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27/03/2014

Biorreatores e
Processos Fermentativos

Aula 5 – Profa. Dra Ilana L. B. C. Camargo


Ciências Físicas e Biomoleculares
IFSC - USP

Biotecnologia do bioprocesso tem três estágios:

Processo “Upstream”

Biorreatores e biorreação

Processo “Downstream”

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Parte I

Estágios do processo produtivo

Bioprocesso – aplicação industrial de reações ou vias biológicas


mediadas por células vivas inteiras de animais, plantas ou
microrganismos, ou enzimas sobre condições controladas para a
biotransformação de matérias primas em produtos.

Produto – alimento, medicamento ou composto industrial

Bioprocesso também pode ocorrer sem resultar em um produto


direto – biorremediação, desintoxicação de resíduos ou de efluentes
com ou sem subproduto ou derivados

Escala laboratorial Escala industrial

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Biorreatores, reatores bioquímicos, reatores biológicos


são os reatores químicos nos quais ocorrem uma série
de reações químicas catalisadas por biocatalisadores

Enzimas Células vivas

Reatores Biorreatores
enzimáticos ou ou Reatores
Bioquímicos Biológicos

Biorreatores

Sistema não asséptico – onde não é absolutamente necessário

se operar com culturas inteiramente puras (sistemas de

descarte de efluentes);

Sistema asséptico – onde as condições de assepsia são pré-

requisitos para a formação do produto com sucesso;

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Nem todo processo de fermentação precisa


ser livre de contaminações!!

Produção caseira dos vinhos

Antigamente, a maceração das uvas era feita com os pés!!

Nem todo processo de fermentação precisa ser livre de


contaminações!!
Produção artesanal de queijo, vinho, vinagre, iogurte e cerveja, muitas
vezes eram processadas satisfatoriamente, mesmo sob condições
precárias de assepsia

Queijo de leite de búfala

http://www.viagemesabor.com.br/noticias/roteiros/br/norte/para/marajo

Tanque de maceração das uvas


Produção de vinhos
(Hoje: prensa hidráulica)

Quanto mais controle se tem sobre o processo de fermentação, maior é a


facilidade em se manter a qualidade e garantir a reprodução do processo.

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Chaim Weizmann e colaboradores, Inglaterra (1914-1918)

Início de FERMENTAÇÃO CONTROLADA

Processo submerso anaeróbio de produção de acetona-butanol


- grande escala com condições total de assepsia;
- condições estritas de anaerobiose (Clostridium
acetobutylicum);

Proteção contra aeróbios, mas não impedia a


contaminação por bacteriófagos!!

Maceração das uvas

Hoje: prensa hidráulica

Dióxido de enxofre (conservante)

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Biorreator ou fermentador

Biorreator ou fermentador
Variação em forma e tamanho dependendo da aplicação

O design do biorreator depende de um número de fatores que incluem:

-Tipo de células
-Tipo de reação metabólica
-Informação sobre a transferência de massa e calor
-Viscosidade e homogeneização

Tamanhos:

-Frascos agitados (erlenmeyers): 100 – 1.000 mL


-Fermentadores de bancada: 1 L – 30L
-Fermentadores piloto: 100 – 1.000 L
-Fermentadores industriais: 1.000 – 1.000.000 L

Também podem ser bandejas, garrafas (fermentação sólida), colunas


(imobilização células ou enzimas)

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Biorreator ou fermentador

1943 – EUA, Primeira planta industrial de fermentação para produção de

penicilina em fermentadores de aço-carbono de 54 m3

• Reatores em aço-carbono

• Sistemas de agitação e aeração

• Fundo e tampa torriesféricos


esterilizáveis

• Entrada para a adição de inóculo

• Antiespumante

• Coleta de amostras

• Descarga e saída dos gases


formados durante a fermentação,
etc.

Biorreator ou fermentador
Padrões de materiais usados nos fermentadores sofisticados:

 Todos os materiais que estão em contato com as soluções ou com a


cultura do organismo devem ser resistentes à corrosão para prevenir a
contaminação do processo com traços de metais;

 Não podem ser tóxicos pois se houver alguma dissolução do material


ou componente não haverá inibição do crescimento da cultura;

 Inspeção visual do meio de cultura é uma vantagem, por isso deve


haver materiais transparentes quando possível;

 O sistema de agitação, portas de entrada e de saída devem ser rígidas


o suficiente para não deformar ou quebrar sob estresse mecânico;

 Materiais precisam suportar repetidas esterilizações por vapor em alta


pressão;

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Biorreator ou fermentador
Sistema de agitação

Reator agitado
mecanicamente Sonda pH
Sonda oxigênio dissolvido
(STR: stirred tank reactor)

Agitadores: turbinas

Camisa de
• Tanque cilíndrico vertical; resfriamento

• Agitado mecanicamente ou não;


• Provido de sistema de
aquecimento e resfriamento;
• Demais controles necessários
ao processo;

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Serpentinas

Estudo atual

Aumento de escala

12 Kg  800 Kg

http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2005-084-00.pdf

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Capacidade dos biorreatores de escala


industrial

1- Pequena escala: 1 a 2 m3 de capacidade – cultivo de microrganismos


patogênicos, ou para crescimento de células animais ou vegetais. Em geral, seu
uso tem como objetivo produtos ligados à área de saúde

2 – Escala intermediária: dezenas de metros cúbicos até 100 a 200 m 3 –


especificamente empregado na produção de enzimas, antibióticos e vitaminas.

3- Grande escala: reatores com milhares de metros cúbicos de capacidade -


para processos que exigem poucos ou até mesmo nenhum cuidado de
assepsia: fermentação alcoólica ou do tratamento biológico de resíduos

Função primária de fermentação


• fornecer condições ambientais adequadas ao crescimento
dos microrganismos

Para tanto, 12 pontos devem ser observados:

1- O reator deve ser capaz de manter-se estéril por muitos


dias, trabalhar sem problemas por longos períodos e
satisfazer todas as exigências legislativas de contenção
ambiental;

2- As exigências metabólicas dos microrganismos, quanto a


aeração e agitação, devem ser plenamente satisfeitas,
mantendo porém a integridade física dos mesmos;

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Para tanto, 12 pontos devem ser observados:

3- A potência absorvida deve ser a menor possível;

4- Um eficiente sistema de controle de temperatura deve estar


disponível;

5- Um sistema de controle de pH deve estar disponível;

6- Um sistema de tomada de amostras à prova de contaminação


do conteúdo do fermentador deve ser parte integrante do
equipamento.

Para tanto, 12 pontos devem ser observados:

7- Perdas por evaporação devem ser mantidas ao mínimo;

8- Eficiente sistema de controle dos gases e saída do


fermentador devem estar disponíveis;

9 - O reator deve exigir o mínimo em mão-de-obra para sua


operação, limpeza e manutenção;

10 – O reator deve preencher, sempre que possível, a


característica de multi-propósito, contudo, a regulamentação
de contenção ambiental e a possibilidade de contaminações
cruzadas podem ser fatores limitantes

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Para tanto, 12 pontos devem ser observados:

11- O reator deve ter as superfícies internas polidas e todas as


suas conexões, na medida do possível, devem ser soldadas
e não rosqueadas;

12- Na medida do possível, o reator deve manter uma


geometria similar à dos reatores menores ou maiores, a fim
de facilitar a ampliação de escala do processo.

Biorreator ou fermentador

Escala laboratorial
~1L

Biorreator de bancada
http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=3930

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Biorreator ou fermentador
Composição: Reatores de bancada

1. Reatores de vidro com fundo arredondado ou chato e tampa


superior de inox ligada ao corpo por uma flange. Diâmetro
máximo = 60 cm.
vidro borossilicato  esterilizado em autoclave;
2. Reatores com corpo cilíndrico de vidro, com tampas superior
e inferior em aço inoxidável. (10-20L).

http://www.ars-fla.com/Mainpages/Bio-Reactor/bioreactor.html

Biorreator ou fermentador
Composição: Reatores Pilotos e industriais

Volumes: 50 L a 500 m3
Analisar materiais quanto:
- Capacidade de resistir às pressões de esterilização
- Resistência à corrosão
- Toxicidade dos produtos resultante de uma eventual corrosão;
- Custo do material

Aço inoxidável 316 – considerado adequado


não resolve todos os problemas: produção de ácido cítrico
pH 1 ou pH 2  corrosão
Inox 317 com 3-4% de molibdênio

Classes de aço inox no Brasil segue American Iron and Steel Institute (AISI)

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Tabela 1. Composição de alguns tipos de aços inoxidáveis


AISI. Composição nominal (%).
Tipo de
Carbono Cromo Níquel Titânio Molibdênio
aço
304 0,08 18-20 8-11 - -
304L 0,03 18-20 8-11 - -
321 0,08 17-19 9-12 ≥ 5 xC -
316 0,08 16-18 10-14 - 2-3
316L 0,03 16-18 10-14 - 2-3

Fermentação com células animais  corrosão dos metais


pesados  insuspeitáveis problemas

Biorreator ou fermentador
Composição: Reatores Pilotos e industriais

Outros materiais:

Cobre (cervejarias – resistência pelas leveduras chega a 30 ppm)


Alumínio – raramente utilizado pois reagentes podem atacá-lo;
Níquel – elevada resistência à corrosão;
Titânio – alto custo;
Vidro borossilicato – instalação de visores;
Plásticos – resistentes à corrosão, mas alguns não resistem
muito a solventes (polietileno, polipropileno, PVC rígido...)
Aço carbono – Ferro + carbono: utilizado nos primeiros reatores
empregados na produção de penicilina. Não é mais utilizado
devido à dificuldade de limpeza e contaminação do produto

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Fermentação microbiana: um sistema de três fases

1. Fase líquida: contém sais, substratos e metabólitos dissolvidos.


Pode também possuir substrato imiscível em água;

2. Fase sólida: consiste nas células, substratos ou produtos insolúveis;

3. Fase gasosa: oxigênio, CO2

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

Sistema de agitação
Fatores importantes:
Sondas para
determinação de
pH
pO2
1 - Oxigênio Sistema de aeração

Entrada de
2 - Temperatura Inóculo
meios/nutrientes Sistema de
anti-espumante colheita
3 - pH de amostras

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio
Processos aeróbios têm destaque na Biotecnologia Industrial, pois
estão envolvidos no cultivo de microrganismo para produção de
antibióticos, enzimas, vitaminas, fermentos e inoculantes, proteínas
recombinantes (hormônios, insulina), etc.

Processos fermentativos envolvendo cultivo de células aeróbias ou


aneróbias facultativas visando formação de produtos ou tratamento
biológico de águas residuárias têm em comum o aspecto de exigirem
um adequado dimensionamento do sistema de transferência de
oxigênio (fase gasosa  fase líquida)

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial
1- Oxigênio Último elemento a aceitar elétrons

Permite:
- Armazenamento de energia – ATP;
- Reoxidação das coenzimas que participam
das reações de desidrogenação.

NADH

Participam das reações de síntese de


NADH moléculas levando à sobrevivência
das células e ao surgimento de novas

NADH
células no processo de proliferação da
biomassa microbiana, para a qual a
energia é fundamental.
Diagrams:
Prokaryotic Mariana Ruiz
(Tortora, Funke & Case, 2000) Binary Fission, JW Schmidt6

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial
1- Oxigênio C6H12O6 + 6O2  6CO2 + 6H2O
Para a oxidação de 1 mol de glicose, é necessário o consumo de
6 mols de O2
Glicose é bastante solúvel, já O2 é pouco solúvel em água.
A concentração de oxigênio dissolvido na saturação é apenas da ordem
de 7 mg O2/L (7ppm), ao se borbulhar ar atmosférico à pressão de 1 atm
e a 35oC.

Nada adianta alimentar o biorreator se não houver um ótimo


sistema de transferência de oxigênio

- Transferência entre fases gasosa e aquosa;


- Oxigênio dissolvido deve chegar às células;
- Oxigênio deve penetrar nas células;
- Oxigênio deve ser consumido na reação
http://www.pptechnologygroup.com/cfd_engineering.htm

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio Em reatores não aerados, o oxigênio é


transferido do espaço livre acima do
líquido.

A agitação quebra continuamente a


superfície do líquido e aumenta a área de
transferência.

O efeito da velocidade de agitação na


entrada do gás em um biorreator de 2 L :

300 rpm 450 rpm 750 rpm

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio Chicanas/Baffles
Aumentam a turbulência e assim,
melhoram a oxigenação do meio

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio Chicanas, quebra vórtice ou “baffles”

Aumentam a turbulência e assim,


melhoram a oxigenação do meio

Normalmente:

4 chicanas equidistantes

Largura: 10% do diâmetro do reator

Devem ser fixadas a 1 ou 2 cm do corpo do

fermentador para evitar zonas de estagnação

Análise computacional de dinâmica de fluxos

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio Chicanas afastadas da parede do biorreator


Evita zonas de estagnação

Concentração de Oxigênio
dissolvida aumenta com a agitação
Concentração de O2

Co
Co

Co 1

t0 t1 Tempo

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial
1- Oxigênio

Injetar ar esterilizado

Devagar rápida

Quando a velocidade de agitação é:

•Bolhas não serão quebradas tendendo a subir direto


pequena para a superfície. Acumulam no eixo do agitador,
coalescendo e diminuindo a transferência de oxigênio.

grande •as bolhas pequenas irão circular por todo o reator e


terão o seu tempo de residência aumentado.

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

1- Oxigênio
Métodos para aumentar a taxa de transferência de
oxigênio (kLa) no sistema:

kLa diminui com o kLa aumenta com a kLa é maior quando as


aumento do volume do área superficial do pequenas chicanas estão
líquido líquido presentes

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

Métodos para aumentar a taxa de transferência de oxigênio (kLa)


no sistema:

-Aumento da pressão;
-Aumento da concentração de O2 no ar inserido no reator;
-Aumento da agitação;
-Aumento do fluxo de ar;
-Redução de espumas e remoção de bolhas de ar da superfície.

Biorreator ou fermentador
Sistema de Controle de espuma

Fatores que favorecem a formação de espuma:

• Meio de fermentação: meios ricos em proteínas tendem a


formar mais espuma. Muitas células produzem moléculas
tipo detergente (ácidos nucléicos e proteínas excretadas
após lise das células ou compostos lipídicos produzidos
durante o crescimento);

• Taxa de aeração e velocidade do agitador (, formação


de espuma);

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Biorreator ou fermentador
Sistema de Controle de espuma

Formação excessiva de espuma pode:

1. Bloquear os filtros de saída de ar;


2. Aumentar a pressão do biorreator

O controle é feito com a adição de agentes antiespumantes baseados em


silicone ou óleos vegetais que desestabilizam a espuma pela redução
da tensão superficial.

ON-OFF. Uma parte fica no meio e a


outra acima do nível do líquido.
Quando a espuma atinge a superfície
do sensor que está em cima, existe a
produção de uma corrente elétrica
que é detectada pelo controlador,
resultando na ativação da bomba.

Biorreator ou fermentador
Sistema de Controle de espuma

Fatores que auxiliam na diminuição da formação da espuma:

• O volume livre no reator: em sistemas nos quais a espuma é formada


facilmente, o volume de trabalho deve ser reduzido para facilitar o controle de
espuma. Quanto maior o volume livre, maior a probabilidade da espuma
colapsar por causa do seu próprio peso;

• Temperatura do condensador: em reatores de laboratório, uma temperatura mais


baixa pode ajudar no controle da espuma. A densidade da espuma aumenta
quando ela se move de uma região mais quente para a região fria do
condensador, causando o colapso da espuma;

• Quebradores mecânicos de espuma: agitador de alta velocidade. A bolha é


puxada para o agitador e colapsa por ação de forças mecânicas. Em pequenos
reatores de laboratório são utilizados quebradores ultrassônicos, que geram
vibrações de alta frequência responsáveis por quebrar as bolhas da espuma

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Fatores que alteram a aeração de


uma cultura microbiana

Geometria do biorreator
DT

WB

Geralmente cilíndricos. São construídos


em dimensões padrão publicadas pela
Wi
Li HL
International Standards Organisation e
British Standards Institution.
Di
C

Reatores do tipo STR, em geral:

-Tanque cilíndrico

-Relação de altura:diâmetro (H:D)

2:1 ou 3:1

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Geometria do biorreator
DT

WB
Esquema de tanque agitado por turbinas de pás
planas, com indicação de dimensões importantes
na transmissão de potência ao líquido

Li HL Máxima potência com mais de um impelidor:


Wi

Di
C Di < Hi < 2Di

Hi = distância entre impelidores

Di = Diâmetro do impelidor (m)


DT = Diâmetro do tanque (m)
HL = altura da coluna do líquido (m)
C = distância do impelidor ao fundo do reator (m)
Wi = altura da pá da turbina (m)
WB = altura da chicana (m) Número de impelidores para uma
máxima transferência de potência
HL – Di HL – 2Di
> N˚Impelidores >
Di Di

Geometria do biorreator

Valores
Razão OBS
Típicos
Depende do nível de espuma
Altura do líquido do reator e altura do reator Ht/Hl ~ 0,7 - 0,8
produzido durante a fermentação
Reatores europeus tendem a ser
Altura do reator e diâmetro do tanque Ht/Dt ~1-2 mais altos que os projetados nos
EUA
Reatores com turb. Rushton são
geralmente 1/3 do diâmetro do
Diâmetro do impelidor e diâmetro do tanque Da/Dt 1/3 – 1/2
tanque. Os de fluxo axial são
maiores
Geralmente 10% do diâmetro do
Largura das chicanas e diâmetro do tanque Lb/Dt ~0,08 – 0,1
reator

Altura da pá do impelidor e diâmetro do impelidor W/Da 0,2

Largura da pá do impelidor e diâmetro do impelidor L/Da 0,25

Distância média entre o impelidor e a saída de gás e


E/W 1
altura da pá

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Geometria do biorreator

Fluxos: Axial e Radial

Geometria do biorreator

Fluxo axial: o líquido é dirigido para


a base do reator, isto é, paralelo ao
eixo do agitador. São deficientes em
gerar turbulência e quebra das
bolhas de ar, o que os tornam
indesejáveis para cultivos aerados.

Algumas marcas comerciais:


Impelidor Lightnin 320, Impelidor
KPC – KROMA, Impelidor Pitched

Impelidor Lightnin 

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Geometria do biorreator
No fluxo radial, o líquido é inicialmente
dirigido a parede do reator, isto é, ao
longo do raio do tanque. Não é tão
eficiente quanto o fluxo axial. Maior
quantidade de energia é necessária
para gerar o mesmo fluxo que o axial;

Algumas marcas comerciais: tipo


Arrowhead, de pás curvas, de pás retas
verticais, Impelidor Rushton, Impelidor
Smith.

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial
2- Temperatura

Equipamentos devem ter Exotérmica

sistema de transferência
Reação no
de temperatura. Biorreator

Endotérmica

Sistema de circulação
de vapor e água quente podem aquecer o sistema e também podem
ser úteis para esterilização do biorreator
antes do início do processo da fermentação;

Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

2- Temperatura

Camisa (Jacket) ou
serpentina de resfriamento

Para o resfriamento de culturas, por


onde pode passar água, por exemplo,
com temperaturas menores

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial
2- Temperatura

Camisas são cada vez menos utilizadas – reduzida eficiência na


transferência de calor pela circulação irregular do vapor ou da
água de refrigeração;

Serpentinas internas permitem boa troca térmica e eficiente


circulação do fluido em alta velocidade

Inconvenientes:
a) Reduzem significativamente o volume útil do fermentador;
b) Dificultam a limpeza interna;
c) Dificultam a mistura eficiente do meio em fermentadores
agitados mecanicamente;
d) Podem ser um foco adicional de contaminação por defeito nas
soldas difíceis de detectar.

Serpentinas

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Fatores físico-químicos que devem ser


considerados em uma fermentação industrial

3- pH

No biorreator deve haver um sistema de determinação de pH


assim como uma entrada para balancear a reação com
ácido/base que não ofereça nenhum risco de contaminação
para o sistema.

Temperatura e pH também ficam mais homogêneos com a agitação

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Importância da agitação e mistura

Agitação adequada é essencial pois proporciona os seguintes


efeitos nas três fases:

1- Dispersão do ar no meio de cultivo

2- Homogeneização para igualar a temperatura, pH e


concentração de nutrientes

3- Suspensão dos microrganismos e dos nutrientes sólidos

4- Dispersão de líquidos imiscíveis

Importância da agitação e mistura

Quanto maior a agitação, melhor será o crescimento?

CUIDADO!!
Agitação excessiva pode romper as células e
aumentar a temperatura o que ocasiona uma
redução na viabilidade celular!!

Deve-se buscar o equilíbrio entre a necessidade


de mistura do meio evitando-se o dano celular.

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Características básicas de biorreatores

1. Sistema de agitação;
2. Sistema de distribuição de O2;
3. Sistema de controle de espuma;
4. Sistema de controle de temperatura;
5. Sistema de controle de pH;
6. Portas de amostragem;
7. Sistema de limpeza e esterilização;
8. Linhas para esvaziar o biorreator.

Bibliografia

Schmidell W, Lima UA, Aquarone E, Borzani W. Biotecnologia


Industrial: Engenharia Bioquímica. Volume 2. Ed Edgard
Blücher LTDA, São Paulo, 2001. Cap. 8 e 20

Smith JE. Biotechnology. 4th ed. Cambridge University Press,


2004. Cap. 4

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