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Aulas de Direito Processo Civil

Intensivo I – LFG
Professor Fredie Diedier
16.03

Jurisdição (Cont.)

02. Introdução ao Estudo das Condições da Ação

 Direito de ação é um direiot distinto, o qual se afirma ter quando se tem o direito de
provocar o Judiciário.

 Direito de Ação – 2 correntes


- Concepção concretista do direito de ação: Só tem direito de ação quem tem o direito
material. Direito a um julgamento favorável.Condições da Ação, para essa concepção,
condições da ação, são as condições para um julgamento favorável. Surge então a
expressão “Carência de Ação” (Não ter o direito de açao, pela falta de condições da
ação), ou seja, IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO – É uma concepção tida por superada,
pois, no caso dessa concepção, aquele indivíduo que vai a juízo e perde, recorre e perde,
recorre e perde novamente, não tinha o direito de ação?! Quem nao tem razão, não tem o
direito de ter ido a Juízo?! – NÃO ESTÁ EM VIGOR.

- Concepção Abstrativista: O direito de ação é o direito a uma decisão, direito a que o


juiz se manifeste, pouco importando o conteúdo da decisão, eu tenho direito a ir a juízo.
Abstrai-se o conteúdo da decisão. Por conta disso, os abstrativistas não falam em
condiçoes da ação. É a concepção utilizada até os dias de hoje.

- Concepção Mista (Eclética): o Direito de ação, é um direito a um julgamento de


mérito (Não havendo necessidade de ser favorável). Direito do seu pedido ser examinado.
Dentro dessa concepção, condiçoes da ação é uma categoria que existe, de forma que é a
condição para um julgamento de mérito. Para essa concepção, carência de ação, é
diferente de improcedência, não é uma decisão de mérito, enquanto a improcedência de
ação, é uma decisão de mérito que rejeita o peido, com consequencias graves, já que faz
coisa julgada. Essa concepção foi desenvolvida por LIEBMAN. – É A TEORIA
ADOTADA ATUALMENTE.

Obs.: CRÍTICA à Teoria Eclética:


1) Ou a decisão é de mérito ou não, de forma que não existe uma terceira hipótese.
(Princ. do Terceiro excluído. Tertium non Datur). O Juiz examina questões processuais
ou de mérito. Daí Liebman cria um terceiro, que são as condições da Ação.
2) Não dá para separar casos de carência de ação, de improcedência da ação. Na
prática, condiçoes da ação, acabam sendo questões de mérito.
Quem tem legitimidade para propor uma açao pocessória?! O Possuidor. Ele propõe, e na
senteça, o juiz diz que ele não é possuidor. Nesse caso, o Juiz está extinguindo por ser
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improcedente, ou negando e ele o direito de ir a juízo?! Veja que será improcedente,


quando ele não tiver direito de ir a juízo, de forma que ele não preenche as condições.
Não impede a repropositura, desde que você não reproponha, ou seja, proponha contra a
pessoa certa (Caso do STJ).

Para Liebman, o preenchimento das condições de ação, é um fato que tem que ser
provado. Tem ue provar que preenche as condições da ação, ou seja, Perícia, prova
testemunhale etc. A análise das condições da açao, pode ser dar a qualquer momento.
Podendo inclusive ser obejto de prova. Esse aspecto específico de Liebman, encontra-se
em decadência, do ponto de vista doutrinário. A doutrina majoritária diz que a análise das
condições da ação deve ser feita independentemente de prova sobre o preenchimentodas
condições da ação. A verificaçao da presença das condnições da açao, deve ser feita
apenas à luz do que foi afirmado, ou seja, pegam-se as afirmações da parte e com base
apenas nas alegações, se verifica se as condições da ação estão presentes (Se vc tomar
essa história como verdadeira, as condições da ação estão presentes? Sim. Não há mais
carência da açao, o processo tem que seguir, e se depois notar que o cara tava mentindo,
ou seja, que as condições não estavam rpesentes, ele poderá, posteriormente, julgar a
ação improcedente). TEORIA DA ASSERÇÃO (Prospettazione) → análise das
condições da ação, é feita apartir do que foi assercido, ou seja, do que foi dito na Inicial –
Jurisprudencia ainda não repercurtiu, mas do ponto de vista doutrinária, está na corrente
majoritária.

→ Carência de ação por iletigimidade ordinária e por impossibilidade jurídica do pedido,


para o professor FRED é improcedência. Já a extinção por falta de interesse de agir, ou
por falta de legitimição extraordinária é extinção com julgamento do mérito.

 Condições da Ação:
→ Legitimidade ad causam: é a aptidão para a condução de um processo em que se
discute determinada situação jurídica. Poder que a lei atribui a alguém, apra a condução
de um processo, em que determinada situação jurídica é discutida. Para saber se tem ou
não legitimidade, é preciso averiguar a situação jurídica em juízo. Não há como saber se
o sujeito é legítimo ou não, sem examinar a relação discutida (pode ser legitimo par aum
processo, não ser para outro). Legitimidade é a pertinência subjetiva da ação (Saber quem
pode ser o demandante e o demandado)

CLASSIFICAÇÃO
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a) Exclusiva: ela é atriibuída a apenas um sujeito. Só um sujeito é legitimado.


b) Concorrente: ela é atribuída a mais de um sujeito. Mais de uma pessoa tem
legitimidade para discutir aquela relação em juízo. (co-legitimação). Ex.: qualquer
credor solidário pode cobrar a dívida; qualquer dos condôminos pode defender o
condomínio; qualquer dos sujeitos do art. 103 da CF pode propor uma ADIN.

Obs.: Ver Litisconsórcio unitário.

a) Ordinária: sempre que alguém está em juízo, defendendo em nome próprio, direito
próprio, estamos diante de uma legitimação ordinária. Alguém está em juízo
defendendo o próprio interesse. Há uma coincidência entre o legitimado e o sujeito da
relação jurídica discutida.

b) Extraórdinária: As vezes a lei atrivbui à allguém, o direito de estar no processo,


defendendo o direito de outra pessoa. Ocorre quando a lei atribui a alguem o poder de
estar em juizo discutindo um direito que não é dele. Ex.: Ações coletivas

Obs.: há casos em que o sujeito está em juízo discutindo interesse próprio e alheio. Está
numa posição Ambivalente. É o que ocorre com o condômino, com o credor solidário.

Obs.: a doutrina costuma referir, a uma outra expressão quando cuida da legitimação
extraordinária, “Substituição Processual”. Sinônimos. Alguns doutrinadores porém,
preferem distinguir essas expressões, colocando a substituição processual como espécie
de legitimação extraordinária. Para esses autores (Minoria), a subst.ção procesusal que
ocorre quando o legitimado extraordinário estiver sozinho em juízo defendendo o
interesse de outra pessoa, ele é verdadeiramente um substituto processual, por que está
substituindo o outro, mas se ele estiver em juízo, em litisconsórcio, com o titular do
direito, não haveria aí, substituçao proccessual. (Só ocorre substituição, quando ele age
sozinho. Ex.: Na ação de alimento o MP quando pede sozinho. Mas se ele pede
juntamente com o Guri, está em litisconsórcio).

Obs.: Vamos apredenr a disinguir substituiçao processual de sucessão processual.


Na sucessão processual, ocorer uma mudança e sujeitos no processo, sai um sujeito e
entra outro.ex.: O réu morreu, em seu lugar entra o espólio.
Substituição processual X Representação processual – na Representação Processual
alguém está em juízo, discutindo o interesse de outra pessoa, mas não em nome próprio,
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ou seja, ele age em nome alheio defendendo interesse alhei (ex.: Guri vai a juízo
representado pela mãe. Quem é a parte?! O Guri. A Mãe somente representa. Ela só seria
substituta, se ele, em nome próprio, pedisse os alimentos para o Guri)

Obs.: Caracterísitcas da Leg. Ordinária:


- A substituição processual, ou legitimação extraordinária, tem que derivar da lei. Logo,
não pode haver legitmação extraordinário, através de contrato. (Art. 6° do CPC).
- O substituto processual é parte, logo, ele paga as custas, é ele que pode ser multado por
litigância de má-fé, é em relação a ele que vai se examinar a competência em razão da
pessoa,
- A Falta de Legitimaçao extraordinária, implica decisão que não examina o mérito da
causa. Hoje em dia há uma tendência legislativa e doutrinária de fazer com que a falta de
legitimação extraordinária, não gere extinção do processo. Ao invés de extinguir, o juiz
promova uma sucessão processual (É o que ocorre na ação coletiva).
- tradicionalmente, se diz que a coisa julgada proveniente de um processo conduzido por
um substituto processual, essa coisa julgada, atinge o substituído. Se a lei atribui a
alguém o poder de estar em juízo, é previsível que esse poder seja útil. Sendo uma
exceção por tanto, que a coisa julgada só atinge as partes. Agora, pode ser que o
legislador excepcione isso, ou seja, a exceção é não atingir., como fez nas causas
coletivas, a ação coletiva, não prejudica a sociedade, só beneficia., mas a regra, é de que
a coisa julgada, de um processo conduzido por um substituto processual, vincule o
substituído, para o bem e para o mal.

→ Possibilidade Jurídica do Pedido: haverá ação, se o pedido formulado puder ser em


tese acolhido, logo, terá ação. É um imbecilidade, pois a improcedência, ocorre quando o
pedido não puder ser acolhido. Ex.: Ir em juízo, pedindo o direito de matar outra pessoa.
(para Liebman, Extinção sem julgamento do mérito). Até hoje, ninguém sabe a diferença
disso para uma improcedência. Dinamarco (O Maior discipulo de Liebman no Brasil),
passou a denominar essa condição da Ação de possbilidade jurídica da demanda, poruqe
segundo ele, o exame da possibilidade jurídica deve abranger todos os elementos da
demanda são juridicamente possíveis, nao só o pedido, mas toda demanda. Ex.: Cobrança
de dívida de jogo, a ilicitude, está na causa de pedir, o fato de ser dívida de jogo, que
torna juridicamente impossível.
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→ Interesse de agir: há quando o processo for útil e necessário, é preciso que o


processo possa propiciar algum proveito para as paartes, se o pedido, mesmo acolhido,
não puder propiciar qualquer proveito, esse processo é inútil.

Obs.: Há um fenomeno chamado de ações necessária, são aquelas ações, que veiculam
direitos, que só podem ser exercidos em juízo, logo, a ação é necessária, e todas elas são
constitutivas. Ex.: Anulação de contrato; Interdição; Falência; Recisória de Sentença;
Exclusão de herdeiro.

Obs.: há uma corrente muito forte em São Paulo (USP e PUC), que defende que o
interesse de agirm, tem uma terceira dimensão, além da necessidade e ultilidade, seria, a
adequação. Para esses autores, é preciso que o procedimento seja adequado ao pedido. Se
vc escolhe o procedimento inadequado, faltaria o interesse de agir no ambito adequação
(Inadequação de via eleita – Falta o interesse de agir).

Obs.: O direiot Líquido e certo é condição específica para o Mandado de Segurança.

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