de


90
pilhas. Forma 2. elementos.

SENAI-SP – INTRANET
144 CT016-10
Como exemplo, é apresentado a seguir um esquema da instalação elétrica de uma
residência, na planta baixa.

Exercícios

1. Resolva os exercícios a seguir:


a. Qual é a diferença entre os diagramas multifilar e funcional?

b. Que é diagrama elétrico?

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 145
c. Qual tipo de diagrama é mais usado em instalações elétricas prediais?

d. Qual é a norma da ABNT que define os símbolos gráficos para serem usados
em plantas baixas, em instalações elétricas prediais?

2. Complete a tabela que segue com os respectivos símbolos.

a. Eletroduto embutido no teto ou parede


b. Eletroduto embutido no piso
c. Telefone no teto
d. Condutor neutro no interior do eletroduto
e. Condutor de retorno no interior do eletroduto
f. Interruptor de duas seções
g. Campainha
h. Retificador
i. Tomada de luz na parede, baixo (300 mm do piso acabado)
j. Tomada de luz a meio a altura (1.300 mm do piso acabado)
k. Motor
Ponto de luz incandescente no teto. Indicar o número de
l.
lâmpadas e a potência em watts

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2009


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
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146 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2009

Noções de ergonomia

Quase tudo que está à nossa volta é fruto do trabalho dos homens, desde a sua
criação até a sua execução. De manhã, ao tomarmos café com leite e comermos pão
com manteiga, nem sempre somos capazes de imaginar quantas pessoas colaboraram
com seu trabalho físico e intelectual para termos esses produtos. Graças ao trabalho e
à capacidade dessas pessoas, conseguimos viver com maior conforto e saúde.

Também não somos capazes de imaginar sob que condições esse trabalho foi
realizado. Porém, isso é muito importante porque condições inseguras, insalubres ou
perigosas podem trazer ao trabalhador doenças profissionais que o tornará incapaz
para uma vida produtiva.

Os princípios da ergonomia ajudam a estudar as condições sob as quais o trabalho é


realizado, melhorando o conhecimento sobre a atividade real do trabalhador e
detectando pontos de desequilíbrio entre o homem e seu posto de trabalho. Isso torna
possível influir tanto na organização das tarefas quanto no ambiente em que elas são
realizadas, permitindo a atuação direta sobre suas consequências negativas como os
acidentes de trabalho, as doenças profissionais e do trabalho, a fadiga industrial.

Neste capítulo, estudaremos algumas noções sobre ergonomia e também formas de


organizar o trabalho de modo a obter maior produtividade com menos esforço, mais
segurança e mais eficácia.

O que é ergonomia?

Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao ser humano que


auxiliam na concepção de máquinas, instrumentos e dispositivos, de modo que ao
serem utilizados, proporcionem aos seus usuários o máximo de conforto, segurança e
eficácia.
SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 147
Por exemplo
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortar chapas de
aço?

A haste de movimentação da guilhotina, que tem contato com as mãos do trabalhador,


deve ter um formato adequado, de modo a permitir que todos os dedos nela se
apoiem, conforme mostra a ilustração abaixo.

Esse formato respeita a anatomia das mãos, proporcionando conforto ao trabalhador.

A ergonomia surgiu nos anos 40 com o objetivo de compreender o trabalho humano


em suas relações dentro dos contextos social e tecnológico. Trata-se de uma área de
conhecimento que utiliza informações de diversas outras áreas como a engenharia, a
fisiologia, a psicologia, a medicina, a fisioterapia, a sociologia.

A ergonomia se classifica em:


• Ergonomia do produto, que trata do design dos produtos a serem oferecidos no
mercado;
• Ergonomia de produção, que estuda o modo como os processos produtivos são
organizados.

A ergonomia de produção, por sua vez, pode ser subdividida em:


• Ergonomia de concepção, que trata dos projetos de máquinas e equipamentos,
processos de trabalho e plantas industriais, com a finalidade de evitar que seu uso
venha a causar desconforto e doenças profissionais em seus usuários;
• Ergonomia de correção, que trata da correção dos problemas ergonômicos gerados
por máquinas, equipamentos, processos de trabalho e plantas industriais e que
estejam causando desconforto e doença aos trabalhadores.

SENAI-SP – INTRANET
148 CT016-10
Através da observação dos postos de trabalho, os especialistas em ergonomia têm
verificado que o trabalho cada vez mais se realiza por meio de tarefas manuais
repetitivas com exigências de precisão e rapidez cada vez maiores e com um ritmo de
trabalho imposto pelas máquinas.

Essa exigência de um grau cada vez maior de produtividade e competitividade leva a


um crescente aumento das doenças relacionadas ao trabalho, sejam elas físicas ou
mentais, particularmente os casos de Distúrbios Ósteo-musculares Relacionados com
o Trabalho (DORT). Essas doenças profissionais têm graves repercussões tanto para o
trabalhador que adoece, quanto para a sociedade que tem que arcar com os custos de
sua assistência médica e previdenciária.

Elas são resultado de exigências de esforço físico intenso, levantamento e transporte


manual de peso, postura inadequada no exercício das atividades, exigências rigorosas
de produtividade, jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos, atividades
monótonas ou repetitivas etc.

Norma Regulamentadora 17

Segurança e saúde do trabalhador são assuntos muito sérios. Em virtude disso,


existem as Normas Regulamentadoras (NR) que tratam das questões relativas à
segurança e medicina do trabalho, são de responsabilidade do Ministério do Trabalho e
Emprego e cuja aplicação é fiscalizada pela Secretaria de Segurança e Saúde do
Trabalho.

A Ergonomia é tratada na NR-17 que “visa estabelecer parâmetros que permitam a


adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente”.

“As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento de


transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições
ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho
(NR17, itens 17.1 e 17.2.)”.

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CT016-10 149
Isso significa que essa NR descreve parâmetros para estabelecimento de condições
mínimas de trabalho no que se refere a:
• Levantamento, transporte e descarga individual de materiais, estabelecendo, por
exemplo, que “Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas
cujo peso seja suscetível de comprometer” (NR17, item 17.2.2.) a saúde ou a
segurança do trabalhador;
• Mobiliário dos postos de trabalho que exige, por exemplo, que “Para trabalho
manual sentado ou que tenha de ser feito de pé, as bancadas, mesas,
escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação...” (NR17, item 17.3.2.);
• Equipamentos dos postos de trabalho que estabelece que “Todos os equipamentos
que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho a ser executado”
(NR17, item 17.4.1.);
• Condições ambientais do trabalho que exige, entre outras coisas, que “Nos locais
de trabalho onde são executadas as atividades que exijam solicitação intelectual e
atenção constantes”... “são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO;
b. índice de temperatura efetiva entre 20°C e 23oC;
c. velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
d. umidade relativa ao ar não inferior a 40%. (NR17, item 17.5.2.)”.
• Organização do trabalho, que “para efeito da NR, deve levar em conta, no mínimo:
a. as normas de produção;
b. modo operatório;
c. a exigência de tempo;
d. a determinação do conteúdo do tempo;
e. o ritmo do trabalho;
f. o conteúdo das tarefas. (NR17, item 17.6.2.).

Organização do trabalho

Como vimos, organização do trabalho é um dos itens da NR17 que trata da ergonomia
com vistas a proporcionar conforto e segurança ao trabalhador na realização de seu
trabalho.

O problema surge quando é necessário elaborar e por em prática essa organização.


Por exemplo, escolher uma forma mais rápida de realizar uma tarefa pode afetar a
qualidade do produto e a segurança do trabalhador, tornando o trabalho perigoso.

SENAI-SP – INTRANET
150 CT016-10
Além disso, precisamos pensar, também, na quantidade e qualidade dos materiais
necessários, nas condições de equipamentos e do ambiente para as pessoas que vão
operá-los, na hora e no local em que eles devem estar.

Antes de iniciar o trabalho, precisamos providenciar:


• Máquinas;
• Ferramentas adequadas e em bom estado;
• Matéria-prima;
• Equipamentos diversos, inclusive os de segurança;
• Tempo necessário;
• Pessoas qualificadas, etc.

Quando fazemos, com antecedência, um estudo de todos os fatores que vão interferir
no trabalho e reunimos o que é necessário para a sua execução, estamos organizando
o trabalho para alcançar bons resultados.

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CT016-10 151
Posto de trabalho
Posto de trabalho é o local definido e delimitado para a realização de uma atividade
qualquer. Esse local deve ter tudo o que é necessário para o trabalho: máquinas,
bancadas, material, ferramentas, instalações etc. Num posto de trabalho, podem
trabalhar uma ou mais pessoas.

Para essa organização, é valiosa a técnica baseada nos princípios de economia de


movimentos.

Princípios de economia de movimentos

Esses princípios orientam procedimentos para reduzir movimentos do profissional e


aumentar a produtividade. A idéia básica desses princípios é a de que não se deve
fazer nada que seja desnecessário. Normalmente, esses princípios são empregados
em trabalhos contínuos, manuais e em pequenas montagens. De acordo com tais
princípios, o trabalho deve ser organizado com base nas seguintes idéias:

1. Uso de músculos adequados;


Deve haver concordância entre o esforço a ser feito e os músculos a serem
utilizados num trabalho físico. Pela ordem, devemos usar os músculos dos dedos.

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152 CT016-10
Se estes não forem suficientes para o esforço despendido, vamos acrescentando a
força de outros músculos: do punho, do antebraço, do braço e dos ombros.
Essa quantidade de músculos deve ser usada de acordo com a necessidade: nem
mais, o que seria desperdício de energia; nem menos, porque a sobrecarga de um
só músculo pode causar problemas sérios ao trabalhador.

Por exemplo
Quando um pintor usa um pincel médio para pintar uma porta numa determinada
altura, ele deve usar os músculos dos dedos mais os músculos dos punhos. Se
utilizasse também o antebraço, estaria fazendo esforço desnecessário.

2. Mãos e braços;
As mãos e os braços devem trabalhar juntos. Sempre que possível, deve-se
organizar o trabalho de modo que ele possa ser realizado com as duas mãos ou os
dois braços num mesmo momento e em atividades iguais.

Se, por exemplo, temos de colocar uma porca num parafuso, dar meia-volta na
porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, devemos fazer esse trabalho
com as duas mãos e os dois braços. Numa empresa, esse tipo de trabalho pode
ser feito de modo rápido e eficiente pelo trabalhador, desde que se façam as
adaptações necessárias no posto de trabalho e que o trabalhador passe por um
treinamento.

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CT016-10 153
3. Movimentos curvos
Os movimentos dos braços e das mãos devem ser feitos em curvas contínuas, isto
é, sem paradas e, se possível, de forma combinada. Um exemplo de movimento
em curvas é o de encerar que, em vez de vaivém, deve ser feito em círculos
contínuos.

Um exemplo de movimento combinado é o que fazemos quando pegamos um


parafuso com as mãos e o seguramos de modo que sua posição fique adequada
para encaixá-lo num furo.

4. Lançamentos
Quando necessitamos transportar coisas, poderemos lançá-las em vez de carregá-
las, se a distância assim o permitir. Esse lançamento deve seguir uma trajetória
chamada balística porque descreve uma curva igual ao caminho que faz uma bala
disparada de uma arma de fogo. É o que fazem os pedreiros ao usarem pás para
lançar areia de um local para outro.

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5. Ritmo
O trabalho deve ser feito com ritmo, ou seja, cadência. Quando andamos uma
longa distância, devemos manter um ritmo constante, de modo que não nos
cansemos andando muito rápido, nem demoremos andando muito devagar.

Mas é preciso lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio. Assim, o trabalhador
deve seguir o seu próprio ritmo e mantê-lo constantemente.

Ao serrar uma barra de aço de bitola fina, por exemplo, com uma serra manual, o
movimento de vaivém deve ter um ritmo normal. Um movimento excessivamente
rápido, além de cansar quem está serrando, pode resultar num corte malfeito, sem
boa qualidade. Também pode causar redução da produção, pois o trabalhador, após
excessivo esforço, vê-se obrigado a parar por muito cansaço.

6. Zonas de trabalho
É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a área da extensão das mãos
do trabalhador quando ele movimenta os braços, sem precisar movimentar o corpo.

No plano horizontal, temos a chamada zona ótima, adequada para a realização de


tarefas mais precisas, em que são movimentados os dedos e os punhos.

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Quando usamos dedos, punho e antebraço na execução de um trabalho, estamos
usando a zona normal, conforme ilustra a figura abaixo.

A zona de alcance máximo dos braços corresponde à área denominada zona


máxima. Além desse limite, não é recomendável a realização de nenhuma tarefa.

Todas as ferramentas, materiais, botões de comando e pontos de operação devem


estar sempre colocados nessas áreas, seguindo, se possível, a seqüência: zona
ótima, zona normal, zona máxima.

Essas áreas também existem no plano A área de trabalho pode, ainda, estar em
vertical, que fica paralelo à frente da pleno perpendicular à frente do corpo,
pessoa como é o caso do professor, ao como é o caso do músico que toca harpa.
escrever na lousa.

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7. Altura do posto de trabalho;
A altura do posto de trabalho é um dos aspectos importantes para manter o
conforto do trabalhador e evitar cansaço. Sempre que possível, a pessoa deve ter
liberdade para trabalhar em pé ou sentada, mudando essas duas posições de
acordo com sua disposição física. Portanto, as máquinas e bancadas devem ter
altura adequada à altura do trabalhador para ele trabalhar em pé. Para seu
conforto, deve haver um assento alto, regulável, que lhe possibilite trabalhar
sentado. No entanto, existem trabalhos que só podem ser feitos com o trabalhador
sentado, como é o caso dos motoristas, e trabalhos que só podem ser feitos em pé,
como é o caso dos cozinheiros à frente do fogão.

Em cadeira alta, o trabalhador precisa ter um apoio para os pés, de modo que haja
facilidade de circulação do sangue pelas coxas, pelas pernas e pelos pés.

8. Um lugar para cada coisa


Deve haver sempre um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar sempre em
seu lugar. Pondo isso em prática, evita-se fadiga, perda de tempo e irritação por
não se encontrar o que se necessita.

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Um exemplo desse princípio de ordem e organização é o dos quadros de oficinas
mecânicas, que apresentam contornos das ferramentas a fim de que cada uma
volte sempre ao seu local.

9. Objetos em ordem
Objetos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa sequência de operações, você
usa ferramentas ou outros objetos, procure colocá-los na mesma ordem da
seqüência de uso e na zona em que vai trabalhar. Os objetos de uso mais
frequente devem ficar mais próximos de você.

10. Uso da força da gravidade


A força da gravidade faz com que os corpos sejam atraídos para o centro da Terra.
Deve ser aproveitada para pequenos deslocamentos, como é caso de
abastecimento e retirada de materiais. Sua bancada, por exemplo, pode ter uma
calha para você receber peças ou transportá-las para outro posto.

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11. Ferramentas
As ferramentas devem ser adequadas ao trabalho, tanto no tipo quanto no
tamanho. Por exemplo, para pregar pregos pequenos, devemos usar martelos
pequenos e para pregos grandes, martelos grandes. Devemos apertar uma porca
com chave de boca com tamanho e tipo apropriados, pois o uso da ferramenta
inadequada pode causar acidentes.

Fatores ambientais

Fatores como iluminação, barulho, temperatura etc., devem ser considerados para
aumentar a produtividade, assegurar a qualidade do produto ou serviço que está sendo
feito e garantir o conforto e a saúde ocupacional do trabalhador.

O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificações, os


equipamentos, os móveis, as condições de temperatura, de pressão, a umidade do ar,
a iluminação, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem o nosso ambiente.
Nos locais de trabalho, a combinação de alguns desses elementos gera produtos e
serviços. A todo esse conjunto de elementos e ações denominamos condições
ambientais.

Com o desenvolvimento tecnológico, é possível imaginar que, num futuro próximo, os


trabalhadores fiquem livres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em
risco sua integridade física e saúde.

Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs que, manipulados por controle
remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras de solo e
registrar informações que permitirão prever a ocorrência de futuras erupções. Os
cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros. Nas linhas de montagem, os
robôs se encarregam de atividades repetitivas e perigosas.

Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda há situações em


que o homem é obrigado a enfrentar condições desfavoráveis em seu ambiente de
trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões. E o que é pior: há
casos em que o homem desenvolve seu trabalho em condições ambientais
aparentemente inofensivas, sem ter consciência dos riscos invisíveis que está
enfrentando.

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Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento de suas
tarefas diárias. Alguns atingem grupos específicos de profissionais. É o caso, por
exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas
temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas especiais, para conservar a
temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e descompressão, cada
vez que mergulham ou sobem à superfície.

Outros fatores de risco não escolhem profissão: agridem trabalhadores de diferentes


áreas e níveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente imperceptível. Esses
últimos são os mais perigosos, porque são os mais ignorados.

Riscos físicos

Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos certa quantidade de


energia para produzir um determinado resultado. Quando as condições físicas do
ambiente, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura, são agradáveis,
produzimos mais com menor esforço. Mas, quando essas condições fogem muito dos
limites de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção, a falta de motivação para o
trabalho, as doenças profissionais e os acidentes do trabalho.

Em outras palavras, os fatores físicos do ambiente de trabalho interferem diretamente


no desempenho do trabalhador e na produção e, por isso, merecem ser analisados
com o maior cuidado.

Ruído

Os especialistas no assunto definem o ruído como todo som que causa sensação
desagradável ao homem.

Quando você se encontra em um ambiente de trabalho e não consegue ouvir


perfeitamente a fala das pessoas, isso é uma indicação de que o local é barulhento ou
ruidoso.

O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o cérebro. Se medidas de


controle não forem tomadas, graves consequências podem ocorrer. Agindo no
aparelho auditivo, o ruído pode causar surdez profissional cuja cura é impossível,
deixando o trabalhador com dificuldades para ouvir rádio, televisão e para manter um
bom “papo” com os amigos.

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160 CT016-10
Você sabia?
Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido pela norma
regulamentadora do Ministério do Trabalho é de 85 decibéis. O ruído emitido por uma
britadeira é equivalente a 100 decibéis. Pela mesma norma, o limite máximo de
exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem protetor auditivo, é de 1 hora.

Temperatura

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um


ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde.

Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo
de material utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas
ou outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação pode
gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.

A sensação de calor que sentimos é proveniente da temperatura resultante existente


no local e do esforço físico que fazemos para executar um trabalho. A temperatura
resultante é função dos seguintes fatores: umidade relativa do ar, velocidade e
temperatura do ar e calor radiante, isto é, produzido por fontes de calor do ambiente,
como fornos e maçaricos.

Para saber mais!


Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho, que
trata das tabelas de temperaturas máximas para diferentes tipos de trabalho. Você
pode fazer isso pela Internet.

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Radiação

As radiações são uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptor através
do espaço, em ondas eletromagnéticas.

As radiações se movimentam no espaço em forma de ondas. É dessa forma, em


ondas, que o som chega até o seu radinho de pilhas.

Um dos elementos da onda é o seu comprimento, identificado pela letra grega λ


(lambada). O comprimento de onda λ tem grandes variações, de acordo com o tipo de
energia.

Existem diferentes tipos de radiações que se propagam no espaço em diferentes


comprimentos de onda. As radiações são tanto mais perigosas quanto menor for o
comprimento de onda λ.

Veja, a seguir, quais os tipos de radiação que mais atingem o trabalhador.

1. Raios infravermelhos
Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, trabalhos com metais e
vidros incandescentes, isto é, que ficam da cor laranja e emitem luz quando
superaquecidos, e também nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta
e material úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. Em trabalhos
a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que é uma fonte natural emissora
de raios infravermelhos.

Em doses bem controladas, os raios infravermelhos são usados para fins


medicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiação ultrapassa os limites de
tolerância, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios
infravermelhos podem causar sérios danos à saúde.

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162 CT016-10
2. Raios ultravioletas
Atividades com solda elétrica, processos de foto-reprodução, esterilização do ar e
da água, produção de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos
usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com o
emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol emitem raios ultravioleta.

Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos diários de exposição ao Sol), o


ultravioleta é necessário ao homem porque é o responsável pela produção da
vitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode causar
graves prejuízos à saúde.

Tanto os raios infravermelhos como os ultravioletas normalmente não são medidos


nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades que emitam esses
raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser tomadas para
garantir a saúde dos trabalhadores.

3. Micro-ondas
As micro-ondas são encontradas em formas domésticas ou industriais: fornos de
micro-ondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação,
equipamentos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento em
produção de plásticos e cerâmicos. A medição ou avaliação das microondas pode
ser por sistema elétrico ou térmico, mas não é costumeira e não existem limites
nacionais de tolerância definidos.

4. Laser
Esta sigla, em inglês, vem de “Light Amplification by Stimulated Emission of
Radiation”, que em Português pode ser traduzido por: amplificação da luz por
emissão estimulada de radiação.

O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto é, que se concentra em um


só ponto. É muito utilizado em indústrias metalúrgicas para cortar metais, para
soldar e também em equipamentos para medições a grandes distâncias. Tem
também aplicações em medicina, para modernos processos cirúrgicos.

Os perigos que podem representar os raios laser têm sido motivo de estudos e
experiências, até agora não conclusivos. Daí as recomendações se limitarem mais
aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos, podendo
causar grandes estragos na retina, que é a membrana sensível do olho, em alguns
casos irreversíveis, podendo provocar cegueira.

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CT016-10 163
Todas essas radiações estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microonda e o
laser são classificados como radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas
são as ionizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo humano,
produzem alterações das células, provocando o câncer.

Radiações ionizantes

Do ponto de vista do estudo das condições ambientais, as radiações ionizantes de


maior interesse de uso industrial são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial
são os raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento de onda λ.
Essas radiações podem ser encontradas de forma natural nos elementos radioativos,
tais como Urânio 238, Potássio 40 etc., além das radiações cósmicas vindas do espaço
celeste.

Artificialmente, são originadas pela tecnologia moderna, como o raio X, usado em


metalurgia para detectar falhas em estruturas metálicas e verificar se há soldas
defeituosas. Outros tipos de radiações são usados para determinar espessuras de
lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, bem como para indicar níveis de líquidos em
reservatórios.

Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metálicos, cujo processo
chama-se gamagrafia.

As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produção de


energia elétrica (como a usina atômica de Angra dos Reis) e nos processos de
verificação de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos e de
anéis de motores de automóveis. São também usadas em laboratórios de pesquisa e
na medicina, no combate ao câncer e em muitas outras aplicações.
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A absorção de radiação no organismo humano é indiretamente avaliada pela unidade
chamada REM, em inglês: “Relative Efect Man” que em português quer dizer: efeito
relativo no homem. A detecção das radiações ionizantes é feita por vários tipos de
aparelhos, como detectores pessoais e de cintilação, dosímetros etc.

Os limites máximos de exposição são indicados pela Comissão Nacional de Energia


Nuclear e por norma do Ministério do Trabalho.

Cuidado! Este símbolo indica material radioativo. Não se aproxime, não mexa. Vendo
este símbolo em materiais abandonados ou mal acondicionados, informe aos órgãos
especializados.

Riscos químicos

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são


lançadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essas substâncias
podem apresentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.

No estado sólido, essas substâncias são representadas por poeiras de origem animal,
mineral e vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes
de fundição. No estado gasoso pode-se citar, por exemplo, o GLP (gás liquefeito de
petróleo), usado como combustível nos fogões residenciais. Os ácidos, os solventes,
as tintas e os inseticidas domésticos são exemplos de substâncias químicas no estado
líquido.

Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem penetrar no organismo do


trabalhador por:
• Via respiratória, principal porta de entrada dos agentes químicos, porque
respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto aos nossos
pulmões. Se o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida, normalmente
fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou longo prazo, sérias doenças
chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e o câncer dos pulmões.
Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a
substância atravessa os pulmões, entra na corrente sanguínea e vai alojar-se em

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CT016-10 165
diferentes partes do corpo humano, como no sangue, fígado, rins, medula óssea,
cérebro etc., causando anemias, leucemias, alergias, irritação das vias
respiratórias, asfixia, anestesia, convulsões, paralisias, dores de cabeça, dores
abdominais e sonolência.

Veja ilustração abaixo.

• Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias químicas
será ingerida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando sérios
riscos à saúde.

• Cimento, derivados de petróleo etc. que causam câncer e doenças de pele


conhecidas como dermatoses. Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil,

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mas se o trabalhador estiver desprotegido e tiver contato com substâncias
químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvidas pela pele.

A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato direto com
os produtos perigosos, como arsênico, álcool.

• Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação nos
olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos pode se
dar também pela vista.

É importante tomar cuidado com os diferentes produtos químicos empregados nas


indústrias e até em casa. Faça um levantamento dos produtos químicos que você
utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem
provocar no organismo humano.

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Riscos biológicos

Os riscos biológicos são causados por agentes biológicos na forma de microrganismos,


ou seja, reduzidíssimos seres vivos não vistos a olho nu, presentes em alguns
ambientes de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas, coleta de lixo,
indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria incluem-se os vírus, as bactérias, os
protozoários, os fungos, os parasitas e os bacilos.

Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são
responsáveis por algumas doenças profissionais.

Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes


sujos, as medidas preventivas a tomar são: rigorosa higiene dos locais de trabalho, do
corpo e das roupas; destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização)
ou uso de cloro; uso de equipamentos individuais para evitar contato direto com os
microrganismos; ventilação permanente e adequada; controle médico constante, e
vacinação, sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por


meio de retirada de amostras de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios
especializados. Em virtude das grandes dificuldades para a realização dessas
análises, não existem limites de tolerância definidos.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2009


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Casado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
168 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Riscos ergonômicos

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças inflamatórias,
curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo,
chamadas genericamente de Lesões por Esforços Repetitivos - LER (lê-se lér, com
e aberto).

As doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga


muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos atingidos.

Neste capítulo, você vai saber um pouco mais sobre esse tipo de doença.

Os riscos ergonômicos: Lesões por Esforço Repetitivo

Ao contrário do que se pensa, as LER (Lesões por Esforço Repetitivo) não são
doenças do século XX. Na verdade, esta síndrome é relatada desde 1700 quando
Ramazzini - o pai da medicina do trabalho - a descreve como "doença dos escribas e
notários". Mais tarde aparece como "doença das tecelãs" (1920) ou "doença das
lavadeiras" (1965). O problema se ampliou a partir de 1980, quando a doença - que
atinge várias profissões que envolvem movimentos repetitivos ou grande imobilização
postural - tornou-se um fenômeno mundial, devido à grande evolução do trabalho
humano e ao aumento do ritmo na vida diária.

Hoje, a síndrome que é mais associada ao trabalho informatizado, já representa quase


70% do conjunto das doenças profissionais registradas no Brasil. A prevenção foi e
continua sendo a melhor forma de combate a este tipo de patologia. A adoção de
posturas e ritmos de trabalho mais adequados (com as pausas ao longo da jornada de
trabalho) são fundamentais. Quando existe uma suspeita de lesão, o acompanhamento
de um profissional torna-se primordial para a correta avaliação e tratamento do
funcionário.
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CT016-10 169
O que é uma LER?

As lesões por esforços repetitivos (LER) também chamadas de lesões por traumas
cumulativos (LTC) ou distúrbios ósteo-musculares relacionados com o trabalho
(DORT) são um grupo de doenças causadas pelo uso excessivo de determinada
articulação, principalmente envolvendo as mãos, os punhos, cotovelos, ombros e
joelhos.

Essas doenças têm chamado a atenção ultimamente devido ao aumento de casos,


principalmente nas pessoas que trabalham com computadores e que apresentam
dores e inflamações nas mãos.

Por serem doenças que envolvem determinadas profissões, elas são consideradas
doenças do trabalho. Por isso, as empresas estão cada vez mais preocupadas em
orientar seus funcionários no sentido de prevenir a ocorrência dessas lesões.

Causas da LER

A causa direta da LER parece ser o uso excessivo de determinadas articulações do


corpo, relacionadas ao exercício de certas profissões. Digitadores/datilógrafos,
operadores de caixas registradoras, trabalhadores de linhas de montagem e
costureiras são exemplos de profissionais sujeitos a esse tipo de doença.

Essas pessoas passam horas fazendo o mesmo movimento com as mãos e os braços,
provocando inflamações nas estruturas ósseas, nos músculos, nos tendões, obtendo
como resultado a compressão de nervos e interrupção da circulação sanguínea. Isso
leva à dor, fraqueza e fadiga das articulações. A realização do trabalho, por esse
motivo, torna-se muito dolorosa o que impede a pessoa de trabalhar normalmente.

Tipos de LER
Existem várias doenças que podem ser enquadradas no grupo das LER. Cada uma
delas tem características diferentes, mas, em geral, apresentam o mesmo tipo de
sintoma, ou seja, dor e fraqueza nas articulações. Os principais tipos de lesões por
esforços repetitivos são:
• Tendinite - Inflamação aguda ou crônica dos tendões. Os tendões são estruturas
que se parecem com cordões extremamente fortes e que são responsáveis pela
fixação dos músculos nos ossos. Toda vez que o músculo se contrai, os tendões se

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170 CT016-10
esticam, dando-se assim o movimento desejado. O termo tendinite, significa
inflamação dessas estruturas, causada, geralmente, por dois fatores:
movimentação frequente, e período de repouso insuficiente. Manifesta-se
principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos
voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na
região.

• Tenossinovite - Inflamação aguda ou crônica das bainhas dos tendões. Assim


como a tendinite, os dois principais fatores causadores da lesão são:
movimentação freqüente e período de repouso insuficiente. Manifesta-se
principalmente através de dor na região que é agravada por movimentos
voluntários. Associados à dor, manifestam-se também edema e crepitação na
região.

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• Síndrome de De Quervain - Inflamação dos tendões que passam pelo punho no
lado do polegar. Estes tendões têm uma característica anatômica interessante:
correm dentro da mesma bainha; quando friccionados, costumam se inflamar. O
principal sintoma é a dor muito forte no dorso do polegar. Um dos principais fatores
causadores deste tipo de lesão está no ato de fazer força torcendo o punho.

• Síndrome do túnel do carpo - Inflamação devida à compressão do nervo mediano


(que vem do braço e passa pelo punho) no túnel do carpo. As causas mais comuns
deste tipo de lesão são a exigência de flexão do punho, a extensão do punho e a
tenossinovite. Neste caso, os tendões inflamados levam a uma compressão crônica
e intermitente da estrutura mais sensível do conjunto que compõe o túnel do carpo:
o nervo mediano.

(www.ergonomia.com.br – 2005)

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172 CT016-10
Outros exemplos de LER são:
• Epicondilite lateral - Inflamação das pequenas protuberâncias dos ossos do
cotovelo, chamados de epicôndilos. Manifesta-se em pessoas que trabalham
levantando peso.
• Bursite - Inflamação da bursa, que é uma cápsula contendo líquido lubrificante em
seu interior e que reveste algumas articulações.

É importante notar que essas lesões vão se formando por processo cumulativo, isto é,
um pouco a cada dia e só são sentidas ao longo do tempo.

Os primeiros sintomas de uma lesão por esforço repetitivo são sensações de peso e
desconforto no braço afetado, normalmente o que é mais usado. Durante a jornada de
trabalho, essas sensações vão e voltam, porém não são suficientemente incômodas
para interromper a atividade. À medida que o caso se agrava, surge a dor,
acompanhada de formigamento e sensação de calor na área atingida. Ainda nesse
ponto, praticamente não existem sintomas clínicos, além de uma pequena nodulação
na área afetada.

Quando a lesão está definitivamente instalada, a dor acontece principalmente à noite.


Há perda de força muscular o que impede o profissional de exercer sua função
normalmente. As crises repetidas podem levar a constantes afastamentos do trabalho
até a total impossibilidade para o trabalho, com afastamento definitivo por invalidez.

Todo o trabalho de fisioterapia para a recuperação dos movimentos é longo e sem


garantia de sucesso total. Em seu estado mais grave, as lesões por esforços
repetitivos produzem inchaço na área afetada, alteração da sensibilidade e
comprometimento dos nervos, culminando muitas vezes com a necessidade de uma
cirurgia.

Prevenção das LER

Como essas doenças se instalam por uso repetitivo, a maneira mais fácil de evitá-las é
a prevenção.

Assim, para evitar a tendinite, é preciso tomar cuidado com a posição em que se está
sentado, observando a posição dos braços e das mãos, principalmente as pessoas
que trabalham com computadores e máquinas de escrever. Os punhos devem ficar
sempre em posição confortável, alinhados com os braços e o teclado. De tempos em
tempos, deve-se parar o trabalho para relaxar a musculatura e os tendões.
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CT016-10 173
A fim de prevenir a tenossinovite, deve-se evitar o uso repetitivo das articulações,
evitando forçar as palmas das mãos em atividades como grampear e carimbar.

Na prevenção da síndrome de De Quervain, deve-se procurar relaxar as mãos


durante o trabalho. Ao se apertar a barra de espaço do computador ou da máquina de
escrever, por exemplo, deve-se alternar o uso do polegar direito e esquerdo. O
digitador/datilógrafo deve estar sentado confortavelmente com os punhos no mesmo
nível das teclas. Se a atividade prevê o uso de canetas ou lápis, deve-se usar aqueles
que forneçam sensação mais confortável para a mão, a fim de que o polegar não seja
sobrecarregado. Se a atividade exigir movimentos de pinçamento, deve-se usar luvas
de borracha e alternar o uso das mãos.

A medida mais importante para prevenir a síndrome do túnel do carpo é evitar usar
as articulações por muito tempo. Durante a realização do trabalho devem ser feitas
pausas para relaxar a musculatura das mãos e dos dedos. Para profissionais que
trabalham sentados usando computadores e máquinas de escrever, é muito importante
a posição em que se está sentado. Os pés devem ficar paralelos ao chão (use um
apoio para os pés, se necessário) e as pernas devem estar flexionadas na altura dos
joelhos de modo que a coxa forme um ângulo de 90o em relação às costas. A cadeira
deve ser confortável e as costas devem estar apoiadas no encosto. Os braços e mãos
devem ficar na mesma altura do teclado para não forçar os punhos. A tela do
computador deve estar a uma distância entre 40 e 60 centímetros dos olhos com um
ângulo de inclinação entre 15 e 30o.

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174 CT016-10
Importância das pausas e dos exercícios

Como já vimos, para a prevenção das LER, é muito importante que, ao longo do
período de trabalho, pequenas pausas para descanso sejam feitas. Embora a princípio
essas pausas possam parecer sem importância, paradas entre 5 e 10 minutos por
hora, causam um impacto extremamente positivo ao nosso corpo, impedindo que ele
entre em processo de fadiga e diminuindo em muito o risco de doenças ocupacionais.

A seguir são apresentados quatro exercícios de alongamento e um de relaxamento


que previnem a tenossinovite em pessoas que utilizam principalmente as mãos em seu
trabalho.

Alongamento dos extensores


Para alongar os músculos extensores do punho e dos dedos: fazer o alongamento por
10 segundos, cinco vezes em cada mão.

Alongamento dos flexores


Para alongar os músculos internos das mãos: repetir cinco vezes para cada mão.

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Alongamento da mão
Fazer por dez segundos, repetindo cinco vezes.

Relaxamento
Para relaxar mãos e braços: soltar o braço sacudindo as mãos com o punho e dedos
relaxados. Esse exercício pode ser feito isoladamente durante o decorrer do trabalho.

Contra os males provocados pelos agentes ergonômicos, a melhor arma, como vimos,
é a prevenção na forma de:
• Rodízios e descansos constantes;
• Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
• Exames médicos periódicos;
• Manutenção de postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando peso.

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• Utilização correta do mouse:
a. Bastante espaço livre à volta do mouse para que seu usuário possa movimentá-
lo à vontade;
b. Ângulo de 90o do braço em relação ao antebraço;
c. Botões do mouse pressionados com pouca força para não causar sobrecarga
muscular.

Observação
O texto desta lição foi elaborado com o auxílio de textos pesquisados na Internet. Se
você tem computador e acesso à Internet, faça sua própria pesquisa. Um endereço
interessante é o www.ergonomia.com.br no qual você encontra vídeos com ginásticas
que podem ser feitas nos locais de trabalho para prevenir as LER.

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CT016-10 177
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
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Avaliado pelas Unidades Escolares
do SENAI-SP/2010

Prevenção de incêndios

Durante muitos séculos, a humanidade dependeu de fenômenos naturais, como as


descargas elétricas sob a forma de raios, por exemplo, para obter o fogo. Com o
tempo, o homem aprendeu a fazer o fogo e a usá-lo em seu benefício. Conhecer o
segredo do fogo passou a ser fator de superioridade sobre quem não possuía esse
conhecimento.

Hoje em dia é muito fácil obter o fogo. Utilizamos o fogo o tempo todo e raramente ou
nunca nos damos conta do que estamos fazendo. Não há dúvida de que o fogo é um
elemento extremamente útil ao homem. Porém, ainda hoje, o fogo é um fenômeno que,
às vezes, escapa ao nosso controle e acarreta conseqüências desastrosas.

Mas, afinal, o que é o fogo? Como tê-lo do nosso lado, ao nosso serviço? Como evitar
que ele se torne sinônimo de perigo e destruição? O que cada um de nós pode fazer
para evitar que o fogo seja um risco fora de controle? Esses são alguns dos assuntos
analisados neste capítulo.

O que é o fogo?

O fogo é um fenômeno químico denominado combustão. É uma reação química que


desprende calor e luz, alterando profundamente a substância que se queima. Para
formação do fogo são necessários três elementos, que reagem entre si:
• Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo para sua propagação.
Combustível é tudo que queima, que pega fogo. Os combustíveis podem ser
sólidos (madeira, papel, tecidos etc.), líquidos (álcool, gasolina, óleo etc.) ou
gasosos (acetileno, butano, metano etc.). Substâncias combustíveis que queimam
muito rapidamente são chamadas inflamáveis. É o caso da gasolina, por exemplo,
citada anteriormente como combustível líquido;

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CT016-10 179
• Calor, que dá início ao fogo, mantendo-o e propagando-o pelo combustível. O calor
provém de fontes que se encontram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de
um cigarro ou a chama de um fogão de cozinha;
• Comburente, é o ativador de fogo que dá vida às chamas. O comburente mais
comum é o oxigênio, elemento presente no ar que respiramos.

Basta juntar o combustível, o comburente e uma fonte de calor, com a intensidade


ideal, que teremos como resultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Triângulo do
fogo.

Lembramos que a falta de um desses elementos implicará o não surgimento do fogo e,


conseqüentemente, a não manutenção da chama. Ultimamente vem sendo incluído
mais um elemento: a reação em cadeia, como mostra a figura ao lado.

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A prevenção

Grandes incêndios acontecidos nos últimos anos na cidade de São Paulo, ainda estão
na nossa memória: os dos edifícios Andraus, Joelma, CESP. Após cada um desses
grandes incêndios, a única certeza que ficou é a que todos eles começaram de um
pequeno foco iniciado com a formação do triângulo do fogo. Um pequeno foco pode
ser um fósforo aceso jogado por engano num cesto de lixo ou um curto-circuito num
aparelho de ar condicionado.

Episódios como os dos três edifícios podem ser evitados desde que se impeça a
formação do triângulo do fogo. Isso pode ser conseguido por meio de prevenção.
E prevenir incêndios é tarefa de todos nós.

A prevenção é um assunto tão importante que mereceu até legislação específica. No


Brasil, a própria Constituição e a Consolidação das Leis do Trabalho determinam que
sejam cumpridas normas que têm por objetivo garantir condições seguras de trabalho.

A NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndio, estabelece que todas as empresas
devem possuir:
• Proteção contra incêndios;
• Saídas para a rápida retirada do pessoal em caso de incêndio;
• Equipamentos para combater o fogo em seu início e;
• Pessoas treinadas no uso desses equipamentos.

Para pesquisar!
Que tal conhecer melhor a NR23? Procure-a na biblioteca mais próxima ou, se você
tem computador, faça a pesquisa na Internet.

Como evitar incêndios?

Para ser bem sucedido na prevenção de incêndios, é preciso, antes de mais nada, ter
mentalidade prevencionista e espírito de colaboração. A melhor medida para prevenir
incêndios, como já foi dito, é evitar a formação do triângulo do fogo, o que pode ser
conseguido por meio de algumas medidas básicas, como por exemplo:
• Armazenamento adequado de material;
• Organização e limpeza dos ambientes;
• Instalação de pára-raios;
• Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e equipamentos.

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CT016-10 181
Armazenamento

Materiais inflamáveis devem ser guardados fora dos edifícios principais, em locais bem
sinalizados, onde a proibição de fumar deve ser rigorosamente obedecida.

Organização e Limpeza

Além de tornarem o ambiente de trabalho mais agradável, evitam que o fogo se inicie e
se propague por um descuido qualquer. Lixo espalhado geralmente é fonte inflamável,
podendo ter como consequência a ocorrência de incêndios.

Também o setor administrativo deve merecer muita atenção, pois o volume de material
combustível, representado por móveis, cortinas, carpetes e forros é muito grande,
possibilitando grande risco de incêndio.

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182 CT016-10
Pára-raios

Os incêndios provocados pelos raios são muito comuns. Todas as edificações devem
possuir a proteção do pára-raios, cuja instalação e manutenção periódica devem ser
feitas por especialistas.

Um pára-raios consta essencialmente de uma haste metálica disposta verticalmente na


parte mais alta do edifício a proteger. A extremidade superior da haste termina em
várias pontas (geralmente três) e a inferior é ligada à terra por meio de um cabo
metálico que é introduzido profundamente no solo.

Manutenção adequada de instalações elétricas, máquinas e equipamentos

Cuidado com as instalações elétricas, que ocupam um dos primeiros lugares como
fonte causadora de incêndio. Elas devem ser projetadas adequadamente e receber
manutenção constante. Fios e componentes desgastados devem ser substituídos.
Devem ser evitadas, também, as improvisações ou “gambiarras”. Além disso, a
realização de serviços na área somente deve ficar a cargo de pessoas capacitadas.

Os equipamentos e máquinas devem receber manutenção e lubrificação periódicas,


para evitar o aquecimento que gera calor, colocando em risco o ambiente de trabalho.

Os primeiros cinco minutos

Em qualquer incêndio, os cinco primeiros minutos são decisivos. Se o fogo não for
dominado nesse prazo, a tendência é ele escapar ao controle. Por essa razão é tão
importante evitar que os incêndios comecem ou, se começarem, que sejam extinguidos
rapidamente.
SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 183
Toda empresa deve ter um plano de prevenção e combate a incêndios e um sistema
de controle que proporcione rápida comunicação e correspondente tomada de
providências. Esse plano orienta muito sobre a utilização de equipamentos, retirada
das pessoas e, ainda, sobre os primeiros socorros.

Do mesmo modo, toda empresa deve organizar sua brigada de incêndios, composta
por pessoas treinadas para:
• Verificar condições de riscos de incêndio ou explosão;
• Combater o fogo no seu início, buscando romper o triângulo do fogo;
• Isolar as áreas;
• Combater o incêndio usando hidrantes ou extintores e;
• Coordenar e comandar toda ação de abandono da área de risco.

Esse grupo deve conhecer os tipos de incêndios mais prováveis de acontecer na


empresa a que pertence e ter, entre seus membros, elementos de diversos setores,
especialmente das áreas de manutenção e supervisão que, pelas características de
suas atividades, estão checando freqüentemente as irregularidades.

Todo incêndio é igual?

Parece difícil pensar que alguém vá se preocupar com teorias sobre tipos de incêndio,
quando estiver numa situação de risco. Entretanto, esse é um conhecimento muito
importante e útil porque somente conhecendo a natureza do material que queima,
poderemos descobrir a forma correta de extingui-lo e utilizar o agente extintor
adequado.

Diferentes tipos de materiais provocam diferentes tipos de incêndios e requerem,


também, diferentes tipos de agentes extintores.

SENAI-SP – INTRANET
184 CT016-10
Em função do tipo de material que se queima, existem quatro classes de incêndios,
descritas a seguir.

Classe Tipo de combustível Características Agente extintor

Incêndios envolvendo materiais


sólidos que queimam em superfície e
A Água, espuma
profundidade e deixam resíduos. Ex.:
madeira, papelão, tecidos etc.

Incêndios envolvendo materiais


Gás carbônico, pó
líquidos e gasosos, que queimam em
B químico seco,
superfície e não deixam resíduos
espuma
(não há formação de brasas).

Incêndios envolvendo toda linha de


materiais energizados, isto é, ligados Gás carbônico, pó
C
(*) Ex.: motores, equipamentos químico seco
elétricos etc.

Incêndios envolvendo materiais


Pó químico seco
pirofóricos, isto é, que se inflamam
D especial, limalha de
quando entram em contato com o ar.
ferro, grafite
Ex.: Magnésio, Titânio, Zircônio etc.

(*) Com a corrente desligada, este tipo de incêndio passa a ser combatido como se fosse de classe A ou B.

Atenção
• Nos fogos classe A, em seu início, poderão ser usados ainda pó químico seco ou
gás carbônico!
• A extinção de incêndios tipo D requer a utilização de pós especiais, de acordo com
o metal envolvido no incêndio.

Para extinção do fogo pode-se utilizar:


• Sistema hidráulico ou;
• Extintores de incêndio.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 185
O sistema hidráulico é constituído por hidrantes, que são dispositivos existentes em
redes hidráulicas, facilmente identificáveis pela porta vermelha com visor, e chuveiros
automáticos, que são sistemas de encanamento de água acionados automaticamente
quando ocorre elevação da temperatura, evitando a propagação do fogo.

Os extintores são aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios


de incêndio. De modo geral, são constituídos de um recipiente de metal contendo o
agente extintor. Os extintores mais utilizados são: Extintor de Água Pressurizada,
Extintor de Gás Carbônico, Extintor de Espuma Mecânica e Extintor de Pó Químico
Seco.

Providências em caso de incêndio

Como já foi visto, todo o esforço deve ser feito para prevenir a ocorrência de incêndios.
Mas, se apesar de todos os cuidados, ainda assim um incêndio vier a acontecer e você
se encontrar no meio dele, alguns procedimentos poderão ajudá-lo a sair-se dessa
situação com um mínimo de conseqüências desagradáveis.

Analise com atenção as recomendações a seguir. Reflita sobre elas e prepare-se


psicologicamente para fazer o melhor que puder, caso esse tipo de infortúnio venha a
lhe acontecer.
• Acionar o alarme;
• Chamar o corpo de bombeiros (telefone 193);
• Desligar máquinas, aparelhos elétricos e bloquear entrada de energia;
• Abandonar a área imediatamente, de forma organizada, sem correrias.

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A brigada de incêndio deve entrar em ação imediatamente, isolando a área e
combatendo o fogo em seu início. Assim que o corpo de bombeiros chegar, deve ser
notificado sobre a classe de incêndio (A, B, C ou D). Nessas situações, o mais
importante é manter a calma e acalmar os demais, pois o tumulto e o corre-corre
somente causam confusão e não ajudam em nada.

Exercícios

1. Observe a cena a seguir e aponte os 7 erros, que mostram situações em


desacordo com as regras básicas de prevenção contra incêndios.

2. Baseado no que você aprendeu, pense, discuta com seus colegas e responda:
Um trabalhador acionou um motor elétrico que produziu uma fagulha que caiu num
monte de estopa, iniciando um pequeno incêndio que atingiu um recipiente com
gasolina, provocando uma pequena explosão e um grande susto.
a. Como você classificaria tal incêndio?
b. Que medida tomaria para extingui-lo?
c. O que teria feito para evitar que tudo isso acontecesse?

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CT016-10 187
3. Imagine que você acaba de chegar à empresa, numa segunda-feira. Esteve de
férias e, ao chegar, percebe que ocorreram várias modificações no ambiente físico
da empresa. Ao passar pelo escritório, percebe que há, em cada uma das tomadas,
um “T” com três aparelhos ligados em cada um deles. Os telefones foram mudados
de lugar e há fios de extensões que estão nas passagens entre as mesas. Na área
de produção também houve mudanças, e há duas máquinas ligadas à mesma
tomada. Na frente dessas máquinas, os fios da prensa foram emendados com fita
crepe e duas lâmpadas instaladas provisoriamente estão com fios descascados.
Além disso, há dois galões de gasolina próximos de um torno mecânico.

Analise a situação e compare-a com o que vimos até agora. É uma situação de risco
de incêndio? Se você acha que sim, liste abaixo as medidas de prevenção que você
acha que podem ser tomadas. Lembre-se do que falamos no tópico Como evitar
incêndios.

Seu procedimento Os procedimentos sugeridos pelo grupo

Créditos Unidades Escolares do SENAI-SP/2010


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes Conteúdo técnico avaliado por docentes das Unidades
Regina Célia Roland Novaes Escolares com critérios definidos pela Gerência de
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Educação do SENAI-SP em concordância com a Ditec
010 v.6 – Diretrizes para a produção de material didático
impresso.
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.

SENAI-SP – INTRANET
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Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Descarte de materiais

Numa rua do Parque Palmas do Tremembé, São Paulo, um caminhão despeja entulho
e terra num terreno baldio. A sujeira é grande e ocupa um pedaço da calçada. Um
carro da Polícia Militar chega ao local e interrompe a operação, mas momentos depois
vai embora. Após a saída dos policiais, o resto da sujeira é despejado no terreno, e o
caminhão também sai de cena, como se nada tivesse acontecido.
O Estado de S. Paulo, 19/06/95.

Na cidade de Taubaté, no Estado de São Paulo, a saturação do aterro sanitário levou a


Prefeitura a decretar estado de calamidade pública: o aterro exala mau cheiro (...) e
está próximo ao rio Una, onde se faz a captação de água que abastece a cidade.
Diário do Comércio e Indústria, 28/05/94.

(...) O sistema de coleta seletiva de lixo, inaugurado em São Paulo na gestão Luiza
Erundina, só não foi extinto porque existe uma lei municipal que o torna obrigatório. Os
sacos de lixo se amontoam ao lado dos contêineres coloridos, não há divulgação e a
coleta domiciliar é deficiente. Das 12 mil toneladas de lixo recolhidas por dia, apenas
10 toneladas vão para a reciclagem - menos de 0,09%. Agora a Prefeitura promete, por
meio de dois novos projetos, retomar e ampliar o programa.
O Estado de S. Paulo, 26/06/95.

Não se pode falar de descarte de materiais sem lembrar do problema maior que é o
acúmulo de lixo. Neste capítulo, você vai estudar o que acontece com o lixo das
grandes cidades e o impacto que o descarte de cada tipo de material causa no
ambiente.

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Lixo: um grande problema

Nasci em um pequeno bairro formado de casinhas, a maioria térrea, três ou quatro


vendas e duas quitandas. Agora, 40 anos depois, a minha casinha é a única da rua,
espremida entre imensos prédios de apartamentos por todos os lados. As pessoas não
resistiram às ofertas das construtoras, venderam suas casas e se mudaram para
outros bairros mais distantes.

Nos terrenos das casas que abrigavam quatro ou cinco pessoas, foram construídos
prédios de vinte andares, com dezenas de apartamentos, abrigando centenas de
pessoas. Isso fez com que aumentasse o número de carros, piorasse o trânsito,
houvesse mais barulho e mais lixo!

O acúmulo de lixo polui o ambiente. Mas há soluções para o problema do lixo, como
você verá a seguir.

Tratamento do lixo

O Brasil produz cerca de 90 mil toneladas de lixo por dia, o que corresponde a 30 mil
caminhões cheios de lixo. A grande quantidade de embalagens e produtos descartá-
veis agrava ainda mais o problema. Boa parte desse lixo é constituída de materiais que
podem ser reciclados; outra parte é constituída de material orgânico que pode ser
decomposto por microrganismos. No Brasil, quase todo o lixo ainda é jogado em
lixões. O quadro abaixo mostra os principais destinos do lixo no Brasil.

Destino Em toneladas Em caminhões Porcentagem


lixões 79.200 26.400 88%
aterros sanitários 9.000 3.000 10%
usinas de tratamento 1.800 600 2%

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Vamos ver agora o que acontece com o lixo nesses lugares.
• Lixões
São terrenos comuns, onde o lixo é depositado diariamente a céu aberto, o que
provoca contaminação da água, do solo e do ar.
A decomposição do lixo produz um líquido negro, altamente poluente chamado
"chorume", que penetra no solo e atinge as águas subterrâneas, contaminando as
minas e fontes. A decomposição também provoca a proliferação de animais trans-
missores de inúmeras doenças, como ratos, baratas, moscas e mosquitos. O solo
contaminado torna-se improdutivo, além de ser um desperdício a ocupação de
grandes terrenos com lixo.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 191
• Aterros sanitários
São áreas escolhidas com critério, geralmente terrenos não produtivos e que não
estão localizados em áreas de preservação ambiental. O fundo do aterro deve ser
preparado com camadas plastificadas resistentes, prevendo o escoamento do
"chorume" e o seu tratamento. É uma obra de engenharia complexa, executada
com todos os critérios técnicos, de acordo com a legislação antipoluição vigente.

Nos aterros sanitários, o lixo é disposto em camadas, cobertas com terra ou argila
e compactadas por tratores de esteiras. Após algum tempo, esse lixo é
parcialmente decomposto pelos microrganismos que se alimentam dele. Os
resíduos de lixo vão se acumulando, até lotar a capacidade do terreno. Em São
Paulo existem, atualmente, cinco aterros sanitários. Um deles é só para entulho da
construção civil. Dos outros quatro, dois já estão esgotados.
• Usinas de tratamento
Nessas usinas, o lixo não é acumulado. Ao chegar, o lixo é espalhado em esteiras
móveis, para que os materiais recicláveis possam ser separados, como vidros,
papéis, metais, plásticos etc., e vendidos às indústrias de reciclagem. O lixo
restante é colocado em grandes reatores chamados biodigestores. Por meio da
ação dos microrganismos, o lixo se transforma em um composto orgânico que pode
ser usado como adubo ou como componente de rações para animais. O lixo
residual que porventura sobrar é levado para um aterro sanitário.
• Incineração
O lixo incinerado é proveniente de hospitais, clínicas veterinárias, materiais tóxicos
etc. Os gases contidos na fumaça do lixo queimado podem ser poluentes, se não
forem corretamente tratados.

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Reciclagem do lixo

Para podermos aumentar a vida útil dos aterros, precisamos aprender a reutilizar e a
reciclar parte do lixo. Separar vidros, papéis, plásticos etc. é lucrativo, pois você pode
vendê-los ou, se quiser, doá-los para entidades assistências. Pode também participar
da coleta seletiva de lixo da prefeitura, jogando os papéis, os plásticos e os vidros nos
coletores apropriados, espalhados pela cidade.

Separação de lixo para reciclagem

Pense um pouco: será que você está colaborando para diminuir o lixo na sua cidade?
Que sugestões você faria para um programa de melhor aproveitamento do lixo? Vamos
conhecer os processos de reciclagem de alguns produtos mais comuns.

Papel

Inventado na China, por volta de 200 anos antes de Cristo, o papel chegou à Europa
somente no século XI da nossa era.

O papel é fabricado, basicamente, a partir de uma pasta de celulose, obtida pelo


cozimento da mistura de cavacos de madeira e água. Os dejetos desse processo de
cozimento poluem a água e o ar. Para fabricar uma tonelada de papel virgem, são
utilizadas de 10 a 20 árvores adultas e 100 mil litros de água.

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CT016-10 193
Quando o papel é reciclado, a quantidade de água empregada no processo diminui
para 2 mil litros, e evita-se o corte de tantas árvores. A energia gasta é 71% menor do
que para a produção de papel virgem, e o processo não é tão poluidor.

O processo de reciclagem é simples. O papel usado (jornais velhos, restos de produ-


ção de gráficas, aparas, papéis de embrulho, cadernos usados etc.) vai para uma
máquina semelhante a um grande liqüidificador. O papel é desfibrado, formando uma
pasta. Essa pasta passa por uma máquina que retira as impurezas. Depois de limpa, a
pasta é imersa em água e colocada em uma superfície plana, sobre uma tela, que dará
forma ao papel. O excesso de água escoa e um sistema de rolos compressores dá
consistência às folhas, que são postas para secar.

No Brasil, cerca de 30% do papel produzido vai para a reciclagem. O papel reciclado é
utilizado, principalmente, na fabricação de caixas de papelão.

Atualmente, o Brasil importa milhares de toneladas de aparas por ano. Se o volume de


papel reciclado fosse maior, o Brasil não precisaria comprar restos de papel para dar
conta de sua produção.

Vidro

O vidro foi criado há cerca de 4.000 anos antes de Cristo. É feito de matérias-primas
naturais, como areia, barrilha, feldspato, alumina, etc. Algumas dessas jazidas já estão
se esgotando.

Na produção de vidro, são gastos 1.200 kg de matéria-prima para cada 1.000 kg de


vidro. A extração desse material agride a natureza e o meio ambiente.

O vidro não é degradável, mas é 100% reciclável. Com 1.000 kg de vidro triturado são
produzidos praticamente 1.000 kg de vidro novo.

Na reciclagem, o vidro passa por um processo de lavagem e são retirados objetos


estranhos, como rótulos, anéis metálicos, etc. Depois, é separado pela cor e triturado.
A seguir, entra no processo de fabricação normal: o vidro é fundido para a produção de
novos objetos.

Alguns tipos de vidro, como os planos, usados em janelas e portas, necessitam de


tratamento especial na reciclagem. Esses vidros podem ser reutilizados na fabricação

SENAI-SP – INTRANET
194 CT016-10
de telhas e lã de vidro, ou ainda, convertidos em pequenos grãos, que são misturados
à tinta para pintura de asfalto.

Um objeto de vidro pode ser usado infinitamente, desde que não se quebre. Por isso,
as indústrias alimentícias e de refrigerantes reutilizam os vidros, depois de lavados e
desinfetados. Uma tonelada de vidro reutilizado economiza cerca de 290kg de
petróleo e 1.200 kg de matéria-prima que seriam gastos em sua fundição.

Metal

Os metais têm sido utilizados pelo homem desde a Idade do Ferro, na confecção de
armas e ferramentas. A partir do final do século XIX, iniciou-se a fabricação de embala-
gens para conservar alimentos, feitas de ligas metálicas como folha-de-flandres, aço e
alumínio.

O aço é uma liga de ferro com teor de carbono que varia entre 0,06% e 1,7%. Ele é
obtido do beneficiamento siderúrgico do ferro-gusa com adição de metais diversos
para a produção de ligas especiais. Atualmente, no Brasil, são consumidas 650 mil
toneladas de aço laminado, por ano, e 25% delas são destinadas à fabricação de
latas para a indústria alimentícia.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, e o sexto maior


produtor de aço, mas essa produção não é suficiente para suprir nossas necessidades
internas. Por isso, o Brasil gasta muito dinheiro com importação de sucata de ferro. E
as reservas de minério de ferro do planeta podem suprir o consumo só por pouco mais
de um século.

O alumínio é obtido da bauxita. São necessárias cinco toneladas de bauxita para se


produzir uma tonelada de alumínio, e a extração da bauxita é extremamente agressora
ao meio ambiente. Nos últimos anos, tem aumentado muito o emprego das embala-
gens de alumínio. São de alumínio as embalagens para pasta de dente, creme de
barbear, refrigerante, cerveja e muitas outras.

O Brasil consegue reciclar 27% do aço produzido e 50% das latas de alumínio. A
reciclagem é simples. A sucata é separada conforme o material predominante, lavada,
prensada e fundida novamente. A reciclagem do aço possibilita 74% de economia de
energia, e a do alumínio possibilita 95%. Uma latinha de alumínio reciclada poupa meia
latinha de gasolina.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 195
Plástico

O plástico é um produto relativamente novo, pois foi desenvolvido no início deste


século e popularizado. É elaborado a partir de derivados do petróleo. Além do fato de
que o petróleo é um recurso natural dificilmente renovável, calcula-se que certos
tipos de plástico podem levar mais de cinqüenta anos para degradar.

Cada cidadão brasileiro joga no lixo, anualmente, uma média de 10 quilos de plástico.
Só na cidade de São Paulo são recolhidas 670 toneladas de plástico diariamente!

O plástico pode ser reciclado na própria indústria que o fabrica. As peças defeituosas
ou as aparas são trituradas, derretidas e novamente colocadas na linha de produção.
Embalagens e outros plásticos usados também podem ser reciclados. Na reciclagem
do plástico a economia de energia chega a 90%.

Para aumentar a produtividade na reciclagem, os plásticos são codificados com


números de 1 a 7, de acordo com a resina básica de que foram feitos. Isso facilita a
classificação na hora da reciclagem, pois plásticos feitos da mesma resina fornecem
um produto final de melhor qualidade.

Veja no quadro a seguir alguns tipos de resina, seus usos principais e os produtos
obtidos de sua reciclagem.

Resina Uso principal Produtos de reciclagem


Tapetes, penugem das bolas de
1. Polietileno tereftalato Garrafas de refrigerante
tênis
2. Polietileno de alta Garrafas de água, recipientes para
Cadeiras e latas de lixo
densidade detergentes
Recipientes para óleo, embalagem Esteiras de chão, canos e
3. Vinil ou polivinil
de alimentos, válvulas e juntas mangueiras
4. Polietileno de baixa
Embalagens de biscoitos e massas Saquinhos de supermercado
densidade
5. Polipropileno Recipientes de alimentos Recipientes para tinta
Copos descartáveis, utensílios Canos, latas de lixo
6. Poliestireno
domésticos, isolantes

SENAI-SP – INTRANET
196 CT016-10
Alguns países reutilizam o plástico como combustível. Ele é queimado em grandes
incineradores, gerando uma energia superior à do carvão. Porém, é necessário o uso
de um sistema de filtros para diminuir a poluição do ar. A emissão desses gases na
atmosfera deve seguir as normas de segurança e a legislação aplicada à poluição do
ar.

Você viu como é simples diminuir o volume de lixo de uma cidade, tornando nosso
ambiente mais saudável. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
apresenta as seguintes soluções para o problema de acúmulo de lixo.
• Reduzir: usar menos material, evitar desperdícios;
• Reutilizar: não jogar fora produtos usados, mas sim empregá-los de outras manei-
ras ou encaminhá-los para fábricas de reciclagem;
• Reciclar: reprocessar a matéria-prima dos produtos usados, para a fabricação de
novos produtos;
• Incinerar: para aproveitar, pelo menos, parte da energia que foi gasta na confec-
ção dos produtos;
• Dispor em aterros: em último caso, acumular os resíduos em áreas especialmente
preparadas, para evitar a contaminação do solo e de lençóis de água subterrânea.

Para terminar esta lição, veja se as sugestões que você pensou para um programa de
melhor aproveitamento do lixo são parecidas com alguma destas:
• Sempre que possível, comprar bebidas em garrafas retornáveis;
• Separar o papel (branco, jornal, papelão) e os recipientes de vidro usados, para
vender ou doar para entidades assistenciais;
• Reutilizar embalagens. Por exemplo, as latinhas de cerveja ou refrigerante podem
guardar lápis e canetas;
• Quem mora em casa com quintal de terra pode separar as cascas de frutas e as
folhas de verduras para serem transformadas em adubo orgânico.

Exercícios

1. Responda às questões a seguir.


a. Para onde é levada a maior parte do lixo no Brasil?

b. O que podemos fazer para aumentar a vida útil dos aterros sanitários?
SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 197
c. O que se economiza quando se recicla o papel?

d. Qual é o material 100% reciclável?

e. Quais são as etapas de reciclagem da sucata de alumínio?

f. Dos materiais recicláveis, qual leva mais tempo para se degradar?

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.

SENAI-SP – INTRANET
198 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Emendar, soldar e isolar


condutores

Nesta atividade você vai executar várias emendas, de acordo com as informações
tecnológicas já estudadas, de modo que apresentem boa resistência mecânica, bom
contato elétrico e boa isolação.

Equipamentos e ferramentas
• Ferro de soldar;
• 2 alicates universais;
• Alicate decapador.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos 1 a 4 da sessão Procedimento desta
atividade prática. Consulte catálogos de fabricantes de fita isolante, ligas de solda e
condutores elétricos.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 199
Procedimentos
1. Execute a emenda do tipo prolongamento. Utilize fio de cobre 2,5 mm2 com
isolação de PVC.

prolongamento

2. Para executar a emenda, desencape os condutores a serem unidos com o auxílio


de um alicate decapador.

Observação
O condutor deve ser desencapado numa extensão de aproximadamente 50 vezes seu
diâmetro.

50 D

3. Cruze os fios sem isolação enrolando as primeiras espiras com os dedos.

4. Continue o enrolamento das espiras com o auxílio de um alicate.

SENAI-SP – INTRANET
200 CT016-10
5. Dê o aperto final usando dois alicates.

6. Utilizando ferro de soldar e o metal de adição, solde todas as emendas de forma


que o metal fundido preencha todos os espaços entre as espiras.

metal de
adição

7. Isole a emenda com, no mínimo, duas camadas de fita isolante sem cortá-la,
procurando deixá-la bem esticada e com a mesma espessura do isolamento do
condutor.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 201
8. Execute a emenda do tipo rabo de rato. Utilize fio de cobre de 2,5 mm2 e isolação
de PVC.

rabo de rato

9. Puxe as pontas dos condutores para fora da caixa e desencape-os como foi feito
no passo 2.

10. Inicie a emenda torcendo os condutores com os dedos.

11. Dê o aperto final com o auxílio do alicate.

SENAI-SP – INTRANET
202 CT016-10
12. Dobre a emenda ao meio para fazer o travamento.

13. Isole a emenda como indicado no passo 7.


14. Execute a emenda do tipo derivação. Utilize fio de cobre de 2,5 mm2 com isolação
de PVC.

condutor principal derivação

condutor derivado

15. Para executar a emenda, desencape o condutor a ser derivado em um


comprimento aproximado de 50 vezes seu diâmetro. Use um alicate decapador.
16. Desencape a região do condutor principal na qual se efetuará a emenda em um
comprimento aproximado de 10 vezes seu diâmetro.
17. Cruze o condutor em um ângulo de 90o em relação ao condutor principal,
segurando-os com o alicate universal.

condutor
principal

condutor
derivado

alicate

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 203
18. Com os dedos, enrole o condutor derivado sobre o principal. Mantenha as espiras
uma ao lado da outra. Faça, no mínimo, seis espiras.

19. Dê o aperto final e faça o arremate com o auxílio de dois alicates universais.

alicate

20. Solde a emenda como foi feito no passo 6.


21. Isole a emenda como foi feito no passo 7.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
204 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Serrar, abrir roscas e curvar


eletrodutos

Nesta atividade você vai utilizar ferramentas manuais para executar curvas e desvios
em eletrodutos rígidos, metálicos e de PVC, tendo que serrar e abrir roscas conforme
especificações.

Equipamentos e ferramentas
• Metro;
• Arco de serra;
• Tripé ou dobra-tubos;
• Tarraxas com acessórios para Ø ½”;
• Giz.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos da sessão Procedimento desta atividade
prática. Consulte catálogos de eletrodutos e as normas NBR 5597 e NBR 15465.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 205
Procedimento
1. Serre a barra do eletroduto metálico dividindo-a em duas partes de 1,5 m cada.

Observações
• Use a serra em todo o seu comprimento;
• Ritmo do corte deve ser mantido em aproximadamente sessenta golpes por minuto.

Precaução
Ao se aproximar do término do corte, diminua a velocidade e a pressão sobre a serra
para evitar acidentes.

2. Serre os pedaços de roscas existentes nas barras de eletroduto.

SENAI-SP – INTRANET
206 CT016-10
3. Fixe os cossinetes na tarraxa, de forma que o eletroduto fique preso na altura da
metade dos filetes da rosca de corte.

abertura parafuso de
ajuste

espessura

4. Abra roscas com 50 mm de comprimento nas extremidades dos dois pedaços de


eletrodutos.

5. Para abrir a rosca, mantenha um movimento de vaivém da tarraxa, avançando ½


volta e retornando ¼ de volta.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 207
6. Utilizando uma parte do eletroduto com a rosca já executada, faça um desvio
conforme o desenho a seguir.

7. Para fazer o desvio, apoie o eletroduto no chão, segure o dobra-tubos com as


mãos e prenda o eletroduto com os pés.

8. Puxe o cabo do dobra-tubos aos poucos e dobre o eletroduto conforme a


inclinação da curva desejada.
9. Curve a outra parte do eletroduto, deixando-o com uma curva de 90o.

SENAI-SP – INTRANET
208 CT016-10
10. Para curvar o eletroduto no ângulo pedido, faça marcações no eletroduto. Elas
devem ser equidistantes e equivalentes a 12 vezes seu diâmetro.

11. Repita os passos 1 e 2, utilizando uma barra de eletroduto rígido de PVC.


12. Abra rosca com 50 mm de comprimento nas extremidades dos dois pedaços de
eletroduto. Utilize a tarraxa para eletroduto de PVC.
13. Para abrir a rosca, movimente a tarraxa no sentido horário. A cada meia volta de
avanço no sentido horário, volte duas vezes no sentido anti-horário.

14. Faça um desvio em um dos pedaços do eletroduto e uma curva de 90o no outro,
conforme ilustrações a seguir.

15. Para fazer o desvio, marque com dois traços a zona a ser curvada.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 209
16. Selecione a mola correspondente ao eletroduto.

16 D faça topo
zona a curvar
D

17. Introduza a mola de maneira que coincida com a zona a ser curvada.

18. Aqueça a zona a ser curvada sobre uma fonte de calor suave para que o plástico
amoleça e desloque o eletroduto em um e outro sentido.

fonte de calor

19. Comece a curvar o eletroduto lentamente quando perceber que o material plástico
está cedendo.

Observação
Evite queimar ou amolecer o plástico demasiadamente.
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
210 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Montar rede de eletroduto

Sempre que se monta uma rede de eletrodutos, é necessário uni-los às caixas ou a


outro eletroduto, fixando-os no local conforme o traçado previsto na instalação.
Durante a montagem de instalações elétricas com proteção de eletrodutos, também é
feita a introdução, com a ajuda de um guia-fio, de náilon, ou fita de aço, dos
condutores nos eletrodutos. Para isso, é necessário marcar a localização dos
elementos da instalação e traçar o percurso dos condutores de acordo com a planta e
as normas específicas de instalação.

Neste ensaio, você vai aprender a realizar as operações necessárias para a montagem
da rede de eletrodutos.

Ferramentas, instrumentos e utensílios


• Alicates adequados para a execução da tarefa;
• Chave de fenda;
• Arco de serra;
• Tarraxa;
• Martelo;
• Prumo;
• Nível;
• Metro;
• Escada;
• Régua;
• Fio guia;
• Bancada com morsa para tubos.

Material necessário
• Eletroduto metálico;
• Buchas e arruelas para eletrodutos;
• Caixas de passagem.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 211
Procedimentos
Marcar, localizar os elementos e traçar o percurso da instalação
1. Para marcar um ponto no teto, inicialmente determine as distâncias de referência
na planta baixa.
2. Marque no piso um ponto com as medidas de referência.
3. Segure o fio de prumo, apoiando-o no teto, conforme figura a seguir.

Precaução
Use uma escada em bom estado e assegure-se de que ela está firme e não deslizará
quando você subir nela.

4. Desloque o fio de prumo até que coincida com o ponto marcado no piso e marque
o ponto no teto.
5. Para fazer o traçado vertical, determine o ponto de referência que coincida com a
localização do elemento a ser instalado.
6. Coloque o prumo de maneira que o cordão coincida com o ponto marcado.

SENAI-SP – INTRANET
212 CT016-10
7. Marque outro ponto na direção do fio de prumo afastado do ponto anterior.

8. Com o auxílio de uma régua e um pedaço de giz, trace uma linha que passe pelos
dois pontos marcados.
9. Para fazer o traçado horizontal, inicialmente determine um ponto de referência na
altura desejada.
10. Coloque uma régua de maneira que a borda superior coincida com o ponto de
referência e coloque o nível sobre a régua.

Observação
Ao manusear o nível, tome cuidado para não derrubá-lo ou batê-lo.

11. Mova a régua até que o nível indique a horizontalidade e marque o segundo ponto.
12. Retire o nível e realize o traçado da linha.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 213
Montar rede embutida de eletrodutos
1. Para fixar as caixas, abra os furos nas caixas forçando o disco com um toca-pino e
acabando de removê-lo com um alicate.

2. Fixe a caixa de acordo com a localização dos elementos na instalação.


3. Emende os eletrodutos, prendendo um dos eletrodutos na morsa para tubos e
atarraxando a luva até a metade.

4. Atarraxe o outro eletroduto na luva montada sobre o primeiro, torcendo-o com a


mão até sentir o primeiro aperto.

SENAI-SP – INTRANET
214 CT016-10
5. Use uma chave de grifo e dê o aperto final.

Observação
Os topos dos eletrodutos devem ficar unidos dentro da luva.

6. Ajuste o tubo no local a ser instalado.


7. Coloque as arruelas até o fim da rosca.
8. Coloque uma das pontas do tubo numa das caixas e experimente enfiar a outra
ponta do tubo na outra caixa.

9. Retire o tubo e faça ajustes finais.


10. Coloque o eletroduto com as pontas enfiadas nas caixas, ajuste as arruelas na
altura definitiva e coloque as buchas.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 215
11. Dê o aperto final através da arruela, usando-se alicate bomba d’água ou chave
apropriada.

Montar rede exposta de eletrodutos


1. Faça a emenda dos eletrodutos.

2. Enrosque as caixas de passagem nos eletrodutos.

Nota
As caixas de passagem para instalação exposta são do tipo condulete.

3. Fixe o conjunto na superfície com braçadeiras apropriadas.

SENAI-SP – INTRANET
216 CT016-10
Nota
Quando as caixas forem do tipo condulete, primeiramente montam-se as caixas nos
eletrodutos e posteriormente fixa-se o conjunto no local da instalação.

Introduzir condutores em eletrodutos

1. Selecione o fio pescador com o comprimento com 1 metro a mais, no mínimo, da


distância entre caixas.

Precaução
Para criar uma proteção contra ferimentos acidentais, dobre as pontas do guia-fio.

2. Limpe e seque internamente a tubulação.


3. Introduza o guia-fio no eletroduto até que ele saia na outra caixa.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 217
4. Amarre uma mecha de estopa num arame e engate-o ao guia-fio.

Observação
A estopa deve entrar justa no eletroduto.

5. Puxe o guia-fio até que a estopa saia do outro lado (caixa seguinte) deixando o
eletroduto internamente seco e limpo.

Precaução
Utilize luvas para não ferir as mãos.

6. Introduza novamente o guia-fio no eletroduto.


7. Prenda os condutores à extremidade do guia-fio.
8. Desencape os extremos dos condutores aproximadamente 10 cm.
9. Amarre os extremos dos condutores desencapados na alça do guia-fio.

SENAI-SP – INTRANET
218 CT016-10
10. Cubra a união dos condutores com a alça com fita isolante.

11. Introduza talco industrial na boca do eletroduto e sopre-o.

Puxe o guia-fio até que os condutores fiquem próximos da boca de entrada do


eletroduto.

12. Introduza os condutores, puxando o guia-fio suavemente à medida que o ajudante


for guiando os condutores até que estes apareçam na boca da saída.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 219
13. Continue puxando até que os condutores tenham sobressaído o necessário para
sua utilização.
14. Corte os condutores no extremo da amarração com o guia-fio.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
220 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2007

Identificar resistores e
código de cores

Introdução
Neste ensaio, você vai usar um multímetro analógico. Para isso, vai inicialmente
estudar os manuais dos instrumentos. Em seguida, usando o multímetro, vai medir
valores ôhmicos de resistências elétricas.

Equipamento
• Multímetro analógico.

Material necessário
• Manual do fabricante do multímetro;
• 10 resistores de diversos valores;
• Ferro de soldar (qualquer potência);
• Lâmpada incandescente 60 W x 220 V;
• Auto falantes;
• Reostato ou potenciômetro (qualquer valor);
• Matriz de contatos;
• Após ler o ensaio, complete a lista de materiais necessários, de acordo com os
passos do item Procedimento. Consulte catálogos de fabricantes de resistores
elétricos e a norma NBR 5311.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 221
Procedimento
1. Estude o manual de instruções de uso do multímetro, principalmente na parte
referente à utilização como ohmímetro.
2. Desenhe o painel frontal do multímetro e identifique a escala de funções, as
posições da chave seletora e os bornes referentes ao ohmímetro.

3. Quantas e quais são as posições da chave seletora correspondente ao ohmímetro?

4. Prepare o multímetro para a medição de resistência:


• Ponta de prova vermelha no borne + ou volt/Ω;
• Ponta de prova preta no borne – ou com.

5. Selecione a chave seletora de funções do multímetro para medição de resistência


elétrica.

6. Responda:
a) Você conhece o valor de resistência do material dos itens fornecidos?
( ) sim ( ) não

b) Qual é a posição em que, preferencialmente, deve ser ajustada a chave


seletora?

7. Selecione a posição adequada da chave seletora para medir a resistência de cada


item relacionado na tabela do passo 8.
8. Conecte as pontas de prova nas extremidades de cada um dos itens fornecidos e
anote os valores medidos na tabela a seguir.

SENAI-SP – INTRANET
222 CT016-10
Itens fornecidos Valor medido

Ferro de soldar

Lâmpada incandescente

Auto-falante

Reostato

9. Registre as cores dos resistores fornecidos por seu professor e faça a leitura do
valor ôhmico e percentual de tolerância utilizando a tabela a seguir. Se o resistor
tiver menos cores que a tabela, ignore as colunas finais que ficarem sem
preenchimento.

Valor codificado
Resistor 1ª cor 2ª cor 3ª cor 4ª cor 5ª cor 6ª cor
(nominal) Vn
Resistor 1
Resistor 2
Resistor 3
Resistor 4
Resistor 5
Resistor 6
Resistor 7
Resistor 8
Resistor 9
Resistor 10

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 223
10. Utilizando o multímetro analógico, meça os valores dos resistores e registre na
coluna "valor medido" (Vm) da tabela a seguir. Anote também os valores
codificados (Vn) encontrados no passo 1 e calcule a porcentagem de tolerância
real, ou desvio percentual (ΔR%) utilizando a fórmula:

ΔR% =
(Vn - Vm) x 100
Vn

Valor nominal Valor medido Tolerância real


Resistor Tolerância nominal
(Vn) (Vm) (ΔR%)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

11. O valor real de cada resistor está de acordo com o seu valor codificado? (considere
a tolerância admitida). Justifique.
( ) Sim ( ) Não

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2007


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
224 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Medir grandezas elétricas

Neste ensaio, você vai usar um multímetro digital e um volt-amperímetro alicate. Para
isso, vai inicialmente estudar os manuais dos instrumentos. Em seguida, usando o
multímetro, vai medir valores ôhmicos de resistências elétricas, tensões elétricas, e
correntes elétricas.

Equipamentos
• Volt-amperímetro alicate;
• Multímetro digital;
• Fonte CC.

Material necessário
• Manual do fabricante do multímetro e do volt-amperímetro alicate;
• Pilha 1,5 v;
• Bateria 9 v;
• Matriz de contatos;
• Após ler o ensaio, complete a lista de materiais necessários, de acordo com os
passos do item Procedimento. Consulte catálogos de fabricantes de resistores
elétricos e a norma NBR 5311.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 225
Procedimento
Medição de resistência
1. Estude o manual de instruções de uso do multímetro, principalmente na parte
referente à utilização como ohmímetro.
2. Desenhe o painel frontal do multímetro e identifique a escala de funções, as
posições da chave seletora e os bornes referentes ao ohmímetro.

3. Quantas e quais são as posições da chave seletora correspondente ao ohmímetro?

4. Prepare o multímetro para a medição de resistência:


• Ponta de prova vermelha no borne + ou volt/Ω.
• Ponta de prova preta no borne – ou com.
5. Selecione a chave seletora de funções do multímetro para medição de resistência
elétrica.
6. Responda:
a. Você conhece o valor de resistência do material dos itens fornecidos?
( ) sim ( ) não

b. Qual é a posição em que, preferencialmente, deve ser ajustada a chave


seletora?

7. Selecione a posição adequada da chave seletora para medir a resistência de cada


item relacionado na tabela do passo 8.

SENAI-SP – INTRANET
226 CT016-10
8. Conecte as pontas de prova nas extremidades de cada um dos itens fornecidos e
anote os valores medidos na tabela a seguir.

Itens fornecidos Valor medido


Ferro de soldar
Lâmpada incandescente
Auto-falante
Reostato

Interpretação do código de cores de resistores


1. Registre as cores dos resistores e faça a leitura do valor ôhmico e percentual de
tolerância utilizando a tabela a seguir. Se o resistor tiver menos cores que a tabela,
ignore as colunas finais que ficarem sem preenchimento.

Valor codificado
Resistor 1ª cor 2ª cor 3ª cor 4ª cor 5ª cor 6ª cor
(nominal) Vn
Resistor 1
Resistor 2
Resistor 3
Resistor 4
Resistor 5
Resistor 6
Resistor 7
Resistor 8
Resistor 9
Resistor 10

Medição do valor resistivo de resistores elétricos


1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
ohmímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
ohmímetro, na escala adequada para cada medição.
3. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de resistência do multímetro.
4. Coloque os resistores sobre a bancada, organizados em ordem crescente de valor
ôhmico.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 227
5. Utilizando o multímetro digital, meça os valores dos resistores e registre na coluna
"valor medido" (Vm) da tabela a seguir. Anote também os valores codificados (Vn)
encontrados no passo 1 e calcule a porcentagem de tolerância real, ou desvio
percentual (ΔR%) utilizando a fórmula:

Vn - Vm x 100
ΔR% =
Vn

Valor nominal Valor medido Tolerância real


Resistor Tolerância nominal
(Vn) (Vm) (ΔR%)

10

6. O valor real de cada resistor está de acordo com o seu valor codificado? (considere
a tolerância admitida). Justifique.
( ) Sim ( ) Não

SENAI-SP – INTRANET
228 CT016-10
Medição dos valores de tensões elétricas (CC)
1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
voltímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
voltímetro, e insira as pontas de prova nos bornes de medição de tensão CC do
multímetro.
3. Selecione a escala adequada para cada medição.
4. Meça as tensões da pilha e da bateria. Anote esses valores na tabela a seguir
(valores medidos), juntamente com os respectivos valores nominais.

Item Valores nominais Valores medidos

Pilha

Bateria

Fonte CC (medição 1)

Fonte CC (medição 2)

5. Compare os valores medidos com os valores nominais.


6. Peça ao seu instrutor que ajuste a fonte CC para que você efetue as medições 1 e
2 do passo 4.
7. Repita o passo 3 e meça e anote os valores das tensões resultantes das medições
da fonte CC (valores medidos).
8. Pergunte ao seu professor quais foram os valores nominais ajustados na fonte CC
e registre-os na tabela do passo 4.
9. Repita o passo 5.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 229
Medição de valores de corrente elétrica (CC)
1. Estude o manual de instruções do multímetro na parte referente à utilização como
miliamperímetro.
2. No painel frontal do multímetro, coloque a chave seletora de função na posição
miliamperímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
3. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de corrente contínua do
multímetro.

Observação
Quando não for possível saber o valor aproximado a ser medido, deve-se selecionar
inicialmente a maior escala.

4. Monte o circuito abaixo e faça a medição da corrente elétrica.


I = ...............

5. Desligue a fonte CC e substitua o resistor R1 de 330 Ω por um resistor de 470 Ω, e


meça a corrente novamente.
I = .................

Medição de valores de corrente e tensão elétrica alternadas


1. Estude o manual de instruções do multímetro tipo volt-amperímetro alicate, na parte
referente à utilização como amperímetro.
2. No painel frontal do volt-amperímetro alicate, coloque a chave seletora na posição
amperímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
3. Peça para seu professor ligar um motor CA, e meça a corrente elétrica do motor
utilizando o alicate amperímetro.

SENAI-SP – INTRANET
230 CT016-10
4. Com a garra do alicate, abrace o condutor a ser medido.

condutor

Observação
Abrace somente um condutor por vez, pois se mais de um condutor for abraçado não
haverá indicação de corrente ou a indicação será incorreta.
I = .......................................

5. Estude o manual de instruções do multímetro tipo volt-amperímetro alicate, na


parte referente à utilização como voltímetro.
6. No painel frontal do volt-amperímetro alicate, coloque a chave seletora de função
na posição voltímetro, na escala adequada para a medição que será feita.
7. Insira as pontas de prova nos bornes de medição de tensão alternada do volt-
amperímetro alicate.
8. Meça o valor de tensão da tomada de sua bancada.
U = ...................................

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 231
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
232 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Comprovar a Lei de Ohm

Você já estudou que a Lei de Ohm é a lei básica da eletricidade e eletrônica, uma vez
que você estabelece uma relação entre as grandezas elétricas, tensão, corrente e
resistência.

Neste ensaio você vai verificar essas relações, através da comparação entre os
valores medidos e os valores calculados da tensão e da intensidade da corrente em
circuitos CC.

Equipamentos
• Fonte de tensão contínua ajustável;
• Multímetro digital.

Material necessário
• Matriz de contatos;
• Componentes e resistores diversos a serem especificados a seguir, após a leitura
dos passos 1 a 19.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 233
Procedimento
1. Monte o circuito a seguir:
G1 → Fonte CC ajustada em 12 V.
S1 → Chave interruptora.
P1 → Multímetro digital na escala de mA.
R1 → Resistor de carbono, 220 Ω
A/B → Ponto para conexão de resistores.

2. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I1 = ........................mA.
3. Desligue a chave.
4. Substitua o resistor R1 por uma associação série de dois resistores de 220 Ω
(circuito 2) conforme o diagrama a seguir.

5. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I2 = ........................mA.
6. Calcule o valor de resistência total da associação R1 e R2.
Rt = .......................mA.
7. Desligue a chave.

SENAI-SP – INTRANET
234 CT016-10
8. Substitua os resistores R1 e R2 por um resistor de 680 Ω (circuito 3) conforme o
diagrama a seguir.

9. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo


multímetro P1.
I3 = ........................mA.

10. Desligue a chave.

11. Ajuste a tensão da fonte para 8 V mantendo o circuito montado, conforme diagrama
abaixo (circuito 4).

12. Ligue a chave, leia e anote o valor da intensidade de corrente medida pelo
multímetro P1.
I4 = ........................mA.

13. Desligue a chave.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 235
14. Com base nos valores de corrente elétrica medidos, valores de resistência
utilizados e valores da tensão de alimentação utilizados, preencha a tabela a
seguir, e calcule a intensidade de corrente utilizando a Primeira Lei de Ohm.

Valor de Valor de tensão Corrente medida Corrente


Circuitos
resistência (Ω) (V) (mA) calculada (mA)
1 R1 = G1 = I1 = IC1 =
2 Rt = G1 = I2 = IC2 =
3 R3 = G1 = I3 = IC3 =
4 R3 = G2 = I4 = IC4 =

15. Compare os valores de corrente medidos com os valores calculados. Se forem


observadas grandes diferenças, chame o professor.

Valor calculado Valor medido Diferença


IC1 = IC1 =
IC2 = IC2 =
IC3 = IC3 =
IC4 = IC4 =

16. Por que é possível que o valor lido seja diferente do valor calculado?

17. Observe os valores obtidos na tabela, do passo 14, e responda às questões a


seguir.
a. No passo 4, ao substituir um resistor por uma associação série, o que ocorreu
com a resistência total do circuito? Por quê?

b. Comparando os valores dos circuitos 1 e 2, o que aconteceu com a corrente no


circuito quando a resistência dobrou de valor?

SENAI-SP – INTRANET
236 CT016-10
c. Com base na resposta da questão anterior, o que pode se afirmar com relação
às grandezas elétricas resistência e corrente?

d. Em um circuito com resistência constante a corrente é proporcional à tensão


aplicada?

18. Que valor de resistor deve ser usado no circuito 4, para que nele circule uma
corrente de 17 mA?

19. Substitua o resistor do circuito 4 pelo resistor calculado na questão anterior, confira
o resultado e verifique o valor da corrente circulante no circuito.
I = 17 mA R = .................... Ω IC = ...................mA

Observação
Pode existir uma pequena diferença no valor obtido, devido à tolerância do resistor.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 237
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
238 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2007

Comprovar as Leis de
Kirchhoff

Neste ensaio, você vai comprovar a Primeira e a Segunda Leis de Kirchhoff. Vai
também aplicar essas leis em circuitos mistos de resistores em corrente contínua.

Equipamentos
• Fontes de tensão contínua ajustável;
• Multímetro analógico;
• Multímetro digital.

Material necessário
• Matriz de contatos;
• Componentes e resistores diversos a serem especificados a seguir, após a leitura
do item procedimento.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 239
Procedimento
Comprovar a primeira Lei de Kirchhoff
1. Monte o circuito da figura a seguir.

2. Ajuste a tensão de saída da fonte de corrente contínua em 10 V.


3. Ligue a chave S1.
4. Observe a indicação dos multímetros na escala de miliampères.
5. Responda.
a. Qual é o instrumento que indica a corrente total?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
b. Qual é o instrumento que indica a corrente que circula em R1?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
c. Qual é o instrumento que indica a corrente que circula em R2?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3

6. Leia e anote o valor da intensidade de corrente que circula em cada resistor.


IR1 = _________________
IR2 = _________________

7. Em qual resistor está circulando a maior corrente? Por quê?

8. Leia e anote o valor da corrente total.


IT = __________

SENAI-SP – INTRANET
240 CT016-10
9. Faça a soma das correntes que circulam nos resistores R1 e R2.
IR1 + IR2 = __________

10. Compare o valor de corrente medido no passo 8 com o valor calculado passo 9.
Justifique a igualdade dos valores.

Observação
Quando se efetua uma mesma medição com dois instrumentos distintos, pode
haver uma pequena diferença entre os valores indicados devido à característica
interna de cada instrumento.

11. Meça e anote o valor da tensão sobre R1 e R2.


VR1 = __________
VR2 = __________

12. Os valores das tensões sobre R1 e R2 são iguais? Por quê?

13. Desligue a chave S1.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 241
Comprovar a segunda lei de Kirchhoff
14. Para comprovar a Segunda Lei de Kirchhoff, monte o circuito da figura a seguir.

15. Ajuste a tensão de saída da fonte para 10 V.


16. Ligue a chave S1.
17. Meça e anote a queda de tensão sobre os resistores R1 e R2.
VR1 = _________
VR2 = _________
VR3 = _________

18. Responda.
a. Em qual resistor ocorre a maior queda de tensão? Por quê?

b. Por que as quedas de tensão são diferentes?

SENAI-SP – INTRANET
242 CT016-10
19. Faça a soma dos valores das quedas de tensão nos resistores.
VR1 + VR2 + VR3 = _____________

20. Compare o valor da tensão total aplicada com o valor calculado no passo 6 e
justifique a igualdade dos valores.

21. Meça e anote a tensão nos pontos A, B e C.


VA = __________
VB = __________
VC = __________

22. Qual das tensões medidas corresponde à soma de VR2 e VR3?


( ) VA ( ) VB ( ) VC

23. Leia e anote o valor da intensidade de corrente indicado no multímetro P1.


I = __________

24. Desligue a chave.


25. Mude a posição do multímetro conforme mostra o circuito a seguir.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 243
26. Ligue a chave.
27. Leia e anote o valor da intensidade de corrente mostrado no multímetro P1.
I = __________

28. Compare o valor da intensidade de corrente medido no passo 10 com o valor da


intensidade de corrente medido no passo 14. Justifique a igualdade dos valores.

29. Desligue a chave.


30. Para verificar as Leis de Kirchhoff em circuitos mistos, monte o circuito a seguir.

31. Ajuste a tensão de saída da fonte para 8 V.


32. Ligue a chave e observe a indicação dos instrumentos.
33. Responda.
a. Qual o instrumento que indica a corrente que circula em R1?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
b. Qual o instrumento que indica a corrente que circula em R2?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
c. Qual o instrumento que indica a corrente que circula em R3?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3

SENAI-SP – INTRANET
244 CT016-10
34. Leia e anote o valor da intensidade de corrente que circula em cada resistor.
IR1 = ________
IR2 = ________
IR3 = ________

35. Responda.
a. Qual dos valores de intensidade de corrente lidos corresponde a corrente total?
Por quê?

b. Valor da intensidade de corrente IR2 é maior do que o valor da intensidade de


corrente IR3? Por quê?

c. A soma do valor da intensidade de corrente IR2 com o valor da intensidade de


corrente IR3 é igual ao valor da intensidade de corrente IR1? Por quê?

36. Meça e anote o valor da tensão sobre R1, R2 e R3.


VR1 = __________
VR2 = __________
VR3 = __________

37. Responda.
a. O valor da tensão sobre R2 é igual ao valor da tensão sobre R3? Por quê?

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 245
b. A soma do valor da tensão sobre R1 com o valor da tensão sobre R2 é igual à
tensão aplicada? Por quê?

38. Desligue a chave.


39. Monte o circuito da figura a seguir.

40. Ajuste a tensão de saída da fonte para 6 V.


41. Ligue a chave.
42. Meça e anote o valor da tensão sobre R1, R2 e R3.
VR1 = ________
VR2 = ________
VR3 = ________

43. Responda.
a. O valor da tensão sobre R2 é igual ao valor da tensão aplicada ao circuito? Por
quê?

b. A afirmação VR1 + VR3 = VR2 é correta? Por quê?

SENAI-SP – INTRANET
246 CT016-10
44. Observe a indicação dos instrumentos.

45. Responda.
a. Qual o instrumento que indica a corrente total?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
b. Qual é o instrumento que indica a corrente que circula em R2?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3
c. Qual é o instrumento que indica a corrente que circula em R1?
( ) P1 ( ) P2 ( ) P3

46. Leia e anote o valor da intensidade de corrente IT, IR1 e IR2.


IT = __________
IR1 = __________
IR2 = __________

47. Responda.
a. Qual dos valores lidos corresponde ao valor da intensidade de corrente em R3?
Por quê?

b. A afirmação: IR1 + IR2 = IT é correta? Por quê?

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 247
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2007
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade geral – Prática. São Paulo, 2003.
SENAI-SP – INTRANET
248 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar tomada interruptor,


e lâmpada

Neste ensaio, você vai realizar algumas atividades relacionadas a instalações elétricas.
Nele, você vai interpretar diagramas e montar uma instalação elétrica com uma tomada
e uma lâmpada incandescente comandada por interruptor simples em rede de
eletrodutos.

Equipamento
• Multímetro digital;
• Cinto porta-ferramenta.

Ferramentas
• Metro; • Alicate de corte;
• Canivete; • Alicate universal;
• Guia de náilon; • Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Alicate de bico; • Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais necessários a partir dos passos da descrição do
procedimento deste ensaio. Consulte catálogos técnicos de fita isolante, condutores
elétricos, lâmpadas incandescentes, interruptores simples, porta-lâmpadas e as
normas NBR 5112, 5444, 5471, 6148, 12520 e 12523.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 249
Procedimento
1. Faça um diagrama multifilar correspondente ao circuito mostrado a seguir.

2. Meça o percurso da fiação. Se isso não for possível, por impossibilidade de


localização do percurso da tubulação, use o guia de náilon para obter essa medida.

Observação
Ao cortar os fios, não se esqueças de deixar sobras.

3. Corte os fios desse percurso, amarre-os no olhal da guia de náilon e isole a


amarração.

4. Introduza o guia/fiação no eletroduto. Se necessário, passe vaselina ou talco


industrial na introdução da fiação.

SENAI-SP – INTRANET
250 CT016-10
5. Faça as emendas e instale os componentes.

6. Energize o circuito e teste-o.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 251
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
252 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar duas lâmpadas


incandescentes

Neste ensaio, você vai praticar leitura e interpretação de diagramas elétricos. Vai
também montar uma instalação elétrica com duas lâmpadas incandescentes
comandadas por interruptores simples em rede de eletrodutos.

Equipamentos e ferramentas
• Multímetro digital; • Alicate de bico;
• Cinto porta ferramentas; • Alicate de corte;
• Metro; • Alicate universal;
• Canivete; • Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Guia de náilon; • Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos da descrição do Procedimento deste
ensaio. Consulte catálogos técnicos de fita isolante, condutores elétricos, lâmpadas
incandescentes, interruptores de duas seções, porta-lâmpadas e as normas NBR IEC
60238, 5444, 5471, NM 247-3, 12520 e 12523.

Procedimento
1. Faça um diagrama unifilar correspondente ao circuito a seguir.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 253
2. Meça o percurso da fiação e corte os fios com comprimento correto, não se
esqueça de deixar sobras.
3. Amarre os condutores no olhal da guia de náilon e isole a amarração.

4. Introduza o guia/fiação no eletroduto. Se necessário passe vaselina ou talco


industrial na introdução da fiação.

5. Faça as emendas e instale os componentes.

6. Energize o circuito e teste-o.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
254 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Instalar luminária

Neste ensaio, você vai montar uma luminária para lâmpada fluorescente comandada a
partir de dois pontos diferentes por interruptores paralelos. Vai montar, também, uma
instalação elétrica em rede de eletrodutos para essa luminária.

Equipamentos e ferramentas
• Multímetro digital; • Alicate de corte;
• Metro; • Alicate universal;
• Canivete; • Cinto porta ferramentas;
• Guia de náilon; • Chave de fenda 1/8” x 10”;
• Alicate de bico; • Chave de fenda 3/16” x 12”.

Material necessário
Faça a lista de materiais a partir dos passos da descrição do Procedimento deste
ensaio. Consulte catálogos técnicos de fabricantes de lâmpadas fluorescentes e
respectivos receptáculos, reatores, starters, fita isolante, condutores elétricos,
interruptores paralelos e a norma NBR 5444.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 255
Procedimento
1. Monte a luminária fluorescente, utilizando o esquema de ligação impresso na
carcaça do reator.

2. Meça o percurso da fiação e corte os fios, deixando sobras.


3. Passe a fiação da instalação na tubulação, de acordo com o diagrama da
instalação. Se necessário, passe vaselina ou talco industrial para facilitar a
introdução da fiação.

Observação
Se este diagrama não estiver coerente com a tubulação de sua bancada, refaça-o
de forma a atender às necessidades da sua instalação.

5. Faça as emendas e ligações dos componentes.


6. Energize o circuito e teste-o.

Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008


Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
256 CT016-10
Avaliado pelo Comitê Técnico de
Eletricidade/2008

Indicações de Normas

Na elaboração desse material foram consultadas várias normas da ABNT. Portanto,


para complementação de estudo, é bom que essas normas sejam consultadas.

A listagem a seguir, apresenta essas normas organizadas de acordo com sua


respectiva numeração por NBR.

NBR IEC 60238 - Porta-lâmpadas de rosca Edison.

NBR 5259 - Símbolos gráficos de instrumentos indicadores e medidores.

NBR 5261 - Símbolos gráficos de eletricidade - princípios gerais para desenho de


símbolos gráficos.

NBR 5280 - Símbolos literais de identificação de elementos de circuitos.

NBR 5410 - Instalações elétricas de baixa tensão.

NBR 5413 - Iluminância de interiores.

NBR 5444 - Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais.

NBR 5456 - Eletricidade geral.

NBR 5471 - Condutores elétricos.

NBR 5597 - Eletroduto rígido de aço carbono e acessórios com revestimento protetor e
rosca NPT - Requisitos.

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 257
NBR 5598 - Eletroduto rígido de aço carbono com revestimento protetor e rosca BSP -
Requisitos.

NBR 5624 - Eletroduto rígido de aço-carbono com costura, com revestimento protetor e
rosca NBR 8133.

NBR NM 247-3 - Cabos isolados com policloreto de vinila (PVC) para tensões nominais
até 450/750 V.

NBR 15465 - Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa


tensão – Requisitos de desempenho.

NBR 6513 - Eletrotécnica e eletrônica - resistores.

NBR NM 280 - Condutores de cabos isolados.

NBR 8346 - Bases e receptáculos de lâmpadas.

NBR 12519 - Símbolos gráficos de elementos de símbolos, símbolos qualificativos e


outros símbolos de aplicação geral.

NBR 12520 - Símbolos gráficos de condutores e dispositivos de conexão.

NBR 12521 - Símbolos gráficos de componentes passivos.

NBR 12522 - Símbolos gráficos de produção e conversão de energia elétrica.

NBR 12523 - Símbolos gráficos de equipamentos de manobra e controle e de


dispositivos de proteção.

NBR 13057 - Eletroduto rígido de aço carbono, com costura, zincado.

NBR IEC 60050 (161) – Vocabulário eletrotécnico internacional – Capítulo 161:


Compatibilidade eletromagnética.

NBR IEC 60050 (826) – Vocabulário eletrotécnico internacional – Capítulo 826:


Instalações elétricas em edificações.

SENAI-SP – INTRANET
258 CT016-10
NBR IEC 60050-444 – Vocabulário eletrotécnico internacional – Parte 444: Relés
elementares.

A seguir, são apresentados os endereços e telefones da Associação Brasileira de


Normas Técnicas para contatos.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


http://www.abnt.org.br

Sede:
Av. Treze de Maio, 13 - 280 Andar
Rio de Janeiro - RJ - CEP 20003-900
Tel: (021) 3974-2300
e-mail: atendimento.rj@abnt.org.br

São Paulo:
Rua Minas Gerais, 190 - Higienópolis
São Paulo – SP – CEP 01244-010
Tel: (011) 3017-3600
e-mail: atendimento.sp@abnt.org.br

SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 259
Créditos Comitê Técnico de Eletricidade/2008
Elaboradores: Airton Almeida de Moraes André Gustavo Sacardo
Regina Célia Roland Novaes Augusto Lins de Albuquerque Neto
Ilustrador: José Luciano de Souza Filho Cláudio Correia
Douglas Airoldi
Edvaldo Freire Cabral
Roberto Sanches Cazado
Ronaldo Gomes Figueira
Sergio Machado Bello
Referência
SENAI.SP. Eletricidade básica – Prática. São Paulo, 1998.
SENAI-SP – INTRANET
260 CT016-10
Referências

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SENAI-SP – INTRANET
CT016-10 261
SENAI-SP – INTRANET
262 CT016-10
Aprendizagem Industrial
Eletricista de Manutenção

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004637 (46.15.11.940-8) Eletricidade geral - Prática
008451 (46.15.11.941-5) Operações de mecânica - Teoria
008450 (46.15.11.942-2) Operações de mecânica - Prática
008507 (46.15.12.959-4) Instalações elétricas - Teoria
008506 (46.15.12.960-5) Instalações elétricas - Prática
004504 (46.15.12.961-2) Análise de circuitos elétricos - Teoria
004503 (46.15.12.962-0) Análise de circuitos elétricos - Prática
004536 (46.15.13.963-1) Máquinas Elétricas e Acionamentos - Teoria
004535 (46.15.13.964-9) Máquinas Elétricas e Acionamentos - Prática
004650 (46.15.13.965-6) Eletrônica analógica - Teoria
004649 (46.15.13.966-3) Eletrônica analógica - Prática
004603 (46.15.14.931-2) Comandos eletroeletrônicos - Teoria
004602 (46.15.14.932-0) Comandos eletroeletrônicos - Prática
004653 (46.15.14.933-7) Eletrônica digital - Teoria
004652 (46.15.14.934-4) Eletrônica digital - Prática

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