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Enumere as condições objetivas específicas da ação penal.

Condições Específicas da Ação Penal (condições de procedibilidade)

b.1.) representação do ofendido ou de seu representante e requisição do


ministro da justiça, nos crimes de ação penal pública de iniciativa
condicionada;

b.2.) surgimento de novas provas, em se tratando de ação penal com base


em inquérito policial anteriormente arquivado por falta de provas (Súmula n.º
524 do STF);

b.3.) laudo pericial, em se tratando de crimes contra a propriedade imaterial


(art. 525, CPP);

Quais eram condições gerais da ação penal, na concepção de Hélio


Tornaghi, antes da reforma do CPP produzida pela Lei 11719/08.

Está condicionada à representação(A ação penal pública condicionada à


representação (APPCR), como o próprio nome já diz, depende da
representação da vítima (art. 24, 38 e 39, CPP) para instauração do inquérito
policial (art. 5º, §4º, CPP) ou para o oferecimento da denúncia, caso o
inquérito seja desnecessário por já haver provas suficientes (art. 24, CPP). A
vítima (ou seu representante legal, caso ela seja incapaz) devem exercer o
direito de ação (a representação) dentro de 6 meses após o conhecimento
do autor do crime (art. 38, CPP, e art. 103, CP).) do ofendido ou à requisição
(A requisição é ato de natureza política através do qual o Ministro da Justiça
autoriza a propositura da ação penal por parte do Ministério Público em
determinados delitos. Os crimes cuja persecução depende de requisição
estão previstos no Código Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei de
Imprensa. Dentre eles podemos citar:A) Os crimes cometidos por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil (CP, art. 7º, parágrafo 3º, b);B) Os crimes de
injúria praticados contra o Presidente da República (CP, art. 141, I, c/c o
parágrafo único do art. 145 do CP e art. 26 da Lei de Segurança Nacional);
C) Nos crimes contra a honra cometidos pela imprensa contra Ministro de
Estado (art. 23, I, c/c o art. 40, I, a, da Lei de Imprensa) "revogada". A
requisição pode ser feita a qualquer tempo enquanto não estiver extinta
a punibilidade do delito.) do Ministro da Justiça. Discute-se a natureza da
representação e da requisição. Para Hélio Tornaghi são elas condição
objetiva de punibilidade. Já Fernando da Costa Tourinho Filho as tem como
condição objetiva de procedibilidade. Mas para Mirabete e José Frederico
Marques devem ser qualificadas como condições suspensivas de
procedibilidade, já que sem elas não pode ser proposta a ação penal pública.

Por que se diz que a ação penal é autônoma e abstrata?

Atualmente, a ação é considerada um poder: a) autônomo – distinto do


direito material (direito de punir); b) abstrato – independe da existência do
direito material e, portanto, da sentença favorável; c) público – exercido
perante o Estado para a invocação da tutela jurisdicional; d) subjetivo – dado
potencialmente a qualquer pessoa; e) instrumentalmente conexa a uma
situação concreta – a ação, quando exercida, contém necessariamente uma
pretensão (pedido para o réu seja punido por determinado crime).

Classifique as ações penais de acordo com a sua titularidade ativa.

Classificação da Ação Penal: De acordo com o Código Penal e o Código de


Processo Penal, as ações penais se classificam segundo o seu titular. O
art. 100 do CP dispõe que: “A ação penal é pública, salvo quando a lei
expressamente a declara privativa do ofendido”.

a) Ação penal pública: cuja titularidade do direito de ação incumbe ao Estado


por meio do Ministério Público. Art. 100 § 1º CP e Art. 24, CPP.

(O Ministério Público é o dominus littis da ação penal pública, art. 129, I da


CF).
b) Ação penal privada: a tarefa de movê-la recai sobre o ofendido ou seu
representante legal. 100 § 2º CP e art. 30, CPP.
3.1. Ação Penal Pública:
Há duas espécies de ação penal pública:

a) Ação penal pública incondicionada: Regra geral.


Titularidade: Cabe ao Ministério Público, havendo prova da materialidade e
inícios de autoria delitiva, a propositura da ação penal pública incondicionada
independentemente da autorização de quem quer que seja.
Ex.:. Crimes de homicídio, aborto, infanticídio, furto, estelionato, peculato,
etc.

b) Ação penal pública condicionada:


Titularidade: Continua sendo iniciada pelo MP, mas dependerá, para sua
propositura, da satisfação de uma condição de procedibilidade, sem a qual a
ação penal não poderá ser instaurada. Esta condição é a representação do
ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo, ou, ainda,
de requisição do Ministro da Justiça.
Segundo Cézar Roberto Bitencourt (p. 699): “Embora a ação continue sendo
pública, em determinados crimes, por considerar os efeitos mais gravosos
aos interesses individuais, o Estado atribui ao ofendido o direito de avaliar
a oportunidade e a conveniência de promover a ação penal, pois este poderá
preferir suportar a lesão sofrida a expor-se nos tribunais.”
►Condicionada à representação do ofendido: é um pedido-autorização em
que a vítima, seu representante legal, curador nomeado para a função ou
pessoas jurídicas, desde que o façam por intermédio da pessoa indicada no
respectivo contrato ou estatuto social, ou, no silêncio destes, pelos seus
diretores ou sócios-gerentes (art. 37 CPP), expressam o desejo de que a
ação seja instaurada, autorizando a persecução penal. Sem essa permissão
nem sequer poderá ser instaurado inquérito policial.
No caso de morte da vítima o direito de representação é transmitido
ao CADI: Cônjuge, Ascendente, Descendente, Irmão (CPP, art. 31).
Uma vez iniciada a ação penal, o MP a assume incondicionalmente e passa
a ser informada pelo princípio da indisponibilidade.

De acordo com o STF, havendo concurso de pessoas (dois autores de um


crime), se a vítima representar contra apenas um dos agentes, o Ministério
Público poderá processar ambos, em razão do princípio da indivisibilidade.

Nesses casos o Código Penal faz referência expressa à necessidade dessa


condição, empregando a seguinte expressão: “Somente se procede
mediante representação”. Ex. Arts. 147, § único; 130, § 2º; 153 § 1º; 154 §
único; 156, § 1º; 176, § único; 225 § 2º etc. Os crimes de lesões corporais
leves e culposas passaram a ser de ação pública condicionada. (Art. 88, da
Lei 9.099/95).
OBS: Art. 12, I e art. 16 da Lei 11.340/06 – Lei Maria da Penha: O STF julgou
procedente a ADIN 4.424, a fim de assentar a natureza incondicionada da
ação penal em caso de lesão corporal, pouco importando a extensão desta,
desde que praticada contra a mulher no ambiente desta.
Legitimação ativa concorrente: 1. Possibilidade da vítima ingressar com Ação
Penal Privada Subsidiária da Pública, na forma prevista pelo art. 29,
do CPP e art. 5º, LIX, da CF.
2. Art. 145, parágrafo único, segunda parte, do CPB > crime contra a honra
de servidor público. Ver a SÚMULA 714 do STF.
Irretratabilidade: A representação é irretratável após o oferecimento da
denúncia. Logo, se o ofendido pretender desistir de processar o autor do
fato, a retratação só pode ser feita antes de oferecida a denúncia
(Art. 25, CPP).
Prazo para representar: Art. 103, do CPB e art. 38, do CPP
Trata-se de prazo decadencial, que não se suspende nem se prorroga. O
ofendido ou seu representante legal decairão do direito de queixa ou de
representação se não o exercerem dentro do prazo de 6 meses, contado do
dia em que vierem, a saber, quem é o autor do crime (art. 103 do CP) ou, no
caso, do art. 29 do CPP, do dia em que se esgotar o prazo para oferecimento
da denúncia (art. 38 CPP). Maior de 18 anos tem capacidade para ele
próprio exercer o direito de queixa ou representação.
Ofendido menor de 18anos: Cuida-se de menor de 18 anos ou, se maior,
possuidor de doença mental. Nesses casos, aplica-se a regra do
art. 33, CPP, nomeando-se curador especial.
►Condicionada à requisição do Ministro da Justiça: Em casosexcepcionais a
lei brasileira exige, para o início da ação penal, uma manifestação do
Ministro da Justiça. A requisição do Ministro da Justiça é um ato
administrativo, discricionário e irrevogável, que deve conter a manifestação
de vontade, a autorização para a instauração de ação penal, com menção do
fato criminoso, nome e qualidade da vítima, nome e qualificação do autor do
crime etc. Atende razões de ordem política que subordinam a ação penal
pública em casos específicos a um pronunciamento do Ministro.
Hipóteses de requisição: crime cometido por estrangeiro contra brasileiro,
fora do Brasil (art. 7, § 3, b do CP); crimes contra a honra cometidos contra
chefe de governo estrangeiro (art. 141, I, c/c o § único do art. 145 do CP);
crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República
(art. 141, I, c/c o 145 § único do CP; crimes contra a honra cometidos contra
chefe de Estado ou governo estrangeiro ou seus representantes
diplomáticos; crimes contra a honra contra ministro do Supremo Tribunal
Federal; e crimes contra a honra contra o presidente do Senado e presidente
da Câmara dos Deputados.
Prazo para oferecimento da requisição: O código de Processo Penal é
omisso a respeito. Entende-se, assim, que o Ministro da Justiça poderá
oferecê-la a qualquer tempo, enquanto não estiver extinta a punibilidade do
agente.
Retratação da requisição: Não deve ser admitida. A requisição é irretratável
porque a lei não contempla expressamente esta hipótese, como no caso da
representação. Luiz Flávio Gomes entende que por analogia pode, desde
que antes do oferecimento da denúncia. Se a vítima pode se retratar, o
Ministro da Justiça também pode, pois em ambas as hipóteses quer a lei
atender a interesses privados.
Vinculação da requisição: Não obriga o MP a oferecer a denúncia. Sendo o
MP o titular exclusivo da ação penal pública, seja ela condicionada ou
incondicionada, só a ele cabe a valoração dos elementos de informação e a
consequente formação da opinio delicti. A requisição não passa de
autorização política para este desempenhar suas funções.

Cite um exemplo de ação penal privada personalíssima.

A Ação Penal Privada Personalíssima é diferente, pois a ação somente pode


ser proposta pela vítima. Somente ela tem este direito. Não há representante
legal nem a possibilidade dos legitimados no artigo 31 do CPP. Se o ofendido
falecer? Já era, amigo. Extingui-se a punibilidade. E se a vítima, em ação
privada personalíssima, tiver menos de 18 anos? Aí é ter paciência e esperar
alcançar a maioridade - o que é evidente: o prazo decadencial não estará
correndo. Exemplo de um caso de Ação Privada Personalíssima? Sim. Mas
eu só tenho conhecimento de um: artigo 236 do Código Penal:

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro


contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento
anterior:Pena - detenção, de seis meses a dois anos.Parágrafo único - A
ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser
intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo
de erro ou impedimento, anule o casamento.

Diferencie ação penal de iniciativa privada propriamente dita de ação


penal de iniciativa privada personalíssima.

No tocante às espécies de ações penais de iniciativa privada, Antônio Alberto


Machado (2012) distingue a ação penal de iniciativa privada propriamente
dita, também chamada pela doutrina de ação privada exclusiva; a ação penal
de iniciativa privada subsidiária da pública; e a ação penal de iniciativa
personalíssima.

A ação é privada exclusiva quando a lei expressamente consigna que “se


procede mediante queixa” ou outra regra de igual conteúdo (GRECO FILHO,
2012). A instauração ocorrerá por meio de queixa oferecida pelo próprio
ofendido ou por terceiros legitimados para tanto, como por exemplo, o
representante legal, tutor ou curador; como também pelos sucessores do
ofendido nos casos e na forma inserta no art. 31 do CPP (MACHADO, 2012).
A ação penal de iniciativa personalíssima é aquela que somente poderá ser
exercida pelo ofendido, é o caso do delito tipificado no art. 236, CP
(induzimento a erro essencial quanto à pessoa cônjuge), que só poderá ser
exercitada pelo contraente enganado. Assim, em caso de morte do ofendido
ou ocorrendo sua incapacidade no curso do processo já instaurado, este
será extinto no primeiro caso e sobrestado no segundo, devendo o processo
ficar suspenso até que o querelante recupere a plena capacidade de estar
em juízo, sendo que o sobrestamento perdurará apenas pelo prazo previsto
para a prescrição da ação penal (MACHADO, 2012).
Em que hipótese será cabível a ação penal de iniciativa privada
subsidiária da pública. Quais são os dispositivos contidos na CR e no
CPP que preveem este tipo de ação.

Consiste na autorização constitucional (artigo 5º, inciso LIX) que possibilita à


vítima ou seu representante legal ingressar, diretamente, com ação penal,
por meio do oferecimento da queixa-crime, em casos de ações públicas,
quando o Ministério Público deixar de oferecer a denúncia no prazo legal
(artigo 46 do Código de Processo Penal). Ressalta-se que a titularidade da
ação penal nesse caso não é da vítima. Uma vez oferecida a queixa pelo
ofendido, o Ministério Público poderá aditá-la, repudiá-la e oferecer denúncia
substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de
prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do
querelante, retomar a ação como parte principal. Nesse tipo de ação é
inadmissível a ocorrência do perdão ofertado pelo querelante (artigo 105 do
Código Penal), caso contrário, o Ministério Público deve retomar o seu lugar
como parte principal.

Em que consiste a justa causa para a propositura da ação penal?

A justa causa, que constitui condição da ação penal, é prevista de forma


expressa no Código de Processo Penal e consubstancia-se no lastro
probatório mínimo e firme, indicativo da autoria e da materialidade da
infração penal (Prova objetiva do concurso público para provimento de vagas
em cargos de nível superior e de nível médio do Plano Geral de Cargos do
Poder Executivo do Quadro da Defensoria Pública da União).

O que se entende por denúncia inepta?


INÉPCIA DA DENÚNCIA. ... I - Se a imputatio facti, em eventual crime
culposo, não descreve em que consistiu a negligência ou a imperícia, então
a denúncia é inepta, dada a inobservância ao disposto no art. 41 do CPP. A
exordial acusatória deve narrar a forma concreta em que aconteceu a
infração ao dever de cuidado.

Estabeleça um paralelo entre renúncia do ofendido e perdão do


ofendido nos crimes de ação penal de iniciativa privada, apontando
suas distinções e similitudes.

Diferentemente da ação penal pública, onde predomina os princípios da


obrigatoriedade e indisponibilidade, na ação penal privada é possível
que o ofendido ou seu representante legal, mesmo possuindo
elementos suficientes para iniciar a demanda, opte por não agir,
utilizando-se do princípio da oportunidade/conveniência ou até mesmo
desistir da ação que haja interposto (princípio da disponibilidade). É de
extrema importância entender os institutos da renúncia e do perdão,
dentro da ação penal privada e que estão relacionados a esses
princípios, já que são muito cobrados pela FCC.

Renúnciaopera-se pela prática de ato incompatível com a vontade de ver


processado o infrator. Quando a vítima se recusa a tomar providência contra
o seu agressor; ANTES DE AJUIZADA A AÇÃO. (Princ. da oportunidade)

Perdãoocorre quando a vítima não deseja prosseguir com a ação, perdoando


o querelado. DEPOIS DE AJUIZADA A AÇÃO. (Princ. da disponibilidade)

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo
de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos


autores do crime, a todos se estenderá.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem
que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar.
03 (FCC – 2012 – TRF – 2ª REGIÃO – Técnico Judiciário – Área
Administrativa) Na ação penal privada exclusiva, o perdão do ofendido

(A) depende da aceitação do Ministério Público.


(B) só pode ocorrer após o recebimento da queixa.
(C) não pode ser tácito, exigindo-se que seja sempre formulado de forma
expressa.
(D) implica redução da pena, mas não acarreta a extinção da punibilidade.
(E) concedido a um dos querelados aproveitará a todos, mesmo em relação
aquele que o recusar.

Em que consiste perempção. Enumere as hipóteses legais em que esta


poderá ocorrer.

No processo penal, a perempção resulta da inércia do querelante no curso


da ação penal privada, impedindo a demanda de prosseguir, acarretando a
extinção da punibilidade do querelado. Note-se que a perempção apenas se
aplica à ação penal privada exclusiva, e não na subsidiária à pública. As
causas que acarretam a perempção estão elencadas no art. 60, do Código
de Processo Penal, sendo elas "I - quando, iniciada esta, o querelante deixa
de promover o andamento do processo durante 30 (trinta) dias seguidos; II -
quando, falecido o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não
comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60
(sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou
deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV -
quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar
sucessor".

O que se entende por representação nos crimes que se apuram


mediante ação penal condicionada?

A ação penal pública condicionada à representação (APPCR), como o


próprio nome já diz, depende da representação da vítima (art. 24, 38 e
39, CPP) para instauração do inquérito policial (art. 5º, §4º, CPP) ou para o
oferecimento da denúncia, caso o inquérito seja desnecessário por já haver
provas suficientes (art. 24, CPP).

A vítima (ou seu representante legal, caso ela seja incapaz) devem exercer o
direito de ação (a representação) dentro de 6 meses após o conhecimento
do autor do crime (art. 38, CPP, e art. 103, CP).

Disso decorre uma pequena discussão, caso a vítima fosse menor quando
ocorreu o crime e seu representante legal deixou de representar dentro do
prazo legal, pode a vítima, quando se tornar capaz (fizer 18 anos), exercer o
direito de representação? É quase pacífico que sim e o prazo de 6 meses
começa a correr no dia do seu aniversário.(cf. Mirabete, Processo Penal, p.
101)

A representação é, obviamente, uma faculdade da vítima. Ela decide se dará


ao Estado poderes para investigar um crime e processar alguém. É possível
a retratação da representação, no entanto, ela só pode ocorrer até o
oferecimento da denúncia. Após o oferecimento da denúncia a ação passa
definitivamente para as mãos do Ministério Público e a vítima já não pode
mais decidir sobre nenhum aspecto os rumos do processo (art. 102, Código
Penal).
É possível a revogação da retratação. Assim, enquanto estiver dentro do
prazo decadencial de 6 meses a vítima pode apresentar nova representação,
mesmo que tenha se retratado da última.

Para saber se a ação é condicionada à representação, é só ver a redação do


crime no código penal. São exemplos: Perigo de contágio venéreo (art. 130),
ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152),
divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o estupro e
o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro para financiar
a ação privada(art. 225, §1º e 2º) etc.

A retratação da representação é admitida após o oferecimento da


denúncia de acordo com o Código de Processo Penal?

Art. 16 . Nas ações penais públicas condicionadas à representação da


ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação
perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal
finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público.

É admitida a retratação da requisição apresentada pelo ministro da


justiça nos crimes praticados contra a honra do presidente da
república?

Parte da doutrina entende que sim, afinal a requisição não passa de um


ato administrativo e, como tal, sujeito à conveniência e oportunidade do
administrador. Assim, nada impede que o Ministro da Justiça, num
primeiro momento, tenha entendido conveniente a oferta da requisição
para, num segundo instante, voltar atrás, dela se retratando, desde que
antes da oferta da denúncia (art. 25 do CPP).
Outra corrente doutrinária entende que a requisição é irretratável. Primeiro
porque o Código, no art. 25, prevê a possibilidade de retratação apenas para
a representação e não para a requisição. Segundo em virtude de que,
tratando-se de ato relevante, revestido de seriedade, que se imagina
decorrente de profunda análise, já que emanado do Ministro da Justiça, não
tem cabimento que, uma vez apresentado, seja objeto de retratação.

Cite três crimes cuja persecução penal depende de representação do


ofendido ou de seu representante legal.

Lesão corporal (art 129), ameaça (147), crimes sexuais se a vítima é maior
de 18

Qual é o prazo decadencial nos crimes cuja ação penal é pública


condicionada à representação? Na contagem deste prazo deverá ser
observada a regra do artigo 10 do CP ou a regra prevista no artigo 798 §
1º do CPP? Fundamente.

Segundo o art. 103 do CP, o ofendido decai do direito de queixa ou de


representação, se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contados
do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º, do
art. 100, (isto é, da ação privada subsidiária) do dia em que se esgota o
prazo para oferecimento da denúncia. Em igual sentido é o art. 38 do CPP.
(p. 745).
Diferencie perdão do ofendido do perdão judicial.

O perdão judicial distingue-se do perdão do ofendido, uma vez que, neste, é


o ofendido quem perdoa o ofensor, desistindo da ação penal exclusivamente
privada. No perdão judicial, é o juiz quem deixa de aplicar a pena,
independente da natureza da ação, nos casos permitidos por lei. O perdão
do ofendido depende da aceitação do querelado para surtir efeitos, enquanto
o perdão judicial independe da vontade do réu.

Quais são os princípios que norteiam a ação penal pública?

Princípios que regem a Ação Penal Pública

São cinco os princípios que regem a ação penal pública: o da legalidade ou


obrigatoriedade; o da indisponibilidade; o da intranscendência; o da
divisibilidade e o da oficialidade. Princípio da legalidade ou da
obrigatoriedade; Princípio da Indisponibilidade ( uma vez oferecida a
denuncia o Ministério Público não poderá dispor da mesma, conforme
positivado no artigo 42 do Código de Processo Penal); Princípio da
intranscendência(Por força do princípio da instranscendência, entende-se
que a denúncia ou a queixa só podem ser oferecidas contra o provável autor
do fato delituoso. A sentença penal condenatória não pode passar da pessoa
do suposto autor do crime para incluir seus familiares, que nenhuma
participação tiveram na infração penal); Princípio da divisibilidade
(autoriza que, já havendo uma ação penal pública em face de
determinado réu, será sempre possível que o MP intente outra ação
pelo mesmo fato em face de outro acusado.Ainda em razão do mesmo
princípio, é possível que o processo seja desmembrado em tantos quantos
forem os réus, não sendo necessária a persecução penal através de uma
única ação); Princípio da oficialidade , (estabelece que o Estado tem o
dever soberano de agir e de determinar as normas de conduta delituosa bem
como a sanção penal correspondente, estando inicialmente relacionado com
os princípios da legalidade e da obrigatoriedade. A diretriz da oficialidade
funda-se no interesse público de defesa social. )

Quais são os princípios que norteiam a ação penal de iniciativa


privada?

A ação penal privada é regida pelos três princípios: oportunidade,


disponibilidade e indivisibilidade. Pelo princípio da oportunidade, o ofendido
pode analisar a conveniência quanto ao início da ação penal, ou seja, se
oferece queixa ou não contra o autor da infração. Quanto ao princípio da
disponibilidade, uma vez iniciada a ação penal, poderá ocorrer a desistência
dela. O querelante sua queixa, mas posteriormente desiste do processo. Por
fim, o princípio da indivisibilidade impõe o oferecimento da queixa contra
todos os envolvidos na infração. O querelante não pode optar por processar
um e não fazê-lo contra o outro. Caso renuncie com relação a algum dos
autores da infração, este beneficiará os demais agentes. Apenas esse
princípio é comum à ação pública, ressaltando que na pública não se cogita
de renúncia.

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