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4.

DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS


Esta etapa do projeto compreende basicamente, à partir do desenho da planta baixa do
imóvel, produzir outros desenhos relativos especificamente ao projeto de instalação
elétrica, onde serão determinados:
4.1 Os pontos de utilização (Iluminação, TUGs e TUEs);
4.2 Divisão das cargas em circuitos terminais;
4.3 Localização do Quadro de Distribuição (QD);

4.1. LOCAÇÃO DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO (LUZ E TOMADAS):


Depois de definirmos as quantidades e potência dos pontos de tomada de energia,
precisamos definir sua localização na planta baixa do A próxima etapa, A locação dos
pontos elétricos é feita, utilizando-se a simbologia gráfica definida na norma NBR-5444/86:
Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais. Ao fazer a locação dos pontos em
planta, imóvel.
A norma técnica NBR 5444/86 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais, deve
ser utilizada para documentar essa fase do trabalho.

O projetista precisa ter em mente algumas importantes sugestões:

 Desenvolver essa fase do projeto sempre em contato direto com usuário final, arquiteto ou
responsável pela obra para que se possa conciliar, sempre que possível, os aspectos
técnicos da instalação elétrica com os de ambientação e acabamentos dos cômodos.
Esse cuidado previne não apenas interferir negativamente em um projeto paisagístico e
de decoração, como de modo oposto contribuir para torna-lo mais eficiente.

 Uma análise cuidadosa da planta quanto aos aspectos estruturais, evitando interferir ou
mesmo colocar pontos de tomada de energia em elementos dessa estrutura, tais como
vigas, colunas e pilares.

 Evitar interferência com outras instalações de funcionalidades como telefonia, água e


esgoto, gás, instalações de segurança e vigilância, instalações de combate a incêndios,
cabeamento de sinas de televisão e internet, etc.

 Distribuir de modo mais uniforme possível os pontos de iluminação geral, sempre atento
aos aspectos estéticos do ambiente.

 Cuidado na locação dos elementos de comando dos pontos de iluminação para não
coloca-los em local de difícil visualização e acesso, atrás de portas e colunas, etc.
Não esquecer-se das recomendações de aspectos técnico vistas anteriormente:

 Como apresentado no item b da seção 9.5.2.2.1 da NBR5410, copas, cozinhas e áreas de


serviço que possuam uma bancada, devem ser contempladas com duas tomadas de
corrente, localizadas 30 cm acima da mesma, em um mesmo ponto ou em pontos
distintos.

 Equipamentos com localização já definida, devem ter seus pontos de energização a uma
distância máxima de 1,5m.
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4.2. DIVISÃO DOS CIRCUITOS TERMINAIS

A divisão da instalação em circuitos terminais facilita a operação e controle do sistema,


permitindo desligar partes da instalação enquanto outras são mantidas energizadas. Essa
divisão reduz a interferência entre circuitos e no caso de uma falta, facilitar o isolamento do
problema, restringindo-o ao local afetado. A manutenção também fica facilitada porque
podemos, por exemplo, manter um circuito de iluminação ligado enquanto fazemos
manutenção em um circuito de força.
A divisão em circuitos terminais também permite uma redução na queda de tensão e
corrente nominal resultando em condutores de bitola menor e dispositivos de proteção de
menor capacidade nominal. Cada circuito terminal possui dispositivo de proteção
(Disjuntores Termomagnéticos ou Disjuntores Residuais Diferenciais) individualizado.
Entretanto, antes de dividirmos o circuito total em circuitos terminais, cabem algumas
definições dos termos utilizados.
Circuito Elétrico – É o conjunto de componentes (eletrodutos, interruptores, tomadas,
luminárias) e condutores (fios e cabos), que estão ligados a um mesmo equipamento de
proteção (disjuntores).
Esses circuitos podem ser de dois tipos:
Circuito Alimentador - Responsável por interligar o quadro do medidor localizado na entrada
de energia (externo) ao quadro de distribuição (interno). Podemos considerar que esse é o
circuito, na maioria das instalações, com a menor quantidade de elementos.
Circuito de Distribuição – Formado pelo quadro de distribuição, disjuntores, eletrodutos e
condutores que alimentarão os quadros terminais e/ou cargas diretamente.

Imagem obtida no site da empresa Cabal & Cardozo Comercio e Serviços Ltda

Imagem obtida no site www.fazfacil.com.br

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Imagem obtida no site da empresa Eletro Internacional
Indústria de materiais Elétricos – Limeira - SP Imagem obtida no site da empresa Cabal & Cardozo Comercio e Serviços Ltda

Circuito Terminal – Tem origem nos disjuntores do quadro de distribuição e alimentam os


quadros terminais ou ainda diretamente, pelas TUGs e TUEs, os equipamentos elétricos de
utilização (lâmpadas, aparelhos e eletrodomésticos em geral).

Os circuitos que partem dos quadros terminais, também são chamados circuitos terminais e
podem ter uma, duas ou três fases (monofásico, bifásico ou trifásico).
Recomendações para a divisão em circuitos terminais
A norma NBR 5410 (em sua subseção 9.5.3) define os critérios para a divisão da instalação
elétrica em circuitos terminais, que apresentaremos abaixo de forma analisada:

 Circuitos terminais de iluminação e TUGs devem ser separados e limitados a uma


corrente total de 10A.

 Circuitos terminais para cada TUE devem ser específicos e exclusivos para cada aparelho
que absorva corrente de 10A ou superior, o que equivale dizer que haverá apenas uma
tomada e um dispositivo de proteção para o referido circuito.

 Pelos dois itens anteriores, podemos perceber que os circuitos terminais devem ser
divididos considerando as funções dos equipamentos por eles alimentados.

 Cozinha, copa, área de serviço, lavanderias e análogos, devem ter seus circuitos
terminais para as TUGs, independentes dos outros circuitos.

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 Os circuitos de, tanto de TUGs como de iluminação, devem estar limitados a no máximo
10A. Isso significa limitar a potência total em 1.270W em 127V ou 2.200W em 220V.

 Para se obter o melhor equilíbrio possível na instalação elétrica, as cargas devem ser
distribuídas o mais uniformemente possível entre as fases do circuito

O projetista deve ter atenção para as tensões que serão aplicadas aos circuitos, que é um
resultado direto do fornecimento padronizado feito pela concessionária que atende a região,
quanto ao número de fases e a tensão secundária de fornecimento. Conforme esse
fornecimento, teremos:

 Em instalações monofásicas teremos circuitos terminais ligados a uma fase e um neutro.

 Para as instalações bifásicas a três fios (F-F-N) ou trifásicas a quatro fios (F-F-F-N), os
circuitos de iluminação e TUGs devem ser alimentados com o menor valor de tensão, ou
seja, a uma fase e um neutro. Quanto às TUEs, a tensão nominal do equipamento
alimentado deve ser considerada para a definição de tensão. De um modo geral,
equipamentos de maior consumo, como chuveiros elétricos, torneiras elétricas e
aparelhos de ar condicionado, devem ser alimentados com duas fases (220V ou 230V,
dependendo da concessionária local).

De tudo o que foi acima exposto, podemos fazer um resumo e tirar linhas gerais mínimas
para a distribuição da energia por meio de circuitos terminais:

 Em uma instalação predial, deve haver, no mínimo, três circuitos terminais:


o Iluminação
Podem ser separados por área social (sala, dormitórios, banheiro, corredor e hall) e
área de serviço (copa, cozinha, área de serviço e área externa).
o TUGs
 Podem ser separadas no mínimo por:

 Serviço 1: Copa.
 Serviço 2: Cozinha.
 Serviço 3: Área de serviço.
o TUEs
 Uma tomada para o chuveiro elétrico.
 Uma tomada para cada equipamento que possua corrente maior que 10A.

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4.3. LOCALIZAÇÃO DO QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO (QD):
Dependendo do local onde o quadro de distribuição for instalado, poderemos ter uma
considerável variação de custo da instalação. Isso porque se as cargas de maior potência
estiverem longe dos quadros, será necessário o uso de condutores de bitola muito maior do
que seria necessário para uma distância menor. Como esses condutores serão os mais
caros, aumentos em seu comprimento resultarão em aumento direto no custo da instalação.

A tendência normal para solucionar essa questão é colocar o QD próximo ao centro de


carga, levando-se em conta todas as cargas atendidas pelo QD, suas potências e distâncias.
Evidentemente, a escolha do local para se instalar o quadro de instalação não deve ser
pautada unicamente por aspectos de custo, mas também pelo aspecto segurança e
operacionalidade do sistema.
Assim sendo, para se determinar o local de instalação do QD, deve-se considerar:

- Proximidade ao centro de carga


- área de serviço ou circulação
- acessibilidade do local
- visibilidade e segurança

Como se calcula o centro de carga


O método para se determinar o ponto de carga é o do baricento, que nada mais é do que
considerar as cargas por sua localização e ponderadas pela potência. Para isso, a partir da
planta baixa a instalação, localizar todas as cargas aplicando-se a cada uma as
coordenadas (x, y) a partir de um ponto de referência e sua potência.
Teremos então:

x1 . P1  x 2 . P2  x 3 . P3  ...  x n . Pn
X
P1  P2  P3  ...  Pn

y1 . P1  y 2 . P2  y 3 . P3  ...  y n . Pn
Y
P1  P2  P3  ...  Pn
Que podemos resumir como:
n n

 x k . Pk  y k . Pk
X k 1
n
e Y k 1
n

 Pk
k 1
 Pk
k 1

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