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Direito constitucional é o ramo do direito público interno dedicado à análise e interpretação das normas

constitucionais. Na perspectiva contemporânea, tais normas são compreendidas como o ápice da pirâmide
normativa de uma ordem jurídica, consideradas leis supremas de um Estado soberano e têm por função
regulamentar e delimitar o poder estatal, além de garantir os direitos considerados fundamentais. O direito
constitucional aborda ainda as normas de organização e funcionamento do Estado, do ponto de vista de sua
constituição política.

Índice
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 1História
 2Definição
 3Constituição brasileira
 4Constituição portuguesa
 5Constituição angolana
 6Constituição de Timor-Leste
 7Ver também
 8Referências
 9Bibliografia

História[editar | editar código-fonte]


Ferdinand Lassalle, no livro "O que é uma Constituição Política", argumenta que desde tempos antigos os
países tinham constituições não escritas "todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os
momentos de sua história, uma constituição real e verdadeira. A diferença é que agora se verifica - e isto
deve ser realçado porque tem muita importância - não são as Constituições reais e efetivas, mas sim as
Constituições escritas nas folhas de papel"[1]. O constitucionalismo, teoria que deu ensejo à elaboração do
que é formalmente chamado de Constituição, surgiu a partir das teorias iluministas e do pensamento que
também deu base à Revolução Francesa de 1789.
Considera-se a Magna Carta o documento que esboçou o que posteriormente seria chamado de
Constituição. Foi assinada pelo Príncipe João Sem Terra face à pressão dos barões da Inglaterra medieval,
e apesar da notícia histórica de que os únicos que se beneficiaram com tal direito foram os barões ingleses,
o documento não perde a posição de elemento central na história do constitucionalismo ocidental. A partir da
moderna doutrina constitucionalista, a interpretação dada à Magna Carta sofre um processo de mutação
denominado mutação constitucional, onde novos personagens ocupam as posições ocupadas originalmente
pelos participantes daquele contrato feudal, de maneira que as prerrogativas e direitos que foram concedidos
aos barões passam a ser devidos aos cidadãos, e os deveres e limitações impostos ao Príncipe João
passam a limitar o poder do Estado.
Contudo, foi a partir das "Revoluções Liberais" (Revolução Francesa, Revolução Americana e Revolução
Industrial) que surgiu o ideário constitucional, no qual seria necessário, para evitar abusos dos soberanos em
relação aos súditos, que existisse um documento onde se fixasse a estrutura do Estado, e a consequente
limitação dos poderes do Estado em relação ao povo.
Ferdinand Lassalle foi um dos pensadores do Direito Constitucional
[2]

Com o passar do tempo, em especial com as teorias elaboradas por Hans Kelsen, grande jurista da Escola
Austríaca da primeira metade do Século XX, passou-se a considerar a Constituição não como apenas
uma lei limitadora e organizativa, mas como a própria fonte de eficácia de todas as leis de um Estado. Tal
teoria (chamada de Teoria Pura do Direito, de Kelsen), apesar de essencial para a formação de um
pensamento mais aprofundado acerca desta norma, não dá todo o alcance possível do poder e função
constitucional.
Mais tarde, outros pensadores como Ferdinand Lassalle, Konrad Hesse, Robert Alexy Juan Bautista
Alberdi e Ronald Dworkin contribuíram sobremaneira para definir a real função da Constituição. Esta norma,
superior a todas, não teria apenas a função de garantir a existência e limites do Estado. Ao contrário, ao
invés de apenas ter um caráter negativo em relação ao exercício dos direitos das pessoas, a Lei Maior deve
prever os Direitos Fundamentais inerentes a cada pessoa, e prever modos de garantir a eficácia dos
mesmos, de modo que o Estado não apenas se negue a prejudicar as pessoas, mas sim cumpra aquela que
é sua função precípua: a promoção da dignidade da pessoa humana.

Definição[editar | editar código-fonte]


Uma constituição, necessariamente, não se apresenta formalmente escrita. Em países onde o direito
consuetudinário é comum, a constituição não se encontra positivada numa carta. Ela é fruto de uma
construção histórica das práticas e costumes de toda a população. Tal espécie de Lei Maior não impede a
existência de normas escritas de caráter constitucional, como acontece na Inglaterra, com o Act of Habeas
Corpus, e a própria Magna Carta.
Porém, a maioria das constituições existentes segue o padrão formal, de modo que são o fruto de uma
Assembleia de Representantes do Povo (no caso das constituições democráticas), onde se decide acerca de
como será o Governo estatal e quais os direitos a serem previstos neste documento.

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