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MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

Agência Nacional das Águas


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

Curso de Especialização a Distância em


Elaboração e Gerenciamento de Projetos
para a Gestão Municipal de Recursos Hídricos

Educação a distância: conceitos, legislação, características e modelos

Cassandra Ribeiro Joye


Regina Santos Young

Fortaleza, CE
2014

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CRÉDITOS
PRESIDENTA AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS
Dilma Vana Rousseff Diretoria Colegiada
Vicente AndreuGuillo (Diretor-Presidente)
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Paulo Lopes Varella Neto
Izabella Mônica Vieira Teixeira
João Gilberto Lotufo Conejo
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNO- Gisela DammForattini
LOGIA DO CEARÁ
Secretária-Geral (SGE)
Reitor do IFCE
Mayui Vieira Guimarães Scafura
Virgílio Augusto Sales Araripe
Procuradora-Geral (PGE)
Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-graduação e inovação
Emiliano Ribeiro de Souza
Auzuir Ripardo de Alexandria
Corregedora (COR)
Diretora de EAD/IFCE
ElmarLuisKichel
Cassandra Ribeiro Joye
Auditora Interna (AUD)
Coordenador do Curso de Especialização em Elabo-
Edmar da Costa Barros
ração e Gerenciamento de Projetos para a Gestão
Municipal de Recursos Hídricos Chefe de Gabinete (GAB)
Mariano Franca Alencar Neto Horácio da Silva Figueiredo Júnior
Coordenadora de Tutoria Coordenador de Articulação e Comunicação (CAC)
Waleska Martins Eloi Antônio Félix Domingues
Coordenadora Pedagógica Coordenador de Gestão Estratégica (CGE)
Gina Maria Porto de Aguiar Bruno Pagnoccheschi
Coordenador de Produção de conteúdo Superintendente de Apoio à Gestão de Recursos
Breno Giovanni Silva Araújo Hídricos (SAG)
Luiz Corrêa Noronha
Elaboração do conteúdo
Cassandra Ribeiro Joye Superintendente de Planejamento de Recursos
Regina Santos Young Hídricos (SPR)
Sérgio Rodrigues Ayrimoraes Soares
Colaboradores
Jane Fontes Guedes Superintendente de Gestão da Rede Hidrometeoro-
Cristiane Borges Braga lógica (SGH)
Eliana Alves Moreira Leite Valdemar Santos Guimarães
Gilvandenys Leite Sales
Superintendente de Gestão da Informação (SGI)
Equipe de Design Educacional Sérgio Augusto Barbosa
Iraci de Oliveira Moraes Schmidlin
Superintendente de Implementação de Programas e
Lívia Maria de Lima Santiago
Projetos (SIP)
Márcia Roxana da Silva Regis
Ricardo Medeiros de Andrade
Equipe de Arte, Criação e Produção Visual
Superintendente de Regulação (SRE)
José Stelio Sampaio Bastos Neto
Rodrigo Flecha Ferreira Alves
SuzanPagani Maranhão
Superintendente de Usos Múltiplos (SUM)
Equipe Web
Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho
Samantha Onofre Lóssio
Superintendente de Fiscalização (SFI)
Revisão
Flávia Gomes de Barros
Natália Sampaio Pinheiro
Superintendente de Administração, Finanças e
Secretária
Gestão de Pessoas (SAF)
Laide Ane de Oliveira Ferreira
Luís André Muniz

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Catalogação na Fonte: Carlos Henrique da Silva Sousa (CRB 3 - Nº 1042)

J89a Joye, Cassandra Ribeiro.


Ambientação na plataforma virtual de aprendizagem: módulo I /
Cassandra Ribeiro Joye, Jane Fontes Guedes, Cristiane Borges Braga,
Eliana Alves Moreira Leite, Gilvandenys Leite Sales, Regina Santos
Young; Coordenação Mariano Franca Alencar Neto. - Fortaleza: ANA/
IFCE, 2014.

87p. : il. ; 27cm.

1. Educação a distância. 2. Tecnologias da Informação e Comunica-


ção. 3. Ambiente Virtual de Aprendizagem. 4. Ferramentas e Recursos
Digitais. I. Alencar Neto, Mariano Franca (Coord.). II. Joye, Cassandra
Ribeiro. III. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
– IFCE. IV. Agência Nacional de Águas - ANA. V. Título.

CDD – 371.334

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RECURSOS INTERATIVOS: OS ÍCONES
Caro(a) estudante,

Os ícones trazem informações que auxiliam o texto-base da aula, dando-lhes


destaque. Sua principal estratégia de interação é chamar a sua atenção para que
você leia o conteúdo informativo presente neles.

No IFCE, utilizamos ícones iguais para os mesmos propósitos comunicativos, a


fim de fazer você, estudante, formar um repertório de navegação e leitura intuitiva
e amigável.

Cada um dos ícones do IFCE recebe um nome e um desenho didático que o


simbolizará na webaula. Elaboramos oito ícones principais, todos com nome e
função discursiva. São eles Você Sabia?; Saiba Mais!; Atenção!; Guarde bem
isso!; Navegue; Pratique; Lembrete e Sumário.

A seguir, elaboramos um quadro com a definição, a exemplificação e o desenho


de cada um dos oito ícones. Queremos que você se familiarize com o material
didático e se sinta à vontade na leitura das aulas.

VOCÊ SABIA?
Este ícone traz uma informação adicional àquilo que está sendo
dito no texto. O aluno saberá alguma novidade ou curiosidade a
respeito do assunto tratado. Exemplo: Você sabia que os ícones do
computador foram inventados por Steve Jobs?

SAIBA MAIS!
Este ícone tem a intenção de fazer você pesquisar mais sobre determinado
tema ou conteúdo. Para isso, sugerirá leituras e indicará sites relacionados
à disciplina. Muitas vezes, este ícone trará links diretamente para o site
sugerido pelo professor. Exemplo: Saiba Mais sobre curso do IFCE
acessando a página http://virtual.ifce.edu.br/moodle/

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ATENÇÃO!
Este ícone traz uma informação importante para a compreensão do
texto principal, a fim de reforçar tal conteúdo. Sua intenção é ressaltar
a informação devido a sua relevância no texto. Exemplo: ATENÇÃO!
Os ícones presentes no material didático não são adornos! Eles trazem
uma informação complementar ao texto, portanto devem agregar
sentido e não serem um mero recurso visual para embelezar a aula.

GUARDE BEM ISSO!


Este ícone traz uma definição, um conceito ou uma informação que
você precisa saber para compreender a aula ou o tópico da aula. É uma
estratégia de realçar uma informação base para a disciplina para não
confundir nenhum conceito. Exemplo: Guarde bem isso! Os conceitos
de eficiência e eficácia são distintos, porém estão interligados.

NAVEGUE
Este ícone reúne sugestões de links e websites relevantes para o
assunto da aula.

PRATIQUE
Este ícone significa que há algo diretamente relacionado ao contexto
prático em elaboração de Projetos em Recursos Hídricos: sugestão de
atividade ou reflexão, exemplo de caso real, trechos de projetos, etc.

LEMBRETE
Este ícone traz informações que já foram ditas no curso ou que já
devem ser do seu conhecimento, mas que merecem ser lembradas.

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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 7

AULA 1 - Educação a distância: conceitos, legislação, características e modelos 8


O que é educação a distância? 9
Educação presencial e educação a distância 16
Modelo de EaD do IFCE: andragógico e centrado no estudante 20
Referências 25

AULA 2 - Os recursos e ferramentas utilizadas em EaD 26


Recursos utilizados em EaD 27
Ferramentas de organização, gestão e comunicação em EaD 31
Ferramentas interativas do Moodle 35
Referências 44

AULA 3 - O papel do professor e do estudante no ensino a distância 45


O papel do professor no ensino a distância 46
Aprendendo a distância 51
Referências 63

AULA 4 - Avaliação em EaD: desafios e possibilidades 64


Avaliação da aprendizagem a distância 65
Preparar-se para as avaliações 72
Referências 84

CURRÍCULO 85

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APRESENTAÇÃO
Caro(a) estudante,

Seja bem-vindo!

O sucesso do curso e de sua aprendizagem dependerá de você. Trabalhamos


com prazer e competência, a fim de que você tenha os meios e conteúdos para
aprender no seu ritmo, no seu tempo, cumprir todas as exigências do curso e
assim obter a sua diplomação. O trabalho de preparar e mediar o curso é nosso,
mas o de aprender é seu, por isso terá de ficar craque na gestão do seu tempo e
saber bem explorar os meios e materiais para sua aprendizagem.

Sabemos que o estudo a distância é uma experiência nova, por esse motivo
preparamos a disciplina “Educação a Distância” para ajudá-lo no seu percurso
acadêmico. Nessa disciplina, trataremos de temáticas importantes que favorecerão
seu processo de ensino-aprendizagem.

A primeira aula terá como tema “Educação a distância: conceitos, legislação,


características e modelos”. Nela, estudaremos os principais conceitos de EaD. Em
seguida, conheceremos “Os recursos e ferramentas utilizadas em EaD”, temática
que o ajudará a conhecer as principais ferramentas do Ambiente Virtual Moodle.
Conheceremos na terceira aula “O papel do professor e do aluno no ensino a
distância”, temática que o auxiliará a compreender como organizar seu tempo e
suas atividades. Aprenderemos também quais são os deveres do aluno de EaD
e como professor/tutor poderá ajudá-lo nesse processo. Por fim, trataremos da
“Avaliação em EaD: desafios e possibilidades”, apresentando as particularidades
da avaliação na educação a distância.

Queremos que você chegue até o fim do curso e o conclua com êxito! Mas lembre-
se: isso só dependerá de você assumir a responsabilidade pela sua aprendizagem.
Por isso terá autonomia para organizar seu melhor horário, cumprir suas tarefas e
aplicar o que aprendeu.

Bom, então vamos começar o curso e a disciplina do nosso jeito, com os recursos
que temos, à distância uns dos outros, mas inevitavelmente e inexoravelmente
próximos: eu, professora; você, aluno; os tutores a distância; e toda a equipe
pedagógica e de produção.

Então, vamos lá!

A P R E S E N TA Ç Ã O 7

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AULA

Fonte: http://www.freepick.com/
1 Educação a distância: conceitos,
legislação, características e
modelos

Caro(a) cursista,

Nesta aula, apresentamos as orientações básicas e os principais conceitos


relacionados à educação a distância (EaD). A aula é composta de três tópicos,
cujos conteúdos são importantes para a compreensão das características e do
funcionamento dos cursos na modalidade a distância.

Objetivos
• Compreender o conceito de educação a distância
• Conhecer a evolução tecnopedagógica em educação a distância
• Estabelecer as diferenças e semelhanças entre educação presencial e
educação a distância
• Conhecer o modelo pedagógico de EaD adotado no IFCE

NOTA EXPLICATIVA

Esta aula foi extraída do curso de professor conteudista ofertado pela Diretoria
de Educação a Distância do IFCE

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O que é educação a
distância?

TÓPICO 1 OBJETIVO
• Compreender o conceito
educação a distância
de

I
niciamos este tópico conhecendo alguns conceitos de Educação a
Distância(EaD).

Você já deve ter percebido algumas de suas características ao iniciar


esse curso, verdade? Deve ter percebido que, nessa modalidade de ensino,
professor e alunos estão distantes entre si e, por isso, necessitam usar
alguma tecnologia da informação e comunicação, seja um computador,
celular, material impresso etc. para trocar ideias e conhecimentos.

EaD é o termo genérico usado no Brasil para designar modos de formação


ou de aprendizagem cuja mediação estudante-professor-conteúdo é feita por
alguma tecnologia de informação e comunicação, e que, por isso, diferencia-
se do modelo presencial clássico.

Vejamos o que diz a lei sobre esse modelo de ensino-aprendizagem. O


Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, que regulamenta o art. 80
da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, em que se estabelecem as
diretrizes e bases da educação nacional caracteriza a Educação a Distância,
simplificada no termo EaD, como

Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica, nos processos


de ensino e aprendizagem, ocorre com a utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares ou tempos diversos (BRASIL, 2005, p.1).

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A incorporação crescente de tecnologias digitais no processo de ensino–
aprendizagem vem popularizando a EaD, rompendo barreiras culturais de língua,
de espaço geográfico e de tempo, à medida que dinamiza os modos de ensinar
e aprender e oportuniza que as intervenções pedagógicas necessárias sejam
ainda mais constantes e próximas do estudante, fazendo valer o que Valente
(2009) intitula de “estar junto virtual”. Na figura 1, podemos observar diferentes
formas de comunicação virtual e que costumamos usar em nosso cotidiano.

Figura 1: Estar junto virutal

GUARDE BEM ISSO

Os modos emergentes de
interação são fundamentais para
a geração de cursos a distância
de boa qualidade e exigem dos
implementadores e educadores
mais do que a simples inovação
tecnológica, mas sim a
ocorrência de novas posturas,
uma vez que esses modos
de interação necessitam de
práticas didático-pedagógicas
adequadas a esse novo ambiente Fonte: http://www.corbisimages.com/

de aprendizagem, ao mesmo Os atuais estágios de desenvolvimento tecnológico,


tempo que também permitem a
aliados aos recursos da informática e das
inovação dessas práticas
telecomunicações, mudaram o conceito de distância
e aumentaram os níveis de interatividade.

Atualmente, a comunicação mediada eletronicamente apresenta-se como uma


ferramenta capaz de diminuir a barreira (mas não de eliminar) da separação
física e temporal entre professor e estudante, além de proporcionar um aumento
substancial do nível de interatividade.

1.1 BREVE HISTÓRICO DA EAD NO BRASIL


Os modelos de EaD podem variar de acordo com o país em que são utilizados.
Por isso, dedicamos este ponto à discussão da EaD no Brasil. Vamos a ele.

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SAIBA MAIS
A EaD no Brasil já tem uma longa
história. Em nosso país, a educação
O Portal UOL Educação construiu a distância existe desde a década
uma linha do tempo da História da de 1920. Os eventos principais das
Educação a Distância no Brasil.
iniciativas pioneiras na área ocorreram
Confira no link http://educacao.uol.
com.br/infograficos/2012/07/16/ entre os anos de 1920 e 1950. A
ensino-a-distancia-existe-no- seguir, apresentamos um um resumo
brasil-ha-mais-de-um-seculo- das principais ações na EaD brasileira
conheca-a-historia.htm (SOUZA, s/d. p.51-57).

Quadro 1: Principais eventos em EaD no Brasil

Fonte: SOUZA, s/d. p.51-57

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1.2 A EAD NO IFCE
A experiência do IFCE com EaD iniciou há duas
ATENÇÃO
décadas. Em 1990, o então CEFET-CE realizava seus
primeiros movimentos voltados para a utilização e o
Seção 1.2 adaptada de desenvolvimento de tecnologias para a educação,
SCHMIDLIN, Iraci de O.M.
como o desenvolvimento da plataforma INVENTE,
Estudo da Presença em
Educação a Distância: o caso ou a Ciranda da Educação Profissional.
dos cursos superiores da UAB/
IFCE. Dissertação (Mestrado) Em 2006, através da Portaria 234/GDG, de
— Universidade Federal do 14 de junho de 2006, o CEFET-CE iniciou
Ceará (UFC), Programa de oficialmente suas atividades com educação a
Pós-graduação em Educação
distância, implantando o Núcleo de Tecnologias
Brasileira, Fortaleza, 2013. 119p.
Educacionais e Educação a Distância (NTEaD).

A oferta dos primeiros semestres dos cursos de Licenciatura em Matemática


e Tecnologia em Hotelaria se deu no ano seguinte, em 2007, com o
ingresso dos primeiros 400 estudantes no ensino superior na modalidade
semipresencial, via sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Na transformação da instituição
de CEFET para IF, ocorrida em SAIBA MAIS
2008, foi criada a Diretoria de
Educação a Distância - DEaD.
Antes da EaD apresentar as
De acordo com a descrição características que tem hoje, ela
oficial da própria Diretoria, a passou por várias fases, que se
DEaD é vinculada à Pró-reitoria costumam chamar de “gerações da
de Ensino, e tem o objetivo EaD”. Saiba mais sobre as gerações
da EaD, acessando o vídeo
de implementar, acompanhar
disponível em: http://www.youtube.
e avaliar políticas, projetos e com/watch?v=i8F7-P4XiDQ
programas institucionais atinentes
às modalidades de ensino a
distância, presencial e semipresencial, a partir do emprego de tecnologias
digitais, incluindo as condições didático-pedagógicas, administrativas e
tecnológicas necessárias ao seu bom funcionamento (IFCE, 2012).

A DEaD é composta por diretoria, gerência e coordenadorias pedagógica,

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tecnológica, acadêmico-administrativa dos cursos a distância e dos projetos
em tecnologias digitais. Todos esses segmentos se somam à equipe
multidisciplinar formada por professores (tutores, formadores e conteudistas),
pedagogos, técnicos administrativos, estagiários e profissionais de produção
de material didático impresso e digital.

A DEaD dirige NTEaDs que estão presentes nos vários campi do IFCE no
estado do Ceará, incluindo o de Fortaleza que, conforme relatado, foi pioneiro
nas atividades de EaD. A DEaD hoje oferece cursos superiores, técnicos, de
aperfeiçoamento, de especialização, alcançando um público de mais de 5
mil estudantes. A seguir, estão listados os cursos oferecidos pelo IFCE na
modalidade a distância.

Figura 2: Programas e cursos oferecidos pela DEaD/IFCE.

Fonte: DEaD/IFCE (2013)

A DEaD/IFCE, também, oferece capacitações em VOCÊ SABIA?


tecnologias digitais de aprendizagem para ampliar o
leque de recursos humanos da equipe: formações
O designer educacional é o
iniciais e continuadas para professores tutores,
profissional responsável pela
professores formadores, professores conteudistas, análise, design, desenvolvimento,
designers educacionais, bem como para implementação e avaliação do
professores do ensino presencial. conteúdo para uma linguagem
que se adeque aos cursos a
Como a modalidade dos cursos ofertados por esses distância. (FILATRO, 2004).

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programas é semipresencial, são obrigatórios encontros
presenciais: situações em que os estudantes e o
SAIBA MAIS
professor se encontram, fisicamente presentes, no mesmo
espaço geográfico e no mesmo intervalo de tempo, o
Veja documentos legais relativos que viabiliza a interação face a face. O calendário oficial
a EaD em documento da
de cada disciplina prevê, portanto, uma porcentagem de
Associação Brasileira de Educação
carga horária presencial, destinada a aulas expositivas,
a Distância –ABED. Acesse: http://
www.abed.org.br/documentos/ práticas laboratoriais, atividades em grupo, aplicação de
ArquivoDocumento.440.pdf avaliações, entre outros, conforme o que é indicado nos
documentos legais que regulamentam a EaD brasileira.

Considerando essa necessidade, os programas contam com os polos de apoio


presencial, que tem como função primordial viabilizar os encontros presenciais das
turmas, bem como centralizar as atividades pedagógicas e administrativas dos
cursos ofertados. São mantidos pelas prefeituras ou pelos governos estaduais, e
buscam disponibilizar a infraestrutura física, tecnológica e pedagógica necessária
aos cursos. Periodicamente, os polos recebem visitas de avaliação dessa
infraestrutura, que deve oferecer laboratórios, biblioteca, entre outros suportes.

A figura a seguir mostra a localização dos polos no Estado do Ceará no


momento atual.
Figura 3: Polos de apoio presencial do IFCE, no Estado do Ceará.

Fonte: DEaD/IFCE (2014)

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Para possibilitar a oferta dos vários programas e cursos, a DEaD/IFCE conta
com uma equipe de docentes e técnicos, sejam eles servidores (docentes ou
técnico-administrativos) efetivos ou colaboradores do IFCE, que atuam nas
mais diversas áreas. A figura 4 ilustra como essa equipe e suas subdivisões
se organizam e como são gerenciadas.
Figura 4: Equipe DEaD/IFCE.

Fonte: DEaD/IFCE (2014)

Percebeu que a gestão da Diretoria conta com uma coordenação para


cada curso ofertado, afora uma coordenação administrativa, que gerencia
recursos humanos e financeiros. A estrutura compreende ainda as equipes
técnica e pedagógica, cada uma com seu
contingente de pessoal.
ATENÇÃO
Nesse tópico, aprendemos sobre a história da EaD
no Brasil e conhecemos como essa modalidade No último tópico desta aula, você
evoluiu e se organizou no contexto do IFCE. No encontrará informações sobre
próximo tópico, conheceremos um pouco sobre o modelo de EaD do IFCE, que
é andragógico e centrado no
as diferenças entre as modalidades educacionais
estudante!
presencial e a distância.

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Educação presencial e
educação a distância

TÓPICO 2 OBJETIVO
• Entender educação presencial e
educação a distância

A
gora que você já conhece o conceito de educação a distância e um
pouco da evolução histórica dessa modalidade educacional, vamos
compreender as características das modalidades presencial e a
distância. Vamos lá?

O modelo tradicional de aprendizagem brasileiro é o presencial, que ocorre


nas salas de aula em turnos e horários pré-determinados, com a presença
física do professor em sala e tempo de duração, em média, de 45 a 50
minutos, para cada aula. É certamente o modelo que você está familiarizado.

Na Educação a Distância, professores e estudantes não estão fisicamente


dividindo o mesmo espaço, mas estão ligados pela tecnologia (computadores,
internet, etc).

Nas aulas presenciais, o professor expõe a matéria (na maioria das vezes,
o estudante é mero receptor de informação). Já na EaD, professores e
estudantes não estão fisicamente dividindo o mesmo espaço, mas estão
ligados pela tecnologia (computadores, internet, etc).

Essa nova forma de educação possibilita ao estudante tornar-se mestre


de sua aprendizagem, pois, nessa modalidade de ensino, a pesquisa é
constantemente incentivada. Além disso, em termos de qualidade do ensino,

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o que pode tornar a educação a distância mais atrativa e mais dinâmica são
os materiais de apoio utilizados.

Em EaD, além de o estudante dispor da internet para a realização de suas


atividades, normalmente lhe é fornecido material didático em mídia impressa
e digital (seja online ou off-line). Devido ao não compartilhamento físico e
temporal entre professor e estudante, nessa modalidade de ensino, o tempo
de aprender quem faz é o estudante, de maneira autônoma e disciplinada.

Nos cursos a distância, o estudante quase não vai à instituição (a não ser
nos momentos presenciais). Geralmente, existe uma agenda de encontros
obrigatórios nas instituições para as atividades presenciais, para atividades
práticas e para outros eventos pré-agendados.

Como em EaD a maioria do tempo é destinado aos estudos autônomos (nos


quais o estudante estuda sozinho, faz suas atividades, pesquisas e trabalhos
acadêmicos), usam-se, como uma forma de suprir a ausência de encontros
com os colegas e o professor na sala de aula, vários recursos tecnológicos de
comunicação e interação virtual (EaD online), tais como fóruns, bate-papos,
e-mail, áudio e videoconferência. Dependendo do modelo de EaD, utilizam-
se ainda do rádio e da TV, embora na atualidade esses dois recursos sejam
muito pouco usados.

A EaD e a educação presencial apresentam semelhanças e diferenças no


que diz respeito à interação estudante-estudante, estudante-professor e
estudante-conteúdo. O que vai marcar a diferença específica entre cada
modalidade é o estabelecimento dos objetivos de ensino, a metodologia e os
recursos didáticos utilizados. As opiniões sobre semelhanças e diferenças,
ou ainda sobre uma suposta oposição entre as duas modalidades, geram
bastante controvérsia. Maia e Mattar (2007, p. 70-71), por exemplo, discutem
o papel do professor e do estudante em EaD. Segundo os autores, esse
papel seria o mesmo do ensino presencial tradicional. Em suas palavras

e-Learning [modelo de educação a distância usado na atualidade] pode ser


considerado, em muitos casos, apenas uma versão ‘maquiada’ do tradicional
modelo de ensino presencial, e que, apesar de todo avanço tecnológico,
investimento e envolvimento de profissionais qualificados na criação e

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coordenação de cursos superiores a distância, vem reforçando o paradigma
emissor-receptor. Para eles [...], o papel de estudante e professor continua com
o mesmo gap de cem anos atrás.

Veja um vídeo no material web, em que o filósofo contemporâneo Pierre


Lévy fala sobre suas expectativas sobre educação a distância. Para ele, as
tecnologias utilizadas no ensino a distância estarão cada vez mais próximas
do ensino presencial.

Agora vejamos algumas perguntas que não querem calar...

Uma das tendências que envolve a discussão sobre ensino a distância e ensino
presencial – especialmente por aqueles que não conhecem essa modalidade
de ensino – é que se coloque em dúvida a qualidade e a credibilidade da
EaD. A falta de conhecimento ou a indisposição de conhecer a EaD faz com
que surjam alguns mitos em relação a ela. São muitas as indagações feitas.
Respondemos algumas delas a partir de Coscarelli (2002b).

E ducação a D istância é para quem não tem tempo ?


EaD não é para quem não tempo. Pelo contrário, nessa modalidade de ensino,
o trabalho do professor é multiplicado e o do estudante deve ser muito bem
planejado para não ser devorado pelas outras atividades (compromissos
familiares, profissionais e sociais). Em EaD, o estudante deve, mais do que
nunca, ter disciplina, ser esforçado, ser focado e separar o tempo de estudar
do tempo de suas demais atividades.

No curso presencial, o estudante pode até ficar “voando” na sala de aula,


mas, no curso a distância, a participação dele é obrigatoriamente ativa. O
curso a distância depende muito da participação do estudante e não só das
atividades propostas pelo professor.

A utonomia , o que autonomia ? O estudante tem que resolver tudo sozinho ?


Em EaD, o estudante não resolve tudo sozinho. No contexto da EaD, entende-
se a autonomia da aprendizagem “como independência, exercício ativo da
responsabilidade de aprender, capacidade de aprender” (COSCARELLI,

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2002b, p. 4). A autora cita uma interessante passagem em que Little (1990),
(apud GRANDCOLAS, 1993), define autonomia como a relação psicológica do
aprendiz com o processo e o conteúdo da aprendizagem:

“Autonomia não é sinônimo de aprendizagem solitária, de autoinstrução, de autodidatismo; ela


não implica em abdicação de responsabilidade por parte do professor; não é um novo método
de ensino, não é um comportamento uniforme facilmente descrito; não é um estado definitivo
provocado no aprendiz. Autonomia, nesse caso, refere-se essencialmente à relação psicológica
que o aprendiz tem com o processo e o conteúdo da aprendizagem. É a centralização do
processo pedagógico no aprendiz enquanto sujeito de sua própria formação. Não se deve ficar
surpreso se certos aprendizes oferecerem resistência à aprendizagem autônoma. A autonomia
implica em um desafio constante às nossas crenças, o que pode ser desestabilizador; mas
serão sempre os estudantes autônomos que farão melhor a transição entre a aprendizagem e
a utilização da linguagem.”

E a D é uma atividade solitária ?


EaD não é uma atividade solitária. Ao contrário, mesmo que não haja intensas
interações com o professor, com o tutor ou com os colegas, o diálogo está
presente nos materiais e nos encontros ou atividades virtuais e/ou presenciais
programadas e não programadas durante o curso. O estudante, então,
pode (e deve) interagir constantemente com todos
por meio de fóruns, bate-papos, e-mail, telefone,
fax, videoconferência, ou quantos outros meios de
NAVEGUE
comunicação puder. Entretanto, é claro que, como
no ensino presencial, é preciso reservar o tempo de
Na versão web de nossa aula
aprendizagem.
está disponível alguns links
com materiais sobre educação
Discutimos até aqui em que consiste a EaD e traçamos
a distância. Acesse e leia mais
um panorama da história da EaD no IFCE. No próximo sobre o assunto.
tópico, trataremos das características da EaD nessa
instituição de ensino.

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Modelo de EaD do IFCE:
andragógico e centrado no

TÓPICO 3 estudante
OBJETIVO
• Conhecer o modelo andragógico e
centrado no estudante

O
modelo pedagógico da EaD, diferente do presencial, é planejado
e produzido para dar a você o maior controle possível sobre sua
aprendizagem. Assim, é você quem escolhe o momento, o lugar e o
ritmo de aprendizagem, levando em conta, também, que todos esses aspectos
precisam estar de acordo com o cronograma do curso de que está participando.

Durante o curso, o estudo é individualizado, mas não é solitário, uma vez que existem
muitas interações do estudante com o professor e com
os colegas. No decorrer deste curso, por exemplo, você

SAIBA MAIS vai deparar-se com diferenças (bem marcantes) entre o


modelo presencial convencional e o modelo a distância, e
vai constatar que o modelo a distância, por nós proposto,
Malcom Knowles e outros
apresenta excelente qualidade e que em nada deixa a
autores revisitaram a teoria sobre
a aprendizagem de adultos
desejar em relação aos modelos de educação presencial
em 1998. Para ler mais sobre (tidos, muitas vezes, como melhores e únicos capazes de
Andragogia, acesse: promover aprendizagem eficiente).

1 . h t t p : / / w w w. a b p p . c o m . b r / O modelo pedagógico da EaD é concebido para a


artigos/71.htm
aprendizagem de adultos, segundo os princípios da
2 . h t t p : / / w w w. f o r m a z i o n e -
esperienziale.it/catalog/images/
Andragogia. Diferente do curso tradicional em sala de
knowles.pdf aula, a formação construída torna o estudante o mestre

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de sua aprendizagem, o gestor do seu tempo e ritmo, conforme você vivencia neste
curso.

No que diz respeito à aprendizagem, crianças e adultos têm necessidades


diferenciadas. Crianças são mais dependentes da orientação dos
adultos, adolescentes têm essa dependência reduzida, e adultos, além
de independência, contam com sua experiência de vida, que influencia
diretamente em sua aprendizagem autônoma.

Em função disso, há necessidade de se ter uma ciência voltada para o ensino


de adultos e outra para o ensino de crianças: a voltada para a aprendizagem da
criança é a Pedagogia; e a voltada para a aprendizagem de adultos é a Andragogia.

Observe o quadro a seguir (Pedagogia x Andragogia – Comparações), de


Malcom Knowles, autor que desenvolveu a Andragogia na década de 1970:
Quadro 2: Pedagogia x Andragogia
Modelo Pedagógico Modelo Andragógico
Papel da A experiência daquele que Os adultos são portadores de
Experiência aprende é considerada de pouca uma experiência que os distingue
utilidade. O que é importante, das crianças e dos jovens. Em
pelo contrário, é a experiência do numerosas situações de formação,
professor. são os próprios adultos com a
sua experiência que constituem
o recurso mais rico para as suas
próprias aprendizagens.

Vontade de A disposição para aprender aquilo Os adultos estão dispostos a iniciar


Aprender que o professor ensina tem como um processo de aprendizagem
fundamento critérios e objetivos desde que compreendam a sua
internos à lógica escolar, ou utilidade para melhor afrontar
seja, a finalidade de obter êxito e problemas reais da sua vida
progredir em termos escolares. pessoal e profissional.
Orientação da A aprendizagem é encarada como Nos adultos a aprendizagem
Aprendizagem um processo de conhecimento é orientada para resolução de
sobre um determinado tema. Isto problemas e tarefas com que se
significa que é dominante a lógica confrontam na sua vida cotidiana
centrada nos conteúdos, e não (o que desaconselha uma lógica
nos problemas. centrada nos conteúdos).

Motivação A motivação para a aprendizagem Os adultos são sensíveis a


é fundamentalmente resultado estímulos da natureza externa
de estímulos externos ao sujeito, (notas, etc), mas são os fatores
como é o caso das classificações de ordem interna que motivam
escolares e das apreciações do o adulto para a aprendizagem
professor. (satisfação, auto-estima,
qualidade de vida, etc).
Fonte: http://www.andragogia.com.br, acessado em 20/01/2011

Considerando a importância de se atender às especificidades da aprendizagem

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de adultos, ou seja, da sua necessidade, cursista, o modelo de EaD do IFCE é
centrado nesse perfil de estudante, que precisa ter todos os meios, materiais
e estratégias didáticas concebidas para que sua aprendizagem seja facilitada
e ocorra na interação, colaboração e desenvolvimento de sua autonomia.

Nosso modelo de estudante como maestro de sua aprendizagem é


representado na figura a seguir:
Figura 5: Modelo de estudante

Fonte: DEaD/IFCE (2014)

O estudante que estuda em cursos semipresenciais do IFCE conta


basicamente com três tipos de professor: o conteudista, o formador e o tutor.

Aquele que escreve o conteúdo-base do material didático que será


produzido na mídia impressa e nas mídias digitais (e-book, áudio, vídeo,
simulações, animações, entre outros materiais didáticos digitais). O
professor conteudista é um especialista na área que trata a disciplina.

Aquele que acompanha o trabalho do tutor, observando as interações no


Moodle; elabora avaliações; orienta e tira dúvidas do tutor. Embora acompanhe
o desenvolvimento do trabalho pedagógico no AVA, normalmente não
interage com os estudantes. Isso, no entanto, não lhe é vetado. O professor
formador é um especialista na área que trata a disciplina . Muitas vezes, o
conteudista desempenha também o papel de formador.

Aquele que interage com os estudantes no AVA. É responsável pelo


andamento das aulas e pela avaliação final dos estudantes. É um dos
maiores responsáveis pelo bom andamento do curso, digamos assim, uma
vez que é ele quem vai coordenar a realização do que foi pensado por
toda a equipe pedagógica. É graduado na área do curso, mas não precisa
necessariamente ser um especialista no assunto da disciplina, como são o
conteudista e o formador.

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Nosso modelo de professor é aquele que trabalha incitando um ambiente
dialógico, que fornece constantes feedbacks e intervenções pedagógicas de
qualidade e procura trabalhar na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP),
sobre a qual, é necessário fazer algumas considerações para que se entenda
seu papel no modelo de EaD do IFCE.
Figura 6: Modelo de Professor-tutor

Fonte: DEaD/IFCE (2014)

A zona de desenvolvimento proximal se relaciona a funções emergentes no


sujeito, a capacidades cognitivas que se manifestam com a ajuda do outro.
Essas capacidades novas são então partilhadas.

Para a melhor compreensão do conceito de ZDP (Vygotsky, 1998), você


precisa entender antes os conceitos de zona de desenvolvimento real e zona
de desenvolvimento potencial. A zona de desenvolvimento real diz respeito
aos conhecimentos que permitem a um sujeito de resolver problemas
sozinho, sem a ajuda de outrem. Já a zona de desenvolvimento potencial
diz respeito ao conjunto de conhecimentos de que o indivíduo precisa e que
potencialmente tem para resolver determinado problema. O conjunto desses
conhecimentos que o indivíduo pode vir a ter com a ajuda do outro é o que
constitui a zona e desenvolvimento proximal.

A ZDP é a distância entre a zona de desenvolvimento real e a zona de


desenvolvimento potencial. São os conhecimentos determinantes para
resolver determinado problema, que antes não existiam, mas que foram
adquiridos com a ajuda do outro. A cada vez que um problema é resolvido,
que um conhecimento é construído e que surge um novo problema, surge
uma nova zona de conhecimento proximal.

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Nesse tópico, abordamos o modelo pedagógico que o IFCE adota para seus
cursos a distancia cujo foco é na Andragogia, aprendizagem de adultos e
centrado no estudante que aprende remotamente. Os três tópicos desta
aula visou apresentar o panorama da EaD, conceitos, evolução e modelo
para que você sinta e compreenda as especificidades da EaD diferenciadas
da modalidade presencial.

Na próxima aula, continuaremos aprofundando a temática, abordando os


recursos e ferramentas utilizados em EaD.

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto no 5.622, de 19 de Dezembro de 2005. Regulamenta o art.
80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes
e bases da educação nacional (referente ensino à distância). Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 20 dez. 2005. Disponível em URL: https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5622.htm  
COSCARELLI, C. V. Educação a distância: mitos e verdades. Revista Pre-
sença Pedagógica. Belo Horizonte, jan. / fev., 2002b, p.54-59. Disponível em:
http://www.letras.ufmg.br/carlacoscarelli/publicacoes/EADmitosverdades.
pdf. Acesso em: 3 jan.2014.
FILATRO, A. Design instrucional contextualizado: educação e tecnologia.
São Paulo: Editora Senac, 2004.
MAIA, C.; MATAR, J. ABC da EaD: a Educação a distância hoje. São Pau-
lo: Pearson Prentice Hall, 2007.
SOUZA, M. de F. G. Nas trilhas de aprendizagem: diálogo com quem es-
tuda a distância. Brasília: UNB/Faculdade de Educação. Centro de Educação
a Distância- CEaD, s/d.
SCHMIDLIN, I. de O. M. Estudo da presença em educação a distância: o
caso dos cursos superiores da UAB/IFCE. Dissertação (Mestrado) — Univer-
sidade Federal do Ceará (UFC), Programa de Pós-graduação em Educação
Brasileira, Fortaleza, 2013.
VALENTE, J. A. O “estar junto virtual” como uma abordagem de educação
a distância: sua gênese e aplicações na formação de educadores reflexivos.
In: VALENTE, J. A.; BUSTAMANTE, S. B. V. (orgs.). Educação a distância:
Prática e Formação do profissional reflexivo. São Paulo: Avercamp, 2009. p.
37 – 64.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos pro-
cessos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

REFERÊNCIAS 25

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