Você está na página 1de 22
ADMINISTRAGAO INDUSTRIAL E GERAL Prefiicio do Autor A administragdo constitu fator de grande importincia na dirego dos negs- cios: de todos os negécios, grandes ou pequencs, industriis, comerciais, polfti= 0s, religiosos ou de outra qualquer indole. Exponho neste ivro minhas iiéias relativas& mancira por que cla devera ser exercida. Meu trabalho sens dividido em quatro partes! 19) Necessidade e possbilidade de um ensino administrativo. 2H). Principiose elementos de adminstraEo. 3°) Observagies © experigncias pesoais, 48) Ligdes da guerra, ‘As duns primeiras partes constituem 0 desenvolvimento de uma confertncia gue fiz por caf do cinglententrio da Socket de Finds Ming, em ‘A3¢¢8 4% partes formario um 2? volume, que pretendo publica a seguis. oAuTOR Primeira Parte Necessidade e Possibilidade de Ensino Administrativo 1 — Definiglo de administrasto 2 = Importincia relative das diversas capeckdades que consttuem o valor do pessoal das empresat 3. — Necessidade e possibilidade de ensino administrativo a Definigao de Administragao © conjunto das operagées de toda empresa pode ser dividido em seis gra- pos a saber: 18) Operagces éenicas: producto, fabrieagio,transformagio, 2%) Operagées comerciais: compras, vendas, permutas. 3%) Operagées financeira: procurae geréneia de capitis. 48) Operagées de seguranca: protegSo de bens de pessoas. 5%) Operagses de contabilidade: inventtios, balangos, presos de custo, cestaistica ets. ©) Operasses adminlsratbas: pevisto, organizasto, dirsto, coorde- siyaoe contol. sses scis grupos de operas ou funds essencials existe sempre em ‘qualquer empres, ej ela simples ou complexa, pequena ou grande. (0 cinco prineiros grupos slo bem conhecids. Poucaspalavas batario ar dlr espe sus. © grupo administra regres acto mais ampla 12 Fungéo Técnica (© nimero, a variedade © a importincia das operagies (Genicas, a cir- ccunstancia de que os produto de qualquer natureza rateias,inelectuis,mo- ‘s) stem geralimente das mos do técnico,o ensino quase exelusivamente t6- ‘ico de nossasescolas profssionas, as oportunidades concedidas aos ténicos, 23 wo tudo contribui para dar & fungio téenica e, por conseguinte, 8 capacidade tée- ‘lea, importincia excessiva, em detriment das outas capacidades, tio De Cessirias e BS vezes até mals leis ao desenvolvimento e & prosperidade das ‘empresas. Entrtanto, a fungéo téenica nem sempre & a mais importante de todas, ‘Mesmo nas empresas industriais, hi circunstAncias em que qualquer das outras Tungées pode tr influéncia mbito maior no desenvolvimento da empresa do que a fungio técnica. E preciso recordar sempre que as seis fungSes essenciais vivem em esteita interdependéncia. A fungio técnica, por exemplo, no pode subsist sem maté- "avin chem mercado pra seth pron, som capita sem gus © ‘em previs 2 Fungo Comercial [A prosperidade de uma empresa industrial depende tanto da fungio comer cial quanto da fungi téenica; se produto nfo se vende, temos a rufa, Saber comprar e vender 6 tio importante como saber fabricar bem, ‘A habilidade comercial, unida & sagavidade e & decisio, implica profundo ‘conheciimento do mereado ¢ da fores dos concorrentes, grande previsio e, nas ‘empresas importantes, aplicacSo cada vex mais frequente de combinagSes, Finalmente, quando alguns produtos passam, em uma mesma empresa, de ‘um servigo & outo, a fungi comercial zea para gue os pregos fixados pela a toridade superior ~ os chamados pregas de encemenda~ nia sejem a fonte de perigosas ilusbes. 38 Fungéo Financeira Nada se faz sem sua intervencio, O capital é necessério para o pagamento Ge salérios, para a aquisicio de im6veis, utensflios e matéras-prima, para 0 ppagamento de dividendos, para a realizacdo de melhorias, para a constiuiclo 4 reservas etc. E indispensdvel hAbil gestio financeira para 0 aumento de cxpi- tal, a fim de tirar © methor partido possivel das disponibilidades e evitarapli- ccagdes imprudentes de capital. ‘Muitas empresas que poderiam ter tdo vida présperm morreram porque em determinado momento hes faltou 6 dinero. Nenhuma reforma, nenhuma melhoria 6 possfvel sem disponibilidades ou sem crédito. 24 CConstitui condisio essencial de éxito ter constantemento a vista a situago Financeira da empress. 4 Funcio de Seguranga Sua missio 6 proteger os bens © as pessoas contro roubo, oincédio ea Jnundago,e evita as greves, os alentados c, em gra, todos os obsticulos de Condom socal gue possam conpyomete 0 progreto © mesino a vida da empresa 18 0 lho do pao o cio de guara, muna empress rudinenta, 6 poicia € 6 exército, num Estado, de modo geval, toda mcdida que df empresa aso furangae a pessoal atrangilidade de eapesto de que tanto precisa. 5? Fungéo de Contabilidade CConstitu 0 Grp de visio das empresas, Deve revel, a qualquer momen- to, a posigio e o rumo do negécio. Deve dar informagdes exata, claras © preci sas sobre a situacio econdmica da empresa. Uma boa contabilidade, simples © clara, que dB idéia exata das condigdes 4a empresa, & poderoso meio de diregio, Para esta funséo, como para as outras, & necessrio certainiciacio. A indi- ferenga que se Ihe dispensa, nas grandes escolasindustrais, demonstra que no se apreciam devidamente or servigos que ela press, ‘Fungio Administrativa Nenhuma das cinco fungées precedentes tem o encargo de formular 0 pro- _grama geral de agéo da empresa, de constituir 0 seu corpo social, de coordenar ‘0s esforgas, de harmonizar 0s ios. Essas operagées no fazem parte das ati buigdes de curiter (onico, e tampouco das fungSes comercial, Tnanceira, de seguranca ou de contabilidade. Elas constituem outra fungS0, designada habi- faslmente sob o nome de adminisragdo, cujas atibuigSes e esfora de ago so ‘muito mal definidas. ‘A previsdo, a organizacdo, a coordenacdo & 0 controle fazem part, 180 ‘nd vida, da administragio, de acordo com 6 conceito corente desse term. necessério inclu também entre elas © comando? Nao imprescind\vel; poder-se-ia estudé-lo A parte. Nio obstane, decdi-me a incorporé-lo & adminis Iragio pelassegintes rzses: 25 © recrutamento, a formagio do pessoal ¢ a constituiglo do compo s0- cial, que sSo encargos da adminstragio, tém intima relagSo com a fungao de comando. ‘A maior parte dos principios de comando so principios de admins ‘wacio. Administragio e Comando tém entre si relagdo muito estrita, Do ponto de vista da facilidade do estudo, hé interesse em agrupar estat duas classes de fungées. Esse agrupamento, ademais, dé origem a uma fungéo muito impor- tante, digna de aiair € reter a stensio do pablico, tanto quanto 1 fn tenia. Adotei, pois, as seguintes definigées: ‘Administrar ¢ prever, organizar, comandar, coondenare control. Prever€ perscutar 0 futuro ¢tragat © programa de aso. Organizar 6 constitis © duplo organismo, material e social, da empresa. Comandar & dsigie © pessoal Coordenar 6 ligar, unis © harmonizar todos 08 ats ¢ todos 0s reforgos. CControlar 6 velar para que tado corr de acordo com as regrasestabelec- ‘das e as ordens dadas. F Assim comprecndids, a adminstragéo nfo € nem privilégio exclusivo nem seeatgo peso do chef ou ds digs da ewe: € tn fun qo s reparte, Como as outs cessenciais, entre a cabega © 08 fangs ‘cabega © 0s membros do A fungio administativa distingue-se claramente das outras cinco fungbes ‘essencinis. E necessario no confundi-ia com a direc, Dirigir € conduzi a empress, tendo em vista os fins visados, procurando obter as malores vantagens possiveis de todos ot recursos de que ela dispoes € sssegurar a marcha das seis fungdes essenciais. A adminisragdo no € sendo uma das seis fung6es, cujo ritmo & assegura- do pela direso, Mas ocupa tio grande lugar nas funcdes dos altos chefes que, as vezes, pode parcoer que elas sejam exclusivamente administativas. 2 Importancia Relativa das Diversas Capacidades que Constituem o Valor do Pessoal das Empresas A cada grupo de operagdes, ou fungi essencial,corresponde uma capaci- dade especial. Existem a capacidade téenica, a capacidade comercial, a eapaci- dade financeira, a eapacidade adminstrativa etc. ‘Cada uma dessas capacidades repousa num conjunto de qualidades © co- becimentos que podem ser assim resunidos: 18) Qualidadesfisicas: sae, vigor, destreza 2) Quatidades intelectuas: aptidio para compreender e aprender, dis- ‘cemimento, forge agilidade intelectuais. 39) Quatidades morais: energia,fiemeza, coragem de aceitar esponsabi- Tidades, iniciativs, decisto, tao, dignidade, 49) Cultura geral: conhecimentos vatiados que nfo slo exclusivamente 4do domino da fungéo exercid. 59) Conhecimentos especiais: relatives unicamente & funsio, seja ela ‘nica, comercial, financeira, administrativa ete. 62) Experiéncia: conhecimento resultante da pritica dos negécios. # a lembranga das ligdes que 05 fatos proporcionam a todos nés. ‘Tal € 0 conjunto das qualiades e conhecimentos que formam qualquer das capacidades essenciais; esse conjunto compreende qualidadesfisieas, ntelec- tunis e moras, cultura geral, experiéncia e certos conhecimentos especiais,re- ferentes & funcio a desempenhar. ‘A importineia de cada um dos elementos que compsem a capacidade se re Taciona com a natureza e a importincia da Fangho. [Na empresa mudimentar, onde todas as fungGes sfo desempenhadas por uma 6 pessoa, a extensio das capacidades necessérias 6 evidentemente reduzida. 2 Na grande empresa, em que se realizam operagGes importantes e variadas, 0 pessoal deve ser dotsdo de iniimeras eapacidades, altamente desenvolvidas; fas, como as fungées slo divididas entre grande nimero de agentes, cada um deles, gealmente, ndo 6 obrigado a desempenhar senio ums parte reduzida das ‘apacidades exigidas do conjunto, Embora esta matéria nfo se preste para avaliagSo numérica, tratei de tradu- ir em mimeros 4 importéncia relativa de cada capacidade no valor dos agentes dos chefes de empresa, No primeiro quadro (a? 1), comparei as capacidades necessérias aos diver- s0¢ agentes da fungio téenica de uma grande empresa industrial. [No segundo quadro (e 2), compare as capacidades necesséras aos dife- rentescheles de empresas induseriais de qualquer importincia. Depois de consttar que as conclusées tidas do primeiro quadro sio aplicdveis aos agentes de todas as fungées da empresa industrial © que as tra- ‘das do segundo quadro s80 aplicéveis aos chefes de toda classe de empresa, cheguel as seguintes conclusses gerais Em todas as classes de empresas, a capacidade essencial das agentes inferiores é a capacidade profssional caracteristica da empresa, ¢ a ca ‘Pacidade essencial dos grandes chefes & a capacidade adminisrativa, Quadro n® 1 Importincia relativa das capacidades necessérias ao pessoal de fungi ‘técnica de uma grande empresa industrial [Esse pessoal constitu a seguinte série hiertrquica: aperdrias, contrames- tres, chefes de oficina, chefes de divisdo, chefes de servico€ diretor. ‘Se a empresa compreende varios estabelecimentos distintos © de importin- ia, a série hierarquica tenmina em um diretor eral ‘Se a empresa € um indisria do Estado, a scala hierérquica continua até a0 chefe de Estado, passando por um ministro.! ‘© quadro n? 1 indica a parte relativa a cada uma das eapacidades exsenciais ‘que formam 0 valor total de um agente qualquer. ocde Diect ma arte nto da oraiao plc faces eps no plea soca do ral epoiefaieatva IN 00 T 28 [Exse valor total € representado em todos os casos, para um agent perfeito, por 100, quer s¢ trate de operdrios, de chefe de servigo ou de chefe de Estado. Convém notar que no se trata aqui de comparar o valor de um operétio ‘com o de um contramesure, de um diretor ou de um chofe de Estado. NSO hé tama medida comum entre esses valores. As umnidades a, By 'm, m, 0, ,.. no sio de mesme netureza nem da mesma importincias seus elementos Constitutivos se transformam a0 passar de um nivel hierrquico a outro, dc tal ‘maneira que termina por nfo haver nada de comum entre a capacidade —-técni- a, adminisrativa ou qualquer outra ~ de um agente inferior e a capacidade ‘déntica de um grande chefe. Nao trate de expressar nos quadros de n's 1a 5 ‘senio a importineia relativa das diversas expacidedes que forma o valor ttal eum agente (Os coeficientesauribuidos As diferentes capacidades que formamn 0 valor to- tal de um agente qualquer, seja qual for a categoria & qual pertenga, demons- tram minha opiniso pessoal; s80, por conseguinte, discutfveis e estou certo de ‘que serio discutidos. Creio, entrtanto, que, quaisguer que selam as divergén- ‘las de apreciaglo surgidas, as conclusdes tiradas do quatro n 1 subsisirso to- talmente. ‘Bis aqui essas conclusbes: 18) A capacidade principal do opentrio € a capacidade técnica 28) A medida que alguém se eleva na escalahierérquica, a importincia relativa da capacidede adminismativa aumenta, enquanto & capacl- dade tgcnica diminui. A equivaléncia entre essas duas capacidades se testabolece ao nivel do 3° ou 4° graus. 35) A capacidade principal do direror a capacidade admistrativa ‘Quanto mais elevado € 0 nivel hierérquico, mais essa capacidade domine. 4) As capacidades comercial, nancelra, de seguranca e de concabili- dade tém sua mixima impordncia nes agentes do 5° ou 6° graus hrcrérquicos. ‘A medida que se sobe na escala hierérquica, « importincia des- ‘sas capacidades (comercial, financera et.) no valor de cada catego- tia de agentes vai diminuindo e tende a nivela-se. 5) A partir do 4° ou 5° grau hierdrquico 0 coeficiente administrative ‘aumenta 2 custa dos outros, que diminuem e se aproximam do déci- ‘mo do valor total. ‘As conclusées precedentes foram tiradas unicamente do exame das capaci- ddades do pessoal de Funcio técnica, desde © operrio até 0 chefe da empress. "Nenhum dos membros desse pessoal tem fungées exclusivamentetécnicas; todos prestam concurso mais ou menos amplo as outras fungées € acabamos de ‘er que of altos chefes si0 mais administradores que tenicos. 29 QUADRON®L Imporinca relaiva das cferemescapacilades necesirias ‘an eles dae presen Gane ewenese Pasa dens nen CcaPACIDADES careconias : a g| lalsle| dl vast actiins aq i j tales 2 ale [Grande stabeccent: Oprace ; sls] [=] sls] we Charente I [5] G] |] 8/0] WS! aD ehias B/S] 5] 2 |i] is | me a oe 3] 3| 3] s| i] 2] a Chae do ergo wens 222 | 38] 30] 0] 3] 10] 10 | ioe Diver sc %/ 8/18] 0| 1/10 | ime} vdeo setts rena Biewrge o} 0) 0} 0/0] | we haat Esta ‘alate 0] 10/0} 0] 10| | 10a Ge ais ali] [| s| 5] wo © exam das capacidades do pessoal que desempenha us ouras fungSes de Juma grande empresa industrial - comercial, nanceira, de seguranga ov de Contablidade ~ ds lugar a observagoes semelhantes © a conclusces iénticas, Sevendo ser simplesmente substitaida a expresso capcidade teeniew Por ca ‘Pacidade caracterttica da fungdo. ‘Qualguer que seja a funcio de que se trate, a capacidade principal dos agenies inferiores € a capacidade caracterisica da fungio (técnica na fangio ‘industrial, comercial na fangSo comercial, financeira na fungso financeir etc.) ‘ea capacidade principal dos agentes superiores € a capacidade adminisratva. 30 QUADRON?2 Impotincia relative das diferemescopacidade ncessriat os chefs de empresas iar EMPRESAS INDUSTRIAIS DE QUALQUER IMPORTANCIA (Chefes de empresa (CAPACIDADES CATEGORIAS DE Financia CHEFES Adoinseative ‘Técnica Comercial ‘de Sepurangs pres ridimentar 1s | 40 | 20 Pequena empress 2s | 30 | is Empress media 30 | 25 | 15 Grande empress wis | is Empresa muito grande 50 | 10 | 10 Empress do Estado || 8 Quadro n? 2 mportincia relativa das capacidades necessérias aos chefes das ‘empresas industriais de qualquer magnitude Esse quadro observou a mesma formagéo do precedente. (© valor total de um bom chee 6 representado por 100. 0s coeticientes atribuides As diferentes capacidades dos chefes de qualquer categoria so a expressdo de meu eritério pessoal. PPodem-sc trar desse quado as seguintes conclusdes: 1%) A capacidade principal do chefe da pequena empresa industrial & 2 ‘capacidade técnica 2) A medida que se sobe na escala hierarquica do pessoal das empresas, 2 importincia relativa da capacidade. administrativa aunenta, e0 ‘quanto ada expacidade téonieadimina. a1 on wen eee poten a SE aan a a, See ee eee Sa eee ip a ae foe eeee ee ae Son eie ne ee nee eee ee LS Fea eee eee eran {os outros que tendem a nivelar-se © aproximam-se do décimo do va- for total. uanrows Excetuase a diferenga de qu todos os chefes do empresas, messi nas de strnscan cee ners menor importincia, tm necessidade das capacidades comercial ¢financeira, ore ct esl Gea as em rab nr cenquanio os agentes inferiores do quad n® 2 se assenetham singularmente Bs : ‘radas do quadro n? 1. Some ate Gee | Com sys0 #2 mais murcan posto om evict por ess dos gues 6 0 se f - euinte: » ‘A capacidade téonica ¢ a principal capacidade dos agentes inferiores| da grande empresa e dos chefes da pequena empresa indistrial; a capac \dade adiministraiva é a principal capacidade dos grandes chefes. A capa- cidade técnica domina na base da escala hierérquica industrial ¢ a capa~ sa . 5 “ e | a faleks aides) hoe conte A, ; eft, do pont de vist da organizagto eda dire dos ngs, tem a ae *[]=: tanta importincia que nfo hesitei em multiplicar a forma de sua divulgacto, ew) “ " » of °: Para esse firm, organizei os quadros numéricos 1 e 2, assim como os gréfi- Prema = Je | = Is cos de n®s 3 © 4, os quais traduzem, sob outra forma, o contetido dos quadros: — om. meet aes —_ de ns Le 2. Tem a mesma finaidade do quatro n® 5: mportancia relaiva das Liferentes capacidades necessarias ds diversae Categorias de agentes de ona ‘grande empresa metalirgica ‘Todos esses quadros tém a finalidade de chamar # stengéo pbica para a importincia da fingio administativa nas empresas industria. 16, hé ito tempo, deram & fungio técnica seu justo valor. Mas 86 ela no basta para asse~ ‘gurar 2 boa marcha dos negécios, precisando do concurso das oulras fungées ‘ssenciais, particularmente da fungie adminisratva, fe 22 ‘QuADRO Ne ope nn en emp ra on ene gree carsctoaes “Eine” fame SER SSR peewee ‘i "o9@) ngs 890) EMPRESAS DIVERSAS [Um estado das capacidades necessérias nos agentes © nos chefes das em- ‘presas de qualquer natureza conduz fis mesmas conclusdes extradas do estado precedente, feito sobre as capacidades necessrias aos agentes © aos chefes das ‘Empresas industiais. Essas conclusées podem ser assim resus 3 Necessidade ¢ Possibilidade de Ensino Administrativo ‘Acabamnos de ver que a obra direriva comproende 0 exercicio ea realizagso das seis fungées esseneiais; se umn dessas fangs néo € preenchida, a empress pode perecer ou, quando nio, enfraguecer. E necessério, pois, que @ pessoal de ‘uma empresa qualquer seja capaz de desempenhar as seis fungSes essenciais. ‘Vimos, ainda, que a capacidade mais necesséria aos agentes superiores das arandes empresas é a eapacidade adminstrativa. Estamos, por conseguinte, seguros de que uma educagdo exclusivamente téenica nio correspond ts necessidades gerais das emprosas, mesmo que S© trate das industria, (Ora, enquanto se fazem —e com razo ~ 0s maiores esforgos para ampliar © aperfeigoar os conhecimentos téenicos, nada ou quase nada se faz, em Bossas tescolas industrials, fim de preparar os futures chefes para suas fungées co- rmereiais,finanoeias, administrativas ete. A adminisracdo nio figura sequer nos programas de ensino das escolas superiors de engeaaria civil. Por qué? Desconhece-e a impordincia de capa. dade adminisiative’? [Nio. Se se tata de escolher um contramestre entre os operéris, um ehefe de oficina entre os contramestes ou um diretor entre os engenheiros, no é ‘nunea a capacidade tenica que dacide a escolha. Verifica-se so 0 escolhido [possu & dose necesséria de capacidade técnica, mas, entre os candidatos de Va- lor téenico quase equivalente, seré dada preferéncia ao que for considerado su- prior por suas qualidades de presenca, autoridade, ordem, organizaglo ot {as que s40 os proprios elementos da capacidede adminisratia, Seria porque a capacklade administrativa no pode ser adquirida senio mediante a pitica dos negécios? 37 CCreio que essa 6 a razio invocada. Veremos, no entanio, que ela iio tem fundamento © que, na realidade, a capacidade administrativa pode e deve ad- gues, asi como #eapciade dence, princanente na escola © depois {A verdadeira nizBo da auséncia de ensino adminismativo em nossas excolas profissionais 6 a falta de doutrina. Sem doutrina nso hé ensino possivel. Ora, ‘nfo existe doutrina administrativa consagrada, surgida da discussdo publica ‘As doutrinas pessoais nio faltam. Na falta de doutrina consagrada, cada {qual pode julgar possulr os melhores méiodos: assim, € possivel ver em toda Parte, na indstria, no exército, na familia, no Estado, as pritieas mais contra ‘Sinérias colocadas sob a Ggide de um ines principio. Enquanto, do ponto de vista sécnico, um chefe nfo se atreve a proceder contrariando certas regras establecidas sem se expor a perder seu prestigio, do pponio de visia administrative ele pode permiti-se impunemente as préticas ‘mals pejudicias (Os processos empregados nio sio julgados por si mesmos, mus por seus re= sultados, que sio, amidde, remotos © geralmente diffeeis de se reacionarem, ‘Com as causas que 0s produziram, Mudaria completamente a siuago se existisse uma doutrina consagrada,is- 1 ¢, um conjunio de principias, de regras, de métadas, de procedtmentos pOs- tos & prova e controlados pela experéncia gel [Nao 6 que faltem os prineipios; se hastasse proclams-los para faz8-los vigo- ‘ar, desfrutarfamos em toda parte da melhor administacio possivel. Quem j4 ‘lo ouvin cem vezes ser proclamada a necessidade dos grandes principios de lautoridade, disciplina dos imeresses particulares ao ineresse geral, unidade de directo, coordenago dos exforcos, previsdo ete.” Mas @ proclamacto dos prineipios nfo basta. Sua luz, como a ds fads, rio guia senao aqueles que conhecem o camino do porto. Um prinefpio, sem & meio de pd-lo em execugio, carece de eficdca, ses moios também ndo faltam; sto numerosos. Mas, bons © maus, mani- festamse altemativa ¢ simullaneamente nt familia, na oficina e no Estado, com uma persisténcia que no se explica sendo pela auséncia de douttina. O pablico ‘bo esta em condigies de julgar os alos administatives. EE necessério, pois, formular © mais rapidamente possvel uma doutrina ad- rinistrativa Isso no sera dffell nem exigitia muito tempo se alguns dirgentes ‘© decidissom a expor suas idélas pessoais sobre os principios que consideram ‘ais adequados para faclita @ marcha dos negécios.¢ sobre os mcios mais fa- ‘oriveis 8 realizagdo desses principios. luz surpiria logo da comparasio « da ‘iscussio, Mas a maior parte dos grandes chefes no tem tempo nem gosto de fscrever © freqdentemente desaparece sem deixar doutrina ou discfpulos. NSo ppoiemos contar, pois, com essa fonts, 38 Felimente, nio é necessério drigir uma grande empresa nem aprecentar cestudo magistral a fim de concorrer utlmente para a formagéo de uma doutrina ‘A. menor observagdo bem feita tem seu valor e, como 0 aiimero de posst- ‘eis observagées ¢ limitado, pode-se esperar quo a comente, uma vez estabele- ‘ida, nfo 20 dotenhe jams: trats-se de formar essa comrente, de provocsr a dis ceussio publica; € 0 que procuro fazer, mediante a publicagio destes estudos Espero que deles surja uma doutrina Isso feito, serd necessrio resolver o problema do ensino. “Todos tém necessidade, em maior tt menor grau, de nogGes administrati- ‘vas, Na famfia, nos negécios do Estado, a nocessidade de eapacidade admins ‘wativaestf em relacéo com a importincia da empresa; para os individuos, essa nnecessidade € tanto maior quanto mais elevada 6 posico que ocuparn. © censino de administra deve, por conseguinte, sr geal: rudimentar nas escola priméras, um pouco mais eXtenso nas secundérias e muito desenvolvi- 40 nas superiores. Este ensino, preparando bons administradores, nto feria mais que 0 ensino ‘téenico na formagao de excelentes tecnicos. [Nao seriam exigidos sendo resultados anlogos sos alcangados pela edu- ‘cago técnica. E por que nio seriam aleangados? Tratase, prineipalmente, de ‘proporeionar 8 juventide condigées de comproender © ulizar as ligdes da eX peritncia. Atusimente, © novato nfo tem douttina administrativa nem metodo € ‘ese respeito muitos permanecem principiantes a vida toda E necessitio, pois, esforga-se para inculcar as nogées administrativas em todas as classes soriais. A escola desempenharé, evidentemente, papel consi=

Você também pode gostar