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19/01/2018 ConJur - Banco pagará dano moral coletivo por tempo de espera em fila

LEI DESCUMPRIDA

Banco pagará dano moral coletivo por tempo de


espera em fila
1 de junho de 2017, 14h54

Se há norma sobre determinado ato e ela é descumprida, não há necessidade de se


comprovar que houve ofensa à dignidade humana para a concessão de dano moral
coletivo. Assim entendeu a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao condenar
um banco que descumpriu lei de Aracaju (SE) sobre o tempo máximo de espera nas
filas de agências bancárias.

A norma em vigor na capital sergipana prevê que o Bruno Spada

tempo máximo de espera nas filas bancárias é de


15 minutos em dias normais e de 30 minutos na
véspera de feriados e dias de pagamento de
funcionários públicos.

O caso chegou ao STJ depois que o Tribunal


Regional Federal da 5ª Região entendeu que
o prejuízo moral à população não ficou
Segundo o STJ, o dano moral
comprovado, mas apenas o descumprimento do
coletivo no caso ocorre pela
tempo de espera nas filas. Para a corte, não havia
constatação de descumprimento
justificava para pagar indenização por danos
sistemático da legislação vigente.
morais coletivos.

O relator do caso, ministro Herman Benjamin, afirmou que o acórdão do TRF-5


contraria o entendimento do STJ, já que não há necessidade de se questionar se o
descumprimento da norma causou ou não danos à dignidade humana. Explicou
ainda que houve “recalcitrância” da instituição bancária em cumprir a
determinação, violando o artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor.

“Na hipótese dos autos, a intranquilidade social, decorrente da excessiva demora no


atendimento ao consumidor de serviços bancários, é tão evidente, relevante e
intolerável no município afetado que foi editado decreto municipal na tentativa de
compelir as instituições bancárias a respeitar prazo razoável para tal atendimento”,
argumentou.

Para o ministro, o dano moral coletivo no caso não ocorre pela comprovação de dor,
sofrimento ou abalo psicológico, mas sim pela constatação de descumprimento

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19/01/2018 ConJur - Banco pagará dano moral coletivo por tempo de espera em fila

sistemático da legislação vigente. “Em verdade, o dano extrapatrimonial coletivo


prescinde da comprovação de dor, de sofrimento e de abalo psicológico, suscetível
de apreciação na esfera do indivíduo, mas inaplicável aos interesses difusos e
coletivos”, concluiu.

Com a decisão, a corte de origem deve fixar o valor da condenação a ser paga pelos
danos morais coletivos decorrentes do descumprimento. Com informações da
Assessoria de Imprensa do STJ.

REsp 1.402.475

Revista Consultor Jurídico, 1 de junho de 2017, 14h54

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