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Áreas Centrais
Após finalizar o estudo deste módulo, você deverá ser capaz de:
Caro Participante,
O nascimento das cidades brasileiras não ocorreu ao mesmo tempo em todo país. É
importante lembrar que até a primeira metade do século XX o Brasil era essencialmente
agrário.
A localização e a escolha do sítio das cidades são determinadas por diversos fatores,
como vantagens locacionais em relação a sistemas produtivos, condições geográficas,
posição estratégica, dentre outros.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Você sabia?
Novas cidades foram criadas e áreas urbanas existentes foram reformuladas e expandidas.
A necessidade de modernização e
renovação da estrutura física foi
motivada pelo agravamento dos
problemas sanitários e epidemias, que,
por sua vez, se relacionam ao
crescimento do contingente
populacional advindo do campo,
formado por ex-escravos e imigrantes.
Os projetos urbanos, de modo geral, eram caracterizados por intervenções pontuais, na maioria das
vezes no centro, compostas por ações como alargamento de vias, erradicação de ocupações de baixa
renda, implementação de infraestrutura (especialmente de saneamento) e ajardinamento de parques e
praças.
Você sabia?
Contextualizando a 1ª fase:
Rio de Janeiro – RJ. Vista do edifício A Noite na praça Mauá na déc. de 1930.
Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial - INPI
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Você sabia?
Gráfico da evolução das construções na cidade de São Paulo-SP elaborado pelo Engº
Arthur Saboya. Fonte: LEMOS, 1989: p. 164.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Contextualizando a 2ª fase:
A partir da década de 1960 inicia-se uma fase caracterizada pelo planejamento integrado e pelos
superplanos - interdisciplinares e tecnocráticos - onde se verificou grande avanço técnico, mas sem
nenhuma interlocução política, o que colaborou para pouca efetivação dos planos.
Brasília – DF. Cidade Livre – Núcleo Bandeirante. Fonte: Arquivo do Distrito Federal
Houve o entendimento de que os problemas urbanos não se limitavam a uma questão de engenharia e
desenho urbano, mas abarcavam questões mais complexas decorrentes do crescimento populacional.
Assim, foram incorporados aos planos os aspectos econômico e social e não só o físico–territorial como
nas fases anteriores.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Brasília – DF. Cidade Livre – Núcleo Bandeirante. Fonte: Arquivo do Distrito Federal
Assim, as proposições dos planos eram muito abrangentes e pouco factíveis e, portanto, os
planos não foram implementados em sua totalidade.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Contextualizando a 3ª fase:
Contextualizando a 4ª fase:
Nos anos de 1971 a 1973, o Brasil cresceu em torno de 11% ao ano. O governo realizou
grandes obras públicas e ampliou a presença estatal nas áreas de siderurgia, petroquímica,
energia, telecomunicações e bancos às custas de grande endividamento externo.
Nos anos 1974 a 1979, o governo Ernesto Geisel formulou o II Plano Nacional de
Desenvolvimento (II PND), mas o crescimento econômico começou a perder o ritmo,
especialmente após 1977. A partir desse período, a crise econômica do país e as dificuldades
do regime militar agravaram-se.
Em 1986 o BNH (Banco Nacional da Habitação, criado em 1964) foi extinto, sendo
incorporado pela CAIXA.
Em 1988 foi promulgada a Constituição Federal com a inserção dos artigos 182 e 1831 que
estabelecem a nova ordem jurídica/urbanística para as cidades.
Você sabia?
A partir de 2001, com a entrada em vigor do Estatuto da Cidade, nasceu mais uma fase do
Planejamento Urbano.
Nas regiões metropolitanas foi desencadeado um padrão de urbanização calcado na expansão urbana
horizontal, impulsionado, dentre outros fatores, pelas políticas federais de financiamento e produção
habitacional e de infraestrutura.
As áreas centrais, que tradicionalmente se constituíam referências espaciais nos municípios e onde,
em geral, se encontra o núcleo original da cidade, foram se adensando reforçando o seu caráter
polarizador. É o que veremos a seguir.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Na década de 1990, começou a se esboçar um novo tipo de atuação sobre os centros tradicionais, por
meio da reutilização de edifícios e do espaço urbano, atrelados ao fortalecimento da capacidade
competitiva das cidades em captar investimentos.
Como você viu, ao longo de sua existência, as cidades, e os seus centros, passam por diversas
transformações – econômicas, sociais, demográficas, culturais, hábitos de consumo, etc. Nesse
processo, enquanto algumas áreas perdem dinamismo, outras se desenvolvem a partir das novas
demandas da sociedade, passando a adquirir protagonismo como referência na cena urbana.
São Paulo - SP. Antiga sede da Companhia de Energia Light. Fonte: EMURB
Leitura complementar
As áreas urbanas centrais e a dinâmica do município3
3. Acesse o arquivo na pasta da biblioteca do curso ‘Textos complementares”.
Reabilitação Urbana com foco em Áreas Centrais
Módulo I – Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais
Unidade 1 – Os Processos de Transformação Urbana
Você conhece os processos de transformação urbana pelos quais a sua cidade passou?
Bibliografia
BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo: Estação Liberdade, 2004.
LEME, Maria Cristina da Silva. A formação do pensamento urbanístico no Brasil: 1895-1965. In: LEME, Maria Cristina
da Silva; FERNANDES, Ana; GOMES, Marco Aurélio Filgueiras (org.) Urbanismo no Brasil 1895-1965. São Paulo:
Studio Nobel/FAU USP/FUPAM, 1999.
VILLAÇA, Flávio. A Crise do Planejamento Urbano. In: São Paulo em Perspectiva. São Paulo: SEADE, v.09, nº.2,
Abr-Jun, 1995.
____________. Uma contribuição para a história do planejamento urbano no Brasil. In:DEÁK, Csaba; SCHIFFER,
Sueli Ramos (org.) O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EdUSP, 1999. p. 169–243.