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insignificante e pobre de conteido, mas determinante na criagdo das condisbes objetivas atuais de formagaio de ‘uma cultura de massa mundial ede globalizagao do eapi- tal, como veremos adiante. A globalizagao s6 se tornou Possivel gracas exatamente a um sistema global, altamen- te integrado pelas telecomunicagées instantineas. Desse modo, a evidente utilizagao elitista e tecnocritica da informagao e das novas tecnologias a ela relacionadas impoe o desafio de perceber as potencialidades contradi- torias e libertadoras da revolugao informacional, bem como as condigdes ¢ as estratégias de luta pela demo- ratizagio da informagio no contexto de uma sociedade cada vez mais globalizada, o que supoe também demo- statizar a politica de comunicagao, como a concessio de canais de radio e de TV. 2. Globalizagao e exclusdo social A palavra globalizagao est’ na moda. No entanto, diferentemente da moda passageira, ela parece ter vindo Para ficar. Embora seu significado ainda nao conste da maioria dos dicionsrios, tem sido usada para expressar uma gama de fatores econdmicos, sociais, politicos ¢ culturais que expressam o espirito e a etapa de desen- volvimento do capitalismo em que o mundo se encon- tra atualmente. Trata-se, portanto, de palavra de dificil conceituagao, em razio da amplitude ¢ da complexi- dade da realidade que tenta defini Por isso, nao é pos- sivel discorrer aqui, extensa e profundamente, sobre toda a problemética envolvida; exporemos entdo os aspectos mais geraise significativos do tema. O quadro a seguir traz alguns elementos bésicos que nos auxilia- Fo nessa compreensao, CAO do modo de produgtio : ipal meio de ; rey eed ee século XV ao . Se ae nore os ar TOSS copital i ‘raba~ italist, de valor produido pelo ra para clon dl fare aaa & subsisténcia (mais-valia); ae eee de trabalho & comprada Sa a to rok wo na prod em | mercado (controle do trabalho}; avaacil “© mediacdo universal das trocas pelo uso do di boys ae ‘ controle, por parte do capitelista, do processo de produco: decisdes financeiras; a . concréncia en copii be pr marco), cond o cpl BO a eo copilamotorerse creo ¢ organiza te dinamico; . eee de capital nas grandes empresas (mono~ polios, cariéis € ‘conglomerados /corporacées). ‘AO DO CAPITALISMO ; pee a. dos contradigées internas do en pee om = * _ paler ¥ ro . As diferengas any Conch se, ido, no grau em que or eyo et soca, Grosso mee, pre ere ) Capitalismo concorrencial — século XVIII @ inicio do século XIX * etapa chamada também de Primeira Revolucdo Industral, fase in- dustrial, capitalismo competitive, fase do capital mercantil; * surge com as méquinas movidas a energia (a vapor e, depois, elé- trica) e promove rapido crescimento, que se faz ce pro- aresso Kéenico; ® Nasce a economia politica (com A. Smith e D. Ricardo) e a ideologia do laissez-faire (concorréncia generalizada com a ‘eliminagto do Estado 17a requlastio e no controle do mercado, do trabalho e do comércio); * divisdo do trabalho coordenada ou orientada pelos !mercados em que as mercadorias sd vendidas {importacéio/exportaléo), 4) Capitalismo monopolista — século XIX e inicio do século XX * etapa chamada também de imperialismo, capitalismo dos mono- pélios, Segunda Revolucéo Industrial, dades econémicas e sua regulacdo; * consolidacéio dos Estados nacionais; * ctiago de mecanismos de absoretio do excedente para manutengao do crescimento; inicio da negociagdo coletiva; * productio/consumo de massas (fordismo) e elevadas despesas estatais; . seria da maquinaria no processo de trabalho/desqualificagéie do trabalho; * producto mais socializada e concentracdo do. capital; * trabahador coletive/irabalho parcelar e integrado; * substtvigao da concorréncia entre capitais industiais pelos mono Pélios (aumento do lucro das ‘empresas monopolistas); ® sistema de crédito orientando a diviséo social do trabalho. © juro 60 forma predominante de apropriagéo da ‘mais-valia, sendo a com- ensasdo para quem detém capital; * fascismo e nazismo resultam em parte da tendéncia do capitalismo ‘monopolista/estatismo conservador. Esses regimes organizam a vida 72 * abandona o laissez faire, com a conseqiiente intervencdo nas ativi- de maneira eee com 0 ‘ov da classe |. $60 regimes militares, jtalismo monopolista de Estado — século XX (pés-Segunda Mundial) , chamada também de Estodo bersior, Estado benefcério, de eer capitalismo de Estado, neoliberalismo papel do Estado artculado ao sistema de crédito e cos mercads, 6 coordenacéo da diviséo social do trabalho; i sjamento macroeconémico (economia planificada) e politicas distri de renda e pleno emprego; maior socializacéo das forgas produtivas; + Estado empresério, regulador & ii $ "© produsio de bens e servicos pelo setor poblico; j . Pook, intervém em favor dos monopélios |fuséo: Estado-capital monopolista). d) Capitalismo concorrencial global — es bem de pés-capitalismo, ada a reopiialismo, ene flexivel, neoliberalismo de mercado, , ie ee e economia de mercado; desregulamentacio e pri- tiza¢60; Scant exivel do capital, da produgdo, de trabalho ‘e do mer século XX (inicio do déca~ ‘economia de merca~ Terceira Revolu= « sistema financeiro auténomo dos Estados nacionais; cientificas aceleradas; ‘* mudangas técni + ordem econémica determinada pelas corporacées mundiais, pelas | Tronsnacionais, pelos insfvcBes financelras inlernacionois e pelos pa 7 ses centrais; F * globaliza;io/integrasio da produsBe, do capital, dos mercados © | do trabalho. 2B Acelerasio, integracio ¢ reestruturagio capitalista O capitalismo langou-se, no final do século XX, em uum acelerado processo de reestruturagdo e integra¢ao ‘econémica, que compreende 0 progresso técnico-cien- tifico em areas como telecomunicagdes e informatica, a Privatizagao de amplos setores de bens e servigos pro- duzidos pelo Estado, a busca de eficiéncia e de competi- tividade e a desregulamentagao do comércio entre paises, com a destruicao das fronteiras nacionais ea procura pela completa liberdade de trinsito para as pessoas, merca- dorias e capitais, em uma espécie de mercado universal. Esse processo de aceleracao, integragao e reeptruturagao ca- Pitalista vem sendo chamado de globalizacao, ou melhor, de mundializagao. Dito de outro modo, a globalizacio ode ser entendida como uma estratégia de enfrenta- mento da crise do capitalismo e de constituigao de uma nova ordem econdmica mundial, Nao € possivel precisar a data em que surgiu a globa- lizagdo. Na verdade, 0 modo de produgao capitalista sem- pte experimentou ciclos de internacionalizagio e de mun- dializasao do capital. Entretanto, os tragos, os aspectos © as caracteristicas principais dessa etapa do capitalismo sto bastante diferenciados e tornaram-se mais visiveis, 4 partir de 1980, com o discurso e o projeto neoliberal, que criaram as condigdes para o impulso e a efetiva, io da globalizacao. A globalizagao ¢ visivel, por exemplo, no processo de entrelagamento da economia mundial, por meio de met- cados comuns ou blocos econdmicos, como a Unitio Eu- ropéia (UE), 0 Acordo de Livre-Comércio da América do Notte (Nafta), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), entre outros, ¢ na deflagracao da abertura econdmica e competigio internacional em relacao a diferentes elemen- tos atuais da cadeia de produgao e de consumo: capital de investimento, matéria-prima, mao-de-obra qualifi- cada, tecnologia, informaco e mercado sofisticado, Tais elementos estio cada vez. mais globalizados. izagio press oe pot a ne jidade econdmiea baseada no mercado a petitivo e auto-reguldvel, Essa racionalidade ee excl a regulagdo do mercado pelo Estado jé que de que aquele tende a se equilibrar € ie eho eat razao da lei natural da oferta e da procura. Com 0 vo de adotar essa racionalidade, os pss tercero, ists devem, portanto,promover uma completa mentag ox desmonte dos mecanismos de pro eho ¢ de seguranca da economia aero em confor- receituario neoliberal. a Su competi mst om pate pl lo izacio no significa, no entanto, que esteja em curso de desestruturagio, desorganizagao e incoe- 6 do capitalismo; ao contra caitaliamo cx se tornando cada vez mais gonsa- do através da dispersio, da mobilidade geogrifica respostasflexiveis nos mercados de trabalho, nos proces- s0s de trabalho e nos mercados de consumo, tudo a ppanhado por pesadas doses de inovagao tecnolégica, de produto e institucional (Harvey, 1992, p. 150-151). ito poltico-insitucional, como veremos adian~ te, Bp goals do poder por meio da awe de um Estado global que tem por finalidade consol a sustentar a nova ordem econdmica ¢ politica mund ‘Todavia, a globalizagio € mais fortemente sentida € percebida em manifestagaes como: a) produtos, capitais e tecnologias sem identidade na- cionals 0, et ‘p) automagao, informatizagao e terceirizagio da producto; c) implementagao de programas de qualidade total e ie produtividade (processos de reengenharia em vista de ‘maior racionalidade econémica); 4) demissoes, desemprego, subempreyo; ©) recessio, desemprego estrutural, exclusio ¢ crise social £) diminuigdo dos salrios, diminuigdo do poder sindical; climinagao de direitos trabalhistas e flexibilizagio dos contratos de trabalho; 8) desqualificasio do Estado (como promotor do desen- volvimento econdmico e social) ¢ minimizagao das poli- ticas puiblicas. Globalizacao dos mercados: inclusio:ou exclusao? Embora o termo globalizagao possa sugerir a idia de inclusdo de todos os paises, regides e pessoas que se ade- quarem aos novos padtrdes de desenvolvimento capitalis- ta, o que se percebe, de modo geral, é a lbgica de exclusio da maioria (pessoas, paises e regides), que ocorre porque essa etapa do capitalismo ¢ orientada pela ideologia do mercado livre. Rompendo fronteiras e enfraquecendo governos, faz com que os mercados se unifiquem ¢ se dispersem, a0 mesmo tempo em que impde a légica da exclusio, observada no mundo da produgio, do comér- cio, do consumo, da cultura, do trabalho e das finangas, A marca mais distintiva dessa transformagao do capi- talismo, no final do século XX e inicio do século XXI, é a chamada acumulagio flexivel do capital, que ocorre em um sistema integrado. Fla se caracteriza pela flexibilizacao. dos processos de trabalho e dos mercados de produtos e de consumo, inaugurando novo modo de acumulacao, Evidencia-se, nesse processo, a dispersio da producio ¢ do trabalho, ao mesmo tempo em que tem lugar a desre- gulamentagao e a monopolizacio da producdo — ou seja, esta se dé em uma pluralidade de lugares, mas com controle unico (Harvey, 1992). Esse processo ocorte, em grande parte, gracas atua- sao das corporagdes mundiais ou transnacionais, como Mitsubishi, Mitsui, General Motors, Ford, Volkswagen, Shell ¢ outras, que atuam, praticamente, en in .. Os funcionarios, os prédios, a miqui ros dessas empresas esto, na maior parte s, em unidades fora do pats de origent, assim 6 faturamento que auferer. Hsu dspersio goo gu da produgfo,no entanto, no tem impedido o de trabalhadores qualificados para os palses ou desenvo¥idos no8 quai em geral, se encon- mundiais. ae recraiesprocuram no mundo spd go- fica) as condigdes para investimento na producto & a jalizagao de mercadorias (busca de mercados), razao do aumento da compettvidade edo estreits- nto da margem de cro, O resultado dessas transe- de operagdes ¢ a perda de identidade nacional das ria, do capital e das teenologas, com a conse- nte criagdo de um sistema de produgao global qu iversaliza necessidades, gostos, habitos, desejos ¢ praze~ ‘Assim, o mundo transforma-se cada vez mais em uma ica ¢em um shopping centr global (Rattner, 1995). © Como caracteristicas da produgao global flexivel, per ‘xbe-seentre outras a aceleragao do ritmo da inovagao do produto; a exploragio dos mercados sofistcados ¢ de ena escala — produgio de pequenas quantidadess 4 introducio de novas teenologias e de novas formas ‘organizacionais; 0 aumento do poder corporativos as fasdes corporativas a accleragdo do tempo de giro da producao ea reducdo do tempo de gio no consumo = diminuigao do tempo de uso do produto por cass Je sua menor duabilidade; a criagdo de novas necessida- des ce consumo por meio da propaganda 0 comme individualizado e adequado as exigencias do cliente or fei idade global da produgao, ocasionada pela reyolugdo tecnoldgicae pea globalizagao econdmica também alcanga 0 mercado de trabalho, © trabalho des formaliza-se, dispersa-se, espalha-se, dessindicaliza-se, diversifica-se e torna-se cada vez mais escasso, apesar de seu cardter ainda altamente nacional, criando uma ten- sto basica no novo processo produtivo: de um lado, as demandas por elevagio da qualificagio do trabalhador, em razao da organizagao mais horizontal do trabalho, das miiltiplas tarefas, da necessidade de treinamento e de aprendizagem permanente, da énfase na co-responsabi- lidade do trabalhador; de outro, a criagao de regimes e de contratos mais flexiveis (redugao do emprego regular, trabalho em tempo parcial, temporirio ou subcontrata- do, partilha do trabalho), o estabelecimento de politica salarial flexivel, o crescimento da economia informal (no- vas estratégias de sobrevivéncia), o aumettto de emprego no setor de servigos e de atividades aurténomas, o retro- cesso do poder sindical, o desemprego estrutural e/ow tecnolégico, entre outros (Altvater, 1995). Portanto, essa etapa do capitalismo, especialmente no tocante a flexi- bilizagao e a desregulamentagdo do trabalho, consegue acitrar duas contradigdes bésicas: educagao-exploragio ‘no novo processo produtivo e inclustio~exclusao social no Processo de globalizagdo. Essas contradigées do contexto atual nao deixam antever sua sintese, ou melhor, sua reso- lugio no interior do capitalismo. ssa situacdo do mercado de trabalho, portanto, é ex- tremamente complexa, especialmente porque jé ¢ forte sua dependéncia do movimento do mercado mundial. Segundo Altvater (1995, p. 70), as tendéncias em curso apontam um retrocesso da l6gica do trabalho em favor da légica do mercado; nesta légica, "sto experimentadas adequagies das formas de emiprego, dos periodos e hordrios de trabalho, da organizagto do trabalho e do sistema e nivel de salérios as restrides exterioves da concorréncia interna- cional". A globalizagao da producio passa a redefinir a sgeografia do mercado de trabalho mundial. As corpora- ‘es mundiais buscam lugares, condigdes de producto € de consumo que sejam favoraveis as elevadas taxas de lucto, especialmente mao-de-obra qualificada e barata, shyt aetzabalho do Estado para as relaghes a do movimento sinclicah a manifestagdes do processo de ies ‘as transformagoes econdmicas associadas a revo- tecnologica, levam a crer que o homem parece estar ado. acabarem grande parte com o trabalho ‘e assalariado. Por isso, ja se apresenta 0 penta le snsar uma sociedade em que nao prevalecet eu for- rela cada vez 30 de trabalho, ou melhor, em que ser 2 fs crescente a ampliacio da produtividade, 0 despa sto do trabalho assalariado (sobretudo na indiis- ‘ena agricultura) e a demanda por qualificagio nova levada. As quest6es que se impdem, entio, faver com as pessoas estruturalmente desempregadas humanas exclufdas e descartiveis para 0 s oe ‘de produgio)? Como redistribuir renda nacional ‘um tempo-espago em que se apregoa ¢ se impOe @ imizagao do Estado (como instrumento de equali- ), a perda de substancia real das peace : i “at lis do mercado (como instrumento untfic Be ccistr da sociedad global competi) €a ob lo com o sa ym © crescimento econdmico acort la hed ces de acumulagao do capital? Eis algo que inte- essa a todos e deve ser debatido pelo conjunto da socie~ dade ‘almente, pelos governos. Z jbalagi do ssn nance Coste ds ma «cas tipicas do processo de globalizagio da jeconamie a insao dos fluxos financei se express na crescent expanso ds fuxos finance in .cionais, isto &, na livre circulagao, ¢ pi I, sonra ples chamados emergents, erificos ou em desenvolvimento. Grandes somas de recursos ee asse dos ban- istentes no mundo enicontram-se em Posse : .. das corporagoes, das organizagoes ¢ Smee f i se tornal = imternacionais, 0s quais, por sua ve7, s Ce mais livres para realizar transagdes no mer ado. financeiro internacional, a fim de buscar formas de apli- ‘goes lucrativas em paises que se abrem ao capital exter- no. Isso acontece porque 0 capital financeiro percorre virtualmente o mundo por meio dos computadores, pro- curando as melhores condigdes geopoliticas para stia reprodugao, ou melhor, para a geracio de altas taxas de lucro, como também para se resguardar de desequilibrios econdmicos e fugir dos impostos. A globalizagao financeira tem ocorrido, em grande Parte, gragas a0 empreendimento dos donos do capital ara tornar o sistema financeiro auténomo dos Estados nacionais,evidentemente com a ajuda go programa do neoliberalismo de mercado, Tal empreendimento mate- rializa-se atualmente na abertura econdmica, com a desre- gulamentacdo, a ndo-intermediagao e 0 desbloqueio (fim «das restrigdes legais), os quais permitem ao capital finan. ceiro cruzar as fronteiras e circular livre e desimpedido, A autonomizagao da esfera financeita facilita a circu- lagdo do capital apatrida (dinheiro sem Estado). Trata-se de dinheito gerando dinheiro sem passar pelos proces- sos de producao de mercadorias e de comercializagio das ‘mercadorias produzidas, de uma lucratividade financeira advinda puramente da compra e da venda de papéis. Nesse sentido, Assmann (1993) afirma que é absurdo o predominio do capital financeiro especulativo sobre o rodutivo (que é de apenas 7% a 9% do capital total); ha das em que apenas 5% dos bilhoes de délares que mu- dam de titularidade nas quatro maiores bolsas do mun- do tém que ver diretamente com a circulagdo de bens e de servigos, A mobilidade do capital deixa os governos fragilizados © gera grande instabilidade nas economias dos paises emergentes. As economias nacionais tornam-se cada ver mais dependentes dos movimentos financeiros interna- cionais, o que pode ser percebido nas politicas moneti. jas € cambiais adotadas e impostas & populacao em 0 ajuste CO da nett an ‘econdmica esta, portanto, associada, ; aspects uta por alocago de recursos interns, Iutaesa que tem atraido mao dinhero volt ‘especulativo) do que o capital para investimen tal produtivo). Em geral, o capital financeiro especu- Se “atria, traz permanente tensdo as economias: p ios paises emergentes, que se tornam reféns tipo de capital. zacao do poder: o Estado global ¢ a nova em economica mundial "A globalizagao também ocorre no ambito ee poder. i te, jd é possfvel perceber com maior clareza os njos e a configura¢ao da nova ordem Sane solitica mundial. Tal configuragao deve-se, sobretudo, ac wanco do neoliberalismo de mercado, & queda do socia- no real, no final da década de 80, ao desmonte da or- econdmica constituida pelos Estados scious 4 ir da Segunda Guerra Mundial, € 8 sbalizato % sistema de mercado, mediante a globalizagao do cap! Ee ‘A abertura econdmica ¢ a crescente limita des | Poderes dos Estados nacionais tem como extensto a liagao da autonomia do mercado mundial a inter- Si endinca econdmica ¢ 0 aumento do poder fate nacional. © poder decisério do aml emcee \do e desarticulado, como tone primero roment; a conti, cada ea Fee ee poder dan eines neler cons ‘entra-se, crescentemente, nas forgas gsaeestbiein ao tn conbinagto como Béado. deiner oe lade dseolment, nding es turacdes econdmicas e os ajustes politico-financeiros. De outro lado, o poder de decisio ocorre nas instinn= cias mundiais de concentragao do poder econdmico, po- Iitico e militar, como a Organizagao das Nagdes Unidas (ONU), 0 grupo dos sete paises mais ricos ou poderosos (G-7), a Organizagao do Tratado do Atlantico Norte (Otan),o Fundo Monetario Internacional (FMI), 0 Banco Mundial (Bird), o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), a Organizagao de Cooperagio e Desenvolvimento Econdmico (OCDE) ¢ a Organizacdo Mundial do Co- mércio (OMC). Além dessas instancias, € preciso consi- derar, ainda, 0 papel socioideolégico desempenhado por outras organizagdes mundiais, como a Qeganizagao da ONU para a Educagao, Ciencia e Cultura (Unesco), a Organizagao Mundial de Satide (OMS), a Organizacio Internacional do Trabalho (OIT), bem como as organiza- ‘goes niio-governamentais (ONGs). Ha, em geral, perfeita simbiose entre os interesses das corporagdes transna- cionais e a tomada de deciséo nas instancias superiores de concentragio do poder mundial, sobretudo naquelas, que tratam dos assuntos econdmicos e militares. AAs corporagdes transnacionais ¢ as instancias supe- riores de concentragio de poder sio cada vez mais cons- tituintes, ordenadoras e controladoras da nova ordem mundial, Com poder de deliberacao, em mbito mun- dial, no campo econdmico, politico e militar, impdem ¢ monitoram as politicas de ajustes do projeto sociopolitico- econdmico do neoliberalismo de mercado, ou melhor, dos interesses da burguesia mundial, s paises ricos ou primeiro-mundistas desempe- ham papel ativo na criagao e na sustentagio dessa so- ciedade politica global, com especial destaque para a posicéo determinante do grupo dos sete paises mais ricos ou poderosos do mundo (G-7: Estados Unidos, Canada, Japao, Alemanha, Inglaterra, Franca e Itélia) nas instan-

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