que a busca dos seres humanos pela felicidade pode muito
bem se mostrar responsvel pelo seu prprio fracasso. Todos
os dados empricos disponveis indicam que, nas populaes das sociedades abastadas, pode no haver relao alguma entre mais riqueza, considerada o principal veculo de uma vida feliz, e maior felicidade! A ntima correlao entre crescimento econmico e mai- or felicidade amplamente considerada uma das verdades menos questionveis, talvez at a mais auto-evidente. Ou pelo menos isso que nos dizem os lderes polticos mais conheci- dos e respeitveis, seus conselheiros e porta-vozes - e que ns, que tendemos a nos basear nas opinies deles, ficamos repetindo sem pausa para refletir ou pensar melhor. Eles e ns agimos no pressuposto de que essa correlao genuna. Queremos que eles ajam com base nessa crena de modo a- inda mais resoluto e enrgico - e lhes desejamos sorte, espe- rando que seu sucesso (ou seja, aumentar nossas rendas, o dinheiro nossa disposio, o volume de nossas posses, bens e riquezas) melhore a qualidade de nossas vidas e nos torne mais felizes. Segundo praticamente todos os relatrios de pesquisa examinados e resumidos por Rustin, "as melhoras nos pa- dres de vida em naes como Estados Unidos e Gr- Bretanha no esto associadas a um aumento - e sim a um ligeiro declnio - do bem-estar subjetivo". Robert Lane desco- briu que, apesar do imenso e espetacular aumento das ren- das dos americanos nos anos do ps-guerra, a felicidade por eles declarada era menor.2 E Richard Layard concluiu, a par-