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A primeira república (1889-1930)

- Manutenção do modelo primário exportador


Modelo econômico voltado para exportação de bens primários
Desempenho da economia brasileira regulado pela cafeicultura
- A primeira crise da república
Crise financeira devido à abolição da escravatura e alteração das condições de trabalho
Surgimento do trabalho assalariado e um efetivo mercado de trabalho
A oferta de moeda precisava se ajustar à nova realidade (problemas de liquidez)
Rui Barbosa propõem medidas para re-equilibrar o mercado monetário
- Criação de um mercado de capitais para financiar o setor produtivo
- Sua principal medida foi a lei bancária que possibilitava emissões bancarias
lastreadas em títulos da dívida pública o que significou aumento da oferta de moeda que poderia
dobrar a partir de 1890.
- Conseqüências da política monetária adotada e evolução da crise: Escassez de liquidez; política
monetária adotada falhou e deu origem ao encilhamento (período de grande especulação financeira
decorrente da expansão da moeda e do crédito e no que tange a bolsa de valores e a criação de
empresas fantasmas)
A intenção do governo de suprir a liquidez se refletiu em um forte movimento especulativo
com surgimento de firmas fantasmas e emissão desenfreada de ações.
Houve ainda piora das contas governamentais decorrente das obrigações da constituição de
1891 e surgimento de revoltas políticas (Revolução Federalista - RS, Revolta de Canudos - BA).
Resultado da Crise: Ruína e falência de diversas empresas; Crise na bolsa de valores;
Inflação; Desequilíbrio na BP e desvalorização cambial; Primeiros sinais de superprodução de café.

- O governo de Prudente de Moraes (1894-1898)


Tentou obter empréstimos no exterior para pagamento dos serviços da dívida externa
Objetivava conter as desvalorizações cambiais
Em 1895 diante de condicionantes se obteve o empréstimo
Os recursos logo foram consumidos sem resolver os desequilíbrios da BP e a desvalorização
cambial
Ainda nos anos de 1896/97 a superprodução do café derrubou seu preço e pressionou mais
as contas do governo.

- O governo Campos Salles (1898-1902) e a estabilização econômica


Continuidade as tentativas de empréstimo; Funding Loan (rolamento de compromissos e do
serviço da dívida com algumas garantias de juros em troca de severo saneamento fiscal e
monetário)
- Em 3 anos seria saldado compromissos de juros de empréstimos anteriores com
títulos de uma novo empréstimo
- O valor poderia elevar-se até 10 milhões de Libras
- Garantias: receitas alfandegárias do Rio de Janeiro (cujo a época o imposto de
importação era o principal), receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil, e as do serviço de
abastecimento de água do Rio de Janeiro.
- Políticas Fiscais e monetárias estabilizadoras (redução da oferta de moeda, redução
dos gastos do governo, aumento da tributação via modernização administrativa, criação de novos
impostos sobre consumo e selo).
Resultado: Retorno dos capitais internacionais, melhoria das exportações (borracha),
apreciação do câmbio.
A Primeira República no Séc. XX: Crises e Ruptura
Primeiras 3 décadas marcadas pela vulnerabilidade externa
Fatores: Volatilidade das receitas de exportações (café); instabilidade dos fluxos de capitais
O governou atuou através da política monetária, fiscal e cambial; aliado a financiamentos
externos e intervenções nos preços do café (a partir de 1906)
Choques externos como a 1ª Guerra e crise de 1929.

Crescimento Econômico da 1ª década (1900-1913)


Após a política de estabilização, houve ciclo de crescimento com as seguintes
características: taxa média de crescimento de 4% a.a.; ritmo acelerado de formação de capital
industrial; fortes investimentos na infraestrutura de transportes (portos e ferrovias); relativa
estabilidade dos preços.
Fonte do crescimento: aumento das exportações (borracha); aumento dos investimentos
externos.
Conseqüências: Apreciação do câmbio
Reação do governo: proteção do modelo primário exportador através da adoção do padrão
ouro, estabelecimento da Caixa de Conversão (notas conversíveis em ouro a uma taxa fixa) em
1906.
Outra fonte de problemas era o aumento da produção do café que estava empurrando o preço
pra baixo.
Foi estabelecido entre os estados produtores o Convênio de Taubaté, para reter os estoques e
regular os preços mediante empréstimos externo (inicialmente o governo federal não participou).
Características: o governo compraria o excedente visando o equilíbrio do mercado;
financiamento externo; serviços da dívida pagos com imposto em ouro por saca de café exportado;
a LP os estados deveriam desencorajar a produção de café.
Em 1907, breve crise internacional cessou os fluxos de capitais.
Em 1908, a situação foi restabelecida e houve aumento do preço da borracha, período de
crescimento até 1913.
Em 1913, piora das contas externas; redução dos fluxos de capitais, devido ao padrão ouro
redução da oferta de moeda. Com isso o Brasil estava em recesso antes mesmo da 1ªGM.

A economia Brasileira e a 1ªGM (1914-1918)


Reflexos imediatos: redução das exportações; reduções dos fluxos de capitais prejudicaram
os pagamentos externos; redução da arrecadação do governo.
Reação do governo: suspensão da Caixa de conversão; moratória; emissão de notas não
conversíveis.
Após os efeitos iniciais o comércio voltava à normalidade e surgirão pressões para
depreciação cambial, que ocorreu e passou a pressionar as contas do governo com aumento da
dívida externa.
Novo Funding Loan(1914) no valor de 15milhões de libras
A queda das importações, que prejudicou a arrecadação do governo, foi devido redução do
crescimento econômico, e redução de bens manufaturados da oferta mundial.
Surgimento de desequilíbrios fiscais.
Reação do governo: ampliação da base de tributação sobre consumo; redução de despesas
públicas; emissão de notas do Tesouro e títulos públicos federais de LP.
No âmbito do comércio exterior contínua perda dos termos de troca
Porém houve mudança na pauta de exportações, a interrupção de fontes tradicionais de
abastecimento de matérias-primas e alimentos permitiu a expansão da menos eficiente industria
brasileira de alimentos.
Em 1915, a ociosidade da indústria somada as restrições das importações levaram a uma
recuperação da produção industrial através do aumento utilização da capacidade existente.
Em 1916, as contas voltam a se deteriorar: aumento do valor das importações; restrição
pelos aliados das exportações de café (critério de essencialidade).
Em 1917, agravamento da situação devido ao bloqueio naval alemão.
Em 1918, forte geada prejudicou a produção e ajudou a reduzir os estoques de café e ainda o
fim da guerra.
- Conseqüência: forte aumento nos preços do café e melhoria da posição externa.

Crescimento e recessão pós-guerra (1919-1922) Epitácio Pessoa


Em 1919, boom econômico devido aumento do preço de commodities e potencializado pela
pauta de exportação diversificada. Ainda devido à demanda reprimido do período de guerra houve
aumento significativo das importações.
Devido a pressões inflacionarias nos EUA e UK esses governos estabeleceram políticas
contracionistas que levaram a recessão em 1920.
Reflexos no Brasil: piora na posição externa; depreciação cambial; pressão recessiva;
desequilíbrios fiscais.
Em 1921, compras de café financiadas pelo BB, deterioração da situação fiscal, aumento dos
compromissos externos devido as depreciações e ainda queda das receitas alfandegárias.
Ao fim de 1921 a recuperação dos preços do café foram obtidos créditos externos e
continuação da política de valorização do café.

Recuperação, desequilíbrio e política de ajuste (1922-1926) Artur Bernardes


Em 1922 retomada da atividade produtiva
A política de defesa do café atenuou o choque recessivo (efeito multiplicador)
BB passa a ser espécie de autoridade monetária objetivando redução do déficit público e
gastos do governo.
No entanto diante da impossibilidade de obter empréstimos para este fim a defesa do café se
deu através de emissão monetária.
Conseqüências: não obtenção de empréstimos; continuidade da posição vulnerável da BP;
desequilíbrios fiscais; descontrole monetário; inflação.
Estes fatores levaram a uma política ortodoxa, em 1924, a defesa do café foi abandonada
pelo governo federal e transferida a SP.
A política ortodoxa (fiscal e monetária) conduziu a apreciação cambial e queda da inflação
por outro lado teve efeitos negativos sobre produto e emprego.

Da recuperação a Grande depressão (1927-1930) Washington Luís


Em 1926, o cenário era de altos preços do café e melhoria da posição externa, além de
aumento dos investimentos estrangeiros e controle da inflação.
Retorno ao padrão ouro (caixa de estabilização – garantir a competitividade) e
abrandamento da política ortodoxa.
Retomada dos empréstimos externos aliados e todos fatores anteriores garantiram taxas de
crescimento em 1926 (5,2%), 1927 (10,8%), 1928(11,5%). Período de crescimento com
estabilidade devido a capacidade ociosa da indústria.
Em 1928, ocorre deterioração da BP (exportações estagnadas e importações crescentes)
consequentemente devido a Caixa de estabilização forte crise de liquidez.
Em 1929, supersafra colapsa indústria de café e o governo federal não intervém, o que
aprofundou o desequilíbrio da BP, o governo manteve o padrão ouro e levou o país a uma grave
crise recessiva.

O Primeiro Governo Getulio (1930-1945)


Crise Externa e reação Brasileira
Contexto: Enorme produção de café; economia mundial em crise; reversão dos fluxos de
capitais; grave choque externo (queda do preço sem aumento do quantum exportado).
Conseqüência: Crise da BP
Reação do Governo: Políticas Heterodoxas, a manutenção da renda se deu através da defesa
do café (estocagem e queima) financiada por crédito e moeda; garantindo a renda dos agricultores e
emprego nas lavoras se mantinha o efeito multiplicador na economia principalmente para o
comércio e a nascente indústria de bens de consumo não duráveis ou leves. E assim deu origem ao
deslocamento do centro dinâmico da economia para o mercado interno, setor industrial ganhou
espaço.
O deslocamento teve contribuição do contingenciamento de divisas que deslocou o consumo
para produtos domésticos. A “proteção” e ainda a manutenção da renda elevaram a rentabilidade do
setor industrial acima do setor cafeeiro e assim passou a atrair investimentos.
Ruptura do modelo agro exportador e início da industrialização
Sua fragilidade incentivou a necessidade de industrialização
Rompimento com estado oligárquico
Com a rev. de 30 houve fortalecimento do estado nacional e entra na agenda política o PSI.
Inicio da Industrialização
I – Choques Adversos
- Dificuldade de importar nos períodos de crise
- 1ª GM; Crise de 29; 2ªGM
II – Industrialização induzida por exportações
- Expansão da indústria concomitante com os da economia cafeeira
- Decorrência do aumento da renda (demanda por manufaturados ▲)
- As divisas geradas propiciavam a importação de bens de capital e a expansão do
setor cafeeiro expandia a capacidade industrial
III – Pode se considerar que as duas teorias se complementam quando o setor cafeeiro estava
bem se aumentava a capacidade industrial, e em períodos de contração ela era ocupada e se
aumentava a produção industrial.

O Governo Provisório (1930-1934)


Necessidade de equilibrar a BP
Política Cambial: Centralização e controle; Critério de essencialidade;
I - compras do gov e serviço da dívida;
II - importações essenciais
III - Outras remessas, lucros, dividendos, importações em consignação e atrasados
com.
Em 1931, negociação do Funding Loan, mas teve efeito reduzido.
Expansão do gasto público pela emissão de moeda
Desvalorização cambial (inibição das importações levou a intensa utilização da capacidade
ind. Instalada)
Aumento do protecionismo, base para o PSI

A Experiência Democrática (1934-1937)


Liberalização do mercado de cambio (porém 35% das divisas eram vendidas p/ o governo
pela taxa oficial, o restante p/ mercado Livre)
Período com políticas fiscais, monetárias e creditícias expansionistas (crescimento no
período em média 6,5% a.a. 1934-37)
Porém, aceleração da inflação em 1937.
Em 1934, reforma comercial (aumenta da tarifa de importação) teve impacto reduzido já que
as desvalorizações do cambio impactavam muito mais.
Em 1935, acordo com EUA, concessões tarifárias para importações dos EUA em troca de
isenção sobre exportações brasileiras.
No período há forte aproximação de BR com Alemanha (mais questão econômica do que
política) em conseqüência aumento das exportações para lá.

O Estado Novo (1937-1945)


Período marcado pela participação do Estado na economia como provedor de bens e serviço.
Em 1936 e 37 aumento das importações gera escassez de divisas e a centralização do cambio
novamente (tornou-se principal instrumento de política comercial).
Abandono da política de defesa do café
Estreitamento de relações com EUA agenda política: I – Defesa nacional; II – Comércio; III
– IED dos EUA no BR; IV – Dívida externa; V – Política cambial; VI – Criação de um BC; VII –
Desenvolvimento Econômico de LP.
Porém os resultados foram limitados.
Com inicio da 2ªGM houve redução dos saldos comerciais, em 1942 retomada das
exportações e forte superávits.
Fatores: Aumento das exportações para os EUA; exportações para mercados antes supridos
pelos EUA e UK; maciças compras de carne e algodão pela UK; melhoria do preço do café; forte
contração das importações entre 1942 e 1945.
Em 1942, ponto de inflexão, houve aceleração do crescimento industrial; acumulação de
reservas; IED dos EUA.
A partir de 1942, políticas fiscais, monetárias e creditícias expansionistas, consequentemente
houve aceleração da inflação e financiamento do déficit público por emissão de moeda.
CSN em Volta Redonda com créditos e materiais dos EUA
Intervenção Estatal na economia (Vale do Rio Doce)
Implantação da legislação social, “trabalhista”, profissionalização da burocracia estatal.

O Governo Dutra (1946-1950)


Contradição: apoio aos aliados de um governo ditatorial (Renúncia de GV)
Assume Eurico Gaspar Dutra com apoio de GV, na formação de seu governo em
decorrência do Acordo de Bretton Woods houve um momento de “ilusão liberal”.
Ilusão Liberal: suposição de que o país estava em situação confortável quanto as reservas
internacionais; alinhamento a política dos EUA; política cambial liberal iria atrair IED; expectativa
do aumento do preço do café devido ao fim do preço teto (1946) estabelecido pelos EUA.
O governo atacou somente a inflação política monetária e fiscal ortodoxa.
Aspectos econômicos, dois momentos:
I – Fim do mercado cambial livre, adoção de sistema de contingenciamento de
importações (1947-1948)
II – Em 1949, mudança de uma política eco ortodoxa, para uma eco monetária e
fiscal mais flexível.
Política Econômica Externa: Cambial e comercial
No principio mercado cambial livre inclusive para importação de bens de consumo, o
objetivo era o reaparelhamento da capacidade industrial (depreciada ao longo da guerra), e redução
da inflação via competição, e atrair IED.
A partir de 1947, as reservas caíram e se acumularam atrasados comerciais, em decorrência
disso é criado um controle seletivo sobre importações e cambio.
Em fev. de 1948, implantado o sistema de licenças prévias de importação atendendo a
prioridade definida pelo gov.
Resultado: compressão das importações e redução do desequilíbrio da BP.
A partir de 1949 o sistema de licenças foi usado pra promover o PSI
PSI
As políticas para corrigir os desequilíbrios da BP acabaram por fomentar o PSI, o sistema de
licenças passou a ser utilizado ainda mais pelo gov Dutra visando o desenvolvimento industrial.
Tal controle aliado ao cambio sobrevalorizado beneficiava a importação de bens de capital e
insumos.
Também foi marcante o crédito fornecido a indústria pelo BB
Foi iniciado pelo gov Dutra o SALTE 1949-53 (saúde, alimentação, transporte e energia)
Política Econômica Interna
Até 1949 a política econômica foi ortodoxa (redução dos gastos públicos, da emissão
monetária, contração do crédito), a inflação era considerada o principal problema, proveniente do
excesso de demanda .
Teve êxito, a inflação se reduziu, porém em 1949 ocorreu um ponto de inflexão (política
fiscal expansionista e déficit público, expansão do crédito do BB, expansão da oferta de moeda,
consequentemente a inflação volta a crescer)
Fatores que levaram a mudança de política: eleições (ciclo político), aumento da demanda
por crédito pela indústria, desvalorização de moedas estrangeiras como a Libra denotando que a
transição para livre conversibilidade e IED seria lenta.
Perspectiva Desenvolvimentista a partir de 1949, levou a aceleração da inflação devido a
aumento dos preços de bens agrícolas (decorrente do processo de urbanização e industrialização),
aumento dos preços de exportações e esgotamento da capacidade ociosa.

O segundo governo Vargas (1951-1954)

Situação deixada por Dutra: Aceleração inflacionária; desequilíbrio fiscal mas com alguma
perspectiva positiva.
Projeto do governo tinha que conciliar grupos de interesses divergentes, seus objetivos
foram: equilíbrio da finanças públicas (política monetária contracionista); empreendimentos e
realizações (CMBEU – atrair investimentos em energia, transportes e portos)
O biênio (1951-1952)
O cenário externo era favorável (CMBEU, Eximbank e Banco Mundial), e melhora da conta
comercial (café preço▲).
A política cambial: taxa de cambio fixa e sobrevalorizada + licenças de importação
Com a piora da BP a política de licença foi progressivamente se enrijecendo
Em 1952, ocorreram déficits comerciais, as reservas se esgotaram e acumularam-se
atrasados comerciais. Resultado: crise cambial
Sucesso na política fiscal, apesar da política fiscal e monetária contracionista o governo
ampliou o crédito via BB.
A inflação continuou a acelerar, mas se manteve o crescimento econômico (4,9% em 51,
7,3% em 52)
Em 1953, ambiente positivo da CMBEU se reverteu, principalmente devido a falta de
manutenção dos projetos de financiamento definidos no âmbito da comissão e os recursos externos
se tornaram escassos.
Com pressões políticas pela UDN GV faz uma reforma ministerial e troca Horacio Laffer
por Osvaldo Aranha (pró-UDN) que mantém a política ortodoxa com alguns ajustes cambiais.
Sistema de taxas múltiplas de cambio (primeiro semestre de 53): objetivo de beneficiar as
exportações e diminuir as importações de produtos não essenciais.
- Taxa fixa de mercado oficial (+/- 85% das exportações Café, algodão, cacau)
- Três taxas de cambio flutuante combinadas a taxa oficial e taxa livre (15, 30 e 50%)
- Taxa de cambio oficial
- Taxa de cambio livre
Porém não surtiu o efeito esperado
A situação econômica estava se deteriorando, desequilíbrios nos agregados monetários, crise
energética.
A situação social: greves e reivindicações salariais.
Instrução 70 SUMOC (segundo semestre de 53)
Osvaldo Aranha assume a Fazenda
Restabelecimento do monopólio do cambio ao BB
Instituição de leiloes de cambio, acabaram os controles de importação.
Nas exportações substituições das taxas mistas por um bônus sobre as taxas oficiais
Foram definidas somente 3 taxas de cambio: a oficial para importações essenciais (trigo,
papel); a oficial mais sobretaxas fixas importações do governo (inclusive petróleo); a oficial mais
sobretaxas variáveis (leilões 5 classes por critério de essencialidade).
Funcionou como proteção a nossa indústria e incentivou a PSI, desta vez surtiu efeito a
política e as exportações melhoraram.
Nas contas púbicas o governo falhou, aumento de mais de 40% dos gastos em relação a
1952.
A inflação acabou se acelerando devido ao financiamento do déficit via emissão de moeda
(inflação de demanda) e devido a desvalorização cambial (inflação de custos).
O ano de 1954 e o fim de GV
Em 1954, devido ao desgaste político GV em 1 de maio da aumento de 100% para o salário
mínimo, as exportações de café caíram abruptamente devido a campanha americana contra a
manipulação dos preços.
Estes fatores acabaram minando a política de estabilização de Osvaldo Aranha.
As grandes expectativas sobre GV não se materializaram, e o governo perdeu apoio e
acabou isolado politicamente. (perda do apoio do setor industrial em decorrência das
desvalorizações cambiais causarem aumentos dos custos de produção além da política do salário
mínimo; do setor cafeeiro devido a redução das exportações; do setor responsável pelas importações
também por causa das desvalorizações comerciais)

Café Filho (1954-1955)


Ambiente: Instabilidades, desequilíbrio da BP, descontrole fiscal e monetário
A Gestão Gudin: Objetivo principal foi a política econômica, buscou empréstimos externos
e removeu restrições aos fluxos de capitais
Conjuntura econômica externa: redução de preço e quantum exportado de café => crise
cambial; nem mesmo a desvalorização do cambio de 27% melhorou as exportações.
Eisenhower eleito governo dos EUA retira a prioridade de ajuda a AL, encerramento da
CMBEU.
Instrução 113 SUMOC => permitiu a emissão de licenças sem cobertura cambial bens de
capital, liberou a importação de equipamentos com financiamento externo.
Política de estabilização de Gudin: austeridade fiscal e contração monetária-crediticia
Resultado: crise de liquidez, elevou o número de falências e concordatas e queda na FBKF
Estes fatores mais associados ao ciclo político (eleições) levam ao pedido de demissão em
abril de 1955.
A Gestão Whitaker: Logo em seu inicio enfrentou uma crise bancária para resolve-la
determinou que o BB criasse crédito suficiente à solvência dos bancos.
Medidas expansionistas em relação a moeda foram tomadas: redução do compulsório e da
taxa de redesconto, ampliação dos créditos de curto prazo pelo BB para atividades produtivas.
Controlar a inflação não era prioridade.
Suspensão da política de compra de café para retomada do market-share do produto que
compensaria na sua visão pela superação do confisco cambial.
Política cambial: chegou a seu ápice, eram 10 taxas diferentes, mas que acabavam gerando
importantes receitas ao governo; Reforma cambial elaborada por Roberto Campos, seria instituído o
mercado livre de cambio com taxas flutuantes, porém com um mecanismo diferenciado para o café;
No entanto não obteve apoio político para implementação da reforma.
Por fim o gov Café Filho conseguiu altas taxas de crescimento (7,8% em 54, e 8,8% em 55),
e a inflação se desacelerou de 30% em 54 para 13,1% em 55.

JK e o plano de metas (1956-1960) Auge do ISI


Industrialização via substituição de Importações, devido ao estrangulamento externo
(desequilíbrio da BP) objetivava suprir a demanda de bens e alterar o centro dinâmico da economia
para atender o mercado interno.
Seqüência do PSI
- Estrangulamento externo
- Desvalorização cambial e encarecimento de importados
- Investimento na indústria nascente (gera aumento da renda)
- Novo estrangulamento decorrente do aumento de renda e dos investimentos
- Seqüência de internalização do PSI: I - bens leves (não duráveis) II - bens de
consumo duráveis III - bens intermediários (insumos) IV - bens de capital
Problemas do PSI
- Investimento capital intensivo (não permitia grande geração de empregos)
- Desestimulava exportações devido a necessidade de cambio fortalecido para
importação de insumos e bens de capital.
- Devido ao excesso de proteção o setor industrial criado era pouco competitivo
- Ausência de competição externa gerou monopólios e oligopólios
- Gerou desequilíbrios da BP, endividamento externo e inflação.
Plano de Metas
Objetivo de estabelecer uma economia industrial no Brasil com investimento em
infraestrutura, e facilitar e estimular investimentos privados.
Criação do Conselho de desenvolvimento que delimitaria o conjunto de metas nas áreas de
energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação.
Atacaria os pontos de estrangulamento energia e transporte investimento do setor público,
indústria de base investimento do setor privado.
Outras metas que não estava orçada no plano foi a construção de Brasília
Instrumentos utilizados para o alcance das metas: setor público 50% dos desembolso; setor
privado 35%; restante agências públicas.
Instrumentos: - investimentos estatais
- crédito de LP pelo BB e BNDE com juros baixos (juros reais negativos)
- Reserva de mercado (tarifa aduaneira protecionista + cambio valorizado
para possibilitar a compra de insumos e bens de capital)
- avais para empréstimos externos
- Incentivos ao capital externo (cambio)
Resultados e problemas do Plano de Metas
Forte crescimento econômico desenvolveu uma base industrial, intensificação do PSI e
período de desenvolvimento econômico (IDH).
Por outro lado, expansão da inflação, déficit público.
- Os investimentos do plano foram parcialmente financiados com emissão monetária
- Expansão do crédito também foi via emissão de moeda
- Financiamento do déficit via emissão de moeda acelerou a inflação
- Aumento do endividamento externo
- Queda das exportações associada ao aumento das importações necessárias ao PSI
- Deterioração da BP
- Apesar de avanços na qualidade de vida houve concentração de renda
Política econômica do JK: tratamento preferencial ao capital externo, financiamento via aumento de
oferta de moeda e crédito bancário, aumento da participação do governo na FBKF, e estimulo a
iniciativa privada.
Política cambial e de comércio exterior: Inicialmente manteve a Instrução 113, mas em
agosto de 57 foi feita um reforma que criou duas taxas de cambio somente geral (bens sem similares
nacionais ou com produção interna insuficiente) e especial (para bens produzidos internamente com
oferta suficiente); nas exportações permaneceram as 4 categorias. O objetivo era aprofundar o PSI.

Jânio Quadros e João Goulart (1961-1964)


Jânio Quadros: Medidas ortodoxas como desvalorização cambial, unificação do cambio,
contenção do gasto público, política monetária contracionista, redução de subsidio a importação de
petróleo e trigo (visando reequilibrio das contas públicas).
As medidas foram bem recebidas na comunidade internacional, porém suas políticas tiveram
efeito minimizado por fatores políticos que resultaram na sua renuncia em agosto de 1961.
João Goulart: Diante de oposição a sua posse e distúrbios foi empossado mas o regime de
governo foi alterado para parlamentarista que teve Tancredo Neves como primeiro-ministro.
Em 1963, é retomado o regime presidencialista e implementado o Plano Trienal.
Plano Trienal: Objetivo de conciliar crescimento econômico com reformas sociais e combate
a inflação. (crescimento 7% a.a.; redução da inflação para 25% em 63 e 10% até 65; crescimento
real dos salários no mesmo ritmo do aumento da produtividade; reforma agrária; renegociação da
divida externa; aumento do compulsório bancário)
Evolução do plano Trienal: Reescalonamento da dívida com EUA falha, devido ao governo
de esquerda no Brasil. A lei de remessa de lucros provocou acentuada redução de investimento
estrangeiro no Brasil. Diante das criticas JG abandonou a ortodoxia, restituiu o subsidio ao trigo e
petróleo, aumentou salários dos funcionários públicos em 60%, aumentos salário mínimo em 56%.
Resultados do Plano Trienal e JG: Economia em descontrole, desequilíbrio das contas
públicas e da BP, emissão monetária e inflação, desaceleração da atividade econômica,
instabilidade política e deposição de JG e o golpe militar em 31 de março de 1964.

Plano de Ação Econômica do Governo – PAEG (1964-1967) Castelo Branco


Objetivos: Inflação; reformas estruturais (tributária, monetário-financeira e do setor externo)
- aceleração do desenvolvimento econômico
- contenção da inflação durante 64, e 65 até chegar em 66 a níveis aceitáveis
- Atenuar desníveis econômicos setoriais, regionais e sociais
- Assegurar através de investimentos empregos ao mercado de trabalho crescente
- Corrigir tendência de déficit da BP e conseqüente estrangulamento das importações
O combate a inflação: redução do déficit público e reajuste de tarifas; restrição ao crédito e
política monetária contracionista; arrocho salarial (média dos 24 meses anteriores, sobre este valor
incidira o aumento de produtividade, a partir de 66 o reajuste seria com base na inflação prevista
pelo governo, os dois métodos eram inferiores a inflação); combate a inflação via indexação da
correção dos títulos públicos(paradoxo já q é uma das causas da inflação).
Reformas Institucionais:
- Tributária: objetivo de aumentar a arrecadação p/ mitigar o déficit; correção monetária
possibilitou o financiamento do déficit sem emissão de moeda e manteve os impostos sempre
atualizados; transformação dos impostos em cascata em IVA (IPI,ICM, ISS); redefinição da partilha
tributária; criação do FPE e FPM; geração de poupança compulsória (PIS, PASEP, FGTS);
aplicação do realismo tarifário (correção).
- Monetária Financeira: Criação da correção monetária e da ORTN; Criação do CMN e do
BCB (ambiente propicio a IBC); Criação do SFH e BNH; Reforma do sistema financeiro e do
mercado de capitais (modernização do setor).
- Setor Externo: Objetivos: permitir o crescimento sem desequilíbrio da BP; melhorar o
comércio ext. (diversificação das exportações e dos mercados); atrair capitais estrangeiros; buscar a
integração aos centros financeiros internacionais. Ações do governo: Incentivos as exportações e
modernização dos órgãos normatizadores (CACEX e Comissão de Pol. Aduaneira); foram
eliminados limites quantitativos de exportações; Unificação cambial com minidesvalorizações para
beneficiar a competitividade da X (esse mecanismo foi adotado em 68 já no “milagre”).
- Atração do K estrangeiro: Renegociação da dívida (Acordo de Garantias); ampliação do
grau de abertura econômica; permissão das empresas privadas nacionais captarem empréstimos no
exterior; resolução 63 do BCB regulamentou bancos nacionais pegarem empréstimos no exterior
para repassar a empresas domésticas; mudança na legislação sobre IED para facilitar envio de
lucros.
Resultados do PAEG: Redução gradual da inflação foi bem sucedida (92% em 64, 34% em
65 e 39% em 66); contribuíram para o resultado as políticas fiscais, monetária e salariais restritivas;
porém houve moderação no crescimento; principal legado foram as reformas institucionais e
formação da base para o “milagre”.

Milagre Econômico (1968-1973)


Crescimento médio de 11% a.a., com base na capacidade industrial instalada do Plano de
Metas. Destaque para o setor de bens de consumo duráveis e construção civil o crescimento foi
financiado via endividamento externo (liquidez no mercado de crédito internacional e ausência de
financiamento de LP doméstico).
Alcunha Milagre econômico: fortíssimo crescimento econômico; queda moderada de
inflação; melhora da BP. Houve equilíbrio externo (BP) e Interno (inflação)
Raízes do Milagre:
- Capacidade industrial ociosa (projetos plano de metas e desaceleração PAEG)
- Reformas institucionais PAEG
- Disponibilidade de divisas no mercado internacional (sobre liquidez após o fim do tratado
de Bretton Woods, dólares a procura de mercados mais rentáveis-Eurodólares)
- Mudança do diagnóstico da inflação de demanda para custos, permitiu seu combate
inclusive com afrouxamento da politica monetária.
Política Econômica do Milagre: as políticas fiscais e salariais não se alteraram, déficits
foram sendo reduzidos, mas em 67 houve uma inflexão com política monetária mais frouxa, para
compensar seus possíveis efeitos foram instituídos controle de preços através do CONEP
(Comissão nacional de estabilização dos preços) e mais tarde substituída por CIP (Comissão
interministerial de preços). Foram tabelados não apenas preços públicos (tarifas, cambio, e juros do
credito público), mas também preços privados como insumos industriais e juros de bancos privados.
O período marca maior intervenção do estado na economia, a política fiscal continuou a
buscar o ajuste das contas públicas por meio de emissão de ORTN e inicio das operações de open-
market, a política monetária passou a ser expansionista.
PED - Plano Estratégico de Desenvolvimento (1968): Estabilização gradual dos preços;
fortalecimento da empresa privada para restaurar investimentos; desenvolvimento de infraestrutura;
ampliação do mercado interno (bens duráveis)
Resultados do Milagre: vigoroso crescimento com equilíbrio interno e externo; mas
conduziu a aumento das importações (balança comercial), pagamento de fretes e seguros(balança de
serviços), entrada de multinacionais aumentou a remessa de lucros, acentuado deterioração da BP e
endividamento externo; ainda crescimento do setor público; concentração de renda em razão dos
investimentos em setores capital intensivos.

II – PND (1974-1978) Geisel


Acontecimentos: Fim do acordo de Bretton Woods, primeiro choque do petróleo (piora BP)
Opções do Governo Geisel: Após o choque do petróleo os países desenvolvidos ajustaram
suas economias em relação à BP (ajuste externo) e controle do processo inflacionário (ajuste
interno), se esperava o mesmo do Brasil. No entanto havia dois problemas, ajuste da economia
geraria recessão que com inquietações populares poderia trazer novamente a linha dura da ditadura
militar representados por Médice. Diante desta restrição “política” optou-se pelo financiamento de
crescimento via endividamento externo (“a economia brasileira em marcha forçada”).
Aparentemente os condicionantes internos foram mais importantes que os externos e o
momento de abundante liquidez externa permitiram o financiamento dos déficits da BP. A
indexação contribuía de certa forma para tolerar a inflação, mas deixava-se assim para mais tarde o
ajuste recessivo.
O financiamento do II PND: A despeito da crise do petróleo os mercados internacionais
tinham abundante liquidez devido à desvalorização do dólar pós-Bretton Woods, além disso, os
altos preços do petróleo por outro lado geravam muitos recursos aos produtores direcionados ao
mercado financeiro (petrodólares, reciclagem do petrodólares), por fim a guerra do Vietnã fez com
que os EUA gerassem déficits em conta representando recursos para outros países que foram
canalizados pra o mercado financeiro.
A política econômica e o II PND: Os excessos de demanda (herança do milagre) não foram
devidamente enfrentados, no inicio do governo Geisel tentou-se um leve ajuste que foi revertido já
em 74, devido a questões políticas e financiamento externo abundante, e em dezembro foi aprovado
o II PND que pretendia superar desequilíbrios internos e externos via expansão industrializante e
PSI (os elaboradores acreditavam que o crescimento industrial poderia crescer a 12% a.a. e a
economia no geral 10% a.a.).
Objetivos do II PND: Alterar a estrutura de oferta da economia a LP (para reduzir as
importações como bens de K, insumos intermediários; e aumentar as exportações de não
tradicionais) e manter elevadas taxas de crescimento.
- Crescimento 74/79 10% a.a.
- PSI (bens de K, insumos básicos, química pesada, siderurgia, papel e celulose, minérios
não ferrosos, etc.).
- Desenvolver grandes projetos de exportação. Matérias primas (celulose, ferro, alumínio,
aço,etc.)
- Aumentar intensamente produção de petróleo e geração de energia
- Desenvolver transporte ferroviário e o sistema de telecomunicações
Porém esses objetivos eram inconciliáveis, e ainda a maturação dos projetos era de LP, e os
insumos para o PSI no CP deterioram a BP.
Projetos do II PND:
- Redução de Importação Em bens de capital de 52% para 40%
- Aumentar a produção de Aço de 7mi de ton. Em 74 para 18mi em 80
- Triplicar a produção de alumínio
- Zinco 15mil para 100mil ton.
- Ampliar a produção de Ferro (Carajás)
- Aumento capacidade hidroelétrica (Itaipu)
- Ampliação produção de carvão (SC)
- Energia Nuclear (Nuclebras)
- Ampliar prospecção de petróleo
- Investimentos em transporte ferroviário e hidroviário
Também foram dados incentivos ao setor privado como crédito do IPI, depreciação
acelerada, isenção de imposto de importação, reserva de mercado politica de preços, e crédito
subsidiado pelo BNDES.
Resultados do II PND: PSI intensiva em importação. No CP agrava desequilíbrio da BP;
participação da iniciativa privada limitada; Maturação de projetos LP financiamento do Estado
(Estado-empresario); Aumento acelerado do endividamento externo; Desequilíbrio externo e
interno (inflação milagre +/- 20% a.a., inflação II PND +/- 30% - 40%, em 79 já era 80%);
aceleração da inflação.

O Governo Figueiredo e o Ajuste externo (1979-1980)


Cenário mundial: 2º choque do petróleo, política do dólar forte
Ampliação do desequilíbrio da BP devido ao choque do petróleo e desaquecimento da
economia mundial.
O dólar forte ocorreu devido compensação que Ronald Regan fez vendendo títulos para
cobrir o déficit fiscal decorrente de redução tributaria que não foi acompanhada de redução de
gastos do governo. Essa política acabou cessando as fontes de endividamento externo do Brasil e
demais paises em desenvolvimento.
Gestão Mario Henrique Simonsen (1ºsem de 79): Queria enfrentar os desequilíbrios externo
e interno via política ortodoxa, suas medidas foram:
- Restrição sobre a oferta de moeda
- Controle de gastos sobre adm direta e indireta, e estatais.
- Redução gradual de subsidio as exportações a ser compensado por mini-desvalorizações
- Modesta liberalização de restrições às importações
- desaceleração do crescimento, que seria temporário para possibilitar o reordenamento da
eco.
O ajuste foi feito mediante políticas fiscais e monetárias, além das desvalorizações do
cambio. No entanto as desvalorizações do cambio impactavam diretamente na divida externa que se
tornava mais cara. Para compensar o impacto dessa medida o governo permitiu que as entidades
privadas depositassem os dólares para pagamento de divida antes do vencimento, e o governo
arcava com risco cambial.
O ajuste recessivo acabou por minar a confiança e o apoio a Simonsen que acabou
renunciando em agosto de 79.
Gestão Delfim Netto (1979-1980): propôs combate a inflação e crescimento econômico
(plano heterodoxo), tal como no “milagre” o enfrentamento seria pelo lado da oferta com crédito
subsidiado aos setores agrícola (alimentos) e energético (petróleo e álcool).
A política monetária foi direcionada ao combate de uma inflação de custos com controle
sobre a taxa de juros, a política fiscal buscou controlar gastos do gov e corrigiu tarifas publicas.
Em dezembro de 79, foi realizada uma maxidesvalorização de 30% concomitante com
subsidio as exportações para reverter a deterioração da BP.
Em novembro de 79, foi estabelecida uma nova lei salarial instituindo reajustes salariais
semestrais, a prefixação da correção monetária e desvalorização cambial em 45% e 40% para 1980.
A primeira medida visava atender a inquietações populares a segunda controlar a inflação.
As políticas adotadas permitiram o crescimento no biênio (79-80), No entanto o
desequilíbrio da BP devido a pagamentos de juros da divida e déficit da BC não foram controlados,
a inflação também não pode ser controlada que no ano de 80 ultrapassou os 100% a.a.. Diante desse
cenário a rolagem da divida foi dificultada, fato que contribuiu para reversão da política heterodoxa.

A Crise da dívida (1981-1984)


Diante de uma política econômica inadequada a disponibilidade de credito internacional ao
país foi reduzida, diante dessa situação o financiamento do déficit deveria ser feito de outra forma
que não pela conta de capitais da BP. Os feitos adversos do choque do petróleo e do dólar forte
ainda pairavam pela economia mundial. Esses fatores demandaram o ajuste externo postergado em
73, 74 e79.
A reversão da pol. econômica e o ajuste voluntário (1981-1982): O crescimento dos anos 60
e 70 provocaram um elevado aumento do endividamento externo e em parte pelos juros que eram
flutuantes. A estratégia do endividamento se manteve mesmo após o segundo choque do petróleo, e
os investidores passaram a ver o Brasil com desconfiança quanto à solvência. A continuidade dos
empréstimos dependia da suspensão da heterodoxia e uma política de ajuste. Por isso ao final de 80
Delfim rompeu com a política heterodoxa e iniciou o ajuste “voluntário”.
O ajuste da BP era imprescindível e se daria através da BC, com aumento das exportações e
compressão das importações. Para conseguir isso seria necessária uma desaceleração na economia
ou até produzir uma recessão e assim cortar a demanda por importações, então o governo lançou
mão de contenção salarial, controle dos gastos de governo, e aumento da arrecadação, elevação da
taxa de juros e contração da liquidez, sem deixar de dar tratamento especial às atividades de
exportação, energia, agricultura e pequenas empresas.
A política monetária foi contracionista e deu certo, a política salarial também, mas nas
contas públicas o gov não foi bem inclusive com elevação da divida em 81. No entanto essas
políticas foram suficientes para BC ficar superavitária, passou de um déficit de U$ 2,8Bi em 80 para
superávit de U$ 1,2 bi em 81.
As reações adversas foram severas, queda de 4,3% no PIB, além de desemprego ascendente,
e diminuição da capacidade industrial e perda do valor do salário. A inflação, no entanto, não se
reduziu muito, foi de 110% a.a. para 95% a.a., em parte devido a super-indexação criada no PAEG.
A Crise da dívida (1982): Em 82 o ajuste externo prosseguiu sem apoio do FMI ou da
comunidade internacional, mas uma recessão na economia global agravou a situação, o PIB cresceu
somente 0,8% neste ano e a BP piorou consideravelmente em especial devido a remessa de juros da
divida. Em função das eleições que elegeriam o primeiro presidente civil depois de 20 anos foi
evitado procurar o FMI e assim trazer este assunto para pauta eleitoral, isso poderia atrapalhar a
suave transição pretendida pelos militares.
Para piorar a situação em agosto de 82 o México decretou o moratória da sua divida o que
encareceu mais ainda as taxas de juros para os paises em desenvolvimento e também representou
uma ruptura com modelo de endividamento para crescimento (growth-cum-debt).
Após as eleições em novembro de 82 que o FMI foi procurado formalmente, antes disso foi
conseguido um recurso emergencial para evitar o rompimento unilateral do pagamento. O governo
teve que adotar um ajuste mais severo, foi apresentado ao CMN o plano para 83 com as seguintes
metas: superávit na BC de U$ 6 bi (aumento de X em 9,5% e redução de M em 17%); déficit de
12.9 bi na BS (juros U$ 9,1 bi + Lucros & Dividendos U$ 3,8 bi); IED U$ 1,5 bi; Financiamentos
externos U$ 2 bi; U$ 10,6 bi em empréstimos em moeda; estes valores seriam suficientes para
cobrir as amortizações dos empréstimos anteriores e manter a BP equilibrada.
O ajuste com FMI (1983-1984): Em janeiro de 83 foi assinada a primeira carta de intenções
de outras 7 no decorrer de 2 anos. Neste período a política macroeconômica ficou atrelada aos
ditames do FMI. Foram determinadas políticas fiscais e monetária contracionistas para reduzir
NFSP e ampliar a arrecadação. Na política monetária houve aumento da taxa de juros e restrição do
crédito e redução da demanda via contenção salarial(redução do salário real). Na política cambial
foi desvalorizada a taxa de cambio (modificação da estrutura dos preços relativos) para equilibrar a
BC. Ao final de 83 pode se dizer que a política de ajuste externo foi bem sucedida, as medidas
adotadas mais a redução do preço do petróleo e nas taxas de juros internacionais levaram a um
superávit da BC que levou a desaceleração no crescimento da divida externa.
Porém a ajuste interno não andou tão bem, com os desequilíbrios sendo ampliados, queda de
2,9% do PIB, e aumento do desemprego e a inflação na casa de 211% a.a.
Em 1984, a situação mostrava sinais de superação da restrição externa e com a recuperação
da economia dos EUA as exportações aumentaram em 20%, e crescimento econômico de 5,4%, a
inflação continuava alta 224% a.a. refletindo a indexação da economia.
Resultados e conseqüências do ajuste externo: O sucesso do ajuste externo teve como
contrapartida o desajuste interno, o ajuste da BP deveria se dar através de saldos da BC positivos,
no entanto estes saldos eram privados, para o governo adquirir esses dólares precisava emitira
títulos públicos, já que não havia superávit fiscal, aconteceu então a “transformação da dívida
externa em dívida interna”.
A divida interna por sua vez teve sua taxa de juros aumentada e causou a deterioração das
contas públicas pois havia certa dificuldade no pagamento dos juros, fato este que reafirma a
contrapartida de o ajuste externo instabilizar a economia interna.
Por fim, os choques externos, mais as desvalorizações cambiais e indexação generalizada
tornaram a inflação crônica e tomando espaço na agenda política.

O Governo Sarney e a Busca da estabilização monetária (1985-1989)


Em 1984, militares pressionados com “Diretas Já” e redemocratização.
Em 1985, Tancredo Neves foi eleito indiretamente presidente, no entanto morreu e seu vice
Sarney assumiu.
Cenário econômico: Após recessão 81-83 voltava a crescer, divida externa relativamente sob
controle devido aos superávits comerciais, a inflação continuava na faixa dos 200% a.a. e parecia
estar dissociada do ciclo econômico. Suas causas eram a indexação generalizada que conduzia a
inércia inflacionária.
Gestão Francisco Dorneles (1985): Combate gradual com instrumentos ortodoxos,
austeridade fiscal e controle monetário-crediticio e represamento de tributos (congelamento parcial)
Gestão Dílson Funaro (agosto de 85): Ao final de 85 a inflação fechou o ano em 235%, o
debate era a não eficiência das políticas ortodoxas, surgiram duas propostas: Larida (André Lara
Resende e Pérsio Arida – desindexação da economia através de uma moeda paralela indexada que
mais tarde substituiria moeda “doente”) e o choque heterodoxo (Francisco Lopes – congelamento
dos preços). Ainda em 85 foi lançado um pacote fiscal para diminuir a NFST entre as medidas
unificação do orçamento Federal, controle das despesas de estatais, fim da conta-movimento no BB
e a criação do STN.
O Plano Cruzado (1986): Choque heterodoxo:
- Mudança da unidade de conta Cr$ 1000,00 cruzeiros para Cz$ 1,00 cruzado
- Apuração da taxa de inflação em cruzado pelo IPC (IBGE)
- Conversão e reajuste do salário pela média últimos 6 meses + 8% e 16,1% p/ salário mín.
- Gatilho salarial de 20%
- Proibições de cláusulas de correção monetária para contratos abaixo de 1 ano, salvo
poupança, FGTS, PIS e PASEP.
- Conversão dos alugueis e prestações SFH pela media dos últimos 12 meses
- Congelamento de preços
Alem disso o cambio foi fixado também (ancora cambial), não se estabeleceram regras para
política monetária e fiscal.
Resultados: - Em um primeiro momento houve forte redução das taxas de inflação, mas era
crescente a pressão da demanda, as contas públicas não se estabilizaram, o congelamento provocou
desabastecimento, era necessário um ajuste fiscal e monetário, porém em virtude das eleições
deixou-se para depois.
- Cruzadinho (julho a outubro de 86): Ajuste fiscal sem mexer no congelamento
(empréstimos compulsórios a serem devolvidos em 3 anos), o desabastecimento e o cambio
sobrevalorizado piorara a BC, o que fez o governo liberar algumas importações e desvalorizar o
cambio.
- Plano Cruzado II (nov. de 86 a jun. d 87): Correção do plano anterior que tinhas os
seguintes problemas: excesso de demanda, estrangulamento de oferta (energia, siderurgia,
petroquímica, comunicações etc.), insuficiência de investimentos, deterioração da BP, baixa cap. De
investimento do setor público. Seu objetivo era: ajuste fiscal.
Algumas medidas: Governo decreta moratória; tentativa de controle do déficit via aumento
de tributos.
Segundo Plano – Plano Bresser (jun. 1987)
Medidas ortodoxas e heterodoxas de combate à inflação. Ortodoxas, o déficit público causa
inflação devido à emissão de moeda para combatê-lo. Heterodoxas, a emissão de moeda é a causa
da inflação.
O governo congela novamente preços e salários, adota política monetária e fiscal
contracionista, e desvalorização do cambio sem seu congelamento.
Resultados: A inflação volta a crescer devido a pressões de aumento de preços de bens que
foram congelados a preços defasados. Expectativa de aumentos dos preços ao final do ano levam a
acreditar que haverá outro congelamento e os preços são remarcados elevando ainda mais a
inflação. A atividade econômica desacelera, e há uma recuperação da balança comercial.
Plano verão (1989): Reforma monetária, congelamento de preços e salários, políticas
monetárias e fiscal restritivas, desvalorização do cambio para melhorar a BP.
Resultado: O governo subestima os reajustes de preços que tinham se intensificado algumas
semanas antes do plano, a inflação de janeiro da um salto e com plano antecipado e o governo sem
credibilidade o plano não funcionou. Previsões de diminuição do déficit não foram realizadas, o
excesso de dinheiro na economia e alto consumo agregado inicia nos anos 90 um processo de
hiperinflação.

Governo Collor (1990-1992)


Plano Collor I (nov. 90): Congelamento de preços e salários; reforma monetária; bloqueio
de aplicações financeiras; abertura da economia e redução das tarifas de importação; taxa de cambio
flutuante.
Resultados: Aumento dos custos de produção; inicialmente inflação cai para 9% AM, depois
retorna para 20% AM; o plano não eliminou a inflação porém conteve a hiperinflação.
Plano Collor II (fev. 91): Reformas estruturais através de privatizações e corte do
funcionalismo, corte de subsídios e aumento da carga tributaria.
Resultados: Aumento do superávit comercial e das reservas internacionais; queda da
inflação nos quatro primeiros meses depois chega a 28% AM Fim do governo Collor marcado
inflação crescente e elevada, déficit fiscal, cambio desvalorizado, abertura comercial, boa situação
externa devido a saldos comerciais, entrada de capitais externos aumentando as reservas
internacionais.

O Plano Real (1993-atualmente)


Situação: Após o impeachment de Collor e a posse de Itamar se confirmava a volta ao
regime democrático no Brasil, quanto a economia Itamar foi lento e teve vários ministros. Até que
assumiu FHC em maio de 93.
Preparação (1993-1994): PAI (Plano de Ação Imediata), ajuste fiscal, privatizações, criação
do IMPF, criação do FSE (fundo social de emergência) que buscava maior flexibilidade através da
desvinculação de receitais, além disso, a equipe econômica visando ganhar credibilidade com a
sociedade informou que as políticas seriam todas com seu conhecimento prévio sem choques. Teve
ainda continuidade o processo de abertura comercial e financeira para possibilitar um ambiente
concorrencial e a obtenção de financiamento externo. O diagnostico da inflação que ela era devido a
desequilíbrios fiscais, indexação generalizada e inércia inflacionaria.
URV: Os preços foram convertidos em URV que funcionaria como uma unidade de conta,
ela era reajustada diariamente por 3 índices (IGPM, IPC e FIPE), foi estabelecida a paridade U$
1,00 = URV$ 1,00 (ancora cambial). Assim a assincronia que alimentava a inflação foi quebrada, e
todos os preços convertidos para URV sem a necessidade de remarcação continua dos preços.
Quando a economia estivesse razoavelmente adaptada seria feita a reforma monetária.
Reforma Monetária: Estando a economia alinhada a URV o Cruzeiro Real foi extinto e a
URV transformada em Real (CR$ 2750,00 = 1URV = R$ 1,00).
Continuidade do Plano e instalação da ancora cambial (2ºsemestre de 94): Além do ajuste
fiscal e a quebra da inércia inflacionaria a paridade Real-Dolar (ancora cambial) com o controle da
base monetária (que foi abandonada e optado pela ancora cambial) contribuíram para o sucesso do
plano. Logo no inicio do plano houve forte redução da inflação, atentos a pressão da demanda e
surgimento de bolhas de consumo foi estabelecida uma política fortemente contracionista, taxas de
juros altas e aumento dos compulsórios. Para financiar o aumento das importações e manter a
ancora cambial se liberalizou a conta financeira da BP que contava com abundante liquidez no
mercado internacional.
Evolução do Plano Real (1995-1998): No decorrer do plano houve razoável acumulo de
reservas devido aos diferenciais de taxa de juros interno e externo, os dólares que entravam na
economia, no entanto, acabavam se refletindo em maior oferta de moeda domestica já que o BC
adquiria esses dólares, então para evitar um excesso de liquidez na economia eram realizadas
operações de esterilização através do endividamento interno. No final de 94 aconteceu a crise
mexicana que migrou para paises como Brasil a fuga de capitais internacionais pressionaram a
moeda brasileira a uma desvalorização, porém o BC intervinha afim de evitar a perda da ancora
cambial um dos pilares no combate a inflação.
Em março de 95, foi adotado um regime de bandas cambiais, que seriam defendidos pelo
BC, além disso, se elevou drasticamente as taxas de juros para evitar a fuga de capitais. O governo
foi bem sucedido em deter o ataque especulativo recompondo suas reservas em quanto o ambiente
externo ia se normalizando.
A crise Asiática ocorrida no fim de 97 gerou novos distúrbios e mais ataques especulativos,
o governo chegou a elevar a taxa de juros a 47% além do aperto monetário e um pacote fiscal com
51 medidas que buscava ganhar a credibilidade junto a sociedade. A ação do governo mais uma vez
foi bem sucedida, com a volta a normalidade a maior parte das medidas foram abandonadas.
A crise Russa da moratória (1998), as medidas adotadas pelo governo foram as mesmas e
ainda se buscou ajuda junto ao FMI que ajudou num pacote de U$ 41,5 bi em contrapartida a uma
carta de intenções e austeridade fiscal.
A crise cambial (1999): Diante dos mecanismos de defesa contra os ataques especulativos
houve uma séria deterioração das contas publicas devido ao pagamento dos juros pagos para repelir
os ataques. A ancora cambial conseguiu frear a inflação, porém deteriorou fortemente os
fundamentos da economia brasileira e começou a produzir desequilíbrios externos.
Era necessário uma maior flexibilidade na política cambial e monetária, se optou por fazer
uma banda diagonal endógena que não foi bem recebida pelo mercado e foram sofridos vários
ataques especulativos que levaram a perda de grande magnitude nas reservas, o FMI ameaçou não
liberar as ultimas parcelas da ajuda caso o Brasil não parasse de despender moeda para conter a
desvalorização, finalmente em 15 de janeiro de 99 a taxa de cambio passou a flutuar.
Resultados das novas medidas (1999): O plano foi eficiente em deter a inflação, seu custo
foi a piora dos fundamentos macroeconômicos, o desequilíbrio em conta corrente devido a
sobrevalorização do real, acentuada piora na situação fiscal decorrente da divida publica interna.
Depois da flutuação havia vários temores quanto a inflação, além de uma anunciada recessão
para o ano de 99 resultando assim em estagflação. Assume Arminio Fraga que realiza uma política
monetária contracionista com altas taxas de juros e inicio dos estudos para adoção do regime de
metas de inflação que foi instalado em meados de 99.
Iniciou-se também um ajuste fiscal para buscar superávit primário de 3% do PIB, adotou-se
na economia o tripé superávit primário, cambio flutuante e metas de inflação, que afastou todos os
temores e ainda conseguiu um crescimento de 1% do PIB em 99.

Resumo Planos:

(Cruzado) O Plano foi um programa de combate à inflação baseado única e exclusivamente na


tentativa de eliminação da inércia inflacionaria (por meio de congelamento de preços e
salários). Foram medidas adotadas: Congelamento do câmbio, congelamento de preços,
congelamento do salário pela média dos últimos seis meses mais um aumento real de 8% e
gatilho salarial de 20%.
(Bresser) O Plano tentou conciliar a busca de equilibro externo e o combate à inflação, adotando as
seguintes medidas: congelamento de preços e salários (criação da URP, indexador para
corrigir salários), aumento de impostos, elevação das taxas de juros.
(Verão) O objetivo do plano era o de reduzir a inflação, sem desarrumar as contas externas, com o
crescimento da produção ficando em segundo plano. O programa procurara: reduções de
despesas públicas, restrições ao credito e aumento significativo das taxas de juros, extinção da
URP e das OTN, salários definidos pela média real de 1988, mas sem aumentos reais.
(Collor I) O Plano propunha mudanças radicais na economia brasileira, visando maior inserção do
pais no comércio internacional. O programa procurava, a curto prazo, derrubar a inflação a
qualquer preço: ajuste fiscal profundo, contração monetária e desindexação.
(Collor II) O Plano teve a criação da TR (taxa referencial). Imaginava-se que a TR funcionaria
como uma libor, flutuando de acordo com a inflação futura.
(REAL) Plano, baseado em duas questões essenciais: ajuste fiscal e desindexação.

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