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O novo diretor de Saúde e Rede de Atendimento, William Mendes, responsável pela gerência que
coordena a Rede de Atendimento – as Unidades e CliniCASSI – disse que esse encontro com
gerentes já é um dos passos para “fortalecer a CASSI, prepará-la para melhorar as negociações com o
mercado e dizer o que o plano espera dele”.
Falou ainda da intenção de fortalecer a Estratégia Saúde da Família como ‘porta de entrada’ dos
participantes na rede de atendimento, de focar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) dos funcionários do Banco em ações de promoção à saúde e de melhorar a difusão de
informações sobre a CASSI que ajudem a reduzir a judicialização – recorrer à Justiça contra negativas
de autorização para garantir atendimento sem entender as razões que levaram a CASSI a negar ou as
alternativas ao tratamento negado.
CASSI: Como a ESF pode contribuir para um melhor controle dos custos de saúde na
CASSI?
William: Por meio do Sistema Operacional CASSI (SOC), passamos os dois últimos anos
analisando o comportamento da despesa assistencial da população assistida. Avaliamos a
população cadastrada e vinculada à ESF e a não cadastrada, e começamos a fazer comparativos
dos gastos realizados na rede credenciada de cada grupo. Para tanto, usamos um método
científico e, em linhas gerais, chegamos à conclusão que a diferença de gasto per capita é 30%
menor quando comparamos os pacientes com característica de maior volume de utilização na
rede (e vinculados à ESF) com aqueles que não recebem assistência da Estratégia.
CASSI: Há indicadores mostrando que a ESF consegue melhorar a qualidade de vida dos
participantes acompanhados?
William: Sim, os índices de cuidado na ESF são bem melhores em comparação com alguns dados
da Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente em relação aos pacientes com doenças
crônicas que são acompanhados pela Estratégia. Quem está na ESF e adere à proposta de
cuidado tem melhor controle de colesterol, de hipertensão, de diabetes, por exemplo. Estamos
fazendo acompanhamento para que não cresça o número de crônicos como ocorre no mundo. Se
identificarmos essas doenças no início e fizermos acompanhamento dos hábitos de vida de quem
tem sobrepeso, obesidade, de quem é sedentário ou está com o estresse no limite, é possível
influenciar na mudança de comportamento e evitar o aumento da incidência de pacientes
crônicos. Vale lembrar que um crônico não cuidado compromete sua qualidade de vida, além das
finanças do plano de saúde, devido às repetidas e demoradas internações hospitalares.
CASSI: Quais as ações da CASSI para a população idosa e para a assistência domiciliar?
William: A CASSI tem uma população acima de 60 anos que continua crescendo e que
representou 20% do total de participantes em 2016. Acompanhamos os idosos com programas
como o Plena Idade, o Gerenciamento de Crônicos e também o de Atenção Domiciliar (PAD), com
foco na desinternação. Há participantes de todas as faixas etárias com internação longa e é
possível pensarmos em alternativas de atendimento fora de hospitais. Além de ser mais humano,
a despesa é melhor gerenciada do que quando o beneficiário fica dentro de grandes centros
hospitalares. A proposta é ampliar o PAD já em 2017, fazendo a gestão nas Unidades CASSI. Se
contarmos com equipes para fazer acompanhamento hospitalar, podemos avaliar e fazer a
desospitalização, resultando em custo menor e uma melhor forma de cuidar. Há dois tipos de
internação domiciliar: um com referência de diagnóstico e proposta de tratamento da CASSI e
outro que é fruto de judicialização. Nessa parcela da judicialização são gastos milhões de reais
com internação domiciliar para acompanhamento de idoso ou de paciente crônico, por
determinação judicial. Se pudermos atuar no que não está judicializado ou até mesmo desfazer a
judicialização, conseguiremos resultados importantes tanto na área assistencial quanto nos
recursos financeiros gastos.
CASSI: Que outras ações estão previstas, pensando nos demais públicos atendidos?
William: O principal foco é ampliação dos programas já existentes. Há pessoas que perguntam por
que existem as CliniCASSI. É importante que saibam que esses espaços de atendimento próprios
da CASSI dispõem de uma ou mais equipes de ESF, além do pronto atendimento. São
organizadores dos serviços na região onde estão instalados, contemplando 1,2 mil pessoas
cadastradas em cada equipe nuclear (médico e técnico de enfermagem), que são acompanhadas
de acordo com suas condições de saúde. As CliniCASSI têm média de 10 atendimentos por
médico ao dia e as equipes multidisciplinares atendem de 11 a 14 pacientes diariamente. Assim, a
pessoa pode ter como referência as CliniCASSI antes de usar a rede credenciada.