Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE INTERPRETAÇÃO
setembro 9, 2008 por direitoclodovil
Interpretação
“Os chamados métodos de interpretação são, na verdade, regras técnicas que visam á
obtenção de um resultado. Com elas procuram-se orientações para os problemas de
decibilidade dos conflitos.”
(*Tércio Sampaio Ferraz)
CRITÉRIOS BÁSICOS:
► Respaldo social.
● PROBLEMAS SINTÁTICOS
III – Questões sistemáticas: questões de conexão das sentenças num todo orgânico,
estrutural, pressupondo a unidade do sistema jurídico. (Interpretação Sistemática)
B) Conceitos valorativos: aqueles que possuem uma imprecisão quanto aos atributos
que o definem, cuja intenção não fica clara sendo necessário a referência ao contexto
social em que são utilizados. Vg. Mulher honesta, libidinagem, decoro parlamentar…
C) Conceitos discricionários: cuja imprecisão existe até que o interprete atribua uma
relação de meio/fim, pois são expressos por predicados correlacionais: grande/pequeno,
risco grave/leve, preponderante/secundário…
“È preciso ver as condições específicas do tempo em que a norma incide, mas não
podemos desconhecer as condições em que ocorreu a sua gênese.” (TSFJr.)
● PRECEDENTES NORMATIVOS;
● TRABALHOS PREPARATÓRIOS;
● OCASIO LEGIS
“A maior parte da doutrina minimiza o papel do projeto de lei, das discussões nas
comissões, relatórios, debates em plenário.” (Luís Roberto Barroso)
Barroso, ainda, lembra que a Suprema Corte americana considerou que a interceptação
telefônica não feria a 4ª emenda, pois não existia telefone á época da redação.
A) Controle de ambigüidade por interpretação conotativa: pode ser feita de modo que o
significado da palavra ou da sentença prescritiva seja mais claramente definido por meio
de uma descrição formulada em outros termos. Vg. Mulher honesta.
“As normas devem ser aplicadas atendendo, fundamentalmente, ao seu espírito e á sua
finalidade.(…) procura revelar o fim da norma, o valor ou bem jurídico visado pelo
ordenamento com a edição de dado preceito.”
“No direito brasileiro, a própria Lei de Introdução ao Código Civil, em seu Art. 5º,
contém uma exigência teleológica: ‘Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais
a que ela se dirige e as exigências do bem comum.’ ” (TSF Jr.)
TIPOS DE INTERPRETAÇÃO
A interpretação pode ser classificada quanto a sua extensão, levando-se em conta se as
decodificações utilizaram um código forte, reforçando o rigor da denotação e da
conotação dos símbolos, ou conforme um código fraco, deixando espaço para
ambigüidade e para a vaguidade, nesta escala, temos, então, a interpretação
especificador, restritiva e extensiva.
I- INTERPRETAÇÃO ESPECIFICADORA
A – INSTRUMENTOS QUASE-LÓGICOS:
ANALOGIA
INDUÇÃO AMPLIADORA
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
B – INSTRUMENTOS INSTITUCIONAIS
COSTUMES
EQUIDADE
INSTRUMENTOS QUASE-LÓGICOS:
I – ANALOGIA: quando uma norma, estabelecida com e para determinada facti species,
é aplicável a conduta para a qual não há norma, havendo entre ambos os supostos
fáticos uma semelhança.
Fases: 1 – Constatação de que o caso em exame não tenha sido de nenhum modo
previsto pela lei e nem tenha pretendido regular negativamente o caso.
2 – Deve-se verificar se entre a situação prevista em lei e a ser regulamentada há
relações essenciais ou de semelhança entre os supostos fáticos.
Espelha-se nos brocados Romanos: “Ubi eadem ratio ibi idem jus” e “ Ubi eadem legis
ratio ibi eadem dispositio”
Art. 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito. (LICC)
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou
obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
Bibliografia
BOBBIO, Norberto, A Era dos Direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho – Rio de
Janeiro: Campus, 1992.