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Tratamento de

Água e Efluentes
2º. Sem./2010
Eng.Ambiental
Apresentação do Curso

ENGENHARIA AMBIENTAL
Hidrosfera

PROGRAMA DE
DISCIPLINA: TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTE
DISCIPLINA
CURSO:
CARGA HORÁRIA: 60 H SEMESTRE: 8º

2010.2
PROFESSOR: NELSON VIRGÍLIO DE CARVALHO FILHO

Calendário Acadêmico
Início: 28.07.10
1ª. Avaliação: Prova dia 29.09.10
2ª. Avaliação: Seminário (novembro)
Término: 01.12.10
3
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Objetivos
 Identificar as características das águas atestando a
importância do seu tratamento para o consumo
humano, industrial e agropecuário
 Identificar as principais características de efluentes de
origem industrial, rural e urbano para propor um
tratamento adequado.
 Aplicar os métodos avançados e as necessidades
atuais e futuras de desenvolvimento e tecnologia de
baixo custo econômico e ecológico, no tratamento de
água e efluentes.
 Dimensionar os sistemas de estudos de tratabilidade de
efluentes objetivando o reúso de água para garantir
ganhos econômicos, sociais e ambientais compatíveis
e adequados. 5
Programa

I UNIDADE
 Introdução – Histórico – Panorama
 Caracterização das Águas e Esgotos
 Princípios Químicos, Físicos e Biológicos do TA
 Interpretação de Análises e Elaboração de Laudos
 Considerações Projetos e Técnicas de Tratamento
 Tecnologia para Tratamento de Água
 Parâmetros de controle de qualidade de Água
 Legislação Aplicada e Padrões

Visita Técnica: EMBASA – Viera de Melo (data a definir)


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Programa

ETAS BOLANDEIRA

ETA Teodoro Sampaio

ETA Vieira de Mello


Programa

II UNIDADE
 Caracterização e tratamento dos efluentes
industriais:
 galvanoplastia, ind. papel e celulose, têxtil,
laticínios, abatedouros e frigoríficos,
curtumes, ind. química e petroquímica,
farmacêutica, ind. alimentícia e bebidas.
 Controle de Processo e Análise de Custo

Visita Técnica: CETREL (Polo Camaçari) – Data a definir


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Programa

CETREL

Estação Tratamento
Polo
Emissário
Programa

JAR-TEST
Programa
Seminários e Mini Seminários
Programa
Palestras Técnicas e de Mercado

Água Viva Consultoria


Ambiental
Programa
Sistema de Avaliação

Instrumento Peso
I Unidade – Prova I 9
I Unidade – Mini Seminário 1
II Unidade – Seminário 10

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Bibliografia

Básica Biblioteca: zero

• VON SPERLING, Marcos. Princípios Básicos de Tratamento de


Esgotos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996
• VON SPERLING, Marcos. Introdução a Qualidade das Águas e ao
Tratamento de Esgotos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996
• METCALF & EDDY INC. Wastewater Engineering Treatment,
Disposal, Reuse. Fourth edithion International Edition. New York:
McGraw-Hill, 2003

Complementar
• MANCUSO, Pedro C. S. e SANTOS, Hilton F. Reúso de Água. São
Paulo: Ed. Manole, 2003
• TELLES, Dirceu D´Alkmin e COSTA, Regina H. P. G. Reúso de Água:
Conceitos, Teorias e Práticas. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 2007
• EDWARDS, Joseph. D. Industrial Wastewater Treatment. Boca
Raton, Florida: Lewis Publishers, 1995
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Bibliografia

Alternativa
• MIERZWA, José Carlos e HESPANHOL, Ivanildo. Água na Industria
uso Racional e Reuso. Editora Oficina de Textos, 2005
• GIODARNO, Ganhi. Tratamento e Controle de Efluentes Industrias.
Rio de Janeiro: Apostila Curso - UERJ
• CARVALHO F, Nelson Virgilio. Análise das Condições Operacionais
da Estação de Tratamento de Efluentes do Polo Petrquímico de
Ravenna - Itália e Projeto de uma Estação a Lodo Ativado.
Monografia Pós-Graduação em Eng. Química e Petroquimica.
SOGESTA, Itália, 1990

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 Apresentação do Curso

 Introdução: Visão Histórica

 Tratamento de Água para


Consumo Humano: Panorama
Nesta Mundial e Brasileiro
Aula  O papel do Eng.
Veremos ... Ambiental nos Processos
de Tratamento de Água e
Efluentes
Introdução

18
19
Introdução

“A água, essencial ao surgimento e à manutenção da


vida em nosso planeta, é indispensável para o
desenvolvimento das diversas atividades criadas pelo
ser humano, e apresenta, por essa razão, valores
econômicos, sociais e culturais”

(Moran, Morgan e Wierma, 1985 e Beeckman, 1998)

20
Introdução

“O ser humano começou a abandonar a caça como


forma de sustento e iniciou o cultivo das primeiras
culturas e a criação de rebanho”

Como consequência renunciou ao nomadismo e se


concentrou próximo a cursos d’água (ex.:
Mesopotânia)

21
Introdução

Água Ar

Alime
Luz
nto

22
Energia, elemento fundamental da vida
Fornecida por várias fontes existentes na natureza
Consumida de modos diferentes pelos seres vivos
Histórico

 Assentamentos humanos (fim do nomadismo)


 Capacidade de produzir alimentos,
 Água para suprir a dessedentação, a agricultura
incipiente, a higiene e, posteriormente, a diluição de
dejetos.
 Fixação das comunidades humanas em locais
próximos aos rios ou lagos.
 O aumento da população fixada nos assentamentos
urbanos, aliados à expansão industrial, agravou-se a
contaminação das águas superficial e subterrânea
24
Foi esta
necessidade que
fixou a tendência
natural do hmem
em se estabelecer
próximos aos
cursos d’água
(distribuição não
uniforme e não
pode ser produzida
pelo homem)
Água : recurso natural presente
em toda biosfera, sendo
elemento de maior importância
para todas as formas de vida na
terra, percorre um caminho
cíclico em nosso planeta
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Índia

1º. documento a sistematizar uma metodologia de tratamento da


agua: orientava as pessoas a fervura ou exposição da água ao
sol, ao uso de peças de cobre aquecidas que deveriam ser
mergulhadas na água várias vezes, complementado com filtração
e resfriamento posterior em potes cerâmicos

28
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Egito

O uso de sulfato de alumínio para remover


sólidos suspensos. Nas tumbas de Amenophis
II e Ramses II (em períodos diferentes), há
pinturas que descrevem equipamento para
tratamento de água.

29
30
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Roma Antiga

Engenheiros romanos construiram o


sistema de abastecimento de água com
vazão de 490.000 m3/dia para
abastecimento de Roma por meio de
aquedutos
31
Aquadutos Romanos

32
Histórico

Banheiro público romano


“Toalete de Ephesus”
33
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Idade Média

Período de 10 séculos sem avanços


sanitários. Lixo de todo tipo se acumulava
nas ruas, facilitando a proliferação de ratos
e criando sérios problemas de saúde
pública – um dos mais graves foi a
epidemia da peste bubônica, que só na
Europa, causou a morte de cerca de 25
milhões de pessoas. 34
35
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Londres, Inglaterra

A 1ª. ETA tinha a função de coar a água do rio Tâmisa


em filtros de areia.
No final do séc. XVIII, (Revolução Industrial), população
das cidades aumentou muito causando agravamento do
acúmulo de lixo e excrementos nas ruas. Foi necessária
a criação de um sistema de esgotos, risco de deter o
progresso industrial (novas epidemias) e êxodo cidades
36
"Cottonopolis”, na Inglaterra
Gravura feita por Edward Goodall (1795-1870).

37
38
Linha do Tempo

4.000 a.C. 1.500 a.C. Sec. III a.C. 400 a 1400 d.C 1829 1874

Windsor, Inglaterra

Testada pela 1ª. vez a idéia de tratar o esgoto


antes de lançá-lo ao meio ambiente.

em 1843 Hamburgo, Alemanha, pela 1ª. vez foi


adotada construção sistema subterrâneo
captação esgoto
39
“Despoluição do rio Tâmisa”,
na Inglaterra (150 anos)
Epidemias de cólera (1840-1850).

40
A História do Uso da Água no Brasil - http://historiadaagua.ana.gov.br/
No Brasil
Situação do Saneamento - Rio de Janeiro (século XIX)

Um passeio pelo centro de


RJ (Jornal: “O Arlequin”, 1867 - RJ
-

“Tigres” jogando excretas no mar


(Jornal:“A Semana Ilustrada”, 1861 – RJ)
“Poluição do rio Tietê”, SP

43
Como é possível recuperar um rio poluído ? 44
Recursos Hídricos

45
Recursos Hídricos

Água salgadas nos oceanos = 97,5%

Capas de gelo e geleiras = 2,14%

Água subterrânea = 0,61%


Águas superficiais = 0,009%
Umidade do solo = 0,005%
Atmosfera = 0,001%
46
Recursos Hídricos

47
Recursos Hídricos
Alessandra da Silva Faria
Engenheira Sanitarista e Ambiental -
Doutoranda do Programa de Engenharia
Industrial – PEI/UFBA. Mestrado em
Engenharia Ambiental Urbana
(MEAU/UFBA). Especialista em Gestão dos
Recursos Hídricos. Pesquisadora do Grupo
de Recursos Hídricos (GRH/UFBA)

REFERÊNCIAS
1. CONAGUA - Comisión Nacional del
Agua. El Proceso Regional del IV
Foro Mundial del Água, México,
2006.
2. THE WORLD´S WATER. Pacific
Institute.
3. TUNDISI, J. G. Água no Século XXI:
Enfrentando a escassez. São
48
Recursos Hídricos

49
Recursos Hídricos

50
Recursos Hídricos

51
Recursos Hídricos
Conclusões
 África: maior concentração de países cuja
população encontra-se desprovida de níveis
considerados adequados de cobertura de água e
de serviços de saneamento,
 Continentes: níveis de cobertura na área rural
são mais críticos do que na área urbana, em
relação ao saneamento
 Brasil:
 Cobertura (urbana): Água (96%) e saneamento = (83%).
 Cobertura (rural): Água (58%) e saneamento = (35%)

52
Os recursos mundiais de água doce
Relação entre disponibilidade de água e população

Disponibilidade de água por pessoa por ano


Etapas Importantes
Exemplos de países situados na parte superior da lista Exemplos de países situados na parte média da lista Exemplos de países situados na parte inferior da lista
• Terceiro Fórum Mundial de Água, Kyoto, março de 2003 Recursos Recursos Recursos
Rankin Hídricos Rankin Hídricos Rankin Continent Hídricos
Crise da água • Ano Internacional de Água Doce, 2003 Continente País Continente País País
g g g e
• Encontro Mundial de Desenvolvimento Sustentável, Hohannesburgo, 2002 – WEHAB (m³/pessoa.ano) (m³/pessoa.ano) (m³/pessoa.ano)
• Crise de gestão, devido ao emprego de métodos
inadequados; • Conferência Internacional sobre a Água Doce, Bonn, 2001 América do Portuga
• Enfermidades relacionadas com a água; • Segundo Fórum Mundial de Água, Haya, 2000 1 Norte Groenlândia 10.767.857 82 Europa l 6.859 133 Ásia Índia 1.880
• Necessidades básicas de alimentação; • Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), Rio de Janeiro, 1992 – América do Alasca, Estados América do
• Entorno degradado e perigoso; Agenda 21 2 Norte Unidos 1.563.168 94 Norte México 4.624 134 Europa Alemanha 1.878
• Pobreza: sintoma e causa da crise de água. • Conferência Internacional sobre a Água e o Meio Ambiente, Dublin, 1992 (Princípios de Dublin) 3 América do Sul Guiana Francesa 812.121 102 Ásia Coréia 3.464 150 África África do Sul 1.154
• Decênio Internacional de Água Potável e de Saneamento (1981 – 1990) 4 Europa Islândia 609.319 104 Europa França 3.439 167 Ásia Israel 276
• Conferência de Mar del Plata 1977
5 América do Sul Guiana 316.689 106 Ásia Japão 3.383 173 Ásia Arábia Saudita 118
Emirados Árabes
6 América do Sul Suriname 292.566 107 Europa Itália 3.325 178 Ásia Unidos 58
25 América do Sul Brasil 48.314 111 África Nigéria 3.107 180 Ásia Kuwait 10

Água e saneamento A Água e os Alimentos Valoração da Água


A Água e a Saúde A Água e e seus Riscos


Preços comparativos


• O custo da água em alguns países
• 1 bilhão de pessoas não tem acesso a um adequado Desnutrição e Segurança Alimentar Estatísticas Gerais Tendências das emergências alimentares 2001 desenvolvidos:
abastecimento de água. 777 milhões de pessoas nos países em


Usos da Água na Agricultura • A proporção de emergências alimentares provocadas pelo


Entre 1.990 e 2.001 ocorreram 2.200 desastres
desenvolvimento não tem acesso a alimentos suficientes –Canadá: US$ 0,40 por metro cúbico
• 2.4 bilhões de pessoas não tem acesso a um adequado Aproximadamente 70% de toda a água disponível é relacionados com a água. homem está aumentando
e adequados. –Reino Unido: US$ 1.18 por metro cúbico


sistema de saneamento. utilizada para irrigação. Desastres relacionados com a água
27 milhões de pessoas nos países em transição sofrem A terra utilizada para fins agrícolas aumentou em 12% 1981 1997 –França: US$ 1.23 por metro cúbico


Acesso à água encanada nos domicílios
de desnutrição e 11 milhões em países industrializados. 39% –Alemanha: US$ 1.91 por metro cúbico


desde os anos 60, totalizando cerca de 1,5 bilhões de 70
A segurança alimentar está melhorando em escala 15%
66 hectares. 60 50 29% • Os pobres pagam mais: Preço (em US$) da
Enfermidades Diarréicas 70 global: Estima-se que a retirada de água para irrigação a nível 50
conexão domiciliar versos o preço do
49
• A diarréia ocasiona aproximadamente 6.000 mortes por dia, 60 Em 1965 nos países em desenvolvimento o mundial seja da ordem de 2.000 a 2.555 km³ por ano. 40 28
vendedor informal de alguns países:

(%)
consumo de alimento por pessoa foi de 2.054 –Colombo (Sri Lanka): 0.02 versus 0.10


principalmente entre os meninos menores de cinco anos. 50
Terras irrigadas em 1999 30

• Em 2001, 1,96 milhões de pessoas morreram por causa de 40


24
kcal/pessoa/dia, em 1998 havia aumentado para 20
11 9
71% 61% (4.35 vezes mais caro)
%
diarréias infecciosas, das quais 1,3 milhões eram meninos 30 2.681 kcal/pessoas/dia. 10
2 85% –Chiangmai (Tailândia): 0.15 versus 1.01
20 O maior incremento foi no Leste Asiático, que 85 0 desastres naturais desastres naturais 71 (6.64 vezes mais caro)
menores de cinco anos. 100 Inundações Doenças de Secas Deslisam entos Fom e
10 cresceu de 1.957 kcal/pessoa/dia em 1965, para ações do homem
2001 ações do homem 29 –Ho Chi Minh City (Vietnã): 0.12 versus
• De 1.085.000 a 2.187.000 mortes vinculadas às enfermidades 90 veiculação de terras e

Percentual do potencial de
2.921 kcal/pessoa/dia em 1998. desastres naturais 1.08 (9.23 vezes mais caro).


0 80 hídrica avalanches
diarréicas podem ser atribuídas a três fatores: “água, Am érica Latina e Ásia África
Caribe 70 50 Distribuição geográfica dos desastres relacionados com a água
ações do homem –Manila (Filipinas): 0.11 versus 4.74
saneamento e higiene”, dos quais 90 por cento dos atingidos

irrigação
60
Produtos alimentícios e necessidade de água 39% (42.32 vezes mais caro)
são crianças menores de cinco anos. Acesso a sistema de esgoto 50
Nas últimas décadas, o consumo de carne nos países 40 –Faisalabad (Paquiistão): 0.11 versus
• A maior parte das mortes poderiam ser evitadas adotando em desenvolvimento aumentou a uma taxa de 5 a 6 por 30 13 70
7.38 (68.33 vezes mais caro).
66
sérias medidas de higiene simples como lavar as mãos depois 70
cento ao ano; o consumo de leite e produtos lácteos entre 20 60 61%
–Vientiane (Laos): 0.11 versus 14.68
de usar o banheiro ou antes de preparar os alimentos. 60 3 e 4 por cento. 10
50 (135.92 vezes mais caro).
0
50 • O setor avícola é o setor que cresce mais rapidamente em Mundo África Sub-Sahariana Sudeste Asiático 40
29 Inundações desastres naturais 61 –Delhi (Índia): 0.01 versus 4.89 (489 vezes

(%)
Malária todo o mundo: representou 13 por cento da produção de 20 A Água e a Informação
mais caro).
40
18
30 • As inundações
ações do homem 39
representam 15% de todas as mortes
% 13
• Mais de um milhão de pessoas morrem de malária todos os carne na década de 60, em comparação com os 28 por


30
20 relacionadas com os desastres naturais, a fome 42%. • Na atualidade, 79% das crianças de todo o
anos.
13
cento na atualidade. • Os pastos e cultivos ocupam 37% da superfície da terra. 3
mundo entre 6 a 11 anos freqüentam a
20
10 • Aproximadamente 66 milhões de pessoas sofreram
• Cerca de 90% das taxas globais anuais de mortes por malária • As más práticas agrícolas de irrigação e drenagem têm


10
danos por causa das inundações entre 1973 e 1997. escola primária.
0
Quantidade de água requerida para produção de conduzido à inundação e salinização de aproximadamente


ocorrem na África Sub-Sahariana. 0
Am érica Latina e Ásia África Ásia As Am éricas Europa Oceania
• Entre 1987 e 1997, 44% de todos os desastres por • 3.873 institutos em todo o mundo oferecem
alimentos: 10% das terras irrigadas do planeta.


• A malária ocasiona ao menos 300 milhões de casos de Caribe • Em 1999 houve 50.000 mortes ocasionadas por desastres cursos de nível superior em matérias
1 kg de cereais: 1,5 m³ de água; inundação afetou a Ásia, causando a perda de 228.000
relacionadas com a água:


enfermidades graves a cada ano. Metas a serem alcançadas naturais, em 1998 foram 40.000. vidas (cerca de 93% de todas as mortes devidas às 2%
1 kg de ave fresca: 6 m³ de água;
• A enfermidade custa para a África mais de 12 milhões de • Os desastres naturais custaram um total de US$ 70 bilhões inundações no mundo). As perdas na região totalizaram 4% 1% 7% 1%
1 kg de carne bovina fresca: 15 m³ de água; 2%
dólares ao ano e atraso o crescimento econômico dos países em 1999, em comparação com US$ 30 bilhões em 1990. US$ 136 milhões.
• Até 2015 é desejável que 1.5 bilhões de pessoas adicionais 1 cabeça de gado bovino: 4.000 m³ de água. 13%
africanos em 1,3% ao ano. tenham acesso a alguma forma de abastecimento de água • As secas provocaram 280.000 mortes entre 1991 e 2000. 1%
• A utilização de redes com mosquiteiros para dormir seria uma adequado, o que significa 100 milhões de pessoas adicionais 2%
forma simples mas efetiva de prevenir muitos casos de malária, por ano (274.000/dia) até 2015. Países em Desenvolvimento
especialmente com meninos menores de cinco anos. • De 1992 a 2001, os países em desenvolvimento foram


alvo de 20% do número total de desastres relacionados
Esquistossomose • Almeja-se que 1,9 bilhões de pessoas tenham acesso a um
com a água, e mais de 50% de suas vítimas mortais.
• Mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão adequado sistema de saneamento, o que implica 125 milhões
Morrem aproximadamente 13 vezes mais gente nos
infectadas por esquistossomose. de pessoas adicionais por ano (342.000/dia) até 2015;
desastres que ocorrem nos países em desenvolvimento
• 88 milhões de crianças menores de 15 anos se infectam a do que nos países desenvolvidos.
cada ano. • Nas zonas urbanas, mais de um bilhão de pessoas terão
• 80% da transmissão da enfermidade ocorre na África Sub- necessidade, nos próximos 15 anos, de acesso a sistemas de 36%
abastecimento de água e saneamento. 31%
Sahariana.

África África Central


África Oriental África do Norte
África do Sul África Ocidental
Ásia Europa
América Latina e o Caribe América do Norte
Oceania

A Água e a Indústria A Água e a Energia A Água Compartilhada A Água e os Ecossistemas Impacto do Desvio e Fragmentação
A Água e as Cidades
Usos industriais da água Acesso à energia e necessidades básicas Bacias Transfronteiriças Principais ameaças da atividade humana aos ecossistemas dos Cursos de Água

Mortalidade infantil em zonas urbanas •Cerca de 2 bilhões de pessoas não tem nenhum tipo de acesso à • Em 2002 existiam 263 bacias transfronteiriças cadastradas, • 60% dos 227 maiores rios do mundo se encontram
População Urbana •Crescimento da população e do consumo. seriamente fragmentados por represas, desvios e
• Nas zonas urbanas de países de menores recursos, 1 eletricidade. em comparação a 218 em 1978.
• A população média das 100 maiores cidades do mundo 70
59 •Desenvolvimento de infra-estrutura ( represas, crescimento canais, o que conduz à degradação dos
cresceu de cerca de 0,2 milhões em 1800, para 0,7 milhões em criança em cada 6 morre antes de completar 5 anos. •1 bilhão de pessoas utilizam eletricidade de fontes anti- Bacias Tranfronteiriças urbano, rodovias).
60 ecossistemas.
Extração de água para a

1900, e para 6,2 milhões em 2000. • Nas zonas com escassez de água e saneamento, a taxa de econômicas. Aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas nos
73
•Uso e ocupação da terra (desmatamentos, agricultura, •Em 1998, o Mar de Aral havia perdido 75% de seu
mortalidade se multiplica por 10 ou 20, em comparação às 50 países em desenvolvimento, principalmente nas áreas rurais, têm
• Dezesseis cidades se converteram em “mega-cidades” (com
indústria (%)

80 crescimento urbano). volume total. Sua desaparição foi causada


zonas que contam com serviços adequados de abastecimento 40 acesso limitado aos serviços de energia comercial. 59 58 61
mais de 10 milhões de habitantes) em 2000, concentrando 4% 22 70
•Exploração da terra, pesca excessiva, desperdício nas principalmente pelo desvio do volume afluente dos
da população. de água e saneamento. 30 •Mais de 2 milhões de crianças morreram de enfermidades 60
práticas de irrigação. rios Amu Darya e Syr Darya.

Quantidade
20
8 respiratórias agudas em 2.000; 60% dessas mortes estão 50
Proporção da população que vive em meio urbano •Despejo de contaminantes (excrementos, produtos
associadas com a contaminação do ar em interiores e outros 40
10 químicos agrícolas e industriais).
Abastecimento de água e saneamento fatores ambientais. 30
17 Perda de Áreas Úmidas
No Mundo 0
Mundo Países de Alta Renda Países de Baixa Renda •Combustíveis de biomassa e carbono: 20 •Introdução de espécies exóticas (substituindo e movendo
1
Proporção de lugares em grande cidades abastecidos com água encanada
– A biomassa representa 80% de todo o consumo domiciliar
10 as espécies nativas). •Desde 1900 foram perdidos 50% das áreas úmidas do
(conexão domiciliar ou predial)
70
54
60 • O volume anual de água utilizada pela indústria crescerá 0
planeta.
60 nos países em desenvolvimento; África Ásia Europa Am érica Am érica do Oceania
47 100 de 753m³/ano em 1995 para um valor estimado em Latina e Norte •Mais de 80% das áreas úmidas do rio Danúbio foram
50 38 100
94 92
1170m³/ano em 2025. – 800 milhões de pessoas dependem da biomassa como Caribe
40 90 77 77 fonte de combustível devido à severa escassez de lenha. • 145 nações possuem território inserido dentro de uma destruídos desde o começo do século 20.
% 80 73 • Presume-se que em 2025 o componente industrial •Os pântanos de sal da Mesopotâmia e as bacias dos
30
70 – 3 bilhões de pessoas em todo o mundo dependem dos bacia transfronteiriça, e 21 estão situadas inteiramente
representará 24% da extração total de água doce. rios Tigres e Eufrates foram devastadas por represas e
20 60 combustíveis de biomassa e de carbono para preparação dentro de uma.
43
10 % 50
Contaminação da água pela indústria •Distribuição da energia em áreas rurais: pela canalização fluvial.
40 de alimentos e calefação; • 12 países têm mais de 95% de seu território dentro de uma
0
1975 2000 2015 2030 30
• A indústria acumula a cada ano uns 300 a 500 milhões de – 85% da energia é utilizada nas residências (para ou mais bacias transfronteiriças.
20
Ano 10 toneladas de metais pesados, solventes, sedimentos preparação de alimentos e calefação); • Aproximadamente 1/3 das 263 bacias transfronteiriças são
Nas regiões mais desenvolvidas 0 tóxicos e outros resíduos. – 2 a 8% da energia é utilizada na agricultura (para compartilhadas por mais de dois países. Perda da Biodiversidade
Global África Ásia Europa Am érica Am érica Oceania
Latina e do Norte • As indústrias que se utilizam de matéria prima orgânica funcionamento de equipamentos mecânicos e bombas de • 19 bacias incluem cinco ou mais países:
Caribe irrigação; Contaminação dos Rios •Entre 34 e 80 espécies de peixes entraram em extinção
100 78,5 são as principais responsáveis pela contribuição de carga – A bacia do Danúbio é compartilhada por 18 nações desde o final do século 19 e 6 desde 1970.
70
75,5
Proporção de lugares em grande cidades conectados a sistema de esgoto de contaminantes orgânicos, sendo o setor de – 2 a 10% da energia comercial (eletricidade e querosene) é ribeirinhas;
80
alimentação o que mais contamina. utilizada para iluminação. A cada dia são despejados 2 milhões de toneladas de •Em escala mundial, cerca de 24% dos mamíferos e 12%
– Cinco bacias são compartilhadas por 9 a 11 países; excremento nos cursos d’água. das aves estão classificadas na categoria de
60
92 96
Contribuição do setor alimentar na produção •Distribuição mundial de energia hidráulica: – Treze bacias possuem entre 5 a oito países
% 100 86 • 40% das massas de água avaliadas em 1998 pelos Estados ameaçadas.
40 90 de contaminantes orgânicos da água – A energia hidráulica é a principal fonte de energia ribeirinhos.
80
Unidos não foram consideradas aptas para distribuição de •Nos Estados Unidos, 120 de 822 espécies de peixes de
20 renovável e a mais amplamente utilizada. energia hidráulica nem para usos recreativos, devido a sua
70 água doce são considerados ameaçados,
– Representa 19% do total da produção de eletricidade. Conflito e cooperação contaminação por nutrientes, metais e despejos agrícolas.
0 60 45 representando cerca de 15% do total de espécies de
1975 2000 2015
% 50
35 70
54 – O Canadá é o maior produtos de energia hidráulica, • Ocorreram 1.831 interações (tanto conflitivas quanto • 5 dos 55 rios da Europa são considerados não peixes.
Ano 40
30 60 40 seguido pelos Estados Unidos e Brasil. cooperativas) nos últimos 50 anos. contaminados, e somente as porções superiores dos 14
18 15
Nas regiões menos desenvolvidas 20 50 – Aproximadamente dois terços do potencial – 7 disputas incluíram violência e houve 507 eventos maiores rios mantêm um bom estado ecológico.
10 economicamente aproveitável ainda está por se
40 de conflito. • Na Ásia, todos os rios que atravessam cidades estão
(%)

0
48,5 Global África Ásia Europa Am érica Am érica Oceania
30 desenvolver. – Foram firmados aproximadamente 200 tratados, fortemente contaminados.
60 20
40,5 Latina e do Norte •Osenergia
•|A recursos hidroenergéticos
hidráulica ainda
desempenha umnão explorados
papel são
preponderante na com um total de 1.228 eventos cooperativos.
50 Caribe 10
0
abundantes
redução das na Américade
emissões Latina,
gasesÁfrica Central,
de efeito Índia
estufa: e metade
se a China. do • Desenvolveu-se o conceito de “água virtual” que permite
40
27 Países de Alta Renda Países de Baixa Renda potencial mundial de energia hidráulica economicamente viável
% 30
às nações e aos estados compartilharem os produtos e
for desenvolvida, se poderia reduzir as emissões de gases de benefícios da água.
20 • Mais de 80% dos resíduos perigosos do mundo é efeito estufa em cerca de 13%.
10 produzido pelos Estados Unidos
•Os principais impactos negativos da construção de represas Convenções
0 • Nos países em desenvolvimento, 70% dos esgotos
1975 2000 2015 incluem o deslocamento da população local e a degradação dos • A convenção sobre a Lei de Usos Não Navegáveis dos
industriais são despejados na água sem tratamento ecossistemas (perda de biodiversidade e de umidade, proliferação
Ano Rios Internacionais foi adotada pelas Nações Unidas em
prévio, o que contamina a provisão de água disponível. de espécies invasoras). 1997. Atualmente, foi firmada por 16 países e ratificada por Fonte: The United Nations World Water Development Report –
9. UNESCO 2003
Fotos e Figuras: Acervo Clip-art
ANA - Agência Nacional de Águas
SPO - Setor Policial, Área 5, Quadra 3, Blocos B, L e M Ministério do
CEP: 70610-200 - Brasília - DF
SEMI Fone: (61) 2109-5400 - www.ana.gov.br
Meio Ambiente V.2
Recursos Hídricos

 Qual a sua pegada de “Água” ?

54
Recursos Hídricos
Países com
pouca
abundância
de água
(Egito)

Países com grande


abundância de água e Utilização média 
pouca população 650 a 700
(Canadá,
m3/pessoa/ano
Nova Zelândia, Islândia)
55
Saneamento no Brasil

 No Brasil, apenas 49% do esgoto produzido é coletado


por meio de rede, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
 Destes, somente 10% do esgoto são tratados. As
regiões metropolitanas e grandes cidades possuem
extensos volumes de esgoto que é despejado sem
tratamento nos rios e mares, desta forma, o resultado é
a poluição das águas
 A solução é a implantação de uma estação de
tratamento de esgoto que remova os principais
poluentes presentes nas águas residuárias para que não
afetem a qualidade da água
57
Saneamento no Brasil

 Instituto Trata Brasil divulga ranking do


saneamento com avaliação dos serviços nas 81
maiores cidades do País (com + de 300 mil hab.)
 Estudo revela o que é feito com esgoto gerado por
72 milhões de brasileiros nas maiores cidades.
 O estudo revelou que entre os anos de 2003 e
2008 houve um avanço de 11,7% no atendimento
de esgoto nas cidades observadas e de 4,6% no
tratamento

58
Saneamento no Brasil

 81 cidades brasileiras observadas no estudo


 72 milhões de habitantes.
 129 litros de água/dia é o consumo médio desta
população e 150 litros de água/dia é o consumo médio
do brasileiro
 80% em média da água consumida se transforma em
esgoto
 9,3 bi de litros de esgoto é o total gerado todos os dias
por essa população, desses 5,9 bi de litros de esgoto
não recebe nenhum tratamento
 Em média, apenas 36% do esgoto gerado nessas
cidades recebem algum tipo de tratamento
59
60
61
Saneamento no Brasil

 Um dos grandes projetos de incentivo de


implantação de tratamento de esgotos tem como
finalidade a redução dos níveis de poluição dos
recursos hídricos no país e foi criado em março de
2001 pela ANA (Agência Nacional de Águas).
 Esse programa chama-se PRODES (Programa
Despoluição de Bacias Hidrográficas) e tem como
objetivo a redução de poluição por esgotos
domésticos lançados sem tratamento nas bacias
hidrográficas brasileiras.

62
63
64
65
66
Engenharia Ambiental

Qual o papel do Eng. Ambiental ?

Gerenciamento das rotas de águas


Incluindo planejamento, projeto,
execução e controle de obras
necessárias para a manutenção da
qualidade da água desejada em função
de seus diversos usos

67
Onde Estudar a Aula de Hoje

Nos Livros
• Von Sperling, Marcos – Introdução a Qualidade
das Águas – Editora UFMG 3ª. Ed ( Cap. 1 –
Noções de Qualidade das Águas)
• Telles D’Alkimin, Dirceu – Reúso da Água – Ed.
Blucher (Cap. 1 – Água: matéria prima primordial à
vida)
Onde Estudar a Aula de Hoje

Na Internet
• ANA – Agencia Nacioal de Águas
www.ana.gov.br/
• Instituto Trata Brasil – Saneamento e Saúde
www.tratabrasil.org.br/
• Livro: "A História do Uso da ÁGUA no Brasil“ site
da ANA em http://historiadaagua.ana.gov.br/
Na Próxima Aula Veremos ...

Tratamento de Água

 Noções de Qualidade das Águas


 Uso das Águas
 Impurezas Encontradas nas Águas
 Parâmetros de Qualidade da Água
 Requisitos de Qualidade da Água
 Poluição das Águas
 Quantificação das Águas Poluidoras
Créditos

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