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Pr-modernismo brasileiro Augusto dos Anjos

Conhecido como o grande vate da Paraba, um poeta nico que j foi Um, dois, trs, quatro, cinco... Esoterismos
classificado como parnasiano e simbolista, mas, por conta das caractersticas Da Morte! E eu vejo, em flgidos letreiros,
expressionistas de sua obra, preferimos classificar como Pr-modernista. Na progresso dos nmeros inteiros
Escreveu apenas uma obra: Eu. Seus poemas possuem uma linguagem A gnese de todos os abismos!
extremamente culta e embasada em termos da biologia, qumica, psicologia,
psicanlise e filosofia. Um dos adjetivos mais comumente associados a sua obra Oh! Pitgoras da ltima aritmtica,
escatolgica. Seus temas prediletos so a dissoluo da vida, o apodrecimento da Continua a contar na paz asctica
carne, o pessimismo e o nojo advindos da realidade social. Dos tbidos carneiros sepulcrais:

SONETO Tbias, crebros, crnios, rdios e meros,


Ao meu primeiro filho nascido morto com 7 meses incompletos. Porque, infinita como os prprios nmeros,
2 de fevereiro 1911. A tua conta no acaba mais!

Agregado infeliz de sangue e cal, A rvore da serra


Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande fora fecundante As rvores, meu filho, no tm alma!
De minha brnzea trama neuronial, E esta rvore me serve de empecilho...
preciso cort-la, pois, meu filho,
Que poder embriolgico fatal Destruiu, Para que eu tenha uma velhice calma!
Com a sinergia de um gigante,
Em tua morfognese de infante Meu pai, por que sua ira no se acalma?!
A minha morfognese ancestral?! No v que em tudo existe o mesmo brilho?!
Deus ps almas nos cedros... no junquilho...
Poro de minha plsmica substncia, Esta rvore, meu pai, possui minh'alma! ...
Em que lugar irs passar a infncia,
Tragicamente annimo, a feder?! Disse e ajoelhou-se, numa rogativa:
No mate a rvore, pai, para que eu viva!
Ah! Possas tu dormir, feto esquecido, E quando a rvore, olhando a ptria serra,
Panteisticamente dissolvido
Na noumenalidade do NO SER! Caiu aos golpes do machado bronco,
O moo triste se abraou com o tronco
Versos a um Coveiro E nunca mais se levantou da terra!

Numerar sepulturas e carneiros, Questes de Interpretao


Reduzir carnes podres a algarismos, 1) Copie e pesquise todos os termos cientficos presentes nos sonetos:
Tal , sem complicados silogismos, 2) Como voc descreveria a poesia de Augusto, a partir dos sonetos acima?
A aritmtica hedionda dos coveiros!

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