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Disparidades regionais na educação básica brasileira: uma análise da Proposta de

Emenda Constitucional do FUNDEB

Autoria: Rogério Sobreira, Bruno Césa Campos

RESUMO: Uma vez consolidada a experiência do FUNDEF (Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), o Governo
Federal propõe o alargamento da abrangência do Fundo para outros níveis do Ensino Básico
por meio do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação). O presente artigo analisa os desdobramentos da
Proposta de Emenda à Constituição que regulamenta o novo Fundo (PEC 415/2005),
evidenciando suas limitações no sentido de dirimir as desigualdades regionais que marcam o
financiamento da educação pública no Brasil. Com base nos dados disponibilizados pela
Secretaria do Tesouro Nacional e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(INEP), propõe-se uma análise estatística multivariada evidenciando que as unidades
federativas mais frágeis do ponto de vista da infra-estrutura educacional são também as que
apresentam as maiores dificuldades de alavancagem de recursos para o financiamento da
educação pública.

1 – Introdução

Regulamentado em 1996 pela Emenda Constitucional 14/96, o Fundo de Manutenção


e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF)
estabeleceu critérios de vinculação de receitas governamentais para o financiamento da
educação pública fundamental, configurando-se numa experiência satisfatória no sentido de
garantir aporte mínimo de recursos para esta modalidade de ensino. Todavia, a despeito desta
evidência, o Fundo tem se mostrado insuficiente para erradicar as desigualdades regionais no
gasto médio por aluno entre as distintas unidades federativas brasileiras (Campos e Sobreira,
2005).
Os recursos do FUNDEF são constituídos por pelo menos 15% das receitas estaduais e
municipais relacionadas aos Impostos sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
Imposto sobre Produtos Industrializados Proporcional às Exportações (IPI-Exp), Fundos de
Participação dos Estados (FPE) e Municípios (FPM), além dos recursos provenientes da Lei
87/96 (Lei Kandir), relacionada à desoneração das exportações (Brasil, 1996). A União ainda
se compromete com o repasse, a fundo perdido, de uma complementação àquelas unidades
federativas cujo gasto médio anual por aluno1 não atingir um valor mínimo preestabelecido2.
O propósito de valorização do magistério é consumado com a iniciativa de se reservar ao
menos 60% do total dos recursos do Fundo para a remuneração do professorado.
No intuito de ampliar o escopo do projeto de priorização da educação, o Governo
Federal lançou o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 415/2005 que cria o FUNDEB:
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Brasil, 2005). Tal projeto vai ao encontro da nova realidade
demográfica do país que torna premente a atenção com os níveis mais adiantados da educação
básica, tendo em vista a reduzida escolaridade média brasileira3 e a transição demográfica
(com envelhecimento populacional) (Bloom et al., 2002; INEP, 2004).
O presente artigo oferece uma discussão da proposta do FUNDEB, aprofundando na
análise da capacidade deste novo Fundo de erradicar as disparidades regionais verificadas nos
indicadores educacionais brasileiros. Lançando mão de dados da Secretaria do Tesouro
Nacional e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) mostrar-se-á
que o potencial do FUNDEB de mitigar as desigualdades verificadas na educação pública

1
brasileira é bastante limitado. Uma análise estatística multivariada demonstra que as unidades
federadas que apresentam os piores indicadores estruturais relacionados ao ensino básico
apresentam, também, as menores dotações de receitas para a composição do Fundo. Além
desta introdução e das considerações finais, o artigo apresenta outras três seções. A seção 2
resume as principais características do FUNDEB dispostas na PEC 415/2005. A seção 3
discorre sobre a metodologia de tratamento dos dados proposta no artigo: a análise
multivariada. Por fim, a seção 4 apresenta os resultados estatísticos apurados.

2 – Fundamentos Legais do FUNDEB: a Proposta de Emenda à Constituição 415/2005

Tal como ocorre no FUNDEF, o FUNDEB propõe uma sistemática de vinculação de


recursos sob a jurisdição dos estados e municípios alterando, entretanto, as fontes de receita
constituintes do Fundo. A redação da PEC 415/2005 prevê a manutenção do Fundo até 2019,
indicando uma vinculação progressiva, até atingir 20%, das seguintes fontes de receita de
competência dos Estados:
- Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
- Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD);
- Fundo de Participação dos Estados (FPE);
- Quota dos Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional ao valor das
respectivas exportações (IPI-Exp);
- Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
- Quota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadado pelos estados,
inclusive por meio de suas autarquias e fundações;
- Impostos porventura instituídos pela União no exercício de sua competência
constitucional.
No primeiro ano de vigência do Fundo, a vinculação seria de 16,25% das receitas
oriundas do ICMS, ITCD, FPE e IPI-Exp aumentando progressivamente até atingir 20% no
quarto ano. Já as receitas relacionadas ao IRRF, IPVA e Impostos Instituídos sofreriam uma
vinculação de 5% no primeiro ano, cumulativa até atingir 20% no quarto ano.
Com relação aos municípios, as seguintes receitas seriam vinculadas,
progressivamente, até alcançar 20%:
- Quota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS);
- Fundo de Participação dos Municípios (FPM);
- Quota do Imposto Territorial Rural (ITR)4;
- Quota do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA);
- Quota do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) arrecadado pelos municípios,
inclusive por meio de suas autarquias e fundações.
Tal como sugerido aos estados, a vinculação progressiva das receitas municipais no
primeiro ano seria de 16,25% para o ICMS e o FPM, acumulando-se até 20% no quarto ano.
As demais receitas iniciariam com uma vinculação de 5% no primeiro ano, e também
chegariam a 20% no quarto.
A ampliação da gama de recursos constituintes do Fundo se justifica pela inclusão de
novas modalidades de ensino cobertas pelo mesmo. Além do Ensino Fundamental, que
continua sendo assistido, outras três modalidades passam a integrar o escopo do FUNDEB,
quais sejam: a Pré-Escola, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Estas
últimas passam a integrar o Fundo gradativamente, iniciando-se com uma cobertura de ¼ dos
alunos no primeiro ano, atingindo-se a cobertura integral no quarto ano.
A exemplo do que ocorre com o FUNDEF, o rateio de recursos entre Estados e
Municípios obedece a proporção de matrículas, estando prevista a transferência de recursos

2
entre as duas esferas de acordo com o volume das mesmas. Cabe à União determinar fatores
de ponderação para as matrículas de cada modalidade de ensino que integra o Fundo.
As unidades federativas que não alcançarem um gasto médio anual por aluno,
preestabelecido por decreto, gozarão de complementação da União, a fundo perdido, para
aprimorarem seus investimentos em educação pública básica. A mesma será R$ 4,3 bilhões a
partir do quarto ano de vigência do Fundo.
Por último, cabe mencionar que a proposta de emenda também determina que uma
parcela não inferior a 60% do total de recursos do Fundo seja destinada ao pagamento dos
profissionais do magistério da educação básica em efetivo exercício (Brasil, 2005).
Nota-se, assim, que o novo Fundo mantém o mecanismo geral consagrado pelo
FUNDEF, garantindo sustentabilidade mínima aos investimentos em educação pública.
Todavia, conforme se pretende demonstrar a seguir, as alterações nas fontes de recursos
destinadas ao novo Fundo parecem insuficientes para reverter a condição de atraso a que se
submete a educação pública brasileira. Ademais, o projeto também apresenta limitações no
que tange a outro desafio a ser vencido, qual seja: a eliminação das desigualdades regionais
nos indicadores da educação.

3 – Considerações Metodológicas: a Base de Dados e o Método de Análise Multivariada

3.1 Base de Dados

No intuito de captar a abrangência do projeto do FUNDEB, o presente estudo se fez


valer de dados da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda (Brasil, 2006b) e
de estatísticas disponibilizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP) – módulo EDUDATABRASIL (INEP, 2006). Enquanto a primeira
fonte de dados foi útil no fornecimento de informações sobre as receitas de estados e
municípios brasileiros, a segunda contribuiu para a análise de características estruturais que
certamente causam impacto sobre a qualidade da educação pública ofertada no país.
O ano de 2003 foi escolhido como referência para a análise, uma vez que este foi o
ano mais recente para o qual encontrou-se informações de receitas estaduais/municipais e de
características estruturais das escolas públicas brasileiras. Além de estatísticas triviais
apresentadas na próxima seção, a base de dados possibilitou a construção de algumas
variáveis que subsidiaram a elaboração de uma análise multivariada de componentes
principais. As seguintes variáveis foram elaboradas:
• Simulação do Gasto Médio Anual por Aluno por Unidade Federativa em
2003 (Gast_Med): quociente entre as receitas de estados e municípios
vinculadas ao FUNDEB em 2003 (de acordo com a PEC 415/2005) e o total
de alunos cobertos pelo Fundo no mesmo ano. Ainda que o texto da proposta
de emenda considere a possibilidade de atribuir pesos para os diferentes
níveis de ensino, para fins desta simulação não foi feita qualquer
diferenciação. Outra peculiaridade refere-se ao fato de que a simulação
levou em conta 20% de cada fonte de receita, desprezando a progressividade
anual disposta no projeto. Ainda que com imperfeições, esta média já
transmite com fidedignidade o potencial de financiamento da educação de
cada ente federado.
• Variáveis de Infra-Estrutura Básica: Esgoto, Água, Sanitário, Energia
Elétrica (Ener_Elet): total de matrículas nas modalidades de ensino cobertas
pelo FUNDEB em escolas dotadas com as referidas infra-estruturas,
dividido pelo total de matrículas das mesmas modalidades em todas as
escolas;

3
• Variáveis de Infra-Estrutura Complementar: Biblioteca (Bibliot), Quadra de
Esportes (Quadr_Esp), Laboratório de Informática (Lab_Inf), Sala de TV
(Sala_TV), Microcomputador (Microcomp), Internet e Laboratório de
Ciências (Lab_Cienc): proporção de matrículas nas modalidades do
FUNDEB em escolas que oferecem tais facilidades.
O exercício estatístico proposto é apresentado na seção seguinte.

3.2 Procedimento Metodológico: Análise Multivariada de Componentes Principais

As técnicas de análise multivariada (ou análise de fatores) consistem em


procedimentos estatísticos que buscam estabelecer relações entre duas ou mais variáveis,
determinando, a partir destas relações, parâmetros que permitam a construção de resultados
agregados. Em outras palavras, este tipo de técnica permite resumir um grande conjunto de
informações em um número menor de parâmetros. Um conjunto multivariado é constituído de
n indivíduos e p variáveis, de maneira a permitir a construção de uma matriz de dados n x p
(Sharma, 1996).
A técnica escolhida para este artigo é análise de componentes principais (ACP), que
possibilita a representação de cada unidade federativa por índices resultantes de combinações
lineares das variáveis descritas na subseção anterior. Além da informação individual de cada
índice ou componente, a técnica permite a análise da informação conjunta de componentes
agrupados, de acordo com a conveniência e a lógica de análise. O grau de importância de cada
componente é dado pela magnitude da variância explicada pelas variáveis do mesmo. Desta
forma, a ACP permite a redução do número de variáveis a serem consideradas a um número
pequeno de índices (componentes principais), que são combinações lineares das variáveis
originais (Manly, 1986). O procedimento computacional adotado para a elaboração deste
estudo foi o “SAS System”.

4 – Simulação dos Impactos do FUNDEB na Educação Básica Pública Brasileira

Dentre os maiores desafios do regime federativo brasileiro, não se pode deixar de


destacar a necessidade de redução das disparidades regionais no potencial arrecadador dos
diversos entes federados. A notória concentração regional das atividades econômicas culmina
num cenário onde também as fontes de receitas governamentais estão muito concentradas. O
papel da União como agente capaz de amenizar estas desigualdades não pode ser
negligenciado, ainda que esbarre em entraves legais que exigem a revisão do pacto federativo
(Mendes, 2001; Sobreira e Campos, 2005).
As diferenças críticas no potencial de financiamento da educação básica se tornam
evidentes a partir do exame da Tabela 1, que discrimina a média, o desvio-padrão e o
coeficiente de variação dos totais de recursos vinculados ao FUNDEB, numa simulação para
o ano de 2003. A tabela também traz os gastos médios anuais por aluno proporcionados na
referida simulação. A concentração regional das atividades econômicas e, por conseguinte, da
arrecadação tributária das unidades federativas ficam nítidas com o exame do coeficiente de
variação do Total Simulado de Recursos Vinculados ao FUNDEB, que é de 1,21
(subentendendo um desvio-padrão superior à média). Em contrapartida, o coeficiente de
variação dos gastos médios anuais por aluno proporcionados pelo Fundo (também em
simulação para 2003) é de 0,38, o que permite supor, com base nas duas variáveis, que para
um número razoável de unidades federadas o número de matrículas cobertas pelo FUNDEB
está em consonância com o volume de recursos arrecadados.
A Tabela 2 simula, para o ano de 2003, o cenário sugerido para o FUNDEB de acordo
com a PEC 415/2005. Tal como já fora mencionado, o exercício discriminado na tabela

4
admite a vinculação integral dos recursos estaduais e municipais ao Fundo (algo que só está
previsto para o quarto ano de vigência do mesmo), além de desconsiderar qualquer fator de
ponderação para os diferentes níveis de ensino quando da determinação do gasto médio anual
por aluno.

Tabela 1: Média, Desvio-Padrão e Coeficiente de Variação do Total de Recursos Vinculados ao


FUNDEB e do Gasto Médio Anual por Aluno Proporcionado pelo Mesmo. Unidades Federativas
Brasileiras: Simulação para 2003.

Simulação do Tot.
Simulação do
de Receitas
Gasto Médio
Vinculadas ao
Anual por
FUNDEB (R$
Aluno
milhão)
Média 1.854,85 820,53
Desvio-Padrão 2.248,45 309,62
Coefic. Variação* 1,21 0,38
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, INEP.
Elaboração Própria.
Nota: * Coefic. de Variação = Desvio-Padrão/Média

Os dados apontam que, para o ano de 2003, o FUNDEB seria capaz de assegurar pelo
menos R$ 40,8 bilhões para a educação fundamental, o que corresponde a 2,62% do PIB do
mesmo ano5 (Fonte: IBGE, 2006). A tabela também identifica as regiões norte e nordeste
como praticantes de um gasto médio anual por aluno abaixo da média brasileira, fato que é
replicado em grande parte das unidades federativas destas regiões.
Para que todos os estados praticassem um gasto médio pelo menos equivalente à
média das unidades federativas nesta simulação, seria necessário que a União desembolsasse
para aqueles estados menos favorecidos R$ 6,5 bilhões (valores correntes de 2003), a fundo
perdido. Emerge daí uma primeira limitação da Proposta de Emenda Constitucional do
FUNDEB: a impossibilidade de mitigação das disparidades regionais no investimento em
educação. Tendo em vista que a proposta prevê uma complementação máxima de R$ 4,3
bilhões a partir do quarto ano de vigência do Fundo, percebe-se que este valor sequer seria
suficiente para possibilitar uma complementação que igualasse todos os gastos aluno-ano à
média das unidades federativas em 2003.
Esta constatação se torna mais preocupante quando se leva em conta o fato de que
justamente nas unidades federativas elegíveis ao recebimento da complementação são notadas
as piores condições de infra-estrutura escolar. A Tabela 3 traz a proporção de matrículas das
modalidades contempladas pelo FUNDEB em escolas dotadas de infra-estrutura básica e
complementar (vide classificação proposta na subseção 3.1).
Ainda que nas variáveis de infra-estrutura básica a proporção de matrículas em escolas
dotadas de todas as facilidades esteja em torno de 90% para quase todas as unidades
federativas, não deixa de ser alarmante a constatação de que 9% dos alunos do ensino básico
público brasileiro estudam em escolas sem sanitário. Situações mais críticas são percebidas
em algumas unidades federativas da região norte (especificamente Acre e Pará), onde quase
20% dos alunos de ensino básico público não contavam com energia elétrica em suas escolas
em 2003.
Os indicadores de infra-estrutura complementar tornam os contrastes regionais ainda
mais nítidos quando se analisa, por exemplo, a cobertura de matrículas em escolas com
biblioteca na região sul com as coberturas nas regiões norte e nordeste. Ou ainda, o indicador

5
de matrículas em escolas conectadas à internet em São Paulo com o indicador das unidades
federativas daquelas mesmas regiões.

Tabela 2: Simulação dos Resultados do FUNDEB para o Ano de 2003. Brasil, Grandes Regiões e
Unidades Federativas

Matrículas Gasto Tot. Alunos X Média Complementação


Brasil, Simulação do Valor
Cobertas Médio de Gastos por Aluno (R$) para UFs que
Gdes. Vinculado ao
pelo (R$) por entre as UFs em 2003 não atingiram o
Regiões e FUNDEB em 2003* -
FUNDEB Aluno (R$820,53) Gasto Médio
UFs R$ (A)
(B) (C=A/B) (D=B*820,53) Mínimo (E=A - C)
Norte 3.106.404.187 4.853.057 640,09 3.982.078.860,21 (979.186.663,33)
AC 233.790.286 241.035 969,94 197.776.448,55
AM 762.289.968 928.991 820,56 762.264.985,23
AP 208.206.805 260.021 800,73 213.355.031,13 (5.148.226,26)
PA 965.508.969 2.325.201 415,24 1.907.897.176,53 (942.388.207,11)
RO 382.051.970 504.189 757,76 413.702.200,17 (31.650.229,96)
RR 161.533.223 173.940 928,67 142.722.988,20
TO 393.022.966 419.680 936,48 344.360.030,40
Nordeste 8.115.885.056 16.651.199 487,41 13.662.808.315,47 (5.546.923.259,16)
AL 495.305.514 920.882 537,86 755.611.307,46 (260.305.793,75)
BA 2.175.464.520 4.429.929 491,08 3.634.889.642,37 (1.459.425.121,89)
CE 1.243.015.885 2.468.453 503,56 2.025.439.740,09 (782.423.854,69)
MA 726.046.799 2.217.392 327,43 1.819.436.657,76 (1.093.389.858,43)
PB 624.812.158 1.128.343 553,74 925.839.281,79 (301.027.124,29)
PE 1.366.498.195 2.163.933 631,49 1.775.571.944,49 (409.073.749,28)
PI 425.808.552 1.143.153 372,49 937.991.331,09 (512.182.779,56)
RN 609.645.512 889.464 685,41 729.831.895,92 (120.186.383,43)
SE 449.287.921 1.289.650 348,38 1.058.196.514,50 (608.908.593,84)
Sudeste 19.915.990.157 16.415.066 1.213,28 13.469.054.104,98 -
ES 906.023.727 814.494 1.112,38 668.316.761,82 -
MG 3.806.658.447 4.479.161 849,86 3.675.285.975,33 -
RJ 3.578.222.055 3.036.214 1.178,51 2.491.304.673,42 -
SP 11.625.085.929 8.085.197 1.437,82 6.634.146.694,41 -
Sul 6.477.675.577 5.829.224 1.111,24 4.783.053.168,72 -
PR 2.281.647.062 2.292.313 995,35 1.880.911.585,89 -
SC 1.375.851.761 1.364.910 1.008,02 1.119.949.602,30 -
RS 2.820.176.755 2.172.001 1.298,42 1.782.191.980,53 -
C. Oeste 3.219.314.388 3.214.662 1.001,45 2.637.726.610,86 -
GO 1.258.939.734 1.368.746 919,78 1.123.097.155,38 -
MT 787.044.462 798.882 985,18 655.506.647,46 -
MS 577.049.929 594.366 970,87 487.695.133,98 -
DF 596.280.263 452.668 1.317,26 371.427.674,04 -
BRASIL 40.835.269.366 46.963.208 869,52 38.534.721.060,24 (6.526.109.922,48)
Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional, INEP. Elaboração Própria.

Os dados dispostos na Tabela 3, juntamente com a simulação de Gasto Médio Anual


por Aluno para o ano de 2003, podem ser sintetizados em uma análise de componentes
principais, conforme metodologia descrita na seção 3.2. O Gráfico 1 apresenta a proporção
acumulada da variância explicada por cada componente6, que denota a importância relativa
dos mesmos.
Os dois primeiros componentes respondem conjuntamente por 78% da variância.
Levando em conta tal magnitude, este estudo se limitará à análise de ambos. Tal decisão se

6
fundamenta não apenas no fato de que a explicação de 78% da variância já é uma cifra
considerável, mas se justifica também com base no argumento de que o poder explicativo
acrescido com o estudo de outros componentes não compensa o acréscimo na complexidade
da análise.

Tabela 3: Proporção (%) de Matrículas nas Modalidades de Ensino Cobertas pelo FUNDEB em
Estabelecimentos Públicos Dotados de Infra-estrutura Básica e Complementar. Brasil, Grandes Regiões e
Unidades Federativas, 2003

Brasil, Infra-estrutura Básica Infra-Estrutura Complementar


Gdes.
Energ. Biblio- Labor. Labor. Quadra Sala de Microcom-
Reg. e Agua Esgoto Sanitário Internet
Elétr. teca Informát. Ciênc. Esportes TV putador
UFs
Norte 93,5 85,0 89,8 89,5 45,7 16,5 7,6 41,9 28,6 50,6 8,4
AC 90,3 80,6 78,6 83,0 45,3 19,2 7,0 29,3 22,8 49,9 4,2
AM 95,3 89,2 90,7 90,4 55,7 20,2 9,2 41,0 27,5 63,8 16,2
AP 91,2 89,4 89,0 90,7 68,3 21,3 7,5 51,7 55,5 65,8 12,5
PA 92,6 81,3 89,6 88,6 31,7 14,1 5,5 38,9 20,1 35,8 2,1
RO 95,7 89,6 94,5 93,9 64,3 16,3 8,8 58,9 55,4 70,4 9,3
RR 91,5 87,2 87,7 88,5 67,2 18,5 31,6 50,3 42,5 64,7 9,4
TO 95,7 90,7 91,7 91,2 62,7 16,6 7,1 42,3 37,0 69,2 24,3
Nordeste 93,8 90,2 91,6 90,5 36,8 16,4 8,3 30,8 26,1 43,3 16,1
AL 95,4 94,2 95,2 94,0 30,0 12,6 5,7 20,1 33,3 25,0 4,6
BA 95,0 90,0 93,8 92,7 33,8 17,0 9,7 30,8 26,3 50,0 14,1
CE 93,9 92,5 93,3 91,3 50,0 22,1 7,2 40,4 21,8 51,3 30,0
MA 91,2 81,9 81,9 80,9 23,2 9,6 6,1 19,4 14,6 34,9 8,8
PB 93,8 92,8 93,2 92,4 36,5 11,3 10,9 38,9 27,8 29,3 6,0
PE 93,8 94,5 94,6 94,7 50,0 24,7 10,9 36,5 28,4 56,8 33,3
PI 94,1 85,5 86,8 85,8 23,2 10,5 5,1 23,3 30,8 22,0 6,4
RN 95,3 94,5 95,1 93,0 43,4 11,8 5,9 27,6 44,4 38,2 5,4
SE 87,8 87,1 88,5 86,9 28,7 13,6 7,8 29,5 26,4 39,3 4,7
Sudeste 91,2 91,1 91,0 90,4 64,4 43,3 27,4 69,4 46,5 80,1 53,6
ES 91,7 91,1 91,2 90,4 66,0 22,0 12,7 53,9 44,1 61,6 11,2
MG 92,1 91,6 91,7 90,8 79,0 28,5 27,4 59,8 34,8 71,9 15,8
RJ 93,9 93,9 93,8 93,2 53,1 30,7 21,4 62,7 52,1 78,9 43,8
SP 89,8 89,9 89,7 89,2 60,7 57,1 30,9 78,1 50,8 86,4 80,3
Sul 94,6 94,6 94,5 93,5 80,2 39,8 41,3 71,3 44,8 86,4 31,7
PR 95,4 95,3 95,2 94,2 77,7 44,7 43,0 71,8 39,7 89,8 40,1
SC 93,1 93,3 93,3 92,0 73,8 35,1 24,6 70,0 39,1 86,3 33,8
RS 94,5 94,6 94,5 93,8 86,5 37,7 49,7 71,6 53,4 83,0 22,0
C. Oeste 95,4 94,7 95,1 94,2 55,7 21,0 13,8 59,8 31,8 85,1 21,4
GO 96,7 96,5 96,5 95,7 55,4 18,6 11,7 44,1 21,6 83,2 7,8
MT 96,5 93,8 95,7 93,8 49,9 17,4 8,3 67,2 35,3 83,5 20,0
MS 95,1 95,0 94,8 94,5 56,7 27,2 9,2 79,5 30,0 87,9 28,0
DF 90,2 90,2 90,2 90,2 65,6 26,3 35,9 68,2 58,7 89,9 56,0
Brasil 93,0 90,9 91,8 91,0 54,5 29,5 19,8 53,1 36,6 65,7 31,3
Fonte: INEP/EDUDATABRASIL. Elaboração Própria.

A Tabela 4 exibe os coeficientes de cada variável dentro de cada componente


principal, com destaque para os dois primeiros componentes – objeto de análise neste
trabalho. Em negrito aparecem destacados os coeficientes da variável no componente onde a
mesma é mais representativa (em módulo). Tal exercício facilita a visualização de quais
variáveis contribuem de forma mais decisiva para a formação do componente.
É possível descrever o Componente 1 como aquele que relaciona as variáveis de infra-
estrutura complementar e o Gasto Médio Anual por Aluno, enquanto que o Componente 2
concentra as características de infra-estrutura básica. Esta disposição é dotada de

7
fundamentação quando se leva em conta que as unidades federativas com maior
disponibilidade de receitas são capazes de ofertar serviços mais sofisticados, ao passo que os
estados mais carentes mal conseguem garantir as condições elementares de infra-estrutura em
seus equipamentos de ensino.

Gráfico 1: Variância Explicada (Acumulada) por Cada Componente da Análise de Componentes


Principais
1 0,97 0,98 0,99 0,99 1,00 1,00
0,93 0,95
0,9 0,89
0,84
0,8 0,78
0,7
Variância Explicada

0,6 0,54
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Componentes

Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretaria


do Tesouro Nacional e INEP.

Tabela 4: Coeficientes dos Componentes Principais (C)

Variável / Comp. C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9 C10 C11 C12


Bibliot 0,334 -0,075 -0,400 -0,292 0,181 -0,184 -0,118 0,576 0,271 -0,009 0,384 0,607
Lab_Inf 0,324 -0,200 0,394 -0,028 0,192 0,082 0,055 0,504 -0,484 0,007 -0,395 0,094
Lab_Cienc 0,297 -0,199 -0,070 -0,015 0,743 0,312 0,106 -0,420 0,132 -0,078 -0,002 -0,080
Sala_TV 0,272 -0,100 -0,070 -0,015 0,743 0,312 0,186 0,115 0,053 0,091 -0,253 -0,001
Quadra_Esp 0,357 -0,089 -0,002 -0,182 -0,192 -0,280 0,523 -0,252 -0,285 0,444 0,264 -0,178
Microcomput 0,353 -0,065 -0,005 -0,040 -0,289 -0,196 0,014 -0,202 0,410 -0,203 -0,581 0,073
Internet 0,283 -0,188 0,599 0,277 -0,243 0,206 0,021 0,076 0,451 -0,062 0,353 -0,089
Agua 0,069 0,502 -0,042 -0,365 -0,153 0,717 0,162 0,119 0,032 0,170 -0,010 -0,038
Ener_Elet 0,259 0,388 0,123 0,177 0,158 -0,187 -0,527 -0,071 0,111 0,586 -0,153 -0,120
Esgoto 0,213 0,473 0,096 0,189 0,103 -0,175 0,224 -0,100 -0,025 -0,189 0,135 0,728
Sanitario 0,240 0,448 -0,003 0,123 0,023 -0,175 0,030 0,032 -0,176 -0,549 0,042 -0,599
Gast_Med 0,338 -0,175 -0,136 -0,087 -0,301 0,222 0,556 -0,291 -0,418 -0,183 0,239 0,176
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretaria do Tesouro Nacional e INEP.
Nota: * Em negrito, os coeficientes da variável no componente onde é mais representativa.

O Gráfico 2 plota as distintas unidades federativas levando em consideração seus


desempenhos com relação aos dois primeiros componentes. Percebe-se que a nuvem de
pontos se dissipa por todos os quadrantes, o que denota a heterogeneidade dos estados
brasileiros no que tange às características estruturais da educação pública.
As setas que representam as variáveis de infra-estrutura complementar e gasto médio
anual por aluno se mostram mais voltadas para o eixo vertical (Dimensão 1), sendo este o eixo
primordial a ser examinado quando da análise do Componente 1. O Componente 2, por sua
vez, deve ser avaliado sobretudo com base no eixo horizontal (Dimensão 2), visto que as setas
das variáveis que o compõem estão mais voltadas para este.

8
Gráfico 2: Análise de Componentes Principais (ACP)

3
Quadr_Esp
Gast_Me Bibliot
Lab_Inf Microcomp
2 Lab_Cien
SP Internet RS
PR Ener_Elet
DF
1 SC RJ MS Sanitari
Dimensão 1

MG Esgoto
Dimensão 1

MT Agua
ES PE RO GO
0 RR AP
TO CE RN
BA
AM
-1 PA PB AL
AC SE

-2 MA PI

-3
-3 -2 -1 0 1 2

Dimensão
Dime nsão2 2
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados da Secretaria do Tesouro Nacional e INEP.

Estabelecendo uma análise por quadrante, começando pelo superior-esquerdo, nota-se


que o mesmo é caracterizado pela positividade das variáveis que integram o Componente 1.
Trata-se, portanto, de unidades federativas que, além de demonstrarem um potencial de gasto
médio por aluno elevado na simulação do FUNDEB, também ofertam de forma razoável as
facilidades aqui classificadas como de infra-estrutura complementar. Merecem destaque as
unidades federadas de São Paulo, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, ao passo que as
demais – plotadas na região mais próxima da interseção dos eixos –, demonstram
performance mais modestas.
O quadrante superior direito é composto por aquelas unidades federativas que também
apresentam gastos médios anuais por aluno superiores ou próximos à média nacional, ainda
que a positividade do Componente 2, relacionado às variáveis de infra-estrutura básica, seja
mais contundente. Todavia, pode-se dizer que se tratam de estados cujos desempenhos, tanto
nas variáveis do primeiro como na do segundo componente se encontram bem próximos da
média nacional. Nele se destacam as demais unidades federativas do Centro-oeste, ao passo
que Rondônia e Pernambuco se posicionam mais próximos do quadrante inferior-direito.
Este último, por sua vez, é formado por aquelas unidades federativas que demonstram
desempenho negativo no Componente 1, mantendo características positivas no Componente
2. Em outras palavras, são aqueles entes federados cujo gasto médio anual por aluno e a
proporção de matrículas em escolas dotadas de infra-estrutura complementar estão abaixo da
média nacional, posição que não se repete com relação aos indicadores de infra-estrutura
básica. Compõem este quadrante os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do
Norte e Tocantins.
O quadrante inferior-esquerdo reúne aquelas unidades federativas com desempenho
mais crítico no que se refere aos indicadores selecionados. Refletindo performances negativas

9
nos dois componentes estudados, pode-se argumentar que os estados que constituem este
quadrante estão abaixo da média nacional no que diz respeito às variáveis de gasto médio
anual por aluno e infra-estrutura complementar (Componente 1), e também em relação às
variáveis de infra-estrutura básica (Componente2). O quadrante é formado por três estados da
região nordeste (Maranhão, Piauí e Sergipe) e três estados da região norte (Acre, Amazonas e
Pará).
De forma geral, pode-se dizer que as unidades federativas com melhores perspectivas
quanto à implementação do FUNDEB são aquelas que se encontram nos quadrantes
superiores do Gráfico 2. As unidades do quadrante inferior-direito, ainda que não demonstrem
bons resultados no que toca as questões de infra-estrutura complementar, contam com infra-
estrutura mínima na oferta de serviços públicos de educação básica. Por último, as unidades
federadas do quadrante inferior-esquerdo são as que exibem os piores desempenhos nos
indicadores da educação pública básica e não têm como enxergar no FUNDEB uma
alternativa de reversão deste quadro, dada o limitado aporte de receitas garantido pelo Fundo.
A Proposta de Emenda Constitucional do FUNDEB – ao apresentar critérios
econômicos para a destinação de recursos para a educação pública básica – tem o mérito de
não deixar a educação brasileira à mercê de interesses políticos escusos. Entretanto, seu
potencial como marco de inflexão das desigualdades regionais na educação pode ser
questionado.

5 – Considerações Finais

Há um consenso em torno da necessidade de se priorizar melhorias na educação


pública do Brasil. Cada vez mais, estudos apontam os efeitos salutares dos investimentos em
educação como fator de reversão das desigualdades sócio-econômicas, como indutor da
melhoria da qualidade de vida e das condições de acesso ao mercado de trabalho, dentre
outras características positivas.
No Brasil, o desafio de aperfeiçoar a educação pública subentende um esforço que vai
além da proposta de igualar os gastos relativos em educação (em termos do PIB) aos
percentuais praticados nos países ditos desenvolvidos. Como o PIB destes é superior ao
brasileiro, para equiparar os investimentos, é necessário que o país desenvolva um esforço
proporcionalmente maior.
As características centralizadoras do sistema nacional de arrecadação exigem que a
União assuma o papel de fiel da balança quando se trata da iniciativa de ampliar os
investimentos em educação. Conforme ficou explícito neste trabalho, a capacidade de estados
e municípios de, sozinhos, assegurarem grandes investimentos em educação pública é, no
mínimo, limitada.
Ainda que represente uma proposta louvável buscando a sustentabilidade dos recursos
financiadores do ensino básico, da forma como está proposto na PEC 415/2005, o FUNDEB
parece não ser capaz de aplainar o fosso existente nos indicadores educacionais das diferentes
regiões brasileiras. A julgar que mesmo nas regiões mais ricas, o gasto médio anual por aluno
não pode ser considerado alto7, a necessidade de adoção de medidas de grande alcance
relacionadas à educação torna-se ainda mais premente.

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Perspective on the Economic Consequences of Population Change”. Rand Publications.
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10
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Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, na Forma Prevista
no Artigo 60, Parágrafo 7, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e da Outras
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SOBREIRA, R.; CAMPOS, B.C. (2005). “Federalismo Fiscal e a Descentralização do


Financiamento da Educação Pública no Brasil: Experiências do FUNDEF e Perspectivas para

11
o FUNDEB”. Anais do XXIX Encontro Científico de Administração – ENANPAD.
Brasília/DF.
1
O gasto médio anual por aluno é obtido dividindo-se o total de recursos estaduais e municipais vinculados ao
Fundo em cada unidade federada pelo total de matrículas no ensino fundamental das mesmas.
2
A redação da Emenda Constitucional 14/96, que regulamenta o FUNDEF, sugere que a complementação da
União aos estados com os menores gastos mínimos deveria possibilitar que os mesmos atingissem o gasto médio
nacional (Brasil, 1996; 2006a). Contudo, os gastos mínimos estipulados por decreto presidencial têm sido
sistematicamente inferiores ao gasto médio do país (Rodriguez, 2001; Campos e Sobreira, 2005).
3
De acordo com Castro (1998), o número médio de anos de estudo dos brasileiros em 1996 era de 5,2 anos para
os homens e 5,7 anos para as mulheres.
4
Tramita no parlamento um projeto de lei que prevê o repasse integral da arrecadação do ITR aos municípios.
5
De acordo com Helene et al. (2001:119), a média de gastos em educação em relação ao PIB nos países da
OCDE é de 4,9%. Obviamente, a cifra de 2,62% citada no texto não inclui os gastos com outras modalidades de
ensino, destacando-se a não-inclusão do ensino superior.
6
O número máximo de componentes é determinado pelo número de variáveis estudadas. No caso deste estudo,
somam-se 12.
7
Na simulação proposta neste estudo, para o ano de 2003, a unidade federativa que apresentou o maior gasto
médio anual por aluno foi São Paulo, com a cifra de R$ 1.437,82. A título de comparação, este valor representa
16,5% do PIB per capita brasileiro do mesmo ano (Fonte: IPEA, 2006), sendo que nos Estados Unidos esta
relação é de aproximadamente 25% (Helene et al, 2001).

12

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