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E-Book STF Teses e Fundamentos Separados Por Matéria (2014) PDF
E-Book STF Teses e Fundamentos Separados Por Matéria (2014) PDF
STF 2014
TESES E FUNDAMENTOS
561 p.
Modo de acesso:<http://www.stf.jus.br/livroinformativos2014>.
ISBN 978-85-61435-51-6
CDD-341.4191
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Tanto nas faculdades de Direito como nos manuais das disciplinas desse ramo
do conhecimento, é notável o destaque que vem sendo dado aos posicionamentos
judiciais. Na mesma esteira, a atuação dos profissionais do Direito é cada vez mais
lastreada em precedentes dos tribunais superiores, notadamente do Superior Tribu-
nal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesse contexto, é possível inferir que há crescente interesse por obras que fran-
queiem, de forma organizada e de fácil consulta, o acesso à jurisprudência emanada
pelo STF.
Com o intuito de atender tal demanda, o Tribunal vem publicando, desde 1995,
o Informativo STF, espécie de “jornal jurídico” que veicula resumos, originalmente
semanais e hoje também mensais, das circunstâncias fáticas e processuais e dos fun-
damentos proferidos oralmente nas sessões de julgamento.
Conforme consta do cabeçalho de todas as edições do periódico, os boletins são ela-
borados “a partir de notas tomadas nas sessões de julgamento das Turmas e do Plená-
rio”, de modo que contêm “resumos não oficiais de decisões proferidas pelo Tribunal”.
Faz-se tal observação para esclarecer ao leitor que, embora o conteúdo do Informativo
STF não possa ser considerado oficial, baseia-se estritamente em informações públicas.
Há outro dado relevante que é oportuno registrar: tendo em vista que a preparação
e publicação dos acórdãos demanda período de tempo na maioria das vezes muito supe-
rior ao lapso semanal ou mensal em que são produzidas as edições do Informativo STF, as
notícias publicadas no periódico são exclusivamente baseadas nos votos orais proferidos
nas sessões de julgamento. Essa característica lhes impõe certa restrição de conteúdo,
uma vez que é comum os ministros, em razão da massiva quantidade de processos em
pauta, apresentarem, durante as sessões, somente o resumo de seus votos escritos.
A obra que ora se apresenta baseia-se, em regra, nos acórdãos publicados. Cuida-se
de compilação dos resumos apresentados no Informativo STF ao longo de 2014 e revisita-
dos após a conclusão dos julgamentos, ou seja, após a exposição dos votos escritos dos
ministros, os quais traduzem na íntegra seu raciocínio. O acesso aos argumentos de Suas
Excelências, na exatidão precisa do vernáculo escrito, permite explorar a riqueza técnica
neles contida e estudar com mais rigor a fundamentação das decisões do Tribunal.
Cabe ressalvar, entretanto, que até o fechamento desta edição alguns acórdãos – no-
tadamente os referentes a julgamentos que ocorreram nos últimos meses de 2014 – ain-
da não haviam sido publicados. Nesses casos, optou-se por recorrer ao voto vencedor
proferido em sessão. Recomenda-se, portanto, especial cautela quando a notícia em es-
tudo indicar que o acórdão está pendente de publicação. Em tais situações, será pruden-
te verificar a posterior manutenção do sentido jurídico de seu conteúdo.
Deve-se ter em mente que muitas vezes os dispositivos dos acórdãos se limitam a “dar (ou negar)
provimento ao recurso” ou, ainda, “conceder (ou não) a ordem”. Embora esses comandos jurisdicio-
nais efetivamente componham o dispositivo da sentença, do ponto de vista da análise das decisões
judiciais – e da jurisprudência – eles significam muito pouco. Por evidente, o objeto deste trabalho é o
tema decidido pela Corte, seja ele de direito material, seja de direito processual, e não o mero resulta-
do processual de uma demanda específica. Nesse sentido, talvez seja possível discernir entre o conteú-
do formal da decisão, que seria, exemplificativamente, o resultado do recurso (conhecido/não conhe-
cido, provido/não provido) ou da ação (procedência/improcedência), e o conteúdo material da
decisão, que efetivamente analisa a questão de direito (material ou processual) debatida e possui rele-
vância para a análise da jurisprudência. Em outras palavras, o conteúdo material da decisão seriam os
fragmentos do provimento jurisdicional que têm aptidão para transcender ao processo em análise e
constituir o repertório de entendimentos do Tribunal sobre o ordenamento jurídico brasileiro.
Tendo isso em vista, os textos que compõem o livro estruturam-se em: tese jurídica
extraída do julgado2 e resumo da fundamentação2. Pretende-se, com esse padrão, que
o destaque dado aos dispositivos dos acórdãos seja complementado por seus respectivos
fundamentos. Cada resumo é encerrado pelos dados do processo em análise2.
As decisões acerca da redação e da estrutura do livro foram guiadas também pela
busca da otimização do tempo de seu público-alvo. Afinal, a leitura de acórdãos, de
votos ou mesmo de ementas demandaria esforço interpretativo e tempo dos quais o
estudante ou operador do Direito muitas vezes não dispõe. Assim, deu-se preferência
a formato de redação que destacasse o dispositivo do acórdão e seus fundamentos, ao
mesmo tempo que traduzisse de forma sintética o entendimento do STF, dispensan-
do o leitor da consulta à integra do acórdão ou do voto vencedor.
Em busca de mais fluidez e concisão, decidiu-se retirar do texto principal as re-
ferências que não fossem essenciais à sua redação. Assim, foram transpostos para
notas de fim2, entre outras informações pertinentes: relatórios de situações fáticas
e observações processuais, quando necessários à compreensão do caso; precedentes
jurisprudenciais; e transcrições de normativos ou de doutrina.
A mesma objetividade que orientou a estrutura redacional dos resumos norteou
a organização dos julgados em disciplinas do Direito e em temas. Estes, por sua vez,
foram subdivididos em assuntos2 específicos. Tal sistematização do conteúdo visa,
mais uma vez, facilitar o trabalho dos estudantes e operadores do Direito que com-
põem o público-alvo desta obra.
A esse respeito, sob o ângulo dos ramos do Direito, optou-se pela análise vertical dos
julgados do ano, o que propicia rápida visualização e comparação de matérias seme-
lhantes decididas pelos órgãos do STF. A obra permite, assim, que o leitor verifique, de
forma fácil e segura, a evolução jurisprudencial de um dado tema ao longo do tempo.
A ideia foi, em resumo, aliar a objetividade característica do Informativo STF com a
profundidade e a riqueza técnico-jurídica contida nos acórdãos e nos votos dos minis-
tros. Para cumprir tal finalidade, foi necessário interpretar os acórdãos dos julgamentos.
Todavia, se por um lado é certo que a redação de resumos demanda algum grau
de liberdade interpretativa dos documentos originais, por outro a hermenêutica re-
conhece ser inerente à interpretação jurídica certa dose de subjetividade.
Recomenda-se verificar a íntegra do acórdão. Conforme exposto nos últimos parágrafos desta apre-
sentação, dúvidas, críticas e sugestões a este trabalho poderão ser encaminhadas para o e-mail:
cjcd@stf.jus.br
Infográfico
Rcl 12.957/AM, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 26-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 4-11-2014.
(Informativo 756, Primeira Turma)
Dados do processo em análise
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) f) as causas e os conflitos entre a União e os Es-
tados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da ad-
ministração indireta;”
Nota de fim
Sumário
Siglas e abreviaturas 28
Direito Administrativo 30
Agentes Públicos................................................................................................ 32
Procuradores federais e férias.......................................................................................33
Art. 84, § 2º, da Lei 8.112/1990: licença para acompanhar cônjuge e
provimento originário..................................................................................................35
Acumulação de cargo e decadência..............................................................................36
Cargo em comissão e provimento por pessoa fora da carreira...................................37
Aposentadorias e Pensões...................................................................................38
Pensão a menor sob guarda de ex-servidor..................................................................39
Pagamento de adicionais por tempo de serviço: coisa julgada e
art. 17 do ADCT............................................................................................................41
EC 41/2003: teto remuneratório e vantagens pessoais................................................43
Aposentadoria por invalidez com proventos integrais: doença
incurável e rol taxativo.................................................................................................44
PSV: aposentadoria especial de servidor público e atividades
exercidas em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física..........................45
TCU: menor sob guarda e pensão................................................................................46
Concurso Público...............................................................................................47
Serviços sociais autônomos e exigência de concurso público.....................................48
CNJ: concurso público e prova de títulos.....................................................................50
Contratações pela Administração Pública sem concurso público e
efeitos trabalhistas.........................................................................................................51
Concurso público: prova oral e recurso administrativo.............................................52
Concurso público: direito subjetivo à nomeação e discricionariedade......................53
Posse em concurso público por medida judicial precária e
“fato consumado”.........................................................................................................54
Serventia extrajudicial: oitiva de titular efetivado e declaração de nulidade.............55
Contratação temporária de servidor público sem concurso.......................................56
ED: serventia extrajudicial e concurso público...........................................................57
Concurso público: fase recursal e participação da OAB..............................................58
Concurso público e cláusula de barreira......................................................................59
Contrato Administrativo....................................................................................60
Contrato de adesão para exploração portuária e alteração unilateral........................61
Intervenção do Estado na Propriedade...............................................................62
MS: desapropriação para reforma agrária e esbulho...................................................63
Desapropriação e fundamentos....................................................................................64
Processo Administrativo....................................................................................65
PAD: cerceamento de defesa e sanidade mental..........................................................66
Aplicação de penalidade administrativa e autoridade competente............................67
Art. 170 da Lei 8.112/1990: registro de infração prescrita e
presunção de inocência.................................................................................................68
Lei 5.836/1972: Conselho de Justificação e princípio da ampla defesa
e contraditório...............................................................................................................69
Recurso administrativo e julgamento pela mesma autoridade..................................70
Responsabilidade Civil do Estado.......................................................................71
Responsabilidade civil do Estado por ato lícito: intervenção
econômica e contrato....................................................................................................72
Serviços Públicos................................................................................................73
Ensino público: gratuidade e “taxa de alimentação”...................................................74
Sistema Remuneratório...................................................................................... 75
GDATFA: gratificações de desempenho e retroação de efeitos financeiros...............76
Aumento de jornada de trabalho e irredutibilidade de vencimentos.........................78
Supressão de gratificação e contraditório....................................................................79
Redução de proventos: devolução de parcelas e contraditório...................................81
PSV: GDASST e extensão a inativos (Enunciado 34 da Súmula Vinculante).............82
PSV: servidor público e aumento jurisdicional de vencimentos
(Enunciado 37 da Súmula Vinculante).........................................................................83
TCU e jornada de trabalho de médicos........................................................................84
EC 41/2003: fixação de teto constitucional e irredutibilidade de vencimentos..........85
Aumento de vencimento e isonomia............................................................................87
Inativos do DNER e Plano Especial de Cargos do DNIT............................................88
Vantagem de caráter geral e extensão a inativos.........................................................89
Poder geral de cautela da Administração e suspensão de pagamento
de vantagem..................................................................................................................91
Direito Civil 92
Direito de Família...............................................................................................94
AR: filho adotivo e direito de suceder antes da CF/1988.............................................95
Direito Constitucional 98
Advocacia......................................................................................................... 100
Inelegibilidade.................................................................................................. 324
Vícios nas contas de ex-prefeito e ofensa à Constituição...........................................325
Art. 14, § 7º, da Constituição Federal: morte de cônjuge e inelegibilidade..............326
Penas................................................................................................................ 366
CPM: circunstâncias judiciais e dosimetria da pena.................................................367
Crime culposo e agravante por motivo torpe............................................................369
O art. 1º da Lei 2.123/1953 – que garante aos procuradores das autarquias fe-
derais as mesmas prerrogativas dos membros do Ministério Público da União –
e o art. 17, parágrafo único, da Lei 4.069/1962 – que fixa vencimentos, gratifi-
cações e vantagens aos demais membros do serviço jurídico da União – foram
recepcionados pela nova ordem constitucional com status de lei ordinária e não
com natureza complementar. Por essa razão, foram posteriormente revogados
pelo art. 18 da Lei 9.527/1997.
A controvérsia envolve a interpretação do art. 131, caput, da Constituição Federal1 e
sua aplicação aos procuradores federais. O dispositivo não trata da Procuradoria-Geral
Federal ou dos procuradores federais. Em outras palavras, esse preceito não disciplina a
representação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas (Administra-
ção Indireta), mas apenas da União (Administração Direta). O § 3º2 do artigo refere-se
à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Segundo a evolução legislativa da matéria, até o advento da Medida Provisória
2.229-43/2001, não havia a carreira de procurador federal, e sim cargos diversos cujos
titulares eram responsáveis pela representação judicial, consultoria e assessoria jurídi-
ca das autarquias e fundações públicas federais. A esses cargos se referiam o art. 1º da
Lei 2.123/1953 e o art. 17, parágrafo único, da Lei 4.069/1962. A Procuradoria-Geral
Federal foi criada posteriormente, com a Lei 10.480/2002.
Assim, à representação judicial e extrajudicial das autarquias e fundações públicas
federais não se aplica o art. 131 da Constituição Federal, pelo que a Lei Complemen-
tar 73/1993 (Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União) limita-se a dispor, em seu
art. 17, que os órgãos jurídicos das autarquias e das fundações públicas são vinculados
à Advocacia-Geral da União.
Portanto, é juridicamente inadequado manter a equiparação dos procuradores au-
tárquicos (hoje procuradores federais) aos membros do Ministério Público Federal.
Aqueles perderam, desde a vigente Constituição, a função de representantes jurídi-
33
direito administrativo - agentes públicos
cos da União, transferida para a Advocacia-Geral da União, nos termos do art. 131 da
Constituição Federal.
RE 602.381/AL, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 20-11-2014, acórdão publica-
do no DJE de 4-2-2015.
(Informativo 768, Plenário, Repercussão Geral)
“Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vincula-
do, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar
que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento
jurídico do Poder Executivo.”
“Art. 131. (...) § 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe
à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.”
34
direito administrativo - agentes públicos
“Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que
foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de man-
dato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. (...) § 2º No deslocamento de servidor cujo cônju-
ge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em ór-
gão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
exercício de atividade compatível com o seu cargo.”
35
direito administrativo - agentes públicos
“Art. 37. (...) XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (...) b) a de um
cargo de professor com outro técnico ou científico;”
“Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favo-
ráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.”
36
direito administrativo - agentes públicos
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalva-
das as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
37
APOSENTADORIAS
E PENSÕES
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - aposentadorias e pensões
Menor sob a guarda de servidor público tem, nos termos do art. 217, b, da
Lei 8.112/1990, direito à pensão por morte até completar 21 anos de idade.
O art. 5º da Lei 9.717/1998 – que veda a concessão, pelo Regime Próprio de Previ-
dência Social, de benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdên-
cia Social (RGPS) – não derrogou os benefícios previstos no art. 217, II, a, b, c e d1, da
Lei 8.112/19902, que estabelece os destinatários das pensões civis estatutárias.
Além disso, a previsão do benefício da pensão por morte ao dependente do segu-
rado na Lei de Planos e Benefícios da Previdência Social (Lei 8.213/1991, art. 18, II, a)
seria suficiente para autorizar a concessão do mesmo benefício nos regimes próprios
dos servidores públicos, sendo indiferente, juridicamente, a discrepância entre as lis-
tas de beneficiários da pensão.
As reformas constitucionais ocorridas em matéria previdenciária não tiveram o
condão de extirpar dos entes federados a competência para criar e dispor sobre regi-
me próprio para os seus servidores, com a observância de critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial, bem como das normas gerais estabelecidas pela União.
Sob essa perspectiva, interpretação do art. 5º da Lei 9.717/1998 que admita a vincu-
lação dos critérios de concessão de benefícios nos regimes próprios àqueles estipulados
no Regime Geral de Previdência Social ofende o art. 24, XII, da Constituição Federal.
Ademais, inexiste lacuna legislativa apta a autorizar a aplicação subsidiária do
RGPS no que se refere aos benefícios previstos no regime próprio de previdência dos
servidores federais. A Lei 8.112/1990 apresenta disciplina exaustiva sobre a pensão
por morte, em cumprimento ao disposto no § 5º da norma originária do art. 40 da
Constituição Federal, hoje § 7º.
Assim, considerada a diversidade da natureza das normas previdenciárias em dis-
cussão, não se pode falar em revogação expressa de uma lei pela outra, tampouco
em derrogação tácita das alíneas do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990 (regime
próprio) pelo § 2º do art. 16 da Lei 8.213/1991 (regime geral).
Além do mais, as normas dos sistemas de proteção social são fundadas na ideia
de abrigo aos menos favorecidos, quando colocados em situação de desamparo pela
ocorrência de risco social. Entre as situações constitucionalmente inseridas na pre-
vidência social brasileira está a morte de segurado que seja provedor econômico de
determinada pessoa.
39
direito administrativo - aposentadorias e pensões
“Art. 217. São beneficiários das pensões: (...) II – temporária: a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte
e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; b) o menor sob guarda ou tutela
até 21 (vinte e um) anos de idade; c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto
durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor; d) a pessoa designada que
viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto
durar a invalidez.”
Artigo alterado pela Lei 13.135/2015, cujo teor passa a ser o seguinte: “Art. 217. São beneficiários
das pensões: I – o cônjuge; II – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com
percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; III – o companheiro ou companheira
que comprove união estável como entidade familiar; IV – o filho de qualquer condição que atenda
a um dos seguintes requisitos: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha defi-
ciência grave; ou d) tenha deficiência intelectual ou mental, nos termos do regulamento; V – a mãe
e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e VI – o irmão de qualquer condição
que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso
IV.”
40
direito administrativo - aposentadorias e pensões
41
direito administrativo - aposentadorias e pensões
Sobre a necessária observância da coisa julgada pelo Tribunal de Contas da União, destacam-se os
seguintes precedentes: MS 25.460/DF, Pleno, rel. min. Carlos Velloso, DJ de 6-2-2006; RE 475.101
AgR/DF, Primeira Turma, rel. min. Ayres Britto, DJ de 15-6-2007; MS 25.418 MC/DF, decisão mo-
nocrática, rel. min. Joaquim Barbosa, DJ de 8-8-2005; MS 25.160 MC/DF, decisão monocrática, rel.
min. Ayres Britto, DJ de 1º-2-2005; e AI 471.430 AgR/DF, Primeira Turma, rel. min. Eros Grau, DJ
de 17-9-2004.
Sobre a aplicabilidade do art. 17 do ADCT às situações acobertadas pela coisa julgada, conferir RE
146.337 EDv/PR, Pleno, rel. min. Cezar Peluso, julgado em 23-11-2006.
“Art. 37. (...) XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computa-
dos nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;”
42
direito administrativo - aposentadorias e pensões
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social: (...) VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;”
“Art. 37. (...) XV – o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são
irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153,
III, e 153, § 2º, I;”
“Súmula
269. O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.”
“Súmula 271. Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a
período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.”
43
direito administrativo - aposentadorias e pensões
“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo. § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este
artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos
§§ 3º e 17: I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribui-
ção, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, na forma da lei;”
Precedentes: RE 175.980/SP, Segunda Turma, rel. min. Carlos Velloso, DJ de 20-2-1998; RE 678.148
AgR/MS, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJE de 13-12-2012.
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direito administrativo - aposentadorias e pensões
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direito administrativo - aposentadorias e pensões
Menor sob a guarda de servidor público tem – nos termos do art. 217, b, da
Lei 8.112/1990 – direito à pensão por morte até completar 21 anos.
O art. 5º da Lei 9.717/1998 – que veda a concessão, pelo Regime Próprio de Previ
dência Social, de benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previ-
dência Social – não derrogou, em face dos princípios constitucionais da proteção
à criança e ao adolescente1, os benefícios previstos no art. 217, II, a, b, c e d2, da Lei
8.112/1990, que elenca os destinatários das pensões civis estatutárias.
MS 31.687 AgR/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 11-3-2014, acórdão publica-
do no DJE de 3-4-2014.
(Informativo 738, Primeira Turma)
CF, art. 227: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comu-
nitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violên-
cia, crueldade e opressão.”
“Art. 217. São beneficiários das pensões: (...) II – temporária: a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte
e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; b) o menor sob guarda ou tutela
até 21 (vinte e um) anos de idade; c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto
durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor; d) a pessoa designada que
viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto
durar a invalidez.”
46
CONCURSO
PÚBLICO
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - concurso público
Incumbe ao referido órgão, nos termos dos arts. 83, VI, e 107, caput, ambos da
Lei Complementar 75/1993, oficiar perante o Tribunal Superior do Trabalho, o
que abrange a atribuição de interpor recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entretanto, essa conclusão não se confunde com a situação em que o Ministério
Público do Trabalho atue de forma originária perante o STF, o que é vedado.
RE 789.874/DF, rel. min. Teori Zavascki, julgado em 17-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 19-11-2014.
(Informativo 759, Plenário, Repercussão Geral)
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direito administrativo - concurso público
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalva-
das as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
No caso concreto, tendo em conta que o recorrido era o Serviço Social do Transporte (Sest), men-
cionou-se que a entidade estaria sujeita às auditorias a cargo do Ministério dos Transportes e à
aprovação de seus orçamentos pelo Poder Executivo.
A Corte enunciou as características básicas desses entes autônomos: a) dedicam-se a atividades pri-
vadas de interesse coletivo cuja execução não é atribuída de maneira privativa ao Estado; b) atuam
em regime de mera colaboração com o Poder Público; c) possuem patrimônio e receita próprios,
constituídos, majoritariamente, pelo produto das contribuições compulsórias que a própria lei de
criação institui em seu favor; e d) possuem a prerrogativa de autogerir seus recursos, inclusive no que
se refere à elaboração de seus orçamentos, ao estabelecimento de prioridades e à definição de seus
quadros de cargos e salários, segundo orientação política própria. Alertou para a necessidade de não
se confundirem essas entidades, tampouco equipará-las a outras criadas após a CF/1988, como a
Associação dos Pioneiros Sociais (APS), a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e a
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), cuja configuração jurídica teria peculiari-
dades próprias: a) criadas por autorização de lei e implementadas pelo Poder Executivo, não por
entidades sindicais; b) não destinadas a prover prestações sociais ou de formação profissional a deter-
minadas categorias de trabalhadores, mas a atuar na prestação de assistência médica qualificada e na
promoção de políticas públicas de desenvolvimento setoriais; c) financiadas, majoritariamente, por
dotações consignadas no orçamento da União; d) obrigadas a gerir seus recursos de acordo com os
critérios, metas e objetivos estabelecidos em contrato de gestão cujos termos seriam definidos pelo
próprio Poder Executivo; e e) supervisionadas pelo Poder Executivo, quanto à gestão de seus recur-
sos. Assim, a ausência de imposição normativa de observância obrigatória dos princípios gerais da
Administração Pública na contratação de pessoal não se aplica a esses serviços sociais – APS, Apex e
ABDI – e outras espécies de entidades colaboradoras com o poder público, cuja disciplina geral im-
põe a adoção desses princípios. Precedentes citados: ADI 1.864/PR, Pleno, rel. orig. min. Maurício
Corrêa, rel. p/ o ac. min. Joaquim Barbosa, DJE de 2-5-2008; ARE 683.979/DF, decisão monocrática,
rel. min. Luiz Fux, DJE de 23-8-2012; RE 366.168/SC, Segunda Turma, rel. min. Sepúlveda Pertence,
DJ de 14-5-2004; e AI 349.477 AgR/PR, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJ de 28-2-2003.
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De acordo com interpretação sistemática dos arts. 14, 15 e 39, § 2º, da Lei
8.935/1994, se o legislador ordinário previu a necessidade de anterior aprovação
em concurso público de provas e títulos a cargo do Poder Judiciário para a delega-
ção do exercício das atividades notariais, é de se inferir que a declaração de vacância
dessa serventia incumbe ao próprio Judiciário.
55
direito administrativo - concurso público
Entendimento aplicado também no RE 527.109/MG, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 30-10-2014
(Informativo 742, Pleno).
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direito administrativo - concurso público
O art. 236, § 3º, da Constituição Federal – o qual estatui, entre outras disposi-
ções, que “o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso
público de provas e títulos” – é norma constitucional autoaplicável. Nesse sentido, é
descabida a tese de que somente com a edição da Lei 8.935/1994, que regulamenta o
art. 236 da Constituição Federal, a norma teria conquistado plena eficácia.
MS 28.279 ED/DF, rel. min. Rosa Weber, julgado em 2-4-2014, acórdão publicado
no DJE de 22-4-2014.
(Informativo 741, Plenário)
Entendimento aplicado também no RE 355.856/SC, rel. orig. min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. min.
Roberto Barroso, DJE de 17-9-2014 (Informativo 745, Primeira Turma); e no MS 26.860/DF, rel. min.
Luiz Fux, DJE de 23-9-2014 (Informativo 741, Pleno).
57
direito administrativo - concurso público
Tendo em vista que o controle de legalidade por meio de autotutela1 não consti-
tui fase do concurso público, não há que falar na obrigatoriedade de participação
do indicado pela OAB para representá-la no certame na solução do conflito. Nada
obstante, mantém-se resguardada a competência da comissão do concurso, integra-
da por representante da OAB, para decidir acerca do conteúdo da prova e do mérito
das questões.
Embora o edital seja a lei do certame e vincule tanto a Administração Pública
quanto os candidatos, não pode preponderar sobre direito previsto em lei, a exemplo
da previsão contida na lei orgânica do Ministério Público estadual – a qual compõe e
regulamenta o certame –, que admite recurso contra decisão da comissão de concur-
so que provoque o Conselho Superior do Ministério Público estadual, bem como o
Colégio de Procuradores de Justiça.
MS 32.176/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 18-3-2014, acórdão publicado no
DJE de 14-4-2014.
(Informativo 739, Primeira Turma)
No caso, a autotutela foi exercida para anular questões em razão de erro grosseiro no enunciado,
bem como questões com exigência de conteúdo não previsto no edital.
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direito administrativo - concurso público
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CONTRATO
ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - contrato administrativo
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INTERVENÇÃO
DO ESTADO NA
PROPRIEDADE
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - intervenção do estado na propriedade
“Art. 2º (...) § 6º O imóvel rural de domínio público ou particular objeto de esbulho possessório ou
invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo não será vistoriado, avaliado
ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação, ou no dobro desse prazo, em caso de
reincidência; e deverá ser apurada a responsabilidade civil e administrativa de quem concorra com
qualquer ato omissivo ou comissivo que propicie o descumprimento dessas vedações.” (Incluído
pela Medida Provisória 2.183-56, de 2001.)
63
direito administrativo - intervenção do estado na propriedade
Desapropriação e fundamentos
A norma contida no art. 2º, § 6º, da Lei 8.629/1993 impede que o imóvel particular objeto de esbu-
lho possessório ou invasão motivada por conflito agrário ou fundiário de caráter coletivo seja visto-
riado, avaliado ou desapropriado nos dois anos seguintes à sua desocupação para desapropriação
por interesse social para fins de reforma agrária.
64
PROCESSO
ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - processo administrativo
O exame de sanidade mental, nos termos do art. 1601 da Lei 8.112/1990, só deve
ser realizado quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, o que
pode ser afastado por laudo de junta médica oficial.
RMS 31.858/DF, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 13-5-2014, acórdão publicado
no DJE de 4-8-2014.
(Informativo 746, Segunda Turma)
“Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à auto-
ridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
menos um médico psiquiatra.”
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direito administrativo - processo administrativo
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direito administrativo - processo administrativo
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direito administrativo - processo administrativo
“Art. 13. Recebidos os autos do processo do Conselho de Justificação, o Ministro Militar, dentro do
prazo de 20 (vinte) dias, aceitando ou não seu julgamento e, neste último caso, justificando os mo-
tivos de seu despacho, determina: (...) V – a remessa do processo ao Superior Tribunal Militar: a) se
a razão pela qual o oficial foi julgado culpado está prevista nos itens I, III e V do artigo 2º;”
“Art. 14. É da competência do Superior Tribunal Militar julgar, em instância única, os processos
oriundos de Conselhos de Justificação, a ele remetidos por Ministro Militar.”
“Art. 15. No Superior Tribunal Militar, distribuído o processo, é o mesmo relatado por um dos Mi-
nistros, que, antes, deve abrir prazo de 5 (cinco) dias para a defesa se manifestar por escrito sobre a
decisão do Conselho de Justificação.”
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direito administrativo - processo administrativo
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RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - responsabilidade civil do estado
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SERVIÇOS
PÚBLICOS
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - serviços públicos
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SISTEMA
REMUNERATÓRIO
DIREITO ADMINISTRATIVO
direito administrativo - sistema remuneratório
76
direito administrativo - sistema remuneratório
corresponde à data igual ou posterior ao final do ciclo, não podendo retroagir ao seu
início.
Na situação dos autos, o primeiro ciclo de avaliação de desempenho dos servido-
res públicos que recebem a GDATFA iniciou-se em 25-10-2010, dia da publicação da
Portaria/Mapa 1.031/2010, a qual retroagiu a essa data o início dos efeitos financei-
ros. Essa retroação, portanto, contrariou a jurisprudência do STF. Na prática, deve
ser observado o dia 23-12-2010, data da conclusão do ciclo e da homologação dos
resultados das avaliações.
RE 662.406/AL, rel. min. Teori Zavascki, julgado em 11-12-2014, acórdão publica-
do no DJE de 18-2-2015.
(Informativo 771, Plenário, Repercussão Geral)
“Súmula
20. A Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-administrativa – GDATA, insti-
tuída pela Lei nº 10.404/2002, deve ser deferida aos inativos nos valores correspondentes a 37,5
(trinta e sete vírgula cinco) pontos no período de fevereiro a maio de 2002 e, nos termos do art. 5º,
parágrafo único, da Lei nº 10.404/2002, no período de junho de 2002 até a conclusão dos efeitos
do último ciclo de avaliação a que se refere o art. 1º da Medida Provisória nº 198/2004, a partir da
qual passa a ser de 60 (sessenta) pontos.”
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direito administrativo - sistema remuneratório
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direito administrativo - sistema remuneratório
“Súmula
Vinculante 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União, asseguram-se o con-
traditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato admi-
nistrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.”
RE 594.296/MG: “Ementa: Recurso extraordinário. Direito administrativo. Exercício do poder de autotutela
estatal. Revisão de contagem de tempo de serviço e de quinquênios de servidora pública. Repercussão geral reconhe-
cida. 1. Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se de tais
atos já decorreram efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular processo adminis-
trativo. 2. Ordem de revisão de contagem de tempo de serviço, de cancelamento de quinquênios e de
devolução de valores tidos por indevidamente recebidos apenas pode ser imposta ao servidor depois de
submetida a questão ao devido processo administrativo, em que se mostra de obrigatória observância
o respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. 3. Recurso extraordinário a que se nega
provimento.” (Pleno, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 13-2-2012 – Sem grifos no original.)
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direito administrativo - sistema remuneratório
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direito administrativo - sistema remuneratório
“Art. 193. O servidor que tiver exercido função de direção, chefia, assessoramento, assistência ou
cargo em comissão, por período de 5 (cinco) anos consecutivos, ou 10 (dez) anos interpolados, po-
derá aposentar-se com a gratificação da função ou remuneração do cargo em comissão, de maior
valor, desde que exercido por um período mínimo de 2 (dois) anos. § 1º Quando o exercício da
função ou cargo em comissão de maior valor não corresponder ao período de 2 (dois) anos, será
incorporada a gratificação ou remuneração da função ou cargo em comissão imediatamente infe-
rior dentre os exercidos. § 2º A aplicação do disposto neste artigo exclui as vantagens previstas no
art. 192, bem como a incorporação de que trata o art. 62, ressalvado o direito de opção.”
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“Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.”
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direito administrativo - sistema remuneratório
Na espécie, servidores estaduais aposentados e pensionistas, vinculados ao Poder Executivo local,
tiveram os rendimentos submetidos a cortes, após a vigência da Emenda Constitucional 41/2003,
promovidos com o propósito de adequar as remunerações aos subsídios do governador.
“Art. 5º (...) XXXVI – A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”
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direito administrativo - sistema remuneratório
Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia1, tam-
pouco proceder à equiparação salarial entre servidores de mesmo cargo,
quando o paradigma decorrer de decisão judicial transitada em julgado.
Súmula/STF 339: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar venci-
mentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.”
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) X – a remuneração dos servidores públi-
cos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei espe-
cífica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices;”
87
direito administrativo - sistema remuneratório
O art. 40, § 8º, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Cons-
titucional 20/1998, ao estatuir a regra de paridade de vencimentos entre servi-
dores ativos e inativos que tenham exercido cargos correspondentes, dispensa a
edição de lei que promova a extensão das vantagens4, haja vista que o próprio texto
constitucional, à luz do princípio da isonomia, estabelece essa extensão.
Nesse sentido, tendo em conta a autoaplicabilidade do preceito constitucional em
comento, aos aposentados e pensionistas do DNER é assegurado o direito à paridade,
desde que se verifique que eles gozariam dos benefícios caso estivessem em atividade
no DNIT.
RE 677.730/RS, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 28-8-2014, acórdão publicado
no DJE de 24-10-2014.
(Informativo 756, Plenário, Repercussão Geral)
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) – órgão extinto por ocasião da Lei 10.233,
de 5 de junho de 2001.
A Emenda Constitucional 20/1998 incluiu no art. 40 da Constituição o § 8º, segundo o qual, entre
outras disposições, foram estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou
vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes
da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se tenha dado a aposentadoria ou
que tenha servido de referência para a concessão da pensão, na forma da lei.
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direito administrativo - sistema remuneratório
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direito administrativo - sistema remuneratório
IV – por fim, com relação aos servidores que ingressaram no serviço público
antes da Emenda Constitucional 41/2003 e se aposentaram ou adquiriram
o direito à aposentadoria após a sua edição, é necessário observar a incidên-
cia das regras de transição fixadas pela Emenda Constitucional 47/2005, a
qual estabeleceu efeitos retroativos à data de vigência da Emenda Constitu-
cional 41/2003, conforme decidido nos autos do RE 590.260/SP (Plenário,
rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 23-10-2014).
RE 596.962/MT, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 21-8-2014, acórdão publicado
no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 755, Plenário, Repercussão Geral)
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direito administrativo - sistema remuneratório
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direito civil - direito civil
IR
DIREITO
CIVIL
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DIREITO DE
FAMÍLIA
DIREITO CIVIL
direito civil - direito de família
“Art. 227. (...) § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mes-
mos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.”
Excerto do voto do ministro Gilmar Mendes: “Ademais, não há de se falar, nessa questão, em efeito
retroativo de norma constitucional. Essa apenas ocorre em casos excepcionais, quando há expres-
sa menção em seu texto. Inexistem, na Constituição Federal, dispositivos que autorizem entendimen-
to de que a igualdade entre filhos deve valer também para momento anterior ao de sua promulgação.
No tocante aos limites constitucionais de uma possível discriminação entre espécies de filhos, é notório
que a atual carta constitucional oficializou entendimento já existente na sociedade brasileira ao final da
década de oitenta, ao dispor, em seu art. 227, § 6º, que os filhos, havidos ou não da relação do casamen-
to, ou por adoção, possuem os mesmos direitos e qualificações. No entanto, legalmente, como indi-
quei, a diferenciação ainda persistia e apenas foi superada com o advento da Constituição de 1988.
É inadmissível, desse modo, alegar ofensa ao princípio da igualdade, com base no entendimento ho-
dierno e no grau de avanço da sociedade moderna, para recriminar situação jurídica regulada no pas-
sado, fundada em conceitos morais então considerados válidos. Nesse aspecto, o cenário constitucio-
95
direito civil - direito de família
nal anterior possuía entendimento muito mais flexível de isonomia, que não se deve tentar reproduzir
nos tempos atuais, embasando-se no modelo constitucional insculpido no texto de 1988. A discrimina-
ção entre espécies de filhos é prática que entendemos ser perversa e incompatível com os valores
culturais e constitucionais vigentes. Contudo, trata-se de situação que, em diversos períodos da
história, foi justificada e aceita por diferentes motivos, sejam culturais, morais ou religiosos. Em
1980, momento da abertura da sucessão do acórdão que a autora pretende ver rescindido, verifico, com
base em tudo que expus em meu voto, que o dispositivo legal válido era o art. 377 do Código Civil,
na redação dada pela Lei n. 3.133/1957, não cabendo razão à demandante”. (Sem grifos no origi-
nal.)
“Rege-se, a capacidade de suceder, pela lei da época da abertura da sucessão, não comportando,
assim, eficácia retroativa o disposto no art. 227, parágrafo único, da Constituição.” (RE 162.350/SP,
Primeira Turma, rel. min. Octavio Gallotti, DJ de 22-9-1995.)
“Art. 377. Quando o adotante tiver filhos legítimos, legitimados ou reconhecidos, a relação de ado-
ção não envolve a de sucessão hereditária.” (Redação dada pela Lei 3.133, de 1957.)
“Art. 51. A Lei n. 883, de 21 de outubro de 1949, passa a vigorar com as seguintes alterações: ‘1)
Art. 1º (...) Parágrafo único: Ainda na vigência do casamento qualquer dos cônjuges poderá reco-
nhecer o filho havido fora do matrimônio, em testamento cerrado, aprovado antes ou depois do
nascimento do filho, e, nessa parte, irrevogável. 2) Art. 2º Qualquer que seja a natureza da filiação,
o direito à herança será reconhecido em igualdade de condições. 3) Art. 4º (...) Parágrafo único: Dis-
solvida a sociedade conjugal do que foi condenado a prestar alimentos, quem os obteve não precisa
propor ação de investigação para ser reconhecido, cabendo, porém, aos interessados o direito de
impugnar a filiação. 4) Art. 9º O filho havido fora do casamento e reconhecido pode ser privado da
herança nos casos dos arts. 1.595 e 1.744 do Código Civil.’”
96
direito constitucional - direito constitucional
CONSTITUCIONAL
IR
DIREITO
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ADVOCACIA
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - advocacia
101
ARGUIÇÃO DE
DESCUMPRIMENTO
DE PRECEITO
FUNDAMENTAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
103
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
“Art. 38. O cálculo dos índices de correção monetária, no mês em que se verificar a emissão do Real
de que trata o art. 3º desta lei, bem como no mês subsequente, tomará por base preços em Real, o
equivalente em URV dos preços em cruzeiros reais, e os preços nominados ou convertidos em URV
dos meses imediatamente anteriores, segundo critérios estabelecidos em lei. Parágrafo Único. Ob-
servado o disposto no parágrafo único do art. 7º, é nula de pleno direito e não surtirá nenhum
efeito a aplicação de índice, para fins de correção monetária, calculado de forma diferente da esta-
belecida no caput deste artigo.”
Na assentada do dia 24-10-2007, o então relator, ministro Menezes Direito, registrou que “a Corte,
em inúmeros precedentes, no que concerne à apreciação dessas circunstâncias, sempre tem assen-
tado que a correção do valor da moeda no trânsito de um Estado para outro não afronta nem o
104
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
direito adquirido nem o ato jurídico perfeito”, e afirmou que “seria até mesmo, no plano do direito
natural, uma contradita à natureza das coisas se não se pudesse admitir, no padrão monetário, uma
regra de trânsito que atingisse exatamente o ato jurídico que foi antes constituído, no que diz res-
peito especificamente à natureza da moeda de curso forçado no país”. Reputou, ainda, ser necessá-
ria a medida cautelar, por não se poderem aferir as consequências de um plano econômico com
decurso de longo tempo e que vinha se mostrando com razoável aplicação – v. Informativo 485.
105
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
“Art. 21. Compete à União: (...) XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
permissão: (...) f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;”
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) X – regime dos portos, navegação la-
custre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial.”
106
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
Como a do caso em análise, que envolve a prorrogação de prazo para a implementação de audiodes-
crição por parte dos prestadores de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão.
No caso, a Portaria 310/2006 do Ministério das Comunicações estabeleceu cronograma de imple-
mentação do recurso de audiodescrição, consistente na narrativa, em língua portuguesa, integrada
ao som original da obra audiovisual, em que se descrevem sons e elementos visuais e quaisquer
informações adicionais que sejam relevantes para possibilitar a melhor compreensão da obra por
pessoas com deficiência visual e intelectual. Nesse sentido, embora o Ministério das Comunicações
tenha editado a referida portaria – segundo a qual o recurso de acessibilidade deveria ser executado
no prazo de 24 a 132 meses –, concluiu-se pela inviabilidade dos prazos estabelecidos. Por essa ra-
zão, o órgão citado editou nova portaria (188/2010), que alterou o cronograma originário e as
metas impostas para a implantação de tal recurso. Entretanto, contra essa alteração o Ministério
Público requereu o cumprimento do cronograma originário previsto na aludida Portaria 310/2006
e, em segundo grau, o Tribunal Regional Federal, além de afastar as mudanças promovidas pela
Portaria 188/2010, determinou a observância dos prazos inicialmente fixados, compelindo o Minis-
107
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
tério das Comunicações a editar a questionada Portaria 332/A/2013, que restaurou os prazos origi-
nais.
O Plenário referendou a medida cautelar concedida, durante o curso de férias coletivas, pelo minis-
tro Ricardo Lewandowski (presidente).
O Supremo Tribunal Federal suspendeu, ainda, a Portaria 332/A/2013 do Ministério das Comuni-
cações, editada em observância àquele pronunciamento judicial.
108
direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
A redação conferida pela Emenda Constitucional 19/1998 aos arts. 37, XIII,
e 39, § 1º, da Constituição Federal eliminou a possibilidade de vinculação ou
equiparação de cargos, empregos ou funções, por força de ato normativo infra-
constitucional.
Por conseguinte, o art. 65 da Lei Complementar 22/1994 do Estado do Pará, no
trecho em que vinculava os vencimentos dos delegados de polícia aos dos procura-
dores de estado, não foi recepcionado pela Constituição de 1988, com a redação dada
pela Emenda Constitucional 19/1998.
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direito constitucional - arguição de descumprimento de preceito fundamental
Precedentes: ADI 4.009/SC, Pleno, rel. min. Eros Grau, DJE de 28-5-2009; ADI 955/PB, Pleno, rel.
min. Sepúlveda Pertence, DJ de 25-8-2006; ADI 2.840 MC-QO/ES, Pleno, rel. min. Ellen Gracie, DJ
de 6-11-2003; ADI 774/RS, Pleno, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 26-2-1999.
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COMISSÃO
PARLAMENTAR
DE INQUÉRITO
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - comissão parlamentar de inquérito
No caso, questionava-se ato em que, com base no dever do sigilo fiscal, o chefe
da Superintendência Regional da Receita Federal negou pedido de transferência
de dados fiscais relativos aos principais investigados pela CPI.
O relator, não obstante a prejudicialidade do feito, fez menção – e ponderações –
ao decidido na ACO 730/RJ2, na qual o Supremo Tribunal Federal concluiu pelo
poder das comissões parlamentares de inquérito estaduais para determinar quebra
de sigilo bancário.
ACO 1.271/RJ, rel. min. Joaquim Barbosa, julgado em 12-2-2014, acórdão publica-
do no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 735, Plenário)
112
COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA
DO STF
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - competência originária do stf
Ninguém pode se opor ao fato a que deu causa. Nesse sentido, tendo as partes
requerido e pagado pela realização de perícia pelo Exército, o instituto do nemo
potest venire contra factum proprium desautoriza o abandono da utilização do laudo
do Exército como parâmetro para a demarcação.
Tendo em vista que os trabalhos que o Exército realizou foram extremamente
técnicos e cuidadosos e duraram anos2, não é aceitável que a divergência quanto à
conclusão dos estudos feitos justifique total abandono da perícia e súbita opção por
outro parâmetro. A escolha inicial pela perícia, que originou o resultado tecnicamen-
te mais apropriado, impossibilita o retorno a um estado inicial de escolha do critério
de demarcação, sob pena de se admitir o comportamento contraditório.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF), nos casos de conflito entre Esta-
dos-Membros referente à demarcação de terras, tem designado o Serviço Geográfico
do Exército para realizar os trabalhos periciais, por dispor de mais recursos e técnicas
mais modernas3.
Posto isso, e diante da ausência de composição amigável entre as partes em rela-
ção a toda a área sub judice, cabe ao Poder Judiciário a escolha de um parâmetro para
dirimir o conflito subsistente, sendo certo que a opção por qualquer critério trará
vantagens e desvantagens.
114
direito constitucional - competência originária do stf
Dessa forma, as ações judiciais referentes às áreas abrangidas pelas ações em co-
mento ainda não sentenciadas deverão ser redistribuídas ao juízo competente.
Por fim, a Corte estabeleceu que, quando dois Estados tiverem emitido título de
posse ou de propriedade em relação a uma mesma área abrangida pela ação em co-
mento, prevalecerá o título concedido judicialmente e, em se tratando de dois títu-
los judiciais, o que já transitou em julgado. Na ausência desse marco, prevalecerá o
primeiro provimento judicial oriundo do juízo competente ratione loci à luz do laudo
do Exército.
ACO 347/BA e ACO 652/PI, rel. min. Luiz Fux, julgados em 8-10-2014, acórdãos
publicados, respectivamente, no DJE de 31-10-2014 e no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 762, Plenário)
Na ACO 347/BA, remanescia o conflito original entre os Estados da Bahia e de Goiás e entre os Esta-
dos do Piauí e do Tocantins, que se resume à definição do critério a ser adotado para a fixação das
divisas entre os Estados que ainda litigam. No que diz respeito à ACO 652/PI, a controvérsia restrin-
ge-se à definição de qual laudo deverá ser utilizado: se o formulado pelo Exército, como quer o Estado
do Piauí, ou se a Carta Topográfica do IBGE de 1980, como pretende o Estado do Tocantins.
Dos mais de quinze volumes da ACO 347/BA, inúmeros deles dizem respeito à documentação re-
ferente ao laudo elaborado pelo Exército.
115
direito constitucional - competência originária do stf
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) n) a ação em que todos os membros da magistra-
tura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do
tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;”
116
direito constitucional - competência originária do stf
Entendimento aplicado também na ACO 2.373 AgR/DF, Segunda Turma, rel. min. Teori Zavascki,
julgada em 19-8-2014. (Informativo 755.)
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I – as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justi-
ça do Trabalho;”
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça
e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;”
117
direito constitucional - competência originária do stf
118
direito constitucional - competência originária do stf
No caso, esse requisito está preenchido, uma vez que estão contrapostos, de um
lado, o intento da União na preservação do cenário paisagístico como patrimô-
nio cultural brasileiro e, de outro, o interesse jurídico, econômico, financeiro e so-
cial do Estado do Amazonas de ter autonomia na gestão de seus recursos naturais.
Por conseguinte, a ação ordinária proposta pelo Estado do Amazonas contra a
União e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com o ob-
jetivo de anular o processo administrativo de tombamento do “Encontro das Águas
dos Rios Negro e Solimões”, possui conteúdo suficiente para configurar conflito fe-
derativo apto a deslocar a competência da ação para o STF.
Rcl 12.957/AM, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 26-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 4-11-2014.
(Informativo 756, Primeira Turma)
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) f) as causas e os conflitos entre a União e os Es-
tados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da ad-
ministração indireta;”
119
direito constitucional - competência originária do stf
Arts. 3º, 4º e 12 da Resolução/CNJ 13/2006, a qual excluiu o adicional por tempo de serviço do
subsídio mensal dos juízes vinculados ao Tribunal.
120
CONSELHO
NACIONAL DE
JUSTIÇA
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - conselho nacional de justiça
A atuação do juiz pode e deve ser objeto de exame disciplinar quando hou-
ver indícios de violação dos deveres funcionais impostos pela lei e pela
Constituição.
A análise dos fatos a serem apurados pelo CNJ não avança sobre o mérito das
decisões judiciais prolatadas pelo impetrante, mas sobre a conduta supostamente
parcial.
Posto isso, embora a instauração de processo administrativo disciplinar não impli-
que, necessariamente, a medida cautelar, esta pode ser adotada quando a continuida-
de do exercício do ofício judicante pelo investigado possa interferir no curso da apu-
ração ou comprometer a legitimidade de sua atuação e a higidez dos atos judiciais.
Nesse sentido, o afastamento cautelar das funções está de acordo com o art. 27, § 3º,
122
direito constitucional - conselho nacional de justiça
da Lei Complementar 35/1979, não cabendo, assim, falar em ausência de justa causa
para instauração do procedimento.
MS 32.721/DF, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 11-11-2014, acórdão publicado
no DJE de 11-2-2015.
(Informativo 767, Segunda Turma)
123
direito constitucional - conselho nacional de justiça
A Loman não estabelece regras sobre a prescrição da pretensão punitiva por fal-
tas disciplinares praticadas por magistrados.
“Art. 82. Poderão ser revistos, de ofício ou mediante provocação de qualquer interessado, os processos
disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano do pedido de revisão.”
“Art. 83. A revisão dos processos disciplinares será admitida: I – quando a decisão for contrária a
texto expresso da lei, à evidência dos autos ou a ato normativo do CNJ; II – quando a decisão se
fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III – quando, após a
decisão, surgirem fatos novos ou novas provas ou circunstâncias que determinem ou autorizem
modificação da decisão proferida pelo órgão de origem.”
124
direito constitucional - conselho nacional de justiça
125
direito constitucional - conselho nacional de justiça
Em que pese ao quanto disposto nos arts. 422 e 31, III3, ambos do RICNJ então
vigente, não ofende o princípio do juiz natural a designação do corregedor na-
cional de justiça como relator de processo administrativo disciplinar, o qual – em
razão de peculiaridades – não possua previsão de competência para seu julgamento.
O aludido princípio, entre outras vedações e determinações, busca excluir qual-
quer discricionariedade, não configurada no caso, tendo em vista a previsão do citado
art. 120 do RICNJ.
MS 27.021/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 14-10-2014, acórdão publicado no
DJE de 24-11-2014.
(Informativo 763, Primeira Turma)
“Art. 120. Os casos omissos serão resolvidos pelo Plenário.” (Redação conferida pela Resolução/
CNJ 2/2005, revogada pela Resolução/CNJ 67/2009. O teor do dispositivo consta do art. 142 do
RICNJ vigente.)
“Art. 42. A distribuição se fará entre todos os Conselheiros, inclusive os ausentes ou licenciados por
até trinta dias, excetuando o Presidente e o Ministro-Corregedor.” (O teor do dispositivo consta do
art. 45 do RICNJ vigente.)
“Art. 31. (...) III – realizar sindicâncias, inspeções e correições, quando houver fatos graves ou rele-
vantes que as justifiquem, propondo ao Plenário a adoção de medidas adequadas a suprir as neces-
sidades ou deficiências constatadas;” (O teor do dispositivo consta, com nova redação, do art. 8º, IV,
do RICNJ vigente.)
126
direito constitucional - conselho nacional de justiça
“Art. 103. O Presidente e o Corregedor da Justiça não integrarão as Câmaras ou Turmas. A Lei es-
tadual poderá estender a mesma proibição também aos Vice-Presidentes. § 1º Nos Tribunais com
mais de trinta Desembargadores a lei de organização judiciária poderá prever a existência de mais
de um Vice-Presidente, com as funções que a lei e o Regimento Interno determinarem, observado
quanto a eles, inclusive, o disposto no caput deste artigo.”
127
direito constitucional - conselho nacional de justiça
128
direito constitucional - conselho nacional de justiça
“Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2
(dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (...) § 4º Compete ao Conselho o controle da
atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais
dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Ma-
gistratura: (...) V – rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e
membros de tribunais julgados há menos de um ano; ”
“Art. 86. A instauração de ofício da Revisão de Processo Disciplinar poderá ser determinada pela
maioria absoluta do Plenário do CNJ, mediante proposição de qualquer um dos Conselheiros, do
Procurador-Geral da República ou do Presidente do Conselho Federal da OAB.”
No caso, ocorrido o julgamento pelo Tribunal de origem, em 23-8-2005, foi determinada, em 19-6-
2006, a instauração do processo de revisão por deliberação do Plenário do CNJ. Nada obstante, o
despacho do corregedor nacional de justiça, datado de 29-8-2006, foi protocolado apenas em 15-9-
2006. Assim, tendo em vista que o ato do corregedor constitui mera execução material do que antes
já decidiu o CNJ, pela sua maioria absoluta, na forma do art. 86 do seu regimento interno, o Cole-
giado reputou respeitado o prazo do mencionado dispositivo constitucional.
129
CONTROLE DE
CONSTITUCIONALIDADE
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Na espécie, a instituição agravante carece de legitimidade, uma vez que não possui representa-
tividade adequada.
131
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Ato normativo editado por unidade federativa recém-criada não pode dis-
por sobre propriedade pertencente à União1.
Sendo inconteste que a entrega do imóvel ocorreu para o uso do Ministério Pú-
blico do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) – quando Roraima ainda era
Território –, com a criação do novo Estado-Membro, este deixou de integrar o
MPDFT. Assim, foi implementada a condição aposta em termo de entrega de que
haveria reversão do imóvel em favor do Serviço do Patrimônio Público da União,
caso não fosse utilizado na finalidade prevista.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade da alínea c do inciso III do
art. 256 da Lei Complementar 2/1993 do Estado de Roraima, segundo a qual todos
os imóveis ocupados pelo Estado-Membro passariam ao seu domínio. Em conse-
quência, determinou-se a reintegração da União na posse de imóvel.
ACO 685/RR, rel. orig. min. Ellen Gracie, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, julgado
em 11-12-2014, acórdão publicado no DJE de 12-2-2015.
(Informativo 771, Plenário)
No caso, a União cedera o imóvel ao Ministério da Justiça, que, por sua vez, o cedera para uso do
MPDFT, quando Roraima ainda era Território.
132
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Áreas de estacionamento rotativo em vias públicas, mantidas pelo poder público, porém pagas
pelos usuários.
Constituição Federal: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legis-
lativo, o Executivo e o Judiciário.”
133
direito constitucional - controle de constitucionalidade
A norma impugnada viola os arts. 37, II; 61, § 1º, II, a e c; 63, I; e 84, III, da Cons-
tituição Federal.
A criação de cargos na Administração é matéria de competência privativa do Po-
der Executivo. Ademais, não obstante a inconstitucionalidade formal evidenciada, a
mencionada lei1 também padece de vício material, porque, ao ter possibilitado o pro-
vimento derivado – de servidores investidos em cargos de outras carreiras – no cargo
de auditor de saúde, ofendeu o disposto no art. 37, II, da Constituição Federal, o qual
exige prévia aprovação em concurso para a investidura em cargo público, ressalvadas
as exceções previstas na própria Constituição2.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade da Lei Complementar
259/2002 do Estado do Espírito Santo, que autorizava o Poder Executivo a instituir
o Sistema Estadual de Auditoria da Saúde (Seas) e estabelecia normas para sua estru-
tura e funcionamento.
ADI 2.940/ES, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 11-12-2014, acórdão publicado
no DJE de 18-2-2015.
(Informativo 771, Plenário)
134
direito constitucional - controle de constitucionalidade
A escolha do chefe da polícia civil estadual deve recair sobre delegados inte-
grantes da respectiva carreira.
“Art. 144. (...) § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações pe-
nais, exceto as militares.”
135
direito constitucional - controle de constitucionalidade
136
direito constitucional - controle de constitucionalidade
137
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Leis que tratem dos casos de vedação a nepotismo não são de iniciativa
exclusiva do chefe do Poder Executivo.
A vedação do nepotismo não exige a edição de lei formal para coibi-lo, pois a
proibição decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da Cons-
tituição Federal.
Logo, a vedação a que cônjuges ou companheiros e parentes consanguíneos, afins
ou por adoção, até o segundo grau, de titulares de cargo público ocupem cargos em
comissão visa a assegurar, sobretudo, o cumprimento ao princípio constitucional da
isonomia, bem assim fazer valer os princípios da impessoalidade e da moralidade na
Administração Pública1.
Se os princípios do citado dispositivo constitucional nem sequer precisam de lei
para que sejam obrigatoriamente observados, não há vício de iniciativa legislativa em
norma editada com o objetivo de dar evidência à força normativa daqueles princípios
e estabelecer casos que, inquestionavelmente, configurem comportamentos adminis-
trativamente imorais ou não isonômicos.
Por conseguinte, foi declarada a constitucionalidade da Lei 2.040/1990 do Muni-
cípio de Garibaldi/RS, que proíbe a contratação, por parte do Executivo, de parentes
de primeiro e segundo grau do prefeito e vice-prefeito, para qualquer cargo do qua-
dro de servidores ou função pública.
138
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Constituição do Estado do Rio Grande do Sul: “Art. 95. (...) § 4º Quando o Tribunal de Justiça apre-
ciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou de ato normativo, citará previamente o
Procurador-Geral do Estado, que defenderá o ato ou texto impugnado.”
Constituição Federal: “Art. 103. (...) § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitu-
cionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da
União, que defenderá o ato ou texto impugnado.”
139
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Precedentes: ADI 3.295/AM, Pleno, rel. min. Cezar Peluso, DJE de 5-8-2011; ADI 3.930/RO, Pleno,
rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 23-10-2009.
“Art. 37. (...) XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.”
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
A norma impugnada não viola o art. 61, § 1º, II, b, da Constituição Federal.
Destacou-se, ademais, que a norma, ao dispor sobre responsabilidade civil do
Estado, é até salutar, pois permite que a Administração reconheça, motu proprio, a
existência de violação aos direitos nela mencionados.
Por conseguinte, foi declarada a constitucionalidade da Lei 5.645/1998 do Estado
do Espírito Santo, que autoriza o Poder Executivo estadual a reconhecer sua respon-
sabilidade civil pelas violações aos direitos à vida e à integridade física e psicológi-
ca decorrentes das atuações de seus agentes contra cidadãos sob a guarda legal do
Estado-Membro.
ADI 2.255/ES, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 19-11-2014, acórdão publicado
no DJE de 2-2-2015.
(Informativo 768, Plenário)
143
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I –
direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II – orçamento; (...) § 1º No
âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.”
“Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.”
144
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos ci-
dadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Presi-
dente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) b) organização administrativa e judiciá-
ria, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;”
145
direito constitucional - controle de constitucionalidade
146
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição
e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.”
“Art. 96. Compete privativamente: I – aos tribunais: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regi-
mentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dis-
pondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
exercício da atividade correicional respectiva; c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos
de juiz de carreira da respectiva jurisdição; d) propor a criação de novas varas judiciárias; e) prover, por
concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os
cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; f) conceder
licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem imediata-
mente vinculados; II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça
propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: a) a alteração do número de
membros dos tribunais inferiores; b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e
dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; c) a criação ou extinção dos tribunais inferio-
res; d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes
estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes
comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.”
147
direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
A norma impugnada não ofende os arts. 61, § 1º, II, e; 63, I; e 84, III e IV, da Consti-
tuição Federal1. Ademais, observa formal e materialmente o disposto no art. 25,
§ 3º2, da Constituição, porquanto utilizado o instrumento normativo adequado e
atendido o requisito territorial constitucionalmente exigido.
Por conseguinte, foi declarada a constitucionalidade da Lei Complementar
11.530/2000 do Estado do Rio Grande do Sul, que determina a inclusão do Município
de Santo Antônio da Patrulha na região metropolitana de Porto Alegre.
ADI 2.803/RS, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 6-11-2014, acórdão publicado no
DJE de 19-12-2014.
(Informativo 766, Plenário)
“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Pre-
sidente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) e) criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (...) Art. 63. Não será admitido
aumento da despesa prevista: I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,
ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º; (...) Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da
República: (...) III – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
(...) IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução.”
“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados
os princípios desta Constituição. (...) § 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
cas de interesse comum;”
149
direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
Precedente citado: ADI 2.305/SE, Pleno, rel. min. Cezar Peluso, DJE de 4-8-2011.
Concessão de medida cautelar noticiada no Informativo 189.
151
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 5º Os administradores ou responsáveis por bens e valores públicos da administração direta,
indireta e fundacional dos Poderes e Instituições constantes do artigo 2º, assim como toda a pessoa
que, por força da Lei, estiver sujeita à prestação de contas ao Tribunal de Contas, são obrigados a
juntar, à documentação correspondente, cópia da declaração de rendimentos e de bens, relativa ao
período-base da gestão, entregue à repartição competente, de conformidade com a legislação do
Imposto sobre a Renda.”
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 167. São vedados: (...) IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressal-
vadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a des-
tinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento
do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectiva-
mente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por ante-
cipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;”
A Emenda Constitucional 32/2003 à Constituição estadual apenas alterou a redação do art. 329 sem
modificar sua essência, além de deslocar essa norma para o art. 332 da Constituição estadual.
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 332. O Estado do Rio de Janeiro destinará, anualmente, à Fundação de Amparo à Pesquisa
FAPERJ, 2% (dois por cento) da receita tributária do exercício, deduzidas as transferências e vincu-
lações constitucionais e legais.”
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I – direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho.”
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Arts. 3º, XIII e XVII; 12, §§ 1º ao 4º; 15, caput; e 22, caput e parágrafo único, da Lei 2.507/2011 do
Estado de Rondônia.
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
Constituição Federal: “Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos
membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei
ou ato normativo do Poder Público.”
“Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o
acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. Parágrafo único. Os órgãos fracio-
nários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitu-
cionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Fe-
deral sobre a questão.”
Na situação dos autos, a eficácia de norma estadual foi, em momento anterior ao processo em tela,
suspensa, em virtude de provimento cautelar em ação direta de inconstitucionalidade, cuja eficácia
foi mantida pelo STF. Assim, no caso, os reclamantes ajuizaram ação perante o juízo de primeiro
grau, que declarou, incidentalmente, a inconstitucionalidade da mesma lei estadual. Essa decisão
foi mantida, em apelação, por câmara do Tribunal de Justiça, com base naquela decisão do STF.
Alegou-se que esse órgão não teria competência para proferir declaração de inconstitucionalidade,
uma vez que violaria o art. 97 da Constituição Federal.
162
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“Súmula Vinculante 10: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
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“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Pre-
sidente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) e) criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI.”
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“Art. 96. Compete privativamente: (...) II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores
e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...) b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
tribunais inferiores, onde houver;”
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“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e
contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e funda-
cionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III;”
“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. Parágrafo único. A lei dis-
porá sobre: I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o ca-
ráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscali-
zação e rescisão da concessão ou permissão;”
172
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econô-
mica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:”
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego
público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de
acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalva-
das as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;”
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“Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da
Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma
regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.”
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos
cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Pre-
sidente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) e) criação e extinção de Ministérios e
órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI.”
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão,
a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribu-
nais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando
já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”
Precedente citado: “Ementa: Ação direta de inconstitucionalidade. Expressão ‘cargos em comissão’
constante do caput do art. 5º, do parágrafo único do art. 5º e do caput do art. 6º; das tabelas II e III
do anexo II e das tabelas I, II e III do anexo III à Lei n. 1.950/2008; e das expressões ‘atribuições’,
‘denominações’ e ‘especificações’ de cargos contidas no art. 8º da Lei n. 1.950/2008. Criação de
milhares de cargos em comissão. Descumprimento dos arts. 37, II e V, da Constituição da República
e dos princípios da proporcionalidade e da moralidade administrativa. Ação julgada procedente.”
(ADI 4.125/TO, Pleno, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 15-2-2011.)
Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, nos termos da jurisprudência da Cor-
te, segundo a qual não se admitem embargos de declaração contra decisão monocrática.
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“Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República,
ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos ci-
dadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Presi-
dente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) b) organização administrativa e judiciá-
ria, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;”
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“Art. 96. Compete privativamente: (...) II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores
e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
(...) b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos
tribunais inferiores, onde houver;”
“a) Os servidores das carreiras de Analista Judiciário, Técnico Judiciário e Auxiliar Judiciário do
Quadro de Pessoal do Superior Tribunal de Justiça perceberão, a título de Gratificação de Represen-
tação Mensal, valor correspondente a 85% (oitenta e cinco por cento) da remuneração das Funções
Comissionadas FC-6, FC-5 e FC-4, respectivamente, prevista no artigo 14 da Lei nº 9.421/96; b) para
efeito de cálculo dos valores anuais da Representação Mensal serão considerados os valores dos
anexos V, VI e VII da Lei nº 9.421/96, bem como o disposto em seu artigo 4º, § 2º; c) a Gratificação
de Representação Mensal somente é devida aos servidores em efetivo exercício no Superior Tribu-
nal de Justiça; d) é vedada a percepção cumulativa da Gratificação de Representação Mensal com a
retribuição pelo exercício de função comissionada, assegurada a situação mais vantajosa para o
servidor; e) tal vantagem é extensiva aos servidores aposentados e aos pensionistas, nos termos do
art. 40, §§ 4º e 5º da Constituição Federal; f) as despesas decorrentes da aplicação desta Resolução
correrão a conta das dotações orçamentárias do Superior Tribunal de Justiça; g) os efeitos financei-
ros serão a partir de 1º de janeiro de 1998.”
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No caso, a governadora, em processo legislativo por ela desencadeado, propôs o subsídio mensal
dos desembargadores do Tribunal de Justiça como teto para a remuneração de todos os servidores
estaduais, à exceção dos deputados estaduais. No entanto, no curso de sua tramitação na Casa legis-
lativa, o projeto foi alterado pelos parlamentares para excluir do referido teto as verbas contidas no
art. 31 do ADCT da Constituição daquele Estado-Membro.
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“Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se o benefício sobre a média
dos trinta e seis últimos salários de contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês, e compro-
vada a regularidade dos reajustes dos salários de contribuição de modo a preservar seus valores reais
e obedecidas as seguintes condições: (...) § 2º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana,
hipótese em que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente, segun-
do critérios estabelecidos em lei.”
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A distribuição das vagas dos integrantes dos tribunais de contas deve observar
o caráter heterogêneo da composição do Tribunal de Contas da União (TCU).
“Art. 105. O processo de escolha de ministro do Tribunal de Contas da União, em caso de vaga
ocorrida ou que venha a ocorrer após a promulgação da Constituição de 1988, obedecerá ao seguin-
te critério: (...) III – a partir da décima vaga, reinicia-se o processo previsto nos incisos anteriores,
observada a alternância quanto à escolha de auditor e membro do Ministério Público junto ao Tri-
bunal, nos termos do inciso I do § 2º do art. 73 da Constituição Federal.”
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A lei estadual não usurpa a competência da União para legislar sobre normas
gerais de proteção e de defesa da saúde, além de não violar o direito à saúde (CF,
arts. 6º, caput; 24, XII, §§ 1º e 2º; e 196).
Por meio da Lei 5.991/1973, regulamentada pelo Decreto 74.170/1974, a União
estabelece normas gerais sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medica-
mentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Entretanto, nada dispôs acerca da venda
de bens de conveniência por farmácias e drogarias. Assim, a disciplina federal não é
abrangente a ponto de ter excluído do legislador estadual margem política para editar
atos dessa natureza e com esse conteúdo.
Ao autorizar a venda de artigos de conveniência por farmácias e drogarias, o le-
gislador estadual não disciplina sobre saúde, e sim acerca do comércio local. Dessa
forma, apesar de ser privativo das farmácias e drogarias o comércio de drogas, medi-
camentos e insumos farmacêuticos, não existe proibição de que esses estabelecimen-
tos comercializem outros produtos.
Além do mais, admitir que a União, a despeito de editar normas gerais, regule
situações particulares, de modo a esgotar o tema legislado, implica esvaziamento do
poder dos Estados-Membros de legislar supletivamente. Ao assim proceder, não se
preservam regras de convivência entre os entes, pois se permite que o ente central su-
foque a autonomia política dos Estados-Membros e do Distrito Federal. Dessa forma,
ausente normatização explicitamente oposta às diretrizes gerais estabelecidas em lei
federal, deve-se prestigiar a autonomia dos entes estaduais.
Por conseguinte, foi declarada a constitucionalidade da Lei 2.149/2009 do Es-
tado do Acre, que disciplina o comércio varejista de artigos de conveniência em
farmácias e drogarias.
ADI 4.954/AC, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 20-8-2014, acórdão publicado
no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 755, Plenário)
Entendimento aplicado também nas: ADI 4.950/RO, Pleno, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 10-11-2014,
e ADI 4.957/PE, Pleno, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 10-11-2014 (Informativo 763); ADI 4.952 AgR/PB,
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Pleno, rel. min. Luiz Fux, DJE de 21-11-2014 (Informativo 765); ADI 4.949/RJ, Pleno, rel. min. Ricardo
Lewandowski, DJE de 3-10-2014; ADI 4.948/RR, Pleno, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 31-9-2014; ADI
4.953/MG, Pleno, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 31-10-2014 (Informativo 758); ADI 4.423/DF, Pleno,
rel. min. Dias Toffoli, DJE de 17-11-2014; ADI 4.955/CE, Pleno, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 17-11-2014;
ADI 4.956/AM, Pleno, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 17-11-2014; ADI 4.093/SP, Pleno, rel. min. Rosa
Weber, DJE de 17-10-2014; ADI 4.951/PI, Pleno, rel. min. Teori Zavascki, DJE de 26-11-2014 (Informativo
760).
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As referidas entidades, por serem pessoas jurídicas de direito privado, estão su-
jeitas, nos termos do art. 173, § 1º, da Constituição Federal, ao regime jurídico
próprio das empresas privadas, o que afasta a exigência de manifestação prévia do
Poder Legislativo estadual.
O mesmo não ocorre no tocante à nomeação de dirigentes de autarquias ou fun-
dações públicas, que, por simetria, deve observar a regra constante do art. 52, III, f,
da Constituição Federal.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade da expressão “empresas
públicas, sociedades de economia mista” constante do art. 1º da Lei 11.288/1999 do
Estado de Santa Catarina, o qual determinava que “a nomeação para cargos de pre-
sidente, vice-presidente, diretor e membro do conselho de administração de autar-
quias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações do Estado de
Santa Catarina, obedecerá às condições estabelecidas nesta Lei”.
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como condição para a aprovação prévia pelo Poder Legislativo dos titulares de deter-
minados cargos e criava mecanismo de fiscalização pela Assembleia Legislativa que
se estendia após a exoneração dos ocupantes desses mesmos cargos.
ADI 2.225/SC, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 21-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 30-10-2014.
(Informativo 755, Plenário)
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Lei 12.282/2006: “Art. 2º A inclusão a que se refere o art. 1º dár-se-á desde que o interessado a soli-
cite e dependerá exclusivamente da apresentação do respectivo documento comprobatório.”
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O art. 45, § 1º, da Constituição Federal não permite que a lei complementar esta-
beleça o número total de deputados sem a fixação, de imediato e em seu bojo, da
representação por ente federado, para delegar implicitamente essa responsabilidade
política ao TSE.
Nesse sentido, o texto constitucional impõe dois comandos distintos destinados ao
legislador complementar:
a) estabelecer o número total de deputados; e
b) definir o quantitativo da representação por Estados-Membros e pelo Dis-
trito Federal, proporcionalmente à população, respeitados os limites de oito
a setenta assentos por ente federado.
Entretanto, a Lei Complementar 78/1993 é omissa quanto ao segundo comando
e não o concretiza, ao delegar implicitamente essa responsabilidade política ao TSE.
Ademais, dada a celeuma em torno da distribuição de cadeiras – tema sensível em
qualquer país que adote o modelo federado – e tendo em vista que todos os critérios
de representação proporcional têm vantagens e desvantagens e que nenhum deles é
capaz de alcançar a perfeita proporcionalidade das representações políticas, o núme-
ro de representantes dos entes federados está ligado à ampla discricionariedade e à
carga valorativa.
Assim, a Constituição, ao confiar essa matéria ao legislador complementar, exigiu
dele uma escolha valorativa, de forma que não existe autorização para que o TSE
exerça juízo de valor quanto ao critério de cálculo de representação proporcional,
sem qualquer parâmetro que vincule essa atividade.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei Comple-
mentar 78/1993, que instituía o quantitativo de deputados federais representantes
dos Estados-Membros e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados, bem como,
em seu parágrafo único, atribuía ao TSE competência para fornecer aos tribunais
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O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias não tem natureza tri-
butária, mas de preço público, razão pela qual não está sujeito ao princípio
da legalidade estrita.
“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.”
“Súmula 545. Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária,
em relação à lei que as instituiu.”
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A contratação temporária, consoante entendimento da Corte, poderá ter lugar unicamente quan-
do: 1) existir previsão legal dos casos; 2) a contratação for feita por tempo determinado; 3) tiver
como função atender a necessidade temporária, e 4) a necessidade temporária for de excepcional
interesse público.
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O lapso de tempo deve ser razoável o suficiente para a preparação da eleição pela
Justiça Eleitoral, albergando, ainda, tempo suficiente para a realização das con-
venções partidárias e da propaganda eleitoral.
O prazo fixado na legislação impugnada, embora não constitucionalizado, é fixa-
do por delegação constitucional ao legislador ordinário.
Dessa forma, foi adotado como parâmetro temporal o interregno mínimo de um
ano antes do pleito, em consonância com o marco da anualidade estabelecido no art.
16 da Constituição Federal.
Ademais, a relação dialógica entre partido político e candidato é indissociável, em
face da construção constitucional do processo eleitoral pátrio. Nesse sentido, a previ-
são atacada encontra ligação estreita com a exigência constitucional da prévia filiação
partidária – requisito de elegibilidade inscrito no art. 14, § 3º, V, da Constituição Fe-
deral –, haja vista que fere a coerência e a logicidade do sistema a permissão de que
legenda recém-criada participe do pleito eleitoral mesmo se inexistente ao tempo do
necessário implemento da exigência da prévia filiação partidária.
Por conseguinte, foi declarada a constitucionalidade do art. 4º da Lei 9.504/1997,
que exige prazo mínimo de um ano de existência para que partidos políticos concor-
ram em eleições.
ADI 1.817/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 28-5-2014, acórdão publicado no
DJE de 1º-8-2014.
(Informativo 748, Plenário)
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O concurso público para determinado cargo deve ser sempre específico, ou seja,
para carreira e cargo específicos, e o servidor que neles for investido não pode,
sem novo concurso público, ser transferido para carreira ou cargo diversos.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade dos arts. 8º e 17 da Lei
68/1989 e do art. 6º da Lei 82/1989, ambas do Distrito Federal, que dispunham sobre
a possibilidade de provimento em carreira diversa por meio de ascensão e transposi-
ção de cargos.
ADI 3.341/DF, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29-5-2014, acórdão pu-
blicado no DJE de 1º-7-2014.
(Informativo 748, Plenário)
Súmula/STF 685: “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor in-
vestir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que
não integra a carreira na qual anteriormente investido.”
Constituição Federal: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura
em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de
provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma pre-
vista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração;”
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“Art. 27. (...) § 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as re-
gras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.”
“Nos casos dos incisos I, II e VI do art. 55, quando a perda do mandato do congressista depende
ainda de decisão política da Casa Legislativa a que pertence, descabe ao poder constituinte derivado
restringir as balizas traçadas pela Carta Federal para a apreciação sobre o mérito da cassação, dentro
das quais o juízo deliberativo pode ser livremente exercido.” (Excerto do voto do ministro Marco
Aurélio, no presente julgamento).
216
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O disposto no art. 27, § 2º, da Constituição Federal1 não significa que ela autorize
a pura e simples vinculação dos subsídios de deputados estaduais aos de deputa-
dos federais, de maneira que qualquer aumento no valor destes implique, automa-
ticamente, aumento daqueles.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 7.456/2003
do Estado do Espírito Santo, que estabelecia como subsídio mensal pago a deputados
estaduais o valor correspondente a 75% do subsídio mensal pago a deputados federais.
ADI 3.461/ES, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 22-5-2014, acórdão publicado
no DJE de 25-8-2014.
(Informativo 747, Plenário)
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“Art. 70. (...) Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre apreciação da
prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas
partes, mencionando, na decisão, os que motivaram seu convencimento.”
“Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos
indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não in-
dicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral.”
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“Súmula 685: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-
-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não
integra a carreira na qual anteriormente investido.”
“Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da
administração direta, autárquica e das fundações públicas, em exercício na data da promulgação
da Constituição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma
regulada no art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público.”
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O auxílio especial mensal instituído pela Lei da Copa não pressupõe a exis-
tência de contribuição ou indicação de fonte de custeio total, pois não se
trata de benefício previdenciário, mas de benesse assistencial criada por le-
gislação especial para atender demanda de projeção nacional.
Não há, assim, que falar em ofensa ao art. 195, § 5º, da Constituição Federal, pela
suposta falta de indicação, na instituição do auxílio especial mensal, da corres-
pondente fonte de custeio total. As despesas necessárias ao custeio do auxílio cons-
tam de programação orçamentária do Ministério da Previdência Social; portanto,
não estão atreladas ao orçamento próprio da seguridade social.
Ademais, em razão de o auxílio especial mensal não fazer parte do rol de benefí-
cios e serviços regularmente mantidos e prestados pelo sistema de seguridade social,
não está submetido à exigência prevista no art. 195, § 5º, da Constituição.
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Assim, em circunstâncias específicas, o Estado adotou a teoria do risco integral, como o fez no to-
cante à responsabilidade civil por danos atômicos, à responsabilidade por dano ambiental ou, ainda,
à responsabilidade civil da União perante terceiros no caso de atentado terrorista, ato de guerra ou
eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de
transporte aéreo, excluídas as empresas de táxi aéreo.
“Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1º
O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de
outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.”
“Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, to-
mados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:”
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“Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito
de cada um, observados: (...) IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de cria-
ção nacional.”
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Entendimento aplicado também na ADI 2.453/PR, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 2-5-2014
(Informativo 741).
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) III – autorizar o Presidente e o
Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias.”
“Art. 53. Compete exclusivamente à Assembleia Legislativa, além de outras atribuições previstas
nesta Constituição: (...) IV – autorizar o Governador e o Vice-Governador a afastar-se do Estado por
mais de quinze dias, ou do País por qualquer tempo;”
“Art. 81. O Governador e o Vice-Governador não poderão, sem licença da Assembleia Legislativa,
ausentarem-se do País, por qualquer tempo, nem do Estado, por mais de quinze dias, sob pena de
perda do cargo.”
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“Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que
se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao
juiz competente.”
“Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) VII – exercer o controle externo da
atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior.”
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“Art. 61. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que disponham sobre: (...) III –
organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária;”
“Art. 115. O Conselho Estadual de Justiça é o órgão de controle externo da atividade administrativa
e do desempenho dos deveres funcionais do Poder Judiciário e do Ministério Público. Parágrafo
único. Lei complementar definirá a organização e funcionamento do Conselho Estadual de Justiça,
em cuja composição haverá membros indicados pela Assembleia Legislativa, Poder Judiciário, Mi-
nistério Público e Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil.”
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“Art. 1º Para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da admi-
nistração direta, as autarquias e as fundações públicas poderão efetuar contratação de pessoal por
tempo determinado, nas condições e prazos previstos nesta Lei. Art. 2º Considera-se necessidade
temporária de excepcional interesse público: (...) VII – admissão de professores para o ensino fun-
damental, ensino especial, ensino médio e instrutores para oficinas pedagógicas e profissionalizan-
tes, desde que não existam candidatos aprovados em concurso público e devidamente habilitados;”
232
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ADI 2.135 MC/DF, Pleno, rel. p/ o ac. min. Ellen Gracie (DJE de 7-3-2008).
234
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Por outro lado, a Corte afirmou a constitucionalidade do inciso III do art. 7º3 da
mesma lei, o qual se refere a servidores que, de acordo com a lei nele mencionada,
foram aprovados mediante concurso público para ocupação de cargos efetivos.
ADI 4.876/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 26-3-2014, acórdão publicado no
DJE de 1º-7-2014.
(Informativo 740, Plenário)
“Art. 37. (...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em con-
curso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração;”
“Art. 7º Em razão da natureza permanente da função para a qual foram admitidos, são titulares de
cargo efetivo, nos termos do inciso I do art. 3º da Lei Complementar nº 64, de 2002, os servidores
em exercício na data da publicação desta lei, nas seguintes situações: I – a que se refere o art. 4º da
Lei nº 10.254, de 1990, e não alcançados pelos arts. 105 e 106 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição do Estado; II – estabilizados nos termos do art. 19 do Ato das Disposi-
ções Constitucionais Transitórias da Constituição da República; (...) IV – de que trata a alínea ‘a’ do
§ 1º do art. 10 da Lei nº 10.254, de 1990, admitidos até 16 de dezembro de 1998, desde a data do
ingresso; V – de que trata a alínea ‘a’ do § 1º do art. 10 da Lei nº 10.254, de 1990, admitidos após 16
de dezembro de 1998 e até 31 de dezembro de 2006, desde a data do ingresso.”
“Art. 3º (...) III – a que se refere o caput do art. 107 da Lei nº 11.050, de 19 de janeiro de 1993.”
236
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Súmula Vinculante 26. Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime
hediondo, ou equiparado, o juízo de execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n.
237
direito constitucional - controle de constitucionalidade
8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisi-
tos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado,
a realização de exame criminológico.”
No caso, a reclamação tinha por objetivo garantir a autoridade da decisão do STF proferida no HC
82.959/SP (Plenário, rel. min. Marco Aurélio, DJ de 1º-9-2006), em que declarada a inconstituciona-
lidade do § 1º do art. 2º da Lei 8.072/1990, que vedava a progressão de regime a condenados pela
prática de crimes hediondos.
“Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do
direito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a reque-
rimento da parte, no momento de proferir a sentença.”
Nesse sentido, existem diversas previsões normativas que, ao longo do tempo, conferiram eficácia
ampliada para além das fronteiras da causa em julgamento. No âmbito do STF, a força vinculativa
de seus precedentes foi induzida por via legislativa, cujo passo inicial foi a competência, atribuída ao
Senado, para suspender a execução das normas declaradas inconstitucionais, nos termos do art. 52,
X, da Constituição Federal. Entretanto, a resolução do Senado não é a única forma de ampliação da
eficácia subjetiva das decisões do STF, porque diz respeito a área limitada da jurisdição constitucio-
nal (apenas decisões declaratórias de inconstitucionalidade). Nada obstante, há outras sentenças
emanadas do STF, não necessariamente relacionadas com o controle de constitucionalidade, com
eficácia subjetiva expandida para além das partes vinculadas ao processo. A esse respeito, a primeira
dessas formas ocorreu com o sistema de controle de constitucionalidade por ação, cujas sentenças
seriam dotadas naturalmente de eficácia erga omnes e vinculante, independentemente da interven-
ção do Senado. Ademais, podem ser citados os institutos das súmulas vinculantes e da repercussão
geral das questões constitucionais discutidas em sede de recurso extraordinário.
Dessa forma, sem negar a força expansiva de uma significativa gama de decisões do STF, manteve-se
a jurisprudência segundo a qual, em princípio, a reclamação somente seria admitida quando pro-
posta por quem fosse parte na relação processual em que proferida a decisão cuja eficácia se busca-
ria preservar. A legitimação ativa mais ampla apenas seria cabível em hipóteses expressamente pre-
vistas, notadamente a súmula vinculante – como no caso em tela – e contra atos ofensivos a decisões
tomadas em ações de controle concentrado.
238
direito constitucional - controle de constitucionalidade
239
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Preliminarmente, o Tribunal assentou o prejuízo em relação ao parágrafo único do art. 7º; ao pará-
grafo único do art. 12; ao inciso I do art. 16; ao § 1º do art. 25; ao art. 57; e ao art. 62, tendo em
conta o pleno exaurimento da eficácia desses preceitos, porquanto foram objeto de posterior regu-
lamentação. No mérito, a Corte reputou inconstitucionais os arts. 4º; 9º, parágrafo único; 11; 12,
caput; 13; 16, II e parágrafo único; 19; 26; 28; 29; 30; 31; 38; 50; 60; 61; e 63.
240
direito constitucional - controle de constitucionalidade
241
direito constitucional - controle de constitucionalidade
Entendimento aplicado também na ADI 668/AL, Pleno, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 28-3-2014
(Informativo 736).
242
direito constitucional - controle de constitucionalidade
243
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 28. (...) § 5º Os vencimentos dos servidores públicos estaduais e municipais, da administração
direta, indireta autárquica, fundacional, de empresa pública e de sociedade de economia mista são
pagos até o último dia de cada mês, corrigindo-se monetariamente os seus valores, se o pagamento
se der além desse prazo.”
244
direito constitucional - controle de constitucionalidade
O dispositivo impugnado viola os arts. 22, I; 37, XIII; e 173, § 1º, da Constituição
Federal.
O constituinte estadual não pode tratar de temática relativa a direito do trabalho
no tocante a empresas públicas e sociedades de economia mista, uma vez que essas
organizações estão sujeitas a regime trabalhista.
Por conseguinte, foi declarada a inconstitucionalidade do art. 40 do ADCT da
Constituição do Estado de Minas Gerais, que assegurava a isonomia de remunera-
ção entre os servidores das entidades Caixa Econômica do Estado de Minas Gerais e
Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais para os cargos, empregos e funções de
atribuições iguais ou assemelhadas.
ADI 318/MG, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 19-2-2014, acórdão publicado
no DJE de 12-6-2014.
(Informativo 736, Plenário)
245
direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
A Zona Franca de Manaus (ZFM) foi instituída pela Lei 3.173/1957, mas somente teve existência
jurídica e pleno funcionamento com a edição do Decreto-Lei 288/1967. Além disso, o art. 5º da Lei
Complementar 4/1969 concedeu isenção do ICMS nas hipóteses especificadas. As indústrias insta-
ladas ou que viessem a instalar-se na ZFM também foram excluídas dos convênios necessários para
a concessão ou revogação de isenções do ICMS, regulamentados pela Lei Complementar 24/1975,
que vedou expressamente às demais unidades da Federação determinar a exclusão de incentivo fis-
cal, prêmio ou estímulo concedido pelo Estado do Amazonas.
250
direito constitucional - controle de constitucionalidade
251
direito constitucional - controle de constitucionalidade
252
direito constitucional - controle de constitucionalidade
A alegação de que existiriam diferenças entre as atribuições não pode ser objeto de ação de contro-
le concentrado, porque exige a avaliação, de fato, de quais assistentes ou auxiliares técnicos foram
redistribuídos para funções diferenciadas.
253
direito constitucional - controle de constitucionalidade
“Art. 37. (...) X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39
somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada
caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.”
“Art. 37. (...) XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público.”
“Súmula 339. Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos
de servidores públicos sob fundamento de isonomia.”
254
direito constitucional - controle de constitucionalidade
255
direito constitucional - controle de constitucionalidade
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direito constitucional - controle de constitucionalidade
257
CONTROLE
JURISDICIONAL
DE POLÍTICAS
PÚBLICAS
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - controle jurisdicional de políticas públicas
259
DEMARCAÇÃO DE
TERRA INDÍGENA
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - demarcação de terra indígena
No caso, o acórdão recorrido reconheceu que a última ocupação indígena na área objeto da deman-
da em questão deixou de existir em 1953, data em que os últimos índios foram expulsos da região.
Entretanto, reputou-se que os índios, ainda que tenham perdido a posse por longos anos, têm indis-
cutível direito de postular sua restituição, desde que ela decorra de tradicional, antiga e imemorial
ocupação. A Segunda Turma afirmou que esse entendimento, todavia, não se mostra compatível
com a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual o conceito de “terras
tradicionalmente ocupadas pelos índios” não abrangeria aquelas que haviam sido ocupadas pelos
nativos no passado, mas apenas aquelas que estivessem ocupadas em 5-10-1988.
Súmula/STF 658: “Os incisos I e XI do art. 20 da Constituição Federal não alcançam terras de aldea-
mentos extintos, ainda que ocupadas por indígenas em passado remoto.”
261
direito constitucional - demarcação de terra indígena
No caso Raposa Serra do Sol (Pet 3.388/RR, DJE de 25-9-2009), o Supremo Tri-
bunal Federal erigiu salvaguardas institucionais que asseguraram a validade
daquela demarcação e que servirão de norte para as futuras, muito embora essa
decisão não tenha eficácia vinculante.
Entre essas salvaguardas1, há condicionante segundo a qual é vedada a ampliação
de terra indígena já demarcada, tendo em conta o princípio da segurança jurídica,
o que não significa o afastamento de qualquer possibilidade de ampliação de terra
indígena no futuro.
Entretanto, apesar de a Administração não poder utilizar o instrumento da de-
marcação (art. 231 da Constituição) para aumentar terra já demarcada – salvo em
hipótese de vício de ilegalidade e, ainda assim, respeitado o prazo decadencial –, há
outros instrumentos capazes de atender às necessidades das comunidades indígenas.
A autotutela da Administração, se necessária, deve ser exercida em até cinco anos
(Lei 9.784/1999, art. 54). No entanto, o aludido prazo não é aplicável à espécie, uma
vez que a homologação original tem mais de trinta anos.
RMS 29.542/DF, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 30-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 13-11-2014.
(Informativo 761, Segunda Turma)
Alínea r do item II do acórdão da Pet 3.388/RR, Pleno, rel. min. Ayres Britto, DJE de 25-9-2009.
262
direito constitucional - demarcação de terra indígena
Somente devem ser reconhecidos aos índios os direitos sobre as terras que
tradicionalmente ocupam se a área já estava habitada por eles na data da
promulgação da Constituição de 1988 (marco temporal) e, complementar-
mente, se houver efetiva relação dos índios com a terra (marco da tradicio-
nalidade da ocupação).
263
direito constitucional - demarcação de terra indígena
Item 11.1 da ementa da Pet 3.388/RR, Pleno, rel. min. Ayres Britto, DJE de 25-9-2009.
Sobre o tema, excerto do voto do ministro Celso de Mello prolatado no RMS 29.087/DF: “Extre-
mamente precisa, a esse respeito, a observação que o saudoso Ministro Menezes Direito fez no voto
que então proferiu naquele julgamento [Pet 3.388/RR], enfatizando a necessidade de prestigiar-se a
segurança jurídica e de superar as ‘dificuldades práticas de uma investigação imemorial da ocupação indí-
gena’: (...) ‘Proponho, por isso, que se adote como critério constitucional não a teoria do indigena-
to, mas, sim, a do fato indígena. A aferição do fato indígena em 5 de outubro de 1988 envolve uma
escolha que prestigia a segurança jurídica e se esquiva das dificuldades práticas de uma investigação
imemorial da ocupação indígena. Mas a habitação permanente não é o único parâmetro a ser utilizado
na identificação das terras indígenas. Em verdade, é o parâmetro para identificar a base ou núcleo da ocu-
pação das terras indígenas, a partir do qual as demais expressões dessa ocupação devem se manifestar’.”
(Grifos no original.)
264
DIREITOS E
GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - direitos e garantias fundamentais
Posto isso, o mandado de injunção não é via adequada para que servidor público
pleiteie a verificação de contagem de prazo diferenciado de serviço exercido em
condições prejudiciais à saúde e à integridade física, visto que a Constituição não
dispõe sobre a contagem de tempo de serviço diferenciado para o servidor público6.
MI 3.162 ED/DF, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 11-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 758, Plenário)
Precedente citado: MI 2.637 AgR/DF, Pleno, rel. min. Teori Zavascki, DJE de 19-2-2013.
Constituição Federal: “Art. 40. (...) § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem
de tempo de contribuição fictício.”
266
direito constitucional - direitos e garantias fundamentais
Nesse sentido, os seguintes julgados: MI 721/DF, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 30-11-2007;
MI 788/DF, Pleno, rel. min. Ayres Britto, DJE de 8-5-2009; e MI 795/DF, Pleno, rel. min. Cármen
Lúcia, DJE de 22-5-2009.
“Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e
inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo. (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a con-
cessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos ter-
mos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I – portadores de deficiência; II – que
exerçam atividades de risco; III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que preju-
diquem a saúde ou a integridade física.”
MI 3.489 AgR/DF, Pleno, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 28-5-2013.
Nesse sentido: MI 2.195 AgR/DF, Pleno, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 18-3-2011; e MI 1.280 ED/
DF, Pleno, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 28-3-2010.
267
direito constitucional - direitos e garantias fundamentais
Não é possível alterar título judicial, na fase de execução, para que sejam in-
cluídas pessoas não apontadas como beneficiárias na inicial da ação de conhe-
cimento e que não autorizaram a atuação da associação, como exigido no preceito
constitucional em debate.
RE 573.232/SC, rel. orig. min. Ricardo Lewandowski, rel. p/ o ac. min. Marco Au-
rélio, julgado em 14-5-2014, acórdão publicado no DJE de 19-9-2014.
(Informativo 746, Plenário, Repercussão Geral)
268
EXTRADIÇÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - extradição
270
direito constitucional - extradição
No caso, apesar de a República do Peru haver sido instada formalmente a produzir as informações
complementares que lhe foram requisitadas, o referido Estado deixou de produzir, não obstante a
obrigação imposta em sede convencional, elementos de informação necessários à descrição dos fa-
tos imputados, do tempo e do local de sua suposta ocorrência, do órgão judiciário competente para
o processo e julgamento, além da disciplina normativa, naquele ente político, da prescrição penal.
271
direito constitucional - extradição
Revela-se cabível o pedido de prisão cautelar que, embora não realizado por
Estado estrangeiro, tenha sido formulado pela Interpol.
272
direito constitucional - extradição
“Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, me-
diante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulne-
rabilidades para obter vantagem ilícita: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.”
273
direito constitucional - extradição
274
direito constitucional - extradição
“Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, quando previsto em tratado, direta-
mente ao Ministério da Justiça, devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão
da sentença condenatória ou decisão penal proferida por juiz ou autoridade competente.”
“Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30
(trinta) anos.”
275
direito constitucional - extradição
O réu cuja extradição já tenha sido deferida, mas que, condenado no Brasil,
esteja cumprindo a pena privativa de liberdade em regime fechado, tem di-
reito à progressão de regime, pois, do contrário, cumpriria a integralidade
da pena em regime fechado.
“Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos limi-
tes fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.”
“Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se,
ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.”
“Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por
crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da con-
clusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67.”
276
direito constitucional - extradição
O requisito da dupla tipicidade previsto no art. 77, II, da Lei 6.815/1980 está sufici-
entemente atendido, pois o crime de “fraude” mediante emissão de cheques sem
provisão de fundos (Código Penal romeno, art. 215, alínea 4) encontra correlação
na lei brasileira com o crime de estelionato previsto no art. 171, caput, do Código
Penal (CP).
Por outro lado, a questão que desponta como fundamental na presente extra-
dição é a prescrição. Na contagem da prescrição (CP, art. 109, IV), atentando para
a pena concretamente aplicada, o trânsito em julgado para a acusação é marco in-
terruptivo do prazo prescricional, já que posterior sentença confirmatória da con-
denação não pode ser considerada na contagem da prescrição, por ser de natureza
meramente declaratória3.
No entanto, a jurisprudência da Corte é assente no sentido de que não flui o prazo
de prescrição enquanto a execução da pena estiver suspensa, considerada a interpre-
tação sistemática dos arts. 77 e 112 do CP4.
277
direito constitucional - extradição
RE 751.394/MG, Primeira Turma, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 28-8-2013.
HC 91.562/PR, Segunda Turma, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 30-11-2007.
278
direito constitucional - extradição
“Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por
crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da con-
clusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67.”
“Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se,
ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.”
279
direito constitucional - extradição
“Artigo 15. Da Reextradição a um Terceiro Estado. A pessoa entregue somente poderá ser reextra-
ditada a um terceiro Estado com o consentimento do Estado Parte que tenha concedido a extradi-
ção, salvo o caso previsto na alínea ‘a’ do artigo 14 deste Acordo. O consentimento deverá ser soli-
citado por meio dos procedimentos estabelecidos na parte final do mencionado artigo.”
Súmula/STF 421: “Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com bra-
sileiro ou ter filho brasileiro.”
280
MAGISTRATURA
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - magistratura
Precedentes: ADI 4.042 MC/MT, Pleno, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 30-4-2009; ADI 2.494/SC,
Pleno, rel. min. Eros Grau, DJ de 13-10-2006; e ADI 1.422/RJ, Pleno, rel. min. Ilmar Galvão, DJ de
12-11-1999.
282
direito constitucional - magistratura
283
direito constitucional - magistratura
Somente se aplica a parte final do art. 93, II, b, da Constituição Federal – segundo
o qual “a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na res-
pectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade
desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago” – quando
não houver, considerados os concursos de remoção e de promoção, nenhum magis-
trado que, “com tais requisitos”, aceite o lugar vago.
Assim, apenas se não houver outros candidatos à vaga, nem por remoção nem por
promoção, impõe-se a dispensa do interstício de dois anos na entrância.
MS 27.704/RJ, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 5-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 8-10-2014.
(Informativo 753, Primeira Turma)
284
direito constitucional - magistratura
O art. 93, II, d, da Constituição Federal estabelece, para fins de promoção de juí-
zes, que, “na apuração de antiguidade, o Tribunal somente poderá recusar o juiz
mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme
procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-
-se a indicação”.
Em circunstâncias normais, em que estejam providos todos os cargos do Tribunal,
ou seja, em que os Tribunais atuem na sua composição plena, o quórum de deliberação
deve ser computado tendo como base o número de cargos da estrutura do Tribunal.
Entretanto, a contingência fática caracterizada pela eventual incompletude da
composição tem de ser sopesada pelo intérprete.
Dessa forma, os cargos vagos, bem como os cargos providos, mas cujos ocupantes
estejam afastados cautelarmente do exercício da função jurisdicional, não devem ser
computados para o fim de determinação do referido quórum. Contudo, devem ser
levados em consideração os cargos preenchidos por membros afastados em caráter
eventual, aí incluídos todos aqueles que, juridicamente aptos a exercer suas atribui-
ções, estejam impedidos por motivos transitórios.
MS 31.357/DF e MS 31.361/MT, rel. min. Marco Aurélio, julgados em 5-8-2014,
acórdãos publicados, respectivamente, no DJE de 8-10-2014 e no DJE de 16-10-2014.
(Informativo 753, Primeira Turma)
285
direito constitucional - magistratura
286
direito constitucional - magistratura
“Súmula 40. A elevação da entrância da comarca não promove automaticamente o juiz, mas não
interrompe o exercício de suas funções na mesma comarca.”
287
direito constitucional - magistratura
“Juízes classistas ativos – Parcela autônoma de equivalência – Período de 1992 a 1998. A parcela autônoma de
equivalência beneficiou os juízes classistas no período de 1992 a 1998, alcançados proventos e pensões,
observando-se o princípio da irredutibilidade. Considerações.” (RMS 25.841/DF, Pleno, rel. orig. min.
Gilmar Mendes, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, DJE de 20-5-2013).
A Lei 6.903/1981, em seu art. 7º (“Os proventos de aposentadoria dos juízes temporários serão pa-
gos pelo Tesouro Nacional ou pela Previdência Social, conforme o caso, sendo reajustados sempre
que forem alterados os vencimentos dos juízes em atividade, em igual proporção”), estabeleceu a
paridade entre os magistrados classistas que se aposentaram – ou satisfizeram os requisitos para
aposentação na sua vigência – e os classistas da ativa. Isso prevaleceu até a entrada em vigor da Lei
9.528/1997 (art. 5º), a qual submeteu a categoria ao regime geral de previdência social. Por sua vez,
a Lei 8.448/1992 garantiu o pagamento da parcela autônoma de equivalência para os juízes togados
e para os classistas ativos. Assim, a remuneração dos magistrados classistas passou a ser fixada pro-
porcionalmente aos vencimentos dos magistrados togados ativos (art. 1º) até a entrada em vigor da
Lei 9.655/1998, que desvinculou a remuneração dos juízes classistas de primeira instância da Justiça
do Trabalho dos vencimentos dos juízes togados.
288
MANDADO DE
SEGURANÇA
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - mandado de segurança
O titular interino não atua como delegado do serviço notarial e de registro, uma
vez que não preenche os requisitos para tanto. Age, em verdade, como preposto
do poder público e, nessa condição, deve submeter-se aos limites remuneratórios
previstos para os agentes estatais, não se lhe aplicando o regime remuneratório pre-
visto para os delegados do serviço público extrajudicial (art. 28 da Lei 8.935/1994).
MS 29.192/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 19-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 19-12-2014.
(Informativo 755, Primeira Turma)
Sobre a intervenção de terceiros no mandado de segurança: RE 575.093 AgR/SP, Pleno, rel. min.
Marco Aurélio, DJE de 11-2-2011.
290
PRECATÓRIOS
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - precatórios
O advogado tem o direito de executar seu crédito nos termos dos arts. 86 e 87
do ADCT, desde que o fracionamento da execução ocorra antes da expedição do
ofício requisitório, sob pena de quebra da ordem cronológica dos precatórios.
Ademais, a finalidade do art. 100, § 8º, da Constituição Federal2 – introduzido pela
Emenda Constitucional 37/2002 como § 4º do art. 100 e deslocado pela Emenda Cons-
titucional 62/2009 – é impedir que o exequente utilize, simultaneamente, mediante
fracionamento, repartição ou quebra do valor da dívida, dois sistemas de satisfação de
crédito: o do precatório para parte dela e o do pagamento imediato para outra.
Dessa forma, a mencionada regra constitucional apenas incide em situações em
que o crédito seja atribuído a um mesmo titular. Além disso, os honorários advocatí-
cios consubstanciam verba alimentícia e não se confundem com o principal.
RE 564.132/RS, rel. orig. min. Eros Grau, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, julgado
em 30-10-2014, acórdão publicado no DJE de 10-2-2015.
(Informativo 765, Plenário, Repercussão Geral)
292
direito constitucional - precatórios
293
RECLAMAÇÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - reclamação
“Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o dispos-
to nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei n. 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º
da Lei nº 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei n. 8.437, de 30 de junho de 1992.”
“Art. 5º Não será concedida a medida liminar de mandados de segurança impetrados visando à re-
classificação ou equiparação de servidores públicos, ou à concessão de aumento ou extensão de
vantagens. Parágrafo único. Os mandados de segurança a que se refere este artigo serão executados
depois de transitada em julgado a respectiva sentença.”
295
direito constitucional - reclamação
296
REQUISIÇÃO DE
PEQUENO VALOR
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - requisição de pequeno valor
“Art. 100. (...) § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública de-
vedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informa-
ção sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos.”
298
TRIBUNAL
DE CONTAS
DIREITO CONSTITUCIONAL
direito constitucional - tribunal de contas
300
direito constitucional - tribunal de contas
“Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprêgo na con-
formidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas competentes.”
301
direito constitucional - tribunal de contas
302
direito constitucional - tribunal de contas
303
direito constitucional - tribunal de contas
304
direito da criança e do adolescente - direito da criança e do adolescente
ADOLESCENTE
CRIANÇA E DO
RI
DIREITO DA
307
DOS CRIMES
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
direito da criança e do adolescente - dos crimes
O art. 68, parágrafo único, do Código Penal (CP)1 estabelece, sob o ângulo
literal, apenas uma possibilidade, e não um dever, de o magistrado, na hipótese
de concurso de causas de aumento de pena previstas na parte especial, limitar-se a
um só aumento.
Assim, não há que falar em arbitrariedade ou excesso que justifique a intervenção
corretiva do Supremo Tribunal Federal2 relativamente à incidência simultânea dos
incisos I e II do art. 2263 do CP, vigente à época dos fatos, na dosimetria da pena.
HC 110.960/DF, rel. min. Luiz Fux, julgado em 19-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 24-9-2014.
(Informativo 755, Primeira Turma)
“Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão
consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de
aumento. Parágrafo único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte
especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a
causa que mais aumente ou diminua.”
Na espécie, o paciente teve sua pena majorada duas vezes ante a incidência concomitante dos inci-
sos I e II do art. 226 do CP, uma vez que, além de ser padrasto da criança abusada sexualmente,
consumou o crime mediante concurso de agentes.
“Art. 226. A pena é aumentada: I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2
(duas) ou mais pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão,
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro
título tem autoridade sobre ela;”
309
MEDIDA
SOCIOEDUCATIVA
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
direito da criança e do adolescente - medida socioeducativa
O art. 28 da Lei 11.343/2006, que pune a posse de drogas para consumo próprio,
não autoriza a privação da liberdade do autor desse ilícito penal, ainda que seja
pessoa plenamente imputável. Para esse tipo de delito, o dispositivo da Lei de Dro-
gas somente comina penas meramente restritivas de direitos.
A medida extraordinária de internação se revelaria, portanto, contrária ao sistema
jurídico, por subverter o princípio da proteção integral do menor inimputável2 – que
eventualmente praticasse ato infracional consistente em possuir drogas para consu-
mo próprio –, pois nem mesmo a pessoa maior de dezoito anos de idade, imputável,
poderia sofrer a privação da liberdade por transgressão do referido artigo.
HC 124.682/SP, rel. min. Celso de Mello, julgado em 16-12-2014, acórdão publica-
do no DJE de 26-2-2015.
(Informativo 772, Segunda Turma)
“Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será
submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços
à comunidade; III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.”
O Colegiado destacou que a criança e o adolescente receberam especial amparo, que lhes é dispensado
pela própria Constituição, cujo texto consagra, como diretriz fundamental e vetor condicionante da
atuação da família, da sociedade e do Estado, o princípio da proteção integral (CF, art. 227). Nesse
contexto, as medidas socioeducativas orientam-se, nos casos de atos infracionais cometidos por ado-
lescente, no sentido de neutralizar a situação de perigo ou de risco em que ele se encontre, quando,
por ação ou omissão, se coloque em estado de conflito com o ordenamento positivo. Busca-se, sem-
pre, não obstante o caráter excepcional daquelas medidas, a adoção de providências que, respeitado o
estágio de desenvolvimento e a capacidade de compreensão do menor inimputável, viabilizem sua
reintegração ao convívio social e, notadamente, à vida familiar. Nesse sentido, o sistema de direito
positivo, ao dispor sobre o menor adolescente em situação de conflito com a lei, objetiva implementar
programas e planos de atendimento socioeducativo mediante ações articuladas nas áreas de educação,
saúde, assistência social, capacitação para o trabalho, cultura e esporte, com a intenção de conferir
efetividade e concreção aos fins a que se destinam as medidas socioeducativas, cuja função está defini-
da no art. 1º, § 2º, da Lei 12.594/2012. Igualmente, o alto significado social e o irrecusável valor cons-
311
direito da criança e do adolescente - medida socioeducativa
titucional de que se revestiria o direito à proteção da criança e do adolescente – ainda mais se conside-
rado em face do dever que incumbiria ao poder público de torná-lo real, mediante concreta efetivação
da garantia de assistência integral à criança e ao adolescente – não podem ser menosprezados pelo
Estado, sob pena de grave e injusta frustração de um inafastável compromisso constitucional, que
tem, no aparelho estatal, um de seus precípuos destinatários.
312
direito da criança e do adolescente - medida socioeducativa
313
direito do trabalho - direito do trabalho
IR
DIREITO DO
TRABALHO
315
FUNDO DE
GARANTIA DO
TEMPO DE SERVIÇO
DIREITO DO TRABALHO
direito do trabalho - fundo de garantia do tempo de serviço
Limita-se a cinco anos – nos termos do art. 7º, XXIX, da Constituição Fe-
deral – o prazo prescricional relativo à cobrança judicial de valores devidos
ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelos empregados e
pelos tomadores de serviço.
317
direito do trabalho - fundo de garantia do tempo de serviço
318
JORNADA DE
TRABALHO
DIREITO DO TRABALHO
direito do trabalho - jornada de trabalho
O Colegiado anotou outras espécies normativas em que concebida a igualdade não a partir de sua
formal acepção, mas como um fim necessário em situações de desigualdade: direitos trabalhistas
extensivos aos trabalhadores não incluídos no setor formal; licença-maternidade com prazo supe-
rior à licença-paternidade; prazo menor para a mulher adquirir direito à aposentadoria por tempo
de serviço e contribuição; obrigação de partidos políticos reservarem o mínimo de 30% e o máximo
de 70% para candidaturas de cada sexo; proteção especial para mulheres vítimas de violência do-
méstica; entre outras.
320
direito eleitoral - direito eleitoral
IR
ELEITORAL
DIREITO
323
INELEGIBILIDADE
DIREITO ELEITORAL
direito eleitoral - inelegibilidade
325
direito eleitoral - inelegibilidade
326
direito penal - direito penal
IR
DIREITO
PENAL
329
EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE
DIREITO PENAL
direito penal - extinção da punibilidade
É constitucional o art. 110, § 1º, do Código Penal (CP)1, com a redação dada
pela Lei 12.234/2010.
A Lei 12.234/2010, ao conferir nova redação ao art. 110, § 1º, do CP, não aboliu
a prescrição da pretensão punitiva, na modalidade retroativa, fundada na pena
aplicada na sentença. Apenas vedou, quanto aos crimes praticados na sua vigência,
o reconhecimento da prescrição entre a data do fato e a do recebimento da denúncia
ou da queixa.
Essa modalidade de prescrição é denominada “retroativa” porque contada para
trás, da condenação até a pronúncia ou o recebimento da denúncia ou queixa, con-
forme a espécie de crime. Com a promulgação da nova lei, a prescrição, depois da
sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de despro-
vido seu recurso, regula-se pela pena aplicada e não pode ter por termo inicial data
anterior à da denúncia ou queixa. Desse modo, foi vedada a prescrição retroativa
incidente entre a data do fato e o recebimento da denúncia ou queixa.
Nessa perspectiva, não se opera a prescrição retroativa durante a fase do inquérito
policial ou da investigação criminal, período em que ocorrida a apuração do fato,
mas poderá incidir a prescrição da pretensão punitiva pela pena máxima em abstrato.
Essa vedação é proporcional em sentido amplo e não viola os princípios da digni-
dade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), da humanidade da pena (CF, art. 5º, XLVII e
XLIX), da culpabilidade, da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI), da isonomia
(CF, art. 5º, II) ou da razoável duração do processo (CF, art. 5º, LXXVIII).
Ademais, a norma não retroage para atingir autores de crimes cometidos antes de
sua entrada em vigor.
HC 122.694/SP, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 10-12-2014, acórdão publicado
no DJE de 19-2-2015.
(Informativo 771, Plenário)
“Art. 110. (...) § 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a
acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em ne-
nhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.”
331
direito penal - extinção da punibilidade
Trata-se de mero exaurimento do crime de falso, de modo que não há que cogitar
de concurso de delitos.
Além disso, o crime de uso de documento falso é instantâneo de efeitos perma-
nentes. Sua consumação, portanto, não se prolonga no tempo.
O documento é considerado público quando criado por funcionário público, na-
cional ou estrangeiro, no desempenho de suas atividades, de acordo com as forma-
lidades prescritas em lei. Por essa razão, não se pode considerar como público um
contrato social firmado por particulares, ainda que registrado na junta comercial,
pois, mesmo assim, não perde a característica de ser particular.
AP 530/MS, rel. orig. min. Rosa Weber, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso, julgado
em 9-9-2014, acórdão publicado em 19-12-2014.
(Informativo 758, Primeira Turma)
332
direito penal - extinção da punibilidade
Em 24-4-2014 foi declarada a extinção da punibilidade pela prescrição, nos termos do que dispõe o
inciso IV do art. 107, combinado com o inciso IV do art. 109 e com os arts. 111 e 115, todos do
Código Penal. Decisão publicada no DJE de 25-4-2014, com trânsito em julgado em 6-5-2014.
333
LEI PENAL
DIREITO PENAL
direito penal - lei penal
Crime tipificado no Código Penal (CP) não pode ser absorvido por infração
descrita na Lei de Contravenções Penais (LCP).
335
PENAS
DIREITO PENAL
direito penal - penas
Para efeito de aferição dos maus antecedentes, deve ser considerado o qua-
dro existente na data da prática delituosa.
337
direito penal - penas
nova ordem constitucional, somente podem ser valoradas como maus antecedentes as decisões
condenatórias irrecorríveis. Assim, não podem ser considerados para esse fim outras investigações
ou processos criminais em andamento, mesmo em fase recursal. Esse ponto de vista está em conso-
nância com a moderna jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem. Ademais, há recomendação por parte do Comitê de Direitos
Humanos das Nações Unidas no sentido de que o poder público deve abster-se de prejulgar o acu-
sado. Colacionou, também, o Enunciado 444 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça (“É vedada
a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base”).
338
direito penal - penas
339
direito penal - penas
Configura bis in idem a adoção – mesmo que em instâncias diversas1 – das mes-
mas circunstâncias para agravar a sanção penal tanto na primeira quanto na ter-
ceira fase da dosimetria da pena.
Assim, utilizado o critério da natureza e da quantidade dos entorpecentes para ele-
var a pena-base (primeira fase da dosimetria), a causa de diminuição (terceira fase da
dosimetria) do § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006 deve ser aplicada no patamar de 2/3,
se não houver nenhum outro fundamento fixado pelas instâncias antecedentes para
impedir sua aplicação em grau máximo.
Ademais, o reconhecimento da inconstitucionalidade dos dispositivos que veda-
vam a substituição da pena em caso de condenação pelo crime de tráfico de entorpe-
centes (Lei 11.343/2006, arts. 33, § 4º, e 44, caput), bem como da norma que impunha
regime fechado para o início do cumprimento da pena pela prática de crimes he-
diondos e equiparados (Lei 8.072/1990, art. 2º, § 1º), torna necessário o reexame da
possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos e
dos requisitos para fixação do regime prisional.
RHC 122.684/MG, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 16-9-2014, acórdão publi-
cado no DJE de 30-9-2014.
(Informativo 759, Segunda Turma)
No caso – devido à natureza e à quantidade de entorpecentes –, o recorrente foi condenado, pela
prática do delito previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006, à pena de sete anos de reclusão, a ser cum-
prida em regime inicial fechado. No julgamento da apelação, o Tribunal – também levando em
conta a natureza e a quantidade da droga – aplicou, apenas no percentual mínimo, a causa de dimi-
nuição disposta no § 4º do art. 33 da Lei 11.343/2006.
340
direito penal - penas
341
direito penal - penas
próprio vício é menos reprovável do que a daquele que tenha contato com as drogas
apenas com intuito de lucro.
RHC 122.469/MS, rel. orig. min. Cármen Lúcia, rel. p/ o ac. min. Celso de Mello,
julgado em 16-9-2014, acórdão publicado no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 759, Segunda Turma)
“É de mister que o julgador deixe dito como e por que chegou à fixação ou dosagem das penas que
impôs na sentença; como e por que reduziu certa quantidade de pena e não outra; como e por que
segue este caminho ou outro distinto. A sentença não é um ato de fé, mas um documento de con-
vicção racionada e as fases do cálculo de pena devem ser muito claras para que defesa e Ministério
Público tenham ciência do julgado e possam dele recorrer. O Réu, especialmente ele, não tem
apenas o direito de saber por que é punido, mas, também, o direito de saber por que lhe foi impos-
ta esta ou aquela pena.” (SHECAIRA, Sérgio Salomão; CORRÊA JÚNIOR, Alceu. Pena e Constitui-
ção, RT, 1995, p. 184 – citação contida no voto do min. Celso de Mello, sem grifos no original.)
HC 96.590/SP, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJE de 4-12-2009.
O recorrente foi condenado a nove anos e seis meses de reclusão pela prática do crime tipificado no
art. 33 da Lei 11.343/2006.
342
direito penal - penas
“Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. (...) § 2º A pena será aumentada da
terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade
de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.”
“A exclusão, do âmbito normativo da alusão da regra penal a ‘função de direção’, da chefia do Poder
Executivo, briga com o próprio texto constitucional, quando nele, no art. 84, II, se atribui ao Presi-
dente da República o exercício, com o auxílio dos Ministros de Estado, da direção superior da Admi-
nistração Pública, que, obviamente, faz do exercício da Presidência da República e, portanto, do
exercício do Poder Executivo dos Estados e dos Municípios, o desempenho de uma ‘função de dire-
ção’.” Excerto do voto proferido pelo ministro Sepúlveda Pertence no Inq 1.769/DF, rel. min. Carlos
Velloso, Pleno, DJ de 3-6-2005, apud Inq 2.606/MT, rel. min. Luiz Fux, Pleno, DJE de 1º-12-2014.
343
direito penal - penas
Essa causa especial de aumento de pena tem como objetivo punir com mais rigor
a comercialização de drogas em locais nos quais se verifique maior aglomeração
de pessoas, de modo que se torne mais fácil a disseminação da mercancia.
HC 120.624/MS, rel. orig. min. Cármen Lúcia, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewan-
dowski, julgado em 3-6-2014, acórdão publicado no DJE de 10-10-2014.
(Informativo 749, Segunda Turma)
“Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
(...) III – a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisio-
nais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, es-
portivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos
ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de rein-
serção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;”
344
direito penal - penas
RE 593.818 RG/SC: “Ementa: Matéria penal. Fixação da pena-base. Circunstâncias judiciais. Maus ante-
cedentes. Sentença condenatória extinta há mais de cinco anos. Princípio da presunção de não culpabilidade.
Manifestação pelo reconhecimento do requisito de repercussão geral para apreciação do recurso extraordiná-
rio” (Pleno, rel. min. Roberto Barroso. Tema 150 da repercussão geral, pendente de julgamento).
Cf. RE 591.054/SC, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, Tema 129 da repercussão geral, julgado em
17-12-2014, acórdão pendente de publicação.
345
direito penal - penas
“Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a con-
sumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determi-
nação legal ou regulamentar: (...) § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas
poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos
[expressão declarada inconstitucional pelo STF e cuja execução foi suspensa pela Resolução 5/2012
do Senado Federal], desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às ativi-
dades criminosas nem integre organização criminosa.”
HC 114.452 AgR/RS, Primeira Turma, rel. min. Luiz Fux, DJE de 8-11-2012.
346
PRINCÍPIOS E
GARANTIAS PENAIS
DIREITO PENAL
direito penal - princípios e garantias penais
Cf. HC 111.077/RS, Segunda Turma, rel. min. Teori Zavascki, DJE de 3-2-2014.
348
direito penal - princípios e garantias penais
Entendimento aplicado também no HC 121.717/PR, Primeira Turma, rel. min. Rosa Weber, DJE de
26-9-2014 (Informativo 749).
“Art. 334. Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria: (...) § 1º In-
corre na mesma pena quem: (...) c) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou frau-
dulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou de im-
portação fraudulenta por parte de outrem;” (redação à época dos fatos). Cf. redação dada pela
Lei 13.008, de 26-6-2014.
Código de Processo Penal: “Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos,
deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (...) III – que o fato
narrado evidentemente não constitui crime.”
349
direito penal - princípios e garantias penais
350
SURSIS
DIREITO PENAL
direito penal - sursis
O art. 1º, XIV, do Decreto 8.172/2013 concedeu indulto aos condenados a pena
privativa de liberdade sob o regime aberto ou substituída por restritiva de direi-
tos, na forma do art. 44 do Código Penal, ou ainda beneficiados com a suspensão
condicional da pena, que tenham cumprido, em prisão provisória, até 25 de dezem-
bro de 2013, 1/6 da pena, se não reincidentes, ou 1/5, se reincidentes1.
O paciente não faz jus ao benefício do indulto requerido, pois a suspensão con-
dicional não tem natureza jurídica de pena, mas de suspensão da execução da pena
privativa de liberdade.
HC 123.381/PE, rel. min. Rosa Weber, julgado em 30-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 24-11-2014.
(Informativo 761, Primeira Turma)
“Art. 1º Concede-se o indulto coletivo às pessoas, nacionais e estrangeiras: (...) XIV – condenadas a
pena privativa de liberdade sob o regime aberto ou substituída por pena restritiva de direitos, na
forma do art. 44 do Código Penal, ou ainda beneficiadas com a suspensão condicional da pena, que
tenham cumprido, em prisão provisória, até 25 de dezembro de 2013, um sexto da pena, se não rein-
cidentes, ou um quinto, se reincidentes;”
352
TIPICIDADE
DIREITO PENAL
direito penal - tipicidade
O fato narrado é atípico, uma vez que a denúncia não concluiu que houve apro-
priação privada das verbas, mas apenas que elas não foram aplicadas exclusiva-
mente no projeto para o qual liberadas.
De fato, em tese, poderia haver configuração típica, mas seria preciso demonstrar, por
meio do rastreamento dos valores, a ocorrência de apropriação indevida e privada dos
recursos ou explicitar o projeto para o qual foram liberados recursos para a fundação.
Nesse sentido, de acordo com a tipificação realizada pelo acusador, o crime em
questão configura espécie anômala de estelionato. Entretanto, também não ficou
demonstrado o estelionato, uma vez que esse delito exige o locupletamento pessoal
ou em favor de outrem.
Além disso, não há como enquadrar o fato na Lei 7.134/1983 nem no art. 20 da
Lei 7.492/1986 ou no art. 2º, IV, da Lei 8.137/1990, que revogaram parcialmente
a Lei 7.134/1983, uma vez que a “subvenção social” recebida no caso não se qualifi-
ca como “crédito ou financiamento” ou “recurso proveniente de incentivo fiscal”.
Por outro lado, poderia, eventualmente, haver crimes de falsidade, uma vez que a
prestação de contas feita pela fundação conteria documentos falsos. Entretanto, essas
condutas não constituiriam objeto da imputação.
Por fim, o melhor enquadramento da conduta narrada na denúncia fosse, talvez,
o art. 315 do CP. Tratar-se-ia, entretanto, de crime próprio de funcionário público,
mas a acusação não demonstrou a eventual possibilidade de amoldar os dirigentes da
354
direito penal - tipicidade
entidade de assistência social no aludido dispositivo. Nada obstante, ainda que fosse
possível essa tipificação, o crime estaria prescrito.
AP 347/CE, rel. min. Rosa Weber, julgado em 16-12-2014, acórdão pendente
de publicação.
(Informativo 772, Primeira Turma)
“Art. 1º Todo crédito ou financiamento concedido por órgãos da administração pública, direta ou indi-
reta, ou recurso proveniente de incentivo fiscal terá que ser aplicado exclusivamente no projeto para o
qual foi liberado. Art. 2º Os infratores ficam sujeitos às seguintes penalidades: I – não se beneficiarão de
nenhum outro empréstimo de organismo oficial de crédito e nem poderão utilizar recursos de incenti-
vos fiscais, por um período de 10 (dez) anos; II – terão que saldar todos os débitos, vencidos e vincendos,
relativos ao crédito ou financiamento cuja aplicação foi desviada, no prazo de 30 (trinta) dias, contados
da constatação da irregularidade. Parágrafo único. As penalidades constantes deste artigo somente serão
aplicadas mediante processo regular, assegurada ao acusado ampla defesa. Art. 3º Além das sanções
previstas no artigo anterior, os responsáveis pela infração dos dispositivos desta Lei ficam sujeitos às pe-
nas previstas no art. 171 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal Brasileiro.”
355
direito penal - tipicidade
356
direito penal - tipicidade
A imunidade material de parlamentar (CF, art. 53, caput), quanto a crimes con-
tra a honra, alcança as supostas ofensas irrogadas fora do Parlamento apenas
quando guardarem conexão com o exercício da atividade parlamentar.
357
direito penal - tipicidade
A ratio essendi do art. 359-D do CP é evitar a geração de despesa sem que haja
lei autorizadora. Nesse sentido, em virtude de o remanejamento ter corrido no
âmbito do próprio Poder e de a despesa já ter sido prevista em lei, ela não foi criada
pelo administrador, de modo que não se configura a justa causa para a imputação
penal. Logo, improcedente a acusação formulada contra parlamentar federal pela
suposta prática do delito previsto no art. 359-D do CP.
Dessa forma, não se configurou desobediência ao princípio da legalidade, mas
eventual equívoco em sua interpretação.
Inq 3.393/PB, rel. min. Luiz Fux, julgado em 23-9-2014, acórdão publicado no DJE
de 14-11-2014.
(Informativo 760, Primeira Turma)
358
direito penal - tipicidade
O art. 20 da Lei 7.716/19891 – assim como toda norma penal incriminadora – pos-
sui rol exaustivo de condutas tipificadas, cuja lista não contempla a discrimina-
ção decorrente de orientação sexual.
Inq 3.590/DF, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 12-8-2014, acórdão publicado
no DJE de 12-9-2014.
(Informativo 754, Primeira Turma)
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou proce-
dência nacional. Pena: reclusão de um a três anos e multa.”
359
direito penal - tipicidade
O crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339) exige, para sua configura-
ção, que o agente impute a outrem – que efetivamente sabe ser inocente – a
prática de fato definido como crime.
Para perfeição do crime, não basta que o conteúdo da denúncia seja desconforme
com a realidade; é necessário o dolo direto.
Assim, não se insere no tipo penal a conduta daquele que vivencia uma situação
conflituosa e reporta-se à autoridade competente para dar o seu relato sobre os acon-
tecimentos1, ou seja, “se ele (o agente) tem convicção sincera de que aquele realmen-
te é autor de certo delito, não cometerá o crime definido”2.
Ademais, a Constituição assegura, no seu art. 5º, XXXIV, a, o direito fundamental
de petição aos poderes públicos, de modo que o seu exercício regular é causa justifi-
cante do oferecimento de notitia criminis (CP, art. 23, III), e o arquivamento do feito
instaurado não é capaz de tornar ilícita a conduta do noticiante.
Inq 3.133/AC, rel. min. Luiz Fux, julgado em 5-8-2014, acórdão publicado no DJE
de 11-9-2014.
(Informativo 753, Primeira Turma)
Precedente: Inq 1.547/SP, Pleno, rel. orig. min. Carlos Velloso, rel. p/ o ac. min. Marco Aurélio, DJ
de 19-8-2005.
NORONHA, Edgard Magalhães. Direito penal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1976. v. 4, p. 376-378.
360
direito penal - tipicidade
“Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as
formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade.”
361
TRANSAÇÃO PENAL
DIREITO PENAL
direito penal - transação penal
“Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.”
363
direito penal militar - direito penal militar
PENAL MILITAR
IR
DIREITO
365
PENAS
DIREITO PENAL MILITAR
direito penal militar - penas
367
direito penal militar - penas
Exige-se que o agente não tenha sido compelido por outrem a praticar o ato que
enseja a minorante. Daí a espontaneidade distinguir-se da mera voluntariedade,
esta incapaz de gerar a atenuação da pena.
HC 109.545/RJ, rel. min. Teori Zavascki, julgado em 16-12-2014, acórdão publica-
do no DJE de 11-2-2015.
(Informativo 772, Segunda Turma)
“Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e
a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou
menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos
determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensi-
bilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.”
“Visto que graduável é a censura, cujo índice, maior ou menor, incide na quantidade da pena.”
(Exposição de Motivos da Nova Parte Geral do Código Penal. Lei 7.209/1984. Item 50.)
368
direito penal militar - penas
“Homicídio culposo. Inadmissibilidade da aplicação da agravante de ser a vítima um ancião (art. 44,
II, i, do CPP). Salvo a agravante da reincidência (art. 44, I, do CP), as demais somente incidem nos
crimes dolosos. Deferimento da ordem do habeas corpus, estendendo-se o efeito da decisão ao co-réu
(art. 580 do CPP).” (HC 62.214/MG, Segunda Turma, rel. min. Djaci Falcão, DJ de 8-11-1984 – Sem
grifos no original.)
Em sentido contrário: caso Bateau Mouche, em que se reconheceu a possibilidade de incidência de
circunstâncias agravantes genéricas nos crimes culposos, em especial aquelas atinentes aos motivos,
quando relativas à valoração da conduta, independentemente da não voluntariedade do resultado
(HC 70.362/RJ, Primeira Turma, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 12- 4-1996).
“(...) 32. Rol do inciso II para crimes dolosos: as circunstâncias agravantes previstas no inciso II so-
mente aos crimes dolosos, por absoluta incompatibilidade com o delito culposo, cujo resultado é
involuntário. Como se poderia chamar de fútil o crime culposo, se o agente não trabalhou direta-
mente pelo resultado? Como se poderia dizer ter havido homicídio culposo cruel, se o autor nada
fez para torná-lo mais sofrido à vítima? Enfim, estamos com a doutrina que sustenta haver incom-
patibilidade entre o rol do inciso II e o delito culposo. Nessa ótica: Sérgio Salomão Shecaira e Alceu
Corrêa Júnior, Teoria da pena, p. 265.” (NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Militar comentado.
São Paulo: RT, 2013. p. 136-137.)
“A questão da incidência, ou não, de agravantes subjetivas na dosimetria da pena, em crime de na-
tureza culposa, possui exígua jurisprudência nesta Corte. Foram encontradas apenas duas, nenhu-
ma delas recente, e com posicionamentos opostos: o HC 62.214-3, de 1984, no qual é afastada a in-
cidência das agravantes em crimes culposos, e o HC 70.362, de 1993, em que o entendimento é pela
possibilidade de sua incidência. Também na doutrina existem posicionamentos divergentes, tanto
369
direito penal militar - penas
contrários, quanto favoráveis. (...) O entendimento contrário à incidência das agravantes em crimes
culposos funda-se na ausência de intenção do agente em produzir o resultado efetivamente ocorri-
do. (...) As agravantes justificam-se pela necessidade de punir mais severamente aqueles réus que,
conscientemente, ao praticar o crime, o fizeram em desacordo com valores acessórios resguardados
pela sociedade nas alíneas enumeradas no inciso II do art. 70 do CPM. Nos crimes culposos, pela sua
própria natureza, não há intencionalidade na produção do resultado. (...) A corrente doutrinária
contrária argumenta que embora o resultado não tenha sido conscientemente desejado, a conduta
do agente foi consciente, e, quando inconsequente, merece reprimenda mais enérgica. A agravante
incide objetivamente em razão da conduta realizada, independente da vontade do agente quanto ao
resultado produzido. Todavia esta abordagem traz séria inconveniência, conquanto a avaliação
da conduta do agente já ocorre ao ser realizada a análise da culpabilidade do agente (no CPM,
grau de culpa) durante a primeira fase da dosimetria da pena. Portanto utilizar a reprovabili-
dade da conduta do agente novamente para justificar a incidência de agravantes em crimes
culposos é incorrer em bis in idem.” (Excertos da petição de habeas corpus impetrado pela Defenso-
ria Pública da União, extraído do relatório do min. Dias Toffoli, no presente julgamento – Sem gri-
fos no original.)
370
direito previdenciário - direito previdenciário
PREVIDENCIÁRIO
IR
DIREITO
373
BENEFÍCIOS
PREVIDENCIÁRIOS
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
direito previdenciário - benefícios previdenciários
Ainda que se possa aceitar que o problema causado pela exposição ao ruído se
relacione apenas à perda das funções auditivas, sabe-se que não há garantia de
eficácia real na eliminação dos efeitos do agente nocivo na simples utilização de EPI,
pois são inúmeros os fatores que influenciam no seu funcionamento, e muitos deles
são impassíveis de controle efetivo, tanto pelas empresas quanto pelos trabalhadores.
No tocante à fonte de custeio para essa aposentadoria especial, apesar de constar
expressamente na Constituição (art. 201, § 1º) a necessidade de lei complementar
para regulamentar a aposentadoria especial, a Emenda Constitucional 20/1998 esta-
belece, em seu art. 15, como norma de transição, que, “até que a lei complementar
a que se refere o art. 201, § 1º, da Constituição Federal seja publicada, permanece
em vigor o disposto nos artigos 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, na
redação vigente à data da publicação desta Emenda”. Assim, não há que falar em
violação ao art. 195, § 5º, da Constituição Federal – o qual veda a criação, majoração
ou extensão de benefício sem a correspondente fonte de custeio –, disposição dirigida
375
direito previdenciário - benefícios previdenciários
376
direito previdenciário - benefícios previdenciários
A legislação local, mais restritiva, não pode afetar os direitos à aposentadoria que
tenham sido dispostos na Constituição sem nenhum condicionante.
Nesse sentido, a expressão “segundo critérios estabelecidos em lei”, contida na
Constituição, diz respeito às compensações com a reciprocidade de distribuição fi-
nanceira do ônus, e não com a contagem do tempo de serviço.
Esse entendimento ratifica a tese materializada no Enunciado 359 da Súmula do
Supremo Tribunal Federal, segundo o qual, “ressalvada a revisão prevista em lei, os
proventos da inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que o militar, ou o
servidor civil, reuniu os requisitos necessários”.
RE 650.851 QO/SP, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 1º-10-2014, acórdão pu-
blicado no DJE de 12-12-2014.
(Informativo 761, Plenário, Repercussão Geral)
Na espécie, o serviço de previdência social de Franco da Rocha/SP indeferiu o benefício pretendido
sob o fundamento de que a Lei 1.109/1981, daquela localidade, “exige dez anos de efetivo exercício
para obtenção de direito à contagem recíproca do tempo de serviço público municipal e de ativida-
de privada, com a finalidade de conceder aposentação” (v. Informativo 652).
“Art. 202. É assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se o benefício sobre a média
dos trinta e seis últimos salários de contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês, e compro-
vada a regularidade dos reajustes dos salários de contribuição de modo a preservar seus valores reais
e obedecidas as seguintes condições: (...) § 2º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recí-
proca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em
que os diversos sistemas de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos
em lei.” (Sem grifos no original.)
377
direito previdenciário - benefícios previdenciários
378
direito previdenciário - benefícios previdenciários
Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido adminis-
trativo em trinta dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a postulação
administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até noventa
dias, prazo dentro do qual a autarquia deverá reunir todas as provas eventualmente
necessárias e proferir decisão.
Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o mérito analisado
devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário,
estará caracterizado o interesse em agir, de modo que o feito deverá prosseguir.
Em todos os casos – itens I, II e III –, tanto a análise administrativa quanto a judi-
cial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do reque-
rimento, para todos os efeitos legais.
RE 631.240/MG, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 3-9-2014, acórdão publica-
do no DJE de 10-11-2014.
(Informativo 757, Plenário, Repercussão Geral)
“Art. 5º (...) XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”
379
direito processual civil - direito processual civil
RO
PROCESSUAL
DIREITO
CIVIL
381
AÇÃO RESCISÓRIA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - ação rescisória
Não cabe ação rescisória contra acórdão que, à época do julgamento, estiver
em conformidade com a jurisprudência predominante do Supremo Tribu-
nal Federal (STF).
“Art.
485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) V – violar
literal disposição de lei.”
“Súmula 343. Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão res-
cindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.”
383
direito processual civil - ação rescisória
Entendimento aplicado também na AR 1.699/DF, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, julgada em 18-12-
2014, acórdão pendente de publicação (v. Informativo 772).
No caso, a União requeria fosse desconstituída decisão proferida pela Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal no julgamento do RMS 23.040/DF, rel. min. Néri da Silveira, DJ de 29-9-1999. O
acórdão rescindendo assegurou que o ministro do Trabalho não poderia nomear candidatos apro-
vados em concursos posteriores para o cargo de fiscal do Trabalho enquanto não concluído o pro-
cesso seletivo com a convocação dos impetrantes para a segunda etapa do certame (programa de
formação). Na presente ação rescisória, a União argumentou que inúmeros candidatos atingidos
pelos efeitos da concessão da ordem não integraram a lide, razão pela qual fundamentou a rescisó-
ria no art. 485, V e IX, do Código de Processo Civil (CPC), por entender violado o art. 47 do CPC.
“Art. 47. Há litisconsórcio necessário, quando, por disposição de lei ou pela natureza da relação ju-
rídica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficácia da
sentença dependerá da citação de todos os litisconsortes no processo.”
384
direito processual civil - ação rescisória
No caso, o percentual de 26,05%, objeto da condenação, foi inteiramente satisfeito pela instituição
executada. Posteriormente, foi objeto de incorporação aos vencimentos dos recorrentes – por força
de superveniente cláusula de dissídio coletivo –, que ensejou o reajuste dos vencimentos dos ora
recorrentes de acordo com os índices pertinentes, o que, por sua vez, resultou na absorção do valor
da Unidade de Referência de Preços (URP) correspondente ao mês de fevereiro de 1989.
385
direito processual civil - ação rescisória
O erro de fato suscetível de fundamentar a rescisória, com esteio no art. 485, IX3,
do CPC, é aquele relacionado à interpretação dos atos e documentos da causa,
ou seja, dos elementos constantes do processo originário, que seriam objeto da
decisão rescindenda. Nesse sentido, erro de fato4 consiste em admitir existente
situação não ocorrida ou considerar inexistente algo efetivamente ocorrido.
“Art. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: (...) II – proferi-
da por juiz impedido ou absolutamente incompetente;”
AS 40/SC, rel. min. Cezar Peluso, decisão monocrática publicada no DJE de 4-11-2008.
“Art. 485. (...) IX – fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;”
“Art. 485. (...) § 1º Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar
inexistente um fato efetivamente ocorrido.”
386
direito processual civil - ação rescisória
No caso, o recorrente buscava obter – por meio de tutela antecipada em ação rescisória – provimen-
to que revisasse o entendimento já assentado pelo STF, segundo o qual a necessidade de depósito
prévio no valor da condenação como pressuposto para apelar nas ações indenizatórias fundadas na
Lei 5.250/1967 é constitucional, como se depreende dos seguintes julgados: RE 361.344/AL, rel.
min. Eros Grau, decisão monocrática publicada no DJ de 14-3-2007; AI 437.891/PR, rel. min. Sepúl-
veda Pertence, decisão monocrática publicada no DJ de 16-2-2004; RE 254.698/DF, Segunda Turma,
rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 4-8-2000.
387
direito processual civil - ação rescisória
“Súmula 354. Em caso de embargos infringentes parciais, é definitiva a parte da decisão embargada em
que não houve divergência na votação.”
388
direito processual civil - ação rescisória
“Súmula 514. Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela
não se tenha esgotado todos os recursos.”
“Súmula 100. (...) II – Havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em
momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do
trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa
tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em
julgado da decisão que julgar o recurso parcial.”
O Superior Tribunal de Justiça considera que o termo inicial para a propositura da ação rescisória se
dá a partir do trânsito em julgado da última decisão proferida nos autos, sob o fundamento de que
não se pode falar em fracionamento da sentença ou acórdão, o que afasta a possibilidade de seu
trânsito em julgado parcial. Aquela Corte aponta o caráter unitário e indivisível da causa e consigna
a inviabilidade do trânsito em julgado de partes diferentes do acórdão rescindendo. Afirma, assim,
que o prazo para propositura de demanda rescisória começa a fluir a partir da preclusão maior ati-
nente ao último pronunciamento.
389
COMPETÊNCIA
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - competência
Pet 3.067 AgR/MG, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 19-11-2014, acórdão
publicado no DJE de 19-2-2015.
(Informativo 768, Plenário)
“3. Não se ignora que, findo o julgamento da Rcl 2.138, o STF pronunciou-se no sentido de que os
Ministros de Estado, por estarem regidos por normas especiais de responsabilidade (CF, art. 102, I,
c; Lei nº 1079/1950), não se submetem ao modelo de competência previsto no regime comum de
improbidade administrativa (Lei nº 8.429/1992). Contudo, a tese de que o crime de responsabili-
dade englobaria atos de improbidade administrativa não aproveita aos membros do Congresso
Nacional. 4. Com efeito, compete ao STF julgar membros do Congresso Nacional apenas nas in-
frações penais comuns (art. 102, I, b, da CF). O texto constitucional, de forma explícita, excluiu os
parlamentares do rol de autoridades que também possuem prerrogativa de foro para o julgamen-
to de crime de responsabilidade (art. 102, I, c, da CF). 5. Portanto, em relação a parlamentares, o
fato de o STF ser competente para julgamento de crime comum eventualmente praticado não
torna a Corte competente para julgamento de ação civil pública por ato de improbidade adminis-
trativa.” (Excerto do voto do min. Roberto Barroso, no presente julgamento, DJE de 19-2-2015 –
Grifado no original.)
391
direito processual civil - competência
Precedentes: ADI 2.501/MG, Pleno, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 19-12-2008; RE 700.936 AgR-
-segundo/PR, Segunda Turma, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 11-4-2014; RE 698.440 AgR/RS,
Primeira Turma, rel. min. Luiz Fux, DJE de 2-10-2012.
392
direito processual civil - competência
“Art. 109. (...) § 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em
que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à deman-
da ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.”
Entre eles: o pagamento das custas judiciais somente ao final da demanda, quando vencidas (CPC,
art. 27); prazos em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (CPC, art. 188); duplo grau
de jurisdição, salvo as exceções legais (CPC, art. 475); execução fiscal de seus créditos (CPC,
art. 578); satisfação de julgados pelo regime de precatórios (CF, art. 100; CPC, art. 730); e foro pri-
vilegiado perante a Justiça Federal (CF, art. 109, I).
A fixação do foro competente com base no art. 100, IV, a, do Código de Processo Civil – o qual de-
termina que é competente o foro do lugar onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurí-
dica – nas ações propostas contra autarquias federais resultaria na concessão de vantagem proces-
sual não estabelecida para a União.
393
direito processual civil - competência
A União tem legitimidade para figurar como parte passiva em ação na qual os
policiais civis do Distrito Federal pleiteiem equiparação de remuneração com
os policiais federais. Logo, compete à Justiça Federal processar e julgar o feito.
“Art. 21. Compete à União: (...) XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal
para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;”
“Súmula/STF 647: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das
polícias civil e militar do Distrito Federal.”
394
direito processual civil - competência
Desde que não se trate de matéria eleitoral, compete ao juízo da vara fe-
deral com atuação na cidade de domicílio do impetrante processar e julgar
mandado de segurança em que promotor de justiça questione ato adminis-
trativo no qual o procurador regional eleitoral o tenha destituído da função
de promotor eleitoral.
Como o art. 108 da Constituição Federal não atribui aos tribunais regionais
federais a competência originária para apreciar mandado de segurança contra
ato de procurador regional da República, incide, no caso, o dispositivo contido no
art. 109, VIII, da Constituição Federal.
Ademais, nessas circunstâncias, o writ impetrado contra a exoneração de cargo
público em razão de processo administrativo disciplinar torna o Tribunal Regional
Eleitoral incompetente para julgar o mandamus, uma vez que não há matéria eleitoral
em discussão.
CC 7.698/PI, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 13-5-2014, acórdão publicado no
DJE de 27-5-2014.
(Informativo 746, Primeira Turma)
395
direito processual civil - competência
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe: I – processar e julgar, originariamente: (...) n) a ação em que todos os membros da magistra-
tura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do
tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;”
“Art. 227. Os membros do Ministério Público da União farão jus, ainda, às seguintes vantagens: I –
ajuda de custo em caso de: a) remoção de ofício, promoção ou nomeação que importe em alteração
do domicílio legal, para atender às despesas de instalação na nova sede de exercício em valor corres-
pondente a até três meses de vencimentos;”
396
COMUNICAÇÃO DE
ATO PROCESSUAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - comunicação de ato processual
No caso, promotor de justiça buscou – judicialmente – a não intimação do órgão do Ministério
Público de segunda instância. Argumentava que essa medida visava evitar a ocorrência de nulida-
des, em virtude do decidido no HC 87.926/SP (Pleno, rel. min. Cezar Peluso, DJE de 28-2-2008), em
que se considerou inadmissível a sustentação oral da defesa após a do representante do Ministério
Público, razão pela qual se reconheceu a ocorrência de nulidade.
398
direito processual civil - comunicação de ato processual
Assim, uma decisão que tenha sido disponibilizada no DJE de 24-9-2013 (segun-
da-feira) considera-se publicada em 25-9-2013 (terça-feira), de forma que o prazo
recursal de cinco dias começa a transcorrer em 26-9-2013 (quarta-feira) e cessa em
30-9-2013 (segunda-feira).
Nesse sentido, o agravo protocolizado em 1º-10-2013 (terça-feira) é intempestivo.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal não admite a utilização do habeas corpus
para o reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso especial1.
HC 120.478/SP, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 11-3-2014, acórdão publica-
do no DJE de 11-4-2014.
(Informativo 738, Primeira Turma)
HC 99.174 AgR/SP, Segunda Turma, rel. min. Ayres Britto, DJE de 11-5-2012; HC 112.756/SP, Pri-
meira Turma, rel. min. Rosa Weber, DJE de 13-3-2013; HC 113.660/SP, Segunda Turma, rel. min.
Ricardo Lewandowski, DJE de 13-2-2013; HC 112.422/MS, Primeira Turma, rel. min. Luiz Fux, DJE
de 12-3-2014.
399
INTERVENÇÃO
DE TERCEIROS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - intervenção de terceiros
401
PRINCÍPIOS E
GARANTIAS
PROCESSUAIS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - princípios e garantias processuais
No caso, cuida-se de processo de desapropriação de imóvel rural com decisão transitada em julgado
na qual se fixou o valor de indenização. Nada obstante, o juízo da execução, de ofício, desconside-
rou a coisa julgada e o acordo firmado entre as partes e determinou a realização de nova perícia, sob
o argumento de que o montante da indenização não era condizente com o valor do imóvel. Na se-
quência, apesar de a Corte regional ter restaurado a decisão originalmente proferida no processo de
conhecimento, o Superior Tribunal de Justiça deu provimento a recurso especial do Incra para que
fosse concretizada nova perícia, ignorando, assim, a coisa julgada.
403
direito processual civil - princípios e garantias processuais
404
RECURSOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - recursos
AC 2.045 MC-QO/MG, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJE de 18-5-2011.
406
direito processual civil - recursos
O art. 462 do Código de Processo Civil – segundo o qual, se, depois da pro-
positura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do di-
reito influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo em consideração
no momento de proferir a sentença – não se aplica na via extraordinária1.
Precedentes: RE 483.684 AgR/MS, Primeira Turma, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 11-6-2010; RE
418.473 ED-AgR/PR, Primeira Turma, rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 26-5-2011; AI
542.892 AgR-ED-ED/AL, Segunda Turma, rel. min. Ellen Gracie, DJE de 6-12-2010; RE 523.838
AgR-ED/RS, Segunda Turma, rel. min. Cezar Peluso, DJE de 25-10-2011; e AI 776.225 AgR-ED/SP,
Segunda Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 19-6-2012.
407
direito processual civil - recursos
408
REPERCUSSÃO
GERAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - repercussão geral
410
direito processual civil - repercussão geral
No caso, o recurso foi devolvido à origem para fins de aplicação da sistemática prevista no art. 543-B
do CPC, em razão do reconhecimento da repercussão geral da matéria constitucional nele debatida
por ocasião do exame do RE 573.540/MG (DJE de 11-6-2010). O Tribunal a quo, contudo, novamente
remeteu os autos ao Supremo Tribunal Federal (STF), por considerar inaplicável o regramento pre-
visto nesse dispositivo legal, uma vez que não vislumbrou distinção entre a hipótese examinada no
paradigma e o quadro fático-jurídico próprio dos autos sob análise.
411
direito processual civil - repercussão geral
Não possui lesividade ato do Supremo Tribunal Federal (STF) que deter-
mine o retorno dos autos à origem, para aplicação da sistemática de re-
percussão geral.
“Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia,
a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tri-
bunal Federal, observado o disposto neste artigo.”
“Art. 543-B. (...) § 3º Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão
apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-
-los prejudicados ou retratar-se.”
“Art. 543-B. (...) § 4º Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal,
nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orien-
tação firmada.”
412
REQUISITO DE
ADMISSIBILIDADE
RECURSAL
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
direito processual civil - requisito de admissibilidade recursal
Assim, não pode ser considerado intempestivo recurso especial que – ao impugnar capítulo de
sentença julgado por unanimidade – foi interposto antes do julgamento de embargos infringentes
que impugnavam capítulos da mesma decisão, mas foram julgados por maioria.
No caso, os réus – Banco Central (Bacen) e o ora impetrante –, após condenados, interpuseram,
respectivamente, embargos infringentes e recurso especial, sendo este último reputado intempesti-
vo, pois foi manejado antes do julgamento dos embargos infringentes ajuizados pelo Bacen. A Tur-
ma ressaltou que a sentença condenatória possui dois dispositivos e que os embargos infringentes
interpostos pelo Bacen não eram capazes de integrar a decisão do Tribunal de origem quanto à
condenação do impetrante, uma vez que os réus foram condenados sob diferentes fundamentos de
fato e de direito.
414
direito processual civil - requisito de admissibilidade recursal
415
direito processual civil - requisito de admissibilidade recursal
416
direito processual coletivo - direito processual coletivo
RO
PROCESSUAL
COLETIVO
DIREITO
419
AÇÃO
CIVIL PÚBLICA
DIREITO PROCESSUAL COLETIVO
direito processual coletivo - ação civil pública
421
direito processual coletivo - ação civil pública
Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre, criado pela Lei 6.194/1974,
posteriormente alterada pelas Leis 8.441/1992, 11.482/2007 e 11.945/2009.
“Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis.”
“Segundo o procedimento estabelecido nos artigos 91 a 100 da Lei 8.078/90, aplicável subsidiaria-
mente aos direitos individuais homogêneos de um modo geral, a tutela coletiva desses direitos se dá
em duas distintas fases: uma, a da ação coletiva propriamente dita, destinada a obter sentença gené-
rica a respeito dos elementos que compõem o núcleo de homogeneidade dos direitos tutelados (an de-
beatur, quid debeatur e quis debeat); e outra, a da ação de cumprimento da sentença genérica, caso
procedente o pedido na primeira fase destinada (a) a complementar a atividade cognitiva mediante
juízo específico sobre as situações individuais de cada um dos lesados (= a margem de heterogeneidade
dos direitos homogêneos, que compreende o cui debeatur e o quantum debeatur), bem como (b) a
efetivar os correspondentes atos executórios.” (Excerto do voto do min. Teori Zavascki, no presen-
te julgamento, publicado no DJE de 30-10-2014 – Grifado no original.)
Código de Processo Civil, art. 267, VI e § 3º, e art. 301, VIII e § 4º.
RE 163.231/SP, Segunda Turma, rel. min. Maurício Corrêa, DJ de 26-2-1997; AI 637.853 AgR/SP,
Segunda Turma, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 17-9-2012; AI 606.235 AgR/DF, Segunda Turma,
rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 22-6-2012; RE 475.010 AgR/RS, Primeira Turma, rel. min. Dias
Toffoli, DJE de 29-9-2011; RE 328.910 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 30-9-
2011; e RE 514.023 AgR/RJ, Segunda Turma, rel. min. Ellen Gracie, DJE de 25-6-2010.
422
direito processual do trabalho - direito processual do trabalho
RO
PROCESSUAL DO
TRABALHO
DIREITO
425
AÇÃO DE
CUMPRIMENTO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
direito processual do trabalho - ação de cumprimento
É juridicamente insustentável dar curso à execução de título que tenha por ali-
cerce sentença normativa que não perdure mais.
RE 394.051 AgR/SP, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 11-3-2014, acórdão publica-
do no DJE de 15-4-2014.
(Informativo 738, Primeira Turma)
427
COMPETÊNCIA
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
direito processual do trabalho - competência
RE 505.816 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Ayres Britto, DJE de 18-5-2007.
ARE 776.070 AgR/DF, Segunda Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 22-3-2011; ARE 649.046 AgR/
MA, Primeira Turma, rel. min. Luiz Fux, DJE de 13-9-2012.
429
direito processual penal - direito processual penal
RO
PROCESSUAL
DIREITO
PENAL
431
AÇÃO PENAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - ação penal
Não se configura o delito previsto no art. 1º, XIII2, do Decreto-Lei 201/1967 quan-
do o então prefeito – subsidiado por manifestações prévias de agentes adminis-
trativos – nomeia pessoas distintas daquelas determinadas em legislação municipal
para ocupar cargo público comissionado, mediante remuneração.
O art. 2º da Lei 4.142/2000 do Município de Joinville/SC determina que o cargo
público comissionado de diretor administrativo e financeiro de fundação municipal
seja ocupado pelo diretor de Administração e Finanças da Companhia de Desenvolvi-
mento Urbano de Joinville (Conurb), sem nenhuma remuneração em acréscimo pelo
exercício dessa atribuição.
Apesar disso, com base em pareceres prévios da Secretaria de Administração, do
presidente da Conurb e da Procuradoria-Geral do Município, o então prefeito efe-
tuou nomeações em contrariedade à Lei catarinense 4.142/2000.
Decorrendo a nomeação irregular de erro sobre a ilicitude de comportamento
(desconhecimento da ilicitude das nomeações) determinado por terceiros, apenas es-
tes respondem pelo fato, que será doloso ou culposo, conforme sua conduta.
Os agentes administrativos – pelos atos que praticaram previamente à assinatura
das nomeações ilegais pelo prefeito – induziram o réu a uma incorreta representação
da realidade, apta a configurar erro sobre a ilicitude do fato que, sendo invencível ou
escusável, isenta-o de pena.
Nesse sentido, em razão da ausência de indícios de que o ex-prefeito tivesse agido
em união de desígnios com esses agentes públicos, ou de que, ao menos, conhecesse
os servidores nomeados para favorecê-los, não seria possível comprovar o dolo da
prática do crime de responsabilidade contra a Administração Pública municipal.
Dessa forma, embora o acusado tenha descumprido a lei – podendo até ter come-
tido, no limite, uma improbidade –, não agiu com dolo, porque se submeteu a três
pareceres prévios, sem que os tivesse pedido.
433
direito processual penal - ação penal
A exegese do art. 86, caput3, da Constituição Federal impõe não seja exigida a
admissão, pelo Legislativo, da acusação criminal contra o chefe do Executivo,
quando já encerrado o mandato do acusado.
AP 595/SC, rel. min. Luiz Fux, julgado em 25-11-2014, acórdão publicado no DJE
de 10-2-2015.
(Informativo 769, Primeira Turma)
Código de Processo Penal: “Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte disposi-
tiva, desde que reconheça: (...) VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu
de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fun-
dada dúvida sobre sua existência;”
“Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: (...) XIII – Nomear,
admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei;”
“Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.”
434
direito processual penal - ação penal
Nessas circunstâncias, incide o princípio do pas de nullité sans grief, o qual – co-
rolário da nat ureza instrumental do processo – exige demonstração de prejuízo
concreto2, 3 e 4, o que não foi feito no caso analisado.
Por outro lado, não prospera a alegação de que a defesa preliminar não teria sido
analisada, ou que o Tribunal de Justiça teria deixado de examinar argumentos da defesa
apresentados na defesa preliminar, considerando-se que a exigência constitucional pre-
vista no art. 93, IX, é no sentido de que a decisão judicial seja fundamentada, e não de
que a fundamentação seja correta na solução das questões de fato ou de direito da lide.
Nesse sentido, declinadas as premissas no julgado, corretamente assentadas ou não,
mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional5.
Ademais, o Supremo Tribunal Federal admite, excepcionalmente, a validade da
prova emprestada, uma vez que os elementos informativos de uma persecução penal
ou as provas colhidas no bojo de instrução processual penal, quando obtidos me-
diante interceptação telefônica, podem instruir procedimento criminal diverso da-
quele em que foram produzidos ou procedimento administrativo disciplinar contra
os investigados. No entanto – sob pena de os elementos de informação se mostrarem
desprovidos de qualquer validade jurídica, por violação ao art. 5º, XII, da Constitui-
ção Federal e ao disposto na Lei 9.296/1996 –, devem ser observados determinados
requisitos, tais como: a) devida autorização por juízo competente e b) respeito à ga-
rantia do contraditório e do devido processo no feito original, também no juízo para
o qual trasladada a prova.
Por fim, a definição de competência penal originária para efeito de outorga da
prerrogativa de foro não ofende o postulado do juiz natural, o princípio do duplo
grau de jurisdição, o devido processo legal ou a ampla defesa.
No caso, o recorrente é membro do Ministério Público, e a Constituição expressa-
mente assegura a ele a prerrogativa de foro, não em caráter pessoal (ratione personae),
mas em razão da função que exerce (ratione muneris, ratione officii). Por isso, ele deve
435
direito processual penal - ação penal
“Não obstante as peças processuais juntadas aos presentes autos denunciem que o Tribunal de origem não
oportunizou ao acusado a defesa prévia a que alude o artigo 8º da Lei n. 8.038⁄90, é certo que por ocasião das
suas razões preliminares os patronos constituídos voltaram-se não só contra os termos da acusação – tema
próprio para a fase prevista no artigo 4º –, mas manifestaram-se de forma bastante contundente sobre o méri-
to da ação penal, apresentando, inclusive, ao final da peça de 10 (dez) laudas, o rol de testemunhas para serem
inquiridas no seio do contraditório, na eventualidade de ser deflagrada a ação penal, conforme se infere da
cópia acostada às fls. 914⁄924. Embora o artigo 7º da Lei n. 8.038⁄90 disponha que após o recebimento da de-
núncia o acusado será citado para ser interrogado – ato, aliás, que passou a ser o último da instrução proces-
sual, de acordo com entendimento já consolidado no âmbito dos Tribunais Superiores (STF, AgRg na Apn n.
528, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Tribunal Pleno, julgado em 24-3-2011) –, é certo que o contraditório,
no caso em apreço, já havia sido estabelecido por ocasião da notificação para a apresentação da defesa preli-
minar a que alude o artigo 4º da Lei n. 8.038⁄90, a qual, repita-se, foi apresentada a tempo e modo por advo-
gados constituídos pelo paciente, não se podendo falar, portanto, em desconhecimento acerca dos termos da
acusação passível de ocasionar eventual cerceamento de defesa. Assim, nos termos do artigo 563 do Código de
Processo Penal, embora a forma não tenha sido observada no caso em apreço, não se constata qualquer preju-
ízo ao direito de defesa do paciente capaz de dar ensejo a pretendida declaração de nulidade da ação penal.
Cumpre frisar que atualmente, até em casos de nulidade absoluta, doutrina e jurisprudência têm
exigido a comprovação de prejuízo para que a mácula possa ser reconhecida.” (Trecho do voto do
ministro Jorge Mussi, integrante da Quinta Turma do STJ, no HC 255.132/AM, citado no voto da
ministra Cármen Lúcia, no presente julgamento – sem grifos no original.)
“Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa.”
“Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da
verdade substancial ou na decisão da causa.”
436
direito processual penal - ação penal
Nesses casos, o feito terá prosseguimento nesta Corte a partir do estado em que
se encontra, legítimos os atos anteriormente praticados. Além disso, o julgamen-
to da apelação pelo STF deve observar – inclusive quanto às sustentações orais, es-
pecialmente no tocante à ordem de apresentação e ao tempo de duração – o regime
próprio dos recursos, e não o das ações penais originárias.
437
direito processual penal - ação penal
No caso, a condenação foi acompanhada pela declaração de extinção da punibilidade pela prescri-
ção, nos termos dos arts. 109, VI, e 110, ambos do Código Penal.
“Art. 325. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
ou facilitar-lhe a revelação: (...) § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou
a outrem:”
“Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: (...) § 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a
perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria
absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congres-
so Nacional, assegurada ampla defesa.”
“Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (...) IV – fixará valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;”
438
direito processual penal - ação penal
Código Eleitoral (Lei 4.737/1965): “Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou
para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conse-
guir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita:”
439
direito processual penal - ação penal
Não basta para a configuração do delito o fato de o prefeito ter emitido relató-
rio em que atestou a execução integral, com a ressalva de redução das metas,
das obras e dos serviços previstos no convênio, uma vez que o documento não
tem relevância causal para a imputação do crime, já que o relatório não deu ensejo
aos pagamentos.
Ademais, a aferição da legitimidade passiva de parte na ação penal deve ter por
base o que o órgão acusador alega, abstrata e hipoteticamente, na denúncia, razão
por que a ausência de substrato probatório mínimo que ampare a imputação se im-
brica com questão diversa, qual seja, a falta de justa causa.
Inq 3.719/DF, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 12-8-2014, acórdão publicado no
DJE de 30-10-2014.
(Informativo 754, Primeira Turma)
“Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores: (...) II – utilizar-se,
indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos;”
440
direito processual penal - ação penal
441
direito processual penal - ação penal
O tipo penal da lavagem de dinheiro não exige a simples ocultação de valor, mas
também que se dê a esse produto criminoso a aparência de numerário legítimo.
AP 470 EI-sextos/MG, rel. orig. min. Luiz Fux, rel. p/ o ac. min. Roberto Barroso,
julgado em 13-3-2014, acórdão publicado no DJE de 21-8-2014.
(Informativo 738, Plenário)
“Art. 317. Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:”
442
direito processual penal - ação penal
Assim, a affectio societatis deve ser qualificada pela intenção específica de delin-
quir ou pelo dolo de participar de associação criminosa e autônoma, para pra-
ticar crimes indeterminados. Inexistente essa especificidade, não há que falar em
quadrilha.
Os fatos do caso concreto foram praticados anteriormente à vigência da Lei 12.850/2013, que deu
nova redação ao art. 288 do Código de Processo Penal (associação criminosa).
443
direito processual penal - ação penal
Importa a criação de novas fases processuais, com a seleção do que cada uma
tenha de mais favorável ao acusado.
444
direito processual penal - ação penal
O STF acolhe a possibilidade de que, tendo o art. 400 do CPP, alterado pela Lei 11.719/2008, fixado
o interrogatório do réu como ato final da instrução penal, e sendo a prática benéfica à defesa, o in-
terrogatório “deve prevalecer nas ações penais originárias perante o STF, em detrimento do previs-
to no art. 7º da Lei 8.038/1990”, excetuando-se somente as ações nas quais ele já se tenha ultimado.
(AP 528 AgR/DF, Pleno, rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 8-6-2011).
445
direito processual penal - ação penal
A decisão que fixa a dosimetria da pena não se confunde com decisão de proce-
dência ou improcedência da ação penal, haja vista se tratar de mera consequência
da condenação.
Nesse sentido, o art. 333, I e parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo
Tribunal Federal dispõe, entre outros, que “cabem embargos infringentes à decisão
não unânime do Plenário ou da Turma que julgar procedente a ação penal”.
Ademais, o número de quatro votos divergentes para a admissão de embargos infrin-
gentes não é referencial, de modo que não depende da quantidade de ministros votantes.
AP 470 EI-décimos quartos-AgR/MG, rel. min. Joaquim Barbosa, julgado em 13-2-
2014, acórdão publicado no DJE de 27-3-2014.
(Informativo 735, Plenário)
446
direito processual penal - ação penal
447
COMPETÊNCIA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - competência
449
direito processual penal - competência
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) IV – os crimes políticos e as infrações
penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades au-
tárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça
Militar e da Justiça Eleitoral;”
450
direito processual penal - competência
451
direito processual penal - competência
452
direito processual penal - competência
Rcl 7.913 AgR/PR, Pleno, rel. min. Dias Toffoli, DJE de 9-9-2011.
Rcl 1.121/PR, Pleno, rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 16-6-2000.
Inq 3.515 AgR/SP, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 14-3-2014.
453
direito processual penal - competência
Nos casos de crimes dolosos contra a vida, a instrução e a pronúncia não são
privativas do presidente do tribunal do júri, e a lei pode atribuir a prática desses
atos a outros juízes, de forma que somente após a pronúncia a competência deve ser
deslocada para a vara do júri.
HC 102.150/SC, rel. min. Teori Zavascki, julgado em 27-5-2014, acórdão publicado
no DJE de 11-6-2014.
(Informativo 748, Segunda Turma)
454
direito processual penal - competência
455
direito processual penal - competência
Deve-se atentar para o fato de que nessa ação penal o STF ainda não havia estabelecido um marco
processual a partir do qual a perda do mandato implicaria declínio da competência da Corte. Diver-
samente, ao julgar posteriormente a AP 606 QO/MG, acima noticiada, a Primeira Turma estabele-
ceu o final da instrução processual como marco a partir do qual a perda do mandato não resultaria
em declínio da sua competência.
Os arts. 53, § 1º, e 102, I, b, da Constituição Federal estabelecem caber ao STF o processo e o julga-
mento de membros do Congresso Nacional.
No caso, a Corte considerou ter havido abuso de direito e fraude processual na aludida renúncia,
ocorrida após a inclusão do processo em pauta, na véspera do julgamento e com iminente risco de
prescrição da pretensão punitiva.
456
direito processual penal - competência
457
direito processual penal - competência
“Ementa: Inquérito. Deputado federal. Julgamento iniciado. Término do mandato eletivo. Prosse-
guimento nesta Suprema Corte. Arquivamento. Imunidade parlamentar reconhecida. Precedentes.
1. Uma vez iniciado o julgamento de Parlamentar nesta Suprema Corte, a superveniência do térmi-
no do mandato eletivo não desloca a competência para outra instância. 2. Nos termos do parecer
do Ministério Público Federal, as circunstâncias dos autos revelam a presença da necessária conexão
entre os fatos relatados no inquérito e a condição de parlamentar do investigado, a ensejar o reco-
nhecimento da imunidade material (art. 53 da Constituição Federal). 3. Inquérito arquivado.” [Inq
2.295/MG, Pleno, rel. orig. min. Sepúlveda Pertence, rel. p/ o ac. min. Menezes Direito (art. 38, IV,
b, do RISTF), DJE de 5-6-2009.]
No caso, o réu foi condenado, em primeiro grau, pela prática do crime previsto no art. 359-D do
Código Penal. Mantida parcialmente a sentença condenatória em julgamento de apelação proferido
por Tribunal de Justiça, foi protocolada, no mesmo dia do julgamento, petição pela defesa. Esta in-
formou que o réu teria assumido o cargo de deputado federal durante o julgamento da apelação, ou
seja, entre a sessão em que apresentado o voto do desembargador relator e a assentada na qual
concluído o julgado. Por essa razão, os autos foram encaminhados ao Supremo.
458
CONDIÇÕES
DA AÇÃO
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - condições da ação
À época dos fatos, antes das alterações introduzidas pela Lei 12.015/2009, o
art. 225, § 1º, I, do Código Penal1 dispunha que se procederia mediante ação pú-
blica se a vítima ou seus pais não pudessem prover às despesas do processo sem se
privarem de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família.
Ademais, a mera declaração de pobreza é suficiente para comprovar a miserabili-
dade da vítima e de seus representantes, sendo admitido ao Parquet, inclusive, basear-
-se em presunção acerca dessa situação.
HC 115.196/RR, rel. min Gilmar Mendes, julgado em 11-2-2014, acórdão publica-
do no DJE de 27-2-2014.
(Informativo 735, Segunda Turma)
“Art. 225. Nos crimes definidos nos capítulos anteriores, somente se procede mediante queixa. § 1º
Procede-se, entretanto, mediante ação pública: I – se a vítima ou seus pais não podem prover às despe-
sas do processo, sem privar-se de recursos indispensáveis à manutenção própria ou da família; II – se o
crime é cometido com abuso do pátrio poder, ou da qualidade de padrasto, tutor ou curador. § 2º No
caso do nº I do parágrafo anterior, a ação do Ministério Público depende de representação.”
460
DENÚNCIA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - denúncia
462
direito processual penal - denúncia
463
direito processual penal - denúncia
A rejeição por inépcia faz apenas coisa julgada formal, de modo que subsiste à
acusação a possibilidade de apresentar nova exordial sem o defeito apontado no
julgamento.
A propriedade das plantações e das edificações é adquirida pela União por aces-
são (CC, art. 1.248, V2), ou seja, a plantação ou a construção incorporam-se ao
patrimônio da proprietária pela simples incorporação ao solo, sendo irrelevante a
transferência da posse, a tradição ou o ato administrativo de inventário ou, ainda,
o tombamento dos bens no patrimônio público.
Dessa forma, vislumbra-se a configuração do juízo de tipicidade pelo crime de
dano qualificado (CP, art. 163, III) na conduta de agente que, não sendo proprietário
das terras ou das acessões, inflige danos contra as acessões de fazenda construída em
terras reconhecidas como indígenas, desde que os supostos danos praticados contra
as acessões estejam descritos em laudo de exame do local.
Assim, não aproveita ao réu a alegação de atipicidade da conduta, fundada no ar-
gumento de que o denunciado poderia destruir aquilo que não pudesse ser retirado
da terra ocupada por considerá-la de sua titularidade.
Inq 3.670/RR, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 23-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 10-12-2014.
(Informativo 760, Segunda Turma)
Código Civil: “Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito
do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele
464
direito processual penal - denúncia
que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indeni-
zação fixada judicialmente, se não houver acordo.”
465
direito processual penal - denúncia
Em relação aos delitos societários, basta que a denúncia indique ser a pes-
soa física a sócia responsável pela condução da empresa e que a inicial não
seja infirmada, de plano, pelo ato constitutivo da pessoa jurídica, para que a
peça acusatória seja considerada apta.
Nos delitos societários, a denúncia deve conter, ainda que minimamente, a des-
crição individualizada da conduta supostamente praticada pela pessoa física dela
integrante.
Ademais, a exclusão do acusado do polo passivo de ação civil pública não é motivo
para obstar a persecutio criminis in iudicio, em razão da relativa independência entre os
juízos cível, criminal e administrativo, de forma que o quanto decidido no juízo cível
não é suficiente para obstar o recebimento da denúncia.
Inq 3.644/AC, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 9-9-2014, acórdão publicado no
DJE de 13-10-2014.
(Informativo 758, Segunda Turma)
466
EXECUÇÃO
DA PENA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - execução da pena
468
direito processual penal - execução da pena
Não há impedimento, contudo, para que o agravante firme com a União acordo
de parcelamento, nos moldes adotados para outros devedores, aplicando-se, por ana-
logia, o art. 50 do CP.
EP 22 ProgReg-AgR/DF, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 17-12-2014, acór-
dão publicado no DJE de 18-3-2015.
(Informativo 772, Plenário)
O ministro Dias Toffoli, ao assentar a constitucionalidade do art. 33, § 4º, do CP, ressalvou seu enten-
dimento quanto à admissão da possibilidade de progressão de regime, desde que aquele que pleiteie o
benefício venha efetivamente a comprovar total impossibilidade de reparação do dano, em uma leitura
conjugada do dispositivo em análise com o inciso IV do art. 83 do CP. No ponto, foi acompanhado
pelos ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski (presidente).
469
direito processual penal - execução da pena
470
direito processual penal - execução da pena
471
direito processual penal - execução da pena
fechado, que deve ser realizado em obras públicas, é incoerente supor que o regime
semiaberto, menos restritivo, esteja sujeito a vedações adicionais e implícitas.
EP 2 TrabExt-AgR/DF, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 25-6-2014, acórdão
publicado no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 752, Plenário)
“Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em serviço
ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou entidades privadas,
desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.”
472
direito processual penal - execução da pena
Trata-se de matéria de competência legislativa privativa da União (CF, art. 22, I).
HC 92.000/SP, Primeira Turma, rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 30-11-2007.
473
direito processual penal - execução da pena
A minorante não altera a tipicidade do crime. Assim, tendo em vista que o tráfico
ilícito de entorpecentes e a associação para o tráfico foram equiparados a crime
hediondo1, aplica-se à espécie a proibição do art. 5º, XLIII2, da Constituição Federal,
que, por sua vez, abrange tanto o indulto individual quanto o indulto coletivo.
HC 118.213/SP, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 6-5-2014, acórdão publicado
no DJE de 4-8-2014.
(Informativo 745, Segunda Turma)
Lei 11.343/2006: “Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, 34 a 37 desta Lei são inafiançá-
veis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas
penas em restritivas de direitos.”
“Art. 5º (...) XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes he-
diondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;”
474
direito processual penal - execução da pena
Embora ao juiz federal responsável pelo presídio federal possa até ser recomen-
dada certa deferência na apreciação das solicitações do juízo de origem, é de
todo inviável reduzi-lo a autoridade meramente homologadora, pois também a ele
incumbe zelar para que os presídios federais sejam utilizados para presos com perfil
apropriado, ou seja, de elevada periculosidade.
Desse modo, enquanto o juízo de origem tem presente somente sua realidade e
sua necessidade, o juízo federal responsável pelo presídio detém o conhecimento do
perfil da população carcerária do presídio federal, além de melhores condições de
avaliar se o perfil do preso cuja transferência ou permanência se pretende é adequado
para o estabelecimento.
A definição das prioridades entre as diferentes solicitações de transferência e de
permanência que lhe chegam às mãos também é questão afeta ao juiz federal res-
ponsável pelo presídio. Ele deve estar atento às necessidades dos juízes solicitantes e
considerar os diferentes níveis de periculosidade dos presos.
Posto isso, restringir em demasia o controle do juiz federal responsável pelo pre-
sídio pode até ensejar o risco de submissão do presídio federal a interesses locais ou
regionais, nem sempre iguais ou uniformes e tampouco necessariamente coinciden-
tes com o interesse geral.
A própria lei prevê de forma expressa, na hipótese de divergência entre o juízo de
origem e o juízo responsável pelo presídio, forma hábil para sua solução, via conflito
de competência (Lei 11.671/2008, arts. 9º e 10, § 5º).
Ademais, os presídios federais não foram criados para que as penas fossem neles
integralmente cumpridas. A permanência dos presos nesses estabelecimentos reves-
te-se de certa excepcionalidade, uma vez que o encarceramento em prisões federais
destina-se apenas aos presos de elevada periculosidade, cujo recolhimento condiga
com a Lei 11.671/2008.
475
direito processual penal - execução da pena
No CC 118.834/RJ, o Superior Tribunal de Justiça consignou no voto condutor do acórdão – cuja
nulidade parcial buscam os impetrantes ver decretada nesta impetração – que “o Juízo Federal só pode
justificar a recusa se evidenciadas condições desfavoráveis ou inviáveis da unidade prisional, tais como lota-
ção ou incapacidade de receber novos presos e apenados. Fora daí, a recusa não é razoável nem tem apoio na
lei” (sem grifos no original).
476
direito processual penal - execução da pena
Na espécie, o paciente foi condenado à pena de reclusão, em regime aberto e, à falta de estabeleci-
mento carcerário que atendesse à LEP, foi colocado em prisão domiciliar.
477
direito processual penal - execução da pena
“Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
478
HABEAS CORPUS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - habeas corpus
Precedente: HC 90.617/PE, Segunda Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 7-3-2008.
480
direito processual penal - habeas corpus
481
direito processual penal - habeas corpus
No caso, concluiu-se pela qualificação do paciente como “nocivo”, “perigoso” e “indesejável”. Além
disso, o decreto presidencial de expulsão encontra-se vigente, e o paciente não está amparado por
nenhuma das circunstâncias excludentes de expulsabilidade, previstas no art. 75 da Lei 6.815/1980.
482
direito processual penal - habeas corpus
Constituição Federal: “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) V – os crimes pre-
vistos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha
ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;”
“Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para
o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:”
483
direito processual penal - habeas corpus
Não cabe impetração de writ por advogado que, em causa própria, pretenda
atuar isoladamente em sua defesa no curso de processo penal.
484
direito processual penal - habeas corpus
No caso, a pena privativa de liberdade aplicada ao paciente (dois anos, um mês e vinte dias de reclusão)
foi substituída por medida de segurança consistente em internação hospitalar ou estabelecimento simi-
lar para tratamento de dependência química pelo prazo de dois anos e, ao seu término, por tratamen-
to ambulatorial. Nada obstante, passados quase três anos do recolhimento do paciente em estabeleci-
mento prisional, o Estado não lhe teria garantido o direito de cumprir a medida de segurança fixada
pelo juízo sentenciante.
“Súmula 691: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra
decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.”
485
direito processual penal - habeas corpus
Não cabe habeas corpus contra decisão proferida pelas Turmas do Supremo
Tribunal Federal (STF), as quais não se sujeitam à jurisdição do Plenário.
486
direito processual penal - habeas corpus
HC 116.481 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Rosa Weber, DJE de 1º-8-2013.
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INVESTIGAÇÃO
PRELIMINAR
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - investigação preliminar
Na situação dos autos, o Ministério Público estadual buscou apurar a ocorrência de erro médico em
hospital de rede pública, bem como a cobrança ilegal de procedimentos que deveriam ser gratuitos.
489
NULIDADES
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - nulidades
“Art. 146. Havendo, por ausência ou falta de um Ministro, nos termos do art. 13, IX, empate na vo-
tação de matéria cuja solução dependa de maioria absoluta, considerar-se-á julgada a questão pro-
clamando-se a solução contrária à pretendida ou à proposta. Parágrafo único. No julgamento de
habeas corpus e de recursos de habeas corpus proclamar-se-á, na hipótese de empate, a decisão mais
favorável ao paciente.”
491
direito processual penal - nulidades
O julgador do processo penal – mesmo que tenha tido contato com provas ou
analisado a circunstância sob a perspectiva do processo administrativo ou ci-
vil – não está contaminado para efetuar análise jurisdicional posterior, na qual
será aplicado outro arcabouço jurídico com ampla defesa e contraditório1.
O rol do art. 252 do Código de Processo Penal2 – que cuida de causas de impedi-
mento de magistrados – é taxativo e deve ser interpretado de modo restritivo.
Assim, não há nulidade processual por suposto impedimento de desembargador in-
tegrante de órgão especial de Tribunal que tenha julgado o mesmo fato, primeiro sob
o ângulo administrativo (processo administrativo disciplinar) e, depois, sob o criminal.
HC 120.017/SP, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 27-5-2014, acórdão publicado no
DJE de 8-8-2014.
(Informativo 748, Primeira Turma)
“Atuação em outro processo do mesmo réu: não é causa de impedimento. A lei processual penal veda
o exercício da jurisdição quando o magistrado tenha atuado, no mesmo processo, contra o réu, deven-
do julgar novamente o caso (ex.: era juiz de primeiro grau quando julgou o caso; promovido ao Tribu-
nal, tornou a receber, como relator, o mesmo processo: há impedimento). Entretanto, o fato de já ter
o juiz conhecido e julgado feito contra um determinado réu, tornando a deparar-se com ele em outro
processo não é causa de impedimento.” (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comen-
tado. 12. ed. São Paulo: RT, 2013. p. 586.)
“Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: I – tiver funcionado seu cônjuge
ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como de-
fensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; III – ti-
ver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão;
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.”
492
direito processual penal - nulidades
Não é possível declarar a alegada nulidade processual sem que seja demonstrado
o efetivo prejuízo sofrido pela defesa, nos termos do art. 563 do Código de Pro-
cesso Penal 2.
Ademais, o prejuízo não se afere pelo resultado do julgamento, mas pela possibili-
dade de chegar-se a uma posição diferente.
A lei que regula o recurso cabível é a da época da sentença, uma vez que é a
partir da sentença desfavorável que a parte tem o direito ao recurso cabível
para afastar essa desvantagem.
RHC 120.356/DF, rel. min. Rosa Weber, julgado em 1º-4-2014, acórdão publica-
do no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 741, Primeira Turma)
“Art. 10. Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas a acusação e a defesa, para requeri-
mento de diligências no prazo de cinco dias.”
“Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou
para a defesa.”
493
PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - pressupostos processuais
RHC 104.270 QO/DF, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJE de 7-12-2011.
“Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem pre-
juízo das sanções civis, penais e administrativas. Parágrafo único. São também nulos os atos praticados
por advogado impedido – no âmbito do impedimento –, suspenso, licenciado ou que passar a exercer
atividade incompatível com a advocacia.”
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PRINCÍPIOS E
GARANTIAS
PROCESSUAIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - princípios e garantias processuais
Precedente: Inq 2.842/DF, Pleno, rel. min. Ricardo Lewandowski, DJE de 27-2-2014.
497
direito processual penal - princípios e garantias processuais
Na espécie, em cumprimento a mandado de busca e apreensão que tinha como alvo o endereço pro-
fissional do paciente, localizado no 28º andar de determinado edifício, foram apreendidos equipamen-
tos de informática no endereço de instituição financeira localizada no 3º andar do mesmo edifício, sem
que houvesse mandado judicial para esse endereço.
498
direito processual penal - princípios e garantias processuais
Código de Processo Penal: “Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar
pena mais grave.”
“Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387,
no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado
da sentença.”
No caso, o Tribunal de segundo grau, ao readequar a capitulação legal à narrativa apresentada – o fato
descrito na acusação foi praticado por funcionário público equiparado (CP, art. 327, § 1º) –, manteve a
pena privativa de liberdade anteriormente aplicada, na tentativa de não gerar prejuízo ao sentenciado.
Porém, ao se ponderar atentamente os efeitos da condenação e as circunstâncias referentes à emendatio
libelli efetivada, é inevitável concluir pela superveniência de vedada reformatio in pejus.
499
direito processual penal - princípios e garantias processuais
500
direito processual penal - princípios e garantias processuais
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direito processual penal - princípios e garantias processuais
502
direito processual penal - princípios e garantias processuais
Por outro lado, o ajuizamento de ação anulatória não tem o condão de obstar o
trâmite da ação penal, que somente depende da constituição definitiva do crédito
tributário. Apenas a inclusão do contribuinte em parcelamento tributário tem a capa-
cidade de suspender a pretensão punitiva do Estado nos crimes previstos nos arts. 1º e
2º da Lei 8.137/1990, conforme o disposto no art. 83, § 2º3, da Lei 9.430/1996.
HC 121.125/PR, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 10-6-2014, acórdão publica-
do no DJE de 5-9-2014.
(Informativo 750, Segunda Turma)
“Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em con-
ta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular,
pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idô-
nea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.”
“Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I – omitir informação, ou prestar declaração falsa
às autoridades fazendárias;”
“Art. 83. (...) § 2º É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput,
durante o período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos
crimes estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado
antes do recebimento da denúncia criminal.”
503
direito processual penal - princípios e garantias processuais
Precedentes: HC 69.350/SP, Segunda Turma, rel. min. Celso de Mello, DJ de 26-3-1993; HC 71.839/
MG, Segunda Turma, rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 25-11-1994.
Consoante demonstrado nos autos, a Defensoria Pública assistiu o paciente não apenas a partir do
momento em que houve a citação e o interrogatório, mas desde a fase do inquérito policial. Assim,
durante o referido interrogatório, o magistrado nomeou o mesmo defensor público que já acompa-
nhava o caso e que, inclusive, propôs, dias antes, incidente de insanidade mental do acusado. Assim,
tendo em conta que o paciente não se encontrava sem defensor, reputou-se não ter havido prejuízo
da defesa.
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direito processual penal - princípios e garantias processuais
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direito processual penal - princípios e garantias processuais
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direito processual penal - princípios e garantias processuais
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PRISÃO
PROCESSUAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - prisão processual
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direito processual penal - prisão processual
O Supremo Tribunal Federal não pode apreciar situação processual nova, distin-
ta da apresentada à autoridade tida por coatora, sob pena de supressão de instân-
cia, uma vez que a sentença condenatória superveniente é o novo título justificador
da prisão1.
HC 119.396/ES, rel. min. Cármen Lúcia, julgado em 4-2-2014, acórdão publicado
no DJE de 14-2-2014.
(Informativo 734, Segunda Turma)
510
PROVAS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - provas
O art. 57 da Lei 11.343/2006 estabelece que o interrogatório do réu deve ocorrer em momento
anterior à oitiva das testemunhas, diferentemente do que prevê o art. 400 do CPP, que dispõe que o
interrogatório do acusado deve ser realizado ao fim da audiência de instrução e julgamento.
512
direito processual penal - provas
A providência tem como objetivo, em geral, evitar que as respostas dadas pelo
primeiro interrogado influenciem as respostas dos diferentes corréus.
Assim, além de inexistir razão jurídica para haver essa distinção, nada impede a
constituição, caso os acusados desejem, de outro causídico ou de membro da Defen-
soria Pública para acompanhar especificamente o interrogatório do corréu.
HC 101.021/SP, rel. min. Teori Zavascki, julgado em 20-5-2014, acórdão publicado
no DJE de 9-6-2014.
(Informativo 747, Segunda Turma)
513
RECURSOS
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - recursos
Logo:
a) Cabe à Corte, em defesa da efetividade do princípio da razoável duração do
processo (CF, art. 5º, LXXVIII), obstar a utilização de estratégias jurídicas que bus-
quem, unicamente, protelar o deslinde final da causa. Para esse fim, à luz de inter-
pretação teleológica do art. 21, § 1º1, do Regimento Interno do STF, é legítimo que
o relator assim proceda;
b) O tema envolve o conflito de vários princípios constitucionais: da presunção de
inocência, do devido processo legal, da duração razoável do processo, da efetividade
da jurisdição e do monopólio da jurisdição. Sob esse aspecto, a prevalência pura e
simples de entendimento segundo o qual a pena só pode ser executada depois da
preclusão de todos os recursos possíveis compromete o dever do Estado de prestar
jurisdição efetiva, em tempo útil e adequado, tendo em vista a possibilidade de serem
usados mecanismos procrastinatórios e abusivos pela defesa. Considerado esse con-
flito, deve ser construída solução a permitir a convivência mais harmônica possível
entre os citados postulados no caso concreto, a exemplo do que a Corte reiterada-
mente faz ao determinar a baixa imediata dos autos, independentemente de trânsito
em julgado, em hipóteses nas quais haja possibilidade de se levar à falência da função
jurisdicional em nome da presunção de inocência;
c) O processo não pode ser manipulado para viabilizar abuso de direito, tendo em
conta o dever de probidade imposto à observância das partes; e
d) O processo, de maneira geral, é um conjunto de atos preordenados com o obje-
tivo de atingir um resultado juridicamente relevante e não pode ser manipulado para
se tornar imóvel.
O STF permite a determinação monocrática de baixa dos autos, independente-
mente de publicação da decisão, seja em face de risco iminente de prescrição, seja
no intuito de repelir a utilização de sucessivos recursos com nítido abuso do direito
515
direito processual penal - recursos
de recorrer, para obstar o trânsito em julgado, não havendo que falar em ofensa ao
princípio da colegialidade.
Desse modo, o agrupamento de todas as circunstâncias fáticas2 e argumentos ju-
rídicos – a seguir analisados – reforçou a conclusão de que, com o presente recurso
extraordinário, pretendeu-se apenas alcançar a prescrição da pretensão punitiva, a
qual se efetivaria, caso não fosse negado seguimento, monocraticamente, com deter-
minação da baixa dos autos independentemente de publicação da decisão.
Posto isso, ainda que o julgamento do RE 593.727 RG/MG – no qual o STF deve
se pronunciar em definitivo sobre os poderes de investigação do Ministério Públi-
co – não tenha sido concluído, já há posicionamento de sete ministros no sentido de
reconhecer base constitucional para os poderes de investigação do Ministério Públi-
co. Além disso, há julgado da Segunda Turma que afirma não ser vedado ao órgão
ministerial proceder a diligências investigatórias, razão pela qual não há que falar em
sobrestamento do recurso especial por esse motivo.
Por sua vez, a inexistência de juízo de inadmissibilidade prévio, por parte do Su-
perior Tribunal de Justiça, em relação a um dos recursos extraordinários, não obsta
a apreciação direta pelo STF, ao qual incumbe o juízo definitivo do apelo extremo e
que não está vinculado ao juízo proferido na origem.
Ademais, a apreciação sobre eventual afronta aos princípios da legalidade, do devi-
do processo legal, do juiz natural, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da
coisa julgada ou da prestação jurisdicional, quando depender da análise de normas
infraconstitucionais, não configura ofensa direta ao texto constitucional.
Por outro lado, o acórdão confirmatório da condenação que aumenta a pena in-
terrompe a prescrição; então nova contagem é feita a partir do julgamento, e não da
publicação do aresto. Além disso, a alteração promovida pela Lei 11.596/2007, para
fazer constarem como marco interruptivo da prescrição os acórdãos condenatórios
recorríveis, não altera o quadro, porque o STF, desde antes dessa modificação, já ado-
tava a referida orientação jurisprudencial. Desse modo, não cabe falar em novatio legis
in pejus ou em ocorrência de prescrição3.
Por fim4, o STF analisou os demais recursos extraordinários oriundos do mesmo
recurso especial, ainda tendo em vista a determinação de baixa imediata dos autos. Isso
se justifica porque a jurisdição da Suprema Corte encerrou-se de fato, uma vez que,
não obstante os autos tenham sido encaminhados formalmente à origem, sua disponi-
bilidade – garantida pela natureza eletrônica de seus documentos – permitiu constatar
516
direito processual penal - recursos
“Art. 21. (...) § 1º Poderá o(a) Relator(a) negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente
inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a Súmula do Tribunal, de-
les não conhecer em caso de incompetência manifesta, encaminhando os autos ao órgão que repu-
te competente, bem como cassar ou reformar, liminarmente, acórdão contrário à orientação firma-
da nos termos do art. 543-B do Código de Processo Civil.”
No caso, o recorrente foi condenado, em segunda instância, como incurso nas penas do art. 297, § 2º,
do Código Penal, à pena de multa, bem como de três anos e seis meses de reclusão em regime semia-
berto. Em razão desse julgado, interpôs cumulativamente recursos especial e extraordinário, inadmi-
tidos pelo Tribunal de origem. Tendo em conta o juízo de inadmissibilidade do extraordinário, foram
interpostos perante o STF quatro recursos, sucessivamente, e essa Corte reconheceu seu caráter pro-
telatório, com determinação da baixa dos autos, independentemente de publicação do acórdão, e
consequente trânsito em julgado. No que se refere ao recurso especial, foi admitido e a partir dele foram ma-
nejados três recursos extraordinários, oriundos de diversos recursos protocolados durante o trâmite do especial.
Esses recursos extraordinários são o objeto das questões de ordem em análise.
No que concerne à alegação de prescrição, o Colegiado afastou a assertiva, tendo em conta que não
se cuida de mero acórdão confirmatório da sentença, que teria sido reformada para majorar a pena
aplicada em primeiro grau.
A partir desse ponto, o Plenário resolveu outra questão de ordem, a envolver o mesmo recorrente,
no sentido de não conhecer dos pleitos nela formulados e devolver a petição aos signatários.
517
REQUISITO DE
ADMISSIBILIDADE
RECURSAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - requisito de admissibilidade recursal
Na ação penal privada proposta, que é subsidiária da pública, regra geral, apenas
o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo, conforme disposto no
art. 100, § 2º1, do Código Penal, bem como no art. 302 do Código de Processo Penal,
pode propor a ação penal privada. Não há nos autos documento que formalize a
representação dos ofendidos, com poderes específicos, para a propositura de ação
penal.
Ademais, nos arts. 3º e 5º da Convenção 169 da Organização Internacional do
Trabalho, internalizada pelo Decreto Legislativo 5.051/2004, não há menção à legiti-
midade da organização indígena para propor queixa-crime.
Embora, excepcionalmente, haja situações em que, por expressa previsão legal, o
legitimado para o oferecimento da queixa-crime subsidiária possa ser pessoa física ou
entes não ligados diretamente ao ofendido, essa não é a hipótese dos autos3.
Nada obstante, os conselhos indigenistas podem atuar em processos envolvendo
interesses transindividuais4, como nos casos de conflitos de demarcações de terras in-
dígenas, ou seja, em matéria extrapenal, respeitando-se, assim, o disposto no art. 5º,
V, da Lei 7.347/19855.
Inq 3.862 ED/DF, rel. min. Roberto Barroso, julgado em 18-11-2014, acórdão pu-
blicado no DJE de 12-12-2014.
(Informativo 768, Primeira Turma)
“Art. 100. (...) § 2º A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de
quem tenha qualidade para representá-lo.”
“Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.”
“(...) tendo a Constituição, em seu artigo 129, I, estabelecido como uma das funções institucionais do
Ministério Público a de ‘promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei’, constitu-
cionalizou, nos crimes de ação pública, a ação penal privada subsidiária se a ação penal pública não
for intentada no prazo legal. E a legitimidade para intentar a ação penal privada subsidiária, como
ocorre na ação penal exclusivamente privada, é do particular ofendido ou de quem tenha qualidade
519
direito processual penal - requisito de admissibilidade recursal
para representá-lo, se um ou outro vivo e presente, como preceitua o Código Penal em seu artigo
100, §§ 2º, 3º e 4º.” (RE 331.990/CE, Primeira Turma, rel. min. Moreira Alves, DJ de 3-5-2002.)
RMS 27.669/DF, decisão monocrática, rel. min. Ayres Britto, DJE de 1º-3-2011; ACO 312/BA, Pleno,
rel. min. Eros Grau, DJE de 23-11-2007; Pet 3.388/RR, Pleno, rel. min. Ayres Britto, DJE de 25-9-
2009; SL 644/MT, decisão monocrática, rel. min. Ayres Britto, DJE de 22-10-2012; SL 758/BA, deci-
são monocrática, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 23-5-2014.
“Art. 5º Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (…) V – a associação que,
concomitantemente: a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; b) in-
clua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio am-
biente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, ét-
nicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.”
520
direito processual penal - requisito de admissibilidade recursal
A parte não pode ser prejudicada por deficiência que – decorrente de di-
gitalização do documento pela secretaria do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) – tenha tornado ilegível a data de sua interposição, acarretando a de-
claração de intempestividade do recurso.
521
SENTENÇA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - sentença
“Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (...) IV – fixará valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;”
523
direito processual penal - sentença
524
direito processual penal - sentença
Desde que a descrição dos fatos narrados na denúncia seja suficiente para a
regularidade do exercício da ampla defesa, o juiz pode alterar, no momento
da condenação, a definição jurídica dos fatos, ainda que isso importe em
aplicação de pena mais gravosa.
O réu se defende dos fatos narrados na denúncia e não da tipificação a eles atri-
buída. Assim, se a inicial acusatória menciona explicitamente todos os fatos en-
sejadores da condenação do paciente, é permitido ao Tribunal Regional Federal,
em exame de apelação, reconhecer a causa de aumento de pena prevista no art. 12,
I, da Lei 8.137/19901, ainda que o Ministério Público não a tenha incluído entre os
pedidos formulados na denúncia. Logo, não há que falar em aditamento obrigatório
da denúncia.
Nessa hipótese, os fatos narrados na inicial apenas receberam do juízo processante
classificação jurídica diversa daquela efetuada pelo órgão de acusação, o que se coa-
duna com o art. 383 do Código de Processo Penal. Trata-se de emendatio libelli (corre-
ção da inicial) e não de mutatio libelli (alteração do próprio fato imputado ao acusado).
HC 123.733/AL, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 16-9-2014, acórdão publica-
do no DJE de 6-10-2014.
(Informativo 759, Segunda Turma)
“Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas
nos arts. 1º, 2º e 4º a 7º: I – ocasionar grave dano à coletividade;”
525
TRIBUNAL DO JÚRI
DIREITO PROCESSUAL PENAL
direito processual penal - tribunal do júri
Embora não seja a redação prevista no referido dispositivo, não se detecta nu-
lidade, pois o teor do quesito em comento foi formulado com conteúdo similar
ao mencionado no CPP. Assim, não há que cogitar da anulação de julgamento de
tribunal do júri em razão de suposto vício.
Ademais, qualquer oposição aos quesitos formulados no tribunal do júri deve ser
arguida imediatamente, na própria sessão de julgamento, sob pena de preclusão, nos
termos do art. 571 do CPP2.
HC 123.307/AL, rel. min. Gilmar Mendes, julgado em 9-9-2014, acórdão publicado
no DJE de 30-9-2014.
(Informativo 758, Segunda Turma)
“Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: (...) § 2º Respondidos
afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste
artigo será formulado quesito com a seguinte redação: ‘O jurado absolve o acusado?’.”
“Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas: (...) VIII – as do julgamento em plenário, em audiência
ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.”
527
direito processual penal militar - direito processual penal militar
RO
PENAL MILITAR
PROCESSUAL
DIREITO
529
CORREIÇÃO
PARCIAL
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
direito processual penal militar - correição parcial
Sobre o termo inicial da contagem de prazo do Ministério Público: HC 83.255/SP, Pleno, rel. min.
Marco Aurélio, DJ de 12-3-2004; HC 84.354/SC, Segunda Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de
17-12-2004; RHC 81.787/SP, Primeira Turma, rel. min. Cezar Peluso, DJ de 23-9-2005; HC 86.816/
SP, Segunda Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 14-9-2007; HC 92.814/MG, Primeira Turma,
rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 28-3-2008; AI 524.933 AgR/MG, Segunda Turma, rel. min. Joaquim
Barbosa, DJE de 8-10-2010.
Código de Processo Penal Militar: “Art. 498. O Superior Tribunal Militar poderá proceder à correição
parcial: a) a requerimento das partes, para o fim de ser corrigido êrro ou omissão inescusáveis, abuso
ou ato tumultuário, em processo, cometido ou consentido por juiz, desde que, para obviar tais fatos,
não haja recurso previsto neste Código; (Vide Resolução Senado Federal nº 27, de 1996) 1º É de cinco
dias o prazo para o requerimento ou a representação, devidamente fundamentados, contados da data
do ato que os motivar.”
531
PRINCÍPIOS E
GARANTIAS
PROCESSUAIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
direito processual penal militar - princípios e garantias processuais
“Art. 79-A. Se a inconstitucionalidade for argüida na sessão de julgamento, pelo Relator ou por ou-
tro Ministro, o julgamento será interrompido e o Relator abrirá vista dos autos ao Procurador-Ge-
ral da Justiça Militar, pelo prazo de dez dias, para parecer; recebidos os autos com o parecer, o jul-
gamento prosseguirá na sessão ordinária que se seguir, apreciando-se, na seqüência, a argüição de
inconstitucionalidade e o mérito da causa.”
“Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e indivi-
duais indisponíveis.”
533
PROVAS
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
direito processual penal militar - provas
“Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas
pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como
aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogan-
do-se, em seguida, o acusado.”
“Art. 302. O acusado será qualificado e interrogado num só ato, no lugar, dia e hora designados pelo
juiz, após o recebimento da denúncia; e, se presente à instrução criminal ou prêso, antes de ouvidas
as testemunhas.”
535
QUESTÕES
PREJUDICIAIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
direito processual penal militar - questões prejudiciais
O art. 124 do Código de Processo Penal Militar1 estabelece, entre outras dispo-
sições, que o juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução pelo juízo
cível de questão prejudicial que não se relacione com o estado civil das pessoas,
desde que tenha sido proposta ação civil para dirimi-la.
Ademais, o art. 125 do Código Penal Militar2 dispõe que a prescrição da ação pe-
nal regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime e não
corre enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reco-
nhecimento da existência do crime. Assim, não há risco de prescrição penal, porque
incidente causa a obstar o lapso prescricional, de forma que, mesmo na hipótese de
insucesso definitivo do processo de natureza civil na Justiça Federal comum, a preten-
são punitiva do Estado estará preservada.
RHC 119.405/AM e RHC 119.626/DF, rel. min. Celso de Mello, julgados em 25-2-2014,
acórdãos publicados, respectivamente, no DJE de 30-10-2014 e no DJE de 24-9-2014.
(Informativo 737, Segunda Turma)
“Art. 124. O juiz poderá suspender o processo e aguardar a solução, pelo juízo cível, de questão
prejudicial que se não relacione com o estado civil das pessoas, desde que: a) tenha sido proposta
ação civil para dirimi-la; b) seja ela de difícil solução; c) não envolva direito ou fato cuja prova a lei
civil limite.”
“Art. 125. A competência para resolver a questão prejudicial caberá: a) ao auditor, se argüida antes
de instalado o Conselho de Justiça; b) ao Conselho de Justiça, em qualquer fase do processo, em
primeira instância; c) ao relator do processo, no Superior Tribunal Militar, se argüida pelo procura-
dor-geral ou pelo acusado; d) a êsse Tribunal, se iniciado o julgamento.”
537
SURSIS
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
direito processual penal militar - sursis
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são insti-
tuições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina (...).”
539
direito tributário - direito tributário
IR
TRIBUTÁRIO
DIREITO
541
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
direito tributário - crédito tributário
“Súmula 70. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.”
“ Súmula 323. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de
tributos.”
“ Súmula 547. Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas,
despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.”
543
direito tributário - crédito tributário
Precedentes citados: ADI 173/DF, Pleno, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 20-3-2009, e RE
413.782/SC, Pleno, rel. min. Marco Aurélio, DJ de 1º-4-2005.
“ Art. 42. A Fiscalização de Tributos Estaduais, quando da autorização para impressão de documen-
tos fiscais, poderá limitar a quantidade a ser impressa e exigir garantia, nos termos do art. 39,
quando a utilização dos referidos documentos puder prejudicar o pagamento do imposto vincen-
do, ou quando ocorrer uma das hipóteses mencionadas no art. 39.”
544
IMUNIDADE
TRIBUTÁRIA
DIREITO TRIBUTÁRIO
direito tributário - imunidade tributária
546
direito tributário - imunidade tributária
547
direito tributário - imunidade tributária
ADPF 46/DF, Pleno, rel. orig. min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. min. Eros Grau, DJE de 16-9-2011.
“Art. 9º São exploradas pela União, em regime de monopólio, as seguintes atividades postais: I –
recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o exterior, de carta e
cartão-postal; II – recebimento, transporte e entrega, no território nacional, e a expedição, para o
exterior, de correspondência agrupada; III – fabricação, emissão de selos e de outras fórmulas de
franqueamento postal. § 1º Dependem de prévia e expressa autorização da empresa exploradora do
serviço postal: a) venda de selos e outras fórmulas de franqueamento postal; b) fabricação, importa-
ção e utilização de máquinas de franquear correspondência, bem como de matrizes para estampa-
gem de selo ou carimbo postal. § 2º Não se incluem no regime de monopólio: a) transporte de
carta ou cartão-postal, efetuado entre dependências da mesma pessoa jurídica, em negócios de sua
economia, por meios próprios, sem intermediação comercial; b) transporte e entrega de carta e
cartão-postal, executados eventualmente e sem fins lucrativos, na forma definida em regulamento.”
“Art. 7º Constitui serviço postal o recebimento, expedição, transporte e entrega de objetos de cor-
respondência, valores e encomendas, conforme definido em regulamento. § 1º São objetos de cor-
respondência: a) carta; b) cartão-postal; c) impresso; d) cecograma; e) pequena-encomenda. § 2º
548
direito tributário - imunidade tributária
Constitui serviço postal relativo a valores: a) remessa de dinheiro através de carta com valor decla-
rado; b) remessa de ordem de pagamento por meio de vale-postal; c) recebimento de tributos, pres-
tações, contribuições e obrigações pagáveis à vista, por via postal. § 3º Constitui serviço postal rela-
tivo a encomendas a remessa e entrega de objetos, com ou sem valor mercantil, por via postal.”
RE 601.392/PR, Pleno, rel. min. Joaquim Barbosa, rel. p/ o ac. min. Gilmar Mendes, DJE de 5-6-
2013.
“Art. 2º O serviço postal e o serviço de telegrama são explorados pela União, através de empresa
pública vinculada ao Ministério das Comunicações. § 1º Compreende-se no objeto da empresa ex-
ploradora dos serviços: a) planejar, implantar e explorar o serviço postal e o serviço de telegrama;
b) explorar atividades correlatas; c) promover a formação e o treinamento de pessoal sério ao desem-
penho de suas atribuições; d) exercer outras atividades afins, autorizadas pelo Ministério das Comu-
nicações. § 2º A empresa exploradora dos serviços, mediante autorização do Poder Executivo, pode
constituir subsidiárias para a prestação de serviços compreendidos no seu objeto. § 3º A empresa
exploradora dos serviços, atendendo a conveniências técnicas e econômicas, e sem prejuízo de suas
atribuições e responsabilidades, pode celebrar contratos e convênios objetivando assegurar a presta-
ção dos serviços, mediante autorização do Ministério das Comunicações. § 4º Os recursos da em-
presa exploradora dos serviços são constituídos: a) da receita proveniente da prestação dos serviços;
b) da venda de bens compreendidos no seu objeto; c) dos rendimentos decorrentes da participação
societária em outras empresas; d) do produto de operações de créditos; e) de dotações orçamentá-
rias; f) de valores provenientes de outras fontes. § 5º A empresa exploradora dos serviços tem sede
no Distrito Federal. § 6º A empresa exploradora dos serviços pode promover desapropriações de
bens ou direitos, mediante ato declamatório de sua utilidade pública, pela autoridade federal. § 7º O
Poder Executivo regulamentará a exploração de outros serviços compreendidos no objeto da em-
presa exploradora que vierem a ser criados.”
549
direito tributário - imunidade tributária
O oposto ocorre com a isenção, que constitui mero benefício fiscal concedido pelo legislador ordi-
nário, presunção que milita em favor da Fazenda Pública. Assim, caso se trate de isenção, incumbe
ao contribuinte que pretenda a fruição da benesse o ônus de demonstrar seu enquadramento na
situação contemplada, enquanto, no tocante às imunidades, as presunções sobre o enquadramento
originalmente conferido devem militar em favor do contribuinte.
550
direito tributário - imunidade tributária
RE 564.413 ED/SC, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 13-8-2014, acórdão publi-
cado no DJE de 30-10-2014.
(Informativo 754, Plenário, Repercussão Geral)
551
direito tributário - imunidade tributária
552
direito tributário - imunidade tributária
Não há que falar em suposta ausência de lei específica a tratar dos requisitos
para o gozo da mencionada imunidade.
“Art. 195. (...) § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.”
AC 271 QO/PR, Primeira Turma, rel. min. Ayres Britto, DJ de 11-2-2005; RE 469.079 ED/SP, Segun-
da Turma, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 16-6-2006.
553
direito tributário - imunidade tributária
554
PRINCÍPIOS E
GARANTIAS
TRIBUTÁRIAS
DIREITO TRIBUTÁRIO
direito tributário - princípios e garantias tributárias
As leis ordinárias federais não podem implicar inovação no trato dos fatos
geradores, das bases de cálculo e dos contribuintes dos impostos federais,
revelando disciplina dissociada das normas gerais precedentes, sob pena de
incidir em invasão de competência, a ensejar a declaração de inconstitucio-
nalidade formal do ato ordinário.
“Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor tributável: (...) § 2º Não podem ser deduzidos
do valor da operação os descontos, diferenças ou abatimentos, concedidos a qualquer título, ainda
que incondicionalmente.”
556
direito tributário - princípios e garantias tributárias
557
direito tributário - princípios e garantias tributárias
No caso, o projeto de lei de conversão da Medida Provisória 164/2004, que resultou na promulga-
ção da Lei 10.865, em 30-4-2004, introduziu dispositivo que majorou a alíquota da aludida contribui-
ção para água mineral. Ocorre que tal majoração não foi prevista, originariamente, pela medida
provisória, adotada em janeiro de 2004. Entretanto, as alterações inseridas pela referida lei produzi-
ram efeitos a partir de 1º-5-2004 (Lei 10.865, art. 50).
558
direito tributário - princípios e garantias tributárias
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”
559
direito tributário - princípios e garantias tributárias
“Art. 3º O Ministro da Fazenda poderá determinar seja feito, mediante ressarcimento de custo e
demais encargos, em relação aos produtos que indicar e pelos critérios que estabelecer, o forneci-
mento do selo especial a que se refere o artigo 46 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, com
os parágrafos que lhe foram acrescidos pela alteração 12ª do artigo 2º do Decreto-lei nº 34, de 18 de
novembro de 1966.”
“Art. 46. O regulamento poderá determinar, ou autorizar que o Ministério da Fazenda, pelo seu
órgão competente, determine a rotulagem, marcação ou numeração, pelos importadores, arrema-
tantes, comerciantes ou repartições fazendárias, de produtos estrangeiros cujo controle entenda
necessário, bem como prescrever, para estabelecimentos produtores e comerciantes de determina-
dos produtos nacionais, sistema diferente de rotulagem, etiquetagem obrigatoriedade de numera-
ção ou aplicação de selo especial que possibilite o seu controle quantitativo. § 1º O selo especial de
que trata este artigo será de emissão oficial e sua distribuição aos contribuintes será feita gratuita-
mente, mediante as cautelas e formalidades que o regulamento estabelecer.”
“Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de po-
lícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao con-
tribuinte ou posto à sua disposição.”
560
TRIBUTOS
DIREITO TRIBUTÁRIO
direito tributário - tributos
562
direito tributário - tributos
563
direito tributário - tributos
564
direito tributário - tributos
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: (...) XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa conforme definido em lei.”
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimen-
tos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo
sem vínculo empregatício;”
“Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo
e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e
atenderá, nos termos da lei, a: (...) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em
benefícios, nos casos e na forma da lei.”
565
direito tributário - tributos
566
direito tributário - tributos
567
direito tributário - tributos
568
direito tributário - tributos
569
direito tributário - tributos
Assim, embora tenham estrutura jurídica diversa, tanto a isenção total – que elimina o dever de
pagamento do tributo, porque lhe ceifa a incidência – quanto a redução de base de cálculo ou de
alíquota – que apenas restringe o critério quantitativo do consequente da regra matriz de incidên-
cia tributária – têm semelhante efeito prático: exoneram, no todo ou em parte, o contribuinte do
pagamento do tributo. O Tribunal ponderou, no entanto, que o modo como se processa essa exo-
neração, em termos jurídicos, é diferente: a) na isenção total, é afastada a própria incidência, ou é
dispensado integralmente o pagamento do tributo, em relação aos sujeitos e às situações atingidas
pelo benefício; e b) na isenção parcial, há a incidência do tributo, mas o valor a ser pago é menor
do que aquele devido não fosse a mudança (redução) no critério quantitativo da norma tributária-
-padrão, seja na alíquota, seja na base de cálculo.
N
a espécie, questionava-se a possibilidade de o Estado do Rio Grande do Sul proceder à anulação
proporcional do crédito fiscal relativo às operações de saída interna de mercadorias componentes
da cesta básica, que foram beneficiadas por redução de base de cálculo, nos termos da Lei gaúcha
8.820/1989 e do Convênio ICMS 128/1994.
570
direito tributário - tributos
Constituição Federal: “Art. 103-A. (...) § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e
a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários
ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multi-
plicação de processos sobre questão idêntica.”
571
direito tributário - tributos
O valor retido em razão do ICMS não pode ser incluído na base de cálculo
da Cofins, sob pena de violação do art. 195, I, b, da Constituição Federal1 e 2.
A base de cálculo da Cofins somente pode incidir sobre a soma dos valores obti-
dos nas operações de venda ou de prestação de serviços, e o valor retido a título
de ICMS não reflete a riqueza obtida com a realização da operação, pois constitui
ônus fiscal, e não faturamento.
RE 240.785/MG, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 8-10-2014, acórdão publicado
no DJE de 16-12-2014.
(Informativo 762, Plenário)
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I – do empregador, da empresa e da
entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (...) b) a receita ou o faturamento.”
572
direito tributário - tributos
RE 540.829/SP, Pleno, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 18-11-2014 (v. Informativo 758).
573
direito tributário - tributos
574
direito tributário - tributos
em 31 de dezembro, caso a lei seja editada antes dessa data, sua aplicação a fatos ocor-
ridos no mesmo ano da edição não viola o princípio da irretroatividade3.
RE 183.130/PR, rel. orig. min. Carlos Velloso, rel. p/ o ac. min. Teori Zavascki,
julgado em 25-9-2014, acórdão publicado no DJE de 17-11-2014.
(Informativo 760, Plenário)
“Súmula 584. Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vi-
gente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.”
Os ministros Carlos Velloso (relator), Joaquim Barbosa e Marco Aurélio também negaram provi-
mento ao recurso, mas com base no entendimento de que o fato gerador do imposto de renda de
pessoa jurídica é complexivo e ocorre nos diversos momentos em que acontecem os fatos econômi-
cos que afetam o patrimônio da pessoa jurídica. Assim, afastaram o Enunciado 584 da Súmula do
STF.
575
direito tributário - tributos
Nas vendas realizadas de forma não presencial a consumidor final não contri-
buinte do imposto, deve ser aplicada a alíquota interna do Estado de origem.
576
direito tributário - tributos
“O princípio do não confisco, que encerra direito fundamental do contribuinte, resta violado em
seu núcleo essencial em face da sistemática adotada no cognominado Protocolo ICMS 21/2011, que
legitima a aplicação da alíquota interna do ICMS na unidade federada de origem da mercadoria ou
bem, procedimento correto e apropriado, bem como a exigência de novo percentual, a diferença
entre a alíquota interestadual e a alíquota interna, a título também de ICMS, na unidade destinatá-
ria, quando o destinatário final não for contribuinte do respectivo tributo.” (Excerto do voto do
min. Luiz Fux, na ADI 4.628/DF, Pleno, rel. min. Luiz Fux, DJE de 5-12-2014.)
“O tráfego de pessoas e bens, consagrado como princípio constitucional tributário (CRFB/88, art. 150,
V), subjaz infringido pelo ônus tributário inaugurado pelo Protocolo ICMS 21/2011 nas denomina-
das operações não presenciais e interestaduais.” (Excerto do voto do min. Luiz Fux, na ADI 4.628/
DF, Pleno, rel. min. Luiz Fux, DJE de 5-12-2014.)
“A engenharia tributária do ICMS foi chancelada por esta Suprema Corte na ADI 4.565 MC/PI, da
qual foi relator o ministro Joaquim Barbosa, assim sintetizada: a) Operações interestaduais cuja
mercadoria é destinada a consumidor final contribuinte do imposto: o Estado de origem aplica a
alíquota interestadual, e o Estado de destino aplica a diferença entre a alíquota interna e a alíquota
interestadual, propiciando, portanto, tributação concomitante, ou partilha simultânea do tributo;
Vale dizer: ambos os Estados cobram o tributo, nas proporções já indicadas; b) Operações interes-
577
direito tributário - tributos
taduais cuja mercadoria é destinada a consumidor final não contribuinte: apenas o Estado de ori-
gem cobra o tributo, com a aplicação da alíquota interna; c) Operações interestaduais cuja merca-
doria é destinada a quem não é consumidor final: apenas o Estado de origem cobra o tributo, com
a aplicação da alíquota interestadual; d) Operação envolvendo combustíveis e lubrificantes, há in-
versão: a competência para cobrança é do Estado de destino da mercadoria, e não do Estado de
origem.” (Excerto do voto do min. Luiz Fux, na ADI 4.628/DF, Pleno, rel. min. Luiz Fux, DJE de
5-12-2014.)
“Os Protocolos são adotados para regulamentar a prestação de assistência mútua no campo da fis-
calização de tributos e permuta de informações, na forma do art. 199 do Código Tributário Nacio-
nal, e explicitado pelo art. 38 do Regimento Interno do Confaz (Convênio 138/1997). Aos Convê-
nios atribuiu-se competência para delimitar hipóteses de concessões de isenções, benefícios e
incentivos fiscais, nos moldes do art. 155, § 2º, XII, g, da CRFB/1988 e da Lei Complementar
21/1975, hipóteses inaplicáveis in casu.” (Excerto do voto do min. Luiz Fux, na ADI 4.628/DF, Ple-
no, rel. min. Luiz Fux, DJE de 5-12-2014.)
“Note-se que, segundo a Lei Fundamental de 1988 e diversamente do que fora estabelecido no
Protocolo ICMS 21/2011, a aplicação da alíquota interestadual só tem lugar quando o consumidor
final localizado em outro Estado for contribuinte do imposto, mercê do art. 155, § 2º, VII, g, da
CRFB/88.” (Excerto do voto do min. Luiz Fux, na ADI 4.628/DF, Pleno, rel. min. Luiz Fux, DJE de
5-12-2014.)
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Os prejuízos ocorridos em exercícios anteriores não são fato gerador, mas, sim,
meras deduções cuja projeção para exercícios futuros foi autorizada nos termos
da lei, a qual poderá ampliar ou reduzir a proporção de seu aproveitamento.
Logo, não incide a correção monetária sobre o saldo a ser compensado em perío-
dos futuros, haja vista que o caso em tela refere-se a benefício fiscal, e não a crédito
tributário, o que impossibilita a atualização monetária, por ausência de previsão le-
gal. Ademais, não cabe ao Poder Judiciário fixar índice de correção monetária nas
hipóteses em que não há previsão legal3.
Nesse sentido, o art. 39, § 4º, da Lei 9.250/1995 não abrange a situação dos autos,
uma vez que o dispositivo apenas se refere à aplicação da taxa Selic aos valores prove-
nientes de tributos pagos indevidamente ou a maior, para fins de compensação (Lei
8.383/1991, art. 66, alterado pela Lei 9.069/1995).
RE 807.062 AgR/PR, rel. min. Dias Toffoli, julgado em 2-9-2014, acórdão publica-
do no DJE de 9-10-2014.
(Informativo 757, Primeira Turma)
“Art. 4º Fica revogada a correção monetária das demonstrações financeiras de que tratam a Lei nº
7.799, de 10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº 8.200, de 28 de junho de 1991. Parágrafo único.
Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras,
inclusive para fins societários.”
O art. 4º da Lei 9.249/1995 suprimiu a atualização monetária das demonstrações financeiras para
fins de definição da base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas e da CSLL.
RE 509.973 AgR/CE, Primeira Turma, rel. min. Roberto Barroso, DJE de 22-8-2014.
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No caso, em 30-11-1994, a associação recorrida foi autorizada a distribuir gratuitamente prêmios a
seus associados. No entanto, posteriormente a essa autorização, em 31-12-1994 foi editada a Medida
Provisória 812/1994 (convertida na Lei 8.981/1995), que criou nova hipótese de incidência do im-
posto de renda, ao incluir a distribuição de prêmios na abrangência daquela exação. O ministro
Roberto Barroso considerou que a criação de um tributo, por medida provisória, no último dia do
exercício, é uma burla ao direito fundamental à anterioridade e à segurança jurídica.
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A atividade de controle do TCU sobre a atuação das entidades sindicais não re-
presenta violação à respectiva autonomia assegurada na Constituição.
MS 28.465/DF, rel. min. Marco Aurélio, julgado em 18-3-2014, acórdão publicado
no DJE de 3-4-2014.
(Informativo 739, Primeira Turma)
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A interpretação conjunta dos arts. 2º, III, e 12, VI, da Lei Complementar 87/1996
(Lei Kandir) permite concluir que o ICMS somente pode incidir sobre os serviços
de comunicação propriamente ditos no momento em que são prestados, ou seja,
apenas pode incidir sobre a atividade-fim, que é o serviço de comunicação, e não
sobre a atividade-meio ou intermediária como são aquelas constantes na Cláusula
Primeira do Convênio ICMS 69/1998.
A Constituição autoriza sejam tributadas as prestações de serviços de comuni-
cação. Contudo, nem o legislador, nem, muito menos, o intérprete e o aplicador
podem estender a incidência do ICMS às atividades que antecedem e viabilizam o
serviço de comunicação.
No caso, a questão relativa à legitimidade da cobrança do ICMS sobre o procedi-
mento de habilitação de telefonia móvel não está incluída na descrição de serviços de
telecomunicação constante do art. 2º, III, da Lei Complementar 87/1996, por cor-
responder a procedimento tipicamente protocolar, cuja finalidade refere-se a aspecto
preparatório.
RE 572.020/DF, rel. orig. min. Marco Aurélio, rel. p/ o ac. min. Luiz Fux, julgado
em 6-2-2014, acórdão publicado no DJE de 13-10-2014.
(Informativo 734, Plenário)
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Este livro foi concluído em 3 de agosto de 2015.
Impressão: Coordenadoria de Serviços Gráfi-
cos do Conselho da Justiça Federal