Você está na página 1de 3

FICHA DE TECNOLOGIA

TÍTULO
MÉTODO PARA EXTRAÇÃO E/ OU ISOLAMENTO DE BROMELAINA DE ABACAXI
MÉTODO PARA EXTRAÇÃO DE ENZIMAS VEGETAIS OBTIDAS ATRAVÉS DE SUBPRODUTOS
DE ORIGEM VEGETAL

DESTAQUES
Tecnologia inovadora e sustentável aplicada para obtenção de enzimas vegetais de elevado
valor biológico obtidas através de resíduos orgânicos provenientes de indústrias de
transformação/processamento de frutas e vegetais, para futura aplicação nas indústrias
farmacêutica, nutracêutica e alimentar, perspetivando uma abordagem de economia circular.
Esta Tecnologia é uma alternativa às atualmente aplicadas na indústria produtora de enzimas,
pois dispensa o uso de produtos químicos poluentes e potencialmente tóxicos, cujos resíduos
se encontram normalmente presentes neste tipo de produtos (enzimas). Além do que,
permite obter extratos com elevado grau de pureza, elevada atividade e elevado rendimento
de extração (ca. 80%).

Contexto
Bromelaina (BR) é um nome genérico dado às enzimas proteolíticas encontradas nos tecidos
vegetais, tais como cascas, caule, frutas e folhas da família Bromeliaceae, incluindo o caule do
abacaxi (Ananas comosus). Geralmente, a BR divide-se como BR da fruta (EC 3.4.22.33) ou BR do
tronco (EC 3.4.22.32) dependendo da sua fonte; todas as BR comercialmente disponíveis derivam
do caule. A BR do tronco e fruta tem um peso molecular de 33 kDa e 28 kDa com um ponto isoelétrico
de 9,5 e 4,6, respetivamente (Harrach et al., 1995). O extrato de BR mostrou exibir atividade em
um espetro de pH de 4,5-9,8.
Esta protease possui uma ampla gama de aplicações nas indústrias farmacêutica, nutracêutica e
alimentar, pois é uma das proteases mais utilizadas nas indústrias. Recentemente, uma grande
variedade de benefícios terapêuticos tem sido atribuída à BR, como a inibição reversível da
agregação plaquetária, o alívio da bronquite, a recuperação melhorada após os traumas cirúrgicos
e a maior absorção de drogas, particularmente de antibióticos (Amid et al., 2011). Uma das mais
importantes aplicações farmacêuticas da BR é o desbridamento enzimático de tecidos necróticos de
úlceras e queimaduras, bem como o tratamento médico de pacientes com cancro. Na indústria
alimentar também tem sido usada para ternerizar a carne, mas também é usado na clarificação da
cerveja, proteína funcional na pré-digestão como auxiliar digestivo (Soares et al., 2012).
A precipitação biológica pode resultar em concentração e purificação de BR, com manutenção da
atividade. Trazendo como vantagens um scale-up fácil, com utillização de equipamentos
relativamente simples.

BENEFÍCIOS
A tecnologia proposta permite eliminar perigos adjacentes à aplicação em humanos e animais,
porque recorre a moléculas extraídas da natureza (precipitantes biológicos), sem a adição de
qualquer tipo de reagentes químicos, eliminando assim, todo e qualquer tipo de efeito secundário
relacionado com a sua aplicação.
Por outro lado, também permite obter produtos com elevado grau de pureza, em uma só etapa e
com um custo bastante reduzido quando comparado com a existente, o que é bastante importante
para eliminar interferentes aquando da criação de novos/ diferentes produtos, como por exemplo
FICHA DE TECNOLOGIA

na indústria alimentar em emulsificações ou formulações de géis e/ou pastas, na indústria


farmacêutica que permite diminuir o tamanho de pastilhas (pela eliminação de compostos
adjacentes à precipitação química).

Especificações da Tecnologia
Aplicação de precipitantes biológicos em baixas concentrações
Tecnologia aplicada à temperatura ambiente
Não necessita de soluções tampão
Não necessita adição de água potável
Não necessita de ultrafiltração
Não necessita de diálise
Não necessita de banhos a temperatura elevadas para separação de precipitante

Capacidades da Tecnologia
Opera em qualquer espaço industrial sem necessidade de controlo de temperatura e/ou humidade
Permite isolar, extrair e recuperar compostos (proteínas) com elevado grau de pureza
Permite obter outros ingredientes importantes para outros processos
Reduz o número de equipamentos requeridos (quando comparado com os atuais)
Reduz o número de etapas (quando comparado com os atuais)
Reduz o tempo do processo (quando comparado com os atuais)
Reduz o custo de obtenção do produto (quando comparado com os atuais)
Elevado grau de recuperação e purificação de proteínas
Ausência de contaminantes químicos nos produtos finais
Ausência de processos de tratamento de efluentes gerados pela tecnologia
Ausência de banho de aquecimento para obtenção do produto final
Pode ser aplicada a diversos processos já existentes em diferentes indústrias

PROVA DE CONCEITO
O uso de compostos naturais como agentes precipitantes, onde as enzimas podem ser recuperadas
pela inversão das condições do processo, e é uma vantagem quando comparado com os métodos
tradicionais.

 A bromelaina isolada manteve a atividade biologica e com o processo de precipitação foi


possível aumentar a sua estabilidade térmica (+ 8ºC);
 Após precipitação a enzima pode ser re-dissolvida e recuperada;
 Rendimento de extracção por atividade ronda entre 85-90%;
 Os compostos naturais precipitantes agiram como estabilizadores de enzimáticos; são não-
tóxicos e de grau alimentar;
FICHA DE TECNOLOGIA

Após a aplicação da precipitação biológica foi possível secar os extratos, produzindo um pó fino e
amarelo:

 Manutenção das características iniciais do extrato (elevada atividade biológica, elevada


estabilidade e grau de pureza)

POTENCIAL USO COMERCIAL/ APLICAÇÕES

Tecnologia com a possibilidade de aplicação em diferentes matrizes vegetais complexas, para


extração de proteínas inerentes, seja intra ou extracelularmente.

Permite extrair compostos de elevado valor, de forma a não destruir ou inviabilizar nenhuma das
frações restantes, podendo estas serem utilizadas para outros fins.

As proteínas podem ser aplicadas a um elevado número de produtos, processos e indústrias.

INVENTORES E CENTRO DE INVESTIGAÇÃO


Débora Campos, Maria Manuela Pintado, Guillermo Picó, Nadia Valetti, Lorenzo Castro, José Teixeira
Centro de Biotecnologia e Química Fina, Escola Superior de Biotecnologia - Universidade Católica
Portuguesa.

OPÇÕES DE COOPERAÇÃO
Venda da patente
Licença para exploração de direitos

ESTADO DA PATENTE
Pedido de patente europeia: Nº EP 17174447.7

CONTACTOS (ESB) E-MAIL TELEFONE

Débora Campos dcampos@porto.ucp.pt +351 22 558 0001

Manuela Pintado mpintado@porto.ucp.pt +351 22 55 800 00

Você também pode gostar