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ILAESE

ANÁLISE ECONÔMICA DA VALE S.A.


CAMPANHA SALARIAL - Agosto DE 2016
VALE S.A.: VENDAS E GANHOS
RECEITA LÍQUIDA
2008 À 2015
Receita Líquida (em milhões de dólares)

70000
60.946
60000

47.694 46.767
50000 45.293

37.426 37.539
40000

30000 25.609
23.211

20000

10000

0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Receita Líquida

Em 2015, a receita líquida continua sua tendência de queda que já soma


58% desde 2011, sendo de 32% apenas entre 2014 e 2015. Significando,
em 2015, uma redução de US$ 12,189 bilhões em comparação com
2014, em função, principalmente, de menores preços dos minérios.
LUCRO E DIVIDENDOS
2011 À 2015
Lucros x Dividendos (em milhões de dólares)
25000
22.522
21.163
20000

15000
12.475

10000
5.197 6.000
4.500 5.096
5000 4.200

657 1.500
584 -12.129
0
2012 2013 2014 2015
-5000

-10000

-15000

Lucro Líquido Lucro Bruto Dividendos

O lucro bruto caiu 59% na VALE entre 2014 e 2015. O impacto foi ainda
maior no lucro líquido que ficou em mais de 12 bilhões de dólares negativos.

Mesmo nesse cenário, 1,5 bilhões de dólares serão entregues aos


acionistas como dividendo.
MOTIVOS DA QUEDA DO LUCRO
LÍQUIDO

1) Maiores impairments registrados em 2015: Significa um cálculo de


deterioração dos valores imobilizados(bens da empresa não sujeitos a
vendas – imóveis, máquinas, ferramentas, veículos) e intangíveis (patentes,
concessões, marcas) da empresa. Isso é simples, de tempos em tempos a
empresa faz um balanço dos impairments, tendo que compensar
financeiramente caso seus valores sejam inferiores ao balanço anterior.

2) Efeito negativo nos resultados financeiros d a depreciação ponta a


ponta de 47 % do real (BRL) contra o dólar norte - americano ( USD )
em 20 15 .

Ou seja, os motivos da queda vertiginosa do lucro líquido da VALE


em 2015 não tem relação alguma com a atividade dos
trabalhadores da VALE.
VENDA POR ÁREA
Vendas por área – 2012 à 2015 (em milhões de dólares)
34.280 34.792
35000

30000
25.697

25000

20000
16.562

15000

10000 7.131 7.286 7.692


6.163
3.570 2.814
5000 2.415 2.225
1.092 1.010 739 526
0
2012 2013 2014 2015

Minerais ferrosos Metais básicos Fertilizantes Carvão

O setor mais impactado nas receitas da VALE com a atual crise mundial é o
de Minério de Ferro, com queda na receita de mais de 53% desde 2013 e 35%
apenas no último ano. Os demais produtos caíram em um ritmo menos
acentuado.
VENDAS POR CONTINENTE
2012 à 2015
Vendas por continente – 2012 à 2015 (em milhões de dólares)
30000
26.617 26.558
25000
19.589
20000

15000 13.371

10000 8.199 8.762


7.705 6.966 7.308 6.697
4.807 4.663
5000 2.378 2.383 2.771
1.653 2.099 1.871 2.008 1.199
0
2012 2013 2014 2015
América do Norte América do Sul Ásia
Europa Resto do mundo

A Ásia continua a ser o principal destino dos produtos da VALE. No


entanto, foi exatamente a região em que se verifica um maior declínio
de suas vendas, em decorrência da queda do preço do minério, 32%
só no último ano.
INVESTIMENTO 2011 à 2015
Investimentos (em bilhões de dólares)
18,0
18 16,2
16 14,2
14
12,0
12

10 8,4
8
5,5
6

0
2011 2012 2013 2014 2015 2016

Total

Os investimentos na VALE caíram em cerca de 53% entre 2011 e 2015. A


previsão de 2016 é uma queda de cerca de 3 bilhões de dólares em
investimentos na VALE, prevendo 5,5 bilhões de dólares investidos em 2016. A
maior parte dos investimentos em 2015 estão associados expansão de Carajás
e infraestrutura relacionada
e ao projeto Itabiritos. Isto é: expansão da produção.
VALE S.A.: PRODUÇÃO
PERGUNTA

Os trabalhadores tem culpa na


crise da mineração e da VALE?
2015: ANO DE RECORDES NA
PRODUÇÃO

Oferta anual de minério de ferro de 345,9 Mt

Produção de Carajás de 129,6 Mt

Produção de níquel de 291.000 t

Produção de cobre de 423.800 t

Recorde na produção anual de ouro.


PRODUÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO
Produção de Minério de Ferro (em milhares de toneladas)

350000 345.879

340000
331.556

330000
322.632
319.960
320000
310.392
310000

300000

290000
2011 2012 2013 2014 2015

Minério de ferro

Como indica o gráfico acima, a produção de minério de ferro foi um recorde


histórico na VALE em 2016. Sendo 44% superior a produção de 2015.
PRODUÇÃO MINÉRIO DE FERRO POR MINAS
2011 2012 2013 2014 2015
Sistema Norte 109.795 106.786 104.885 119.657 129.554
Carajás 109.795 106.786 104.885 119.657 129.554
Sistema Sudeste 120.153 115.587 109.453 107.458 112.626
Itabira 40.007 37.682 34.001 35.489 35.513
Mariana 38.996 37.224 37.752 33.049 41.206
Minas Centrais 41.150 40.681 37.700 38.920 35.908
Sistema Sul 76.253 80.300 78.954 86.264 86.705
Minas Itabirito 30.420 31.774 26.042 28.220 31.619
Vargem Grande 21.425 22.609 21.941 25.032 29.259
Paraopeba 24.408 25.917 30.971 33.012 25.827
Sistema Centro- 5.583 6.376 6.503 5.836 4.514
Oeste
Corumbá 4.074 4.611 4.496 3.782 2.819
Urucum 1.509 1.765 2.007 2.054 2.054
Samarco 10.847 10.912 10887 13.146 12.683
TOTAL MINÉRIO DE 322.632 319.960 310.682 332.361 332.361
FERRO
Produção por minas
Produção por região (em milhares de toneladas)
140000
129.554
120.153
120000 115.587 119.657 112.626
109.453 107.458
109.795
106.786 104.885
100000

80000

60000

40000

20000 13.146 12.683


10.847 10.912 10.887

05.583 6.376 6.503 5.836 4.514


2011 2012 2013 2014 2015

Sistema Norte Sistema Sudeste Sistema Sul


Sistema Centro-Oeste Samarco

Como fica claro no gráfico acima, o sistema Norte (Carajás) superou a


produtividade do sistema Sudeste que, no fundamental, abarca a região de Minas
Gerais. No entando, em 2015, a produção de Minas Gerais cresceu 5% em
relação à 2014.

Com o preço do minério em queda, a prioridade da VALE é ampliar a exploração


em Carajás, cujo minério possui maior índice de pureza. Mas a busca para
compensar esse preço com produção, levou a vale a aumentar a produção tanto
em Minas Gerais como em Carajás.
VALE S.A.: SITUAÇÃO DOS
TRABALHADORES
NÚMERO DE TRABALHADORES
2009 à 2014
Número Total de Trabalhadores

90000
85.305 83.286
79.646
76.531 74.098
80000
70.785
70000
60.036
60000

50000

40000

30000

20000

10000

0
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

O número absoluto de trabalhadores cai na VALE desde 2012. Em 3 anos, são


mais de 11 mil trabalhadores a menos.
TRABALHADORES POR SETOR - 2015
Trabalhadores por Setor - 2015

4.917
6,6%
9.181
12,4%

42.838 15.554
57,8% 21,0%

1.608
2,2%

Minerais Ferrosos Carvão Metais básicos Fertilizantes Atividades corporativas

Mesmo com os baixos preços do minério de ferro, os trabalhadores deste


setor representam 58% do total de empregados pela VALE. Seguido pelos
metais básicos com 21% e fertilizantes com 12,4%.
RECEITA POR SETOR - 2015
Vendas por área – 2012 à 2015 (em milhões de dólares)

133 526
1% 2% 2.225
9%

6.163
24%

16.562
65%

Minerais ferrosos Metais básicos Fertilizantes


Carvão Outros produtos e serviços

Como podemos ver, 58% do total de trabalhadores da VALE produziram 65%


da receita.

Isto demonstra o alto grau de exploração dos trabalhadores deste


setor e a alta produtividade de seu trabalho. Os trabalhadores
ligados aos metais ferrosos são os MAIS PRODUTIVOS DA EMPRESA.
VARIAÇÃO DO NÚMERO DE
TRABALHADORES ENTRE 2013 E 2015
Variação do número de trabalhadores entre 2013 e 2015

1000
92 -12 281
0 -625 -362
América do Sul América do Norte Europa Ásia Oceania África
-1000

-2000

-3000

-4000 -8.562

-5000

-6000

-7000

-8000

-9000

Coluna F

Entre 2013 e 2015 a quase totalidade das demissões ocorreram na América


do Sul, particularmente no Brasil. Nos demais continentes o número total de
trabalhadores ficos relativamente estagnada, enquanto no Brasil houve uma
redução de 8562 trabalhadores.
TRABALHADORES POR LOCALIDADE - 2015
Trabalhadores por localidade

1.9401.654
3% 2% 4.516
6% 385
1%
6.773
9%

58.830
79%

América do Sul América do Norte Europa Ásia Oceania África

Ainda assim, é na América do Sul e em particular no Brasil, que se encontra


79% dos trabalhadores da VALE. Parte expressiva dos funcionário alocados
nos demais países está ligado a atividades de escritório e contato com os
clientes.
ACIDENTES FATAIS
Acidentes fatais de trabalho na VALE S.A. no Brasil

16 15 15

14

12

10 9
8 8
8 7
6
6 5
4
4 3

0
2011 2012 2013 2014 2015

Total de óbitos Óbitos de trabalhadores brasileiros

Mais de 50% dos acidentes fatais registrados na VALE ocorreram no Brasil.


Cabe lembrar, que a VALE não contabilizou os acidentes relacionados com a
tragédia da Samarco.
SALÁRIOS
Salários e encargos (em milhões de dólares)
70000

60.946
60000

50000 47.694 46.767

40000 37.539

30000
25.390 24.245 25.064 25.609
23.573
20.513
20000

10000
3.138 3.413 3.265 3.051
0
2011 2012 2013 2014 2015

Receita Líquida Despesa Total Salários e Encargos

Pela primeira vez a VALE não divulgou os custos com pessoal em seu relatório
anual. Apesar disso, é possível estimar que esse valor desceu muito, com
indica a queda de cerca de 4,5 bilhões de dólares em sua Despesa Total. A
linha amarela no gráfico indica os gastos com o trabalhador diante do
montante da receita da empresa.
VALE S.A.: Primeiro Semestre de 2016
PRIMEIRO SEMESTRE: 2016 X 2015
Primeiro Semestre de 2016 versus 2015 (em milhões de dólares)
14000 13.205
12.345
12000
10.354
10000 9.044

8000

6000
4.328
4000 3.301
2.851 2.817
2000 1.223
294
0
Custos de Produção Lucro líquido básico
Receita operacional líquida Lucro bruto Investimentos
1° Semestre 2015 2° Semestre 2016

No primeiro semestre de 2016, apesar de uma leve queda na receita, o


lucro bruto e líquido cresceram. Isso foi assim em função da redução nas
despesas. Ou seja:

A EXPLORAÇÃO DO TRABALHADOR DA VALE É CADA VEZ MAIOR.


ENDIVIDAMENTO

A dívida bruta e líquida da VALE teve um crescimento significativo no primeiro


trimestre de 2016, se mantendo estável no segundo. O crescimento se deu,
principalmente, em função da variação cambial. No entanto, a dívida da VALE
é muito pequena se comparada com a dimensão da empresa. Pra se ter uma
ideia, como regra geral, sua dívida bruta é inferior a receita de apenas um
ano.
Recordes de produção para um segundo
trimestre de 2016

Produção de minério de ferro em Carajás de 36,5 Mt

Produção de níquel de 78.500 t

Produção de cobre de 105.600 t

Produção de ouro de 109.000 oz


SAMARCO
Dividendos versus Lucro
Lucro Líquido versus Dividendos
3500

3000 3.2752.914
2.805
2.646 2.731
2500 2.768
2.247

2000
1.474 1.813
1500 1.220 1.263
983 1.042
1000
689 1.044 982
436 852
500 693 662 683
180 582
87 454 476
0 96 95
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Lucro Líquido Dividendos

Desde 2001 o total de lucro líquido da Samarco soma exatos


20,707 bilhões de reais. O crescimento do lucro líquido entre
2001 e 2014 foi de mais de 3200%. A fatia entregue aos
acionistas na forma de dividendos pela SAMARCO entre 2001-
2014 foi de 14,475 bilhões de reais.
Dividendos sobre o lucro
Partição do lucro líquido com os acionistas

6242
23%

20717
77%

Lucro Líquido excedente Lucro pago em dividendos

Incríveis 77% do lucro líquido da SAMARCO em 13 anos foram


entregues aos acionistas da empresa na forma de dividendos.
VALE S.A.
Lucro desde a privatização
Lucro Líquido da VALE desde a privatização (em milhões de dólares)
25000
22.652

20000
17.453

15000 13.476
11.825

10000

6.528
5.456 5.197
4.841
5000
2.573
1.548
698 1.086 1.287 680
412 406 353
0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Desde que foi privatizada o total de lucro líquido da VALE são


modestos 96,471 bilhões de dólares. Lembrando que a empresa
foi privatizada por 3,3 bilhões de dólares.
Dividendos desde a privatização
Dividendos desde a privatização (em milhões de dólares)
9.000
9000

8000

7000
6.000
6000

5000 4.500
4.200

4000

2.850 2.724 3.000


3000

1.875
2000
1.300 1.300
1.066
675 787
1000 607 452 602
246

0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

O dividendo da VALE desde a privatização ficou em 41,184


bilhões de dólares. Um valor 12 vezes mais elevado que o da
privatização da empresa.
TRAGÉDIA SAMARCO/VALE
Financiamento de campanha

Na comissão de representação da Assembleia Legislativa


para acompanhar os impactos causados pela tragédia do
rompimento das barragens da Samarco-Vale, em Mariana, em
Minas Gerais, estão 15 deputados estaduais. Sete receberam
doações da empresa - por meio da Vale, que tem 50% das
ações da Samarco.

Os financiados pela Samarco no grupo de acompanhamento


são: Guerino Zanon (PMDB), Luzia Toledo (PMDB), Janete de
Sá (PMN), Bruno Lamas (PSB), José Carlos Nunes (PT),
Gildevan Fernandes (PV) e Rodrigo Coelho (PT).
CONCLUSÕES

A VALE sofre o impacto dos baixos preços do minério de ferro e


da desvalorização do real, em compensação está batendo um
recorde de produtividade atrás do outro.

Tendência de centrar os investimentos em Carajás, onde a


maior pureza do minério compensa os atuais preços de
mercado. Apesar disso, em 2015, a produção em Minas Gerais
cresceu

Política de demissões e contenção de custos que devem ser


combatidas pelos trabalhadores a ferro e fogo.

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