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UA NOVA N° 14 ~ SETEMDRO 91 dades muito heterogéncas ~ quando a reBra fundamental do "Jogo politico’ ndo consiste a ‘dominagao majoritaria mas sim no principio majoritario, que inclui & ‘consideragio pelas exigéncias das minorias politicas, 1s Poseperial, no que diz respeito 2 proterdo de mine: tas potiieas ov da mediagdo enue maiora © mona, © A ae roca sistema parlamentarisia, pode desempenter 1% papel importante, porque realmente cle ‘& 0 presidente de todos os ol dadios ¢ pode, portanto, fazer muito pela manuten¢io da unt: dade e da identidade das comunidades potiticas.16 ur msareniNe & professra do Trstuto de lence Poles a Universidade de Main, ALemanha, Seon coment pode st erate + cama 66606 or Snowe cnet foe 2 tac cain it St wa Seven, Ee 2 ch pele gee ep wea dee atc ps oY eB ces AS TRES ECONOMIAS POLITICAS DO WELFARE STATE’ GOSTA ESPING-ANDER: © LEGADO DA ECONOMIA POLITICA CLASSICA Duas questbes norteiam a matoria dos debates sobre 0 welfare state, Primeira: a distincdo de classe diminui com 2 aenineao da. ckiadania socal? Em outras paras © welfare stale pode transformar fundamentalmente ‘sociedade capttalistal powndar quals sto as forcas caustis por tts do desenvolvimento do welfare stale? ug questdes nko so recentes. Na verdade, foram for mmuladas pelos economistas politicos do século XIX, com anos iiites de se poder dizer com propriedade Ue jf existia um wel- {are state. Os economistas politicos ‘dlassicos ~ de convicgdes fiberais, conservadoras ou marxistas = preocupavam:se com © oeramento entre capitalismo @ bemrestat ‘social. & evidente Gue deram respostas diferentes (©, © eral, normativas), mas ae, raliges convergiram para o relacionamento entre mercado fe propriedade) e Estado (Gemocrach) eae liberalism contemporaneo € quase UT Ht da economia politica liberal clissca. Para Adam Smith, © mercado creo meio superior para 2 aboligao das classe5, da desigualdade + eae €0 prineko eaptla do tno Toe Tiree Worat of welfare Capitalism (iinceton,"Prnecton University Press 1990. vee fradugte de Dinah da Abreu Azevedo. 86 LUA NOVA 88 24 ~ SETEMBRO 9 [as TRES ECONOMIAS POLITICAS DO WELFARE STATE a7 10 necessirio, a intervencio do léncias. Muttos liberals concluiram que a democracia usurparit alizador do comércio compe- ‘ov destrufria 0 mercado. ‘oe criaria monopélios, protecionismo € Ineficiéncia: © Esta- ‘fanto os economistas politicos conservadores quanto ' roSenta 2 classe, © mercado tem a potencialidade de deste marxistas compreenderam esta contradiclo, mas propuseram s0- 232-6). ugdes opostas, & claro. A cfitica conservadora mals coerente feita i Slatssex faire velo da escola hist6rica alema, em particular a de Friedrich List, Adolph Wagner ¢ Gustav Schmoller. Estes pens: Senior ¢ outros liberals, mals recentes de Manchester enfatizavam Gores recusaram-se 2 aceltar que s6 05 nexos monetérios do mer- ' ire em Smith, rejeltan Gado fossem a nica ov a methor garantia de eficiéncia econdm: protecio social além dos vinculos monetérios. J. S. Mill ¢ 08 “libe- ca, Seu ideal era a perpetuacio do cado € do absolutismo protect? amiss", por sua vez, propunham pequenas doses de como a melhor ga! eos ¢ ; Tegulamentagio pottica. Mas concordavam todos em que © Cart sociais, de um ca nho para a ‘c a prosperidade deveria ser pavimentado ‘Uma importante es tomo maximo de mercados livres € 0 minimo de interferéncia do ‘welfare state monirqui estatal, ‘harmonia entre as classes, leal ‘A adesto entuslistica deles, 20. ca modelo, um sistema eficiente ti Competigio, mas da disciplina, Um Estado autor pode parecer injustificada hoje. Mas n&o devemos ‘esquecet que a eevee da qual falavam era a de um Estado que pyeservava pil Superior 20 ctos dos mercados no sentido de harmonizar © bem vilégios absolutistas, protecionismo mercant ai do estado, da comunidade e do individuo3 Toda @ parte, © alvo de seu ataque era uf gina de governo que "A economia politica conservadora surgiu em reacdo & feprimis tanto seus ieais de iberdade quanto de. init Em Revolugio Francesa © 4 Comuna de Paris, Foi abertamente nacio- seermcia sua teoria foi revolucionara e, deste Angulo, pode. metsia @ anti-revolucionaria, e procurou ceprimir © impulso de- decor itas porque 2s vezes Adain Smith se parece com Kar se eratico, ‘Temia a nivelacao social ¢ era a favor de uma socieda- Marx? dp que preservasse tanto a hierarquia quanto as classes. Sialit snouse 0 calcanhar de Aquiles de mul- posigio social e clase eram naturais © dadas; mas os cont ; 10s liberaisfEnquanto o capitalismo se ‘mantivesse-com.Um_0uN- classe, no, Se permitirmos a participagdo democtitica das. mas- do de pequenos proprietiros, a propriedade.em si ponco. terla.a i temer da democracia, Mas, com a industrial edo privilégio. Além de um mini Estado 36 asfixiarla 0 processo mesmos argumentos ria defesa de seus pont de classes. conservadora promoveu a idéia edo, surgirim a8 corer proletirias, para quem a democracia.era.m. melo-de i Sua uadigto & prateamente dcsconhoice : < fedusir 08 paivil@gios da propriedade, Os | ymiam com f2- rea ee ol Sein Sates ! sooo sufragio universal, pois era provavel que este poltizass® fhuko @ debate, pobl ede Under : futa pela distribui¢ao, pervertesse © mercado ¢ alitnentasse inefi- ee Se snare sen ean za, a Rerum. Novara {1 do, Um exame mals dautado de 2648 eet rN ca econo oe resaivas. que. qulfeam aus de muertthuate peas bengton do caphalisno: FIO CA Riquena das Negba, Sith goo 4 segura o> ae aeedlin om ue & sande inl pare 8 me propia cone adam smith & muito citado ¢ poveo Ih us de nvange & um grande pane dt poltlea dos democr 88° LUA NOVA N? 24 ~ SETEMBRO 91 : [aS THES ECONOMIAS POLITICAS DO WELFARE STATE a ites de classe se diluam, marxistas austro-alemies como Adler, Baver ¢ Eduard Heimat Feepttig Heimann (1929), a5 reformas conservadoras poder i ta no abominava $6 0S Seaue® jotivadas por nada além do desejo de reprimir # mobi Mas, depois de introduzidas, tornaram, 118 do poder de classe altera-se funda; ‘sas ¢ deixarmos que a autoridade © os (© resultado € 0 colapso da ordem s : ‘A economia politica mai «efeitos atomizantes do mercado; atacava também a convicrdo liberal de que os mercados garantem a igualdade, Uma vez a6, | como diz Dobb (1946), a.acumulagdo de capital despoja 0 Povo ‘os trabalhadores desfrutam de direitos so I Ga propriedade, o resultado final sert divisdes de classe cade ver Wo social reduz a dependéncia do trabalhador randas. E como estas geram conilitos mais intensos, © ‘em relagio a0 mercado © 40s ‘empregadores ¢ assim se transfor val ser forgado a renunciar a seus ideals de liberdade oe earn forte potencial de poder, Para Heimann, 2 poles Tnuroauz um elemento de natureza diversa na economis : este & 0 fundamento da dominagzo de classe. politica a im cavalo de Tr6ia que pode transpor 4 marmiomen questo central, nfo s6 para o marxismo, mas Pare Ponteira entre capialismo ¢ socialismo. Essa posicdo intelectual Todo 0 debate contemporineo sobre o welfare state € saber se ~ € sth passando por um verdadeiro renascimento no marxismo fon que condigdes ~ 28 divisbes de classe ¢ #8 desigualdades 50 tual (Offe, 1985; Bowles ¢ Gintis, 1986). Clais. produzidas pelo capitalism podem ser desfeltas pela © modelo social-democrata, conforme descrito acim. nto se afasta necessariamente da afirmagio ortodoa de ave, & Se eattncia, 2 igualdade fundamental requer @ socializacio Mien Mas a experiencia historia Jogo demonstrou due -democracia. parlamentar. “Temendo que a democracia produzisse o soci Iibersis no sentlam a menor vontade de amplis-la, Os socialites; _lper wario, suspeltavam que a democracia parlamentar seria 30 magi era um objetivo que n4o poderla ser tentado Por pouco mais que via concha vazla ou, como sugeriu Lenin, mera Tneto da democracia parlamentar numa base realista.) “conversa de botequim” (Jessop, 1982), Esta linha de anélise, que, ‘Ao adotar 0 reformismo parlamentar como estratégia rexsoou muito no marxismo contemporaneo, produziu a crenga dominanve em relacio a,igualdade © 20 socialism, 2 sociale de que as is ndo passavam de um dique numa of mocracia baseou-se en doh argumentos, © primelro era o de que Gem capitalista cheia de vazamentos. Por definigio, nko pode- 0s. trabalhadores precisiip de recursos soc! satide, ¢ educagao riam ser uma resposta a0 desejo de emancipagio das classes para participar_efetivam ‘como. cidadaos. socialistas. O trabalhadoras.4 Pagan argumento era o de que a potica soci no © 86 eran: ‘Ampliagdes_impottantes_dos_dit cipadora, € também uma pré-condicto dt oh ond mica (Myrdal € Myrdal, 1536). Seguinde Marx, 0 Valor esiratégico das politics de bem-estar neste argumento ¢ o de ave elas ajudam a promover o progresso das forras produtivas n° capitalismo. Mas fe social-democrata consistia em que a p* ia também em mobilizagao de poder. A lanza Soman, (1986) em sou excelente trabalho, + sb \ Gimentional. Assim Offe, O'Connor © Govgh Umm, exemplificada ‘x deseoberta de gue reformas soclais como sendo ste contd ois de den an fem pritics, Um tegudo Joe aociallsias noruegueses € pelo mm em 1936, foi a descobena de que 2s is poderiam ser facilmente pela capacidade dos cals Poteet aentos e exponat 0 capital para o exterior tocla-democract porque nto fosse a f Foidovemente antisoc!

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