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O Abolicionismo
o A Importância da Imprensa no Movimento Abolicionista
o A Atuação dos Abolocionistas
o A Abolição Gradativa
Depois da Abolição
A Lei Áurea
O Abolicionismo
Mas as dificuldades não puderam impedir, que a partir de 1870, a campanha abolicionista
tomasse conta de setores urbanos que defendiam a extinção da escravidão no Brasil e o fim da
Guerra do Paraguai, que contou com a intensa participação de escravos nas fileiras do
Exército, ajudou a reforçar o abolicionismo.
Nabuco era Deputado do Partido Liberal, eleito em 1878 por Pernambuco. De formação
conservadora, filho de uma das mais tradicionais famílias do país, ligada à economia
açucareira nordestina e à política imperial, o monarquista Nabuco, apresentou em 1880,
minucioso projeto de lei propondo a abolição da escravatura em 1890 e a indenização de seus
proprietários O projeto se chocava com a proposta dos militantes radicais, que queriam a
abolição imediata e sem indenização.
Em virtude deste fato, Nabuco não conseguiu reeleger-se em 1881 e então viajou para
Londres, como correspondente do Jornal do Commércio. Em Londres escreveu uma das mais
densas e belas obras de combate publicadas em português: O Abolicionismo, onde ele, livre
das manobras políticas da Corte, defendeua abolição imediata e sem indenização, mas
legalista.
Joaquim Nabuco, que voltou ao Brasil, em 1884 e foi reeleito, junto com Jerônimo Sodré e
outros parlamentares, discursavam constantemente tentando mostrar a inviabilidade da
preservação da escravidão. Mas como continuou monarquista e legalista encontrou
resistência na ala mais radical do movimento. À medida que o escravismo agonizava e
aumentava a campanha abolicionista, intensificava-se a resistência. A formação de quilombos
representava um avanço na luta dos cativos contra os senhores.
A tom satírico das charges também serviam como arma para os propagandistas,
destacando-se neste sentido as gravuras de Ângelo Agostini, um imigrante italiano radicado
no Rio de Janeiro que usava suas charges, publicadas na Revista Ilustrada para desmoralizar
os defensores da escravidão.
Em janeiro de 1880 ocorreu no Rio de Janeiro uma reação popular contra uma taxa criada
pelo Governo, que incidia sobre o transporte urbano que foi repassado ao usuário, esta
reação ficou conhecida coma Revolta do Vintém e teve como conseqüência a destruição de
bondes no centro da cidade e uma repressão policial que resultou em mortos e feridos. Com
esta revolta, as discussões políticas restritas ao Parlamento ganharam as ruas, tornando-se
um reflexo da insatisfação da população em geral. A revolta teve o apoio de José do
Patrocínio, o "Tigre do Abolicionismo" e outros líderes como Lopes Trovão e Ferreira de
Menezes, todos jornalistas expressivos.
A Abolição Gradativas
Na prática a lei seria burlada desde o início, com a alteração da data de nascimento de
inúmeros escravos. Muitos proprietários arrancavam os filhos recém-nascidos de suas mães e
os mandavam para instituições de caridade, onde as crianças eram vendidas por enfermeiras
que faziam parte do esquema armado para burlar a Lei Rio Branco.
No mês seguinte, já não foi mais possível retardar o processo abolicionista, agora liderado
pela própria Princesa Isabel, que em 13 de maio de 1888 aboliu definitivamente a escravidão
no Brasil, assinando a Lei Áurea. Depois que a Regente assinou a Lei, Cotegipe estava entre
os que forma cumprimentá-la e lhe teria dito que ela acabava de redimir uma raça, mas
acabava de perder o trono.
Depois da assinatura da Lei Áurea foi criada uma mitificação que contribuiu para que os
atores anônimos fossem ignorados. As manifestações de júbilo pela aprovação da abolição
aconteceram em vários locais do país, no Rio de Janeiro, uma multidão aglomerou-se no Paço
Imperial e seu arredores, comemorando a assinatura da Lei pela Princesa Isabel.
Depois da Abolição, os negros libertos , quase 800 mil, foram jogados na mais terrível
miséria. O Brasil Imperial e logo a seguir o jovem Brasil Republicano, negaram-lhes a posse
da qualquer pedaço de terra para viver ou cultivar, de escolas, de assistência social, de
hospitais. Aos libertos só foram dadas: a discriminação e a repressão.
Grande parte dos libertos depois de perambular por estradas e baldios, dirigiu-se às
grandes cidades: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, onde foram erguidos os bairros
africanos, origem das favelas atuais. Trocaram senzala pelos casebres. Apesar da
impossibilidade de plantar, acharam ali um meio social menos hostil, mesmo que ainda
miserável.
O Império brasileiro não pagou indenização alguma aos senhores de escravos, mas pagou
um preço por isto. Teria sido para evitar que qualquer indenização fosse cobrada pelos
escravocratas que Rui Barbosa, Ministro das Finanças do primeiro Governo republicano,
assinou o despacho de 14 de dezembro de 1890, determinando que todos os livros e
documentos referentes à escravidão existentes no Ministério das Finanças fossem recolhidos e
queimados na sala das caldeiras de Alfândega do Rio de Janeiro. Em 1891, Rui Barbosa
deixou de ser Ministro, mas a destruição dos documentos prosseguiu.
O Rio de Janeiro, capital do Império, exerceu o papel de pólo de atração para muitos
libertos. Mas seu mercado de trabalho era insipiente e não possuía condições de absorver essa
mão-de-obra, causando o surgimento de grande contingente de desempregados e
subempregados, proliferando grupos que vagavam pelas ruas vivendo de forma considerada
escusa, como por exemplo os capoeiras, que não tinham condições de viver plenamente a
situação de cidadania.