. Uma boa obra aquela feita segundo o padro correto, isto , segundo a vontade revelada de Deus; com base na motivao correta, ou seja, no amor a Deus e aos outros; e com um propsito correto, isto , a glria de Deus. O legalismo urna distoro da obedincia que nunca pode produzir boas obras nesse sentido. O legalismo distorce a motivao e o propsito, vendo as boas obras como meio de se obter o favor de Deus. O legalismo pode levar ~ e a desdenhar daqueles que no agem de acordo com os seus padres. Finalmente, o propsito egosta do legalismo exclui do corao a bondade despretensiosa e a compaixo.
No Novo Testamento, encontramos diferentes espcies de legalismo. Os legalistas
entre os fariseus pensavam que, por serem descendentes de Abrao, tinham aprovao garantida da parte de Deus, enquanto, paradoxalmente, formalizaram a observncia diria da lei, em seus mnimos detalhes, como regra de vida. Agindo desse modo, eles evitavam aquilo que a lei verdadeiramente exigia. Os judaizantes eram legalistas que ensinavam aos cristos que eles precisavam ir alm e tornarem-se judeus, submetendo-se circunciso e observando o calendrio religioso e as leis rituais, e, deste modo, obterem o favor de Deus. Jesus atacou o legalismo dos fariseus, e Paulo, o dos judaizantes. Os fariseus que se opunham a Jesus consideravam-se fiis guardadores da lei mosaica. Contudo, dando nfase aos menores detalhes, negligenciavam o que era mais importante (Mt 23.23-24). Suas interpretaes elaboradas e desencaminhadas da lei negavam seu verdadeiro esprito e propsito (Mt 15.3-9; 23.16-24). Substituam a lei autorizada de Deus pelas tradies humanas, subjugando as conscincias onde Deus as havia deixado livres (Me 2.16-3.6; 7 .1-8). No ntimo, eram hipcritas, pois buscavam a aprovao humana para si mesma e condenavam os outros (Lc 20.4547; Mt 6.1-8; 23.2-7). Os judaizantes aos quais se opunha Paulo acrescentavam ao evangelho exigncias para a salvao, exigncias estas que obscureciam e negavam a suficincia absoluta de Cristo (GI 3.1-3; 4.21; 5.2-6). A ideia de que era necessrio acrescentar exigncias para aperfeioar o evangelho era a raiz do erro deles. Paulo se ope a essa ideia, no importando quem propusesse (CI 2.8-23), porque ela corrompia o caminho da salvao. Assim como Jesus, Paulo no tolerava aqueles que traziam novos fardos para sobrecarregar as ovelhas.