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Universidade Federal de Ouro Preto

Escola de Minas – DECIV


Manutenção de Via Permanente Ferroviária – CIV 451

Aula 10
PÁTIOS FERROVIÁRIOS E FEIXES
DE DESVIOS

Manutenção de Via Permanente Ferroviária Prof. Dr. Gilberto Fernandes


FEIXES DE DESVIOS

Denomina-se comprimento útil de um desvio, a parte do

desvio onde poderão estacionar os veículos, sem perigo de

abalroamento com os trens que circulam na linha mais próxima.

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FEIXES DE DESVIOS

O comprimento útil é materializado, nos pátios, colocando-se


pedaços de trilhos cravados no solo, chamados marcos de desvios e
caracterizam a posição de início do paralelismo entre duas linhas.

O comprimento útil é determinado em função do número de veículos


a desviar.

VIVO: Quando dá saída para os dois lados


Desvio
MORTO: Quando só tem saída para um lado, ficando
uma das pontas com um pára-choque de desvio.

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FEIXES DE DESVIOS

O comprimento total de um pátio dotado de desvios paralelos como


mostra a figura abaixo, será:

L  2m  l  l '  lu
Onde lu é o comprimento útil

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FEIXES DE DESVIOS

1) Feixe de Desvios em quem todos os desvios são paralelos à


linha direta (principal) e cada desvio saindo do anterior

É um tipo clássico de pátio, conforme mostra a figura:

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FEIXES DE DESVIOS

1) Feixe de Desvios em quem todos os desvios são paralelos à


linha direta (principal) e cada desvio saindo do anterior

Vê-se que neste tipo de feixe, o comprimento dos desvios vai

sucessivamente diminuindo, bem como o comprimento útil de cada

desvio (l”u<l’u<lu).

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FEIXES DE DESVIOS

1) Feixe de Desvios em quem todos os desvios são paralelos à


linha direta (principal) e cada desvio saindo do anterior

Para maior aproveitamento do terreno, as pontas das agulhas de

cada desvio devem ficar próximas ao marco do desvio anterior, como

mostra a figura anterior.

Desse modo, as agulhas ficarão em reta.

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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

Nesse tipo de feixe, além dos elementos que já

conhecemos, necessitamos determinar a distância AC, isto é, a

distância de separação das pontas dos corações dos AMV vizinhos,

bem como as posições em que vão ficar os “marcos” dos desvios.

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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

Na Figura, do triângulo ABC, retângulo em B, tira-se:

BC  AC sen 

Donde: BC
AC 
sen 
Mas

BC  B  E

Logo: BE
AC 
sen 
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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

O marco do primeiro desvio ficará em M, distanciado l’ da

ponta do coração (l’ conhecido pelas fórmulas anteriores).

A posição do segundo marco, M1 que ficará em frente ao

ponto B1, será dado por:

AB1 = AB – t
BE
Mas: AB 
BC B  E
 Então: AB1  t
tg tg tg

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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

Sendo t a parte reta do coração, em frente ao mesmo


(dado construtivo do coração) e conhecido.

Temos assim todos os elementos para projeto e locação


desse tipo de feixe de desvios.

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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

Resta, entretanto, verificar outra condição: a distância


entre a ponta das agulhas e a ponta do coração, do desvio mais à
direita, deve caber na distância AC, ou seja:

AC – n > m + l

Ou AC > m + l + n

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FEIXES DE DESVIOS

2) Feixes de Desvios em que todos os desvios são paralelos à


linha direta, e saindo dessa mesma linha.

No caso de AC < m + l + n adota-se

AC = m + l + n e o ponto M’ do marco será


caracterizado por:

AB1 = AB – t = AC cosα – t

Para os demais desvios paralelos as dois primeiros, o


procedimento é idêntico.

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FEIXES DE DESVIOS

3)Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em


relação à linha direta
Num pátio de triagem ou formação de trens, são necessários, quase
sempre, vários feixes de desvios.

Uma forma muito utilizada é a indicada na figura:

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FEIXES DE DESVIOS

3)Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em


relação à linha direta

Para um projeto desse tipo de feixe, além dos elementos


já deduzidos, necessitamos conhecer a distância u (de coração a
coração) e a posição do marco dos desvios sucessivos.

Temos no triângulo ABC:

BC BE
AB  
sen  sen 

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FEIXES DE DESVIOS

3)Feixe de Desvios partindo de um desvio com inclinação α, em


relação à linha direta

E AB > m + l + n, como no caso precedente, e o marco M ficará em


frente ao ponto C’, logo:

BC BE
AC '  AC  t  t AC '  t
tg ou tg

E ficamos, assim, em condições de projetar e locar esse feixe.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

De um modo geral, podemos dividir os pátios ferroviários nas

seguintes categorias:

Pátios de cruzamento

Pátios de triagem

Pátios terminais

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE CRUZAMENTO

São pátios destinados apenas ao cruzamento dos trens.

São os pátios mais simples nos quais a única preocupação é

ter desvio com comprimento suficiente para conter o trem de

maior comprimento que circula no trecho.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE CRUZAMENTO

Poderá, conforme a intensidade do tráfego, ter um ou dois

desvios e, se necessário, mais um para estacionamento de

vagões avariados.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE CRUZAMENTO

No caso da necessidade de descarga ou carregamento nesse

pátio, será conveniente ter um desvio em posição favorável, do

lado da estação, de modo que os caminhões possam atingir

esse desvio sem atravessar o pátio (posição 3, na figura)

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE TRIAGEM

São assim denominados os pátios caracterizados por duas

situações principais:

a) Entroncamento de duas ou mais linhas ou ramais da

ferrovia;

b) Pontos de quebra de tração, em virtude de mudança de

perfil da linha (por exemplo, ponto final de serra e início de

planalto.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

Um pátio terminal se caracteriza pela circunstância de ter maior

movimento de carregamento de mercadorias ou descarga ou,

ainda, de ambas as operações.

Sua posição não é necessariamente num ponto final de linha

ou ramal.

A expressão terminal tem sentido de predominância de

chegada naquele pátio.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

Os pátios de triagem e os terminais, em sua expressão

mais completa, são semelhante. Assim, suas características

podem ser tratadas, simultaneamente.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

Esses pátios, quando de maior importância no que se refere

ao tráfego, devem ter os seguintes feixes de desvios:

a. Feixe de recepção

b. Feixe de separação (triagem)

c. Feixe de classificação (ou de formação)

d. Feixe de partida

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 O trem, ao chegar à estação, entra no feixe de recepção,

onde sua locomotiva é desligada, seguindo para a linha de

revisão ou reparação. Daí por diante a composição é

fracionada por locomotiva de manobra.

 Do feixe de recepção o trem é levado para o feixe de

triagem, onde os vagões são separados por destino

geográfico.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 No terceiro feixe, o de classificação ou formação, completa-

se a seleção dos vagões, colocando-os por ordem de

estação de destino, a fim de evitar manobras nos outros

pátios (de cruzamento).

 Uma vez formado o trem, este é levado para o feixe de

partida, onde aguarda o momento de ser ligado à

locomotiva que o levará ao seu destino.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

R= recepção
T= triagem
C= classificação
P= partida

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 Em caso do pátio de triagem com linhas em várias direções

opostas, poderá ser necessária a existência de dois grupos

completos daqueles feixes, como indica a figura:

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 A disposição e o número de feixes varia segundo a

importância do pátio de triagem.

 Nem todos os pátios apresentam os quatro tipos de feixe.

 Também influi o terreno de que se dispõe para implantar o

pátio e a posição das linhas de acesso e saída do mesmo.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 Há casos, entretanto, em que se tem de optar por feixes

paralelos. O feixe de classificação ou formação, que

geralmente é um feixe menor, pode ficar ao lado do feixe de

saída, como mostra a figura abaixo:

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

Para dimensionar de modo correto um pátio de triagem ou

terminal, é indispensável:

 O conhecimento do número de trens que chegam e partem

par dia;

 Número de veículos por trem;

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

 Tempo de permanência dos vagões no pátio para

carregamento e descarga;

 Conhecimento das necessidades de manutenção das

locomotivas e vagões, bem como a instalação de

abastecimento das locomotivas.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS TERMINAIS

Um pátio funcional deve permitir:

 Menor movimentação possível dos vagões, sem retrocesso;

 Circulação até a estação por linhas externas aos feixes

 Se possível, passar um feixe a outro sem atravessar feixes

intermediários

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

EQUIPAMENTOS DE PÁTIO

Além de um bom projeto, com adequada funcionalidade,

um pátio de triagem e principalmente um terminal de carga

devem ser devidamente equipados para permitir a maior

rapidez no carregamento e descarga das mercadorias.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

Um terminal eficiente deve contar com:

 Guindaste.

 Pórticos ou empilhadeiras para a movimentação das cargas.

 Silos para carregamento rápido (conforme o caso), as vezes

com o vagão em movimento.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

 Os acessos rodoviários devem também ser bem planejados e

pavimentados.

 A iluminação deve ser perfeita, para permitir trabalho noturno.

 Apresentar boa sinalização e um bom sistema de

comunicação com o “centro de controle de movimentação dos

vagões”.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE GRAVIDADE

 Nos modernos pátios de triagem, de grande movimento, é


usado o sistema de gravidade.
 Os vagões são levados ao ponto mais elevado de uma rampa
até atingir o feixe de classificação, (figura abaixo) onde as
agulhas dos AMV são manobrados automaticamente, a
distância, de modo a desviar o vagão no desvio que deseja.

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PÁTIOS FERROVIÁRIOS

PÁTIOS DE GRAVIDADE

 A paralisação dos vagões nos desvios correspondentes é feita

através de freios próprios, retardadores, colocados na linha, que

vão acarretando a diminuição da velocidade até a paralisação

total do veículo no desvio em que foi lançado.

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REMODELAÇÃO DA VIA
PERMANENTE

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REMODELAÇÃO DA VIA PERMANENTE

RENOVAÇÃO COMPLETA DOS MATERIAIS DA


SUPERESTRUTURA DA FERROVIA

 Substituição total dos trilhos por outros de maior peso;

 Colocação de uma maior quantidade de dormentes;

 Substituição total ou parcial do lastro.

Pode ser feito por firmas empreiteiras especializada.

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ORGANIZAÇÃO DOS
SERVIÇOS

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ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

DEPARTAMENTO VIA PERMANENTE

1 Engenheiro
RESIDÊNCIA A RESIDÊNCIA B RESIDÊNCIA C + auxiliares
180/250 km

1 Mestre
SEÇÃO A SEÇÃO B SEÇÃO C
+ Auxiliares

60/80 km

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