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XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

USO DA ANÁLISE DE MODO E EFEITOS


DE FALHA (FMEA) COMO APOIO À
REDUÇÃO DO LEAD TIME DO
PROCESSO DE ORÇAMENTAÇÃO
Stella Jacyszyn Bachega (UFG/UFSCar)
stella_bachega@yahoo.com.br
Andrey Domingues de Lima (TAM)
andreydomingues@yahoo.com.br

A administração do tempo, especificamente do lead time, e das


operações de escritório, representam oportunidades para desenvolver
vantagens competitivas. Alguns paradigmas/abordagens de produção
possuem a preocupação de reduzir o lead time.. Nessas abordagens há
recomendações de implantação de princípios e de uso de ferramentas
gerenciais. Dentre as ferramentas propostas está a Análise de Modo e
Efeitos de Falha (FMEA - Failure Mode and Effects Analysis). O
objetivo do presente trabalho é aplicar a FMEA no processo de
orçamentação de uma empresa de materiais de escrita, com o intuito
de auxiliar na tarefa de redução do lead time desse processo. Para
tanto, utilizou-se de forma combinada as abordagens de pesquisa
qualitativa e quantitativa, e os procedimentos de pesquisa teórico-
conceitual e estudo de caso. Verificou-se que a FMEA possibilitou a
empresa identificar e analisar os potenciais modos de falha no
processo de orçamentação realizado anualmente. Houve, também, a
proposição de ações de melhoria para conter as falhas que podem
ocorrer em algumas fases das etapas da orçamentação. Juntamente
com a chefia e com os funcionários da área pesquisada, estimou-se os
impactos esperados com a implantação das melhorias, sendo que foi
verificada a possibilidade de reduzir 10,5% do lead time total nesse
primeiro esforço de melhoria. Esse artigo contribui para a maior
compreensão e divulgação, tanto no meio acadêmico como no âmbito
empresarial, da FMEA e da possibilidade de uso dessa ferramenta
gerencial em projetos de redução de lead time.

Palavras-chaves: FMEA, lead time, orçamentação.


1. Introdução
A administração do tempo, especificamente do lead time, pode ser uma vantagem
competitiva. Segundo Porter (2003) e Mason-Jones e Towill (1999), o lead time é o indicador
de mercado que alavanca significativamente as métricas fundamentais da empresa. Nesse
trabalho, lead time é definido, de acordo com Ericksen et al. (2007), como a típica quantidade
de tempo medida a partir da criação de uma ordem, passando pelo caminho crítico até que a
primeira peça desta ordem seja entregue ao cliente.
Lead time tem sido um problema histórico nos ambientes de manufatura. Perry (1990) e
Schmenner (1991) identificaram vários fatores que contribuem para lead times excessivos nos
ambientes de manufatura. Wieters (1979) notou que as maiores conseqüências de lead times
excessivos são problemas de programação e expedições dispendiosas. Exemplos de trabalhos
recentes com a preocupação de redução de lead time são: Fahimnia et al. (2009), Leng e
Parlar (2009), Bottani e Rizzi (2008), Parveen e Rao (2008), Bertolini et al. (2007), Ouyang et
al. (2007a), Ouyang et al. (2007b), Ouyang (2006), Song e Ming (2006), Chang et al. (2006),
Song (2005), Ouyang et al. (2005) e Ray et al. (2004).
Alguns paradigmas/abordagens de produção possuem a preocupação de reduzir o lead time,
por exemplo, a Manufatura Enxuta, a Competição Baseada no Tempo (TBC - Time Based
Competition) e a Manufatura Ágil. A abordagem denominada Manufatura de Resposta Rápida
(QRM - Quick Response Manufacturing), proposta por Suri (1998), também possui essa
preocupação. Nessas abordagens há recomendações de implantação de princípios e de uso de
ferramentas gerenciais. Dentre as ferramentas propostas está a Análise de Modo e Efeitos de
Falha (FMEA - Failure Mode and Effects Analysis), como integrante do grupo das
ferramentas da qualidade (AGUIAR, 2006). Conforme Chrysler Corporation (1995) apud Tay
(2009), FMEA Pode ser descrita como um grupo sistematizado de atividades com a intenção
de reconhecer e avaliar as potenciais falhas de um produto/processo e seus efeitos.
Suri (1998) afirma que as operações de escritório representam oportunidades para desenvolver
vantagens competitivas. Ademais, Brian (2007) e Herkommer e Herkommer (2006) mostram
a importância em se focar operações de escritório para a obtenção de melhorias em empresas,
tema esse que vem ganhando muita importância nos dias atuais, com ferramentas tais como o
Lean Office.
No presente trabalho, operações de escritório são definidas como sendo todas as atividades
necessárias para o processamento de um pedido que não ocorrem especificamente no chão de
fábrica. Dessa forma, exemplos de atividades no escritório são: processamento de cotações,
processamento dos pedidos, atividades de engenharia, orçamentação, planejamento e
programação da produção, contratação de funcionários, dentre outras.
Assim, o problema desta pesquisa baseia-se na premissa de que a adoção de ferramentas
gerenciais, afins com o objetivo de redução de lead time, pode auxiliar as empresas em
projetos de redução do lead time em operações de escritório.
Nesse contexto, esse trabalho possui o objetivo de aplicar a FMEA no processo de
orçamentação de uma empresa de materiais de escrita, com o intuito de auxiliar a tarefa de
redução do lead time desse processo. Cabe salientar que esse trabalho faz parte de uma
pesquisa que visa reduzir o lead time de operações de escritório em uma empresa de materiais
de escrita, por meio do uso de abordagens, métodos e técnicas gerenciais compatíveis com
esse intuito.

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Orçamento, de acordo com Westwood (1991), é um plano que considera a expectativa de
vendas da empresa em determinado período e o investimento nos recursos necessários para
obter o resultado desejado. Para Gitman (2004), o processo de orçamentação envolve a
avaliação e seleção de investimentos em longo prazo, sendo estes coerentes com os objetivos
de maximização da riqueza dos proprietários da empresa.
Para cumprir o objetivo, esse artigo adota a seguinte estrutura: na seção dois é mostrado um
breve referencial teórico a respeito da FMEA; na terceira seção é mostrada a metodologia de
pesquisa empregada no trabalho; na seção quatro encontra-se o estudo de caso realizado,
sendo apresentadas algumas informações sobre a empresa estudada e o processo de
orçamentação, a FMEA desenvolvida, e os impactos esperados das ações de melhoria
propostas na FMEA quanto à redução de lead time; e na quinta seção há as considerações
finais.
2. Revisão bibliográfica
A presente seção aborda a revisão bibliográfica sobre Failure Mode and Effects Analysis
(FMEA), além dos tipos de FMEA e dos métodos de priorização de modos ou causas de falha
possíveis de serem utilizados nessa ferramenta gerencial.
2.1 Failure mode and effects analysis (FMEA)
FMEA é a sigla de Failure Mode and Effects Analysis (Análise de Modo e Efeitos de Falha).
Foi desenvolvida na década de 1950 pela Corporação Grumann para prevenir falhas na
manufatura de aviões e constituiu em um ótimo progresso. Quando a NASA implementou o
Projeto Apollo, esse método foi claramente requerido no contrato. Após isso, alguns
acadêmicos sugeriram o uso na gestão de organizações (ALLBIEN et al., 1998).
Qiang (2009) afirma que o referido método é amplamente usado nas fábricas em várias fases
do ciclo de vida de produtos e, também, há aplicações em empresas prestadoras de serviços.
Entretanto, a FMEA aplicada na gestão empresarial ainda está em uma fase exploratória,
especialmente na área de melhoria do sistema de qualidade.
Conforme Allbien et al. (1998), essa ferramenta gerencial consiste em um procedimento para
analisar os potenciais modos de falha de um sistema por meio da classificação pela severidade
ou determinação do efeito das falhas no sistema. Yang e Bai (2009) complementam que a
FMEA é um método de confiabilidade que pode identificar os modos de falha e seus efeitos.
Ireson et al. (1995) destacam a sua eficácia na prevenção de problemas e a interface com
muitos métodos de engenharia e confiabilidade.
Autores como Moretti e Bigatto (2009), Stamatis (2003) e Helman (1995) defendem que o
intuito desse método é prescrever ações que reduzam a incidência das causas ou modos de
falha em potencial, bem como ações corretivas. Ebrahimipour et al. (2010) ampliam o
objetivo principal dessa ferramenta. Segundo esses autores, cabe a esta descobrir e priorizar
os potenciais modos de falha, que implicam em um efeito negativo sobre o sistema e sobre
seu desempenho, por meio do cálculo dos respectivos RPN (Risk Priority Number – Número
de Prioridade de Risco).
O processo genérico para condução da FMEA é resumido da seguinte forma (Ebrahimipour et
al., 2010): i) descrever o produto ou processo; ii) definir funções; iii) descrever os potenciais
modos de falha; iv) descrever os efeitos de falhas; v) determinar as causas; vi) métodos de
controles ou controles atuais; vii) calcular os riscos; viii) ações; e ix) avaliar/estimar os
resultados.

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Assim, os resultados ajudam os gerentes a identificarem os modos de falha, suas causas e
corrigi-los durante as fases de concepção e produção (EBRAHIMIPOUR et al., 2010). Além
disso, ajuda os usuários a identificarem as características-chave do projeto ou processo que
requerem um controle especial para serem realizados, e para identificar áreas para melhoria
no controle ou desempenho dessas características (IRESON et al., 1995).
2.2 Tipos de FMEA
Palady (1997) advoga que os tipos de FMEA, de Processo e de Projeto, surgiram desde a
época de sua criação, sendo que ambos podem ser utilizadas no desenvolvimento do projeto
do produto e do processo.
Na FMEA de Projeto (Design Failure Mode and Effects Analysis - DFMEA), segundo Silva
et al. (2008) e Moura (2000), consideram-se as falhas que poderão acontecer nas
especificações do projeto. Portanto, essa análise possui o intuito de evitar falhas no processo
ou no produto derivados de um projeto.
Entretanto, a FMEA de Processo (Process Failure Mode and Effects Analysis - PFMEA) leva
em conta as possíveis falhas no planejamento e na execução do processo. Deste modo,
baseando-se nas inconformidades do produto comparado as especificações do projeto, essa
análise visa evitar falhas no planejamento e na execução do processo (SILVA et al., 2008).
2.3 Métodos de priorização na FMEA
Roos e Rosa (2008) identificaram e compararam três métodos de priorização de modos ou
causas de falha. Os métodos são o tradicional, o baseado na teoria Grey, e o gráfico.
No método tradicional, conforme Yang e Bai (2009), a priorização/classificação de risco dos
modos de falha é estimada pelo RPN e a medida de correção é decidida com a finalidade de
aumentar a confiabilidade. RPN é calculado pelo produto da ocorrência (O), da severidade (S)
e da detecção (D) do modo de falha (Yang; Bai, 2009), a saber: RPN = O x S x D. „O‟ e „S‟
são, respectivamente, a freqüência e a seriedade da falha, e „D‟ é a habilidade para detectar
falha antes que ela atinja o consumidor.
Roos e Rosa (2008), Leal et al. (2005) e Chang et al. (2001) expõem o método baseado na
teoria Grey, no qual a priorização é dada por meio de uma mensuração com intuito de
identificar o relacionamento entre séries qualitativas e quantitativas discretas. Os
componentes dessas séries fundamentam-se em algumas características pré-estabelecidas. Tal
método utiliza um conjunto de procedimentos baseados em matrizes para classificar os modos
de falha prioritários.
O método gráfico, segundo Palady (2004) utiliza um gráfico no qual o eixo horizontal
representa o grau de severidade de um modo de falha e o eixo vertical indica o grau de
ocorrência de um modo de falha. Nesse gráfico há a definição de áreas de prioridade (baixa,
média e alta) conforme a política da empresa quanto a FMEA. A priorização é identificada
após a representação das coordenadas ocorrência e severidade de cada modo de falha,
comparada a área de prioridade definida no gráfico.
Algumas críticas quanto ao método tradicional são encontradas em Wang et al. (2009), Leal
et al. (2006), Palady (2004), Franceschini e Galetto (2001), Chang et al. (2001), Ben-Daya e
Raouf (1996), Gilchrist (1993) e Deng (1989). Segundo Wang et al. (2009), os inconvenientes
do método tradicional são os seguintes:

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a) A importância relativa dos três fatores de risco (O, S e D) não é levada em consideração.
Três fatores de risco são assumidos com a mesma importância, situação esta que não é
consistente com a aplicação prática;
b) O mesmo RPN pode ser adquirido por meio de diferentes combinações de O, S e D, tais
como o produto de 1, 3 e 4 (resultado 12) e 2, 2 e 3 (resultado 12). Mas os efeitos dos
riscos implícitos não são idênticos, o que pode causar um falso resultado;
c) Os três fatores de risco são difíceis de avaliar com precisão. Normalmente, são usados
termos como baixo, alto ou muito alto.

Apesar dessas críticas, Roos e Rosa (2008) verificaram que o método tradicional proporciona
o melhor custo benefício comparado com os demais métodos apresentados nessa seção. Este
apresenta baixo custo de execução, baixa complexidade e confiabilidade média. O método
baseado na teoria Grey apresentou a maior confiabilidade, porém, demanda maior atenção
quanto à complexidade e maior custo de execução. Já, o método gráfico manifestou o pior
custo benefício, pois proporcionou custos elevados de execução, baixa confiabilidade e média
complexidade.
Outros trabalhos sobre FMEA podem ser encontrados em Aguiar, Souza e Salomon (2009),
Herculano, Resende e Leite (2009), Souza, Sacomano e Souza (2009), Crites e Kittinger
(2009), Toledo e Amaral (2009), Zambrano e Martins (2007) e Pezeiro (2005).
3. Metodologia de pesquisa
A pesquisa realizada utilizou de forma combinada as abordagens de pesquisa qualitativa e
quantitativa, conforme defendido por Creswell (1994). Além disso, usou-se os seguintes
procedimentos: pesquisa teórico-conceitual (BERTO; NAKANO, 1998, 2000) e estudo de
caso (YIN, 1994). A pesquisa teórico-conceitual, ou bibliográfica, foi realizada com o intuito
de pré-orientação teórica a respeito do tema FMEA. O estudo de caso foi usado como forma
de promover o entendimento da situação de uma empresa atuante no setor de materiais de
escrita que possui alto lead time na realização das tarefas do processo de orçamentação, e para
a aplicação da FMEA. Essa empresa foi selecionada por amostragem não probabilística e
intencional (BABBIE, 1990; PATTON, 1990).
Foram analisadas todas as atividades das quatro áreas que participam do processo de
orçamentação: i) comercial; ii) planejamento da produção; iii) orçamento e custos; iv)
diretoria. As principais fontes de dados para a realização deste trabalho foram: entrevista com
a chefia e com os funcionários diretamente envolvidos com a área pesquisada, estudo dos
tempos das atividades e dados do sistema ERP (Enterprise Resource Planning) da empresa.
Tais dados foram coletados em um período de três meses.
4. O estudo de caso realizado
Nessa seção, são expostas algumas informações sobre a empresa estudada e sobre o processo
de orçamentação. Ademais, são apresentados a FMEA desenvolvida e os impactos esperados
das ações de melhoria propostas.
4.1 A empresa estudada e o processo de orçamentação
A empresa estudada, atuante no setor de materiais de escrita, constitui-se uma empresa de
grande porte (multinacional) do tipo sociedade anônima. Atualmente, emprega cerca de 2.500
funcionários no país.
O processo de orçamentação da empresa pesquisada tem como objetivo a elaboração do
resultado/desempenho previsto para o próximo ano fiscal. A orçamentação se inicia com o

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levantamento dos volumes de faturamento por item (SKU – Stock Keeping Unit) pela área
comercial. Logo após, a área de Planejamento da Produção recebe essas informações e realiza
o plano mestre de produção por item. Esse plano mestre é analisado ainda nessa área em
conjunto com gestores e gerências, buscando gargalos e possibilidade de alteração do
planejamento da produção. Caso o plano não seja aprovado, retorna para a área comercial. Se
aprovado, segue para área de orçamento e custos. Nessa área há o cálculo das horas
necessárias para a produção dos itens com base nos roteiros produtivos. Há, também, o
cálculo dos gastos com base na estrutura técnica de matéria prima utilizada na produção dos
itens assim como dos gastos das utilidades (água, luz, depreciação do maquinário etc.) e dos
gastos com mão-de-obra. Com isso, é possível o cálculo das tarifas (custo hora planejado)
para o custeio dos produtos. Logo após, essas informações seguem para a diretoria para
aprovação ou não do orçamento. Caso não seja aprovado, este retorna para a área de
orçamento e custos para devidos acertos. As fases do processo e suas respectivas durações
encontram-se listadas no Quadro 1. Nota-se que o lead time total do processo de
orçamentação é de 76 dias.

Quadro 1 - Descrição das fases do processo de orçamentação da empresa

A formação dos custos é fortemente revisada, assim como as despesas e vendas esperadas
para o próximo período fiscal. É por meio deste orçamento prévio que a diretoria da empresa
se compromete com seus investidores em relação ao desempenho do período, tanto em termos
de lucratividade como também em gestão de capital. Conseqüentemente, durante o processo
de orçamentação há uma participação direta da alta gerência/diretoria a fim de analisar as
oportunidades de negócio para o período, as estratégias de mercado, as estratégias de
manufatura e compras e os investimentos, uma vez que todos exercem papel na determinação
dos custos e rentabilidades para o período.
Cabe ressaltar que o sistema de custeio adotado nessa empresa é o custeio por absorção.
Padoveze (2007) define o custeio por absorção como o método tradicional de custeamento, no
qual para se obter o custo de um produto, consideram-se todos os gastos industriais, diretos ou
indiretos, fixos ou variáveis, sendo que os gastos indiretos são alocados aos produtos por
critérios de rateio. A modelagem de um sistema de custeio por absorção pode ser encontrada
em Martins (2006).
A Figura 1 explicita a distribuição da mão-de-obra e o fluxo de informações entre as áreas
envolvidas no processo de orçamentação.

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Figura 1 - Layout atual

Como pode ser observado, nos setores comercial e planejamento da produção há duas pessoas
em cada área dedicadas à realização de suas atividades. Entre essas áreas, há troca constante
de informações. No setor de orçamentos e custos, há a alocação de três pessoas, sendo que
essa área recebe informações do setor de planejamento da produção para execução de suas
atividades. A diretoria é composta por dois diretores, os quais recebem e enviam informações
de e para o setor de orçamentos e custos.
4.2 A FMEA desenvolvida
Ressalta-se que a condução da FMEA foi realizada com base em Pezeiro (2005) e juntamente
com a chefia e com os funcionários da empresa envolvidos diretamente com a orçamentação.
No processo analisado, essa ferramenta gerencial identificou as maneiras pelas quais este
pode falhar, ajudando, também, na identificação de ações que evitem que esses problemas
ocorram.
Dessa forma, a elaboração da FMEA se deu a partir de uma análise crítica de quais eram as
principais etapas do processo de orçamentação que tinham variáveis de entrada (potencial X)
que de alguma forma poderiam falhar em cumprir com sua função, aumentando, assim, o lead
time do processo analisado. As etapas que se enquadram nesse contexto são: i) aprovação da
diretoria; ii) determinação da base de rateio; iii) elaboração do custo de produção; e iv)
levantamento da depreciação prevista. Cabe salientar que essas etapas são formadas e/ou
influenciadas por algumas fases do processo de orçamentação, por exemplo, dentre as fases
componentes da etapa de elaboração do custo de produção estão „levantar gastos previstos
com compra de matéria-prima‟, „calcular as tarifas de mão-de-obra e máquina previstas‟ e
„calcular a necessidade de recursos produtivos (mão-de-obra e máquina)‟.
A priorização das medidas de contenção foi baseada no cálculo do Número de Prioridade de
Risco (RPN). Quanto maior o valor do RPN, maior será o risco da potencial falha do
processo. O RPN foi calculado pela multiplicação dos seguintes fatores:
 Severidade do efeito („S‟): foram atribuídos graus de 1 a 10, sendo que 1 significa que o
efeito do modo de falha tem baixa severidade e 10 indica que o efeito do modo de falha é
bastante severo;
 Probabilidade de ocorrência de causa do modo de falha („O‟): foram atribuídos graus de 1
a 10. O valor 1 denota que a probabilidade de ocorrer a causa do modo de falha é
praticamente nula e 10 significa que a probabilidade de ocorrer a causa do modo de falha é
em torno de 100%;
 Probabilidade de detecção da causa do modo de falha com o controle atual existente („D‟):

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valor de 1 a 10, onde 1 significa que com o controle atual existente é praticamente 100% a
probabilidade de se encontrar a causa do modo de falha, enquanto 10 significa que não há
controle nenhum ou o controle existente tem uma probabilidade praticamente nula de
detectar a causa do modo de falha.

A FMEA realizada é apresentada na Figura 2. Verificou-se que na etapa „aprovação da


diretoria‟, a variável de entrada (potencial X) é um documento contendo informação em
relação aos resultados esperados. O potencial modo de falha consiste na não assinatura desse
documento, por parte dos setores envolvidos, comprovando a integridade do arquivo e o efeito
gerado por essa falha é a necessidade de retrabalhos, com correções e mudanças de prazos de
entregas. A causa dessa falha é prosseguir e continuar o processo de orçamentação sem
formalizar as etapas anteriores. Atualmente, não há a realização de controles nessa etapa. As
ações de melhoria identificadas são a criação de um check-list para validar as etapas
anteriores com as áreas envolvidas e a obtenção formal do comprometimento das áreas com o
processo de orçamentação.

Figura 2 – FMEA desenvolvida

Na etapa de determinação da base de rateio, as variáveis de entrada são os critérios para sua
elaboração. O potencial modo de falha é o critério estabelecido não ter relação com o centro
de custo, e o efeito é a desconsideração das decisões/especificações acordadas para o uso dos
critérios na elaboração da base de rateio. Verificou-se que as causas dessa falha são a falta de
monitoramento na definição dos critérios e que os responsáveis pela orçamentação aceitam
solicitação de mudança no critério sem questionar a integridade da informação. Além disso,
não há um controle estabelecido para evitar tais problemas. Assim, possíveis ações de
melhoria identificadas foram a criação de procedimento para levantar os critérios com as
áreas, e ter uma base histórica dos critérios adotados em meses anteriores.

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Já, na elaboração do custo de produção, o potencial „x‟ é constituído pelos roteiros
operacionais e por uma lista técnica dos produtos, sendo que o potencial modo de falha é os
produtos não possuírem valores ou possuírem valores não precisos. O efeito desse modo de
falha é a incoerência e a imprecisão no orçamento do produto, afetando a estratégia de
produção e a venda deste. As causas observadas foram a extensa gama de produtos e a falta de
comprometimento da área responsável em disponibilizar a informação. Nessa etapa há um
controle estabelecido por meio da sinalização realizada pelo SAP R/3 (ERP da empresa) para
quando não existe roteiro/lista técnica associada ao produto. Como ações de melhoria têm-se
o planejamento formal do projeto do produto, exigindo-se o cumprimento das tarefas, e a
utilização dos diários de bordo na determinação dos tempos operacionais.
Observou-se, também, que na etapa de levantamento da depreciação prevista as variáveis de
entrada são o inventário de máquinas e o plano de investimento. O potencial modo de falha é
constituído pelo fato de as máquinas não possuírem especificações para depreciação e
relacionamento com o plano de investimento. Caso ocorra essa falha, o efeito esperado é a
impossibilidade de realizar a apropriação da depreciação aos centros de custos, gerando fase
de correção de uma etapa anterior. A causa dessa possível falha é a falta de monitoramento do
plano de investimento. Ademais, notou-se que na atualidade dessa empresa não são realizados
controles nessa etapa. Possíveis ações de melhoria são o acompanhamento do projeto de
investimento ao longo do tempo e dos componentes que foram agregados ao longo da vida de
uma máquina.
Ainda, obteve-se a priorização das medidas de contenção das possíveis falhas das etapas do
processo analisadas. Na etapa de determinação da base de rateio encontrou-se um RPN de
486; assim, a empresa deve considerar primeiro a possibilidade de implantar as ações de
melhoria encontradas durante a análise dessa etapa. Em seguida, verificou-se que nas etapas
„aprovação da diretoria‟ e „elaboração do custo de produção‟ foram alcançados RPN‟s iguais
a 400, salientando que na primeira etapa foi atribuído o índice máximo de severidade e na
segunda etapa um grau de ocorrência maior. Destaca-se que na etapa „levantamento da
depreciação prevista‟ foi identificado um RPN de 200, consistindo no menor número de
prioridade de risco da FMEA desenvolvida para o processo de orçamentação da empresa
pesquisada.
4.3 Impactos esperados das ações de melhoria propostas
As ações de melhoria propostas possuem o intuito de reduzir o lead time do processo de
orçamentação, uma vez que os potenciais modos de falha identificados podem ocorrer e
ocorreram com certa frequência; fatos esses identificados quando os envolvidos com o
processo refletiram sobre os orçamentos realizados até o momento.
Com a criação de procedimentos para o levantamento dos critérios de rateio junto às áreas
envolvidas na orçamentação da empresa e, também, com a criação de uma base histórica dos
critérios adotados em meses anteriores, a empresa estima que essa melhoria tenha como
impacto uma redução de 50% no tempo de duração da fase „levantar a base de rateio prevista‟.
Assim, o tempo de duração dessa fase diminuiria de quatro dias (vide Quadro 1) para dois
dias.
Além disso, sugeriu-se a realização de um acompanhamento do projeto de investimento ao
longo do tempo e dos componentes que foram agregados ao longo da vida de uma máquina. A
adoção dessa melhoria pode reduzir em torno de 80% o tempo da fase „levantar depreciação
prevista‟, que compõe a etapa do processo de orçamentação de levantamento da depreciação

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prevista, como apresentado na FMEA desenvolvida (Figura 2). Com isso, a duração dessa
fase poderá diminuir para 0,4 dia.
Outra ação de melhoria consiste na exigência de que o projeto do produto seja feito de
maneira formal, com o cumprimento das tarefas exigidas e da utilização dos diários de bordo
na determinação dos tempos operacionais de produção. Espera-se reduzir 70% do tempo da
fase „reposicionar o custo dos produtos vendidos‟, também pertencente à etapa de elaboração
do custo de produção, analisada na FMEA. Portanto, a duração dessa fase poderá diminuir
para 1,2 dia.
A criação de um check-list, para validação das etapas anteriores à avaliação da diretoria,
poderá garantir a obtenção formal do comprometimento das áreas envolvidas com o processo
de orçamentação. Com essa ação de melhoria, a empresa espera reduzir 25% do tempo da fase
„avaliar cenário econômico-financeiro junto à diretoria‟, a qual pertence à etapa de aprovação
da diretoria. A diminuição estimada do tempo dessa fase pode ser dos atuais sete dias para
aproximadamente 5,3 dias.
A partir da adoção dessas melhorias e da consideração dos impactos esperados para cada
etapa, os funcionários envolvidos com o processo de orçamentação possuem a expectativa de
reduzir em 10,5% (8 dias), aproximadamente, o lead time total do processo de orçamentação,
passando dos atuais 76 dias para 68 dias.
5. Considerações finais
O objetivo almejado nessa pesquisa foi alcançado. Aplicou-se a FMEA no processo de
orçamentação de uma empresa de materiais de escrita com o intuito de auxiliar a tarefa de
redução do lead time.
A FMEA possibilitou a empresa identificar e analisar os potenciais modos de falha no
processo de orçamentação realizado anualmente. Além disso, houve a proposição de ações de
melhoria para conter as falhas que podem ocorrer e que ocorreram em algumas fases das
etapas da orçamentação. Juntamente com a chefia e com os funcionários da área pesquisada,
estimou-se os impactos esperados com a implantação das melhorias, sendo que foi verificada
a possibilidade de reduzir 10,5% do lead time total nesse primeiro esforço de melhoria.
Ressalta-se que há outras abordagens e métodos/técnicas gerenciais que podem auxiliar a
empresa na redução de lead time do processo de orçamentação, juntamente com a FMEA.
Dentre essas abordagens estão a Manufatura de Resposta Rápida (QRM - Quick Response
Manufacturing), proposta por Suri (1998), a Manufatura Enxuta, a Competição Baseada no
Tempo (TBC - Time Based Competition) e a Manufatura Ágil. Quanto às técnicas e métodos
gerenciais, a empresa pode utilizar outras ferramentas da qualidade, como diagrama espinha
de peixe, matriz causa e efeito, matriz esforço x impacto, mapa de processo, dentre outras
(AGUIAR, 2006; PEZEIRO, 2005; CAMPOS, 2004). Além dessas, pode ser usada a
simulação e modelagem de capacidade (SURI, 1989; TREVILLE, 1994), dinâmica de
sistemas (FORRESTER, 1961), ferramentas estatísticas simples, como histogramas, desvio
padrão, cálculos de médias etc. (BUSSAB; MORETTIN, 2002; WALPOLE et al., 2009).
Esse artigo contribui para a maior compreensão e divulgação, tanto no meio acadêmico como
no âmbito empresarial, da FMEA e da possibilidade de uso dessa ferramenta gerencial em
projetos de redução de lead time. Cabe destacar, novamente, que esse trabalho faz parte de
uma pesquisa que visa reduzir o lead time de operações de escritório em uma empresa de
materiais de escrita, por meio do uso de abordagens, métodos e técnicas gerenciais
compatíveis com esse objetivo. Sugere-se, para pesquisas futuras quanto ao tema aqui

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abordado, a aplicação da abordagem QRM para redução do lead time do processo de
orçamentação da empresa estudada.

Referências
AGUIAR, D. C.; SOUZA, H. J. C. & SALOMON, V. A. P. Aplicação do AHP para a avaliação dos critérios
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