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Belém-PA-2009
Lissandra da Costa Souza (1); Clóvis Bôsco Mendonça Oliveira (2); Jonnys de Moura (3);
Marcelo Magalhães Ávila Paz (4)
(1) IFRN-Mossoró, Vicente Leite, n° 226, CEP 59631340 - Mossoró – RN, 84 88378672, e-mail:
lyssandra_souza@hotmail.com ,
(2) IFRN-Mossoró, e-mail: clovisoliveira@cefetrn.br
(3) IFRN-Mossoró, e-mail: jonnysmoura@yahoo.com.br
(4) IFRN-Mossoró, e-mail: marcelomapaz@cefetrn.br
RESUMO
O presente artigo propõe o desenvolvimento de um sistema de geração eólica com baixo custo. A
proposta busca contribuir para a formação profissional com responsabilidade sócio-ambiental da
equipe técnica do trabalho, além de atrair o ingresso de novos alunos e pesquisadores para núcleos
voltados a área de energia renovável, desenvolvendo um protótipo com material reciclado. Para
tanto, pretende-se, inicialmente, fazer um levantamento do estado da arte da tecnologia eólica,
estudando e avaliando os aspectos técnicos relevantes, e, logo em seguida, apresentar o protótipo
cuja potencia será de 150 w, descrevendo o processo de usinagem e montagem das peças.
Palavras-chave: energia renovável, aerogerador, protótipo.
IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica
Belém-PA-2009
1. INTRODUÇÃO
No início da década de 80, pesquisadores de várias partes do mundo atentaram para a situação energética
global, visto o crescimento da demanda de energia elétrica versus a tendência de escassez dos combustíveis
fósseis, verificada durante a primeira crise do petróleo no final da década de 70 (JUNIOR, 2005). Assim, foi
nesta época que a busca por fontes de energia renováveis e não-poluentes cresceu consideravelmente.
Neste contexto, a energia eólica aparece como uma das principais soluções para este quadro devido sua
disponibilidade, uniformidade e custo, que tem diminuído consideravelmente.
A utilização do vento como fonte de energia data de milhares de anos, desde do uso para moagem de grãos
até o transporte fluvial. Apenas no começo do século XX, principalmente, após as duas crises do petróleo na
década de 70 surgiram grande empreendimentos de parques eólicos. Nos últimos anos, a inserção desta
tecnologia deve-se à redução do custo de equipamento compostos por eletrônica de potência.
O Brasil ainda não possui grande experiência com sistemas eólicos conectados à rede elétrica, como nos
paises desenvolvidos. Aqui se incentiva, principalmente, os sistemas autônomos, levando energia a lugares
distantes, com o objetivo do desenvolvimento sócio-econômico dessas regiões. Os sistemas eólicos
brasileiros conectados à rede se resumem principalmente a construção de parques eólicos em estados como o
Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul (Gil Portugal, 2000).
Os sistemas eólicos conectados à rede elétrica instalados no Brasil são frutos de alguns grupos de pesquisa e
empresas que visam adquirir e disseminar a experiência, de modo que o governo, as companhias energéticas
e os consumidores estejam informados acerca das alternativas existentes.
Os países desenvolvidos incrementam cada vez mais a participação das fontes renováveis no quadro
energético, visando à expansão do setor e a necessidade de se reduzir a emissão de gases poluentes que
contribuem para o aquecimento global. A expansão do setor elétrico brasileiro vem sendo planejada com a
construção de novas hidrelétricas que também são danosas ao meio-ambiente (SANTOS, 2003).
Os sistemas eólicos conectados à rede representam uma solução para expansão do setor elétrico sem ameaçar
a sobrevivência humana. Como a utilização desses sistemas é fato relativamente novo no contexto energético
brasileiro faz-se necessário avançar nas pesquisas e criar tecnologias próprias, diminuindo importações,
tornando este tipo de aplicação atraente para o consumidor.
Assim, pretende-se propor o uso de peças recicladas que permita o desenvolvimento de um protótipo de
aerogerador de baixo custo, permitindo mais acesso à tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento o
desenvolvimento sustentável da sociedade rural do Rio Grande do Norte. Para tanto, inicialmente, faz-se um
levantamento do estado da arte da tecnologia eólico, estudando e avaliando os aspectos técnicos relevantes,
e, logo em seguida, apresenta-se o projeto do protótipo do aerogerador.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
Um sistema eólico se constitui por vários componentes que devem trabalhar em harmonia de forma a
propiciar um maior rendimento final. Para efeito de estudo global da conversão eólica devem ser
considerados os seguintes componentes:
• Vento: Disponibilidade energética do local destinado à instalação do sistema eólico.
• Rotor: Responsável por transformar a energia cinética do vento em energia mecânica de rotação.
• Gerador Elétrico: Responsável pela conversão da energia mecânica em energia elétrica.
• Mecanismo de Controle: Responsável pela orientação do rotor, controle de velocidade, controle da carga,
etc.
• Torre: Responsável por sustentar e posicionar o rotor na altura conveniente.
• Sistema de Armazenamento: Responsável por armazenar a energia para produção de energia firme a partir
de uma fonte intermitente.
IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica
Belém-PA-2009
• Acessórios: componentes periféricos.
O rendimento global do sistema eólico relaciona a potência disponível do vento com a potência final que é
entregue pelo sistema. As turbinas eólicas ao absorver a energia do vento reduzem a sua velocidade, ou seja,
a velocidade do vento frontal ao rotor (velocidade não perturbada) é maior do que a velocidade do vento
atrás do rotor (na esteira do rotor).
A condição de máxima extração de energia verifica-se para uma velocidade na esteira do rotor igual a 1/3 da
velocidade não perturbada. Em condições ideais, o valor máximo da energia captada por um rotor eólico é
limitado pela eficiência de Betz dada pelo fator 16/27 ou 0,593. Em outras palavras, 59,3% da energia
contida no fluxo de ar podemos ser teoricamente extraídas por uma turbina eólica. Na prática, entretanto, o
rendimento aerodinâmico das pás reduz ainda mais este valor. Para um sistema eólico, existem ainda outras
perdas, relacionadas com cada componente (rotor, transmissão, caixa multiplicadora e gerador). Além disso,
o fato do rotor eólico funcionar em uma faixa limitada de velocidade de vento também irá contribuir para
reduzir a energia por ele captada (GUIDO ARAÚJO, 2000).
Todo sistema eólico somente começa a funcionar a partir de certa velocidade, chamada de velocidade de
entrada, que é necessária para vencer algumas perdas. Quando o sistema atinge a chamada velocidade de
corte um mecanismo de proteção é acionado com a finalidade de não causar riscos ao rotor e à estrutura.
Para os sistemas eólicos, a velocidade de rotação ótima do rotor varia com a velocidade do vento. Um
sistema eólico tem o seu rendimento máximo a uma dada velocidade do vento (chamada de velocidade de
projeto ou velocidade nominal) e diminui para velocidades diferentes desta.
Projetar um sistema eólico, para um determinado tamanho de rotor e para uma carga pré-fixada, supõe
trabalhar no intervalo ótimo de rendimento do sistema com relação à curva de potência disponível do vento
local. Isto requer encontrar uma relação de multiplicação, de maneira que se tenha um bom acoplamento
rotor/carga. É necessário também, ter mecanismos de controle apropriados para melhorar o rendimento em
outras velocidades de vento e aumentar o intervalo de funcionamento do sistema eólico.
3. METODOLOGIA
A construção e montagem de um aerogerador de pequeno porte tornam-se cara devido à maioria das suas
peças serem importadas, com isso propõe-se a construção e montagem com peças recicladas. Alguns preços
de mercados estão listados na tabela abaixo:
Tabela 1 – Preços de Mercado (TABELA DE PREÇOS DOS GERADORES DE ENERGIA EÓLICA, 2009) –
(Aerogerador Air Breeze 12 v Turbina Eólica +vendida No Mundo, 2009).
Marca / Modelo Potencia / Voltagem Preço (EUR)
Aerogerador Air Breeze Land 200w / 12v 799,00
Aerogerador Air X Marine 400w / 24v 999,00
Marlec Rutland 504 60w / 12v 670,00
Marlec Rutland 913 180w / 12v 785,00
Wind turbine 300w á 420w / 12V ou 24V 1200
4. CONCLUSÕES
O projeto ainda esta em andamento, pretende-se promover testes mecânicos e elétricos para após ser
montado o aerogerador. O custo do protótipo será baixo, devido ao material ser reutilizado.
Após o termino dos testes e da montagem o aerogerador poderá ser utilizado em comunidades rurais como
forma de alimentação de energia elétrica para o acendimento de uma lâmpada fluorescente.
REFERENCIAS
AEROGERADOR AIR BREEZE 12V TURBINA EÓLICA +VENDIDA NO MUNDO. Disponivel em: <
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-101489783-_JM > Acesso em: 25 Jun 2009.
ARAÚJO, Rodrigo Guido. Estudo de um Gerenciador de Energia para um Sistema Fotovoltaico. 2000.
40f. Dissertação (Programa de Pós – graduação em Ciências em Engenharia Elétrica).Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.