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Universidade de Brasilia — UNB Instituto de Ciéneias Humanas — 1H. Departamento de Servigo Social — SER. Programa de Pés-graduagao em Politica Social A avaliagao escolar como agente favorecedor da exclusio social Nome: Dalvanisa Luiz Silva de Oliveira Brasilia, Distrito Federal Outubro de 2003. Universidade de Brasil Instituto de Cigncias Humanas ~ TH. Departamento de Servigo Social ~ SER. —UNB Programa de Pés-graduagio em Politica Social. A avaliagao escolar como agente favorecedor da exclusdo social Projeto de pesquisa com caréter avaliativo apresentado a selego de Pés-graduagao em Politica Social junto ao departamento de Servigo Social — UNB. ‘Nome: Dalvanisa Luiz Silva de Brasilia, Distrito Federal Outubro de 2003. Avaliar & uma tarefa bastante complexa, que exige do avaliador uma postura passiva, conereta © consciente, uma vez que por sua ago pode acabar rotulando, discriminando e até mesmo exciuindo um cidadao em sociedade (Gadotti, 1997) Muitos se questionam como desenvolver uma avaliagdo eficiente que realmente venha a analisar, testar e medit os conhecimentos de um aluno sem passar sua pessoalidade; evitar a formulagdo de juizos © nao ser 0 responsével por uma avaliaggo incoerente com o real desempenho adquirido e ter critérios coerentes e cabiveis com a sua pratica docente, visando sempre estar buscando promover o desempenho do aluno e cevitar ser responsavel por vitimar um aluno ao fracasso escolar, professor apesar de estar informado que o ato educacional, é um ato reciproco, onde a0 mesmo tempo o aluno recebe informagées, relata experiéncias ¢ até mesmo cita exemplos que vem a facilitar 0 trabalho que é orientado pelo professor. A educagio apesar de ter novas esséncias (uma vez que instrui para viver em uma sociedade que exige um cidadio critico, participativo e que seja dotado de uma série de potencialidades para se manter um mundo neoliberal-globalizado — Antunes; 1993), mantém em grande parte de suas instituigdes educacionais piblicas, profissionais que apesar de serem instruidos, desenvolvem em sua pritica uma educagio tradicional, que no vem a atender a real demanda da sociedade (Cool ; 1994) Outro aspecto de fundamental importancia na pratica educacional é que o educador exige do seu aluno algo que o mesmo no conseguiu atingir dentro de sua sala de aula e avalia como se fosse um contetido desenvoivido em sala e que todos conseguiram assimilar a ponto de coloca-lo em sua aplicabilidade pritica ou até mesmo na hora de uma necessidade, como por exemplo, na hora de uma prova, Dentro dos critérios que orientam a prética educacional, 0 professor deve sempre esiar vigiando-se sobre 0 poder de avaliagao desenvolvido para com o seu aluno, respeitar as diferengas ¢ valorizar o aluno em toda a sua esséncia pritica, é de praxis a todo o profissional que atua na area educacional, Para entender o poder ¢ a fimgao social da avaliagio, 6 a “fabricagao da exceléncia escolar” (André & Passos — 1994), que como outras instituigdes da sociedade, a escola define um conjunto de normas de exceléncia em tomo das quais se pauta a avaliago, Estas normas ensejam comparagées entre os individuos ¢, em conseqiiéncia, o estabelecimento de hierarquias, conforme o maior ou menor grau de aproximagdo a norma, Assim, desde as primeiras séries, os alunos aprendem a se comparar e a se situar frente as normas de exceléncia estabelecidas pela escola e vao fazendo as classificagdes, € a partir do momento que existe a classificagao dar-se ‘margem a exclusio dar-se a exclustio da escola, debilitagdo da estima do individuo e por seguinte o inicio da excluso que assume rapidamente 0 ambito social Quando as tarefias so as mesmas para todos os alunos e as condigdes similares, as diferengas de desempenho ficam mais claras e a hierarquizagao aparece mais rapidamente, O professor, quer queira quer nao encarna a norma, Dificilmente ele conseguiré orientar © trabalho dos alunos sem emitir implicita ou explicitamente um juizo de valor “(André & Passos — 1994)”, Avaliar é uma tarefa complexa que deve ser desenvolvida com todos os critérios a fim de evitar atribuir uma mengio além ou aquém do recebido, pois refletir sobre a pratica educacional avaliativa é uma forma de integtar pessoas que esto a margem do contexto social e principalmente educacional e para integrar este, é necessirio capacita- Jo em qualidade de educagao nao dando margem a exclusdo ¢ sim refletir sobre a pratica avaliativa evitando rotulagdes © prensando por uma qualidade educacional respeitando as diferentes inteligéncias apresentadas por seus alunos. (Antunes, 1993). Para o professor que vive em todo um percurso de ano com seu aluno; avaliar & ‘uma tarefi dificil, avaliar um aluno apenas pelo desempenho académico em provas sem excluir e marginalizar, é um proceso de bastante complexidade uma vez. que o proceso de avaliaga0 niio pode ser resumido a avaliar apenas de uma tnica forma, dando margem @ ago de exclusdo © por seguinte de rotulagao, para o avaliador ter critérios validos que estejam aptos a respeitar e integrar todas as diferengas apresentadas em sala de aula é uma tarefa que exige uma postura profissional apurada que venha a orientar & auxiliar a agao desempenhada pelo educador na sua pratica profissional Os grandes indices de evastio escolar so gerados por alunos que tem sua estima debilitada e ferida que pode ser causada por uma avaliagdo mal aplicada, decorrente de tum proceso educacional desencadeado no coerente com as reais necessidades de educago; as novas diretrizes da educagio foram difundidas as escolas através dos PCN’s, que foram enviados as escolas publicas, a exigéncia que os professores da educagao basica - Educagdo infantil e ensino fundamental-1° e 2° ciclo, de que todos deveriam ingressar em instituigdes de ensino superior, além de cursos que foram ministrados por Orgo pabiicos e privados, a fim de melhor instruir os profissionais que atualmente serve de ponto de orientago aos educadores e devido a uma pratica educacional com incoeréncias e falhas estas, acaba por rotular e por seguinte excluindo uum aluno do sistema académico e esta penalidade em sua maioria das vezes € errénea, pois um aluno quando no esta respondendo a estimulos educacionais, pode-se explicar por varios fatores, que assumem desde a maior escala educacional, como os elaboradores de projetos sociais ¢ educacionais, até os mais proximos como 0 professor € 0 educando em sala de aula; mais o mais pratico e por seguinte mais grave tanto em aspecto pessoal como em aspecto social, & despejar a incompeténcia, a irresponsabilidade e a ignorancia consciente ou inconsciente por determinados profissionais que atuam na area educacional, é enviar a penalidade a quem nao tem como se detender e simplesmente tem que aceitar ao que determinado, mesmo que isto seja uma agdo de injustiga e que venha a prejudicar toda uma agio académico social no seu percurso de vida de cidadao, que iri perder um recurso de se proteger contra a ignorancia que o abstém dos recursos sociais, ‘Tem havido, nos iiltimos anos, no campo da politica educacional, um interesse crescente das taxas de retengao escolar, com referéncia especifica a fase pés- compulséria da escolarizagao. Esse interesse combina-se com um forte sentimento de urgéneia para produzir um crescente panico moral em torno da questo da “juventude” — ou talvez, mais precisamente, do “problema da juventude”. Isso ocorre no contexto de uma expansao extraordinaria na importancia, alcance e densidade da chamada cultura da io da midia € dos correspondentes debates e controvérsias, centrados no suposto decii vida contempordnea “(Green & Biguin ~ 1990)" Mas isto nfo vem a ser sinénimo de detender uma escola que projeta um aluno de um nivel de ensino para outro sem os saberes necessirios, mas sim melhorar a qualidade educacional e fazer com que a escola, seja uma realidade vivenciada por todos os cidadios a fim de cada vez mais elevar os niveis educacionais informacionais ¢ sociais e conseqientemente reduzir o nivel de analfabetismo letrado, funcional ¢ politico na sociedade e principalmente desenvolver um novo horizonte educacional que esteja aberto a aceitar as diterengas existentes de pessoa para pessoa na sociedade ¢ respeitar em sua agao social pratica ¢ para auxitiar para que se amplie seu horizonte para adquirir seus direitos de cidadania. A escola deve ser um ambiente agradavel e integrante de conhecimentos académicos, a sua vivéncia pritica em sociedade; a avaliagdo deve ser uma prética decorrente ¢ cotidiana da realidade escolar e deve ser desenvolvida com o intuito de elevar a qualidade educacional e pritica decorrente da escola (Cool, 1994) No desempenho educacional que € desenvolvido nas escolas, existe uma debilitagdo avaliativa, ou seja, conforme seja a promogio de fases escolares, o niimero de alunos efetivados no processo de ensino-aprendizagem é reduzido, tal situagio pode ser justificada pela defasagem do processo educacional em decorréncia de uma série de abalos que debilitam o processo educacional que cada ano a qual se passa a situagao & novamente vivenciado, tal abalo além de problemas enffentados no horizonte educacional como problemas com a educagao publica fornecida a populagdo, problemas internos dentro da escola que assumem espagos ménores como o professor em sua sala de aula, com uma ago educacional nao respeitando as novas tendéncias educacionais ¢ or seguinte ndo respeitando © aluno com suas particuiaridades nao respeitando ¢ sua Tealidade sécio-econémico e cultural. A confusio exercida pelas escolas © por seguintes professores de que, a qualidade educacional é atingida por um grande leque de contetdos, provas que esto ‘com o nivel informacional exigido bem além do que o fornecido, é uma prova de que muitos. professores niio estilo preparados para desenvolver um acompanhamento educacional eficiente a seus alunos a fim de formar um cidadio instruido academicamente, criticamente ¢ principalmente socialmente para viver em uma sociedade que vive em constantes transformagdes € sim alijar 0 aluno do processo académico por se sentir onipotente. ‘Uma das finalidades fundamentais de toda intervengao curricular ¢ a de preparar 05 alunos para serem cidadaos ativos e criticos, membros solidérios e democriticos de uma sociedade solidaria e democratica. Uma meta desse tipo exige, por conseguinte, que a selegio dos contetidos do curriculo, os recursos ¢ as experiéncias cotidianas de ensino e aprendizagem que caracterizam a vida nas salas de aula, as formas de avaliag2o € os modelos organizativos promovam a construgio dos conhecimentos, destrezas, atitudes ¢ valores necessérios para ser bom cidadao (Santomé, 1993). Outro fato que deve ser analisado € a pratica educacional conteudista desenvolvida, que praticada de forma isolada da realidade vivenciada do aluno em sua pritica. A escola apesar de viver em uma comunidade, que é passiva a uma série de informagies a nivel mundial, se esquiva desta realidade, vivendo uma pratica ignorada em sua esséncia pelos alunos, mas muito real nas afligGes destes, causado por uma possivel reprovag&io, que ¢ causada por uma série de fatores que vao a frente da responsabilidade do aluno, mas que é elaborado em decorréncia sofrida por toda uma falha na estrutura educacional e por seguinte social A soviedade ndo se observa como responsavel pelo sucesso ou fracasso escolar, principaimente quando analisada as classes sociais menos favorecidas que tem um nimero muito mais significative quando comparado ao nivel econdmico e cultural. 1 dois elementos dessa nova retérica que chamam, poderosamente, atengio: a climinagao da mobilidade social como objetivo e a proposta de subordinar os processos educativos ais necessidades econdmicas. A infhiéncia publica das organizagées supranacionais, como 0 Fundo Monetirio Internacional, na aplicago das politicas de ajuste, serviu para passar, em alguns casos, de um populismo estatizante a um neoliberalismo com exigéncias de privatizagao e estabilidade econdmica. Em matéria educativa, os organismos de financiamento internacional — particularmente 0 Banco Mundial — foram e sao tatores decisivos, de forma que a relagdo custo-beneficio e a taxa de retomo influenciaram na definig#o das prioridades de investimento, nos diversos niveis educativos, ¢ de forma que os critérios de qualidade slo associados as competigies ¢ aos rendimentos, Também influenciaram para que a redugdo do papel do estado, na tomada de decisdes, a descentralizagao de instituiges escolares auténomas, responsaveis por resultados e em varios casos, o encorajamento de politicas de privatizagdo sejam objetivos prioritarios. (Rivero, 1996) Questionar © processo educacional que & desenvolvido da cidade satélite de Ceilindia do Distrito Federal é um ambito social que realmente deve ser moditicado, pois em grande parte de suas escolas piblicas verificasse o descaso numa amplitude bastante significativa, mas para recondicionar a prética educacional, além de utilizar novos parametros educacionais, como ja ¢ utilizado & necessério fazer um treinamento especitico aos profissionais da educagao com 0 objetivo de reestruturar a sua pratica de aula, a sua ideologia da educagao, leituras direcionadas sobre a pratica dos profissionais da educagio ¢ resgatar 0 educador como a fonte de progressio de novos cidadaos criticos e participativos e por seguinte a sua pritica de avaliagaio. Apos condicionar a nova filosofia educacional, aplica-se pesquisas aos agentes que compde a comunidade escolar visando elevar-se o nivel da qualidade educacional e por seguinte reduzir as desigualdades das escolas existentes € respeitando as diferentes realidades escolares decorrentes de cada realidade social, adequando a escola a exigéncia tanto local como social ‘A atual concepgao de escola é tida como uma forma de ingresso social principalmente no émbito que abriga a classes sociais menos favorecidas, onde a propria cestrutura social defende a ideologia de que a partir que se possuir titulos educacionais é ‘uma forma de projegio social, aonde se esquecem que nem sempre que é apresentando ‘um titulo educacional, e possivel ter um profissional competente e que venha suprir as reais necessidades de algum orgio em sociedade, a sociedade busca pessoas capacitadas em varios os Ambitos e que deve conscientizar ¢ capacitar os alunos desde as séries iniciais © que a sociedade requer de seus cidadiios, pessoas dotadas de competéncias que vao além de uma mera reprodugao de informagdes, mas precisa de pessoas politizadas, ctiticas © conscientes de sua fingdo social © que sfo responsiveis pela coesto ¢ transformacdo da sociedade, a partir de uma pratica coerente, racional e organizada a fim de se obter methorias sociais principalmente aqueles que so oriundos de classes sociais menos favorecidas ¢ que precisam de conhecimentos para futar e conquistar 0 seu espago social ¢ seus direitos. A avaliagao escolar € uma questo que deve ser discutida e refletida, pois a ritica educacional que é fornecida a estes ndo vem a suprir os seus reais interesses € necessidades, tanto do aluno, que devido a uma ago decorrente no respeitando as suas diferengas e particularidades, e so vitimas de avaliagoes que nao estao de acordo com a pratica desenvolvida, tanto em sala de aula, como em sua aplicabilidade em sociedade, acaba por distanciar este educando do contexto escolar, esta agio de avaliagdo pode fazer refuugiar uma pessoa que se tente a margem social por nao sentir integrada as reais, necessidades que sto exigidas pela escola que nio esté enquadrada nos novos parametros educacionais A escola deve ser um ambiente que tenha a fungo de capacitar pessoas, tanto ‘em conhecimentos especificos, mas principalmente integrar pessoas para viver em grupo respeitando as diferengas ¢ fazendo respeitar as suas ¢ serem membros ativos no processo social a educagiio que é fornecida a populagio néio é desenvolvida de forma igualitiria em toda a sociedade e nem poderia, pois cada comunidade tem a sua realidade e 0 proceso educacional nfo deve ocorrer de forma isolada da realidade vivenciada a qual a realidade escolar esta inserida (Cool ~ 1994), A educagao é um processo que é vinculado diretamente aos estado, pois através do proceso educacional que é formado cidadios ativos em sociedade e capacitados para ‘© mercado de trabalho.O espaco real ocupado pela educagio publica e as fungdes por ela desempenhadas, tanto na pritica como no plano do discurso, tm a ver com a realizagiio de um projeto no qual o estado assume o desafio de proporcionar educagao, basicamente nos niveis primario e médio, com o objetivo de universalizé-tas, fornecendo recursos ¢ estruturas organizacionais, atribuindo a si mesmo, enquanto representante da sociedade, um papel importante naquilo que se refere ao planejamento, 08 conteiidos, A dirego ¢ ao controle desse projeto. O estado também cumpre algumas dessas fungdes, embora mais francamente, em relagdo ao ensino privado, uma vez que a ‘educagio tem um papel decisivo no funcionalismo de toda a sociedade. A continuidade da educagao publica tal como a conhecemos se apdia na existéncia dessa legitimidade, ‘As formas que ela adota em sua sobrevivéncia podem variar, como jé se insinua nas mudangas que esto ocorrendo (Sacristan, 1997), A escola atualmente tem a abertura para trabalhar conforme seja 4 sua realidade, pois o curriculo Educacional agora vigente, permite que a escola trabalhe conforme a sua realidade escolar, permitindo assim, que se amplie a vivéncia pratica dos conhecimentos adquiridos e que a comunidade escolar se faga presente dentro da escola, também subsidiando uma maior abertura da comunidade local estar presente dentro da escola e auxiliando na formagio de um cidadao critico ¢ participativo em sociedade ¢ ao educador cabe 0 compromisso de elaborar uma auia coerente, significativa e que venha respeitar as limitagdes, diferengas e que sirva de ponto para efetuar-se uma avaliagao de esséncia integradora e que niio venha a ser um agente de exclusio e rotulagiio do educando em sociedade. Autonomia no significa uniformizagio. A autonomia admite a diferenga ¢ por isso, supde a parceria. S6 a igualdade na diferenga e por isso, supde a parceria. S6 a igualdade na diferenga e a parceria sto capazes de criar 0 novo. Por isso, a escola autOnoma nao significa escola isolada, mas em constante intercambio com a sociedade. Nesse momento, lutar por uma escola auténoma é {utar por uma escola que projete com ela, uma outra sociedade, Pensar numa escola auténoma e lutar por ela é dar um sentido novo a fungdo social da escola e do educador que ndo se considera um mero cio de guarda de um sistema iniquo ¢ imutavel,. Mas se sente responsavel também por um futuro possivel com equidade.(Gadoiti — 1997). As escolas esto se ajustando as novas tendéncias educacionais, trabalhando as diterencas, mas existem muitos outros fatores que devem ser ajustados € modificados em prol do acompanhamento das novas tendéncias educacionais e por seguinte recondicionar a pritica visando @ elevagiio da qualidade educacional e redugdo do processo de exclustio social, que deve ser iniciado’no Ambito educacional, refletir em cima do processo avaliativo desencadeado dentro do sistema educacional se faz necessirio, uma vez que avaliar assume proporgdes além de medir, sondar e testar conhecimentos “Dentro de uma concepgdo pedagdgica mais moderna, baseada na Psicologia Genética, a educagdo é concebida como a vivéncia de experigncias multiplas e variadas tendo em vista o desenvolvimento motor, cognitive, afetivo e social do educando. Na sucesso de experigncias vivenciadas, 03 conteiidos so o instrumento utilizado para ativar © mobilizar os esquemas mentais operatérios de assimilagdo. Nessa abordagem, 0 educando € um ser ativo e dindmico, que participa da construgio de seu proprio conhecimento” Dentro desta visio, em que educar é formar ¢ aprender & construir © proprio saber, a avaliagiio assume dimensSes mais abrangentes, Ela ndo se reduz apenas a atribuir notas. Sua conotagdo se amplia e se desloca, no sentido de verificar em que medida 0s alunos estio aleangando os objetivos propostos para o processo ensino- aprendizagem, ‘A educagio renovada nio mudou apenas os métodos de ensino, que se tornaram ativos, mas influir também sobre a concepgao de avaliagéio. Antes, ela tinha um carater seletivo, uma vez que era vista apenas como uma forma de classificar ¢ promover o aluno de uma série para outra ou de um grau para outro. Atualmente, a avaliago assume novas fungdes, pois é um meio de diagnosticar e de verificar em que medida os objetivos propostos para o processo de ensino-aprendizagem esto sendo atingidos.” (Haydt, 1994) Refletir e por seguinte transformar a forma de avaliagdo dentro da escola é uma necessidade na atual tilosotia educacional, uma vez que os atuais parametros nacionais, da educagio exigem uma avaliagdo coerente com a pratica decorrente em sala de aula.(Coll, 1994). Analisar e refletir sobre o sistema de ensino desenvolvido nas instituigdes de censino fimdamental da cidade satélite de Ceilandia - Distrito Federal, além de fazer comparagdes sobre as diferentes priticas educacionais desempenhadas pela escola e por seguinte por seus professores, € analisar os possiveis agentes que interferem na avaliagdo escolar ¢ como auxiliam no proceso de exclustio e marginalizagao escolar, so alguns pontos que devem ser analisados e buscar-se uma forma de controle sobre esta agdo que € no ambiente escolar, tentando modificar a pratica que indiretamente exercida pela escola, ¢ por seguinte em toda uma sociedade que busca pessoas qualificadas para trabalharem em prol da sociedade, mas que prefere fornecer fins, uma ‘vez que os principais necessérios sao os meios. A avaliagao escolar deve ser desenvolvida conforme a pratica em sala de aula, que deve ser coerente com as atuais tendéncias que orienta 0 processo de educagao, valorizando e sempre se instruindo para identificar, conhecer e valorizar os conhecimentos signiticativos ¢ 0s diferentes tipos de inteligéncia apresentados por seus alunos € que tais agdes sejam o principio do desenvolver de habilidades para uma vida pratica que sempre esta e estara sempre sujeita a transformagées. O processo de avaliagio abrange todas as facetas do ato de educar, entedendo-se por avaliago um proceso mais ampio do que a simples aferigiio de conhecimentos construidos pelos alunos em um determinado momento de sua trajet6ria escolar, Deve ser considerado tanto 0 processo que o aluno desenvolve ao aprender como produto alcangado, Avaliar a aprendizagem, portanto, implica avaliar 0 ensino oferecido ~ por exemplo, nao acontecer 4 aprendizagem esperada significa que o ensino no cumpriu sua finalidade; a de fazer aprender.( Curriculo da Educagio Basica do Distrito Federal, 2000). Desenvolver uma avaliagdo escolar coerente junto a pratica decorrente em sala de aula, além de fazer da avaliagzo escolar um agente propiciador para a methoria da qualidade educacional decorrente, seria uma forma de se reduzir uma avaliagdo que seleciona, exclui e por seguinte marginaliza © termo avaliar tem sido constantemente associado a expresses como: fazer prova, fazer exame, atribuir nota, repetir ou passar de ano. Esta associaga0, to fregiiente em nossas escolas, & resultante de uma concepgio pedagégica arcaica, mas tradicionalmente dominante. Nela, a educagao é concebida como mera transmissio ¢ memorizagio de intormagibes prontas e o aluno ¢ visto como um ser passivo ¢ receptivo. Em conseqiiéncia, a avaliagdo se restringe a medir a quantidade de informagdes retidas” (HAYDT — 1994), A avaliagdo apesar de ser uma tarefa érdua dentro da realidade escolar, é uma necessidade, pois além de estar obtendo resultados de uma pritica educacional decorrente, que demonstra o resultado do trabalho do educador, ¢ uma forma do professor estar orientando e refletindo sobre a pritica educacional, a avaliagdo nao é somente para avaliar © aluno, mas o principal intuito da avaliagao escolar é servir de meio para que 0 educador venha a refletir sobre a sua pritica educacional © se esta pratica exercida esta sendo o necessério para atingir o maior nivel de conhecimentos € formagdo a todos 0s alunos. Se a avaliagdo permite verificar diretamente o nivel de aprendizagem dos alunos, permite também determinar a qualidade do proceso de ensino, isto é, 0 éxito ou 0 fracasso do trabalho do professor. Nesse sentido, os resultados obtidos na avaliagdo se constituem em indicadores de reorientago ou de confirmagaio dos procedimentos ¢ estratégias de ensino programado pelo professor, conforme 0 caso(Curriculo da trito Federal, 2000), Educagio Basica do Praticar uma avaliagio coerente com os objetivos que vigoram nas atuais, tendéneias educacionais, ¢ desenvolver uma avaliagio didria, analisando aspectos como empenho ¢ participagao dos alunos, se os reais objetivos de um conteiido foram atingidos e principalmente respeitar as diferentes formas de respostas atribuidas a uma determinada avaliagao um dos principais caminhos para desenvolver uma avaliagio voltada ais novas exigéncias educacionais (Antunes, 2001). E um trabalho mais dificil de ser efetuado, uma vez que o professor ira sempre estar atualizado com as informagies que fazem parte da escola, comunidade, cidade, etc; que so de conhecimentos do aluno ¢ caso nao seja é necessério ser transformado em conhecimento comum. 0 professor precisa de uma maior acervo de conhecimentos e deve trabalhar junto a outros professores para elaborar uma forma de ensino mais significativa, 9 professor deve abandonar o posto de detentor de todos os conhecimentos, conforme a filosofia da educacdo tradicional e passar a ser um orientador de pesquisadores critico-sociais, trabalhando equipe, realizando trocas de experiéncias, metodologias e recursos de ensino signiticativo. Reformular a metodologia educacional praticada nas escolas de ensino fundamental pablico da cidade satélite de Ceilandia — Distrito Federal, ira subsidiar com © auxilio de toda a comunidade escolar, desde aos diretamente envolvidos como alunos € professores, quanto aos indiretamente envolvidos como pais de alunos, através de pesquisas, conversas informais e formais, comparagdes de desempenhos escolares, antes € por seguinte apés 0 desenvolver do projeto, anilise © comparagao de eventos realizados pela escola Este projeto a principio ira ser desenvolvido com alunos que esto cursando o 1° ciclo do ensino fundamental, realizando-se uma sondagem inicial sobre os niveis, os métodos de aprendizagem e avaliagio desenvolvidos © atingidos, levando-se em consideragio matérias e professores as didaticas de ensino as aprendizagens significativas, recursos didaticos, projetos, eventos realizados pela escola, professores argumentam ter alunos com dificuldades de aprendizagem e de concentragio. Analisar também o grau de responsabilidade e empenho de cada educador frente © seu compromisso no processo de ensino e aprendizagem e o empenho do professor para estar buscando novos recursos e fontes de aprendizagem A troca de informagdes com os diretamente envolvidos com 0 processo de ensino e avaliagdo escolar irfio ser 0 ponto de partida para uma aplicagao experimental da nova Filosofia educacional, visando comprovar-se a afirmativa acima de que quando efetuado uma avaliagio presente € coerente com a realidade vivenciada na escola, respeitando e valorizando as diferentes inteligéncias apresentadas pelos alunos, repercute diretamente na qualidade educacional atingida. Compreendida como um proceso interativo, do qual deve participar toda a comunidade educativa (professores, alunos, pais, especialistas), a avaliagio conduz & superagio das concepgdes quantitativas e autoritérias do conhecimento, buscando a democratizagao do proceso vivido, do produto alcangado, Assim compreendida, a avaliagao gera consequéncias positivas para a formagio do autoconceito ¢ o projeto de vida do aluno, contribuindo para o desenvolvimento das competéncias ¢ das habilidades relativas ao aprender a ser“. (Curriculo da Educagao Basica do Distrito Federal, 2000)”, ‘Ao conversar com os agentes indiretos do processo escolar, junto a pais e/ou responsiveis ¢ demais agentes, distinguir 0 grupo de professores que esto praticando sua nova vivéncia educacional pratica-avaliativa em sala de aula e um outro grupo que continua na mesma prética educacional analisando-se iré ser levantados critérios como metodologia de ensino, aplicabilidade de conhecimentos cientificos no seu cotidiano e a sua pratica de avaliagao se coerente com o desempenho em sala de aula, ou seja, observando que esté pratica educacional desencadeada esta embasada nas. atuais tendéncias da educagao, fazendo valer-se a sua profissio de educador e por seguinte de integrador de pessoas no ambiente social, ou se vive em uma esséncia de uma educagdo tradicional que ja é ultrapassada e que acaba por interferir no sucesso da rentabilidade escolar de seu aluno, veriticando-se através de produgdes dos alunos, questionarios Girecionados, dinmicas, debates, projetos _desenvolvidos, observaremos. 0 posicionamento critico, a logicidade na resolugdo de problemas, a capacitagio ¢ organizagio do trabalho em grupo, a autonomia, a responsabilidade, compromisso, tideranga, etc. Com esta pesquisa objetiva-se demonstrar aos professores que utilizam uma metodologia educacional tradicional, que em sua grande maioria, sdo os professores que tem os menores rendimentos educacionais tanto em resultados, como desempenho de notas, como em conhecimentos significativos, comportamentais, ou seja, acabam por prejudicar 0 desempenho escolar tanto do aluno € principalmente do educador em um todo. O aluno porque nao consegue assimilar 20 conteiido em sua forma significativa e aplicavel em sua vida prética social e profissional, entre outros fatores, ao professor por nfo conseguir ministrar uma aula eticiente, por ndo conseguir desempenhar o seu trabalho € por ser rotulado por mal profissional, entre outros. Por outro lado temos professores que trabalham utilizando didaticas de ensino diversas e que analisam o desempenho de seus alunos em varios aspectos e que no restringe 0 ato avaliativo em apenas uma mengio que ¢ adquirida com uma prova. O professor que faz do seu ambiente de sala de aula, um ambiente propicio pesquisa ¢ que desperta em seu aluno 0 espirito de colaborador do processo de aprendizagem, além de conseguir melhores rendimentos educacionais tanto em resultados, conhecimentos significativos e colaborador na formagio de um cidado crit -social participative, tem maior facilidade e colaboragao de seus alunos para efetuar ao seu trabalho. Com os resuitados atingidos através da pesquisa, pretende-se atirmar que a avaliagao escolar pode ser um dos agentes responsavel pelo fracasso e exclusor social, pois ao analisar o fator “um aluno reprovado”, néio anatisamos o processo integral que foi desenvoivido para a reprovagao deste aluno, mas sim toda uma estrutura que o julga como 0 tinico responsavel pela reprovagio, que na maioria das vezes € de responsabilidade do professor e de toda a sociedadé que guarda que devido a vestigios de uma educagao tradicional, este professor que tem ou ndo a consciéncia pela agao de seus atos ou se esquiva da responsabilidade, fazendo também do seu compromisso de educador uma falsa idéia sendo assim mais um dos responsiveis por excluir & marginalizar um cidadao, que foi alijado por uma falha na estrutura educacional que deveria ter sido moditicada, mas que nao foi e tal ago acaba por reprovar, rotular como incompetente, 0 marginaliza por nao atingir resultados esperados © ¢ excluido frente aqueles que conseguiram e por toda uma sociedade que seleciona os melhores através de notas ¢ excluir todos aqueles que foram alijados por erros ¢ falta de conscientizagao de alguns agentes que sio responsaveis pelo ato educacional mais que nao zelam por sua profissio e compromisso ético ou que muitas vezes néio tem a capacitagao necessaria para desenvolver a atividades que orientam a uma nova pritica educacional, que busca uma educagao que se estenda a todos e que atenda as reais necessidades na formagio de um cidadéo para que este ndo venha a ser um ser marginalizado ¢ alijado do processo social Bibliografia ANDRE, Marli Elisa Dalmazo Afonso de.& PASSOS, Laurizete F. Avaliagdo escolar: Desafios e Perspectivas ~ Ensinar a Ensinar Cortez, 2001 ANTUNES, Celso. Jnteligéncias Miiltiplas. 5° ed. Sao Paulo — SP. Moderna. 1993 BILL, Green & CHRIS, Bigum. Alienigenas em sala de aula, COLL, César. Psicologia e Curticulo — Uma aproximagao psicopedagdgica a elaboragéio do curriculo escolar. 4°ed. Sao Paulo-SP. Atica. 1999. GADOTTI, Moacir. Hscola Cidada. 4° ed, Sto Paulo -SP. Cortez. 1997 GENTILL, Pablo & SILVA, Thomas Tadeu da. Escola S.A. Escola Piiblica ~ um modelo ameacado: Sao Paulo. Atica. 1990. HAYDT, Regina Célia Cazaux. Avaliagdo do processo de ensino-aprendizagem. 3° ed. ‘Sto Paulo. Passos. 1994. RIVERO, José. ducagaio ¢ exclusdo na América Latina, Sio Paulo, Atica. 1992. RIVERO, José. Os processos de reforma e modernizacdo educativa, Sao Paulo. Atica. 1995. SACRISTAN. J. Gimeno. Escola Piblica: um modelo ameagado. Sto Paulo. Escola S/A. 1991. SANTOME, Juijo Torres, As culturas negadas do Curriculo. SAVIANI, Dermeval. 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