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1. INTRODUÇÃO
2. ELEMENTOS DA COLUNA
3. A PRIMEIRA COLUNA
As colunas gregas são as mais revividas hoje, sendo relidas desde que
foram criadas. Elas foram construídas segundo uma matemática humanizada, quer
dizer, tendo o corpo humano como medida universal para a sua construção.
Modelo de perfeição, os templos gregos utilizaram deliberadamente das
colunas, não poupando de estilos e ordens. As ordens gregas definiam toda uma
forma de pensar, definiam a arte, o teatro, a filosofia e até a retórica. Na arquitetura
elas caracterizavam principalmente as colunas, sendo o capitel o principal elemento
modificado.
Há na história três principais ordens gregas (na seqüência cronológica, são
elas) a dórica, a jônica e a coríntia (vide anexo, p. 15). A ordem dórica era a mais
simples de todas, era desprovida de base e antes de seu capitel possuía uma
espécie de anel, chamado de equino, o capitel era simples, sendo em forma de uma
figura regular. O principal templo grego o Paterno era todo dórico.
Já a ordem jônica fora uma evolução da ordem dórica, ela se caracterizava
pela graça e a elegância, em contra partida à força e à energia da dórica. Foi nesta
ordem que surgiu as primeiras bases, no fuste quase não se teve alteração, apenas
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nas canaletas que nesta ordem ficou mais próxima, o capitel adquiriu volutas
(espécie de caracol) nos cantos do polígono regular.
A ordem coríntia (vide anexo, p. 16) pode ser definida pelo seu capitel em
forma de cesta de flores cheias de folhagem de acanto. Sendo considerada a
variante mais rica de todas as ordens, ela possuía uma leveza artística sobrenatural.
No capitel desta ordem havia duas volutas logo acima das folhas de acanto. Em
geral este capitel era revestido metalicamente, que se estendeu nas colunas
romanas desde os últimos dias do império romano. A base fora mais bem adornada
e o fuste foi ainda mais frisado.
Há ainda outras ordens gregas, que não possuiu tanta importância quanto
as supracitadas. Sendo a ordem coríntia a mais importante, ela se caracterizava
pela substituição da coluna por uma escultura, uma base quadrada e um capitel
inexistente.
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Em bizâncio a arquitetura das colunas deixa de focar a estética para se
concentrar nas soluções construtivas. As colunas da era bizantina eram bem
marcadas, portanto, pela sua funcionalidade, assumindo assim uma forma estética
totalmente nova. É nessa história que a palavra coluna e pilar se confundem, pois a
coluna nas igrejas bizantinas (principais construções da época) tinham a importante
função de sustentar as pesas cúpulas que compunha o teto das basílicas, pode-se
citar, como exemplo, a igreja de Santa Sofia de Andrinópolis.
Os capitéis das colunas bizantinas (ver anexo, p. 16) eram da exata forma
de uma abóboda invertida, o que dava um sobressalto de contraste com as cúpulas,
obviamente abobadadas, que havia no teto. Estes capitéis propõem-se a “[...]
transmitir e concentrar a carga de uma superfície quadrada a uma outra circular que
é a seção da coluna, justamente o oposto do que se realizava a abóboda, que
distribuía o esforço advindo de uma superfície circular sobre uma outra quadrada”
(CARVALHO, Benjamim de Araujo, p. 187).
“No início, as fôlhas [sic] são cheias e nos ângulos existem algumas
retorcidas em gancho – últimos vestígios da recordação coríntia. Mais tarde,
as formas são mais leves e esbeltas, com fôlhas [sic] mais largas e
dentilhadas [sic]. Em seguida – isto já no XIV século – a fôlha [sic]
ornamental se encurva mais e adquire simultâneamente [sic] muito mais
relêvo [sic]. Finalmente, no século XV, a folhagem é frisada e os ornatos
da cesta se reduzem a singelas molduras.” (CARVALHO, p.209, grifo
nosso)
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No barroco a arquitetura ganha uma nova forma de vida, que, renegando
dos os preceitos renascentistas, torna-se complexamente luxuriante, com meandro e
torções que revoluteiam sem cessar (CARVALHO). No Brasil a arquitetura barroca
ganhou grande força nas construções coloniais, segundo Carvalho (p.225), “[...] foi
uma apoteose que perdurou dois séculos, e cujos espécimens [sic] podemos ainda
hoje contemplar perplexos nas igrejas coloniais de Minas, Bahia, etc.”
Segundo Lucio Costa (apud CARVALHO, p. 225) “a idéia de coisa
decadente, de aberração, andou tanto tempo associada à noção de arte barrôca
[sic], que ainda hoje, muita gente só admira tais obras por condescendência, quase
por favor”. Mais já para Bruno Zevi (apud CARVALHO, p. 225), “o fenômeno barroco
é uma reintegração que tem lugar, até, nas mais avançadas escolas de arquitetura
contemporânea”.
Divergências opinativas a parte, o que mais impressionava nas colunas
barrocas eram os capitéis de ouro (material muito utilizado, neste período, para
adornos nas igrejas) (ver anexo, p. 18) “e as arquivoltas de friso de ouro cinzelados
com esmero, conseguem emoldurar painéis de côr [sic] azul mas de gamas
diferentes, onde as imagens se destacam circunspectas e tristonhas, envoltas
sempre no mesmo hábito negro e severo da Ordem.” (CARVALHO, p. 237). Um dos
grandes artistas do período foi Antônio Francisco Lisboa – o Alejadinho de Vila Rica.
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A arquitetura contemporânea nasceu da urgência da vida moderna, da
revolução industrial e mecanicista. O ferro e o aço tornam-se o material predileto
para a construção. E só isso era o suficiente, quero dizer, a torre Eiffel em Paris era
só ferro, sem nenhum revestimento, e a arquitetura contemporânea nasce disto, da
liberdade de criar, porque a solução estava ao alcance, e era o ferro e/ou o aço.
A coluna neste contexto não conta mais a sua história, nem mesmo a
história da arquitetura, porque ela esta tão intrinsecamente ligada à obra num todo
que ela deixa de ser coluna para ser a obra. Neste período o pilar assume a função
da coluna, se ausentando dos olhos humanos e incrustados nas paredes, algumas
vezes até desmaterializada. Não possuía mais base nem capitel, afinal não urge sua
necessidade, ela torna-se um elemento vazado, ela deixa de ter elementos para ser
um elemento, melhor, passa a ser mais um elemento.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A coluna hoje foi rebaixada a um misero pilar escondido pela parede das
casas atuais. No presente a preocupação maior é quem irá construir a maior torre
comercial e como irá fazer isso. Os engenheiros modernos preocupam-se em
modelos construtivos complexos e esquecem que durante toda a história a
preocupação era do mesmo grau, nem por isso eles excluíram-se da
responsabilidade de construir uma coisa bela, funcional e que transmite o ideário de
um período.
A história da construção fora comprometida, em partes pelo desleixo da não
utilização de colunas que mostrava historicamente a evolução construtiva e padrões
de beleza estabelecidos num período. Hoje não se tem um modelo para seguir, não
se tem ordens para nos doutrinar, não se tem mais razão de se construir algum
novo, porque o que mais se tem é algum novo. A moda é tornou-se tão relativa que
exprimi num mesmo conjunto arquitetônico todas as ordens criadas até hoje e mais
algumas desenvolvidas pelo próprio autor.
As colunas assumem formas descronstrutivistas que só impressionam ao
olhares não críticos e que não assumem o seu papel fundamental de mostrar ao
futuro, um pouco, de como é viver no presente.
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O futuro nunca se soube ao certo, e hoje é pouco provável que possa-se
prever qualquer evolução para a arquitetura. A coluna segue-se no mesmo ramo,
pois coexiste com a arquitetura, não se pode dizer que um dia ela voltará a ocupar
um local de destaque junto ao conjunto arquitetônico, mas afinal pouco importa
porque a coluna estará sempre presente na mente do verdadeiro arquiteto e,
portanto, sempre presente na arquitetura vivida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS
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Elementos da Coluna. d = Base, e = Fuste e f = capitel.
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Menir dos Almendres, Évora, Portugal.
13
Monumentos megalíticos de Stonehenge.
14
Base das colunas egípicias.
15
Coluna Grega da Ordem Corintia.
Capitel Bizantino
16
Feixe de colunas que são terminais de nervuras. Estilo românico.
17
Da esquerda para direita: nervuras que descarregam-se sobre colunas; nervuras
que descarregam-se sobre feixes de colunas; nervuras que descarregam-se sobre
feixes de colunetas.
Coluna Barroca.
18
Neoclassicismo: Banco da Inglaterra, em Londres.
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