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Ento, h no s enchentes de rios, como grandes inundaes dos campos; nessas ocasies,
uma imensa multido de peixes, que saem da agua para pr ovas, deixam-se apanhar sem
muito trabalho entre as ervas, e compensam por algum tempo o dano causado pela fome que
trouxera a subverso dos rios. Assim, ste tempo esperado com avidez, como alvio da
passada carestia: a isto chamam os lndios pircema, isto , a saida dos peixes; por quanto,
duas vezes cada ano, quasi sempre em Setembro e Dezembro e algumas vezes mais
frequentemente, deixam os rios e se metem pelas ervas em pouca gua para desovar; mas no
estio, como maior a inundao dos campos, saem em mais consideraveis cardumes e so
apanhados em pequenas redes e at mesmo com as mos, sem aprsto algum (03).
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(03) Piracema ou pirac, mono em que saem os peixes, conforme definio de B. Caetano
(Vocabulario da Conquista, nos An. Da Bibl. Nacional, VII), De pir-peixe e c- sair ou cema-
saindo. - Observao de Oliverio Mario: Propriamente no ha o que retificar na descrio de
Anchieta; apenas no se poder dizer com inteira propriedade que os peixes saem dagua
para prem ovos, seno que sobem o curso dos rios, procura das cabeceiras, de aguas mais
rasas e remanosas, em que de fato se metem pelas ervas em pouca agua para desovar, ao
abrigo relativo das causas naturais de destruio. - V. Agenor Couto de Magalhes
(Monografia brasileira de peixes fluviais, S. Paulo, 1931, p. 66).
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