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2005 / 2006
2005 / 2006
Janeiro de 2006
Agradecimentos
Gostaria de deixar aqui expresso os meus agradecimentos a todos os que me ajudaram e
apoiaram na realização deste trabalho.
Em primeiro lugar quero agradecer ao meu orientador, Dr. António Cardoso Costa, pela
grande ajuda prestada na realização do projecto, indicando sempre o caminho a seguir e por
se disponibilizar a apadrinhar o tema do projecto.
Agradeço também à minha família, em especial aos meus pais e irmãos, por todo o apoio
que me deram ao longo da realização deste projecto, assim como durante toda a minha vida.
Quero deixar um agradecimento especial à minha esposa, Joana, por todo o apoio, força,
carinho, amor e compreensão que me deu em todos os momentos difíceis. Muito obrigado
mesmo, pois foi de uma extrema importância.
Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos, que estiveram sempre do meu
lado, em especial Hélder Parracho, Jaime Tomé, João Baptista e Mário Sousa.
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A Informática na Indústria Automóvel
Resumo
Pode-se considerar que o relatório está dividido em 2 partes principais, sem contar com a
introdução e conclusão. A primeira parte fala da necessidade da utilização de sistemas
informáticos para o controlo de variadas funções nos automóveis. É realizado um
enquadramento da necessidade de utilizar a informática nos automóveis e de seguida é
descrita a utilização de tais sistemas nos automóveis. São referidos os principais sistemas
desenvolvidos nas várias áreas da indústria automóvel e para cada um deles é realizado um
resumo que descritivo das suas características e funcionamento.
A segunda parte fala da necessidade que todos os sistemas têm de comunicarem entre si.
Para tal são desenvolvidos barramentos de dados especializados para o efeito. São referidas
as diferentes arquitecturas usadas na montagem de sistemas electrónicos e de seguida é
descrito o funcionamento de dois barramentos de dados. Esses barramentos são dos que têm
maior destaque no ambiente automóvel. Para finalizar também é feita uma referência a todos
os outros barramentos de dados usados nos automóveis.
As duas partes descritas anteriormente são as mais importantes do relatório, embora este
ainda possua uma outra parte. Esta última parte fala do futuro dos automóveis. Refere
sistemas informáticos que estão a ser desenvolvidos e outros que poderão a vir a ser
desenvolvidos, mostrando que os automóveis vão tornar-se cada vez mais inteligentes e mais
autónomos.
A principal ideia que o relatório deixa é de que hoje em dia a informática é totalmente
indispensável na indústria automóvel e que com a sua ajuda os carros tornaram-se mais
perfeitos, agradáveis e fáceis de utilizar.
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A Informática na Indústria Automóvel
Índice Geral
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A Informática na Indústria Automóvel
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A Informática na Indústria Automóvel
Índice de Figuras
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A Informática na Indústria Automóvel
Índice de Tabelas
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A Informática na Indústria Automóvel
Notação e Glossário
DVD – Digital Versatile Disc (antes denominado Digital Video Disc). Contém informações
digitais, tendo uma maior capacidade de armazenamento que o CD áudio ou CD-ROM, devido
a uma tecnologia de compressão de dados.
Híbrido – Embora o termo tenha sentido amplo, é como se denominam os veículos que
possuem dois motores de tipos diferentes, sendo um eléctrico e outro a combustão (a
gasolina ou a diesel, por exemplo). Em geral o motor eléctrico movimenta o veículo em baixas
velocidades e o motor a combustão (com o auxílio do eléctrico) em altas. As baterias são
recarregadas nas desacelerações e travagens por um sistema regenerativo, o que dispensa a
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A Informática na Indústria Automóvel
recarga por meio externo. Automóveis híbridos estão à venda desde 1997 no Japão, com o
Toyota Prius.
LCD – Liquid Crystal Display. Um monitor de cristais líquidos, muito leve e fino sem partes
móveis.
TFT – Thin-Film Transístor. Transístor de película fina, feito pelo depósito de finas películas
para os contactos metálicos, camadas semicondutoras activas e camadas isolantes.
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A Informática na Indústria Automóvel
1 – Introdução
1.1 – Contextualização
O minuto que trouxe o primeiro automóvel para a rua, foi um grande símbolo de tecnologia
e inovação [10]. No último século, a tecnologia sofreu uma grande e rápida evolução, estando
muitas vezes a indústria automóvel à frente desta. Um carro é basicamente uma estrutura
assente em quatro rodas que se transportam pessoas e objectos do ponto A para o ponto B.
Há mais de um século que esta é a melhor definição de um automóvel, se pensarmos apenas
no seu lado prático. Mas será um automóvel apenas isso? Desde os primeiros triciclos e
quadriciclos de Benz, Opel, Porsche, Peugeot ou Renault que se estabeleceram metas ainda
hoje válidas. Um bom carro tem de ser mais rápido, mais eficiente, confortável, simples de
usar, tecnologicamente avançado e visualmente apelativo que os antecessores e
concorrentes. Mas por estranho que pareça, a base que os pioneiros construíram continua a
ser a regra. As rodas continuam de borracha, os volantes continuam redondos, os motores
são de combustão interna e consomem energias fósseis. As ligações entre as várias partes
são mecânicas, há um espaço para bagagens e outro para passageiros. [3]
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A Informática na Indústria Automóvel
Apesar de tudo não deixa de ser curioso que as invenções revolucionárias da actualidade
foram, na sua maioria, exploradas no início da indústria automóvel. Umas não tiveram êxito
por terem surgido antes do tempo, outras ainda porque não reuniram consensos ou apoios.[3]
Hoje em dia o automóvel é uma das maiores montras tecnológicas existentes. A maior
parte destas tecnologias é devido a uma das principais preocupações dos fabricantes
automóveis de hoje em dia, que é a segurança. O cinto de segurança nasceu no final dos
anos 50 pelas mãos da Volvo, o airbag foi testado em 1973 pela General Motors, tendo
surgido mais tarde (1988) de série num Chrysler e hoje em dia são obrigatórios, bem como
toda uma panóplia electrónica, só possível com o avanço fulgurante da informática, que até
tenta corrigir os erros do condutor.
Para além disto, a tecnologia colocada ao serviço do condutor também já é uma velha
preocupação. O controlo de cruzeiro foi patenteado em 1945 por um cego, Ralph Teetor e
comercializado a partir de 1958 pela Chrysler. O ar condicionado surgiu em 1940 na Packard,
os vidros eléctricos em 1948 na Daimler, dois anos antes de nascer a direcção assistida. Mas
há 30 anos seria difícil imaginar sensores de estacionamento, de luminosidade ou de chuva,
bancos que fazem massagens, sistemas de navegação com actualização em tempo real que
falam com os condutores, etc. Tudo isto em prol do bem estar a bordo. [3]
Para testar as novas tendências e precaver o futuro, sempre se criaram carros de sonho,
como os que ensaiavam conceitos e anteciparam o que hoje chamamos concept cars. Para
provar que se podia ir mais longe sempre se criaram super carros, como o Maserati MC12 da
Figura 2.
O que nunca tinha sido feito era efectuar uma alteração radical no automóvel, mudando-
lhe algo tão imutável até agora como o método de propulsão. Finalmente a combustão interna
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A Informática na Indústria Automóvel
parece ter sucessor viável, com o hidrogénio a ser, mais do que uma hipótese, uma realidade.
Isto em paralelo com sistemas híbridos que conjugam combustíveis fósseis, biológicos,
sintéticos e electricidade, embora estes sistemas híbridos já tenham sido apresentados no fim
do século XIX (1900) pelas mãos de um senhor chamado Ferdinand Porsche.
1.2 – Objectivos
Para que todos os sistemas informáticos operem em simultâneo no automóvel, eles têm de
poder comunicar uns com os outros, trocando informações e dados importantes para a sua
actuação. Assim sendo, é descrito o funcionamento dos principais barramentos de dados
existentes nos automóveis.
Por fim é apresentado um possível cenário do futuro dos automóveis. É descrito o que é
esperado dos futuros sistemas informáticos no controlo, entretenimento, navegação e
informação automóvel. Também é realizada uma abordagem ao automóvel realmente
“inteligente”.
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A Informática na Indústria Automóvel
O motivo pelo qual escolhi este projecto foi pelo facto de ser um tema bastante actual,
interessante e cheio de tecnologia. A informática tem tomado conta dos automóveis,
controlando quase tudo num automóvel. Toda esta simbiose entre a informática e os
automóveis é um mundo bastante vasto e muito interessante para mim e achei que a
realização deste trabalho era uma boa oportunidade para aprofundar o meu conhecimento
desse mundo.
O facto de aliar a informática e sistemas informáticos aos automóveis também foi um factor
muito determinante na escolha do tema do projecto, pois para além de apreciar bastante
todos esses sistemas, que são acompanhados de variados dispositivos para poderem ser
controlados, tenho também um gosto especial por automóveis.
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A Informática na Indústria Automóvel
Só estes barramentos é que foram referidos, porque o objectivo desde capítulo não
era a descrição de todos os barramentos existentes, mas sim mostrar a importância
da existência de redes para a comunicação entre os vários sistemas presentes no
automóvel. Os barramentos descritos são
O Futuro – Este é o quarto capítulo e fala do futuro dos sistemas informáticos nos
automóveis. Aborda o automóvel inteligente do futuro, demonstrando como este
deve ser e agir com os sistemas informáticos que poderão ser desenvolvidos e
como o automóvel vai ser controlado por esses sistemas.
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A Informática na Indústria Automóvel
Este capítulo aborda os sistemas informáticos nos principais ramos da indústria automóvel.
Começa por realizar um pequeno enquadramento sobre a necessidade do aparecimento da
informática nos automóveis e de seguida descreve os principais sistemas informáticos
existentes e usados nas várias áreas da indústria automóvel.
2.1 – Enquadramento
Os automóveis mais antigos eram construídos a pensar simplesmente no seu lado prático.
Outros factores como o conforto, segurança e os níveis de emissão de poluentes não eram
vistos como factores de grande prioridade aos olhos dos construtores automóveis.
Mas isso com o passar do tempo foi-se alterando. Os construtores aperceberam-se que
um carro podia ser muito mais do que aquilo que ele efectivamente era. Com o
desenvolvimento computacional e tecnológico os computadores passaram a ser explorados
como um meio de controlar várias funções de um automóvel. Agora eles são usados para
controlar factores como a emissão de gases dos motores, a potência, o consumo de
combustível, segurança, comunicações e navegação. Nos dias de hoje os automóveis contêm
vários computadores que controlam os mais variados tipos de funções, como por exemplo o
motor, janelas, fecho centralizado, retrovisores, etc.
Se o automóvel que guia tem menos de 10 anos é certo que ele carregue consigo vários
computadores a bordo. No final dos anos 80, os chips e sistemas informáticos começaram a
entrar nos automóveis controlando os sistemas de ignição e injecção de combustível. Hoje,
são usados para comandar o ar condicionado, o painel de instrumentos e o rádio. Servem até
para corrigir erros dos condutores [8]. Componentes mecânicos estão a ser substituídos por
sensores e motores eléctricos e os carros são agora capazes de captar, receber e transmitir
informações. Escolhem o melhor caminho para chegar ao destino e não há de faltar muito
para que ele controle a direcção para que o condutor possa trabalhar ou realizar outra tarefa
qualquer. Hoje, os engenheiros automóveis estão a usar os computadores em grandes
inovações automóveis, que estão e irão ajudar a produzir automóveis mais seguros, limpos,
“inteligentes”, etc.
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A Informática na Indústria Automóvel
Mas é quase certo que a utilização dos computadores e sistemas informáticos, no mundo
automóvel, não fique por aqui. Enquanto os automóveis de hoje gozam de uma quantidade
impressionante de computadores e sistemas informáticos, o futuro promete um controlo total
do automóvel por parte desses sistemas. Eventualmente, a presença dos computadores nos
automóveis será total, eles ajudarão a projectar os carros e todos os seus componentes,
desenharão as fábricas e máquinas que os construirão e realizarão testes de pista, antes
mesmo que ele seja construído [8]. As pessoas vão poder comprar o seu automóvel pela
Internet, depois de o ter experimentado virtualmente. Os computadores encarregar-se-ão de
avisar as pessoas quando for necessário qualquer tipo de manutenção, seja uma troca de
óleo, calibragem nos pneus ou uma ida à oficina para resolver problemas mais sérios.
Sistemas que vão controlar a condução, evitar acidentes e até realizar uma pesquisa pelo
corpo do condutor para o colocar numa melhor posição de condução, vão passar a ser usuais
nos automóveis. Á medida que os computadores e seus chips se tornam mais pequenos e
potentes, eles têm um papel cada vez mais importante e determinante na mudança da
mobilidade moderna.
Para se poder ter uma ideia de como a utilização de computadores nos automóveis tem
crescido é apresentado de seguida uma pequena comparação bastante interessante:
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A Informática na Indústria Automóvel
Tudo isto mostra que temos um grande pacote tecnológico ao nosso comando. E
embora o automóvel não vá fazer nenhum passeio à lua, por enquanto num futuro
próximo, é bom saber que a melhor tecnologia do mundo existente no momento, está a
ajudar as missões terrestres a serem mais seguras, limpas e confortáveis, do que
alguma vez foram.
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A Informática na Indústria Automóvel
A informática ajuda a tornar os automóveis mais limpos, devido ao controlo que hoje em
dia tem sobre o motor. Sistemas de controlo de emissões de gases fazem diminuir bastante
as emissões de dióxido de carbono e enxofre do motor.
O SDO também realiza um diagnóstico ao motor, para se certificar que o motor está
sempre em boas condições. Se algum problema ou avaria é detectada, o SDO ilumina uma
luz de aviso, no painel de instrumentos do automóvel, para alertar o condutor. Esta luz de
aviso, normalmente, tem a frase “Check Engine”, ou “Service Engine Soon” ou simplesmente
tem o símbolo do motor. SDO também guarda importantes informações sobre a avaria
detectada, para que o técnico que vai realizar a reparação possa rápida e seguramente
resolver o problema.
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A Informática na Indústria Automóvel
O SDO foi introduzido pela General Motors em 1981, com o propósito de monitorizar o
sistema de escape do motor de um automóvel [1]. Quando o computador do SDO detecta um
problema no sistema de escape do motor, é suposto acontecer três acções diferentes.
Primeiro é ligada uma luz de aviso no painel de instrumentos do automóvel para avisar o
condutor que existe um problema. Depois é introduzido um código no computador do SDO.
Por fim esse código é gravado na memória do computador para que mais tarde possa ser lido
por um técnico, quando este estiver a realizar o diagnóstico e reparação do problema. Este
SDO foi denominado SDO de 1ª Geração.
O SDO está ligado aos sistemas que são considerados as causas mais prováveis das
avarias no sistema de escape e do motor, de um automóvel. Estes sistemas são:
Quando ocorre uma avaria a luz de aviso é ligada no painel de instrumentos e assim
continua até as condições normais regressarem, deixando o código da avaria gravado na
memória do computador. O SDO avalia os circuitos/sistemas e se durante 3 avaliações
consecutivas a avaria não se verificar, a luz de aviso apaga-se
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A Informática na Indústria Automóvel
Este sistema funcionou tão bem que em 1986, o estado da Califórnia ordenou que todos
os carros aí vendidos, estivessem equipados com o SDO. Por esta razão o SDO tornou-se um
padrão e todos os carros vendidos no estado da Califórnia passaram a ter este sistema [1].
Esta primeira versão do SDO tinha bastantes restrições. Primeiro apenas cobria o sistema
de escape do motor. Os vapores do depósito do combustível não eram monitorizados, as
emissões de gases não eram medidas e apenas dispositivos especificamente instalados para
o controlo de emissão de gases eram monitorizados. Para além disso não havia definido, na
indústria automóvel, um padrão do SDO. Cada construtor automóvel tinha um termo diferente
para a luz de aviso existente no painel de instrumentos do automóvel. A GM tinha o nome de
“Check Engine” ou “Service Engine”, a Chrysler chamou-lhe “Power Loss” e a Ford apenas
deu-lhe o nome de luz de “Engine”. A maioria dos construtores automóveis chamou-lhe a luz
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A Informática na Indústria Automóvel
de “Check Engine”.Mas isto tornou-se confuso para técnicos e também para os condutores.
Muitos condutores ao verem a luz de “Check Engine” ligada levavam os seus automóveis ao
mecânico e pediam uma mudança de óleo ou um ajuste qualquer, esperando que a luz se
apague-se. É escusado dizer que tal não acontecia e que depois de se ter gasto algum
dinheiro em reparações desnecessárias, o SDO tinha de ser diagnosticado e depois reparada
a avaria. Também é preciso frisar que o sistema de codificação de avarias era diferente de
construtor para construtor, o que tornava o diagnóstico da avaria mais difícil.
A crescente preocupação com o ambiente nos anos 90, nomeadamente a qualidade do ar,
levou com que a partir de 1996 todos os carros vendidos nos Estados Unidos estivessem
equipados com uma nova versão do SDO. Este sistema ficou conhecido por SDOII ou SDO
de 2ª Geração. Esta preocupação era tal que quase todos os construtores automóveis já
tinham os seus carros equipados com o novo SDO a partir de 1995. Se o automóvel que
conduz é de 1995, ou ainda mais recente, o mais provável é que esteja equipado com o
SDOII.
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A Informática na Indústria Automóvel
reparação realizar um reset à luz, sem ter feito a reparação do problema. Neste caso o que
vai acontecer é que a luz de aviso vai voltar a acender.
• Monitorização secundária de ar
• Ferramenta de pesquisa
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A Informática na Indústria Automóvel
Devido a esta conjuntura as marcas automóveis criam novas tendências e recorrem a toda
a tecnologia disponível para conceber um carro de sonho. Realidade virtual e visualização a
três dimensões são a última moda para criar os carros de hoje e do futuro [7].
Marcas como a Opel e a Renault, recorrem à tecnologia para conceber os seus carros.
Software específico e centros de simulação computorizados são agora essenciais no
processo de criação. Realidade virtual e modelos digitais a 3D são ferramentas de trabalho
essenciais.
Há dez anos que a Renault aposta na investigação nas áreas da realidade virtual e
simulação de condução. Nas palavras de Andras Kemeny, director do CST, “a missão
principal do centro é testar as técnicas digitais mais sofisticadas e disponibilizá-las,
devidamente validadas, para todos aqueles que estão envolvidos no processo de design”.
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A Informática na Indústria Automóvel
várias semanas por peças de amostra. Actualmente, com o DMU, é possível determinar a
melhor instalação de componentes a partir dos dados que o computador processou. A outra
tecnologia, RAMSIS, permite a simulação perfeita de um cenário de condução e permite aos
designers criar as posições de assento mais ergonómicas e confortáveis. Este sistema mostra
as posições dos ocupantes do carro, para além de simular um cenário de condução. Assim, é
possível avaliar não só o espaço disponível para a cabeça, ombros e pernas como também a
legibilidade e utilização amigável dos instrumentos. O RAMSIS também permite fazer
estimativas ortopédicas da curvatura da coluna vertebral e analisar os níveis de fadiga.
O P2V é o resultado de vários anos de pesquisa por parte da RENAULT Technical Centre
of Simulation (Centro técnico de simulação) e foi elaborado em parceria com a Oktal. O P2V
permite que dados provenientes dos principais softwares de CAM/CAD(Catia, Proingeneer,
Alias) sejam lidos e rapidamente transformados em dados adaptados a uma visualização 3D
em tempo real e de elevada qualidade.
Graças a uma interface simples o utilizador pode escolher a qualidade que deseja obter
dos dados inseridos, assim como o equipamento que quer aplicar. O resultado fica disponível
em bibliotecas que podem ser utilizadas mais tarde na criação de novos materiais, cujas
propriedades podem ser parametrizadas. O P2V também oferece uma descrição dos
diferentes tipos de fontes de luz e a sua posição. Finalmente, acções básicas como a
movimentação de partes, mudança de equipamentos, etc., podem ser descritas e realizadas
durante a visualização 3D do automóvel. Tudo isto é realizado pelo software P2V, para que
todos os parâmetros adicionados pelo utilizador sejam usados da melhor maneira [7].
Disponível num ambiente SGI/Irix e num ambiente PC, quer seja numa plataforma
Linux/Unix ou Windows, o P2V pode interagir com diferentes dispositivos como a power wall,
conjunto de realidade virtual para a cabeça, centro de realidade, sistema force feedback, luvas
ou sensores de posição, etc. Estes sistemas ajudam os técnicos a estarem submergidos pelo
veículo virtual. Tudo isto possibilita aos técnicos terem uma visualização interactiva e em
tempo real do automóvel, através de imagens fixas ou vídeos de alta definição. O sistema faz
com que os técnicos possam sentir o automóvel como se estivessem realmente dentro dele,
isto através de um capacete de realidade virtual que faz com que o operador fique isolado do
mundo real. O capacete tem 1 ecrã para cada olho e cada ecrã passa uma imagem diferente,
para que assim o operador possa ter uma excelente percepção do mundo virtual.
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A Informática na Indústria Automóvel
2.3.2 – DMU
Nem todos os tipos de representações são usados nas maquetas digitais. O principal
modelo 3D é o modelo que vai ser usado para a construção da maqueta 3D, pois este
representa a principal parte 3D do modelo
Para se construir a maqueta digital é seguida uma metodologia constituída pelos seguintes
passos:
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A Informática na Indústria Automóvel
4. Posicionar os modelos nos seus sítios correctos, para a criação da maqueta digital
No passo 1, a criação das diferentes partes deve ser feita dentro dos seus contextos e na
sua posição final
2.3.3 – RAMSIS
Nos nossos dias o uso de manequins computorizados são muitas vezes usados para o
desenvolvimento dos interiores dos automóveis, cockpits dos aviões, compartimentos de
passageiros e sítios de trabalho. Para além da redução do tempo e custos de
desenvolvimento os manequins digitais contribuem para o aumento da qualidade do ambiente
de trabalho e para um uso mais amigável do produto. RAMSIS é a principal ferramenta
ergonómica computorizada e já foi usada durante muitos anos para o desenvolvimento da
habitabilidade dos passageiros em automóveis, camiões, aviões e veículos de construção [5].
Por isso um sistema RAMSIS tem um grande espectro de dados antropomórficos das
regiões globais mais importantes, como por exemplo Ásia, América do Norte e Europa.
Estatísticas fáceis de operar permitiram a geração de imagens digitais de grupos de clientes e
a sua integração no design global e no processo de desenvolvimento do automóvel.
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A Informática na Indústria Automóvel
O sistema RAMSIS pode operar em várias plataformas e o software pode ser facilmente e
eficientemente integrado na cadeia do processo de desenvolvimento. RAMSIS está disponível
em versão Unix e Windows e como uma ferramenta que pode ser totalmente integrada no
software CATIA V4 e V5.
• Manipulação geométrica
– Geração directa de geometrias básicas
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A Informática na Indústria Automóvel
– Animações automáticas com objectos alvo para o utilizador definir cadeias de junções
• Análise da força
– Indicação da força máxima e recomendada para os típicos elementos do interior do
automóvel
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A Informática na Indústria Automóvel
A informática invadiu todo o tipo de sistemas nos automóveis. Desde os novos sistemas de
drive-by-wire, navegação, segurança ou entretenimento que as novas tecnologias comandam
o nosso automóvel.
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A Informática na Indústria Automóvel
No protótipo Seat Toledo Multimédia as inúmeras opções de áudio (CD, MP3, etc.),
navegação, comunicação (como o envio e recepção de SMS) e serviços são visualizados
através de dois ecrãs e controladas através de um comando de voz. Um terceiro ecrã de 7
polegadas (formato 16:9) colocado no centro do tejadilho, assegura o entretenimento dos
ocupantes de trás. Para suportar tudo isto este protótipo possui uma arquitectura avançada
com um hardware modular e uma rede multimédia de fibra óptica [2].
Ainda que não seja provável que o automóvel se conduza sozinho nas próximas décadas,
a tecnologia tem uma importância cada vez maior no que toca às chamadas ajudas à
condução. Sistemas de estacionamento assistido, sensores que facilitam a condução em caso
de chuva e até um passageiro virtual para manter o condutor alerta e acordado, são soluções
em desenvolvimento por empresas como a BMW ou a Volkswagen. Os BMW Séries 3, 5, 6 e
7 já estão equipados com faróis adaptativos que seguem o movimento de carro da forma a
iluminar melhor as curvas. A Mercedes, por seu lado, aposta em sistemas como o Headlamp
Assist, que liga automaticamente as luzes em caso de nevoeiro, chuva, neve, lusco-fusco ou
entrada num túnel, algo que até já está disponível nos utilitários da Fiat. A Volkswagen está a
desenvolver uma solução de reconhecimento de sinais de trânsito que utiliza o sistema de
navegação e transmissores rádio instalados nos sinais para informar o condutor destes,
através de um ecrã.
Saber onde se está por questões de segurança ou de orientação e saber como se pode
chegar ao destino pretendido é a grande vantagem dos sistemas de navegação que são cada
vez mais usuais nos automóveis, até nas gamas mais baixas. A Nissan apresentou
orgulhosamente o seu Bird View, um sistema GPS que dá uma perspectiva panorâmica das
ruas e estradas até ao horizonte. A Toyota já disponibiliza no Japão o G-Book, um sistema
inteligente que gera as informações de trânsito recebidas alterando a rota prevista pelo GPS
da forma a evitar engarrafamentos [2].
Graças às soluções de telemática os carros serão cada vez mais elos de ligação entre o
condutor e o meio exterior. Acesso à Internet ou serviços de assistência das marcas e mesmo
de diagnóstico remoto, são apenas algumas das hipóteses. Exemplo disso é o sistema
Connect da Alfa Romeo ou o TeleAid da Mercedes, que em caso de acidente liga
automaticamente para os serviços de emergência.
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A Informática na Indústria Automóvel
Como ficou demonstrado, a informática e os sistemas informáticos hoje em dia são de uma
extrema importância na indústria automóvel. Sem a informática nada disto que aqui foi
retratado era possível e os carros continuariam quase tão rudimentares como o primeiro
automóvel a ser fabricado numa linha de montagem, o famoso Ford T.
O sistema Integrated Control System (ICS) da Alfa Romeo é constituído por um monitor de
5” instalado na consola central do automóvel. Este sistema permite ao condutor controlar
todas as funções dos vários sistemas controlados pelo ICS, como por exemplo o sistema de
climatização, o computador de bordo, o auto-rádio, o sistema GSM, navegador por satélite,
amplificador digital de hi-fi (DSP) e leitor de CD’s. O ICS é de fácil utilização com comandos
simples e claros, com símbolos intuitivos e de fácil acesso às funções [12].
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A Informática na Indústria Automóvel
Em vez de uma disposição espalhada dos vários botões e interruptores, o iDrive é dividido
em duas secções separadas, a zona de condução que contem todos os comandos essenciais
para a condução e a zona de conforto onde uma consola central permite uma fácil e suave
regulação de todas as funções de conforto do automóvel. O iDrive controla mais de 700
funções.
Muitos dos controlos são operados a partir de um botão multi-funções situado na consola
que existe no meio dos dois bancos da frente. O controlo consiste num dispositivo que
funciona como botão e que roda para seleccionar funções, assim o dispositivo é um botão
rotativo. A confirmação da opção seleccionada é visualizada num ecrã LCD montado na
consola central.
O iDrive tem em consideração que existem funções raramente utilizadas quando se está a
conduzir, como as regulações de conforto, comunicações e assistência à condução. A
unidade operacional que existente na consola central dá ao condutor acesso directo a muitas
outras funções e a muitas opções de informação e de condução. Várias centenas de funções
podem ser controladas com este dispositivo.
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A Informática na Indústria Automóvel
A Nissan Motor Co. Desenvolveu um novo sistema de navegação, que dá pelo nome de
Bird ViewTM, o primeiro sistema de navegação automóvel do mundo em que o mapa que
indica o caminho que se pretende seguir é mostrado com visualização panorâmica e até à
linha de horizonte [14].
O novo sistema foi desenvolvido em conjunto com a Xanavi Informatics Corporation, uma
empresa associada da Nissan e especializada em projectos de comunicações para
automóveis. A Nissan prevê oferecer este sistema original num dos seus novos modelos que
será lançado num futuro próximo.
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A Informática na Indústria Automóvel
Para responder a estas duas exigências a Nissan criou este novo sistema de navegação,
que dá ao condutor uma perspectiva das ruas e das estradas até ao horizonte, semelhante ao
que uma ave vê quando sobrevoa as nossas cabeças, facto que dá origem ao nome deste
novo sistema de navegação.
Até agora visualizar imagens como as do sistema de navegação Bird ViewTM, requeria um
processador de grandes capacidades semelhantes às de um microcomputador. A Nissan
conseguiu a mesma capacidade numa unidade de processamento para utilização em
veículos, combinando um processador de 32 bits na unidade central de processamento (CPU)
com uma técnica original de processamento de imagens a alta velocidade.
Os mapas que aparecem no ecrã oferecem uma visão ampla de toda a área que rodeia o
veículo, até ao horizonte, dando uma sensação de realidade e de espaço. Além disso o
sistema também disponibiliza imagens em perspectiva como as que qualquer pessoa
experimenta quando vê objectos reais. Assim, os condutores podem reconhecer e perceber
instantaneamente a informação visualizada. Os mapas são mostrados em intervalos de 500
metros dando uma noção realista da distância.
À medida que o veículo avança os nomes das ruas, localizações e melhores acessos,
entre outras informações, aparecem no ecrã por prioridades. Esta visualização facilita muito a
apreensão de informação pelo condutor, reduzindo os tempos de "consulta" e incrementando
por isso a segurança de condução.
Neste sistema está incluído um modo para viagens nocturnas, aparecendo o ecrã com um
fundo negro que facilita a leitura e oferece uma paisagem nocturna, tanto quanto possível
próxima da realidade apercebida pelo condutor.
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A Informática na Indústria Automóvel
Este sistema é constituído por câmaras situadas na parte traseira do automóvel. O sistema
de visualização traseira elimina o ângulo morto durante a realização de uma marcha-atrás,
que é toda a visualização que está da janela traseira para baixo. Mas ainda existem mais dois
ângulos mortos situados nos lados do automóvel. Para eliminar mais este problema a Nissan
montou câmaras laterais. Agora a Nissan está a testar câmaras posicionadas na frente do
automóvel. As imagens captadas pelas diversas câmaras são projectadas num ecrã montado
na consola central do automóvel. São as câmaras que tiram as imagens que são depois
sintetizadas por uma técnica que processa as várias imagens e as torna numa única vista.
2.4.4 – G-Book
O maior fabricante automóvel japonês Toyota, revelou uma nova geração de ligação à
Internet para automóveis. Esta nova ligação oferece uma ampla gama de serviços interactivos
como download de músicas, jogos on-line, e-mail e comércio electrónico [4].
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A Informática na Indústria Automóvel
Isso permite que a Toyota ofereça o serviço a um preço fixo, o que quer dizer que os
consumidores não têm de se preocupar com os custos por hora de conexão.
Além dos serviços fornecidos, o G- Book da Toyota oferece múltiplas informações, como
por exemplo mapas. No ecrã situado na consola central são mostrados detalhes sobre o
congestionamento, estacionamentos e localização de pontos comerciais. A rota e o destino
podem ser alterados conforme essas informações. Ao pagar um serviço à parte é possível ter
acesso a roteiros gastronómicos, dados financeiros, informações sobre cinema, entre outros.
É possível também usar um serviço de karaoke.
Além disso, o sinal SOS também contém dados sobre a gravidade do acidente. Há ainda
um botão que os passageiros podem pressionar dentro do veículo para chamar assistência ou
contactar peritos de serviço da Mercedes-Benz, no caso de problemas mecânicos. Nesta
situação o sistema informa automaticamente a posição e os dados básicos do carro – como
modelo, ano, cor e número de chassis, entre outros dados. A partir daí o centro de chamadas
de emergência estabelece uma ligação telefónica móvel com os ocupantes do veículo para
determinar as medidas exactas de assistência necessárias. Se a chamada não for respondida
a central TeleAid alerta imediatamente a polícia e os serviços de salvamento.
27
A Informática na Indústria Automóvel
O sistema pode ser personalizado e nas informações enviadas podem constar dados
como tipo sanguíneo do motorista e ocupantes e até mesmo eventuais alergias para que o
atendimento possa ser o mais eficiente possível. O TeleAid também pode ser accionado
manualmente. Há um botão de SOS próximo ao espelho retrovisor para que o motorista possa
pedir ajuda no caso de acidentes envolvendo outros veículos.
Os ocupantes podem experimentar fazer ligações por comandos de voz, utilizando para
isso um telemóvel dentro do ambiente do automóvel. O aparelho de comunicação será
controlado e operado por um esquema simplificado de hardware que consiste de um módulo
receptor atrás do painel, um microfone embutido no espelho retrovisor interno e o telemóvel
do condutor.
Para garantir uma condução segura ao usar o sistema de mãos livres o condutor só
precisa de carregar num botão para iniciar ou terminar uma chamada telefónica. Todas as
outras funções são activadas por voz. As próprias ligações são feitas por voz. Além do
reconhecimento de voz este novo sistema oferece serviços opcionais de informação por meio
de assinatura da AT&T Wireless.
28
A Informática na Indústria Automóvel
Os HUD têm uma grande diferença para outros tipos de displays, é que o equipamento do
display está escondido. Estes tipos de dispositivos apareceram na aviação e começaram à
relativamente pouco tempo a serem transportados para a indústria automóvel.
Nos HUD o utilizador não olha directamente para o dispositivo que converte o sinal
eléctrico em imagem. Em vez disso lentes e espelhos projectam a imagem, o que é uma
opção ideal pois assim a imagem é a única coisa que aparece no campo de visão do
utilizador. Assim a imagem aparenta estar a flutuar à frente do utilizador.
O display, outrora um tubo de raios catódicos (CRT – Cathode Ray Tube) é agora mais
parecido com um ecrã de cristais líquidos (LCD). A revolução nos microdisplays, que contam
com produtos tão diferentes como os PDA’s ou os telemóveis veio ajudar os HUDs, pois estes
microdisplays tendem a ser optimizados para o uso móvel, ou seja, pequenos, com luz
própria, baratos, robustos e mais eficientes a nível energético.
O grande benefício, dos sistemas HUD é que desta maneira o condutor não necessita de
desviar o olhar da estrada para olhar e ver as informações do painel de instrumentos. O
inconveniente dos sistemas é que estes não podem ser fascinantes para não distraírem o
condutor nem muito brilhantes para não interferirem com a visão do condutor
29
A Informática na Indústria Automóvel
.
Figura 12 – Funcionamento de um sistema HUD
30
A Informática na Indústria Automóvel
A Motorola, a Intel e a Microsoft são algumas das empresas de tecnologias que apostam
no conceito do automóvel conectado, nomeadamente recorrendo a tecnologias sem fios como
o Wi-Fi e o Bluetooth. A Microsoft em Janeiro do ano 2004 apresentou o seu primeiro
Connected Concept Car com reconhecimento de voz avançado, integração de PDA e
telemóveis, acesso a serviços de trânsito da Web, sistema GPS e função de alerta e
diagnóstico remoto em caso de problemas.
Este sistema existente na Suiça é uma casa digital experimental onde os habitantes
podem controlar diversos sistemas eléctricos, como a iluminação, a abertura e fecho de portas
e até o funcionamento do forno, a partir de um BMW Série 7 equipado com o serviço BMW
Online. O projecto serve de banco de ensaios à iniciativa ConnectedDrive da marca bávara e
pretende ilustrar o potencial dos serviços baseados na Internet para o “carro de amanhã”.
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A Informática na Indústria Automóvel
• Ecrã LCD a cores com abertura e fecho fácil para visualização e arrumação
• Controlo remoto
A segurança tornou-se tão importante que foi criado um organismo europeu de avaliação
de segurança, que dá pelo nome de EuroNCAP. A pontuação dada aos automóveis é por
estrelas que vão de 1 a 5 estrelas. Muitos carros são pensados de forma a obter o maior
número de estrelas, visto que estas são um poderoso instrumento de marketing [7].
32
A Informática na Indústria Automóvel
Mas todas estas significativas melhorias tiveram ainda mais significado com todo um
conjunto de novos sistemas de controlo do automóvel. Os sistemas mais conhecidos de
segurança são o ABS, ESP, Controlo de Cruzeiro Adaptativo, Airbag e o Cinto de Segurança.
Todos estes sistemas são controlados por sensores, actuadores e microprocessadores.
O automóvel possui o módulo de controlo que recebe informações vindas dos sensores de
choque, em caso de acidente ou choque. Este sistema possui um microprocessador que
analisa os parâmetros do choque para depois iniciar as acções mais apropriadas para atenuar
ao condutor os efeitos do choque, como activar os actuadores dos pré tensores dos cintos de
segurança ou activar os airbags. Estas sensíveis tarefas computacionais de decisão, iniciação
e actuação para salvar a vida dos ocupantes do automóvel e ocorrem em menos que um
piscar de olhos, em cerca de 1/10 de segundo
33
A Informática na Indústria Automóvel
lembrar que as mãos são muito mais sensíveis e hábeis do que os pés, testes com grupos de
condutores inexperientes feitos pela Mercedes comprovaram que é muito mais fácil, seguro e
rápido aprender a guiar com o novo sistema do que com o tradicional.
Se o condutor não for exactamente um bom condutor há boas notícias. Com os comandos
e sensores interligados os carros do futuro vão passar a assumir o controlo do carro sempre
que o condutor agir erradamente ou demorar a reagir a alguma situação. Bater na traseira de
outro carro, por exemplo, será quase impossível. Se o condutor entrar numa curva com
excesso de velocidade ele primeiro irá accionar os travões depois o sistema de estabilização
automática tentará corrigir a trajectória e a suspensão inteligente manterá o carro colado ao
asfalto. Se ainda assim o carro derrapar, o sistema de direcção moverá as rodas dianteiras
para corrigir. Tudo isso numa fracção de segundo sem que o condutor se aperceba que
deixou de controlar o seu automóvel. A não ser por um aviso no painel aconselhando para
aliviar um pouco o acelerador. Assim o sistema não atrapalha a atenção e a condução do
condutor.
34
A Informática na Indústria Automóvel
Como ficou demonstrado a informática veio tornar os automóveis muito mais seguros e
mais fáceis de conduzir. Todos estes sistemas de segurança só são possíveis devido ao
grande avanço tecnológico que temos assistido nos últimos 20 anos.
2.5.1 – ABS
A firma alemã Bosh desde 1930 que andava a desenvolver um sistema de travagem anti
bloqueio, o qual apareceu pela primeira vez em 1978. Primeiro o sistema foi montado em
camiões e só depois foi aplicado em automóveis, sendo a Mercedes o primeiro construtor
automóvel a faze-lo. Hoje é uma característica habitual e essencial num automóvel [18].
Estes sistemas têm micro controladores de 8 bits ou de 16 bits, da família C50x e C16x.
Esta tecnologia combina micro controladores, micro processadores e processamento de sinais
digitais para ter a capacidade de aumentar a performance dos requisitos do processador do
computador existente na UCE.
Numa travagem os sensores de velocidade das rodas medem a velocidade de rotação das
rodas e enviam esta informação para o UCE. O computador da UCE está constantemente a
monitorizar os valores enviados pelos sensores das rodas. Se o computador determina que
uma roda está a desacelerar mais rapidamente do que outra roda (indicando que o travão
está prestes a bloquear) a UCE manda a UCH libertar a pressão hidráulica do travão até a
velocidade de rotação da roda ser a mesma do que as outras e prevenindo assim que ela
bloqueie. Todo este controlo é realizado pelo computador da UCE.
Devido à complexidade do sistema quando o motor inicia o seu funcionamento ocorre uma
sequência de auto testes. Se os testes têm sucesso a luz de ABS é desligada. Se algum
componente falha a luz de ABS continua acesa. Esta luz também pode ligar-se durante a
condução indicando um problema num componente do sistema de ABS, mas o carro continua
a poder realizar travagens.
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A Informática na Indústria Automóvel
2.5.2 – ESP
Depois de ter inventado o ABS, a Bosh não ficou satisfeita e passado 10 anos apresentou
um novo sistema de controlo da estabilidade do automóvel, o qual foi baptizado de Programa
de Estabilidade Electrónico (Electronic Stability Program – ESP) [6].
Em termos físicos, uma derrapagem é simplesmente uma rotação do veículo sobre o seu
eixo vertical. Quanto maior for a rotação maior é a derrapagem e maior é o risco de acidente.
Para medir com mais exactidão a velocidade de rotação é necessário um sensor
especializado na medição de rotações, o que é uma tecnologia algo complexa e que antes só
existia na indústria aeroespacial. Para o ESP os responsáveis da sua construção
desenvolveram um dispositivo de medição semelhante, baseado num cilindro de aço oco.
Cristais de quartzo geram oscilações definidas no cilindro e o padrão dessas oscilações
sofrem a influência do movimento rotacional do automóvel. Este deslocamento pode ser
anulado através uma tensão eléctrica e essa tensão pode ser usada para medir a velocidade
de rotação do veículo naquele dado momento.
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A Informática na Indústria Automóvel
Desta maneira o ESP corrige os erros do condutor e estabiliza o automóvel em todo o tipo
de estrada (seca, molhada, de areia, etc.) e está operacional sob todas as condições, seja
durante uma travagem, aceleração ou derrapagem.
2.5.3 – AIRBAG
Quando o sistema do airbag é accionado a primeira coisa que acontece é o airbag ser
insuflado, de seguida existe o contacto do condutor com o airbag e por ultimo o tronco do
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A Informática na Indústria Automóvel
condutor entra todo em contacto com o airbag e por fim o saco do airbag esvazia. Isto tudo
acontece em 30 milissegundos aproximadamente. Aliás o airbag a encher e esvaziar leva
menos de meio segundo. A velocidade de enchimento do airbag é de 320 km/h.
Mas como exactamente trabalha a UCM? Num motor (considerando apenas a sua
mecânica) existem vários sensores para sentirem os vários parâmetros necessários, como a
posição do regulador de pressão, o tempo da faísca das velas, o modo de transmissão, a
velocidade do automóvel e ainda muito mais. Também existem outros sensores num motor,
38
A Informática na Indústria Automóvel
mas estes bastante mais comuns como por exemplo o sensor da pressão do óleo, ou da
temperatura. Todos estes sensores estão ligados à UCM que recolhe toda esta informação e
toma as decisões para manter sempre as melhores definições. A maioria dos automóveis
(para não dizer todos) que usa injecção de combustível tem uma UCM. O nível de injecção
óptimo para todas as condições possíveis que o automóvel pode encontrar são programadas
na UCM.
E para que serve a UCM? Esta pergunta é facilmente respondida. Para isso basta
lembrarmo-nos daquelas manhãs geladas de Inverno em que nos batemos com o automóvel
para este trabalhar, rodando várias vezes a chave da ignição e nada acontece. Isto acontece
porque é difícil fazer com que o combustível seja queimado com temperaturas muito baixas.
Então, nos carros mais antigos que não possuíam a UCM o carro custava bastante a pegar,
mas nos automóveis que têm a UCM o computador sabe que a temperatura do motor é
bastante baixa, então vai fazer com que a faísca das velas esteja acesa durante um maior
período de tempo. A UCM gera a sequência de faíscas necessárias para que o motor comece
de imediato a trabalhar.
Um bom exemplo de uma UCM é o sistema que a Honda desenvolveu e que dá pelo nome
de VTEC (Variable Valve Timing and Lift Electronic Control). Esta UCM foi pioneira no controlo
do motor. O sistema VTEC modifica o funcionamento das válvulas de acordo com a rotação
do motor, para obter sempre a melhor performance possível e os injectores são programados
para ter a certeza que o combustível é sempre usado da melhor maneira.
O VTEC é um sistema eléctrico e mecânico que permite ao motor ter múltiplos eixos na
árvore de cames. À medida que o motor passa por diferentes rotações o computador do
sistema VTEC pode activar a alternância dos lóbulos do eixo e alterar o sincronismo da
abertura e fecho das válvulas. Desta maneira o motor adquire a melhor configuração do eixo
da árvore de cames para velocidades baixas e altas, sendo isto tudo possível no mesmo
motor. Isto quer dizer que o motor vai ter sempre o funcionamento das válvulas o mais
optimizado possível.
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A Informática na Indústria Automóvel
O computador do sistema VTEC além de ser o responsável pelo controlo dos eixos das
válvulas, também monitoriza a pressão do distribuidor de entrada e as rotações do motor,
parra assim comandar o actuador para a variação do tempo de abertura das válvulas.
Pesquisas recentes sobre este tópico deixam bastante claro que é obvio que o carro
inteligente do futuro deverá conduzir-se a ele próprio, assim como deverá haver uma “rede de
transportes inteligentes” que inclui os nossos automóveis e todo o tráfego existente. Um artigo
recente publicado na revista Times sugere que todos os grandes construtores automóveis
acreditam que “mesmo ao virar da esquina” existem carros inteligentes que sentem todo o
tráfego à sua volta. Eles dizem que num futuro, não muito distante, o carro irá sozinho à auto-
estrada mais próxima, vai circular nesta a velocidades na ordem dos 190 – 200 km/h e com
apenas alguns centímetros de distancia do carro da frente. Isto irá iniciar a primeira era dos
automóveis totalmente independentes, que já tinha sido prevista em 1939 pela General
Motors.
A necessidade realizar avanços nesta área já foi definida. É facto que mais uma vez vai
ser a informática a dar o maior contributo para o desenvolvimento desta área. Para além de
todos os sistemas já existentes e referidos, a inteligência artificial usada nas redes neurais é a
melhor maneira para se chegar ao automóvel inteligente. Isto quer dizer que agora temos um
40
A Informática na Indústria Automóvel
guia para nos levar ao objectivo que queremos atingir e converter os nossos automóveis em
realmente automóveis inteligentes.
Nome Descrição
Unidade de Controlo do Motor Controla as funções do motor, como a
monitorização e diagnóstico de avarias, ignição,
injecção de combustível e ar, etc.
Modulo de Airbag Controla a abertura do airbag.
Controlo da Carroçaria Controla o painel de instrumentos, luzes do interior,
fecho de portas, funcionamento das janelas,
regulação dos bancos, etc.
Modulo da Porta do Condutor Comunicação entre os comandos dos interruptores
existentes na porta do condutor e o Controlo da
Carroçaria.
Modulo de Cruise Control Regula o Cruise Control em andamento.
Painel de Instrumentos Controla alguns dispositivos e luzes indicadoras,
usando dados do barramento de dados de
comunicação.
Modulo de controlo Climático Monitoriza a temperatura interior e controla o
sistema de aquecimento e arrefecimento.
Modulo do ABS Controla os travões anti-bloqueio e pode também
controlar o sistema de tracção e de estabilidade.
Controlo de Transmissão Controla o sistema de mudanças automáticas.
Tabela 1 – Principais Sistemas Inteligentes num automóvel
O controlo da velocidade com um regulador centrífugo foi usado num automóvel antes de
1910. Este sistema mantinha a velocidade do automóvel, quer o automóvel estivesse a subir
uma estrada ou a descer. Esta tecnologia foi inventada por James Watt e Matthew Boulton em
1788 para ser usada em comboios e utilizava a força centrifuga para manter constante a
posição do regulador de pressão [21].
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A Informática na Indústria Automóvel
usava uma Solenoid – é um laço de fio, envolvido em torno de um núcleo metálico, que
produz um campo magnético quando uma corrente eléctrica é passada através dele – para
variar a posição da pressão.
Para o sistema funcionar o condutor marca a velocidade que quer manter e tem de levar o
automóvel até essa velocidade. O controlo de cruzeiro sabe a velocidade do automóvel a
partir do cabo do velocímetro que vem do eixo do motor ou então a velocidade é calculada a
partir das rotações do motor.
Este olho electrónico vigia a estrada à frente do automóvel a uma distância máxima de 120
metros. Quando é detectado um automóvel na pista o sistema calcula a sua localização,
movimento e velocidade relativa, usando para isso as ondas reflectoras do radar. As ondas
enviadas pelo radar são apanhadas por sensores existentes no automóvel e assim o sistema
é capaz de calcular se há a necessidade de abrandar/travar ou se pode continuar com a
mesma velocidade. Assim o CCA é capaz de identificar se um determinado automóvel está a
ocupar a estrada. Se o automóvel que vai à frente mudar de direcção então o CCA detecta
que a estrada à sua frente está livre e o automóvel acelera até à velocidade pré programada
no sistema e mantém-se constante nessa velocidade. O CCA ajusta a velocidade do
automóvel ao fluxo de trânsito à sua volta, tendo para isso um controlo sobre o motor e
travões do automóvel.
O CCA além de receber informações dos sensores do radar, também recebe informações
de outros sistemas como o ABS e o ESP e toda esta informação está constantemente a ser
enviada para o computador do CCA. Com toda esta informação este é capaz de calcular qual
a velocidade mais apropriada para o automóvel naquele momento.
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A Informática na Indústria Automóvel
2.8 – Conclusão
Como ficou demonstrado neste capítulo, hoje em dia é totalmente impensável ter ou
conceber um automóvel sem informática, ou seja, sem uma quantidade bastante relevante de
sistemas informáticos. Quase todos os ramos da indústria automóvel usam sistemas
informáticos em seu benefício. A informática está presente desde a concepção do automóvel
até ao seu resultado final e posteriormente numa infinidade de sistemas que ajudam na
utilização diária do automóvel.
Mas tanta tecnologia levanta contudo alguns problemas. Com toda esta tecnologia o
condutor pode distrair-se da condução e ainda existem os problemas relacionados com a
privacidade, com os automóveis a transformarem-se num autêntico informador dos hábitos de
condução menos “legais” de cada um.
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A Informática na Indústria Automóvel
Este capítulo fala da necessidade que os vários sistemas informáticos têm de comunicar
entre si, utilizando para isso diferentes barramentos de dados. Alem disso ainda descreve o
funcionamento e principais características dos principais barramentos de dados.
3.1 – Contextualização
Há muitos anos que a indústria automóvel tem feito uso de sistemas electrónicos e
informáticos para o controlo das várias funções existentes nos automóveis. Como foi
demonstrado no capítulo anterior o automóvel de hoje está repleto de sistemas electrónicos e
computadores que controlam quase tudo no automóvel.
Observamos nos automóveis actualmente comercializados que uma boa parte destes
sistemas de controlo foram desenvolvidos de forma independente, no sentido que cada um é
responsável por um determinado tipo de função no automóvel. Por esta razão a necessidade
da interligação desses vários sistemas passou a ser cada vez maior.
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A Informática na Indústria Automóvel
A área que teve um maior crescimento foi a dos sistemas de telemática, onde houve uma
convergência das telecomunicações móveis e da informação processada no automóvel. As
aplicações de telemática exibem características similares aos produtos de consumo, como por
exemplo, pouco tempo no mercado e constantes mudanças nos seus protocolos. Estas
características de mercado são justamente o oposto da fiabilidade dos longos ciclos de design
da electrónica tradicional existente nos automóveis, que são muitas vezes ditados pela
segurança e custo de ferramentas.
Sistemas tradicionais como o CAN (Controler Area Network) e J1850 foram usados
durante muitos anos no controlo da estrutura e carroçaria do automóvel. Mas as restrições da
sua largura de banda e velocidade tornaram estes sistemas um pouco desadequados das
suas funções e com dificuldades em suportarem as novas aplicações de tempo real.
45
A Informática na Indústria Automóvel
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A Informática na Indústria Automóvel
• Quantidade reduzida de cablagem do sistema, uma vez que tendo várias ECU´s
disponíveis poderemos instalá-las bem próximas aos sensores e actuadores,
reduzindo a cablagem mais pesada da implementação que assim será formada
basicamente por pares de fios utilizados na conexão das entradas e saídas das
ECU´s.
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A Informática na Indústria Automóvel
• Facilita a criação do software para aplicar em cada ECU, uma vez que possibilita a
sua modularização e distribuição de responsabilidades entre elas.
• Difícil determinação da taxa de transmissão ideal para uma dada aplicação, o que
tem um impacto directo nos tempos internos do software de controlo e na escolha
dos componentes electrónicos a serem utilizados no projecto das ECU´s.
3.2.3 – Considerações
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A Informática na Indústria Automóvel
Normalmente os produtos têm o início do seu desenvolvimento com três ou quatro anos de
antecedência ao seu lançamento, o que dificulta ainda mais a tomada de decisão sobre qual
seria a melhor solução de engenharia para determinado projecto. Tal trabalho precisa de
relacionar as visões da Engenharia Avançada (tecnologia), Marketing Estratégico (mercado) e
Política Económica (orçamento) da região a que se destina o novo produto. A Figura 19 ilustra
a tendência da relação entre a responsabilidade de cada ECU de um determinado sistema de
controlo e a complexidade desse sistema como um todo, nas duas alternativas – Centralizada
e Distribuída.
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A Informática na Indústria Automóvel
Para satisfazer os desejos dos consumidores, como ter mais segurança e conforto, e para
cumprir as fortes normas governamentais de redução da poluição e consumo de combustíveis
a indústria automóvel desenvolveu vários sistemas electrónicos. O ABS, sistemas de controlo
do motor, controlo de tracção, ar condicionado, fecho central das portas e regulamento
eléctrico dos retrovisores e bancos são alguns exemplos.
50
A Informática na Indústria Automóvel
O CAN foi desenvolvido pela empresa alemã Robert BOSCH, em 1986, quando lhe foi
pedido pela Mercedes, para desenvolver um sistema de comunicação entre 3 ECU’s num
automóvel. A sua aplicação inicial foi em autocarros e camiões e actualmente é utilizado na
indústria em automóveis, navios e tractores entre outros.
Outro ponto forte deste protocolo é o facto de ser fundamentado no conceito CSMA/CD
com NDA (Carrier Sense Multiple Access / Collision Detection with Non-Destructive
Arbitration). Isto significa que todos os módulos verificam o estado da rede analisando se
outro módulo está ou não a enviar mensagens com maior prioridade. Caso isto se verifique o
módulo cuja mensagem tiver menor prioridade interrompe a sua transmissão e o de maior
prioridade continua a enviar a sua mensagem do ponto em que estava, sem ter a necessidade
de reiniciá-la. Este barramento ainda tem outra propriedade bastante interessante que é o
NRZ (Non Return to Zero), onde cada bit (0 ou 1) é transmitido por um valor de tensão
específico e constante.
51
A Informática na Indústria Automóvel
Considerando-se fios eléctricos como meio de transmissão dos dados, existem três formas
de se constituir uma rede CAN, dependendo directamente da quantidade de fios utilizada.
Existem redes baseadas em 1, 2 e 4 fios. As redes com 2 e 4 fios trabalham com os sinais de
dados CAN_H (CAN High) e CAN_L (CAN Low). No caso dos barramentos com 4 fios, além
dos sinais de dados existe um fio com o VCC (alimentação) e outro com o GND (referência).
Estes fios levam a alimentação às duas terminações activas da rede. As redes com apenas 1
fio têm o fio de dados, chamado exclusivamente de linha CAN.
Considerando o CAN composto por 2 e 4 fios os seus condutores eléctricos devem ser
entrançados e não blindados. Os dados enviados através da rede devem ser interpretados
pela análise da diferença de potencial entre os fios CAN_H e CAN_L. Por isso, o barramento
CAN é classificado como Par Entrançado Diferencial. Este conceito atenua fortemente os
efeitos causados por interferências electromagnéticas, uma vez que qualquer acção sobre um
dos fios será sentida também pelo outro causando flutuação em ambos os sinais para o
mesmo sentido e com a mesma intensidade. Como o que vale para os módulos que recebem
as mensagens é a diferença de potencial entre os condutores CAN_H e CAN_L (e esta
permanecerá inalterada) a comunicação não é prejudicada.
No CAN os dados não são representados por bits em nível “0” ou nível “1”. São
representados por bits Dominantes e bits Recessivos, criados em função da condição
presente nos fios CAN_H e CAN_L. A figura 21 ilustra os níveis de tensão numa rede CAN,
assim como os bits Dominantes e Recessivos.
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A Informática na Indústria Automóvel
Como já foi mencionado no início, todos os módulos podem ser masters e enviar as suas
mensagens. Por isso o protocolo é suficientemente robusto para evitar a colisão entre
mensagens, usando para isso uma arbitragem bit a bit não destrutiva. Pode-se exemplificar
essa situação analisando o comportamento de dois módulos que estão a enviar duas
mensagens diferentes ao mesmo tempo. Após enviar um bit cada módulo analisa a rede e
verifica se outro módulo na rede o sob rescreveu (um bit Dominante sob rescreve
electricamente um Recessivo). Um módulo interromperá imediatamente a sua transmissão
caso perceba que existe outro módulo a transmitir uma mensagem com maior prioridade
(quando o seu bit recessivo é sobrescrito por um dominante). O módulo com maior prioridade
continuará normalmente a sua transmissão.
Os dados transmitidos por qualquer nó numa rede CAN, não contêm o endereço do nó
transmissor nem do nó receptor. Em vez disso o conteúdo da mensagem é etiquetado com
um identificador único durante todo o seu percurso na rede. Todos os outros nós da rede
recebem a mensagem e cada um deles realiza um teste no identificador para determinar se o
conteúdo da mensagem é relevante para esse mesmo nó. Se a mensagem for relevante é
aceite caso contrário é ignorada.
Cada mensagem CAN tem um identificador de 11 bits no caso de mensagens do tipo 2.0A,
ou um identificador de 29 bits no caso de mensagens do tipo 2.0B. Este identificador é a parte
principal do campo de prioridades, o qual está situado no inicio de cada mensagem CAN. O
identificador presente em cada mensagem identifica o tipo de mensagem e também a
prioridade da mensagem.
53
A Informática na Indústria Automóvel
Os bits numa mensagem CAN podem ser enviados com um valor numérico alto ou com
um valor numérico baixo. Os bits com valor numérico baixo são sempre dominantes o que
significa que se um nó de numeração baixa e outro de numeração alta tentarem enviar uma
mensagem ao mesmo tempo o resultado é que a mensagem enviada vai ser a do nó de
numeração baixa. Quando um nó está a transmitir uma mensagem, está sempre a ouvir o
barramento. Se um nó com um identificador alto está a transmitir uma mensagem e detecta
que um nó com um identificador baixo também o está a fazer ele como tem menos prioridade
para a transmissão e deixa que o outro nó continue a enviar a sua mensagem.
Não é permitido que dois nós numa mesma rede enviem mensagens com o mesmo
identificador. Se dois nós tentarem enviar ao mesmo tempo uma mensagem com o mesmo
identificador a prioridade não vai funcionar. Em vez de isso um dos nós vai detectar que a sua
mensagem está distorcida e fora do campo de prioridade. Por isso o nó vai usar a detecção
de erros existente na rede CAN, o que neste caso vai conduzir a que um dos nós
transmissores se desligue (modo de barramento desligado), deixando o outro nó transmitir.
A diferença entre os dois standards CAN é na camada física, onde o standard CAN 2.0B
trata aplicações de alta velocidade até 1 Mbps e o standard CAN 2.0A tem um limite de 125
Kbps.
O CAN 2.0A tem mensagens com identificador de 11 bits. É possível ter até 2048
mensagens em uma rede constituída sob este formato, o que pode caracterizar uma limitação
em determinadas aplicações. A Figura 22 apresenta a constituição de uma mensagem do tipo
2.0A.
54
A Informática na Indústria Automóvel
Assim pode-se observar que a constituição de uma mensagem CAN do tipo 2.0A é
constituída pelos seguintes campos:
• Start Bit – É um bit dominante (lógico 0), que indica o inicio da mensagem
• RTF – Remote Transmission Request é um bit dominante (lógico 0). RTF de valor 0
indica que a mensagem foi enviada por um nó enquanto o valor 1 indica que a
mensagem é um pedido de transmissão remoto. Neste caso é um nó que pede que
outro nó lhe envie informação. Estes tipos de mensagens não contêm dados.
• Campo de Controlo com 6 bits – Dois bits são o IDE, bits dominantes (lógicos r0 e
r1) que são reservados para uso futuro. Os restantes quatro bits representam o
campo DLC (Data Length Code) que indica o número de bytes usado no campo de
dados (campo seguinte).
O CAN 2.0B tem mensagens com identificador de 29 bits. É possível ter aproximadamente
537 milhões de mensagens em uma rede constituída sob este formato. Percebe-se que neste
tipo de rede a limitação da quantidade de mensagens não existe. Por outro lado o que pode
ser observado em alguns casos é que os 18 bits adicionais no identificador aumentam o
55
A Informática na Indústria Automóvel
Todos os outros campos existentes na versão 2.0B são idênticos aos existentes na versão
2.0A.
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A Informática na Indústria Automóvel
envia e recebe mensagens do tipo 2.0A, mas quando recebe uma mensagem 2.0B ele aceita-
a e ignora-a não gerando nenhum erro.
Sendo assim depois das características mencionadas é possível utilizar numa mesma rede
controladores da versão 2.0A de ambos os tipos e controladores da versão 2.0B. Embora
devido à incompatibilidade dos controladores 2.0A com os controladores 2.0B apenas
mensagens com o formato 2.0A fazem sentido num sistema que utiliza todo o tipo de
controladores.
O número de identificadores únicos disponíveis para serem usados numa rede 2.0A é de
2,032, enquanto numa rede 2.0B excede os 500 milhões.
Existem duas normas principais no CAN que são a ISO11898 e a ISO11519-2. A primeira,
ISO11898, determina as características de uma rede que trabalha com velocidades de
transmissão de dados elevadas (de 125Kbps a 1Mbps). A segunda, ISO11519-2, determina
as características de uma rede que trabalha com velocidades mais baixas (de 10Kbps a
125Kbps). Ambos os padrões especificam as camadas de rede física e de dados, se
considerarmos o padrão de comunicação OSI de 7 camadas (ISO7498). As outras camadas,
da 3 à 7 também são especificadas, mas por outros padrões CAN, cada um relacionado a
uma aplicação específica.
Estes padrões especificam o equivalente às camadas de Rede (3), Transporte (4), Sessão
(5), Apresentação (6) e Aplicação (7), do padrão OSI, incluindo-se as mensagens
pertencentes ao dicionário de dados de cada aplicação em especial.
57
A Informática na Indústria Automóvel
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A Informática na Indústria Automóvel
Módulos com estes contadores iguais a zero são considerados Normais. Para os casos em
que os contadores contêm valores entre 1 e 127, os módulos são considerados Error Active.
Contadores contendo valores entre 128 e 255 colocam os módulos em condição de Error
Passive. Finalmente, para contadores contendo valores superiores a 255 os módulos serão
considerados em Bus Off e passarão a não actuar mais na rede. Estes contadores também
são decrementados à medida que mensagens correctas são recebidas, o que reduz o grau de
confiança em relação à actividade dos módulos que tenham contadores com valores
diferentes de zero e possibilita novamente a plena participação deles na rede.
No Nível Físico, para redes com 2 e 4 fios, caso algo de errado venha a ocorrer com os
fios de dados CAN_H e CAN_L, a rede continuará operando sob uma espécie de modo de
segurança.
Uma rede CAN, dependendo da sua aplicação, poderá ter até centenas de nós
conectados. O valor máximo para a conexão de nós numa rede CAN depende do standard
que se utiliza na dada aplicação.
Todas a redes CAN possuem 2 terminadores. Esses terminadores são resistências com
valores entre 120 e 124 ohms, conectados à rede para garantir a perfeita propagação dos
sinais eléctricos pelos fios da mesma. Estas resistências, uma em cada ponta da rede,
garantem a repetição dos sinais na rede e o correcto funcionamento da rede CAN.
59
A Informática na Indústria Automóvel
Sobre a cablagem necessária, considerando-se uma aplicação CAN de dois fios, deve-se
utilizar par entrançado onde a secção transversal de cada um dos fios deve ser de no mínimo
0,35mm².
A Figura 25 mostra um diagrama que ilustra as medidas que devem ser consideradas no
desenvolvimento dos cabos.
Destacamos que após o barramento ser montado, caso seja necessário qualquer
reajustamento no mesmo, é aconselhável a troca do cabo eléctrico a ser reajustado. Emendas
poderão alterar a morfologia da rede e com isso afectar o seu funcionamento.
60
A Informática na Indústria Automóvel
O barramento CAN tornou-se um standard nas ligações existentes sobre a carroçaria dos
automóveis. Uma importante característica deste barramento é a sua alta fiabilidade de
transmissões.
O Dicionário de Dados é implementado numa rede CAN via software e deverá ser o
mesmo (ter a mesma versão de actualização inclusive) em todos os módulos conectados à
rede. Isto garantirá total compatibilidade entre os participantes da rede.
BasicCan
61
A Informática na Indústria Automóvel
mensagens mais antigas são mantidas. Assim mensagens mais recentes podem ser perdidas,
caso o microcontrolador não leia as mensagens com a rapidez suficiente.
Mensagens interessantes são filtradas usando dois registos que operam no identificador
da mensagem. Cada bit do identificador é visto e comparado com o filtro. Caso a mensagem
coincida com o filtro é guardada num dos buffers receptores.
Cada bit do filtro do identificador pode ser marcado com ‘1’, ‘0’ ou ‘não interessa’. Assim o
filtro só vai operar em 8 dos 11 bits do identificador (CAN 2.0A). Isto significa que os restantes
3 bits do identificador são sempre ‘não interessa’.
FullCan
Quando um controlador CAN recebe uma mensagem vai verificar todas as caixas do
correio por ordem, para encontrar uma caixa do correio receptora e com o mesmo
identificador da mensagem. Se tal caixa do correio é encontrada a mensagem é guardada
nesta e o controlador é notificado. Caso contrário a mensagem é deitada fora.
62
A Informática na Indústria Automóvel
mensagem com o identificador e os dados contidos na caixa do correio. Isto significa que o
software não tem de lidar com mensagens remotas. No entanto se a caixa do correio não tiver
sido actualizada já há algum tempo a informação enviada para a rede será antiga. Tem de se
ter em atenção esta situação quando se estiver a escrever o software. Com um controlador
FullCan é possível filtrar só as mensagens que interessam.
63
A Informática na Indústria Automóvel
As redes CAN podem ser usadas como sistemas de comunicação embebidos por
microcontroladores ou como um sistema de comunicações aberto para dispositivos
inteligentes. O barramento CAN foi desenvolvido para ser usado em automóveis, mas o seu
uso começou a diversificar-se e assim começou a ser usado em ambientes industriais. Nos
dois casos alguns dos principais requisitos são o baixo custo, a habilidade de funcionar num
ambiente com dificuldades eléctricas, uma grande capacidade de trabalho em tempo real e
uma grande facilidade de uso.
• Controlo do motor
• ABS
• Controlo de cruzeiro
64
A Informática na Indústria Automóvel
• Dados Fonte – Dados de som digitais provenientes de um leitor de CD’s. Estes dados
são tratados pelo próprio hardware do dispositivo.
Os automóveis deixaram de ter apenas um simples rádio com leitor de cassetes, ou por
ventura CD´s e passaram a ter uma variedade de sofisticados sistemas de informação e
entretenimento que para além de necessitarem de interagir uns com os outros também
necessitam de interagir com um utilizador humano.
Os automóveis de hoje em dia incluem sistemas de navegação por GPS que podem
trabalhar em conjunto com sistemas de segurança para realizar a localização de um carro
roubado. A segurança dos ocupantes de um automóvel requer que o condutor esteja
concentrado no controlo do automóvel, em vez de estar concentrado noutros componentes
individuais. O telefone do automóvel necessita de interagir com o sistema áudio, para desligar
o som deste quando se está a realizar uma chamada. Os sistemas de controlo por voz e os
kits mãos livres dos telemóveis, requerem um microfone para digitalizar a voz. Os sistemas de
display são necessários para a informação de navegação e reprodução de DVD’s.
As redes com barramento de dados do tipo MOST ligam múltiplos dispositivos como por
exemplo dispositivos de navegação automóvel, rádios digitais, mostradores digitais,
telemóveis e leitores de CD e DVD. O barramento MOST oferece suporte para áudio e
compressão de vídeo em tempo real. É muito utilizado por fabricantes e fornecedores
alemães. Os principais representantes deste barramento são a BMW, DaimlerChrysler,
Harman/Becker e a OASIS Silicon Systems. O mais recente e notável exemplo de uma
implementação MOST é usada pela Harman/Becker no último BMW Série 7.
65
A Informática na Indústria Automóvel
Para esta interacção entre os vários sistemas funcionar todos eles necessitam de interagir
com o condutor do automóvel, apresentando informações visuais e auditivas em vários
formatos para informar o condutor e/ou para entreter os passageiros. Para além disso esses
sistemas têm de ser capazes de controlar todas as informações que chegam dos vários
componentes, para estas serem disponibilizadas com segurança aos seus utilizadores.
A maneira mais eficiente e eficaz, em custos, de continuar com todas estas inovações em
todas estas áreas, é permitir que os diferentes dispositivos sejam desenvolvidos
independentes uns dos outros e depois que sejam todos ligados em rede usando interfaces
padrão de hardware e software. Para isto é necessário que exista uma interoperabilidade
digital.
Media Oriented Systems Transport é uma rede multimédia de fibra óptica optimizada para
aplicações automóveis. É uma rede desenvolvida pela indústria automóvel para a indústria
automóvel. O seu projecto permitiu um custo geral de desenvolvimento baixo e interfaces
também de baixo custo, como por exemplo microfones e colunas de som. Para além disso,
dispositivos mais avançados e “inteligentes” podem determinar automaticamente as
características e funções fornecidas pelos outros dispositivos existentes na rede e estabelecer
sofisticados mecanismos de controlo para eliminar as distracções do condutor, enquanto
estes diferentes subsistemas tentam comunicar e transmitir as suas informações ao condutor.
A tecnologia MOST é optimizada para o uso de fibra óptica plástica e suporta transferências
66
A Informática na Indústria Automóvel
de dados a velocidades superiores a 24.8 Mbps, tendo uma alta fiabilidade e sendo bastante
escalável ao nível dos dispositivos.
Como já foi referido o objectivo da rede MOST é fornecer uma rede e interface de baixo
custo com uma grande facilidade de uso. Suporta desde dispositivos simples e de pouca
capacidade até dispositivos mais complexos e sofisticados que tenham a necessidade de
grandes mecanismos de controlo e de capacidades de multimédia. Estes princípios
implementação e maximizam a flexibilidade de todo o sistema.
Como a maioria dos vários equipamentos ligam-se com este tipo de rede, o MOST tem a
capacidade de processar sinais digitais e a estrutura da rede fornece mecanismos que
permitem a eficiente implementação das várias aplicações. As características relacionadas
com a multimédia, como uma grande largura de banda e comunicação ponto a ponto, fazem
do MOST o barramento ideal para uma rede multimédia com dispositivos em série. Sendo
assim a rede MOST pode ser implementada com uma topologia em rede, estrela ou em série
(corrente). Os diferentes dispositivos partilham diferentes canais de dados para transmissões
síncronas e assíncronas.
O barramento MOST pode realizar tarefas administrativas quer por uma abordagem
centralizada ou descentralizada. Numa rede centralizada um nó, ao acaso, é responsável pela
execução das tarefas administrativas. Os outros nós que necessitam deste serviço têm de
contactar este nó central. Numa rede descentralizada não há a necessidade de haver um nó
central.
A rede MOST é uma rede síncrona. Um mestre em sincronismo fornece um relógio para a
rede e todos os outros dispositivos sincronizam as suas operações por esse relógio. Esta
tecnologia elimina a necessidade da existência de um buffer e de uma taxa de conversão da
amostra, de modo que os dispositivos simples e baratos possam ser conectados. A tecnologia
é similar à rede pública de telefones. Existem canais de dados e canais de controlo definidos.
Os canais de controlo são usados para definir que canais de envio e recepção de dados vão
ser usados. Estando a ligação estabelecida os dados podem fluir continuamente sem ser
necessário processar mais informação adicional do pacote. Este é o melhor mecanismo para
a entrega de dados contínua.
67
A Informática na Indústria Automóvel
Tão importante como o hardware, o software dos sistemas e os interfaces das aplicações
de programação (API) são cruciais para assegurar que os dispositivos de diferentes
construtores possam interagir uns com os outros. Essas API’s necessitam de ser orientadas a
objectos (OO) para as aplicações se poderem concentrar nas funcionalidades que fornecem.
Elas têm de ser capazes de controlar as diferentes características que os dispositivos
fornecem na rede, sejam estas de equipamentos de climatização, sistemas de navegação
GPS, telefones ou dos sistemas de telemática. As especificações da rede MOST precisam do
hardware e software necessário para implementar uma rede multimédia. A rede MOST define
as 7 camadas do modelo de referência de rede OSI, para que assim os responsáveis pelo
desenvolvimento de aplicações possam concentrar-se nas funções que afectam directamente
o utilizador, em vez de se preocuparem na complexidade da rede. Todos os dispositivos a
operam na rede MOST foram desenvolvidos sob esta API, para assim a sua compatibilidade
estar assegurada.
68
A Informática na Indústria Automóvel
• O Socket da aplicação
Os serviços de baixo nível (camada com 2 serviços) são implementados nos transceivers
MOST e são baseados na camada Física. Envolvidos entre o transceiver MOST e a API
(camada 7) estão os MOST NetServices, que consistem nos serviços de nível básico
(camadas 3, 4 e 5) e no socket da aplicação (camada 6) do protocolo MOST. Para se ter uma
visão mais clara das camadas de rede, é apresentado o seguinte quadro:
Uma rede MOST tem usualmente a forma de um anel (Figura 25) e pode incluir até 64
dispositivos. Devido à sua funcionalidade de plug&play (Ligar e utilizar) não é muito difícil
acrescentar ou remover um dispositivo MOST. Por vezes também é possível observar redes
MOST com a forma de estrela ou de um anel duplo, esta última para aplicações criticas de
segurança.
O barramento MOST suporta até 15 canais de áudio stereo não comprimidos, com
qualidade de CD, ou 15 canais de MPEG1 com transmissão de áudio e vídeo. No entanto
69
A Informática na Indústria Automóvel
continua a não ser possível transmitir vídeo não comprimido de alta resolução, num
barramento MOST.
Além do suporte acima descrito, o barramento MOST oferece um canal para transmitir
mensagens de controlo. Uma largura de banda de 768 KBaud está disponível para este efeito,
o que quer dizer que podem ser transmitidas 3000 mensagens de controlo por segundo. Estas
mensagens de controlo podem ser usadas para configurar dispositivos MOST ou para realizar
transmissões síncronas e assíncronas.
A rede MOST é de uma simplicidade de uso bastante grande. Isto deve-se às seguintes
características:
• Conectores simples
As aplicações da rede MOST são bastante extensas, ou seja, o seu uso num ambiente
automóvel é bastante grande, isto é devido a características específicas da rede. Essas
características são:
70
A Informática na Indústria Automóvel
Ao ser muito utilizado o MOST tem de ser algo flexível para poder interagir com diferentes
dispositivos e sistemas. Assim o MOST tem uma larga escala de tamanhos de canais de
tempo real, tem a capacidade de realizar operações remotas e controlo de fluxo, possui
mecanismos de variação de arbitragem e lida com vários protocolos que são independentes.
O IDB Fórum controla os barramentos IDB-C e IDB-1394 e ainda interfaces standards para
OEM’s que desenvolvem dispositivos portáteis.
O IDB-1394 também permite que aparelhos electrónicos portáteis com o mesmo tipo de
rede, possam ligar-se e interagir com a rede interna do automóvel. Uma recente
demonstração, com a companhia automóvel Ford, incluiu a ligação de uma câmara de vídeo
digital, uma Sony Playstation TM 2, dois leitores de vídeo e um leitor de DVD com um
automóvel.
71
A Informática na Indústria Automóvel
O Digital Data Bus (D2B) é um protocolo de rede para comunicação multimédia que
interage com som digital, vídeo e outras transferências de dados de alta velocidade síncronas
e assíncronas. Pode aguentar velocidades de 11.2 Mbps e pode ser montada à volta de
Smartwire TM ou de uma ligação de fibra óptica simples.
Este protocolo de comunicação de rede está a ser fornecido pela C&C Electronics no
Reino unido, tendo desde já utilizada a aceitação da Jaguar e Mercedes-Benz. Os sistemas
de comunicação multimédia integrados, montados no Jaguar X-Type, S-Type e o no novo XJ
usam o protocolo D2B.
Os sistemas ópticos multimédia D2B são desenvolvidos para envolver sistemas em linha
com novas tecnologias, conseguindo que todos os sistemas sejam compatíveis uns com os
outros. O D2B é baseado numa arquitectura aberta que simplifica a expansão, porque não é
necessário mudanças no anel de rede quando se adiciona um novo dispositivo. Este
barramento usa um polímero de fibra óptica para lidar com os sistemas multimédia existentes
no automóvel e controlar a informação. Isto oferece uma maior fiabilidade com componentes e
conectores externos, o que reduz substancialmente o peso.
3.3.3.3 – BLUETOOTH
A ideia original surgiu em 1994, quando a empresa Ericsson iniciou um estudo que visava
substituir os cabos que ligavam os seus telemóveis aos diversos acessórios existentes por
meio de uma tecnologia sem fios. Quatro anos depois, a Ericsson, IBM, Intel, Nokia e Toshiba
uniram-se para desenvolver um padrão que passaria a ser conhecido como Bluetooth. A este
grupo original, denominado SIG (Special Interest Group, ou Grupo de Interesse Especial),
foram-se juntando novas empresas. Actualmente, o SIG conta com centenas de empresas.
O nome Bluetooth é uma homenagem ao Rei Viking Harald Blaatand "BlueTooth" II, Rei da
Dinamarca entre os anos 940 e 981. Filho de Gorm "O Velho", rei da Dinamarca, e de Thyra
Danebod, filha do rei Ethelred da Inglaterra, Harald conseguiu controlar os reinos da
Dinamarca e da Noruega. O fato de um rei, no século X, conseguir controlar dois reinos
distantes fez com que ele fosse escolhido como personagem inspiradora da nova tecnologia.
72
A Informática na Indústria Automóvel
A Bluetooth SIG inclui membros como a AMIC, BMW, DaimerChrysler, Ford, General
Motors, Toyota e Volkswagen. Um exemplo do desenvolvimento da tecnologia Bluetooth nos
automóveis é a Johnson Controls BluetoothConnect TM, que implementa um sistema de mãos
livres para telemóveis, o qual permite manter o condutor atento à condução e ao mesmo
tempo conectado, por Bluetooth, a um telemóvel.
3.3.3.4 – ZIGBEE
O ZigBee TM é uma rede sem fios de baixa transferência de dados (868MHz a 2.4Ghz), de
baixa potência e de baixo custo, tendo sido a Philips a sua pioneira. O ZigBee tem um alcance
superior a 75 metros e comporta-se muito bem num ambiente industrial e possibilita
aplicações auto motrizes.
Os dispositivos baseados na tecnologia ZigBee operam na banda ISM, que não requer
licença para funcionamento e que inclui as bandas de 2,4GHz (Global), 915MHz (América) e
868MHz (Europa). As suas taxas de transferência de dados são de 250kbps em 2,4GHz,
40kbps em 915MHz e 20kbps em 868MHz.
73
A Informática na Indústria Automóvel
O barramento LIN é baseado numa arquitectura com um único master e vários slaves,
num máximo de 16 nós por rede, originalmente desenvolvido para aplicações de rede com
sensores e actuadores automóveis. O nó principal liga a rede LIN com redes de nível superior,
como redes do tipo CAN, estendendo os benefícios de trabalhar em rede por todos os seus
componentes, inclusive aos sensores e actuadores.
3.3.3.6 – FLEXRAY
O protocolo FlexRay é baseado numa arquitectura que é disparada por tempo onde as
comunicações estão organizadas em fatias de tempo predefinidas. Isto assegura um
comportamento determinístico com latências predefinidas e evita a sobrecarga do barramento.
74
A Informática na Indústria Automóvel
TTP é uma solução madura de baixo custo que pode lidar com aplicações criticas e
seguras. A segunda geração suporta uma comunicação a velocidades superiores a 25 Mbps.
O TTA Group, corpo governamental do TTP, inclui empresas como a Audi, SA, Renault, NEC,
TTChip, Delphi e a Visteon.
75
A Informática na Indústria Automóvel
3.4 - Conclusão
Os barramentos falados foram o CAN e o MOST devido à sua grande importância. O CAN
porque é este o barramento responsável pelo funcionamento dos sistemas mais críticos de
um automóvel, como os sistemas de segurança ou os sistemas de controlo do motor. O
MOST devido a este ser o principal barramento para as aplicações de informação e
entretenimento. Como a área de sistemas de diversão e de informação é neste momento uma
das áreas com que os fabricantes automóveis mais se preocupam era de extrema importância
referir o funcionamento do barramento com mais destaque nesta área.
Pela pequena descrição dos outros barramentos existentes, ficou também demonstrado
que alguns deles funcionam como complemento do CAN e MOST.
76
A Informática na Indústria Automóvel
4 – O Futuro
Desde a invenção do automóvel, até aos dias de hoje, este evoluiu de uma forma
espantosa. O automóvel fabricado hoje traz consigo um elevado número de sistemas
electrónicos que controlam quase tudo, ou mesmo tudo. Mas, como sempre, para a mente
humana isto ainda é pouco, ainda há hipótese de ir mais além.
Como se pôde ver pele evolução dos sistemas electrónicos no automóvel é desejado que
o homem tenha cada vez menos controlo sobre o veículo e sejam os sistemas electrónicos a
realizar essa tarefa. Quem é que não queria um automóvel que se conduzisse sozinho, ou
que detectasse automaticamente avarias, ou ainda que planasse em vez de andar sobre
rodas.
Todo um conjunto de novos sistemas já estão pensados e outros ainda estão por pensar,
mas uma coisa é certa, todos eles vão aparecer mais tarde ou mais cedo num automóvel.
A cada dia que passa pode ver-se a evolução automóvel. Muitos novos sistemas já estão
prontos para entrar em produção, outros já estão mesmo a ser desenvolvidos e produzidos,
mas todos eles têm como base alguns sistemas já existentes.
Um dos sistema que já está em produção permite que um automóvel se mantenha a uma
certa distância de outro veículo numa auto-estrada. Assim prevê-se que sistemas de travagem
com radares de curto alcance irão aparecer brevemente no mercado. Eventualmente
automóveis que não vão precisar de piloto vão permitir aos condutores dormirem, lerem ou
realizarem outras tarefas enquanto viajam em auto estradas.
Sistemas que estão para chegar vão aumentar a necessidade do GPS nos próximos 10
anos. Certos reajustamentos no habitáculo vão levar à eliminação do leitor de CD’s e algum
hardware vai ficar obsoleto à medida que as ligações por satélite vão ficando cada vez mais
acessíveis. Sistemas de reconhecimento por voz vão ser banais devido a serem seguros e
bastante convenientes.
Aqui fica uma previsão de novos sistemas que irão aparecer nos automóveis durante os
próximos anos:
2006 – Sistemas de auto diagnóstico vão ser apresentados por alguns fabricantes de
automóveis. Todas as madrugadas (por exemplo às 4 da manhã) o automóvel realizará
um diagnóstico mecânico, incluindo pressão dos pneus e o desgaste de pneus e
77
A Informática na Indústria Automóvel
2013 – Por esta altura irá ser comercializado o primeiro veiculo a ser movido totalmente
por células de combustível (fuel cell). Esta tecnologia utiliza hidrogénio e oxigénio para
gerar electricidade, tendo vapor de água como único resultante desse processo
químico.
2058 – Os automóveis autónomos são agora um standard. Se uma pessoa desejar ter
controlo manual do automóvel tem de ter uma autorização especial, para esse efeito
Sistemas que avisem que existe um carro ao lado, cada vez que se liga o pisca. Claro que
se não se ligar o pisca o sistema não vai funcionar, mas nem mesmo a tecnologia pode ser
perfeita.
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A Informática na Indústria Automóvel
Muitos dos acidentes à noite acontecem devido ao condutor não ver muito bem. Isto
acontece muito com condutores idosos. Por essa razão a GM inventou um dispositivo que usa
a tecnologia de infravermelhos e mede a variação da temperatura entre a estrada, pessoas,
animais e objectos. Este sistema já está a ser testado em carros de polícia e pode estar
disponível daqui a 5 ou 10 anos. Por agora está em desenvolvimento um sistema que usa um
radar para localizar objectos que estão pouco visíveis, devido a chuvas, neve ou nevoeiro. O
sistema projecta esses objectos no pára-brisas e assim o condutor é avisado que existe um
objecto naquele lugar.
No futuro pode haver um sistema constituído por um sensor que monitoriza a temperatura
do corpo do condutor. Se a temperatura baixar consideravelmente, o que pode indicar
sonolência, o sistema pode disparar um alarme para avisar o condutor. A Nissan desenvolveu
um sistema um pouco diferente, que é constituído por uma pequena câmara montada no
painel de instrumentos que analisa a face do condutor. Quando o piscar dos olhos é mais
prolongado e acontece com uma maior frequência, é um sinal de sonolência e o sistema avisa
o condutor através de um sinal sonoro.
Outro sistema de segurança que poderá ser realizado é o de uma chave inteligente que
poderá conter toda a informação sobre as habituais práticas de condução do condutor. Se o
condutor se desvia destas práticas, por exemplo está a guiar erradamente, o sistema dispara
um aviso. Chaves similares podem limitar as capacidades do veículo em caso de o condutor
ser muito novo ou inexperiente.
Outra área em que se podem esperar grandes desenvolvimentos futuros é a dos sistemas
de navegação. Nós hoje já podemos comprar carros equipados com sistemas GPS, que
sabem a exacta localização do veículo a qualquer instante.
Sistemas futuros vão permitir os automóveis andar sozinhos em auto estradas inteligentes.
Carros inteligentes vão interagir com essas auto estradas, as quais vão monitorizar o tráfego
através de sinais eléctricos e eventualmente comunicar directamente com o computador
principal do automóvel, guiando e gerindo o trânsito para eliminar ou minimizar os
engarrafamentos de trânsito.
79
A Informática na Indústria Automóvel
O GPS nos automóveis pode ser muito útil em caso de acidente. Quando acontece um
acidente o GPS pode transmitir a posição do automóvel e a sua condição. Assim de acordo
com o acidente são chamados os serviços mais correctos (como uma ambulância).
80
A Informática na Indústria Automóvel
Outra das áreas automóveis onde a inteligência artificial também está a ser
desenvolvimento é nos sistemas de controlo do motor. Um chip para controlar a emissão de
combustível está a ser desenvolvido. Este chip está a ser desenvolvido para controlar os
sistemas de diagnóstico já existentes nos automóveis. O chip não irá necessitar de software
normal, pois ele irá aprender as tarefas necessárias dos sistemas de diagnósticos. Este chip
vai diagnosticar e controlar continuamente as emissões de combustível. Ele também irá avisar
o condutor quando as emissões de combustível foram altas. Como o chip tem a capacidade
de controlar estas emissões ele consegue melhorar a distribuição de combustível aumentando
assim a eficiência de combustão.
Além desta aplicação um automóvel que possua ligação à Internet pode ler para o
condutor o seu e-mail e até artigos publicados na Internet. Todas estas funcionalidades são
muito convenientes quando o condutor está a conduzir o automóvel, porque assim ele não se
distrai, pois está apenas a ouvir enquanto a sua visão contínua concentrada na estrada.
Como se pode ver a inteligência artificial nos automóveis vai ser cada vez maior e mais
utilizada. Os automóveis vão tornar-se totalmente dependentes de sistemas inteligentes, pois
81
A Informática na Indústria Automóvel
estes são uma ajuda indispensável para o controlo automóvel e a implementação de tais
sistemas vão ser de tal ordem que um dia o automóvel vai tornar-se totalmente independente.
Todos os sistemas que estão em desenvolvimento deixam antever que realmente um dia o
automóvel vai conduzir-se a si próprio e deixará de haver condutores para passar a haver só
passageiros.
Tudo isto faz parecer os automóveis muito inteligentes e a ideia é essa. Para isso os
automóveis são equipados com computadores cada vez mais potentes e especializados no
controlo dos sistemas que têm aparecido e que estão para aparecer.
Será que um dia os automóveis serão capazes de andar sozinhos? Não há razão para
pensar o contrário. A Mercedes está a desenvolver um sistema em que o automóvel tem um
piloto automático capaz de travar, acelerar e virar por uma auto-estrada. Este sistema é
constituído por duas câmaras de vídeo, as quais fornecem 12 imagens por segundo ao
computador central e verificam constantemente os lados e a parte de trás do automóvel em
busca de potenciais obstáculos. Ninguém espera que as pessoas deixem todo o controlo do
automóvel nas mãos de um sistema, mas implementar esse sistema para manter o automóvel
na estrada e faze-lo parar em segurança em caso de os sistemas de segurança falharem, ou
o condutor ficar incapacitado, é uma hipótese bastante viável.
Mas o que fornecerá energia a estes carros inteligentes do futuro? Durante os próximos
anos, a gasolina continuará a ser o combustível mais utilizado embora o uso de veículos
eléctricos, apenas para circuitos citadinos, será mais utilizado e os automóveis híbridos
também serão mais frequentes. Mas a forma de energia mais plausível para o futuro será o
hidrogénio. Esta será a favorita, porque quando se dá a combustão em vez de libertar gazes
tóxicos e poluentes, como o fumo e o dióxido de carbono, a única coisa libertada é vapor de
água.
Os automóveis vão começar a ser feitos com materiais mais exóticos, como alumínio e
fibra de carbono. O problema do uso destes materiais é o seu elevado custo e é o custo que
também limita o desenvolvimento de todas as novas tecnologias.
82
A Informática na Indústria Automóvel
soluções existem estão a ser desenvolvidos e tenta-se a sua aplicação no mercado, com mais
ou menos sucesso.
Uma outra forma de imaginar o automóvel do futuro que leva a soluções mais radicais é
contrariar os paradigmas actuais ou pelo menos ignorá-los, enquanto se cria o modelo
conceptual do automóvel que queremos ter no futuro.
Aliás, uma das grandes surpresas que surge depois de se criar um modelo conceptual
futurista utilizando este tipo de abordagem é que há tecnologia e até produtos que viabilizam o
modelo conceptual e potenciam a sua expressão num protótipo. Muitas vezes o futuro está
mais perto do que se pensa.
Amigo do Ambiente – Os automóveis não devem poluir, devem ser construídos com
materiais recicláveis e assim pode ajudar a melhorar a qualidade do ar urbano
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A Informática na Indústria Automóvel
Ubiquidade – A tecnologia dos automóveis do futuro deve ser omnipresente, mas não
visível. Os automóveis do futuro não são uma mostra de tecnologia, mas um artefacto
funcional
A simples descrição dos princípios funcionais do automóvel não permite imaginar a sua
utilização e não permite, às vezes, aos especialistas visualizar este modelo como um
automóvel funcional. Recorre-se então à utilização de cenários, para transmitir melhor as
ideias contidas no modelo conceptual.
4.4 - Conclusão
84
A Informática na Indústria Automóvel
Os novos sistemas de navegação vão permitir aos condutores andar por toda a parte
como se conhecessem todas as ruas, ou seja, vão dar a conhecer ao condutor todos os
pormenores do caminho a seguir, como do transito que condiciona as estradas e qual o
melhor caminho a seguir para se chegar ao destino pretendido.
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A Informática na Indústria Automóvel
5 – Conclusão
O automóvel foi um dos marcos mais importantes na história da humanidade. Desde o seu
aparecimento até aos dias de hoje o automóvel foi-se modificando tornando-se cada vez mais
indispensável na vida das pessoas. Hoje esta invenção é muito mais do que um simples meio
de transporte sendo para muitos quase como uma segunda casa.
O Homem ao longo dos tempos e à medida que a tecnologia ia avançando verificou que
esta aliada à indústria automóvel era uma mais valia muito significativa. Assim, hoje os
automóveis são uma das maiores montras tecnológicas existentes recorrendo a variados
sistemas para ajudar a controlar quase tudo no automóvel. Desde a segurança, controlo de
motores, entretenimento e navegação a informática está presente, melhorando e muito o
conforto e o bem estar dos ocupantes de um automóvel de hoje.
Dado que as pessoas passam muito tempo dentro dos automóveis houve a necessidade
do aparecimento de sistemas de entretenimento e de informação. Hoje há veículos pensados
para uma família numerosa, como as monovolumes e carrinhas. Para tornar a estadia no
automóvel agradável apareceram sistemas de entretenimento bastante complexos,
compostos por sofisticados sistemas de áudio e vídeo (leitores de CD’s e DVD’s) e até por
consolas de vídeo jogos. Tudo isto foi pensado para que a vida no interior de um automóvel
fosse cada vez mais agradável e aproveitada com imensos divertimentos e distracções. Os
sistemas de informação também foram largamente explorados, aparecendo cada fabricante
automóvel com uma solução diferente. Embora cada fabricante apresentasse a sua visão de
sistemas de informação, todas elas têm objectivos em comum, como fornecer o maior número
86
A Informática na Indústria Automóvel
Uma das grandes preocupações dos fabricantes automóveis é a segurança. Por isso
apareceram muitos sistemas de segurança automóvel todos eles possíveis devido ao avanço
tecnológico. Assim mais uma vez ficou claro que sem a informática todos os sistemas de
segurança não eram possíveis de existir, ou pelo menos o seu funcionamento iria ser mais
difícil e não tão completo como são alguns deles.
Fala-se de muitos sistemas informáticos para controlar situações que são mais
perceptíveis ao olhar das pessoas, esquecendo muitas vezes de sistemas de extrema
importância que parecem não existir. Esses sistemas são os que controlam o próprio
funcionamento mecânico do motor dos automóveis. Variados fabricantes automóveis
desenvolveram sistemas complexos de controlo do funcionamento interno do motor. Estes
sistemas são de uma importância extrema, pois são eles os responsáveis pela boa
performance, consumos de combustível e de um correcto funcionamento nos variados
regimes de rotações do motor. Os motores passaram a ter a “inteligência” para perceber
quando é necessário disponibilizar toda a capacidade do motor ou quando apenas é
necessário um trabalhar calmo e normal.
No último capítulo constata-se que o futuro dos automóveis estará repleto de novos
sistemas informáticos. A tendência é para que se utilize cada vez mais sistemas nos
automóveis tornando estes cada vez mais “inteligentes” e autónomos. Os novos sistemas
87
A Informática na Indústria Automóvel
ajudarão os automóveis a serem mais perfeitos tornando-os mais seguros, mais agradáveis
de conduzir, menos poluentes e também mais divertidos. Através de um complexo conjunto
de sistemas informáticos podemos esperar no futuro que o trânsito seja regulado por estes,
evitando assim os desesperantes engarrafamentos dos dias de hoje.
Como conclusão geral e pessoal do projecto posso dizer que fiquei ainda mais a gostar do
tema e de automóveis, compreendendo melhor o funcionamento de certos sistemas que o
automóvel possuiu. De início estava com algum receio sobre o tema, visto ele ser algo vasto e
eu ter um completo desconhecimento sobre tudo isto, mas à medida que ia reunindo
informação e realizando o projecto foi-se tornando cada vez mais gratificante e enriquecedor.
Neste tema é muito fácil nos dispersarmos, por isso tentei ser o mais objectivo possível e
falar apenas dos automóveis no que diz respeito à informática e no que ela esteja ligada.
Penso que consegui reunir todas, ou quase todas, as soluções tecnológicas mais importantes
ou com maior destaque na indústria automóvel abordando também como se processava toda
a troca de informações no interior dos automóveis.
O avanço tecnológico permitiu que os automóveis se tornassem cada vez mais completos,
perfeitos e com uma qualidade cada vez maior, tirando a indústria automóvel grandes
benefícios da informática, não só em sistemas de controlo do automóvel mas também na sua
concepção e na comunicação desses sistemas.
Fica então patente que hoje e amanhã o mundo automóvel não sobrevive sem o mundo
informático e electrónico.
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A Informática na Indústria Automóvel
Bibliografia
[2] Crespo, Miguel (2004), Especial Tecnologia Automóvel, Revista T3, 17, páginas 45, 46,
47
[3] Ferreira, Rita Hasse (2004), Especial Tecnologia Automóvel, Revista T3, 17, páginas
42, 43
[7] Marques, Mónica Hasse (2004), Especial Tecnologia Automóvel, Revista T3, 17,
página 50
Além das referências acima mencionadas foram também utilizados para pesquisa de
informação os seguintes sítio na Internet.
http://auto.howstuffworks.com
http://windowsfordevices.com/
http://www.4x4abc.com
http://www.alfaromeo.pt
http://www.algonet.se
http://www.bmwworld.com
http://www.gta.ufrj.br
http://www.johncglennon.com
http://www.lemurzone.com
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A Informática na Indústria Automóvel
http://www.mjschofield.com/
http://www.mostcooperation.com
http://www.nissan.pt
http://www.pcs.usp.br
http://www.semiconductors.bosch.de
http://www.wikipedia.com
http://www2.uol.com.br
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