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OBJETIVOS
Apresentar a relevância de uma boa localização e configuração geométrica para a construção de um
projeto de cozinha;
Conhecer as características dos revestimentos para piso, parede e teto;
Abordar quesitos mínimos para ventilação, iluminação, temperatura, umidade e acústica.
BIRCHFIELD, 2003.
A localização é relevante e deve ser preferencialmente no térreo, em local isento de pó, fumaças,
odores, distante de pontos com alagamento, depósito de resíduos e produtos químicos. O acesso deve ser
independente e fácil, devendo ser protegido por calçadas contornando as instalações com largura mínima de
1 m e com declive para escoamento de águas pluviais.
Arruda (2006) relaciona a qualidade final do alimento com a estrutura física das instalações, uma
vez que estas devem facilitar os procedimentos operacionais por meio de fluxos contínuos, sem cruzamentos
de etapas e linhas de processo de produção.
O ideal é uma configuração retangular, sendo que o comprimento não deve ser mais que duas vezes
maior em relação à largura, essa configuração elimina deslocamentos desnecessários. Silva Filho (1996)
aconselha que a largura mínima seja de 7 m nas cozinhas institucionais. Outras configurações regulares,
como a combinação de retângulos ou quadrados entrelaçados ou parcialmente sobrepostos, e
as configurações em L, H ou U, também podem ser adotadas já que permitem a fácil instalação dos vários
acessos requisitados pela legislação e outras facilidades. Configurações circulares, quadradas e hexagonais
ou onde as paredes não obedecem ao ângulo de 90º, comprometem a instalação dos equipamentos e
dificultam o total aproveitamento da área útil. Baseado nessas informações, é possível implantar um arranjo
físico que objetive o aumento da competitividade do empreendimento em seu setor de atuação.
Um bom arranjo físico permite dispor de forma lógica os processos produtivos, observando a
sequência de execução; os espaços necessários; a minimização dos fluxos físicos de materiais e pessoas,
garantindo espaço para funções de apoio (ODA e MARQUES, 2008).
Os arranjos físicos devem atender à melhor forma de distribuição geográfica e
espacial para o atendimento aos requisitos de cada tipo de processo. Os tipos de arranjos
são: o posicional (por produto ou de linha, por processo ou funcional, por células ou por
processo especializado) e o misto (que é a combinação de dois ou mais arranjos).
Os arranjos devem comportar uma circulação bem definida que facilite a supervisão e que permita
ao manipulador executar suas tarefas sem riscos de contaminação dos alimentos.
Ao se projetar uma cozinha profissional, segundo Renata Zambon Monteiro (apud ABREU, SPINELLI
e ZANARDI, 2003), é importante observar que:
Essa observação permite, entre outras coisas, reduzir o tempo de deslocamento e o esforço dos
empregados; ter uma melhor utilização do espaço; diminuir o consumo de produtos de limpeza e otimizar a
utilização dos equipamentos.
Alguns fluxos devem ser considerados de forma especial, o fluxo de produtos alimentares é um
deles. Nesse caso, limitar os riscos de contaminação cruzada é a preocupação. Assim, alimentos in natura
como vegetais crus, alimentos transportados em caixas de papelão, considerados contaminados desde a
recepção e transporte, seguem fluxo específico.
Para nortear a elaboração do arranjo físico apresentamos a seguir um fluxograma básico para uma
cozinha profissional.
Os revestimentos para pisos, paredes e tetos devem respeitar as normas descritas na legislação.
A absorção de água deve ser baixa, máximo de 4%. Os cantos sanitários citados no Codex
Alimentarium não são mais exigidos pela RDC n. 50/2002, da Anvisa.
Os rodapés devem ser alinhados com a parede evitando assim a formação de ressaltos que
permitem o acúmulo de pó e dificultam a limpeza. O material usado no revestimento deve ser claro e sem
trincas.
A implantação de barras e cantoneiras nos locais de grande movimentação de carros e nas quinas
das paredes deve ser pensada para proteger o revestimento.
A adoção de meias paredes com altura entre 1,3 a 1,4 m facilitam os processos de setorização,
supervisão e controle, permitem a instalação ergonômica das mesas de trabalho e a implantação de
torneiras, tomadas, saboneteiras e outros equipamentos. Não é recomendado o uso de divisórias com vazio
interno.
Teto e forros devem ser estanques, acústicos, de cor clara, laváveis com índice de reflexão de
80%. O material utilizado deve evitar o gotejamento de vapores condensados e não deve ser inflamável.
Aberturas devem ser protegidas com telas milimétricas, para impedir a entrada de pássaros, insetos
e a formação de ninhos.
A escolha das esquadrias, portas e janelas deve priorizaras confeccionadas em material liso e
impermeável. Observe também as informações abaixo:
Portas
Animação 1 - Medidas para as portas.
Uma alternativa nas portas de acesso externo, câmaras frias e outras são as cortinas de ar, para tal
lembre-se de prever em seu projeto instalação elétrica que permita o uso desse equipamento.
Janelas
Janelas que se abrem devem ser guarnecidas com tela milimétrica com malha de 2 mm, devendo
essa ser de fácil remoção para limpeza.
A incidência direta de sol sobre a bancada de trabalho deve ser evitada, portanto posicione
adequadamente as janelas, preferencialmente na face sul da edificação, outro cuidado é localizá-las acima
de 1,6 m.
O peitoril das janelas não deve permitir o depósito de itens e acúmulo de pó e a área total das
janelas deve equivaler a 1/5 da área total do piso.
As coifas e dutos de exaustão existentes nas diversas áreas bloqueiam a passagem da luz natural
criando áreas de sombra, lembre-se de requisitar iluminação interna para as mesmas.
As coifas podem ser usadas também para injetar ar fresco nos ambientes e cumprem ainda o papel
de remover o excesso de umidade.
Lawson (1978) recomenda que sejam instaladas aberturas no teto, no perímetro das coifas, para
equilibrar o ar quente extraído e evitar um excesso de fumaça e odores.
Assim as cozinhas apresentam elevada carga de ruídos que impacta sobre os trabalhadores
desenvolvendo fadiga, irritabilidade, perda gradual da capacidade auditiva, náuseas, desordens sensoriais
e baixa produtividade. Os EPIs são utilizados para minimizar esses efeitos e transtornos.
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Veja abaixo links para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema ruídos.
Normas regulamentadoras - NR 15
Resumo da Unidade
Nessa unidade, discutimos a importância de uma boa localização para a
instalação de uma cozinha profissional, falamos também sobre a melhor configuração
geométrica. Enfatizamos as características dos revestimentos para pisos, paredes e teto.
Referências
ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em:
<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 7 ago. 2012.
ABREU, E. S.; SPINELLI, A. M. P. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de
fazer. São Paulo: Metha, 2003.
ARRUDA, G. A. Manual de boas Práticas. 3. ed. São Paulo: Ponto Crítico, 2006.
BIRCHFIELD, J. C. SPARROWE,R.T. Design and Layout of Food Service Facilities. 2. ed. New Jersey:
John Wiley & Sons, 2003.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução - RDC nº
216, Procedimentos de Boas Práticas (BP) em alimentação para garantir as condições higiênico- -
sanitárias do alimento preparado pronto para consumo. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 set.
2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. Resolução - RDC nº
275. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos
Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas
de Fabricação. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 21 out. 2002. Republicada no D.O.U de
06/11/2002.
MONTEIRO. R. Z. Escolas para Cursos de Gastronomia: Espaços, Técnica e Experiências. São Paulo,
2009. p. 119-146. Tese (Doutorado – Programa de Pós–Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Área
de Concentração: Tecnologia da Arquitetura). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, 2009.
ODA, Érico; MARQUES, Cícero. Organização, Sistemas e Metódos - cap. 6 Arranjo Físico e
Ergonomia. [s.l.]: IESD, 2008.