Comigo me desavim Comigo me desavim, Sou posto em todo perigo No posso viver comigo Nem posso fugir de mim. Com dor da gente fugia Antes que esta assi crecesse; Agora j fugiria De mim se de mim pudesse. Que meo espero ou que fim Do vo trabalho que sigo? Pois que trago a mim comigo Tamanho imigo de mim? Esparsa aos tempos No vejo o rosto a ningum cuidais que so, e no so homens que no vo, nem vm, parece que avante vo entre o doente e o so mente cadhora a espia no meio do claro dia, andais entre lobo e co. Soneto Amor que no far? Fez-me enjeitar To levemente a mim por quem me enjeita, Castelos de esperanas e suspeita Faz, e no sei que faz, tudo no ar. Fez-me pedras colher, fez-mas lanar, Aperta-se a alma triste em si encolheita, fora, que far? E lei estreita? Queira ou no queira, enfim h-de passar. To cego e tanto era eu, que da vontade Tudo fiei? Que tudo travs guia, To grande imiga minha e da verdade? Que al podia esperar de uma tal guia? Ca onde hora jao, crueldade! No sei quando de noite, ou quando de dia.