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ÍNDICE
Introdução..........................................................................................................................3
Características construtivas................................................................................................6
A família do saxofone........................................................................................................7
As partes do saxofone........................................................................................................9
Tessitura...........................................................................................................................10
Boquilha...........................................................................................................................19
Palheta..............................................................................................................................21
Abraçadeira......................................................................................................................23
Embocadura.....................................................................................................................27
Notas longas.....................................................................................................................32
Afinação...........................................................................................................................35
Articulação.......................................................................................................................35
Escala maior.....................................................................................................................39
Mecanismos......................................................................................................................39
Pratica de grupo................................................................................................................41
Observações/efeitos..........................................................................................................41
Efeito Ping-Pong..............................................................................................................43
Vibrato.............................................................................................................................50
Cuidados básicos..............................................................................................................51
Métodos adicionais...........................................................................................................53
Conclusão.........................................................................................................................54
Referências bibliográficas................................................................................................55
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INTRODUÇÃO
Após sua primeira audição em uma obra orquestral, por volta de 1844 na ópera Last King of
Juda, de Georges Kastner(1810-1867), o saxofone se popularizou pelo território europeu,
passando a fazer parte das bandas militares francesas. Com a fabricação em série, o saxofone
passou a ser distribuído em todos os continentes, adquirindo uma personalidade distinta em
cada cultura.
Na Europa seu som aproxima-se das cordas; nos Estados Unidos da América o saxofone
tornou-se uma das vozes mais radicais e importantes do Jazz, conquistando o mercado
fonográfico e tornando-se conhecido em todo mundo.
O saxofone é um instrumento muito versátil e expressivo, por isso ele deve ser bem
controlado. Se o músico não aprender a controlar bem o seu saxofone, ele sempre vai soar
exagerado e caricato, e é justamente aí que se esconde a dificuldade de tocar verdadeiramente
bem. Dependendo da boquilha, palheta, embocadura, possui uma gama de timbre e
sonoridades que vai do som mais amadeirado e escuro (saxofone erudito) ao som mais
metálico e estridente música popular (Jazz, Rock, pop, mpb etc.); portanto é necessário ter
conhecimento do instrumento para buscar um timbre que seja compatível com instrumentos
de orquestras sinfônicas.
Esse trabalho está inclinado totalmente para a vertente da Música de Concerto e/ou a chamada
Música Erudita, visto que é nesta segmentação onde nossa orquestra encontra-se situada. O
objetivo desse trabalho é instruir os irmãos candidatos e saxofonistas da CCB quanto às
características sonoras e a execução do saxofone na música de concerto, visando adequação
do instrumento à proposta musical de nossas orquestras.
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Antoine Joseph Sax nasceu no dia 6 de Novembro de 1814 numa cidade belga chamada
Dinant. Sax aprendeu o ofício de seu pai, que era construtor de instrumentos e desde muito
novo esteve ligado ao mundo da fabricação de instrumentos musicais. Antoine Joseph,
apelidado de “Adolphe”, estudou clarinete e flauta no conservatório de Bruxelas com Bender
(diretor de música do regimento de Guides). Ao tocar e familiarizar-se com o clarinete foi-se
apercebendo daquilo que achava serem imperfeições e logo fez questão de melhorá-las.
Em Outubro de 1842, depois de obter um subsídio do governo belga, Sax fixou-se na Rua
Neuve-Saint-Georgesem Paris, onde teve que competir com outros grandes fabricantes de
instrumentos. Graças a um empréstimo do flautista Dorus, Sax adquire uma espécie de
armazém que vai lhe servir de alojamento. Pouco depois, em 1843 abre uma fábrica de
instrumentos onde vende seus produtos, em Outubro do mesmo ano a Revueet Gazette
Musicale fala do interesse despertado pelo clarinete baixo de Sax nos clarinetistas da ópera de
Paris.
No ano de 1848, transformou a sua modesta oficina numa grande fábrica, que contava com
191 trabalhadores e de onde saíram 20.000 instrumentos entre os anos de 1843 e 1860. Nessa
mesma oficina construiu também uma sala de concertos que, pouco a pouco, foi conseguindo
uma grande reputação. Com este sucesso, não tardaram as conspirações contra Sax.
Em Dezembro de 1843 amplia novamente o seu clarinete baixo e desta vez Berlioz utiliza-o
no seu Requiem, sendo o próprio Sax a interpretá-la. Pouco tempo depois, o mesmo Berlioz
organiza um concerto que foi realizado na sala Herz de Paris, transcrevendo o seu Chant
Sacré para um conjunto de seis instrumentos, todos eles inventados por Sax. Sax demonstrou
que o timbre de um instrumento está determinado, não pela natureza do material que o
instrumento é construído, mas sim pela proporção de ar que é emitida para dentro deste.
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Bom entendedor dessa lei, conhecida como Lei das proporções, Sax aperfeiçoou, engrandeceu
e completou grande parte dos instrumentos de sopro, madeira ou metal. Inventou novos tipos
de instrumentos, como:
Sax também se interessou por instrumentos de percussão e durante os anos de 1852 e 1863
registrou uma série de patentes relativas a timbales, bombos e tambores. Defende que a
qualidade sonora é proveniente da quantidade e pressão de ar emitida para o interior do
instrumento, e não da qualidade do material que este é construído. Sax viveu uma vida longa;
ficou arruinado por três vezes, mas nunca deixou de estudar, inventar e aperfeiçoar
instrumentos. Morreu em 7 de Fevereiro de 1894 com 80 anos de idade, completamente
arruinado, deixando ao mundo da música uma grande contribuição.
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CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
A partir dessa ideia surge o saxofone, um dos poucos instrumentos de uso comum na música
ocidental que é tão conhecido e, ao mesmo tempo, tão desconhecido. Este instrumento
combina as características do oboé (tubo cônico, porém mais largo) e do clarinete (boquilha e
palheta simples). A popularidade do saxofone deve-se à sua difusão em meios como o teatro
musical, a opereta e em movimentos musicais tais como música militar e, sobretudo, o Jazz,
apesar de ter sido criado para tocar em bandas e orquestras sinfônicas.
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Apesar de o saxofone pertencer a uma família de oito membros (contrabaixo, baixo, barítono,
tenor, melody (tenor em C), alto, soprano e sopranino, os compositores se limitaram a utilizar
o saxofone alto na maioria das peças e algumas poucas vezes o tenor e o soprano, deixando os
restantes para segundo plano.
Estes instrumentos comportam-se como uma verdadeira família, tendo qualidades e defeitos,
que se podem considerar como hereditários, guardando cada um o seu próprio caráter e
personalidade. Um é ligeiro, o outro é sombrio, um é caprichoso e outro é profundo. Hoje em
dia são fabricados em série seis destes oito saxofones, e mesmo assim em quantidades muito
desiguais.
O contrabaixo só existe cerca de algumas dezenas de exemplares, sendo alguns deles já peças
de museu. Reunidos todos os saxofones, estes atingem um âmbito igual ao de uma orquestra.
A combinação do corpo metálico com a embocadura proporciona ao saxofone uma vasta
variedade de sons, desde a sugestão de notas metálicas da trompa ao som profundo e
melodioso do violoncelo, passando pelos timbres agudos e delicados da flauta.
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AS PARTES DO SAXOFONE
O saxofone é composto de: boquilha (com palheta e braçadeira), tudel e corpo (campana com
a curva soldada).
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TESSITURA
O saxofone, tal como muitos outros instrumentos, é transpositor, isto quer dizer que não se
escreve na partitura do saxofone as mesmas notas que o público ouve. Isto acontece para que
os saxofonistas só tenham de aprender uma digitação para toda a família dos saxofones.
Por exemplo, se quer que um saxofonista toque o lá do diapasão, na partitura aparecerá: Para
saxofone sopranino: Fá # Para saxofone soprano: Si Para saxofone alto: Fá # Para saxofone
tenor: Si Para saxofone barítono: Fá # (agudo).
Diz-se que o soprano está em Sib, porque quando ele toca a nota Dó, o que se ouve é um Si b.
Apesar das possibilidades de extensão nos agudos, todos os saxofones têm o mesmo âmbito,
duas oitavas e uma quinta aumentada, com exceção do saxofone barítono, que possui mais
uma nota (Lá grave), que lhe permite tocar, em som real, um Dó1, que seria um Dó grave para
o violoncelo.
A família, do mais agudo ao mais grave, se apresenta assim (as proporções mostradas
nas fotos entre os instrumentos, não correspondem as dos tamanhos reais):
SOPRANINO EM MIb
Fabricado em forma reta, como mostra o exemplo acima.Trata-se de instrumento raro, pois no
Brasil há poucos exemplares.
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Fabricado em dois modelos, reto e curvo. O modelo de soprano que têm formato curvo é
erroneamente chamado de sopranino. Seu tubo é curvo ao invés de reto, devido a isso ele
parece ter um tamanho menor, mas tem as mesmas medidas, sendo, tal como o reto, também
um saxofone soprano.
ALTO EM MIb
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TENOR EM SIb
BARÍTONO EM MIb
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BAIXO EM SIb
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O som do saxofone é produzido através da vibração da palheta que se espalha pela vibração
da boquilha e para todo o instrumento. A palheta vibra porque ela é flexível. Fazemos a
palheta vibrar porque quando sopramos criamos uma diferença de pressão de ar.
Todos que decidem aprender tocar saxofone iniciam nesse momento (ou deveriam), suas
buscas, discussões, pesquisas, debates e experiências sobre os equipamentos e fundamentos
básicos necessários para tocar esse instrumento. Contudo, antes de qualquer coisa, julgamos
necessário pensar um pouco sobre o lugar que o saxofone ocupa em nosso universo musical.
Com frequência, as pessoas iniciam o estudo do saxofone tendo em mente um estilo musical
determinado que gostam de ouvir. É natural, portanto, que dediquem todas suas forças em
tentar (desde as primeiras notas) reproduzir o som e esses estilos ao tocar o instrumento.
Compreender a diferença entre esses dois simples conceitos é determinante para o bom
desenvolvimento dos fundamentos básicos, para a escolha dos fundamentos básicos e para a
metodologia a ser utilizada para aperfeiçoar o controle sobre o que realmente se quer realizar
com o instrumento.
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O saxofone pertence à família das madeiras ou dos metais, ou nenhuma? Abaixo segue alguns
itens que sustentam o saxofone como pertencente à família das madeiras.
A seguir um excerto visual da obra “Bolero de Ravel”, onde os saxofones tenor e soprano são
utilizados. Nota-se que o posicionamento de ambos é feito na mesma fileira das madeiras, ao
lado dos clarinetes, clarones e fagotes, e atrás do flautim, flautas, oboés e corne inglês:
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Demais
madeiras
Saxofone
Tenor
Demais
madeiras
Saxofone
Soprano Reto
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BOQUILHA
A mesa da boquilha é a parte plana que se prolonga até a parte curva. É sobre esta (mesa) que
deve ser colocada a palheta. O comprimento da mesa inclui também o comprimento da parte
curva. A câmara é a parte interior da boquilha onde nasce o som. O seu formato é muito
importante e determina a qualidade do som. Uma câmara pequena, com um teto baixo produz
um som rico em harmônicos.
Por outro lado, uma câmara grande, com um teto alto produz um som mais sombrio. Em
geral, na música erudita utiliza-se uma boquilha com uma mesa curta ou mediana e de
abertura pequena (boquilha fechada). No Jazz, as boquilhas com mesa e abertura grande são
as preferidas (boquilha aberta). Existem muitas boquilhas, Pierret, Otto link, Claude Lakey,
Bari, Yamaha, Yanagisawa, B e N, Meyer, etc.
Para obter o som puro do saxofone, é preciso uma combinação de boquilha e palheta com
numeração adequada para essa boquilha.
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É importante colar uma almofada (adesivo gelatinoso colado onde se apóiam os dentes sobre
a boquilha no bisel), além do conforto, interfere diretamente na sua embocadura e sonoridade.
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PALHETAS
A palheta, somada aos outros itens elencados no capítulo “o saxofone e a família das
madeiras” desta apostila, classificam o saxofone como membro pertencente à família das
madeiras. É uma das partes mais delicadas e importantes para a emissão do som. Da sua
qualidade depende não só o som, mas também a flexibilidade do instrumentista.
As palhetas de saxofone extraem-se duma planta chamada Arundo Donax. O Arundo Donax
mais apreciado provém da região de Var, no sul da França, junto ao Mediterrâneo.
Dependendo da parte onde é cortada, pé ou cabeça da planta, a palheta tem qualidades
diferentes, distribuindo de maneira diferente a umidade e resistindo de maneira diferente à
temperatura. A palheta é constituída por várias partes: talão, partes laterais, bisel, coração e
ponta.
Se a sua palheta está molhada, seque o mínimo possível com pano de algodão e guarde numa
caixa especial de palhetas, nunca deixe a palheta solta no estojo, ela é muito frágil e vai
quebrar. Evite passar panos e os dedos na palheta demasiadamente. Procure tocar apenas na
parte onde há a casca. Devemos ter um cuidado especial com as palhetas. Tenha pelo menos 4
palhetas e use-as alternadamente para que durem mais.
Nunca mexa na ponta da palheta, não corte, não aperte, não toque, não lave, não esquente, não
lixe, não torça. Se você acha que a sua palheta precisa ser ajustada, peça ajuda a quem sabe
fazer isso. Se mesmo depois de ajustada, a palheta não ficar boa, jogue fora e compre outra,
pois palhetas não duram para sempre, elas precisam ser trocadas sempre que não estiverem
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vibrando mais ou estiverem quebradas. Tente não se acostumar a “trabalhar” (lixar, raspar,
cortar) todas as suas palhetas, pois a tendência é que, com o passar do tempo, só se consiga
tocar com palhetas previamente lixadas ou modificadas.
Quando for comprar uma palheta, escolha uma que seja simétrica: coloque-a contra a luz e
observe se ela é igual: se um lado não está mais escuro que o outro. (foto1). Escolha palhetas
maduras, fuja das verdes e claras: olhe na parte traseira e você vai observar uma linha escura
muito fina logo abaixo da casca; isso indica que a palheta está madura (foto 2). Não fique
trocando de marca e número de palheta todo dia.
Use a mesma marca e número durante alguns meses, antes de criar sua opinião sobre ela.
Sempre umedeça a palheta antes de tocar, colocando-a na boca por alguns instantes. Se
preferir molhá-la com água, não a deixe imersa por muito tempo, pois isso a deformará.
Existem fabricantes que pesquisam palhetas de outros materiais, que não são cana.
Não se acostume a usar apenas uma palheta. A pressão da embocadura se relaxa à medida que
a palheta se enfraquece e assim todas as palhetas parecerão forte demais.
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ABRAÇADEIRA
Para fixar a palheta à boquilha, Adolphe Sax, já em meados do século XIX, fabricou uma
abraçadeira metálica com parafusos (parecida com a que se utiliza hoje em dia). Mesmo assim
os fabricantes e saxofonistas não param de criar novos modelos de abraçadeiras que permitam
uma maior aderência de palheta à mesa da boquilha sem ter de pressionar demasiado o talão.
Abraçadeiras metálicas: São mais adequadas para grandes salas de concerto ou para solistas.
Toque primeiro com sua abraçadeira habitual. Depois, sob as mesmas condições, teste a nova
abraçadeira; procure observar a suavidade, passagem por entre os registros, a consistência de
volume e qualidade de som nos graves, médios e agudos. Ao mesmo tempo, escute as
diferenças encontradas quando toca piano e forte. Verifique se é mais fácil tocar staccato ou
não. Se possível faça o teste com outro músico presente. Por vezes, as diferenças entre as
abraçadeiras são identificadas mais facilmente por outra pessoa e não pelo próprio músico.
Como escolher uma abraçadeira: Experimente os vários modelos de abraçadeiras disponíveis
em uma loja. Diversos tipos de abraçadeiras satisfazem necessidades diversas, qualquer que
seja o modelo.
Existem também outros modelos e marcas diferentes. Vale sempre lembrar. ”A melhor
abraçadeira é a que melhor se adapta as suas necessidades”.
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Antes de começar a tentar produzir qualquer tipo de som em qualquer instrumento de sopro, é
de fundamental importância que se aprenda a respirar de maneira correta de forma a aplicar
essa respiração ao tocar. Cabe ao professor ser rigoroso em ensinar este tópico a seus alunos.
A prática da respiração deve ser feita diariamente antes de abrir o estojo do instrumento e essa
prática será para a vida toda. O processo respiratório é realizado de forma simples e natural
com apenas dois atos: inspirar (“puxar” o ar para dentro dos pulmões) e expirar ou exalar
(soltar o ar que entrou nos pulmões). Mas, até que o ar chegue aos pulmões é necessário que
percorra um longo caminho. Todo esse processo do ar acontece através de um sistema
chamado: Sistema Respiratório. O sistema respiratório é formado por: “dois pulmões, as
fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traquéia, os brônquios, os bronquíolos e os
alvéolos”.
Todo ser - humano respira desde o primeiro até o último segundo de vida sem que ninguém
lhe ensine. Respirar é um processo natural e é uma das funções mais importantes do corpo.
Porém, quando se trata de tocar um instrumento de sopro ou de cantar, a respiração que
utilizamos em nosso cotidiano não é suficiente para a realização dessas atividades. É
necessário que se estude como respirar corretamente de maneira a aplicar estes estudos na
realização de tais atividades.
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O músico que toca instrumento de sopro ou canta precisa ter em mente que, além de tocar ou
cantar, o corpo necessita do ar para manter seu bom funcionamento. O primeiro treinamento
respiratório que se deve fazer é: como ter uma respiração completa. Para a maioria das
pessoas acontece o seguinte: quando se pede para alguém, não treinado, fazer uma respiração
profunda, nota-se que esse alguém estufa o tórax de maneira à quase “explodir”. Percebe-se
que essa não foi uma respiração completa porque, foi utilizada apenas uma parte dos pulmões.
Para que a respiração seja completa, é necessário que se imagine que está “enchendo a barriga
de ar” e depois o “tórax”. (Foi dito para imaginar porque é impossível encher a barriga ou o
tórax de ar. O ar só vai para um local: os pulmões). Entre os diversos músculos que envolvem
o ato de respirar, existe um que é o mais importante entre eles. Esse músculo é o diafragma. O
diafragma é classicamente descrito como um músculo delgado e achatado, que separa a
cavidade torácica da cavidade abdominal.
primeiros ensinamentos que um aluno de violino recebe é como se deve trabalhar o arco,
porque, para produzir som o violinista dependerá totalmente dos exercícios realizados com o
arco. Do mesmo modo, os instrumentistas de sopro dependerão exclusivamente do ar para
conseguir produzir qualquer tipo de som. Levando tudo isso para a prática, é o momento de
vivenciar alguns exercícios de respiração para serem aplicados ao tocar.
EXERCÍCIO DE RESPIRAÇÃO
(ESTUDO DIÁRIO)
1- Com o dedo indicador encostado nos lábios (veja figura abaixo), faça inspirações e
expirações lentas e profundas. Respire sempre pela boca mantendo os cantos
relaxados. Pronuncie WÔW ao inspirar e THÔW ao expirar.
2- Encoste o dedo indicador nos lábios (como na figura acima) mantendo os cantos da
boca relaxados. Agora, pela boca, faça uma inspiração de 5 tempos seguida de uma
expiração de 5 tempos. Ao inspirar, pronuncie a palavra WÔW. Ao expirar pronuncie
a palavra THÔW.
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EMBOCADURA
A embocadura é a posição dos lábios e da musculatura facial correta para se obter o som do
instrumento. A embocadura é a conexão mais importante com seu instrumento.
A quantidade de boquilha que se põe dentro da boca determina a qualidade do som. Pouca
boquilha na boca (tocando na pontinha) deixa o som apagado a instável. Muita boquilha na
boca (engolindo mais) deixa o som estourado e descontrolado.
Exercícios:
2 – Repita a etapa anterior só com o tudel, boquilha e palheta, depois com o saxofone (tocar
notas longas). Procurar não dobrar muito o lábio inferior, porque quanto menos lábio na
palheta, mais ela vibra produzindo mais harmônicos.
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NOTAS LONGAS
Principais benefícios:
.
Estabilidade do fluxo da coluna de ar e domínio sobre a velocidade do ar, habilitando
para execução de dinâmicas mp, p e pp.
Fortalecimento e moldagem da mascara facial (todos os músculos que compõem a
embocadura).
A somatória dos itens acima resulta em uma melhora significativa favorecendo o
maior controle sobre a afinação.
Procurar tocar com som firme e reto, atento à embocadura, afinação, respirações,
indicação de metrônomo e dinâmicas.
(Todos os exercícios aqui propostos devem ser estudados com velocidade a 60 bpm e em
forma de compasso quaternária).
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AFINAÇÃO
Estude com o afinador eletrônico, mas não tenha nele seu único recurso. Aprenda utilizar seus
ouvidos para corrigir as falhas de afinação do seu instrumento, e lembre-se que mesmo as
melhores marcas de saxofones também têm correções de afinação a ser feitas. O uso do
afinador é de grande utilidade, mas o principal objetivo é o desenvolvimento do treinamento
auditivo e não do visual.
Ao afinarmos o nosso instrumento com uma nota de referência (órgão na igreja ou com
diapasão e etc.) sopre sempre de forma natural e procure com pequenas alterações de pressão
e relaxamento na embocadura, perceber se sua afinação está “alta” ou “baixa” em relação a
referência. Ou seja, se houver oscilações ao tocar junto e elas diminuírem à medida que você
aumenta um pouco a pressão dos lábios, sua afinação está “baixa”. Se as oscilações
diminuírem à medida que você relaxa a pressão dos lábios, sua afinação está alta.
Principais benefícios:
ARTICULAÇÃO
O estudo da articulação é para que se obtenha controle sobre a língua, tanto na pronúncia da
sílaba quanto na velocidade, bem como a clareza e definição das notas.
Principais benefícios:
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EXERCÍCIO DE ARTICULAÇÃO
(ESTUDO DIÁRIO)
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ARTICULAÇÃO/LIGADURA/ALTERNANCIA DE REGISTRO
ESCALA MAIOR
“O estudo de escalas auxilia o músico a ter uma boa afinação e uma melhora na sincronia dos
dedos. É importante enfatizar que qualquer música é escrita a partir de uma escala. Portanto, é
imprescindível o estudo de escalas. Na CCB, é impressionante a quantidade de irmãos
músicos que não tem a menor noção do que é uma escala (a maioria conhece o “famoso” dó a
dó). Todo músico tem por obrigação decorar, no mínimo, todas as escalas maiores haja vista
que os hinos são todos em tonalidade maior” (NASCIMENTO, 2014, p. 35).
Principais benefícios:
O estudo diário das escalas propiciam maior agilidade nos dedos e maior fluência na
digitação em todas as tonalidades.
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Praticar este estudo sobre a escala maior em todos os tons com dinâmicas diferentes e
articulações variadas.
Forma de estudo: Começar lento, havendo progresso, aumentar a velocidade em quatro bpm
para cada repetição, objetivando cada vez mais, fluência nas escalas e suavidade nas
articulações.
EXERCÍCIOS DE MECANISMOS
(ESTUDO DIÁRIO)
Principais benefícios:
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Mecanismos 1
Mecanismos 2
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Nos cultos e ensaios, nota-se que há muitos irmãos tocando saxofone com sonoridades que
não são compatíveis com a massa sonora de uma orquestra e também não é raro a prática de
tocar mais forte, com uma intensidade muito acima dos demais instrumentos que tocam a
mesma voz, até mesmo, cobrir toda uma orquestra com o som do seu instrumento. Fato que se
dá, talvez, por não possuírem boas referências sonoras do instrumento e não ter o
entendimento da proposta musical de uma orquestra e principalmente das orquestras da CCB.
Na musica popular, muito embora haja liberdade para o uso, estes efeitos/ornamentos, são
utilizados comedidamente. Na música erudita ou na chamada música de concerto
contemporânea, também são utilizados quando o compositor escreve na partitura o efeito
desejado por ele. Nas orquestras da CCB não devemos fazer uso de tais efeitos por duas
razões lógicas; os hinos não são considerados música popular e tais ou nenhum efeito está
escrito no hinário. Portanto cuidemos para guardar os princípios básicos de coerência
musical.
ESTUDO/PRÁTICA DE CONJUNTO
Este estudo destina-se para aplicação de todas as técnicas estudadas nas etapas anteriores.
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SAXOFONE BARÍTONO
“Efeito PingPong”
O que trataremos aqui como “efeito ping-pong” são as quebras de frases ocorridas durante a
execução da quarta voz do nosso hinário pelo sax barítono (quando tocada uma oitava abaixo
do que está escrito). A quarta voz também é tocada pelos saxofones, baixo e contra baixo,
porém esses são menos propensos a tal problema (efeito ping-pong), os referidos instrumentos
tocados uma oitava abaixo do que está escrito, alcançam até as notas Fá -1 (sax baixo em Sib)
e Réb -1 (sax contra baixo em Mib).
Na busca por notas no registro mais grave do instrumento, os irmãos tocam uma oitava abaixo
do que está escrito, além de saírem da tessitura proposta no hinário, gera saltos inexistentes na
voz do baixo, contrários aos escritos originalmente, proporcionando alteração de timbre e
quebra de frase no caso especificamente do saxofone barítono.
Portanto, toque sempre dentro da tessitura escrita no hinário e use instrumentos originais
buscando sempre uma unidade sonora com os outros instrumentos que tocam a quarta e/ou
mesma voz.
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Portanto, toque sempre dentro da tessitura escrita no hinário e use instrumentos originais
buscando sempre uma unidade sonora com os outros instrumentos que tocam a quarta voz.
Boa parte dos irmãos que tocam sax baixo acaba usando boquilha de sax barítono por serem
muito parecidas. Por fora as boquilhas se parecem em forma e tamanho, porém as câmaras
possuem tamanhos diferentes, fato que dificulta um timbre homogêneo com os demais
instrumentos que fazem a quarta voz. Outro fator que contribui significativamente para isso
são os preços. Atualmente existem poucos fabricantes e o preço de uma boquilha para sax
baixo tem um custo bastante elevado para os nossos padrões. Uma saída para este problema é
buscar alternativas em boquilhas de marcas genéricas.
EXERCÍCIO FINAL:
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Posição do corpo:
Os ombros devem estar soltos (sem tensão) para criar espaço para o pescoço. Ajuste a correia
para que o saxofone fique numa altura confortável e que sua cabeça não fique forçada para
trás nem para frente. O tudel e a boquilha devem ser girados e ajustados numa posição em que
não seja necessário dobrar a coluna ou o pescoço para o lado, em função de alcançar a boca na
boquilha. É o instrumento que deve moldar-se no corpo e não ao contrário. A melhor maneira
de posicionar as mãos no instrumento pode ser definida como uma maneira sem nenhuma
tensão nos dedos, nas mãos, nos braços ou nos ombros. O peso não pode ficar totalmente
sobre as mãos e a maior parte do peso do instrumento deve ser distribuído na correia. Com
uma posição correta é muito fácil chegar a uma boa técnica.
A postura corporal figura como o primeiro fundamento básico, pois é pré-requisito para uma
boa respiração e um bom dedilhado das chaves.
A melhor posição para tocar de pé e sentado: tanto em pé quanto sentado, o saxofonista deve
permanecer com o tronco ereto, de forma natural, sem nenhum tipo de tensão ou torção
muscular, conforme citado anteriormente. O saxofone alto e tenor podem ser segurados tanto
na frente do corpo quanto na lateral, desde que seguidas às mesmas orientações de posturas
dadas anteriormente. Os demais saxofones possuem, geralmente, uma só posição de execução.
O saxofone deve se ajustar ao corpo como se fosse uma extensão natural do mesmo.
Mantenha os pés levemente afastados, com o peso do corpo distribuído igualmente pelas duas
pernas quando tocar em pé. Sente-se na ponta da cadeira, com as costas retas e afastadas do
encosto quando tocar sentado.
As mãos com os dedos nas chaves devem estar em forma de “C” e não em forma de “V”.
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CORREIAS
Para o estudo do saxofone, evite usar a alça de sustentação (talabarte ou correia) no pescoço,
busque aquelas que distribuem o peso do instrumento sobre a região dorsal. E isso não apenas
para os saxofones maiores, como o tenor e o barítono, mas também para o alto.
VIBRATO
Vibrato são pequenas oscilações de uma nota, muito usado no canto, tanto lírico como
popular, onde cada estilo/gênero vocal/instrumental têm sua forma própria quanto ao tamanho
da oscilação de amplitude e velocidade do vibrato. Frequentemente, o vibrato é usado como
forma de compensar inadequado desenvolvimento sonoro e afinação imprecisa. Quando
tocamos em naipe, não devemos usar vibrato para não interferir na afinação e no equilíbrio
sonoro do naipe. O bom vibrato, equilibrado e usado adequadamente, deveria integrar-se ao
estilo musical; quando chama atenção, é porque provavelmente se destaca dos limites do bom
gosto musical.
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CUIDADOS BÁSICOS
Mais importante do que ter um instrumento de boa marca, é que o seu ESTEJA bom.
Portanto, entregue seu saxofone sempre que for preciso aos cuidados de um técnico
profissional e responsável para realizar a sua manutenção. Ele só trabalha com isso e tem
ferramentas e acessórios apropriados para a realização de tais serviços. Desconfie se seu
instrumento estiver apresentando muita resistência ou grande dificuldade na emissão de
algumas notas; pode ser que o problema seja de regulagem mecânica e não de execução.
Nunca, em hipótese alguma, lave seu instrumento montado na água corrente ou na banheira!
Limpe seu saxofone por fora após tocá-lo com uma flanela macia e seque-o por dentro com
um pano amarrado a um barbante numa ponta e um pequeno peso revestido na outra. A cada
dois anos, no máximo, leve seu instrumento ao seu técnico de confiança para fazer uma
limpeza completa e ele desmontará totalmente o saxofone e limpará minuciosamente peça por
peça. Seque seu instrumento mesmo depois de ter tocado poucos minutos, pois a condensação
começa a se formar a partir dos primeiros instantes de uso. Só utilize o “PadSaver”, também
chamado de escovão, de boa qualidade, pois elimina a umidade não permitindo a oxidação
dentro do corpo do saxofone e dos reverberadores (presos às sapatilhas) quando feitos em
metal. Para evitar que as sapatilhas comecem a colar, passe um pano que não solte fios com
um pouco de álcool líquido entre a sapatilha e a chaminé. Melhor que o papel com talco que
com o tempo acentua o problema. - Use pedaços de papel recortados em forma de quadrado
para secar as sapatilhas. Isso retardará o desgaste das mesmas, principalmente as das chaves
do registro agudo, que ficam mais úmidas que as demais. Lubrifique seu saxofone em
intervalo máximo de dois meses. O atrito de metal contra metal é a principal causa de jogo
nas chaves. Use uma pequena chave de fenda para colocar uma gota de óleo em cada junta
com parafuso e não se esqueça de lubrificar as molas.
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Repertório sinfônico:
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Darius Milhaud, Concertino para sax alto e orquestra - Radamés Gnattali, Fantasia para sax
soprano e orquestra - Villa Lobos.
LONDEIX, Jean Marie. Exercises Méchaniques pour lês Saxophones vol. 1. París: Henry
Lemoine, 1961.
CONCLUSÃO
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execução do saxofone. Espera-se com isso, auxiliar nossos irmãos encarregados regionais,
locais e instrutores no ensino do instrumento, como também propagar e incentivar o estudo do
saxofone na música de concerto, visando um futuro próspero do mesmo dentro de nossas
orquestras.
Entretanto, é extremamente importante que os irmãos músicos e candidatos que desejam tocar
saxofone na CCB, estarem esclarecidos sobre qual é a proposta musical de uma orquestra e
que o saxofone oferece inúmeras possibilidades de som, por isso, é preciso estar atento e
consciente buscando sempre o timbre do instrumento referenciado na escola erudita do
saxofone.
É sabido que o estudo de qualquer instrumento musical exige disciplina durante uma vida
toda, é necessário ter paciência, força de vontade e saber que é somente com o tempo e a
prática constante que se alcançará um maior domínio técnico e mecânico sobre o instrumento.
“Mas esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra tem uma
recompensa” (II Crônicas – 15:7).
Nota
Todos os exercícios intitulados como Estudos Diários, deverão ser praticados na frente de um espelho
com o auxilio de metrônomo e afinador, observando a embocadura, respiração, postura, precisão
rítmica e afinação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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