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Rio de Janeiro
Setembro de 2012
DETERMINAÇÃO DA TAXA DE INCRUSTAÇÃO EM TROCADORES DE
CALOR COM O AUXÍLIO DE MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO
Examinada por:
_________________________________________________
Prof. Marcelo José Colaço, D. Sc.
_________________________________________________
Prof. Nísio de Carvalho Lobo Brum, D. Sc.
_________________________________________________
Prof. Leandro Alcoforado Sphaier, Ph.D.
_________________________________________________
Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes, Ph.D.
iii
Aos meus queridos pais Antônio e Nara,
que sempre me apoiaram na realização deste trabalho.
iv
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
Setembro/2012
v
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
September/2012
This work aims to analyze operational data from the 3ª pre-heating oil battery of
the crude atmospheric and vacuum distillation unit (UDAV) (U-210) of the Henrique
Lage Refinery (REVAP) PETROBRAS. Operational data were collected with the unit
in operation from May 2004 to May 2011. We tried to filter the operational data
searching for errors of measurement or unstable operational conditions of the
equipment, for this objective, data analysis in Fortran computer routines calculated
operational parameters such as shear stress, wall and film temperatures, heat transfer
coefficients, flow rate and operating factors F, P and R. With this data, it was possible
to find a relationship between the parameters mentioned above and the development of
the fouling resistance. After this analysis, was applied the optimization method
"Particle Swarm" to predictive models found in literature, such as Ebert-Panchal, Polley
and Nasvr and Givi, to predict the future fouling rate of the equipment. The results were
compared with data obtained from the literature and showed a satisfactory compliance
with the data collected experimentally.
vi
Sumário
Resumo..………………………….........……...………............…………………………v
Abstract.............................................................................................................................vi
Sumário........................................................................................................................... vii
Capítulo 1 - Introdução..................................................................................................... 1
vii
2.4.5 - Modelo de Polley et. al. (2002) ................................................................... 49
4.2.1 - P57............................................................................................................... 79
4.2.2 - P58............................................................................................................... 83
4.2.3 - P59............................................................................................................... 86
4.2.4 - P60A............................................................................................................ 89
4.2.5 - P60B............................................................................................................ 92
4.2.6 – P61.............................................................................................................. 95
viii
Lista de Figuras
Figura 1 – Esquema de refino em uma refinaria hipotética.............................................. 3
Figura 3a/b - Incrustação em trocadores de calor (a) tubos; (b) casco. Cortesia:
Petrobras. .......................................................................................................................... 7
Figura 17- Comparação entre o modelo modificado de Polley et.al. (2002) com os dados
de Knudsen et.al. (1999). ............................................................................................... 50
ix
Figura 21 – Trocador de Calor Casco e Tubo com dois passes nos tubos. .................... 58
Figura 23 – Região de sensibilidade a flutuações de processo. Armad et. al. (1988) .... 61
Figura 24 – Derivada constante para limite de Pmax (Armad et. al., 1988). ................... 62
Figura 27 –Resistência de incrustação operacional: (a) P57; (b) P58 (c) P59; (d) P60a;
(e) P60b; (f) P61. ............................................................................................................ 69
Figura 28 – Vazão de operação dos trocadores (a) P57, (b) P58, (c) P59, (d) P60a, (e)
P60b, (f) P61................................................................................................................... 71
Figura 29 – Temperatura de entrada lado quente e frio (a) P57, (b) P58, (c) P59, (d)
P60a, (e) P60b, (f) P61. .................................................................................................. 73
Figura 33a/b – Relação de Rf com a velocidade no casco para os trocadores P59, P60a/b
e P61. .............................................................................................................................. 78
x
Figura 40 - Resistência de Incrustação P58: comparação valor operacional x Previsão
modelo Nasr e Givi (2006). ............................................................................................ 84
xi
Figura 56 - Resistência de Incrustação P61: comparação valor operacional x Previsão
modelo Nasr e Givi (2006). ............................................................................................ 96
Figura 58 – Erro potencial no cálculo de Rf a partir de dados operacionais: (a) P57; (b)
P58; (c) P59; (d) P60a; (e) P60b; (f) P61. .................................................................... 102
Figura 62 a-f – Coeficientes de transferência de Calor (h): (a) P57 (b) P58 (c) P59
(d)P60a (e)P60b (f) P61................................................................................................ 105
xii
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Análise dos depósitos formados em trocadores de uma bpa (Critenden et. al.,
1992)............................................................................................................................... 23
xiii
Tabela 21 – P60b: Parâmetros calibrados dos modelos utilizados................................. 94
xiv
Capítulo 1 - Introdução
O petróleo em seu estado natural possui muitas impurezas, tornando o seu uso e
valor limitados. Para que possa ser utilizado como combustível e matéria prima para os
mais variados produtos, o petróleo deve passar por uma série de processos de refino,
promovendo a separação de frações com propriedades físicas e químicas estáveis,
consistindo cada fração de um derivado de petróleo. Entre todas as frações possíveis de
serem obtidas, as frações líquidas constituídas de hidrocarbonetos de massa molecular
média são as mais valorizadas, cuja finalidade é as mais diversas, como combustíveis e
solventes.
1
que faz com que seja necessário utilizar materiais mais nobres nas unidades de
processamento.
Desta forma, uma vez que não existe apenas um tipo de petróleo, as
características físico químicas de cada tipo, como também as necessidades do mercado
local, vão determinar quais derivados em quais quantidades podem ser obtidos e, daí,
como a refinaria deve operar. Desta forma, as unidades de uma refinaria variam de
acordo com o seu objetivo e carga processada, levando a diferentes esquemas de refino.
2
da unidade de coqueamento para fracionamento, gerando mais frações leves e
intermediárias (GLP, nafta, gasóleo leve de vácuo e gasóleo pesado de vácuo) além do
próprio coque que pode ser comercializado. O coque que se forma dentro dos tambores
e então removido mecanicamente utilizando jatos de água giratórios.
Gás 2,8%
GLP 8,9%
1%
17,9%
Destilação 33,5% 35% Craqueamento Gasolina 19,4%
Catalítico Fluido
À Vácuo 6,1% 1,5%
(FCC)
25,5% 5,8% 0,4%
13,2% Óleo 19,4%
Combustível
0,8% 1,1% 5,7%
Coqueamento 4,6%
12,3% Hidrotratamento
Retardado 1,5%
Coque 4,7%
3
1.1 - A Destilação Atmosférica e a Vácuo
4
A jusante da dessalgadora, o petróleo continua a passar através dos trocadores da
bateria de pré-aquecimento, que tipicamente o aquece até em torno de 300ºC antes da
entrada no forno atmosférico. O petróleo é então introduzido na região inferior da torre
atmosférica, que se encontra mais quente, como conseqüência, os hidrocarbonetos
gasosos tendem a subir e se condensar ao passarem pelos pratos e recheios da torre.
Nesta etapa, são recolhidos como derivados da primeira destilação principalmente gás,
GLP, nafta e querosene. Essas frações retiradas nas várias alturas da coluna ainda
necessitam de novos processamentos e tratamentos para se transformarem em produtos
ou servirem de carga para outros derivados mais nobres.
A torre a vácuo recebe como carga o resíduo atmosférico (RAT) e separa desta
corrente outras mais leves: o gasóleo leve de vácuo (GOL) e gasóleo pesado de vácuo
(GOP). Essa operação é realizada a uma pressão abaixo da atmosférica porque os
hidrocarbonetos são instáveis termicamente, onde desta forma, pode-se vaporizá-los a
uma temperatura inferior a 370°C.
5
Figura 2 - Bateria de pré-aquecimento simplificada (ESDU, 2006).
6
1.2 - Apresentação do Problema
(a) (b)
Figura 3a/b - Incrustação em trocadores de calor (a) tubos; (b) casco. Cortesia: Petrobras.
7
Custo da incrustação anual (milhões de dólares, base 1992)
1400
1200
600
400
200
0
Destilação hidrotratamento Visco redução Reforma
Catalítica
8
detalhado dos vários processos envolvidos. A resistência imposta à transferência de
calor pela camada de incrustação deve ser levada em conta na fase de projeto do
equipamento, sob a pena de o trocador de calor não executar o serviço requerido.
9
incrustação. As análises propostas foram feitas em rotinas computacionais
desenvolvidas em linguagem fortran. Os dados obtidos foram então carregados em
rotinas no software Mathematica para análise dos dados.
Capítulo 1 – Introdução:
Capítulo 4 – Resultados:
10
Capítulo 2 - Revisão Bibliográfica
Grande parte das refinarias sofre com os efeitos da incrustação, que variam entre
queda de produção, aumento da freqüência de manutenção, perda de eficiência e
entupimentos em equipamentos, resultando sempre em aumento de custos operacionais.
Os equipamentos de processo mais afetados pelo problema são os trocadores de calor.
Nestes equipamentos, a incrustação pode ser percebida através do aumento da perda de
carga, como conseqüência da redução do diâmetro interno dos tubos por onde escoa o
fluido e pelo aumento da resistência de troca térmica, provocado pela adição de uma
camada de incrustação.
11
escoamento completamente desenvolvido, também chamada simplesmente de
temperatura bulk, considerada constante ao longo de todo o perfil desta região. Tbfe Tbfi
são as temperaturas da interface entre a região de escoamento completamente
desenvolvido e a região de filme. Tie e Tii são as temperaturas de interface do fluido com
a camada incrustada, ou seja, a temperatura sobre a superfície incrustada em contato
com o fluido. As temperaturas na parede interna e externa, Twe e Twi podem ser
consideradas iguais pois a parede normalmente possui pequena espessura e alta
condutividade térmica.
Tbe
Tbfe
Filme, 1 / ho
Tie ∆T1
incrustação, R fo
Twe
∆T2
Parede, Rw Twi
Tii
∆T3
incrustação, R fi Tbfi
∆T4
Filme, 1 / hi Tbi ∆T5
∆To
A fo Ao Am Ai A fi
Q = UA∆Tm (1)
A equação acima pode ser reescrita para a seção transversal tubular atribuindo as
áreas apropriadas para a troca de calor. Para a seção circular mostrada na figura 5:
Q = U r Ar ∆To (2)
O subscrito r indica que o coeficiente global pode ser referenciado a qualquer área
Ar .
12
Portanto, o projetista deve calcular o coeficiente global de transferência de calor
U e determinar a área de troca A necessária para determinada carga térmica Q , em
função da diferença de temperatura entre os fluidos ∆Tm . Para o cálculo do U, deve-se
conhecer as propriedades dos fluidos, condições de processo e geometria do
equipamento utilizado. Adicionalmente deve-se ter correlações empíricas ou semi-
empíricas em termos de propriedades adimensionais e grupos geométricos.
A figura (5) mostra o calor sendo transferido a uma taxa Q entre dois fluidos
através da parede de um tubo de troca térmica. As resistências encontradas, que tem
(
dimensão de W m 2 K )−1
, são:
• Resistência de parede Rw
1
Q = ho A fo ∆T1 = Ao ∆T2 = k Am ∆T3 = 1 Ai ∆T4 = hi A fi ∆T5 (3)
R ∆x R
fo fi
Q 5
Q1 1
∆To =
Ar
∑R
i =1
i = + R f 1 + Rw + R f 2 +
Ar h1 h2
(4)
1 1 1
= + R f 1 + Rw + R f 2 + (5)
U h1 h2
13
2.2 - Mecanismos de Incrustação
O assunto incrustação é tão vasto quanto as limitações que existem para o seu
total entendimento. Os estudos sobre o tema geralmente são atrelados ao tipo de
equipamento e ao fluido analisado. Na indústria do petróleo, por exemplo, a incrustação
está presente em grande parte dos equipamentos de processo, como tubulações, vasos,
torres, reatores, tanques e trocadores de calor. Nas plataformas de petróleo ocorrem
principalmente problemas por deposição de sais, como o sulfato de bário e estrôncio e
os carbonatos de cálcio e magnésio. Enquanto os sulfatos são depositados devido à
mistura de água do mar, rica em sulfatos, com a água presente no interior dos
reservatórios de petróleo, rica em íons de bário e estrôncio, os carbonatos são
precipitados devido à mudança na saturação, que é muito sensível a variações de
temperatura, pressão e pH.
14
da presença de depósitos na superfície de transferência de calor. De 1945 até os dias
atuais um foco cientifico tem sido dado ao problema, com investigações mais
detalhadas dos mecanismos que estão por trás da incrustação em trocadores de calor.
15
classificação proposta pelo HTRI (2011), e em seguida uma revisão bibliográfica da
incrustação por reação química e os principais fatores responsáveis pela sua evolução.
16
• Remoção de parte do biofilme por tensão de cisalhamento exercida pelo
fluido.
2.2.2- Cristalização
17
cisalhamento acima de 10 Pa no interior dos tubos. Em trocadores de calor operando
com água de resfriamento em refinarias, a água de resfriamento é colocada na maioria
dos casos nos tubos, devido a dificuldade de se controlar a temperatura pelo lado do
casco onde podem existir pontos quentes onde a cristalização pode se desenvolver
rapidamente.
18
partícula deve ser transportada para a superfície por uma combinação de mecanismos,
incluindo movimento browniano e difusão turbulenta ou pela quantidade de movimento
da partícula.
A incrustação por material particulado tem sido pesquisada por diversos autores,
onde podemos citar Friedlander e Johnstone (1957), Kneen e Strauss (1969), Beal
(1970), Browne (1974), Gudmundsson (1981), Wood (1981) e Epstein (1988).
2.2.4- Corrosão
19
2.2.5- Incrustação por reação química
Sentido do fluxo
Reação no
meio fluido
A B Precipitação do insolúvel B seguido de
Transferência transferência de massa
de Massa
Camada laminar
Reação de térmica
Superfície Adesão
A* B* C
Superfície de
troca térmica
Figura 6 –Mecanismo geral de incrustação por reação química (Watiknson e Wilson, 1997).
20
substancia reagente A. Devido a temperatura ou outro agente, a substância A reage
formando o agente precursor B. O fenômeno pode ocorrer no meio fluido e os produtos
migram para a parede do trocador agregando-se na forma sólida B*. Alternativamente, o
reagente A é afetado somente na região próxima a camada limite térmica, onde sofre
deposição por condições físico-químicas induzidas pelo calor, formando A*. A* pode
continuar reagindo e produzindo B* o qual é a substância incrustada. A* ou B* podem
sofrer com a ação do tempo um envelhecimento onde uma série de reações de
polimerização pode acontecer gerando a incrustação final C. Nos casos de deposição
devido ao efeito da gravidade, a substância B pode simplesmente se flocular e se
depositar sobre a parede.
asa
asass A= Asfaltenos (soluto)
aaRRRas
R= Resinas (solvente)
ssRAARas
asRAARsa a= aromáticos (solvente)
saaRRas
asass s= Saturados (não solvente)
ssa
21
dissolvida no petróleo por pequenos anéis aromáticos (a) que funcionam como solventes
e se opõe aos saturados (s) que são os não-solventes. Portanto, os asfaltenos são
mantidos solubilizados no petróleo por um delicado equilíbrio, que pode ser prejudicado
pela adição de saturados a carga ou remoção das resinas e/ou aromáticos. A mistura de
petróleos pode alterar significativamente a concentração e o equilíbrio destas moléculas,
levando a precipitação dos asfaltenos e aumentando assim o potencial de incrustação da
mistura de petróleos.
22
Tabela 1 – Análise dos depósitos formados em trocadores de uma bpa (Critenden et. al., 1992).
23
quantidade é aproximadamente metade do depósito formado para óleos leves. O teor
relativamente alto de asfaltenos nos depósitos associados com óleos pesados é digno de
nota. Os materiais orgânicos mencionados na tabela (3) são cerca de 80% dos depósitos
observados, cujo total é similar em ordem de grandeza ao observado por Crittenden et.
al. (1992).
Vários
Petróleos
Componentes (% peso) Petróleos
Leves API>40
API~34°
Asfaltenos 60-75 3-10
Sais Solúveis em água 1-5 1-5
FeS / Fe2O3 20-35 75-90
24
superfície decresce devido ao efeito de isolamento fornecido pelo depósito, levando a
temperaturas mais baixas, o que passa a favorecer reações de autoxidação.
Torna-se inviável, devido aos objetivos deste trabalho, discutir todas as reações
químicas possíveis que podem originar a formação de incrustação por reação química.
Alguns itens, conforme mencionamos anteriormente devem ser destacados no processo
de incrustação por reação química, são eles:
25
Watiknson (1988) em seu estudo forneceu uma revisão de alguns dos
mecanismos que podem levar a incrustação por reação química. Eles incluem:
A seqüência de eventos que levam a sua formação foi proposta por Taylor
(1968) e está representada na figura (8). A autoxidação forma um produto solúvel, que
em seqüência transforma-se em um polímero insolúvel, que pode ser formado na parede
de troca térmica ou transportado como partícula para a parede:
Polimerização:
26
formação depende da qualidade e do tipo de petróleo, exemplos incluem mudanças na
temperatura de operação, ajuste de ph, purificação da corrente incrustante ou o uso de
aditivos químicos inibidores. A polimerização geralmente representa pouca importância
nos processos de incrustação por reação química observados no petróleo.
Deposição de Asfaltenos:
27
camada de asfaltenos começa a sofrer degradação, ocorrendo polimerização e
desidrogenação, convertendo-se em compostos mais ricos em carbono, como coque.
Ácidos O2
inorgânicos
E em seqüência:
Coqueamento
28
Em um estudo realizado por Dickakian e Seay (1988) foi possível caracterizar o
depósito formado em vários momentos, mostrando a evolução com o tempo da camada
depositada, que inicialmente era composta por precipitados de asfaltenos que foram
posteriormente carbonizados na superfície tornando-se coque. Uma seqüência típica é
apresentada abaixo na figura (10).
Quantidade de depósito aumentando
Coque
Asfaltenos
29
S V
V – Voláteis
S – Saturados
S+V AR – Aromáticos
R AR
R – Resinas
A – Asfaltenos
A R AR+S+V
C- Coque
C A R+AR+S+V
2) Rearranjo molecular;
4) Condensação aromática;
Com a degradação da camada de depósito para coque esta se torna dura e frágil,
criando fissuras em sua superfície. Essas fissuras são energeticamente favoráveis para o
processo de incrustação assim como a rugosidade presente na superfície dos tubos.
30
2.2.6 - Alguns fatores que influenciam no processo de incrustação
por reação química
31
Efeito da Velocidade
Efeito da Temperatura
32
dR f − E act
= A exp (6)
dt RTS
onde A (m2K/J) é o fator pré-exponencial da equação de Arrhenius, que deve ser
ajustado aos dados de referência e R é a constante universal dos gases perfeitos
( J mol ⋅ K ).
dR f E act 1
ln =− + ln( A) (7)
dt R TS
Assim, quando uma reação tem uma taxa constante que obedece à equação de
dR f -1
Arrhenius, um gráfico de ln versus TS dá uma linha reta, cuja inclinação e
dt
intercepção pode ser usada para determinar Eact e A, assumindo-se que todos os outros
fatores permanecem constantes (velocidade, geometria e composição do fluido). A
dR f
energia de ativação é então definida como o declive do gráfico de ln x (1 / T):
dt
dR f
∂ ln
dt (8)
E act =−
∂ (1 T )
Na equação (6), a taxa de variação da resistência térmica de incrustação depende
do valor da constante A, que depende da temperatura do fluido e da constante de
cinética de reação que produz o precursor do elemento incrustante (à medida que a
temperatura aumenta conseqüentemente a velocidade de reação também aumenta). A
− Eact − Eact
medida que TS aumenta, o valor da expressão diminui, e exp tende
RTS RTS
dR f
para 1, ou seja, tende para um valor igual a constante A.
dt
33
Crittenden et. al. (1992) analisou dados da dependência da formação de
depósitos com o tempo para obter uma equação para os efeitos da temperatura de parede
do metal e ajustou a equação de Arrhenius aos dados observados, obtendo:
dR f − 33
= 4.9 x10 −7 exp (9)
dt RTW
Uma variedade de valores para a energia de ativação já foram observados em
vários estudos, o valor obtido por Crittenden et. al. (1992) refere-se á óleos leves,
valores de 21 kJ/mol já foram observados para óleos pesados. Na tabela (4)
apresentamos um resumo realizado por Watiknson (1988) com os valores publicados
para a energia de ativação, comprovando a grande faixa de valores encontrada na
literatura:
Tabela 4 – Valores para a Energia de Ativação obtida em estudos na literatura (Watiknson, 1988).
Energia de
Fluido Referencia:
Ativação (kJ/kmol)
Hidrocarbonetos 40-120 Braun e Hansler 1976)
Querosene 70 Crittenden e Khater (1984)
Gasóleo 120 Watiknson e Epstein (1969)
Combustível de Aviação 42 Taylor (1968)
Petróleo 53 Scarborough et Al (1979)
Petróleo 36 Eaton e Lux (1984)
Óleos Lubrificantes 74-97 Steele et al (1981)
Polimerização por Estireno 39 Crittenden et. Al. (1987)
34
2.3 – Estudos Experimentais
Alguns tipos de células de teste têm sido reportados na literatura, como células
com agitação interna (Eaton e Lux, 1984), (Young et.al., 2009), unidades em
recirculação com uma seção tubular aquecida (Crittenden et. al, 2009) e unidades de
recirculação com seção anular aquecida (Wilson e Watiknson, 1995), (Bennet et al.,
2006). Estes estudos têm a vantagem de apresentar condições controladas e isolar
variáveis que podem influenciar nos resultados. Em geral, altas temperaturas ou fluxos
de calor são utilizados, juntamente com baixas velocidades, com a finalidade de acelerar
o processo de incrustação.
35
Grandes centros de pesquisa no mundo têm se dedicando ao tema. Nos EUA
podemos citar o HTRI (Heat Transfer Research Inc.) (Bennet et.al. 2006), onde uma
planta piloto foi construída com esta finalidade, e o laboratório Nacional de Argonne
(ANL), onde importantes estudos sobre o tema foram produzidos, como Ebert e Panchal
(1995), Ebert e Panchal (1999) e Weihe (2000). No Canadá, estudos vêm sendo
realizados na Universidade de British Columbia (Watiknson, 1988, 1992, 1997 e 2003;
Srinavasan e Watinkson, 2003).
E F
Teste de
Testes em
incrustação em
células com Escoamento
agitação anular
D G H
A
Termodinâmica Controle e Tecnologia de
Caracterização
e modelagem Mitigação Transferência
de depósitos
molecular
B
Propriedades C
interfaciais e Processos de
Reológicas Transferência
36
a estrutura do depósito formado e sua quantidade. Estes dados são então repassados para
os trabalhos de modelagem do Subprojeto D e experimentos dos subprojetos E e F.
(Berrueco et. al. 2008; Venditti et. al. 2009; Chan et. al. 2008)
37
superficiais. Na construção da célula, um cilindro aquecido por resistência é colocado
na base de um pequeno vaso recipiente, representando a seção de um tubo de troca de
calor conforme podemos ver na figura (13):
38
2.4 - Modelos de incrustação para reação química
Crittenden et. al. (1992), realizou estudos utilizando dados coletados durante o
período de 3 anos em uma unidade de destilação, onde foi possível determinar
correlação entre a taxa de incrustação total do equipamento e sua temperatura de parede.
Esta correlação foi posteriormente utilizada com sucesso para prever a redução de
eficiência térmica da bateria de preaquecimento, operando com petróleos “leves”. Este
trabalho forneceu dados relevantes da incrustação em unidades industriais. No entanto,
como os estudos provem de dados operacionais, a faixa de resultados é limitada.
Resultados consistentes de velocidade e temperatura foram reportados neste estudo,
podendo ser constatado que o decréscimo na velocidade de escoamento e o aumento na
temperatura de operação levaram ao aumento da incrustação observada.
39
Polley et. al.(2002) apresentou um modelo baseado nos resultados experimentais
obtidos por Knudsen et. al.(1999) e similar ao proposto por Patterson e Fryer (1985)
com dependência explicita com a temperatura de parede, ao invés da temperatura de
filme, e um termo de remoção análogo ao proposto por Crittenden et. al.(1987).
40
.
Kern e Seaton (1959) mostraram que se a taxa do aumento do depósito m d for
.
assumida constante, e a taxa de remoção m r for diretamente proporcional a massa
m f do depósito por unidade de área da superfície, então:
θ
R f = R *f 1 − exp − (10)
θC
m2 K
onde R*f é a magnitude assintótica da resistência térmica de incrustação , R f é
kW
m2 K
a resistência térmica do depósito incrustado , θ C é o tempo característico da
kW
incrustação ( s ) , θ é o tempo ( s ) .
41
Paterson e Fryer (1985) consideraram em seu modelo que a incrustação tem
início após o período de indução, sendo denominada de constante da taxa de incrustação
inicial, ri (t ) . A constante da taxa de incrustação inicial é determinada através da
inclinação da curva acima apresentada, sendo função da temperatura de parede e
velocidade.
Em seu trabalho, Paterson e Fryer (1985) fizeram uso de uma relação para a
constante da taxa de incrustação inicial definida por Crittenden et al.(1987):
E
exp −
RTW (11)
ri (T ) ∝
u
r = ri C n (12)
dBi
ri = (13)
dt
42
Após testes experimentais e baseados em observações feitas por Crittenden et.al.
(1987) obtiveram a seguinte equação:
dBi E 1
= ri = β s exp − (14)
dt RTw u
RTOTAL = Ro + R f (15)
da camada de incrustação (m 2 K / kW ) .
43
Reescrevendo a equação (15) em termos do coeficiente global de transferência
de calor, tem-se a equação (11):
1 1 R 1 x
= + f = +
UAr U o Ar Ar U o Ar λd Ar (16)
rearranjando, obtem-se:
1 1 R 1 + U o Ar
= + f = (17)
UAr U o Ar Ar U o Ar
Uo
=1 + U o R f (18)
U
ou
Uo U x
= 1 + o = 1 + Bi
U λd (19)
onde Bi = R f U o
.
Utilizando a definição do número de Reynolds, pode-se chegar a uma relação de
deposição na equação do modelo de Paterson e Fryer (1985) que envolve o efeito das
propriedades viscosas do fluido:
ρuD
Re = (20)
µ
Rearranjando,
1 vD
= (21)
u Re
onde v = ρ µ .
Substituindo a equação 16 na equação do modelo de Paterson e Fryer (1985)
equação (14), obtem-se:
44
E
β S vD exp −
(22)
d ( Bi )
= RT fi
dt Re
dBi k d* E
= exp − − k r Bi (23)
dt Re RT fi
termo de remoção do depósito que consegue avaliar tanto a taxa de deposição quanto a
taxa de remoção como uma função da velocidade do fluido. De um modo geral, o
modelo de Belmar e Beiny (1993) é idêntico ao modelo de Fryer e Slater (1986), exceto
o termo de deposição, que é inversamente proporcional ao número de Reynolds.
45
temperatura do filme (média aritmética entre a temperatura da interface depósito-fluido,
T fi , e a temperatura de parede Tw for considerada constante.
A primeira correlação proposta por Ebert e Panchal (1995) para prever a taxa de
incrustação é definida por:
dR f E
= α Re β exp − − γτ w (24)
dt RT
film
dR f
onde é a taxa de incrustação devido a resistência térmica (m 2 K / kW ) , T film é a
dt
temperatura de filme (K), α ' é uma constante do modelo Ebert e Panchal (1995)
(m 2 K / hW ) , β é uma constante adimensional do modelo e γ é a constante do termo
O equilíbrio dos dois termos ocorrerá quando a taxa líquida for zero, ou seja, a
incrustação nula, ou quando for atingido um valor assintótico.
46
Logo em seguida a este modelo, Ebert e Panchal (1999) o aperfeiçoaram
utilizando dados experimentais e em 1997 ajustaram as constantes na equação como na
tabela (5):
− Eac
dR f β
= α Re Pr − 0.33
− γτ w
RT f
e (25)
dt
β = −0.88
Eact = 68kJ / mol
R = 8.314 x10 −3 kJ / mol K
dR f m2 K dR f m2 K kW
Para em Para em
dt J dt h
2 2
m K m K kW
α = 8.39 α = 30.2 x 10 6
J h
m 2 K kW
γ = 4.03 x 10 −11 (m 2 / N )(m 2 K / J ) γ = 1.45 x 10 ( m / N )(
−4 2
)
h
Ebert e Panchal (1999) compararam a equação (25) com dados coletados pela
Exxon em uma de suas refinarias e os resultados são apresentados na figura (15):
47
Figura 15 - Comparação da equação (20) com dados Experimentais da Exxon. (Ebert e Panchal 1999)
Portanto a grande contribuição dos estudos realizados por Ebert e Panchal (1995
e 1999) foi revelar que, para os óleos testados, existe uma região de operação onde o
equipamento teoricamente não incrustaria e que esta região cresce proporcionalmente
com a velocidade de escoamento, e conseqüentemente com a tensão de cisalhamento
como mostrado na figura (16).
48
Sabendo como a curva acima varia com a temperatura teoricamente poderia
permitir aos engenheiros projetar e operar trocadores de baterias de pré-aquecimento na
região de não incrustação. Deve ficar claro que qualquer curva como a apresentada
acima precisa ser uma função de muitas variáveis (geometria do trocador, velocidade,
temperatura de superfície, temperatura do meio e composição do óleo) para maior
acurácia dos resultados.
Polley et. al. (2002) testaram o modelo de Ebert e Panchal (1999) e verificaram
que não estavam conseguindo aproximar os valores obtidos por Knudsen et. al. (1999).
Desta forma, Polley et.al.(2002) fizeram as seguintes modificações no modelo de Ebert
e Panchal (1999):
dR f −E
= α Re −0,8 Pr − 0,33 exp − γ Re0,8 (26)
dt RTw
(2002) (m 2 K / Wh ) .
Polley et.al. (2002) testaram seu modelo com dados experimentais obtidos por
Knudsen et.al. (1999). Em seus experimentos, mostraram a existência de uma
temperatura de início da incrustação sob certas condições de escoamento e temperatura
49
para uma amostra de óleo. Os experimentos de Knudsen et.al.(1999) foram realizados
em uma célula de testes com a velocidade do fluido na região de completa turbulência
variando entre 0,91 – 3,0 m/s e com duas temperaturas, 149ºC e 204°C. Os resultados
obtidos por Knudsen et.al.(1999) e Polley et.al.(2002) são comparados na figura 17
abaixo:
350
300
Temperatura (°C)
100
0,91 1,68 2,44 3,05
Velocidade (m/s)
Figura 17- Comparação entre o modelo modificado de Polley et.al. (2002) com os dados de Knudsen et.al.
(1999).
− E act
dR f β RT f
= α Re e
− γ Re0.4 (27)
dt
50
Assim como nos modelos anteriores, a equação proposta possui um termo de
deposição e outro de remoção. No modelo de Nasr e Givi (2006), a taxa de incrustação é
independente do número de Prandtl e o expoente β deve ser determinado a partir de
dados experimentais, para cada tipo de petróleo utilizado.
α , Re, E , R, T film , β , γ , τ w
dR f E
= α Re β Pr − 0,33 exp − − γτ w
dt RT
Ebert e Panchal (1999) film
A priori uma diferença que pode ser observada é o fato de alguns modelos
analisarem a incrustação em termos do número de Biot e outros em termos da
resistência térmica. No entanto, a real diferença entre os modelos são suas constantes
51
acompanhadas de seus valores absolutos. Na seqüência deste trabalho só serão
utilizados os modelos que analisam a taxa de incrustação a partir da resistência térmica.
52
Capítulo 3 - Formulação do problema
53
2. Os dados operacionais da unidade, incluindo os sensores de vazão e
temperatura instalados na bpa, são lidos através do sistema de
monitoramento em tempo real PI Process Book;
1 1
R f (t ) = − (28)
U op U c
Xist® PI
Process Book
BME
1. Efetuar com maior rigor o balanço de massa e energia para a toda a bpa.
54
3. Melhorar substancialmente a estimativa do Uc para todos os trocadores
devido ao uso de correlações mais precisas;
TeP58 TeP61
TeP57
VB TeGOP
TeP59 tsP59
Para simplificarmos, deste ponto em diante vamos nos referir aos equipamentos
analisados como:
55
Tabela 7 – Instrumentos utilizados no monitoramento da 3º bpa da U-210 da Revap.
Instrumentos de Vazão
VA Vazão de Petróleo pelo Ramal A
VB Vazão de Petróleo pelo Ramal B
Instrumentos de Temperatura no lado do Petróleo
teP57 Temp. de entrada do P-21057
tsP57 Temp. de entrada do P-21058
tsP58 Temp. de entrada do P-21061
tsP61 Temp. de saída do P-21061
teP60a Temp. de entrada do P-21060 A
tsP60a Temp. de entrada do P-21060 B
tsP60b Temp. de entrada do P-21059
tsP59 Temp. de saída do P-21059
Instrumentos de Temperatura no lado Quente
TeP57 Temp. de entrada de Quench no P-21057
TsP57 Temp. de saída de Quench no P-21057
TeP58 Temp. de entrada de RV no P-21058
TsP58 Temp. de saída de RV no P-21058
TeP61 Temp. de entrada de GOR no P-21061
TsP61 Temp. de saída de GOR no P-21061
TeGOP Temp. de entrada de GOP nos P-21060 A/B
TsGOP Temp. de saída de GOP nos P-21060 A/B
TeP59 Temp. de entrada de RCInf no P-21059
TsP59 Temp. de saída de RCInf no P-21059
56
3.2 - Filtros implementados
57
Figura 20 – “Cross” de temperatura em um trocador de calor (HTRI, 2011).
3. Queda de vazão abaixo de 50% da média móvel: Esta condição pode indicar
procedimento de parada da unidade;
3.2.1 - Fator F e P
Na figura (21) apresentamos um trocador com dois passes nos tubos e um passe no
casco:
Figura 21 – Trocador de Calor Casco e Tubo com dois passes nos tubos.
58
O fluido quente encontra-se no casco. Considerando que o fluido do casco
encontra-se misturado o suficiente para desconsiderarmos efeitos de má distribuição de
temperatura (estratificação térmica), podemos assumir que o escoamento do casco é
paralelo ao dos tubos, ou seja, a qualquer distância ao longo do comprimento do
trocador de calor, se tomarmos a seção transversal do casco, esta apresentará a mesma
temperatura em qualquer ponto.
Q = UA∆Tm
A diferença de temperatura média ∆Tm é a diferença média de temperatura real
encontrada em um trocador com dois ou mais passes nos tubos. Por conveniência
relacionarmos ∆Tm com a condição de contra corrente puro. Para isto, multiplicamos
∆Tml por um fator de correção chamado fator F:
Portanto, a taxa de transferência de calor, para trocadores com dois ou mais passes
nos tubos pode ser escrita como:
(∆T )1 − (∆T )2
q = UAF = UAF ∆T
(∆T )1
(30)
ML
ln
(∆T )2
59
(T [
− Tq , s ) + (T f , s − T f , e ) ln (Tq , e − T f , s )/ (Tq , s − T f , e )
2 2
] (31)
F=
q ,e
T + T − T − T + (T − Tq , s ) + (T
2
− T f , e )
2
ln q , e q , s f ,e f ,s q ,e f ,s
[
(Tq , e − T f , s − Tq , s − T f , e ) ]
T + T − T − T −
q ,e q,s f ,e f ,s (T
q,e − Tq , s ) + (T
2
f ,s − T f , e )
2
W f C Pf Tq ,e − Tq ,s
R= = (32)
WqC Pq T f ,s − T f ,e
T f , s − T f ,e
P= (33)
Tq , e − T f , e
R 2 + 1 ln[(1 − P ) / (1 − PR )]
F=
( (
2 − P R + 1 − R 2 + 1
(R − 1)ln
)) (34)
(
2 − P (( R + 1) + R 2 + 1 )
Portanto, o fator F é sempre correlacionado em termos de dois parâmetros
adimensionais, a efetividade térmica do trocador P e a razão entre as capacidades
térmicas dos dois meios R. Trocadores com múltiplos passes são sempre projetados com
uma regra básica de F ≥ 0.75 , porém este critério pode levar a projetos sensíveis a
flutuações de processo, como podemos ver na figura 23 abaixo:
R=10 R=5 R=4 R=3 R=1.8 R=1.6 R=1.4 R=1.2 R=1.0 R=0.8 R=0.6 R=0.5 R=0.4 R=0.2 R=0.1
R=2
60
R=10 R=2 R=1 R=0.1
Uma linha de derivada constate foi então traçada considerando R=1, com F=0.75:
61
como podemos verificar na figura 24:
∂F
∂P = − 2. 8
R
Figura 24 – Derivada constante para limite de Pmax (Armad et. al., 1988).
Portanto, para qualquer valor de R existe um valor máximo assintótico para P, que
podemos chamar de PMAX. Ahmad et. al. (1988) propôs a seguinte equação:
2
Pmax =
R +1+ (R 2
)
+1
(37)
Um trocador que atingir P = Pmax ainda não poderá ser considerado resiliente as
variações de processo, podemos definir, portanto, um percentual de Pmax:
62
ajustados aos dados operacionais obtidos no monitoramento e desta forma buscamos
prever, para as condições futuras, a evolução da resistência de depósito. Os resultados
são posteriormente analisados no programa Mathematica. A metodologia de cálculo
implementada para a tensão de cisalhamento, ∆Tml , temperatura de parede e filme
encontra-se em livros de transferência de calor especializados em trocadores de calor e
equipamentos de processo, o qual podemos citar como referência Hewitt (1994) e Kern
(1959). Considerando como exemplo a correlação apresentada por Polley et al. (2002):
dR f E
= α Re − 0,8 Pr − 0,33 exp − act − γ Re 0,8 (39)
dt RTw
cuja solução, assumindo-se velocidade constante no interior dos tubos é:
E
R f = α Re − 0,8 Pr − 0,33 exp − act t − γ Re 0,8 t + C (40)
RTw
~ tf
U (α , Eact , γ ) = ∑ ( R f (t ) + C − R fop (t )) 2 (41)
t =1
63
alguns pontos foram retirados da base de dados após a aplicação dos filtros apresentados
anteriormente aos dados operacionais. Portanto, verificou-se a aderência dos modelos
no restante dos pontos de medição, totalizando aproximadamente 6970 pontos.
Considerando o tempo total de monitoramento, isto representa aproximadamente 5 anos
de operação.
Ebert e Panchal:
2
tf
E
t − γτ wt + α Re − β Pr − d exp − E t − γτ wt + C − R fop (t )
~
U = ∑ α Re − β Pr − b exp −
t =1
RT RT (45)
f t f c
Nasr e Givi:
2
~
tf
E
U = ∑ α Re − β exp − t − γ Re 0.4 t + α Re − β Pr −d exp − E t − γ Re 0.4 t + C − R fop (t )
t =1
RT RT (46)
f t f c
64
3.4 – Método de otimização – Particle Swarm
A técnica de otimização Particle Swarm (PS), cuja tradução pode ser feita como
método do Enxame de Partículas é uma técnica de otimização estocástica criada em
1995 por um engenheiro elétrico (Russel Eberhart) e por um psicólogo (James
Kennedy) como uma alternativa aos métodos de algoritmos genéticos. Este método foi
desenvolvido a partir das observações do comportamento de grupos e é baseado no
comportamento social de várias espécies. Verificou-se que o grupo é influenciado pela
experiência individual, acumulada por cada indivíduo (individualidade), bem como a
experiência acumulada pelo grupo (sociabilidade), e tenta equilibrar a individualidade e
a sociabilidade na tentativa de localizar o ponto ótimo de interesse. A idéia original de
Kennedy e Eberhart veio da observação dos pássaros procurando por um local propício
para o ninho.
U ik +1 = U ik + vik +1 (47)
65
onde:
66
INÍCIO
k=k+1
Sim
I=N?
K=0 N=Tamanho da
população N° máximo de
vK=0 iterações alcançado?
Gerar a matriz da população Não S (melhor membro) Não
Não Convergiu?
Π alcançou um
valor esperado?
I=1+1 A
Sim
Definir α Sim
Definir β
Πg
Pi k +1 Pi k + vik
é o ponto
FIM
ótimo
I=1 A
Gerar vetores
Determine
vik +1 = αvik + βr1i (Π i .Pi k )
randômicos r1i e r2i Πi e Π g
+ β r2i (Π g .Pi k )
67
Capítulo 4 - Resultados e Discussões
68
realizadas anteriormente por autores como Crittenden et. al. (1992), Watiknson et. al.
(2003) e Polley et. al. (2007).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 27 –Resistência de incrustação operacional: (a) P57; (b) P58 (c) P59; (d) P60a; (e) P60b; (f) P61.
69
A tabela (9) apresenta o número de pontos de monitoramento retirados da base
de dados, após a aplicação dos filtros mencionados na seção 3.2.
n° de pontos
Permutador
retirados
P-21057 1981
P-21058 9
P-21059 6
P-21060 A 295
P-21060 B 151
P-21061 447
70
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 28 – Vazão de operação dos trocadores (a) P57, (b) P58, (c) P59, (d) P60a, (e) P60b, (f) P61.
71
slop juntamente com a carga. Esta observação nos leva a concluir que o fundo da torre
recebe o maior impacto quando processamos este tipo de carga. Novas avaliações
precisam ser realizadas para confirmar a origem destas oscilações a fim de entender
melhor o impacto que o processamento deste tipo de carga tem nesta região da torre.
(a) (b)
(c) (d)
72
(e) (f)
Figura 29 – Temperatura de entrada lado quente e frio (a) P57, (b) P58, (c) P59, (d) P60a, (e) P60b,
(f) P61.
73
O resíduo de vácuo (RV) é a corrente mais pesada do processo de destilação a
vácuo, possui grandes quantidades de metais e asfaltenos em sua composição, além de
sedimentos e produtos de corrosão que provem dos equipamentos a montante da mesma
e se depositam no fundo da torre. Das correntes que trocam calor com o petróleo na bpa
analisada, é a corrente com maior potencial de incrustação.
O Gasóleo Pesado (GOP) é uma retirada lateral da torre de vácuo, sua destinação
geralmente é compor o diesel fornecido pela refinaria e também carga para outras
unidades. Não é considerada uma corrente altamente incrustante.
O Refluxo circulante inferior (RCinf) é uma fração com retirada lateral da torre
atmosférica e tem como objetivo fornecer calor ao petróleo nos trocadores da bpa, de
onde retorna a torre. Possui características semelhantes ao diesel pesado, podendo
muitas vezes ser retirado entre dois produtos, como a querosene e o diesel leve. É a
corrente de menor potencial de incrustação na bateria analisada.
Na tabela (10) organizamos as correntes que trocam calor pelo lado do casco nos
trocadores da bpa, conforme o potencial de incrustação, juntamente com a resistência de
incrustação média obtida de cada trocador ao longo do período de monitoramento.
Podemos verificar a concordância entre o potencial de incrustação das correntes do
casco e a incrustação média observada nos trocadores da bpa.
74
parede do tubo de troca térmica, onde se depositam. Na bpa analisada, a composição do
petróleo permanece a mesma em todos os trocadores, portanto o seu potencial de
incrustação sofre influencia da temperatura e velocidade de escoamento.
Potencial
Corrente Casco Permutador Rf médio
incrustante
75
Conforme apresentamos anteriormente, os trocadores P57 e P58 têm a mesma
composição do fluido pelo lado do casco, nos tubos, o petróleo aquecido no P57 e segue
então para o P58. Quando analisamos o potencial de incrustação pelo lado do casco, os
dois possuem a mesma composição, variando apenas as condições de escoamento e
temperatura, onde verificamos que no P57 a velocidade no casco e nos tubos é maior
que a encontrada no P58, e a temperatura de parede é ligeiramente menor, o que
aparentemente é determinante para a grande queda da resistência de incrustação
observada quando comparamos estes trocadores, sendo aproximadamente 55% menor
no P57, o que indica que a velocidade de escoamento e a composição do fluido do casco
têm papel fundamental na resistência de incrustação observada para estes trocadores.
76
(a) (b)
Pelo lado do casco, podemos verificar uma relação clara entre a velocidade de
escoamento e a evolução da camada de incrustação em todos os trocadores analisados.
Um ponto interessante ocorre quando analisamos o P57 e P58. Os dois operam com
resíduo de vácuo no casco e suas curvas de Rf versus velocidade parecem ser
“complementares”, conforme podemos verificar na figura 32.
77
(a) (b)
Figura 33a/b – Relação de Rf com a velocidade no casco para os trocadores P59, P60a/b e P61.
78
foram excluídos da base de dados. O intervalo utilizado para calibração dos parâmetros
foi igual para todos os três modelos e todos os trocadores da bpa, e correspondeu aos
140 primeiros pontos de medição, representando os dezoito primeiros meses de
monitoramento. Foram utilizadas 2000 iterações para otimização dos parâmetros, sendo
assim possível obter o histórico de convergência para cada modelo em função do
tamanho de população. O tempo máximo de otimização, considerando a população de
1200 elementos foi de aproximadamente 600 segundos e o menor, considerando a
população de 100 elementos, foi de aproximadamente 80 segundos, utilizando CPU
com processador Intel Core 2Duo T7250 de 2GHz, com memória RAM de 4Gb.
4.2.1 - P57
79
Figura 35 - Resistência de Incrustação P57: comparação valor operacional x previsão modelo
Polley (2006).
Figura 36 - Resistência de Incrustação P57: comparação valor operacional x Previsão modelo Nasr
e Givi (2006).
Nos gráficos acima, no 23°, 41° e 55° mês o equipamento foi aberto para
inspeção e limpeza, segundo histórico fornecido pela refinaria. Nestes pontos a
resistência de incrustação foi assumida como o valor observado da incrustação na
primeira leitura realizada após o evento. A tabela (12) mostra os valores encontrados
pela rotina de otimização para os parâmetros de cada modelo utilizado. Os resultados
obtidos estão em concordância com os encontrados na literatura, conforme podemos
verificar na tabela (13).
80
Tabela 12 – Parâmetros encontrados pela rotina de otimização para os modelos utilizados.
tubos casco
Modelo α β Pr-b Ea γ α β Pr-d Ea γ
m2K/J - - kJ/mol m2K/J.Pa m2K/J - - kJ/mol m2K/J.Pa
Ebert Panchal 9,8 0,84 0,77 75,3 5,35E-14 2,49 0,62 0,47 83,7 3,60E-13
Polley 25,7 0,83 0,31 89,8 1,06E-20 0,08 0,46 0,23 75 2,71E-13
Nars & Givi 1,5 1 - 69,7 3,50E-18 0,01 0,48 - 70,9 4,21E-12
tubos casco
-b
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr-d Ea γ
m2K/J - - kJ/mol m2K/J.Pa m2K/J - - kJ/mol m2K/J.Pa
Uma observação importante que deve ser destacada em relação a tabela 12 é que
os parâmetros apresentados nos modelos originais referem-se, em sua maioria, a
petróleos “leves” e foram calibrados em laboratório para a incrustação no interior dos
tubos. Resultados diferentes obtidos em outros estudos utilizando dados operacionais
têm sido reportados na literatura (Watiknson e Wilson, 1997).
1 N
µ= ∑ R f − R f calculado
N i =1 op (49)
2
1 N
σ= ∑ R f − R f calculado
N − 1 i =1 op
(50)
81
O erro RMS representa conjuntamente o erro médio absoluto e o desvio padrão,
dado pela expressão:
RMS = µ 2 + σ 2 (51)
82
(a) (b)
(c)
4.2.2 - P58
Para o trocador P58, podemos verificar os resultados obtidos nas figuras 48 a 40.
Assim como o trocador P57, houve três paradas de manutenção e limpeza ao longo dos
dados monitorados, no 23°, 41° e 55° mês de operação. A resistência foi atribuída em
maior parte ao lado do casco. No gráfico abaixo a única região que não foi possível
acompanhar a resistência operacional foi entre o 55° e 65° mês de operação, talvez
devido a alguma variação na carga processada, pois em seguida os modelos voltam a
prever a incrustação de forma satisfatória.
83
Figura 38 - Resistência de Incrustação P58: comparação valor operacional x Previsão modelo Ebert
e Panchal (1999).
Figura 40 - Resistência de Incrustação P58: comparação valor operacional x Previsão modelo Nasr
e Givi (2006).
84
entrada, assim como o resultado obtido para o trocador P57. Na tabela 15 verificamos
os resultados obtidos para os parâmetros de cada modelo.
Tubos Casco
-b
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr-d Ea γ
(m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa) (m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa)
Ebert Panchal 3,3 1,00 0,93 50,5 6,72E-11 3,7 0,81 0,44 76,6 2,23E-19
Polley 19,6 0,85 0,82 67,8 2,12E-14 36,0 1,00 0,79 73,0 1,15E-19
Nars & Givi 0,7 0,97 - 57,2 3,65E-16 0,6 1,00 - 72,8 1,32E-20
Calibração Previsão
n° de erro desvio erro desvio
n° modelo erro RMS erro RMS
partículas médio padrão médio padrão
(m2K /W) (m2K /W)
(m2K /W) (m2K /W) (m2K /W) (m2K /W)
Podemos verificar na tabela (16) que o modelo de Nasr e Givi com 600 pontos
apresentou o menor valor para o erro na previsão da resistência de incrustação. Nas
figuras 41 (a) a (c) apresentamos a convergência em função do número de pontos, onde
observamos que o modelo de Ebert e Panchal apresentou a melhor taxa de
convergência.
85
(a) (b)
(c)
Figura 41 - P58: Histórico de convergência.
4.2.3 - P59
Nas figuras 42, 43 e 44 observamos o resultado obtido para o trocador P59. Este
equipamento tem uma parada para limpeza registrada no 55° mês de operação. Podemos
verificar que a região entre o 40° e 55° mês os modelos não apresentaram boa
concordância com a resistência operacional calculada, o que pode representar alguma
variação na característica da carga pois após a parada do equipamento para limpeza, os
modelos voltam a prever a resistência de forma satisfatória. Os parâmetros foram
calibrados utilizando os dados até o 16° mês de operação e encontra-se na tabela (17).
86
Figura 42 - Resistência de Incrustação P59: comparação valor operacional x Previsão modelo Ebert
e Panchal (2006).
Figura 44 - Resistência de Incrustação P59: comparação valor operacional x Previsão modelo Nasr
e Givi (2006).
87
Na tabela 17 abaixo, apresentamos os parâmetros dos modelos para o trocador P59:
tubos casco
-b
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr-d Ea γ
(m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa) (m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa)
Ebert Panchal 88,9 0,97 0,88 74,4 5,23E-12 17,8 0,97 0,61 84 3,87E-12
Polley 0,34 0,18 0,87 80,6 7,15E-14 0,01 0,56 0,15 78,9 7,90E-22
Nars & Givi 1,67 0,71 - 89,7 1,80E-17 4,23 0,78 - 89 2,28E-13
calibração Previsão
n° de
n° Modelo erro desvio erro erro desvio erro
partículas
médio padrão RMS médio padrão RMS
1 Polley 100 3,81E-02 4,30E-01 1,35E-01 1,86E-02 1,07E-04 7,07E-05
2 Polley 300 1,32E-03 9,30E-05 1,25E-07 1,30E-03 1,86E-07 1,19E-07
3 Polley 600 4,60E-04 3,90E-06 9,79E-09 1,57E-05 9,87E-10 2,97E-12
4 Polley 1200 1,12E-03 7,94E-05 8,37E-08 1,12E-04 3,89E-09 3,29E-10
5 E&P 100 8,50E-04 2,38E-05 4,28E-08 3,68E-04 9,04E-09 5,74E-09
6 E&P 300 7,97E-04 1,95E-05 3,66E-08 3,38E-04 7,55E-09 4,68E-09
7 E&P 600 6,64E-04 1,24E-05 2,36E-08 1,53E-04 1,87E-09 7,00E-10
8 E&P 1200 8,11E-04 2,14E-05 3,82E-08 3,13E-04 6,42E-09 3,88E-09
9 Nars & Givi 100 7,24E-04 1,55E-05 2,91E-08 2,18E-04 3,21E-09 1,63E-09
10 Nars & Givi 300 1,43E-03 9,56E-05 1,50E-07 9,90E-04 8,98E-08 6,20E-08
11 Nars & Givi 600 1,23E-03 6,41E-05 1,05E-07 7,89E-04 5,20E-08 3,58E-08
12 Nars & Givi 1200 7,17E-04 1,44E-05 2,84E-08 2,27E-04 3,47E-09 1,80E-09
88
(a) (b)
(c)
Figura 45 - P59: Histórico de convergência.
4.2.4 - P60A
89
Figura 46 - Resistência de Incrustação P60a: comparação valor operacional x Previsão modelo
Nasr e Givi (2006).
90
Na tabela (19) abaixo apresentamos o valor obtido para os parâmetros dos
modelos utilizados para o trocador P60a, também apresentando-se coerente com os
valores de literatura apresentados na tabela (13).
tubos casco
-b -d
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr Ea γ
(m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa) (m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa)
Ebert Panchal 0,66 0,98 0,68 85,7 6,06E-16 0,09 0,23 0,65 87 2,02E-11
Polley 0,08 0,62 0,17 71,5 5,05E-15 36,00 0,83 0,17 80,3 1,00E-13
Nars & Givi 0,14 0,30 - 89,9 3,27E-13 0,05 0,47 - 85,2 5,39E-13
calibração Previsão
n° de
n° Modelo partículas erro desvio erro desvio
erro RMS erro RMS
médio padrão médio padrão
1 Polley 100 5,44E-06 1,01E-05 1,40E-12 3,35E-04 1,32E-07 4,57E-09
2 Polley 300 8,83E-04 1,16E-05 4,69E-08 6,80E-05 1,07E-07 1,00E-10
4 Polley 600 7,15E-04 9,30E-06 2,83E-08 1,40E-05 1,10E-07 2,25E-12
6 Polley 1200 8,13E-04 1,08E-05 3,85E-08 3,45E-05 1,07E-07 1,95E-11
1 E&P 100 7,88E-04 2,29E-05 3,56E-08 6,36E-04 1,71E-07 2,13E-08
2 E&P 300 3,48E-04 1,39E-05 5,02E-09 4,50E-04 1,42E-07 9,28E-09
4 E&P 600 1,23E-04 9,76E-06 4,14E-10 3,27E-04 1,27E-07 4,33E-09
6 E&P 1200 8,41E-04 2,76E-05 4,17E-08 6,85E-04 1,81E-07 2,55E-08
1 Nars & Givi 100 1,40E-03 4,70E-05 1,41E-07 9,10E-04 2,31E-07 4,99E-08
3 Nars & Givi 300 3,50E-04 1,38E-05 5,11E-09 4,42E-04 1,40E-07 8,90E-09
5 Nars & Givi 600 2,50E-04 1,15E-05 2,27E-09 3,90E-04 1,33E-07 6,60E-09
6 Nars & Givi 1200 1,60E-03 5,77E-05 2,05E-07 9,83E-04 2,53E-07 6,10E-08
Nas figuras 49 a-c abaixo podemos verificar o histórico de convergência dos três
métodos para o P60a:
91
(a) (b)
(c)
Figura 49 – P60a: Histórico de convergência.
4.2.5 - P60B
92
Figura 50 - Resistência de Incrustação P60b: comparação valor operacional x Previsão modelo
Nasr e Givi (2006).
93
Nas tabelas 21 e 22 apresentamos os parâmetros dos modelos calibrados para o
trocador P60b assim como os parâmetros de otimização.
tubos casco
-b -d
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr Ea γ
(m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa) (m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa)
Ebert Panchal 29,0 1 0,69 90,0 4,75E-16 7,86 0,74 0,34 89,4 5,78E-11
Polley 81,0 0,84 0,78 90,0 2,62E-15 73,50 0,99 0,51 87,6 4,29E-14
Nars & Givi 86,8 1,00 - 90,0 5,30E-13 1,05 0,96 - 74,4 1,45E-12
calibração Previsão
n° de
n° erro desvio erro desvio
Modelo partículas erro RMS erro RMS
médio padrão médio padrão
1 Polley 100 1,60E-04 5,40E-05 8,81E-10 2,17E-04 1,46E-07 1,61E-09
2 Polley 300 3,16E-05 3,50E-05 4,20E-11 1,81E-06 1,26E-07 1,65E-10
3 Polley 600 4,64E-05 4,03E-05 7,82E-11 1,62E-04 1,43E-07 7,95E-10
4 Polley 1200 1,16E-03 7,00E-05 9,00E-08 5,74E-04 1,76E-07 1,67E-08
1 E&P 100 1,13E-04 3,91E-05 3,85E-10 5,42E-05 1,21E-07 5,77E-11
2 E&P 300 9,21E-05 4,07E-05 2,56E-10 4,92E-05 1,20E-07 4,58E-11
3 E&P 600 1,22E-05 4,48E-05 3,99E-11 6,37E-05 1,21E-07 8,52E-11
4 E&P 1200 8,01E-05 4,22E-05 1,98E-10 3,58E-05 1,21E-07 2,13E-11
1 Nars & Givi 100 6,18E-04 4,98E-05 2,00E-08 1,97E-04 1,26E-07 1,28E-09
2 Nars & Givi 300 3,95E-03 3,55E-04 1,72E-06 1,58E-03 4,76E-07 1,90E-07
3 Nars & Givi 600 5,87E-04 5,43E-05 1,77E-08 2,15E-04 1,27E-07 1,58E-09
4 Nars & Givi 1200 2,48E-03 1,65E-04 5,62E-07 9,90E-04 2,56E-07 6,17E-08
94
(a) (b)
(c)
Figura 53 – P60a: Histórico de convergência.
4.2.6 – P61
Figura 54 - Resistência de Incrustação P61: comparação valor operacional x Previsão modelo Ebert
Panchal (2006).
95
Figura 55 - Resistência de Incrustação P61: comparação valor operacional x Previsão modelo
Polley (2006).
Figura 56 - Resistência de Incrustação P61: comparação valor operacional x Previsão modelo Nasr
e Givi (2006).
tubos casco
-b -d
Modelo α β Pr Ea γ α β Pr Ea γ
(m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa) (m2K/J) - - (kJ/mol) (m2K/J.Pa)
Ebert Panchal 2,0 0,8 1 70,4 3,63E-12 1,3 0,5 0,68 89,3 7,73E-19
Polley 25,2 0,83 0,40 80,5 1,23E-14 27,5 1,0 0,40 88,4 1,53E-18
Nars & Givi 54,6 0,78 - 90 1,39E-12 5,4 0,89 - 88,4 1,31E-17
96
Tabela 24 - Parâmetros de otimização do trocador P61.
calibração Previsão
n° de
n° Modelo partículas desvio erro erro desvio erro
erro médio
padrão RMS médio padrão RMS
Verificamos a partir da tabela (24) que o modelo de Polley com 1200 pontos foi
o que apresentou melhor resultado para a previsão da incrustação futura do
equipamento. Nas figuras 57 de (a) a (c) verificamos a taxa de convergência dos
modelos. Apesar do modelo de Polley apresentar pior taxa de convergência foi o que
obteve o melhor resultado para a previsão da incrustação.
(a) (b)
97
(c)
Figura 57 – P61: Histórico de convergência.
98
4.3- Análise de erro dos dados operacionais
1 1
Rf = − (52)
U op U cl
R f = R f (U cl , U op ) (53)
∂R f ∂R f (54)
dR f = ∂U cl + ∂U op
∂U cl ∂U op
∂R f ∂R f (55)
δR f = δU cl + δU op
∂U cl ∂U op
O pior valor para δR f ocorre quando todos os termos do lado direito da igualdade são
∂R f ∂R f (56)
δR f = δU cl + δU op
∂U cl ∂U op
99
∂R f 1 (57)
= 2
∂U cl U cl
Da mesma forma, derivando em relação à U op obtemos:
∂R f 1 (58)
=−
∂U op U op2
δU cl δU op
δR f = 2
+ (59)
U cl U op2
equação 60 abaixo:
Q = UFA∆Tml (60)
T − t
Q ln 1 2
U op = T2 − t1 (61)
Ao [(T1 − t 2 ) − (T2 − t1 )]
δU op δU op δU op δU op δU op
δU = δQ + δt1 + δt 2 + δT1 + δT2 (62)
δQ δt1 δt 2 δT1 δT2
Portanto
100
δU op δQ 1 Z Y Y Z
= + − 1δt1 + 1 − δt 2 + − 1δT1 + 1 − δt 2 (63)
U op Q W ln X ln X ln X ln X
Onde:
T − t
X = 1 2 (65)
T2 − t1
W
Y= (66)
(T1 − t 2 )
W
Z=
(T2 − t1 )
(67)
Q = MC P (t 2 − t1 ) (68)
δQ δQ δQ (69)
δQ = δM + δt1 + δt 2
δM δt1 δt 2
ou
e conseqüentemente
δQ δM δt1 + δt 2 (71)
= +
Q M (t 2 − t1 )
Os resultados nas figuras 58 a-f abaixo nos permitem concluir que erros nos
dados de entrada, como a medição de temperatura e vazão, podem ter grande efeito no
101
resultado obtido para a resistência de incrustação, sendo fortemente dependente da
diferença de temperatura entre os fluidos. Quanto menor a diferença nas temperaturas
de entrada de ambos os fluidos, maior as chances de se obter erro no cálculo da
resistência de incrustação (Crittenden et. al. 1992).
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 58 – Erro potencial no cálculo de Rf a partir de dados operacionais: (a) P57; (b) P58; (c)
P59; (d) P60a; (e) P60b; (f) P61.
102
4.3.2 – Erro devido a metodologia de cálculo de Uop
Q (72)
U op =
FA∆Tml
Uma das aproximações realizadas para se chegar a equação acima foi a de que o
trocador não apresenta estratificação de temperatura, ou seja, em uma seção transversal
específica, a temperatura é igual em qualquer ponto. Conforme podemos observar na
figura 59, o escoamento no casco pode ser dividido em cinco correntes; (A) que
apresenta a corrente de fuga entre o tubo e a chicana, a corrente (B) que representa o
fluxo através do feixe de tubos, (C) que representa a corrente de fuga entre o feixe e o
casco, a corrente (E) que representa a corrente de fuga entre a chicana e o casco e a
corrente (F) que representa a corrente de fuga através do divisor de passes do
equipamento, se este estiver em paralelo com a direção do escoamento.
103
seção transversal do casco, conforme podemos verificar na figura (60). A corrente B é a
que efetivamente troca calor com o fluido no interior dos tubos. Em um trocador de
calor onde ocorre severa estratificação, as correntes de escoamento menos efetivas
atravessam todo o comprimento do feixe de tubos sem apresentar significativa mistura.
No bocal de saída a mistura obrigatoriamente ocorrerá, fazendo com que a temperatura
resultante lida pelos instrumentos de medição seja maior que a temperatura da corrente
B, que efetivamente trocou calor. Como resultado, será atribuído menor coeficiente de
troca térmica ao equipamento, pois o ∆Tml efetivo no interior do equipamento é menor
104
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 61 – Número de Reynolds do casco: (a)P57, (b)P58, (c)P59, (d)P60a, (e)P60b e (f)P61.
105
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 62 a-f – Coeficientes de transferência de Calor (h): (a) P57 (b) P58 (c) P59 (d)P60a (e)P60b
(f) P61.
106
Capítulo 5 - Conclusões e Sugestões
107
observar na metodologia proposta são os possíveis resultados que a rotina de otimização
pode fornecer para os parâmetros do modelo na busca pelo mínimo da função objetivo,
onde estes podem não corresponder a valores físicos. Esta limitação tornou necessário
limitarmos o espaço de busca, possibilitando que toda a população utilizada na rotina de
otimização esteja contida em um espaço de solução representativo do problema.
108
Concluímos que a metodologia empregada neste trabalho tem potencial para
trabalhos futuros na avaliação e monitoramento de baterias de pré-aquecimento.
Utilizando dados de entrada cada vez mais precisos julgamos que será possível ao longo
do tempo prever com melhor precisão o comportamento dos equipamentos analisados.
Como sugestão de trabalhos futuros, podemos citar:
109
Anexo A – Exemplo de tabela com dados de entrada
Carga
U
Descrição U limpo VZF VZQ Térmica TEF TSF TEQ TSQ RF
operacional
ponto tempo (s) Op
kcal/(h m2 kcal/(h m2
Unidade m3/h m3/h MMkcal/h ºC ºC ºC ºC hm2°C/kcal
C) C)
1 0 25/05/2004 06:00 100,05029 278,92871 422,65 106,58 1,22915 282,2 287,1 325,3 307,8 0,00641
2 14400 25/05/2004 10:00 98,93681 295,11761 428,99 121,86 1,13918 282,5 286,9 321,5 307,2 0,00672
3 604800 01/06/2004 06:00 105,14832 306,16275 455,68 127,40 1,69500 281,6 287,8 336,2 316,3 0,00624
4 619200 01/06/2004 10:00 94,55659 282,17758 448,50 106,16 1,49342 281,7 287,3 335,9 314,8 0,00703
5 633600 01/06/2004 14:00 95,76495 289,48187 444,62 114,51 1,45277 279,9 285,3 331,3 312,1 0,00699
6 648000 01/06/2004 18:00 113,88802 312,34424 434,28 140,81 1,45618 277,9 283,5 321,5 305,8 0,00558
7 662400 01/06/2004 22:00 113,33617 309,74786 432,62 137,95 1,47438 277,5 283,2 322,1 305,8 0,00559
8 1382400 10/06/2004 06:00 105,66632 272,45392 444,47 102,43 1,34565 275,8 280,9 321,6 301,6 0,00579
9 1396800 10/06/2004 10:00 94,78204 254,29588 444,69 87,05 1,20505 276,8 281,3 322,9 301,8 0,00662
10 1411200 10/06/2004 14:00 77,10950 236,50731 449,74 75,07 0,95509 278,3 281,9 322,1 302,7 0,00874
11 1425600 10/06/2004 18:00 84,36390 257,01187 453,35 86,65 1,03706 279,0 282,8 321,9 303,7 0,00796
12 1440000 10/06/2004 22:00 89,27395 256,58276 457,88 87,06 1,15052 279,2 283,4 325,0 304,9 0,00730
13 1828800 15/06/2004 10:00 89,25620 269,66605 459,08 96,50 1,31316 279,3 284,1 330,1 309,5 0,00750
14 1843200 15/06/2004 14:00 91,56928 267,20602 452,47 94,41 1,38049 279,7 284,8 332,4 310,4 0,00718
15 1857600 15/06/2004 18:00 101,35278 280,35373 456,34 104,75 1,60042 280,1 286,0 335,5 312,5 0,00630
16 1872000 15/06/2004 22:00 133,93739 318,52692 450,87 141,90 1,99840 280,5 287,9 333,6 312,3 0,00433
17 2289600 20/06/2004 18:00 63,29721 201,67267 481,54 51,00 0,91197 283,1 286,3 336,2 309,2 0,01084
18 2304000 20/06/2004 22:00 98,56893 305,29559 487,38 120,18 1,54847 285,3 290,6 338,1 318,8 0,00687
19 2678400 25/06/2004 06:00 85,48763 277,55017 456,29 101,43 1,08622 283,0 287,0 325,9 309,6 0,00809
20 2692800 25/06/2004 10:00 77,00552 252,99265 453,12 82,72 0,97100 284,4 288,0 327,8 310,0 0,00903
21 2707200 25/06/2004 14:00 63,21045 226,57205 457,15 64,34 0,77487 286,3 289,1 328,6 310,4 0,01141
22 2721600 25/06/2004 18:00 61,30072 232,91551 457,19 68,87 0,77222 285,4 288,2 327,8 310,8 0,01202
23 2736000 25/06/2004 22:00 89,05425 293,58676 455,24 117,12 1,12708 282,5 286,6 324,4 309,8 0,00782
24 3196800 01/07/2004 06:00 84,36105 290,66782 462,06 110,92 1,01096 286,6 290,3 326,1 312,4 0,00841
25 3211200 01/07/2004 10:00 85,95383 310,16675 461,76 128,81 1,04588 286,1 289,8 325,2 313,0 0,00841
26 3254400 01/07/2004 22:00 88,51081 281,80600 450,43 106,05 1,01122 284,0 287,7 322,6 308,1 0,00775
27 6652800 10/08/2004 06:00 78,67638 287,20187 471,87 108,14 1,03251 283,3 286,9 326,0 311,5 0,00923
28 6667200 10/08/2004 10:00 76,01015 276,28723 457,71 101,51 0,87449 283,4 286,5 321,1 308,0 0,00954
29 6681600 10/08/2004 14:00 78,36601 270,79312 454,75 95,96 0,86446 284,1 287,3 321,0 307,3 0,00907
30 6696000 10/08/2004 18:00 84,55369 282,71014 461,60 105,95 0,92115 285,1 288,4 321,4 308,2 0,00829
31 6710400 10/08/2004 22:00 79,91393 282,67526 449,89 106,90 0,90909 284,5 287,8 321,8 308,9 0,00898
32 9820800 15/09/2004 22:00 114,68998 384,67838 463,79 205,78 1,56188 288,4 294,0 331,6 320,2 0,00612
33 12787200 20/10/2004 06:00 85,52941 322,61090 441,53 145,21 0,87624 289,3 292,6 321,7 312,5 0,00859
34 12801600 20/10/2004 10:00 90,96452 324,23267 441,62 147,22 0,95771 288,3 291,9 321,9 312,0 0,00791
35 12816000 20/10/2004 14:00 111,85460 351,77011 446,54 180,17 1,20143 288,5 293,0 323,3 313,2 0,00610
36 12830400 20/10/2004 18:00 72,08493 290,35416 451,14 110,99 0,81893 289,1 292,1 325,2 314,1 0,01043
37 12844800 20/10/2004 22:00 41,38225 228,40298 437,59 66,52 0,49684 288,8 290,7 326,0 314,8 0,01979
38 15897600 25/11/2004 06:00 89,68304 317,35446 448,78 136,95 1,15393 289,0 293,3 330,4 317,7 0,00800
39 15912000 25/11/2004 10:00 78,97927 301,56711 449,97 120,70 1,02058 289,5 293,2 330,7 318,0 0,00935
40 15926400 25/11/2004 14:00 87,14166 316,93805 457,03 134,95 1,14990 289,4 293,6 331,6 318,8 0,00832
41 15940800 25/11/2004 18:00 96,64206 330,04947 451,37 149,89 1,27061 289,2 293,8 331,5 318,8 0,00732
42 15955200 25/11/2004 22:00 96,24652 329,56879 456,84 149,17 1,24593 289,1 293,6 330,7 318,1 0,00736
43 16416000 01/12/2004 06:00 72,07027 305,74524 455,01 126,41 0,93455 286,6 290,0 326,9 315,8 0,01060
44 16430400 01/12/2004 10:00 72,81351 305,73419 450,54 124,73 0,91498 287,2 290,5 326,4 315,4 0,01046
45 16444800 01/12/2004 14:00 74,87628 306,07156 451,55 125,03 0,91491 287,8 291,2 326,2 315,1 0,01009
46 16459200 01/12/2004 18:00 74,66084 304,08035 452,97 123,38 0,90040 287,7 291,0 325,6 314,6 0,01011
47 16473600 01/12/2004 22:00 70,03438 291,85031 446,34 113,24 0,84093 287,3 290,5 325,2 313,9 0,01085
48 21805200 01/02/2005 15:00 62,54667 288,91284 411,64 110,79 0,77051 291,4 294,5 329,6 319,1 0,01253
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