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Declaragao da Independéncia, 1776 NO CONGRESSO, 4 de julho de 1776. A Deciara¢do undnime dos treze Estados unidos da América, Quando, no Curso dos acontecimentos humanos, torna-se necess: que um povo dissolva os lacos politicos que o ligam a outro e assuma entre as poténcias da Terra a posi¢éo separade e igual a que Ihe do ito as Leis da Natureza e do Deus da Natureza, um respeito decente elas opinides da humanidade requer que ele declare as causas que 0 impelem a separagio. Consideramos estas verdades autoevidentes: que todos os homens s80 criados iguais, dotados pelo seu Criador de certos Direitos inaliendveis, que entre estes esto a Vida, a Liberdade ea busca da 1de8& Felicidade. — Que para assegurar esses direitos, Governos sdo instituidos entre os Homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados. — Que, sempre que qualquer Forma de Governo se tone destrutiva desses fins, € Direito do Povo alteré-la ou aboli-la, ¢ instituir novo Governo, assentando sua fundago nesses prineipios e organizando os seus poderes da forma que Ihe pareca mais conveniente para a realizagio da sua Seguranga e Felicidade. A prudéncia, de fato, dita que os Governos estabelecidos ha muito tempo no devem ser mudados por causas superficiais e transitérias; e, assim sendo, toda experiéncia tem mostrado que a humanidade esté mais disposta a sofrer, enquanto os males sdo suportavels, do que a se desagravar abolindo as formas a que esté acostumada. Mas quando uma longa sequéncia de abusos e usurpagées, perseguindo inveriavelmente o mesmo Objeto, revela o designio de reduzir 0 povo a um Despotismo absoluto, é seu direito, é seu dever, derrubar tal Governo, e providenciar novos Guardiges para sua future seguranga. — Tal tem sido a tolerdncia paciente destas Colénias; e tal é agora a necessidade que as forga a alterar os Sistemas anteriores de Governo. A ‘bria do presente Rei da Gré-Bretanha é uma histéria de repetidas injurias e usurpagdes, todas tendo por objetivo direto 0 estabelecimento de uma Tirania absoluta sobre estes Estados. Para prové-lo, que os Fatos sejam submetides ¢ um mundo honesto. Ele recusou Assentimento a Leis, as mais salutares e necessarias para ‘0 bem piblico. Ele proibiu aos Governadores aprover Leis de importancia imediata e urgente, a menos que sua aplicago fosse suspensa até que se obtivesse seu Assentimento; e, quando assim suspensas, deixou totalmente de Ines dar atencao. Ele recusou aprovar outras Leis para acomodar grandes distritos de pessoas, a menos que esas pessoas abrissem mio do direito de Representac’o no Legislativo, um direito inestimavel para elas e temivel apenas para os tiranos. Ele convocou os corpos legislativos a se reunir em lugares inusitados, desconfortéveis e distantes dos locais em que se guardam os Arquivos publicos, com o unico propésito de fatigé-los até que se submetessem a suas medidas. Ele dissolveu as Camares de Representantes repetidas vezes, por se ‘oporem com firmeza viril a suas invasées dos dircitos do povo. Ele recuscu por muito tempo, depois dessas dissolugies, fazer com que outros fossem eleitos; com isso, os poderes Legislativos, incapazes de Aniquilacao, retornaram ao Povo em geral para serem exercidos; permanecendo o Estado, nesse meio-tempo, exposto a todos os perigos de invasdo externa ou convulséo interna. Ele se empenhou em impedir o povoamento desses Estados, obstruindo para esse fim as Leis de Naturalizaco de Estrangeiros, recusando aprovar outras que encorajassem as migragbes para c4, € impondo mais condigSes para novas Apropriagées de Terras. Ele dificultou a Administrac&o ds Justiga, recusando Assentimento a Leis que estabeleciam poderes Judicidrios. Ele tornou os Juizes dependentes apenas da Vontade do soberano quanto & posse dos cargos e ao valor € pagamento dos salérios. Ele criou uma multidaio de Novos Cargos, @ para cé enviou enxames: de Oficiais para atormentar 0 nosso povo e devorar-Ihe completamente a substancia. Ele manteve entre nés, em tempos de paz, Exércitos Permanentes sem 0 Consentimento de nossos corpos legislativos, Ele tentou tornar o poder Militar independente e superior ao poder [le combinou com outros para nos submeter a uma jurise & nossa Constituigo e no reconhecida pelas nossas leis; dando Assentimento a seus Atos de pretensa legislaclo: 3de8 Para Aquartelar grandes corpos de tropas armadas entre nds; Para protegé-las, por um arremedo de Julgamento, da punicéo por quaisquer Assassinatos que viessem a cometer contra os Habitantes destes Estados; Para cortar 0 nosso Comércio com todas as regides do mundo; Para fixar Impostos sem 0 nosso Consentimento; Para nos priver, em muitos casos, dos beneficios do Julgamento pelo Jer Para nos transporter além-Mar para sermos julgados por pretensos delitos; Para abolir o Sistema livre de Leis Inglesas numa Provincia vizinha, ai estabelecendo um governo Arbitréria e ampliando-Ihe as fronteiras, a fim de torné-lo, a0 mesmo tempo, urn exemplo e urn instrumento adequado pera introduzir o mesmo dominio absoluto nestas Colénias; Para nos tomar as nossas Cartas, abolindo as nossas Leis mais valiosas e alterando fundamentalmente as Formas de nossos Governos; Para suspender os nossos Corpos Legislativos, declarando-se investido do poder para legislar para nds em todo e qualquer caso. Ele abdicou do Governo aqui, a0 nos declarar fora da sua protecdo e traver Guerra contra nés. 5de8s Ele saqueou os nossos mares, devastou as nossas Costas, incendiou as nossas cidades e destruiu a vida de nosso povo. Ele est, neste momento, transportando grandes Exércitos de Mercenérios estrangeiros para completar a obra de morte, desolacdo e tirania, j8 iniciada em circunstancias de Crueldade & perfidia quase sem paralelo nas eras mais barbaras e totalmente indignas do Chefe de uma nagéo Ele obrigou nossos concidadéos Aprisionados em alto-Mar pegar em armas contra o préprio Pais deles, a se tornar os carrascos de seus ade. amigos e Irméos, ou a tombarem eles préprios pelas Maos desses seus semelhantes. Ele provocou insurreicées domésticas entre nds, e empenhou-se em lancar sobre os habitantes de nossas fronteiras os cru¢is indios Selvagens, cuja conhecida regra de guerra é a destruigo de todos sem distingdo de idade, sexo e condigées. Em toda etapa dessas OpressGes, Nés fizemos Pedidos de Reparacdo ‘nos termos mais humildes: Nossas repetidas Petigbes s6 tém recebido como resposta repetidas injdrias. Um Principe cujo carater é assim marcado por todo ato que define um Tirano é inapropriado para ser 0 governante de um povo livre. Tampouco temos sido descorteses com nossos irméos britténicos [sic]. De tempos em tempos, nés os temas alertado sobre as tentativas de seu legislativo no sentido de estender sobre nés uma jurisdico injustificdvel. Temos Ihes lembrado as circunstdncias de nossa emigracdo e colonizacdo. Temos apelado a sua justica e magnanimidade nativas, e temos rogado, pelos lagos de nosso parentesco comum, que desautorizem essas usurpagBes que interromperiam, inevitavelmente, as nossas ligagées e correspondéncia. Eles também tém sido surdos 8 vor da justica e da consanguinidade. Devemos, portanto, admitir a necessidade, que denuncia nossa Separacio, ¢ considerd-los, assim como consideramos o resto da humanidade, Inimigos na Guerra, Amigos na Paz. Nés, portanto, os Representantes dos Estados Unidos da América, Reunidos em Congresso Geral, apelando ao Juiz Supremo do mundo. pela retiddo de nossas intengées, publicamos e decleramos solenemente, em Nome e por Autoridade do bom Povo destas Colénias, que estas Coldnias Unidas sdo e por direito devem ser Estados Livres € Independentes; que elas acto Desobrigadas de toda Vasealagem para com a Coroa Britdnica, € que todo vinculo politico entre elas e o Estado da Grd-Bretanha € e deve ser totalmente dissolvido; e que, como. Estados Livres e Independentes, elas tém pleno Poder para declarar Guerra, concluir a Paz, contrair Aliancas, estabelecer Camércio e praticar todos os outras Atos e Negécios que os Estados Independentes t8m o direito de fazer. E para apoiar esta Declarac#io, com uma firme confianga na protecdo da Divina Providéncia, empenhamos mutuamente as nossas Vidas, as nossas Fortunas e a nossa sagrada Honra. Fonte: Paul Leicester Ford, ed., The Writings of Thomas Jefferson, 10 vols. (Nova York: G. P. Putnam’s Sons, 1892-9}, vol. 2, pp. 42-58; . Declaragdo dos Direitos do Homem e do Cidadéo, 1789 Os representantes do povo francés, reunidos em Assembleia Nacional e considerando que a ignorancia, a negligéncia ou 0 menosprezo dos direitos do homem so as Unicas causas dos males publicos e da corrupgo governmental, resolveram apresentar numa declaracao solene os direitos naturais, inaliendveis e sagrados do homem: para que esta declaracéo, por estar constantemente presente a todos os membros do corpo social, possa sempre lembrar a todos os seus direitos e deveres; para que os atos dos poderes Legislative e Executivo, por estarem a todo momento sujeitos a uma comparacéo com 0 objetivo de tods instituicao politica, possam ser mais plenamente respeitados; e para que as demandas dos cidadiios, por estarem a partir de agora fundamentadas em principios simples e incontestaveis, possam sempre visar a manter a Constituigso e o bem-estar geral. 1de6 Em consequéncia, @ Assembleia Nacional reconhece e declara, na presenca e sob os auspicios do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadao: 1. Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. As distingdes sociais sé podem ser baseadas na utilidade comum. 2. 0 objetivo de toda associacdo politica é a preservacao dos direitos naturais e imprescritiveis do homem. Esses direitos séo a liberdade, a propriedade, a seguranca e a resisténcia a opressdo. 3. 0 principio de toda soberania reside essencialmente ne nagéo. Nenhum corpo e nenhum individuo pode exercer uma autoridade que no emane expressamente da nacéo. 4. Aliberdade consiste em poder fazer tudo o que néo prejudique o outro: assim, o exercicio dos direitos naturais de cada homem néo tem outros limites sendo aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o desfrute das mesmos direitos. Esses limites sé podem ser determinados pels | 5.Alei s6 tem o direito de proibir aquelas ages que so prejudiciais & sociedade. Nenhum obstdculo deve ser interposto ao que a lei nao profbe, nem pode alguém ser forgado a fazer o que a lei no ordena. 6. A lei 6 a expressdo da vontade geral. Todos os cidadéos tem 0 direito de participar, em pessoa ou por meio de seus representantes, na sua formacdo, Deve ser a mesma para todos, quer proteja, quer penalize. Todos os cidados, sendo iguais a seus olhos, so igualmente adimissiveis a todas as dignidades, cargos e empregos pliblicos, segundo 2 sua capacidade ¢ sem nenhuma outra di inglo que no seja a de suas virtudes e talentos. 7. Nenhum homem pode ser indiciado, preso ou detido exceto em casos determinados pela lei e segundo as formas que a lei prescreve. ‘Aqueles que solicitam, lavram, executam ou mandam executar ordens arbitrérias deve ser punidos; mas os cidadios intimados ou detidos por forga da lei devem obedecer imediatamente, tornando-se culpados pela resisténcia. 8. Apenas punicées estrita e obviamente necessérias podem ser estebelecidas pele lei, e ninguém pode ser punido sendo por forca de uma [ei estabelecida e promulgada antes do tempo do delito, e legalmente aplicada. 9. Sendo todo homem consideradbo inocente até ser declarado culpado, se for considerado indispensavel prendé-lo, todo rigor desnecessdriu para deter @ sua pessoa deve ser severemente reprimido pela lei 3de6é 10. Ninguém deve ser molestado por suas opinides, mesmo as religiosas, desde que sua manifestago ndo perturbe a ordem publica estabelecida pela lei. 11. A livre comunicago de pensamentos e opiniSes é um dos mais preciosos direitos do homem. Todo cidadao pode, partanto, falar, escrever e publicar livre mente, se aceitar a responsabilidade por qualquer abuso dessa liberdade nos termos estabelecidos pela lei 12. A salvaguarda dos direitos do homem e do cidadéo requer uma forga ptiblica. Essa forga é, portanto, instituida para o bem de todos, e no para o beneficio privado daqueles a quem é confiada. 13, Para. manutengio da autoridade publica e para as despesas de administraco, a tributacao comum ¢ indispensdvel. Ela deve ser dividida igualmente entre todos 0s cidaddos de acordo com sua capacidade de pagar. 14, Todos os cidadaos tém 0 direito de exigir, por si mesmos ou por meio de seus representantes, que Ihes seja demonstrada a necessidade dos impostos publics, de concordar livremente com a sua existéncia, de euurnpaniiar o seu emprego © de deter minar us ineios de distribuico, avaliagio e arrecadaco, bem como a duragSo dos impostos. 15. A sociedade tem o direito de considerar que todo agente pubblico da administracdo deve prestar contas de seus atos. 16. Nao possui Constituicio a sociedade em que a garantia dos direitos nao esteja assegurada ou a separacao dos poderes estabelecida. 17. Como a propriedade é um direito invioldvel e sagrado, ninguém pode ser dela privado, a néo ser quando a necessidade ptiblica legalmente comprovada a requeira indubitavelmente e sob condigéo de uma justa e prévia compensacao Fonte: La Constitution francaise, Présentée au Roi par I’Assemblée Nationale, le 3 septembre 1791 (Paris, 1791). Declaracdo Universal dos Direitos Humanos, 1948 preambulo Visto que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da familia humana e de seus direitos iguais e inalienaveis é 0 fundamento da liberdade, da justi¢a e da paz no mundo, Visto que o desresp% resultado em atos bérbaros que ofenderam a consciéncia da eo desprezo pelos direitos humanos tém humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos tenham liberdade de expressdo e crenga e a liberdade de viver sem medo e privagées foi proclamado como a aspirac&o mais elevada do homem comum, Visto que ¢ essencial que os dit ‘itos humanos sejam protegidos pelo estado de direito, para que o homem néo seja compelido a recorrer, em Ultima instncia, 8 rebeliéo contra « tirania e a opresséo, Visto que € essencial promover o desenvolvimento de relactes amistosas entre as nagées, Visto que os povos das Nagies Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e valor da pessoa humana e ne igualdade de direitos dos homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores padrdes de vida em maior liberdade, Visto que os Estados-membros se comprometeram a desenvolver, em cooperacéo com as Nacdes Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e o cumprimento desses direitos ¢ liberdades, Visto que uma compreenséio comum desses direitos e liberdades & da maior importancia para o pleno cumprimento desse compromisso, a assembleia geral proclama esta declaracdo universal dos direitos humanos como um ideal comum a ser alcancado por todos os povos e todas as nacBes, para que todo individuo e todo érgéo da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaragéo, procure, pelo ensinamento pela educacéo, promover o respeito a esses direitos e liberdades e, por medidas progressivas de caréter nacional e internacional, assegurar 0 seu reconhecimento e cumprimento universais e efetivos, tanto entre 1de 12 0s povos dos préprios Estados-membros como entre os poves dos territérios sob sua jurisdigo. Artigo 1°. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. S80 dotados de rez8o e consciéncia e devem agir uns para com os outros num espirito de fraternidade. Artigo 2°. Todo ser humano pode fruir de todos os direitos e liberdades apresentados nesta Declaragio, sem distingéio de qualquer sorte, como raca, cor, sexo, lingua, religido, opinigo politica ou de outra ‘ordem, origem nacional ou social, bens, nascimento ou qualquer outro status. Além disso, nenhuma distingdo deve ser feita com base no status politico, jurisdicional ou internacional do pais ou territério ¢ que uma pessoa pertence, seja ele territério independente, sob tutela, néio auténomo ou com qualquer outra limitago de soberani. Artiyy 3%, Tuy set human ten diteitu & vida, & liberdade © & soguranga pessoal. 3 de Artigo 42. Ninguém deve ser mantido em escravidéo ou servidéo: a escravidio e 0 trafico de escravos devem ser proibidos em todas as suas formas. Artigo 5°. Ninguém deve ser submetido & tortura ou a um tratamento ou punicio cruel, desumano ou degradante. Artigo 6°. Todo ser humano tem o direito de ser reconhecido, por toda parte, como uma pessoa perante a lei Artigo 7°. Todos s&o iguais perante a lei e tém direito, sem qualquer distingio, a uma protec igual da lei. Todos tém dircito a uma protegio igual contra qualquer discriminago que viole esta Declaracao e contra qualquer incitamento a tal discriminagao. Artigo 8°. Todo ser humano tem direito a receber, dos tribun: nacionais competentes, ume reparacdo efetiva para atos que violem os direitos fundamentais @ ele concedidos pela constituicao ou pela lei Artigo 9°. Ninguém deve ser submetido a prisio, a detencdo ou 20, exilio arbitrérios. Artigo 10, Todo ser humano tem direito, em total igualdade, a uma audiéncia just e publica, por parte de um tribunal independente imparcial, para a determinacdo de seus direitos e deveres e de qualquer acusago criminal contra a sua pessoa. Artigo 11. (1) Todo ser humano acusado de um delito tem direito & presungao de inocéncia até que seja provada a sua culpa de acordo com allei, num julgamento puiblico em que Ihe tenham sido asseguradas todas as gerantias necessdrias para a sua defesa. (2) Ninguém deve ser considerado culpado por qualquer ato ou omiss&o que no constitufa delito perante o direito nacional ou internacional na época em que foi cometido. Tampouco deve ser imposta uma pena mais pesada do que a aplicével na época em que 0 delito foi cometido. Artigo 12. Ninguém deve ser sujeito a interferéncias arbitrarias na sua privacidade, familia, lar ou correspondéncia, nem a ataques a sua honra e reputaco. Todo ser humano tem direito a protecdo de lei contra tais interferéncias ou ataques. Artigo 13, (1) Todo ser humano tem 0 direito & liberdade de locomogio e residéncia dentro das fronteiras de cada Estado. (2) Todo ser humano tem o direito de sair de qualquer pafs, inclusive do seu proprio, e de retornar ao seu pals. Artigo 14. (1) Todo ser humano vitima de perseguicio tem o direito de procurar e receber asilo em outros paises. (2) Este direito ndo pode ser invocado no caso de uma perseguicéo legitimamente motivada por crimes no politicos ou por atos contrdrios aos propésitos € principios das NagBes Unidas. Artigo 15, (1) Todo ser humano tem direito @ uma nacionalidade. (2) Ninguém deve ser arbitrariamente destituido de sua nacionalidade, nem Ihe serd negado o direito de mudar de nacionalidede. Artigo 16. (1) Os homens e mulheres adultos, sem qualquer restrigo de raca, nacionalidade ou religido, tém o direito de casar e fundar uma 5de 12 familia, fazendo jus a direitos iguais em relagdo ao casamento, durante © casamento e na sua dissolucdo. (2) 0 casamento deve ser realizado somente com o livre e pleno consentimento dos futuros cénjuges. (3) A familia € unidade de grupo natural e fundamental da sociedade e tem direito & proteso da sociedade e do Estado. Artigo 17. (1) Todo ser humano tem direito a propriedade, 6 ou em sociedade com outros. (2) Ninguém deve ser arbitrariamente destituido de sua propriedade. Artigo 18. Todo ser humano tem direito @ liberdade de pensamento, consciéncia e religido; este direito inclui a liberdade de mudar de religido ou crenga, e a liberdade de manifestar a sua religiSo ou crenca pelo ensino, pela pratica, pelo culto e pela observancia, sozinho ou em comunidade com outros, em ptiblico ou em privado. artigo 19, Todo ser humano ter direito a liberdade de opiniao expresso; este ireito inclui a liberdade de ter opinidies sem quaisquer interferéncias e de procurar, receber ¢ transmitir informagSes ¢ ideias Por qualquer meio de comunicacdo e independentemente de fronteiras. Artigo 20, (1) Todo ser humano tem direito a liberdade de reuniao e assaciaco pacificas. (2) Ninguém pode ser obrigado a pertencer a uma associag&o. Artigo 21. (1) Todo ser humano tem o direito de participar do governo de seu pais, diretamente ou por meio de representantes livremente escolhidos. (2) Todo ser humano tem igual dirsito de acesso ao servico publico no seu pais. (3) A vontade do povo deve ser a base da autoridade do governo; esta vontade deve ser expressa em eleig8es periédicas ¢ legitimas, por sufrdgio universal e igual, realizadas por voto secreto ou por procedimento equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo 22. Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito 8 seguranga social ¢ 8 realizac%o, por meio de esforgo nacional © cooperacdo internacional e de acordo com a organizacio e os recursos de cada Estado, dos direitos econémicos, sociais e culturais indispensdveis & sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. 7 de 12 Artigo 23. (1) Todo ser humano tem direito ao trabalho, & livre escolha do emprego, a condigies justas e satisfatérias de trabalho e & protecdo contra o desemprego. (2) Todo ser humano, sem qualquer disting8o, tem direito @ pagamento iguel pare trabalho igual. (3) Todo ser humano que trabalha tem di a.uma remuneracao justa e satisfatéria que essegure para si mesmo e pare sua familia uma cexisténcia & altura da dignidade humana, suplementada, se necessério, por outros meias de protecéo social (4) Todo ser humano tem 0 direito de organizar sindicatos e deles participar para a protegdo de seus interesses. Artigo 24. Todo ser humano tem direito ao descanso e ao lazer, inclusive a uma limitag8o razodvel das horas de trabalho € a féries periédicas remuneradas. Artigo 25. (1) Todo ser humano tem direito a um padrdo de vida que Ihe assegure, para si mesmo e para sua familia, satide e bem-estar, incluindo alimentac&o, vestuério, habitaco, cuidadas médicos e os servigos soci indispensdveis, bem como o direito & seguranca em caso de desemprego, doenca, invalidez, viuvez, velhice ou perda dos meios de subsisténcia em circunstncias fora de seu controle. (2) A maternidade e a infancia t8m direito a cuidados e assisténcia especiais. Todas as criancas, nascidas dentro ou fora do casamento, deve ter a mesma protecSo social. Artigo 26. (1) Todo ser humano tem direito & educagéo. A educacio deve ser gratuita, ao menos nos estégios elementares e fundamentais. A educagéo elementar deve ser obrigatéria. A educagao técnica e profissional deve ser colacada a disposi¢&o de todos, e a educacéo superior deve ser igualmente acessivel a todos com base no mérito. (2) A educagio deve ser orientada para o pleno desenvolvimento da personalidade humana e para o fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentai: . Deve promover a compreensio, a tolerdncia ¢ a amizade entre todas as nacdes € grupos raciais ou religiosos, e deve fomentar as atividades das Nagées Unidas para @ manutencao da paz. (3) Os pais tém o direito prioritério de escolher 0 tipo de educaco que sera dado a seus filhos. 9 de 12 Artigo 27. (1) Todo ser humano tem o direito de participar livremente na vida cultural da comunidade, apreciar as artes e participar do progresso cientifico e seus beneficios. (2] Todo ser humano tem direito a protectio dos interesses morais e materiais que resultem de qualquer produce cientifica, literdria ou artistica de sua autoria. Artigo 28. Todo ser humano tem direito a uma ordem social & internacional em que os direitos ¢ liberdades estabelecidos nesta Declaracao possam ser plenamente realizados. Artigo 29. (1) Todo ser humano tem deveres para com a comunidade em que o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade € possivel. (2) No exercicio de seus direitos e liberdades, todo ser humano deve estar sujeito apenas &s limitagdes determinadas pela lei exclusivemente com 0 propésito de assegurar o devido reconhecimento e respeito pelos direitos e liberdades dos outros e de satistazer as justas exigencias da moral, da ordem piiblica e do bem-ester geral de uma sociedade democratica. (2) Estes direitos e liberdades no podem ser exercidos, em hipétese alguma, contra os propésitos e principios das NacBes Unidas. Artigo 30. Nada nesta Declaraco pode ser interpretado de maneira a implicar que qualquer Estado, grupo ou pessoa tem o direito de se envolver em qualquer atividade ou executar qualquer ato destinado & destruicao de qualquer um dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. Fonte: Mary Ann Glendon, A World Made New: Eleanor Roosevelt ‘and the Universal Declaration of Human Rights (Nova York: Random House, 2001), pp. 310-4; . 11 de 12

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