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OLIVEIRA GIS; NASCIMENTO IR; FERREIRA TA; MOMENTÉ VG.

Diferentes doses de fósforo aplicadas à cultura


Diferentes doses de fósforo aplicadas à cultura do quiabeiro no Sul do Tocantins.
do quiabeiro no Sul do Tocantins. 2010. Horticultura Brasileira 28: S3797-S3800.

Diferentes doses de fósforo aplicadas à cultura do quiabeiro no Sul do Tocantins.

Tiago Alves Ferreira1; Ildon Rodrigues do Nascimento1; Gilberto Iris S. de Oliveira1;


Valeria Gomes Momenté1; Paulo Roberto Pereira1.

1
UFT – Universidade Federal do Tocantins. Rua Badejos, Chácaras 69 a 72, Lt 07, Zona Rural, 77402-970,
Gurupi – TO, gilberto_2007@yahoo.com.br, ildon@uft.edu.br, valéria@uft.edu.br, tiagoaf.gpi@hotmail.com,
paulorobertop19@hotmail.com

RESUMO ABSTRACT

O fósforo é um importante nutriente Different levels of phosphorus applied


para as plantas e sua presença no solo to the okra crop in southern
promove o crescimento e eleva a Tocantins.
produção das hortaliças. O presente
Phosphorus is an important nutrient for
trabalho foi conduzido em área
plants and its presence in the soil promotes
experimental da UFT, em Gurupi, e teve
the growth and increased production of
c o m o o b j e t i v o a v a l i a r a r e p o s ta d o vegetables. This study was conducted in an
quiabeiro às doses de fósforo no sul do experimental area of UFT in Gurupi, and
Tocantins. O delineamento foi em blocos aimed to evaluate the response of okra to
casualizados com cinco tratamentos (0; phosphorus levels in the south of Tocantins.
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100; 200; 300; 400 e 500 kg ha de P O ) The design was a randomized block with five
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e com quatro repetições. Cada parcela treatments (0, 100, 200, 300, 400 and 500 kg
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continha 8 plantas, sendo na avaliação P O ha ) with four replications. Each plot
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utilizada as 6 plantas centrais de cada contained 8 plants, being used in evaluating
parcela. Através das análises observadas the six central plants of each plot. By
às doses não foram significativas para os assessing observed at doses were not
caracteres avaliados. significant for the characters.
Palavra-chave: Abelmoschus esculentus(L.) Keywords: Abelmoschus esculentus (L.)
Moench, Adubação fosfatada, produção. Moench, phosphate fertilizers, production.

O quiabeiro (Abelmoschus esculentus (L.) Moench.) é uma espécie largamente


distribuída nas regiões tropicais, subtropicais, nas regiões mais quentes das zonas temperadas
e áreas do mediterrâneo (Hamon & Koechlin, 1991). É uma das hortícolas de alto valor
alimentício, ciclo vegetativo rápido, fácil cultivo e alta rentabilidade (Costa et al., 1981) e,
devido as suas utilidades, tem sofrido um crescente aumento de consumo. A evolução no
processo produtivo de hortaliças tem justificado para o quiabeiro a maior atenção devido
suas características morfológicas e fisiológicas, seus métodos reprodutivos sua capacidade
produtiva, melhoramento e principalmente quanto exigências nutricionais, é dotado de poucas
informações. Quanto aos aspectos nutricionais a literatura possui uma lacuna quanto ao
nutriente fósforo, tendo poucos trabalhos publicados. Em algumas hortaliças produtoras de
frutos comercializáveis, este nutriente desempenha papel fundamental no seu rendimento.
Segundo GALETI (1989) o fósforo é encontrado em todos os órgãos das plantas; é

Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S 3797


Diferentes doses de fósforo aplicadas à cultura do quiabeiro no Sul do Tocantins.

fundamental importância, pois participa desde os primeiros estádios de crescimento, durante


a germinação e a emergência e, daí por diante, até a senescência. O fósforo é,
reconhecidamente, um nutriente relevante para a obtenção de produtividade elevada. Tem
sido o macronutriente que freqüentemente limita a produção, e apesar da pequena exigência
da cultura são obtidas respostas positivas à adubação fosfatada. Além da pobreza dos solos
brasileiros em fósforo disponível, é baixo o aproveitamento desse nutriente aplicado via
adubação, pois sua retenção é elevada nos solos tropicais (Novais & Smith, 1999). Embora
o fósforo seja um dos nutrientes que proporcione maior resposta em termos de produção de
frutos no quiabeiro (Filgueira, 2000), pouco se conhece, ainda, a respeito das quantidades a
serem utilizadas, permitindo rendimentos satisfatórios nessa cultura. As recomendações do
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seu emprego para essa hortaliça encontradas na literatura variam de 96 kg ha de P O para
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a região do Amazonas (Pimentel, 1985), até 152 kg ha de P O para solos de fertilidade
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média ou baixa nas regiões Sul e Sudeste do país (Figueira, 2000). Este trabalho teve como
objetivo avaliar a reposta do quiabeiro às doses de fósforo no sul do Tocantins.

Material e métodos

O trabalho foi conduzido em área experimental da UFT, em Gurupi, em solo Latossolo


Vermelho-amarelo distrófico (EMBRAPA, 2006), com textura média. As análises químicas e
físicas da camada de 0-20 cm, realizadas segundo Embrapa (1997), resultaram em: pH =
-3 -3 2 -3 + -3
5,7; P = 12,50 mg dm ; K = 8 mmolc dm ; Ca +Mg = 46 mmolc dm ; Al = 2,0 mmolc dm e
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matéria orgânica = 3,4 x 10 g/dm³. O preparo do solo foi realizado com aração e gradagem,
em seguida foram abertas as covas de plantio. Utilizou-se o delineamento experimental de
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blocos casualizados com cinco tratamentos (0; 50; 100; 150; 200 e 250 kg ha de P O ) e
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quatro repetições. As parcelas mediram 4 metros lineares, com 8 plantas espaçadas 0,50 m
entre as mesmas, sendo consideradas nas avaliações as 6 plantas centrais. O plantio da
cultura foi realizado por meio de semeadura em bandejas, da cultivar Santa Cruz e o
transplantio das mudas para o campo foi feito quinze dias após a semeadura, transplantando
uma planta por cova. A adubação de plantio consistiu da aplicação nas covas das doses de
P O , utilizando-se como fonte o superfosfato triplo. A adubação de cobertura constou da
2 5 -1 -1
aplicação de 0.80 kg ha de N, utilizando-se como fonte o sulfato de amônio e 0,70 kg ha
de K O, utilizando como fonte o cloreto de potássio, parcelados em quantidade iguais, aos
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30, 60 e 90 dias após a semeadura. Realizaram-se os tratos culturais normais para a cultura,
incluindo irrigação por gotejo; capinas com auxílio de enxadas e manuais para manter a
cultura sempre livre de plantas invasoras. As colheitas foram efetuadas a cada dois dias, no
período de 70 a 170 dias após a semeadura, quando os frutos apresentaram coloração
verde intensa. Os frutos colhidos foram transportados para um laboratório, com o objetivo de
se avaliar a produtividade total de frutos e produtividade total de frutos comercial. Os resultados
obtidos foram submetidos à análise de variância e de regressão, utilizando-se o “software”
SISVAR (2000).

Resultados e Discussão

Não houve efeito significativo (P<0,05) das doses de P O empregadas para todas as
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características avaliadas. Para o caractere avaliado, produtividade total de frutos obteve-se

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medias de produtividade variando de 3,04 t ha na dose 200 kg ha de P O a 3,82 t ha na
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dose de 150 kg ha , para produtividade comercial as medias de produtividade variaram de
-1 -1 -1 -1
3,01 t ha na dose 50 kg ha e 3,34 t ha na dose de 150 kg ha .
Este resultado indica que os fatores ambientais, como material de origem do solo,
cultivar utilizada entre outros, podem ter influenciado na não significância desta característica
pela analise de variância. Goya (1990) em estudo semelhante com girassol verificou-se que
não houve efeito significativo das doses de P2O5 na porcentagem de germinação da semente.
Porém em feijão-vagem, Oliveira et al. (2005) testando doses de P O variando de 0 a 176
-1 -3 2 5
kg ha em solo arenoso com 11,06 mg dm de P O disponível, obtiveram número máximo
-1 2 5
de frutos na dose de 116 kg ha . A aplicação de doses adequadas de P O é eficiente para
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se aumentar a produção de frutos em hortaliças, porque seu fornecimento às culturas
oleráceas favorece o desenvolvimento do sistema radicular e aumenta a absorção de água
e nutrientes, estimulando a floração e a frutificação (Filgueira, 2000). Portanto, durante o
crescimento e desenvolvimento das plantas, a dose de P O responsável pela máxima
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produção comercial de frutos, não supriu de forma equilibrada as necessidades do quiabeiro,
em relação ao referido nutriente. Anjum & Amjad (1999), em solos de textura média, estudando
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efeito de doses de P O entre 60 e 150 kg ha , obtiveram aumento de produtividade de
2 5 -1
frutos comerciais de quiabeiro com aplicação de 100 kg ha de P O . Silva et al. (2001),
2 5 -1
estudando a resposta do tomateiro à doses de P O variando de 88 a 262 kg ha , em solo
-1 -1 2 5
com 22 g kg de Areia e 24 g kg de argila, obtiveram elevação na produtividade de frutos
-1
comerciais de tomate em função do fornecimento de dose adequada de P O (262 kg ha ).
-1 2 5
Amjad et al. (2002), avaliando as doses de 73; 87 e 104 kg ha de P O , em solo de textura
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média, verificaram redução da produtividade de frutos de quiabeiro em doses acima cima
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de 87 kg ha . Para os estudos da regressão, observou-se que não houve significância em
nenhuma das equações de regressão, pois os valores obtidos na analise constam a não
significância (dados não informados). Com isso as doses de P O não influenciaram na
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produtividade total e comercial, não fazendo assim qualquer recomendação.

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de


Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq – Brasil.

Referências

AMJAD M; SULTAN M; MUHAMMAD AKBAR ANJUM MA; AYYUB CM. 2002. Response of
okra (Abelmoschus esculentus) to various doses of N and P and different plant spacings.
Journal of Research Science 13: 19–29.
ANJUM MA; AMJAD M. 1999. Response of okra (Abelmoschus esculentus L. Moench) to
different levels of N, P and K fertilizers, Journal Biology. Science 1: 794 796.
COSTA, E.F. da; MENEZES, R.V.S. de; FREIRE FILHO, F.R.1982. Qualidade das sementes
de caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) utilizadas na microrregião homogênea dos baixões
agrícolas piauienses. In: REUNIÃO ANUAL DE PESQUISA DO CAUPI, 1, Goiânia, GO.
Resumos, p. 283- 284.

Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S 3799


Diferentes doses de fósforo aplicadas à cultura do quiabeiro no Sul do Tocantins.

EMBRAPA. 1999. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação


de Solos. Brasília: Produções de Informações, 412 p.
FILGUEIRA FAR. 2000. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção
e comercialização de hortaliças, Viçosa: ed. UFV, 402p
GALETI, P. A. Conservação do solo; Reflorestamento; Clima. 2.ed. Campinas:
InstitutoCampineiro de Ensino Agrícola, 1989. 286p.
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girassol da cv. IAC-Anhandy. Revista Brasileira de Sementes, vol. 12, no 3, p. 17-27.
HAMON, S., KOECHLIN, J. 1991. The reproductive biology of okra. 1. Study of the breeding
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NOVAIS, R.F., SMYTH, T.J. 1999. Fósforo em solo e planta em condições tropicais. Viçosa:
Universidade Federal de Viçosa, 399p.
OLIVEIRA AP; CARDOSO MMO; BARBOSA LJN; SILVA JEL; MORAIS MS. 2005. Resposta
do feijão-vagem a P2O5 em solo arenoso com baixo teor de fósforo. Horticultura Brasileira
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DE OLERICULTURA, 43., 2003, Recife. Resumos... Recife: SOB.
SISVAR, 2000 Sistema para análise de variância, para Windows. Versão 4.3. Lavras:
Universidade Federal de Lavras.

Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD Rom), julho 2010 S 3800

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