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TÍTULO I
DA POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO.
CAPÍTULO I
DO OBJETO
Art. 1º. Esta Lei tem por objetivos:
I. Estabelecer a Política Estadual de Saneamento Básico com fundamento na
Constituição Federal e na Lei 11.445 de 05 de janeiro de 2007.
II. Regulamentar os arts. 263 a 270 da Constituição do Estado do Pará, instituindo as
Diretrizes da Política Estadual de Saneamento Básico;
III. Disciplinar o convênio de cooperação previsto no art. 241 da Constituição Federal,
de forma a autorizar a gestão associada de serviços públicos de saneamento
básico entre o Estado do Pará e Municípios localizados em seu território;
IV. Transitoriamente, instituir órgão para a regulação dos serviços públicos de
saneamento básico.
CAPÍTULO II
DO DIREITO À SALUBRIDADE AMBIENTAL
Art. 2º. Todos têm direito à vida em ambiente salubre, cuja promoção e preservação
são deveres do Poder Público e da coletividade.
§1º. É obrigação do Poder Público promover a salubridade ambiental, especialmente
mediante políticas, ações e a provisão universal, integral e equânime dos serviços
públicos necessários.
§2º. As normas da Política Estadual de Saneamento Básico serão obrigatoriamente
observadas na definição de qualquer política, plano, programa ou projeto, público ou
privado, no território do Estado, como garantia do direito da coletividade ao acesso aos
serviços de saneamento básico com qualidade e em quantidade suficiente para
atender suas necessidades.
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS
Art 5º. São princípios fundamentais da Política Estadual de Saneamento Básico e
Esgotamento Sanitário, consideradas as particularidades locais, geográficas,
econômicas e sociais, sem prejuízo daqueles estabelecidos na Lei Federal 11.445/07,
os seguintes:
I. A universalidade, entendida como a garantia de oferta e de acesso aos serviços
de abastecimento de água e esgotamento sanitário a toda comunidade urbana,
indistintamente, mediante soluções eficazes e adequadas aos ecossistemas e às
características locais e sem prejuízo do interesse coletivo mais amplo, em
especial os relativos à saúde pública;
II. A integralidade, entendida como a garantia de oferta e prestação dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, abrangendo todas as suas fases
e componentes, com vistas à maximização dos resultados e à eficácia das ações;
III. A eqüidade, entendida como a isonomia no tratamento a todos os cidadãos
usuários dos serviços, garantindo-lhes a fruição em igual nível de qualidade, sem
qualquer tipo de discriminação social ou restrição de caráter econômico e
mediante a aplicação de instrumentos e mecanismos que promovam a inclusão e
a justiça social;
IV. A sustentabilidade, visando garantir o caráter duradouro dos benefícios das
ações, considerando os aspectos sociais, ambientais e econômicos relevantes a
elas associados;
V. A intersetorialidade, compreendendo a integração das ações dos serviços de
abastecimento de água e esgotamento sanitário entre si e com as demais políticas
públicas, em especial as de saúde, meio ambiente, recursos hídricos,
desenvolvimento urbano e rural, habitação e desenvolvimento regional;
VI. A cooperação interinstitucional entre os órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com o objetivo de elevar a eficácia
das ações, mediante a exploração plena de suas potencialidades e
complementaridades;
VII. A gestão pública dos serviços, de forma eficiente e permanente, especialmente
nas funções estatais indelegáveis de planejamento, organização, regulação,
controle e fiscalização da prestação dos serviços;
VIII. A participação e controle social, com os objetivos de facilitar o acesso às
informações, viabilizar a interferência direta, o acompanhamento, o controle e a
fiscalização da gestão dos serviços pelos cidadãos;
IX. O direito à informação, como pressuposto e condição imprescindível da
participação popular e do exercício do controle social;
X. O direito à educação ambiental para a promoção de novos comportamentos em
relação ao uso sustentável dos recursos naturais e à correta utilização dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
CAPÍTULO IV
DAS DIRETRIZES
Art. 7º. A implantação e aplicação do Marco Regulatório dos Serviços de
Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário seguirão às seguintes diretrizes:
I. Promover a universalização dos serviços de abastecimento de água, de forma
permanente e regular, com qualidade compatível com os padrões de potabilidade
e em quantidade suficiente para não comprometer a saúde pública;
II. Promover a universalização dos serviços de esgotamento sanitário, de forma a
assegurar sua disposição ambientalmente adequada, contribuindo para a melhoria
da saúde pública, a qualidade das águas subterrâneas e superficiais, observadas
as classes de enquadramento definidas para os corpos receptores e a prevenção
da poluição do solo;
III. Promover a integração dos recursos institucionais, econômico-financeiros e
administrativos disponíveis e das políticas, dos planos e programas, bem assim
das ações governamentais dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, saúde, meio ambiente, habitação, uso e ocupação do solo
e desenvolvimento regional;
IV. Assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados peloPoder
Público se dê segundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de
maximização da relação benefício/custo, bem como de desenvolvimento da
capacidade técnica, gerencial e financeira das instituições que atuam na área do
abastecimento de água e esgotamento sanitário;
V. Promover a organização, o planejamento e o desenvolvimento do setor dos
serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, visando à
permanente melhoria da qualidade e a máxima produtividade na prestação dos
serviços, considerando as especificidades locais e as demandas da população;
VI. Priorizar planos, programas e projetos que visem à ampliação dos serviços e
ações de abastecimento de água e esgotamento sanitário nas áreas ocupadas por
população de baixa renda;
VII. Utilizar o quadro epidemiológico no planejamento, implementação e avaliação da
eficácia das ações de abastecimento de água e esgotamento sanitário;
VIII. Adotar, tecnicamente, a bacia hidrográfica como unidade regional de referência
para o planejamento das ações e dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário;
IX. Assegurar a participação efetiva da sociedade na formulação das políticas, no
planejamento e controle de serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário, promovendo a institucionalização, em todos os níveis de governo, de
instâncias de participação e controle social das ações governamentais e da
prestação desses serviços;
X. Promover formas de participação do setor público e da iniciativa privada na
prestação dos serviços, de forma a viabilizar a auto-sustentação econômica e
financeira e a melhoria na eficiência dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário;
XI. Estabelecer efetivos mecanismos de controle sobre a atuação dos prestadores
dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, de maneira a
assegurar a sua adequada prestação e o pleno exercício do poder de polícia do
titular;
XII. Promover a adoção de tarifas justas e razoáveis que reflitam o custo econômico
da prestação dos serviços, visando à eficiência econômica, à eqüidade social e à
sustentabilidade financeira dos serviços e aos investimentos;
XIII. Promover o aperfeiçoamento institucional e tecnológico dos titulares e prestadores
de serviços, visando assegurar a adoção de mecanismos adequados e eficientes
ao planejamento, à implantação, ao monitoramento, à operação, à recuperação, à
manutenção e à gestão dos sistemas dos serviços de abastecimento de água e
esgotamento sanitário;
XIV. Fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a capacitação de recursos
humanos, a adoção de tecnologias apropriadas e a difusão dos conhecimentos
gerados, de interesse para o abastecimento de água e esgotamento sanitário;
XV. Reduzir o impacto ambiental da implantação e do desenvolvimento das ações,
obras e dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário e
assegurar as suas implementações, de acordo com as normas relativas à
proteção ao meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e à saúde, cabendo aos
órgãos e às entidades competentes promover o seu licenciamento e controle, bem
como a sua fiscalização;
XVI. Considerar o enquadramento dos corpos receptores e as prioridades
estabelecidas no âmbito do Sistema Nacional de Recursos Hídricos quanto à
despoluição das águas superficiais;
XVII. Promover a adoção de tecnologias alternativas seguras e ambientalmente
adequadas, notadamente no caso do esgotamento sanitário para o atendimento a
situações que apresentem dificuldades de implantação e nas áreas de
urbanização precária e de ocupação dispersa;
XVIII. Promover a conservação e o uso racional da água, especialmente com vistas à
preservação, proteção e recuperação dos mananciais, redução das perdas e
minimização dos desperdícios, especialmente por meio das seguintes ações:
a) promoção de campanhas para o combate ao desperdício de água no âmbito
dos órgãos públicos da Administração Direta e Indireta do Estado do Pará;
b) promoção de palestras educativas, semestralmente, nas escolas públicas do
ensino fundamental e do ensino médio do Estado com o objetivo de
conscientizar os alunos sobre a importância do combate ao desperdício de
água;
c) realização de campanhas periódicas de conscientização sobre o uso racional
da água no Estado do Pará.
XIX. Incentivar o reuso da água, condicionado à garantia dos requisitos de saúde
pública e à proteção ambiental pertinentes;
XX. valorizar e promover programas de educação ambiental e sanitária, com ênfase
na mobilização social, objetivando a adoção de hábitos higiênicos, da correta
utilização das instalações hidro-sanitárias e de procedimentos para evitar
desperdícios e assegurar o uso sustentável do recurso natural;
XXI. valorizar e promover programas de educação ambiental e sanitária, com ênfase
na mobilização social, objetivando a conscientização da população sobre as
alternativas para a correta destinação dos esgotos sanitários e sobre os
procedimentos para evitar a contaminação dos solos e das águas;
XXII. condicionar o adensamento e o assentamento populacional à prévia solução dos
problemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
CAPÍTULO V
DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA ESTADUAL DE SANEAMENTO BÁSICO
Art. 8º. São instrumentos da Política Estadual de Saneamento Básico:
I. Sistema Estadual de Saneamento Básico e Esgotamento Sanitário;
II. Plano Estadual de Saneamento Básico e Esgotamento Sanitário;
III. Fundo Estadual de Saneamento Básico e Esgotamento Sanitário.
Seção I
Do Sistema Estadual de Saneamento Básico e Esgotamento Sanitário
Art. 9º. Fica definido o Sistema Estadual de Saneamento como o conjunto de agentes
institucionais que, no âmbito das respectivas competências, atribuições, prerrogativas
e funções, interagem de modo articulado, integrado e cooperativo para formulação,
execução e atualização do Plano Estadual de Saneamento de acordo com os
conceitos, os princípios, os objetivos, as diretrizes e os instrumentos da Política
Estadual de Saneamento.
Art. 19º - O Conselho Estadual de Saneamento contará com Secretaria Executiva que
terá as seguintes atribuições:
I. Coordenar a elaboração periódica do Plano Estadual de Saneamento,
submetendo-o ao Conselho Estadual de Saneamento;
II. Coordenar a elaboração periódica do relatório sobre a "Situação da Salubridade
Ambiental no Estado", submetendo-o ao Conselho Estadual de Saneamento;
III. Promover a articulação com o Sistema Nacional de Saneamento, com os Estados
e Municípios;
IV. Realizar os trâmites necessários à inserção do Plano Estadual de Saneamento
nos projetos de lei do Plano Plurianual, das diretrizes orçamentárias e do
orçamento;
V. Articular a operacionalização com a instituição de crédito responsável pela gestão
financeira do Fundo Estadual de Saneamento com vista à realização do Plano
Estadual de Saneamento;
VI. Articular-se com fontes de financiamento para compor o Fundo Estadual de
Saneamento;
VII. Formular as políticas técnico-gerenciais;
VIII. Coordenar a prestação de assistência técnica aos Municípios, por órgãos e
entidades estaduais;
IX. Coordenar o desenvolvimento de Sistema Estadual de Informações em
Saneamento - SIGS;
X. Fomentar o desenvolvimento tecnológico e gerencial em Saneamento;
XI. Fomentar o desenvolvimento técnico-gerencial das entidades concessionárias e
permissionárias e dos serviços municipais de saneamento, com destaque para a
melhoria da qualidade, o aumento da produtividade e a modernização do setor; e
XII. Coordenar as demais atividades necessárias ao exercício das funções do Sistema
Estadual de Saneamento.
Parágrafo Único. O Conselho Estadual de Saneamento poderá criar câmaras técnicas
para analisar assuntos específicos, previamente definidos, tendo suas atividades
entendidas como assessoramento técnico.
Art. 21º. O Conselho Estadual de Saneamento poderá criar Câmaras Setoriais para
analisar assuntos de seu interesse, funcionando como assessoramento técnico.
Seção II
Plano Estadual de Saneamento Básico
Art. 22º O Plano Estadual de Saneamento Básico será elaborado e atualizado pela
Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA) e pela Secretaria de Estado dos
Recursos Hídricos (XXXXXX), com observância dos princípios norteadores da Política
Estadual de Saneamento Básico e indicação das fontes de custeio e mecanismos
institucionais suficientes à sua implementação, especialmente, voltada para:
I. Permitir o aproveitamento múltiplo, compulsório e racional das redes de
abastecimento de água e de esgotamento sanitário, com a equânime distribuição
dos custos de operação dessas redes entre os seus usuários;
II. Promover campanhas educativas, visando à conscientização da população para a
necessidade de fazer uso das redes de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário;
III. Viabilizar articulações intergovernamentais com os Municípios, para que esses
entes federativos, na sua missão constitucional de ordenar a ocupação do solo,
façam-na de modo que se evite a crescente impermeabilização dos solos
urbanos, de tão nocivos efeitos ambientais;
IV. Desenvolver ações sociais voltadas para o esclarecimento da população acerca
das possibilidades de proveito econômico dos esgotos domésticos in natura e
após o seu tratamento.
Art. 23º O Plano Estadual de Saneamento Básico, elaborado com base em Planos
Regionais de Saneamento, e aprovado por decreto do Chefe do Poder Executivo,
após ouvido o Conselho Estadual de Saneamento, revisto e atualizado a cada 04
(quatro) anos.
§ 1º As provisões financeiras para elaboração, implantação e revisão do Plano
Estadual de Saneamento deverão constar das leis que disponham sobre o plano
plurianual, diretrizes orçamentárias e o orçamento anual do Estado.
§ 2º O Plano Estadual de Saneamento deverá ser elaborado de forma articulada com
o Plano Estadual de Recursos Hídricos e com as políticas estaduais de saúde pública
e de meio ambiente.
Art. 24º O Plano Estadual de Saneamento Básico será inserto no Plano Plurianual
(PPA), com vistas a harmonizá-lo com os demais Planos Estaduais afetos à
preservação do meio ambiente, previstos na Constituição Estadual.
Art. 25º São metas do Plano Estadual de Saneamento Básico, a serem cumpridas em
prazos contados a partir da data da publicação desta Lei:
I. Atender com abastecimento de água tratada a 100% (cem por cento) do universo
da população urbana dos municípios concedentes em até 05 (cinco) anos.
II. Atender com esgotamento sanitário a no mínimo 40% (quarenta por cento) do
universo da população urbana dos municípios concedentes, em até 05 (cinco)
anos;
III. Atender com esgotamento sanitário a no mínimo 70% (setenta por cento) do
universo da população urbana dos municípios concedentes, em até 10 (dez) anos;
IV. Atender com esgotamento sanitário a 100% (cem por cento) do universo da
população urbana dos municípios concedentes, em até 15 (quinze) anos.
§ 1º O Plano Estadual de Saneamento incluirá programa permanente destinado a
promover o desenvolvimento institucional dos serviços públicos de saneamento para o
alcance de níveis crescentes de desenvolvimento técnico, gerencial, econômico e
financeiro e melhor aproveitamento das instalações existentes.
§ 2º Nas regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, o Plano
Estadual de Saneamento e Planos Regionais de Saneamento deverão considerar o
desenvolvimento, a organização e a execução de ações, serviços e obras de interesse
comum para o saneamento ambiental.
Art. 26º Além das indicações do art. 22º desta Lei, o Plano Estadual de Saneamento
Básico apresentará o seguinte conteúdo mínimo:
I. Diagnóstico da situação atual dos sistemas de abastecimento de água e
esgotamento sanitário, bem como da prestação de tais serviços públicos,
acompanhado de propostas para ampliação e melhorias operacionais desses
sistemas, incluindo o reuso de águas, bem como de indicativos sobre a
necessidade e a quantificação dos investimentos; a relação custo-benefício; o
estabelecimento do cronograma físico-financeiro de sua execução e desembolso;
e os critérios e parâmetros de avaliação e controle, dentro do prazo de até 180
(cento e oitenta) dias;
II. Marco Regulatório, formado pelo conjunto das normas e atos jurídicos
necessários para a disciplina, implementação e desenvolvimento do Plano
Estadual de Saneamento Básico, bem como dos projetos relativos à atualização
destes e de todos os atos fundamentais, constitutivos, normativos e obrigacionais
pertinentes, no prazo de até 360 (trezentos e sessenta) dias;
III. Sistema de informações e controles, constituído por um banco de dados que
armazenará e processará informações gerais do saneamento básico e específicas
do esgotamento sanitário e de reuso de águas no Estado, no prazo de 360
(trezentos e sessenta) dias.
Parágrafo único. Os prazos de que trata este artigo poderão ser prorrogados, em
virtude da superveniência de caso fortuito ou de força maior, devidamente justificados.
Seção III
Fundo Estadual de Saneamento Básico
Art. 28º. Fundo Estadual de Saneamento é o instrumento institucional de caráter
financeiro destinado a reunir e canalizar recursos financeiros para a execução dos
programas do Plano Estadual de Saneamento.
Art. 29º. Fica criado o Fundo Estadual de Saneamento Básico, com o objetivo de
assegurar meios financeiros para aplicação exclusiva nas ações relativas ao
abastecimento de água, esgotamento sanitário e reuso das águas, com prioridade
para aquelas constantes do Plano Estadual de Saneamento Básico.
§ 1º. Os recursos financeiros integrantes do Fundo Estadual de Saneamento Básico
constarão dos respectivos orçamentos de cada exercício e serão depositados em
conta específica, aberta em banco oficial e movimentada conjuntamente pela
Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças e o Conselho Estadual de
Saneamento.
§ 2º. O Fundo Estadual de Saneamento reger-se-á pelas normas estabelecidas em lei
específica que deverá conter, no mínimo:
I. Fontes e percentuais de recursos;
II. Critérios de acesso aos recursos do Fundo Estadual de Saneamento, mediante as
avaliações das demandas;
III. Critérios para prestação de contas, compreendendo a avaliação e fiscalização de
obras;
IV. Critérios para aplicação dos recursos;
V. Previsões de recursos para situações de emergência;
VI. Critérios de avaliações dos retornos financeiros e sócio-ambientais dos recursos
investidos (aferição dos resultados).
Art. 31º. Os recursos mencionados no artigo 30º desta Lei serão creditados no Fundo
Estadual de Saneamento da seguinte forma:
I. Os provenientes do Estado, referidos no artigo 30º, I, a partir de 30 (trinta) dias
contados da data de publicação desta Lei;
II. Os provenientes da COSANPA, referidos no art. 30º, II, a partir de 30 (trinta) dias
contados da data da publicação desta Lei;
III. Os provenientes dos Municípios, referidos no parágrafo único do art. 30º, serão
viabilizados mediante novos contratos de concessão ou aditivos aos vigentes
pactos, com definição de prazo específico para que sejam creditados.
Art. 34º. A supervisão do Fundo Estadual de Saneamento será feita por membros
indicados entre os componentes do Conselho Estadual de Saneamento.
Parágrafo único. O Fundo Estadual de Saneamento será administrado, quanto aos
aspectos de gestão financeira, por instituição financeira do Estado.
CAPÍTULO VI
DO SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO DO SANEAMENTO BÁSICO
Art. 36º. Para condução da Política Estadual de Saneamento Básico, fica instituído o
Sistema Integrado de Gestão do Saneamento Básico, com a seguinte estrutura
organizacional:
I. I – a Secretaria de Estado de Recursos Hídricos, como órgão supervisor,
competindo-lhe o acompanhamento e apoio necessários à implementação,
desenvolvimento e manutenção da Política de que trata o caput deste artigo;
II. A Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), como entidade executora
imediata, competindo-lhe realizar os atos operacionais imprescindíveis aos
estudos, projetos, implantações, ampliações, melhorias, operação e manutenção
dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como à
gestão auto-sustentável dos respectivos serviços públicos, na forma desta Lei e
das Concessões Municipais, aplicando-os, no que couber, ao reuso de águas;
III. Os Municípios concedentes, como entes reguladores mediatos, no que se refere à
adoção de medidas de sua competência administrativa para o atendimento dos
objetivos da Política Estadual de Saneamento Básico, bem como órgãos ou
entidades governamentais que apresentem compromisso institucional com o meio
ambiente ou saneamento básico;
IV. Assembléia Legislativa;
V. Entidades não governamentais, como colaboradores, desde que sua área de
atuação tenha correlação com as matérias de meio ambiente ou saneamento
básico.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 37º. Ficam vedadas quaisquer modalidades de negócios jurídicos que venham a
implicar a perda do controle acionário do Estado sobre a Companhia de Saneamento
do Pará (COSANPA), Entidade Executora do Plano Estadual de Saneamento Básico.
Art. 38º. A estrutura tarifária aplicada na cobrança pela prestação dos serviços
objetivados por esta Lei integra a base do equilíbrio econômico-financeiro da
respectiva Entidade Executora, que deverá ser preservado, mediante a prática de
tarifas realistas e permanentemente atualizadas.
Art. 39º. As ações institucionais constantes do Plano Estadual de Saneamento
Básico, a cargo da Entidade Executora, nos termos do inciso II, do art. 36º, desta Lei,
serão exercidas diretamente ou contratadas mediante processo licitatório, na forma da
legislação vigente.
Art. 40º. No exercício da sua competência, a Entidade Executora do Plano Estadual de
Saneamento Básico, visando à adoção da forma mais adequada e eficaz para
obtenção das melhores condições de aporte de recursos financeiros e de transferência
de tecnologia necessária ao alcance das metas gerais do referido Plano, poderá
constituir, estimular a constituição ou integrar sociedade de propósito específico, bem
como constituir Fundo de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC, à semelhança
do que trata a Lei Federal n.º 10.735, de 11 de setembro de 2003, observadas, em
cada situação, justificativas formuladas mediante a adoção dos princípios
participativos indicados nesta Lei e nas concessões outorgadas, sem prejuízo do
cumprimento da legislação pertinente.
Art. 41º. Constituem recursos financeiros, para a realização das ações preliminares e
das que se fizerem necessárias ao pleno atendimento das metas gerais do Plano
Estadual de Saneamento Básico, os que forem consignados no Fundo Estadual de
Saneamento Básico, sem prejuízo de outros decorrentes de Programas ou
Financiamentos Específicos.
Art. 42º. Os órgãos e entidades estaduais participantes do Sistema Estadual de
Saneamento deverão ser reorganizados para atender as disposições desta Lei,
devendo o Poder Executivo propor os projetos de lei ou expedir os decretos
necessários, em até 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua publicação.
Art. 43º. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.