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Aula 00

Direito das Pessoas com Deficiência p/ STJ (Todos os Cargos) - Com Videoaulas - Pós
Edital

Professor: Ricardo Torques

00000000000 - DEMO
DIREITO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA - STJ Aula
teoria e questões
Prof. Ricardo Torques 00

AULA 00
APRESENTAÇÃO DO CURSO E ASPECTOS CONSTITUCIONAIS

Su m á r io
Direit os das Pessoas com Deficiência para o STJ ................................................................. 3
Met odologia .................................................................................................................. 3
Apresent ação Pessoal ..................................................................................................... 5
Cronogram a de Aulas ..................................................................................................... 5
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 6
2 - Prot eção I nt ernacional: Convenção sobre Direit o das Pessoas com Deficiência ................... 7
2.1 - Norm a Const it ucional e Cláusula Pét rea .................................................................. 9
2.2 - Term inologia .................................................................................................... 12
2.3 - Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência ....................................... 14
3 - Prot eção Const it ucional ............................................................................................ 45
3.1 - Art . 7º , XXXI .................................................................................................... 45
3.2 - Art . 23, I I ........................................................................................................ 47
3.3 - Art . 24, XI V ..................................................................................................... 48
3.4 - Art . 37, VI I I ..................................................................................................... 48
3.5 - Art . 40, §4º , com binado com o art . 201, §1º ........................................................ 49
3.6 - Art . 100, §2º .................................................................................................... 50
3.7 - Art . 203, I V ...................................................................................................... 52
3.8 - Art . 208, I I I ..................................................................................................... 53
3.9 - Art . 227, §1º , I I ............................................................................................... 53
3.10 - Art . 227, §2, com binados com o art . 244 ............................................................ 53
4 - Quest ões ............................................................................................................... 54
4.1 - List a de Quest ões sem Com ent ários ..................................................................... 54
4.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 58

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4.3 - List a de Quest ões com Com ent ários..................................................................... 59
5 – Resum o ................................................................................................................ 68
6 - Considerações Finais ............................................................................................... 70

D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia pa r a o STJ


Est am os aqui para apresent ar o CURSO D E D I REI TO D AS PESSOAS COM
D EFI CI ÊN CI A com TEORI A e QUESTÕES para TOD OS OS CARGOS, volt ado
para o concurso do Supe r ior Tr ibu n a l de Just iça - STJ.
O e dit a l foi publica do no dia 16.01! A ba nca é o CESPE e as pr ova s serão em
0 8 .0 4 . Tem os um bom t em po de preparação. São quase 3 m eses at é a prova.
Tem os que aproveit ar m uit o bem esse t em po e nos dedicar com afinco.
A disciplina de Noções sobre Direit os da Pessoa com Deficiência est á inclusa na
part e de conhecim ent os gerais da prova obj et iva, para t odos os cargos. A em ent a
do edit al previu os seguint es assunt os:
DI REI TO DAS PESSOAS COM DEFI CI ÊNCI A: 1 Lei nº 13.146/ 2015 e suas alt erações ( Lei B
rasileira de I nclusão da Pessoa com Deficiência – Est at ut o da Pessoa com Deficiência) . 2 R
esolução CNJ nº 230/ 2016.

Muit os t êm quest ionado o porquê desse assunt o est ar aparecendo nos recent es
edit ais de t ribunais. A razão decorre de at o norm at ivo do CNJ de j unho de 2016.
A Resolução CNJ nº 230/ 2016 t rat a da orient ação e adequação das at ividades
dos órgãos do Poder Judiciário e dos seus serviços auxiliares às det erm inações
const ant es da Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com
Deficiência e seu Prot ocolo Facult at ivo e do Est at ut o da Pessoa com Deficiência.
O diplom a int ernacional possui st at us de norm a const it ucional, que t raz
obrigações diret as aos t rês poderes em relação à t ut ela dos Direit os das Pessoas
com Deficiência. O result ado disso para concurso é o que const a da Resolução
CNJ nº 230/ 2016:
Art . 19. Os edit ais de concursos públicos para ingresso nos quadros do Poder Judiciário e
de seus serviços auxiliares de ve r ã o pr e ve r , n os obj e t os de a va lia çã o, disciplin a qu e
a ba r qu e os dir e it os da s pe ssoa s com de ficiê n cia .

Em razão disso, darem os um enfoque legal ao assunt o, cont udo, t endo em vist a
os Direit os Hum anos, disciplina na qual o t em a é t rat ado, irem os, inclusive, t razer
alguns aspect os int ernacionais.
Vej am os a m et odologia do nosso curso!

M e t odologia
A banca escolhida para o concurso foi a CESPE. Logo, o t om do curso deve ser
dado de acordo com a banca. Assim , é fundam ent al um e st udo cor r e t o e
dir igido pa r a a pr ova , com que st õe s foca da s.

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Essas const at ações acim a const it uem a dir e t r iz ce nt r a l do nosso cur so.

Con t e ú dos
Considerando o edit al acim a referido é necessário que desenvolvam os alguns
assunt os de form a aprofundada, sem pre com “ olhos” nas quest ões ant eriores de
concurso público. Dada a cobrança que t em os observado nos concursos que
abrangem o est udo do Direit o das Pessoas com Deficiência, podem os ident ificar
pont os m ais im port ant es.
O nosso curso prezará pela com plet a com preensão da Lei nº 13.146/ 2015
( Est at ut o da Pessoa com Deficiência) , da Resolução CNJ nº 230/ 2016 e das
dem ais legislações cobradas. Em cert os m om ent os será necessário t razer alguns
conceit os dout rinários, m as o foco cent ral da análise será volt ado para a
com preensão desses diplom as.

Qu e st õe s de con cu r so
Há inúm eros est udos que discut em as m elhores t écnicas e m et odologias para
absorção do conhecim ent o. Ent re as diversas t écnicas, a resolução de quest ões
é, cient ificam ent e, um a das m ais eficazes.
Som ada à escrit a de form a facilit ada e à esquem at ização dos cont eúdos,
priorizarem os, sobrem aneira, quest ões ant eriores de concurso público. A cada
concurso, nosso port fólio de quest ões aum ent a! Desde o segundo sem est re de
2016, os concursos de t ribunais t êm colocado quest ões relat ivas a esse assunt o.
Evident em ent e que, se at é a sua prova, novas quest ões forem cobradas nos m ais
recent es concursos, adicionarem os aulas ext ras para com ent á- las.
Não cust a regist rar, t oda s a s que st õe s do m a t e r ia l se r ã o com e nt a da s de
for m a a na lít ica . Sem pre explicarem os o porquê da assert iva/ alt ernat iva est ar
corret a ou incorret a. I sso é relevant e, pois o aluno poderá analisar cada um a
delas, perceber event uais erros de com preensão e revisar os assunt os t rat ados.

Vide oa u la s
O foco no Est rat égia Concursos são os m at eriais em .pdf. É por est e inst rum ent o
que você irá absorver a m aior part e do cont eúdo ou que você irá t reinar a m aior
gam a de quest ões.
Cont udo, há algum t em po as videoaulas t êm sido disponibilizadas com o um
inst rum ent o adicional. Não é recom endado est udar apenas pelos vídeos, pois é
im possível t rat ar dos assunt os com necessária profundidade em um núm ero
lim it ado de aulas. Adem ais, cursos em vídeo com t oda a m at éria seriam
dem asiadam ent e ext ensos e pouco produt ivos.
Assim , as videoaulas const it uem um inst rum ent o para quando você est iver
cansado da leit ura dos .pdfs ou para det erm inados assunt os que você est ej a com
dificuldade.
Essa é a nossa propost a do Cur so de D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia .

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Apr e se n t a çã o Pe ssoa l
Por fim , rest a um a breve apresent ação pessoal. Meu nom e é Ricardo St rapasson
Torques! Sou graduado em Direit o pela Universidade Federal do Paraná ( UFPR) e
pós- graduado em Direit o Processual.
Est ou envolvido com concurso público há 08 anos, aproxim adam ent e, quando
ainda est ava na faculdade. Trabalhei no Minist ério da Fazenda, no cargo de ATA.
Fui aprovado para o cargo de Fiscal de Tribut os na Prefeit ura de São José dos
Pinhais/ PR e para os cargos de Técnico Adm inist rat ivo e de Analist a Judiciário nos
TRT 4ª , 1º e 9º Regiões. At ualm ent e, resido em Cascavel/ PR e sou professor
exclusivo do Est rat égia Concursos.
Já t rabalhei em out ros cursinhos, presenciais e on- line e, at ualm ent e, e m
pa r ce r ia com o Est r a t é gia Con cur sos, la nça m os dive r sos cur sos,
not a da m e nt e na s á r e a s de D ir e it o Ele it or a l, de D ir e it o Pr oce ssua l Civil e
de D ir e it os H um a nos.
Deixarei abaixo m eus cont at os para quaisquer dúvidas ou sugest ões. Será um
prazer orient á- los da m elhor form a possível nest a cam inhada que se inicia hoj e.

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / www.facebook.com / dpcparaconcursos/

Cr on ogr a m a de Au la s
A fim de at ender ao propost o acim a, apresent am os o cronogram a de aulas:

AULA CON TEÚD O D ATA

Au la 0 0 Direit os das Pessoas com Deficiência na CF 18.01

Au la 0 1 1 Lei nº 13.146/ 2015 e suas alt erações ( Lei Brasileira de 23.01


I nclusão da Pessoa com Deficiência - Est at ut o da Pessoa com
Deficiência) . ( part e 01)
Au la 0 2 1 Lei nº 13.146/ 2015 e suas alt erações ( Lei Brasileira de 28.01
I nclusão da Pessoa com Deficiência - Est at ut o da Pessoa com
Deficiência) . ( part e 02)
Au la 0 3 1 Lei nº 13.146/ 2015 e suas alt erações ( Lei Brasileira de 02.02
I nclusão da Pessoa com Deficiência - Est at ut o da Pessoa com
Deficiência) . ( part e 03)
Au la 0 4 2 Resolução CNJ nº 230/ 2016. 07.02

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Au la 0 5 Com pilado de resum os 12.02

Resolução de quest ões CESPE em Vídeo

Com o vocês podem perceber, as aulas são dist ribuídas para que possam os t rat ar
de cada um dos assunt os com t ranquilidade, t ransm it indo segurança a vocês para
um excelent e desem penho em prova.
Event uais aj ust es de cronogram a poderão ser realizados por quest ões didát icas
e serão sem pre inform ados com ant ecedência.

D I REI TO DAS P ESSOAS COM D EFI CI ÊNCI A NA CF


1 - Con side r a çõe s I n icia is
Nesse prim eiro encont ro vam os t razer um a aula singela, cont udo, com m uit a
relevância. Esse cont eúdo est á indicado no edit al ao m encionar os a spe ct os
const it u ciona is que envolvem a m at éria.
Além disso, em algum as quest ões recent es de concurso público esses aspect os
const it ucionais foram cobrados, o que indica a necessidade de t rat ar do t em a de
form a pont ual, pinçando os disposit ivos const it ucionais que guardem relevância
com o cont eúdo.
O est udo, nest e encont ro, passará pelos aspect os const it ucionais de form a am pla,
para abranger nã o a pe na s o Te x t o da CF, m as t am bém t r e chos im por t a nt e s
da Conve nçã o sobre o Direit o das Pessoas com Deficiência, que int egra o bloco
const it ucional. Com o você sabe dos est udos de Direit o Const it ucional, os t rat ados
int ernacionais de Direit os Hum anos que foram aprovados em dois t urnos,
passando pelas duas Casas do Congresso Nacional, com 3/ 5 dos vot os, ingressam
em nosso ordenam ent o com carát er de em enda const it ucional. Assim , devem os
afirm ar ( e, por consequência, est udar! ) a Convenção sobre o Direit o das Pessoas
com Deficiência com o part e int egrant e do est udo const it ucional da m at éria.
Além disso, com o dit o, vam os pont uar a análise de disposit ivos da Const it uição
Federal, quais sej am :

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D I REI TO D AS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A N A


CON STI TUI ÇÃO

• art . 7º , XXXI
• art . 23, I I
• art . 24, XI V
• art . 37, VI I I
• art . 40, §4º , com binado com o art . 201, §1º
• art . 100, §2º
• art . 203, I V
• art . 208, I I I
• art . 227, I I
• art . 227, §2, com binados com o art . 244

Ant es de iniciar, algum as observações:


 A Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e seu
Prot ocolo Facult at ivo foram int ernalizados em nosso ordenam ent o j urídico,
observando o rit o específico descrit o no art . 5º , §3º , da CF. Em razão disso,
essas norm as, que são volt adas para a prot eção das pessoas com
deficiência, possuem st a t us de e m e nda const it u ciona l pe r a nt e o
nosso or de na m e nt o j ur ídico. Vam os t rat ar obj et ivam ent e desses
aspect os.
 Out ra observação é t erm inológica, a CF por diversas vezes em prega,
incorret am ent e, a expressão “ port ador de deficiência” . Quando
visualizarm os essa expressão de ve m os, por cor r e çã o t é cnica , fa la r e m
“pe ssoa com de ficiê ncia ”.
Vam os lá?!

2 - Pr ot e çã o I n t e r na cion a l: Con ve n çã o sobr e D ir e it o


da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia
Em relação à prot eção das pessoas deficient es, segundo a dout rina de Flávia
Piovesan 1 , a evolução é m arcada por 4 fases.
1 ª fa se : m arcada pela int ole r â ncia à s pe ssoa s de ficie nt e s. Em t al
época, a discrim inação era t ot al, os deficient es eram considerados im puros,
m arcados pelo pecado e pelo cast igo divino.
Nesse período, as pessoas com deficiência eram segregadas da
com unidade, m uit as delas int ernadas em inst it uições m ant idas sob
condições precárias.
2 ª fa se : m arcada pela invisibilida de da s pe ssoa s de ficie nt e s. Há um
t ot al desprezo pela condição de t ais pessoas.

1
PI OVESAN, Flávia. D ir e it os H um a nos e D ir e it o Con st it u ciona l I n t e r na ciona l. 13º edição,
rev. e at ual., São Paulo: Edit ora Saraiva: 2013, p. 289/ 290.

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3 ª fa se : m arcada pelo a ssist e ncia lism o. As pessoas deficient es são
vist as com o doent es, essa fase é paut ada, port ant o, pela perspect iva
m édica.
4 ª fa se : m arcada pela visão de direit os hum anos das pessoas com
deficiência, com o suj e it os de dir e it o. Há ênfase na relação da pessoa
deficient e com a sociedade e com o m eio no qual est á inserida. Há um a
m udança m et odológica, na qual o problem a passa a ser do m eio e das
dem ais pessoas e não da pessoa deficient e.
Nosso ordenam ent o t ransit a da t erceira para a quart a fase, ao passo que, na
seara int ernacional, prepondera a quart a fase de prot eção.
A prot eção às pessoas com deficiência no âm bit o int ernacional é recent e e
m arcada pela inexist ência de um a prot eção efet iva at é a Convenção de 2007.
Exist em alguns diplom as esparsos, ou sej a, são resoluções, convenções e
declarações, porém , nenhum a delas inst it uída com o poder de conferir adequado
t rat am ent o à t em át ica.
Som ent e com a Convenção sobre as Pessoas com Deficiência de 2007 é que a
com unidade int ernacional consolida o at endim ent o real e adequado às pessoas
com deficiência.
No âm bit o int erno, para além das consequências da int ernalização da Convenção
– que será analisada no t ópico seguint e –, dest aca- se a Const it uição de 1988
com o um m arco de t ransição para o regim e dem ocrát ico, que m ant eve os direit os
previst os nas const it uições ant eriores e que conferiu t rat am ent o m ais am plo e
det alhado às pessoas com deficiência, em grande m edida devido à part icipação
das associações represent at ivas desses grupos vulneráveis.
Segundo ensinam ent os de Flávia Piovesan 2 :
A Cart a brasileira de 1988, ao revelar um perfil em inent em ent e social, im põe ao poder
público o dever de execut ar polít icas que m inim izem as desigualdades sociais e é nest e
cont ext o que se inserem os set e art igos const it ucionais at inent es às pessoas com
deficiência. Esses disposit ivos devem ser aplicados de m odo a consagrar os princípios da
dignidade da pessoa hum ana, da igualdade, da cidadania e da dem ocracia. Vale dizer, a
elaboração legislat iva, a int erpret ação j urídica e o desenvolvim ent o das at ividades
adm inist rat ivas devem se paut ar por esses princípios, a fim de alcançar o ideal de um a
sociedade m ais j ust a, dem ocrát ica e igualit ária.

Verem os adiant e esses disposit ivos. Cont udo, pondera- se que os direit os
previst os no Text o Const it ucional não t êm sido im plem ent ados de m odo
sat isfat ório. A violação aos direit os das pessoas deficient es subsist e
especialm ent e pela falt a de concret ização dos direit os const it ucionais previst os.

2
PI OVESAN, Flávia. Te m a s de D ir e it os H u m a nos. 6º edição, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2013,
p. 429.

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2 .1 - N or m a Con st it u cion a l e Clá u su la Pé t r e a


Ant es de avançarm os, é im port ant e regist rar a discussão em t orno do st at us da
Convenção sobre as Pessoas Com Deficiência em nosso ordenam ent o j urídico e
as consequências que a int ernalização t raz.
O art . 5º , §3º , da CF, det erm ina o st at us const it ucional dos t rat ados e das
convenções int ernacionais de direit os hum anos, aprovados com quórum especial
das em endas const it ucionais.
Desse m odo, se aprovado por 3/ 5 dos vot os, em dois t urnos, em am bas as Casas
do Congresso Nacional, o t rat ado ou a convenção ingressam em nosso
ordenam ent o j urídico com form a de norm a const it ucional.

Considerando que os t rat ados int ernacionais podem ser int ernalizados com o
quórum de em enda const it ucional ou com o quórum de lei ordinária, conform e
at ual posicionam ent o do STF:

• t rat ados int ernacionais de D ir e it os H um a nos aprovados com quórum de


e m e nda const it u ciona l: possuem st at us de em enda const it ucional;
• t rat ados int ernacionais de D ir e it os H um a nos aprovados com quórum de
nor m a s infr a const it uciona is: possuem st at us de norm a supralegal, em
pont o int erm ediário, acim a das leis, abaixo da Const it uição Federal.
• de m a is t r a t a dos int ernacionais, inde pe nde nt e m e nt e do quór um de
a pr ova çã o: possuem st at us de norm a infraconst it ucional.
Esse ent endim ent o a respeit o dos t rat ados de direit os hum anos conduziu a um a
sensível a lt e r a çã o na pir â m ide hie r á r qu ica do or de na m e nt o j u r ídico
br a sile ir o.

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Const it uição Federal e t rat ados int ernacionais de Direit os


Hum anos aprovados com o quórum de em enda
• com preende o t ext o originário e as em endas const it ucionais

Trat ados I nt ernacionais de Direit os Hum anos aprovados com


quórum de norm as infraconst it ucionais
• carát er supralegal

At os norm at ivos prim ários


• buscam validade diret am ent e no t ext o const it ucional
• ex. leis ordinárias, leis com plem ent ares, decret os legislat ivos et c.
• est ão com pr eendidos, dent ro do conj unt o de leis infraconst it ucionais,
os t rat ados int ernacionais, à exceção dos t rat ados de Direit os
Hum anos

At os norm at ivos secundários


• buscam validade nos at os norm at ivos prim ários
• ex. decret os execut ivos, port arias, inst ruções norm at ivas

A Convenção sobre as Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at ivo foram
aprovados pelo Congresso Nacional com o quórum específico. Vej am os o int roit o
do Decret o nº 186/ 2008:
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Garibaldi Alves Filho, President e do
Senado Federal, con for m e o dispost o n o a r t . 5 º , § 3 º , da Const it u içã o Fe de r a l e nos
t erm os do art . 48, inciso XXVI I I , do Regim ent o I nt erno, prom ulgo o seguint e
D ECRETO LEGI SLATI VO N º 1 8 6 , de 2 0 0 8
Aprova o t ext o da Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e de seu
Prot ocolo Facult at ivo, assinados em Nova I orque, em 30 de m arço de 2007.

Desse m odo, a Conve nçã o t e m for ça de e m e nda const it uciona l e m nosso


or de na m e nt o j u r ídico. Essa inform ação é cent ral para a nossa prova, sej a em
razão da im port ância, sej a porque é um dos únicos docum ent os int ernacionais
que int egra o bloco de const it ucionalidade 3 . Com o verem os, as quest ões
exploram m uit o essa t em át ica. Port ant o, at enção!

3
A at ualm ent e, além da Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência
e seu Prot ocolo Facult at ivo, assinados em m arço de 2007, o Trat ado I nt ernacional de Maraqueche,
que t rat a do acesso a obras audiovisuais para cegos, const it uem os t rat ados com st at us de
em enda const it ucional.

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Diant e disso, quest iona- se: a s nor m a s pr e vist a s t a nt o na Conve nçã o sobr e
a s Pe ssoa s com D e ficiê ncia com o n o r e spe ct ivo Pr ot ocolo Fa cult a t ivo sã o
clá usula s pé t r e a s?
Sim , são cláusulas pét reas. Assim dispõe o art . 60, §4º , I V, da CRFB:
§ 4º - Não será obj et o de deliberação a propost a de em enda t endent e a abolir: ( ...)
I V - os direit os e garant ias individuais.

Ao Poder Const it uint e Derivado foi assegurada a possibilidade de alt eração do


Text o Const it ucional. Cont udo, algum as m at érias não podem ser obj et ivo de
e m e nda t e nde nt e à r e duçã o ou à a boliçã o de de t e r m ina dos dir e it os,
considerados essenciais ao nosso Est ado Dem ocrát ico de Direit o. Nesse cont ext o,
dest acam - se os direit os e as garant ias individuais – direit os hum anos
int ernam ent e posit ivados –, que se revest em sobe o m ant o de cláusulas pét reas.
Esse disposit ivo const it ucional conferiu um a pr ot e çã o ina r r e dá ve l a os dir e it os
conside r a dos m ínim os pa r a a dignida de da pe ssoa hum a na e represent ou
um a evolução gigant esca na prot eção dos direit os hum anos no âm bit o int erno,
de form a a t ornar im possível a dim inuição ou a abolição dos direit os
fundam ent ais.
Desse m odo, considerando que foram int ernalizados com o norm as
const it ucionais, são, t am bém , cláusulas pét reas de nosso ordenam ent o j urídico.
Vej am os um a quest ão sobre o assunt o:

( VUN ESP/ M PSP/ 2 0 1 5 ) A Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com
Deficiência, com seu Prot ocolo Facult at ivo, assinada em Nova York, em 2007, é o único
docum ent o int ernacional de direit os hum anos considerado com st at us de em enda const it ucional
no ordenam ent o j urídico nacional, pois
a) é o único caso em que o Suprem o Tribunal Federal j á se pronunciou acerca do st at us das
convenções de direit os hum anos, encam pando a t ese de que t erão st at us de em enda
const it ucional se versarem sobre direit os expressam ent e previst os na Const it uição Federal.
b) foi aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois t urnos, por dois t erços dos vot os
dos respect ivos m em bros, conform e procedim ent o previst o no art . 5º , § 3o da Const it uição
Federal, int roduzido pela Em enda Const it ucional no 45/ 04.
c) há previsão expressa, const ant e de disposição da Em enda Const it ucional no 45/ 04, que os
t rat ados e convenções de direit os hum anos, m esm o que aprovados por quórum de m aioria
sim ples, possuirão st at us de em enda const it ucional, face ao carát er m at erialm ent e const it ucional
de seus cont eúdos.
d) é o único caso em que o Suprem o Tribunal Federal j á se pronunciou favoravelm ent e à t ese de
que o art . 5o, § 2o, ao prever que direit os e garant ias expressos na Const it uição não excluem
out ros decorrent es do regim e e dos princípios por ela adot ados, bast a para que um a convenção
int ernacional sobre direit os hum anos sej a considerada equivalent e à em enda const it ucional.

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e) foi aprovada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois t urnos, por t rês quint os dos vot os
dos respect ivos m em bros, conform e procedim ent o previst o no art . 5o, § 3o da Const it uição
Federal, int roduzido pela Em enda Const it ucional no 45/ 04.
Com e n t á r ios
Com fundam ent o no art . 5º , §3º , da CF, a Convenção sobre as Pessoas com Deficiência e o
Prot ocolo Facult at ivo foram aprovados pelo Congresso Nacional com o quórum específico. Logo,
a a lt e r na t iva E é a corret a e gabarit o da quest ão.

2 .2 - Te r m in ologia
Com um ent e adot a- se a t erm inologia “ pessoa port adora de deficiência” para se
referir àqueles que possuem algum a lim it ação física ou psíquica. É a t erm inologia
adot ada pela CF. Vej am os alguns exem plos:
 art . 7º , XXXI :
Art . 7º São direit os dos t rabalhadores urbanos e rurais, além de out ros que visem à
m elhoria de sua condição social: ( ...)
XXXI - proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de adm issão
do t rabalhador por t a dor de de ficiê n cia ; ( ...) .

 art . 208, I I I :
Art . 208. O dever do Est ado com a educação será efet ivado m ediant e a garant ia de:
( ...)
I I I - at endim ent o educacional especializado aos port adores de deficiência,
preferencialm ent e na rede regular de ensino; ( ...) .

Cont udo, a e x pr e ssã o “por t a dor de de ficiê ncia ” nã o é a a de qua da .


Tal acepção relaciona- se com o m odelo adot ado. Pelo m odelo m édico da
deficiência ent ende- se a deficiência com o um a m azela, que exige t rat am ent o ou
cura. Em razão disso é necessário criar m eios para adapt ar as pessoas à vida
social.
Desse m odo, a at enção da com unidade volt a- se para o reconhecim ent o e o
desenvolvim ent o de est rat égias para reduzir os efeit os da deficiência. Os
deficient es foram encarados com o obj et o de direit o. Cont udo, em razão da falt a
de int eresse social ou econôm ico em t orno dos deficient es, a m arginalização, a
pobreza e a discrim inação em relação a t ais grupos aflorou.
O m odelo m édico da deficiência não se m ost rou adequado e suficient e. Pelo
cont rário, a sociedade passou a não dar a devida at enção às pessoas com
deficiência.
Vej am os o que nos ensina André de Carvalho Ram os 4 :
A adoção dest e m odelo gerou falt a de at enção às prát icas sociais que j ust am ent e
agravavam as condições de vida das pessoas com deficiência, gerando pobreza,
invisibilidade e perpet uação dos est ereót ipos das pessoas com deficiência com o
dest inat árias da caridade pública ( e piedade com pungida) , negando- lhes a t it ularidade de

4
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a n os, 1º edição, São Paulo: Edit ora
Saraiva, versão elet rônica.

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direit os com o seres hum anos. Além disso, com o a deficiência era vist a com o “ defeit o
pessoal” , a adoção de um a polít ica pública de inclusão não era necessária.

Pelo m odelo social ( ou de direit os hum anos) , a deficiência é encarada com o a


exist ência de barreiras no am bient e e nas at it udes das pessoas. Há um a m udança
de abordagem , com esforço para propiciar aos deficient es o gozo de direit os sem
discrim inação.
Segundo o referido aut or 5 :
Est e princípio de ant idiscrim inação acarret a a reflexão sobre a necessidade de polít icas
públicas para que sej a assegurada a igualdade m at erial, consolidando a responsabilidade
do Est ado e da sociedade na elim inação das barreiras à efet iva fruição dos direit os do ser
hum ano. Assim , não se t rat a m ais de exigir da pessoa com deficiência que est a se adapt e,
m as sim de exigir, com base na dignidade hum ana, que a sociedade t rat e seus diferent es
de m odo a assegurar a igualdade m at erial, elim inando as barreiras à sua plena inclusão.

É j ust am ent e essa a abordagem const ant e da Convenção, que será obj et o de
est udos adiant e.

M OD ELO M ÉD I CO O deficient e é vist o com o um doent e, obj et o de direit o,


D A D EFI CI ÊN CI A que requer cuidados especiais da sociedade

A deficiência, vist a com o um problem a da sociedade,


M OD ELO SOCI AL
represent a um conj unt o de barreiras no am bient e e na
D A D EFI CI ÊN CI A
at it ude das pessoas.

Nesse cont ext o, desenvolveu- se o conceit o de deficiência at relado às barreiras


sociais e am bient ais que im pedem o exercício de direit o pelas pessoas, das m ais
variadas condições físicas e psicológicas.
Desse m odo, o t erm o “ pessoa com deficiência” é, t erm inologicam ent e, m ais
adequado, em que pese o conceit o ant eriorm ent e m encionado sej a o
predom inant e, inclusive nos docum ent os legislados.

Pe ssoa por t a dor a de de ficiê n cia Pe ssoa de ficie n t e

5
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a nos, versão elet rônica.

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2 .3 - Con ve n çã o sobr e os D ir e it os da s Pe ssoa s com D e ficiê n cia


A Convenção I nt ernacional sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência e o
Prot ocolo Facult at ivo, am bos assinados em Nova I orque, foram prom ulgados pelo
Decret o n° 6.949/ 2009, após aprovação pelo Decret o Legislat ivo n o 186/ 2008.
Devem os dest acar, inicialm ent e, que na m esm a oport unidade, em Nova I orque,
foram assinados dois docum ent os int ernacionais: a Convenção sobre as Pessoas
com Deficiência e o Prot ocolo Facult at ivo. A est e coube, especificam ent e,
possibilit ar a adoção, pelos int eressados do m ecanism o, das com unicações
individuais.
Sem pre houve um incôm odo na com unidade int ernacional em relação à prot eção
das pessoas com deficiência, post o que não havia, at é 2006, um diplom a
específico no âm bit o da ONU sobre o t em a, em bora aproxim adam ent e 10% da
população m undial possua algum a deficiência.
De acordo com a dout rina, essa realidade é conduzida pela invisibilidade e pela
falt a de foco dos Est ados e da com unidade int ernacional em relação às pessoas
com deficiência. Vej am os os ensinam ent os de André de Carvalho Ram os 6 :
Cabe salient ar que a invisibilidade no que t ange aos direit os das pessoas com deficiência é
part icularm ent e agravada pela separação exist ent e ent re elas e o grupo social m aj orit ário,
causada por barreiras físicas e sociais. Mesm o quando há not ícia pública da m arginalização,
há ainda o senso com um de que t al m arginalização é frut o da condição individual ( m odelo
m édico da deficiência) e não do cont ext o social.

Ou sej a, o deficient e é vist o com o um doent e. O enfrent am ent o da quest ão se dá


pela condição da pessoa. Com a Convenção, o enfrent am ent o da pessoa se dá
por int erm édio da sociedade. Desse m odo, passa- se do m odelo m édico da
deficiência para o m odelo social de deficiência. O pr oble m a da de ficiê ncia nã o
e st á nos de ficie n t e s, m a s no t r a t a m e nt o discr im ina t ór io e de sigua l qu e
a socie da de confe r e a t a is pe ssoa s.
A fim de ilust rar t al pensam ent o, vej am os o exem plo 7 t razido pelo aut or:
Por exem plo, no caso brasileiro, a inacessibilidade de alguns locais de vot ação no Brasil t eve
com o respost a a edição de resolução do Tribunal Superior Eleit oral desonerando os eleit ores
com deficiência de vot ar ( o que, aliás, cont raria o dever de vot ar, previst o na CF/ 88) , ao
invés de exigir a m odificação e acessibilidade t ot al dest es locais.

A Convenção com port a um ext enso rol de direit os, ent re eles os civis, polít icos,
sociais, econôm icos e cult urais, t odos volt ados para preservar a dignidade das
pessoas, o pleno gozo dos direit os, a não discrim inação e um padrão m ínim o de
vida.

6
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a nos, versão elet rônica.
7
RAMOS, André de Carvalho. Cu r so de D ir e it os H um a nos, versão elet rônica.

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prot eção especial prot eção especial criação de


dissem inação da
às m ulheres com às crianças com inst rum ent os de
conscient ização
deficiência deficiência acessibilidade

prot eção específica


em sit uações de
reconhecim ent o
direit o à vida risco e de acesso à j ust iça
igual perant e a lei
em ergências
hum anit árias

prevenção cont ra
t ort ura ou
liberdade e prevenção cont ra a prot eção da
t rat am ent os ou
segurança da exploração, a int egridade da
penas cruéis,
pessoa violência e o abuso pessoa
desum anos ou
degradant es

prom oção de vida liberdade de


liberdade de criação de
independent e e expressão e de
m ovim ent ação e inst rum ent os de
inclusão na opinião e acesso à
nacionalidade m obilidade pessoal
com unidade inform ação

program as de
respeit o à respeit o pelo lar e
direit o à saúde habilit ação e de
privacidade pela fam ília
reabilit ação

part icipação na
direit os a padrão part icipação na
vida cult ural e em
direit o ao t rabalho de vida e prot eção vida polít ica e
recreação, lazer e
social adequados pública
esport e

A cada direit o previst o na Convenção, há o esforço em at ribuir responsabilidades


aos Est ados signat ários da Convenção. Essas obrigações devem ser adot adas,
segundo explicit a a Convenção, na m edida do possível ( progressivam ent e) ,
segundo as possibilidades do Est ado.
Vej am os cada t ópico da convenção.

Convenção art igo por art igo


CON VEN ÇÃO SOBRE OS D I REI TOS D AS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A
Preâm bulo
Os Est ados Part es da present e Convenção,
a) Relem brando os princípios consagrados na Cart a das Nações Unidas, que reconhecem a
dign ida de e o valor inerent es e os dir e it os igu a is e ina lie ná ve is de t odos os m em bros
da fam ília hum ana com o o fundam ent o da liberdade, da j ust iça e da paz no m undo,

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b) Reconhecendo que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direit os Hum anos e
nos Pact os I nt ernacionais sobre Direit os Hum anos, proclam aram e concordaram que t oda
pessoa faz j us a t odos os direit os e liberdades ali est abelecidos, sem dist inção de qualquer
espécie,
c) Reafirm ando a universalidade, a indivisibilidade, a int erdependência e a int er- relação de
t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais, bem com o a necessidade de garant ir
que t odas as pessoas com deficiência os exerçam plenam ent e, se m discr im in a çã o,
d) Relem brando o Pact o I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e Cult urais, o Pact o
I nt ernacional dos Direit os Civis e Polít icos, a Convenção I nt ernacional sobre a Elim inação
de Todas as Form as de Discrim inação Racial, a Convenção sobre a Elim inação de t odas as
Form as de Discrim inação cont ra a Mulher, a Convenção cont ra a Tort ura e Out ros
Trat am ent os ou Penas Cruéis, Desum anos ou Degradant es, a Convenção sobre os Direit os
da Criança e a Convenção I nt ernacional sobre a Prot eção dos Direit os de Todos os
Trabalhadores Migrant es e Mem bros de suas Fam ílias,
e) Reconhecendo que a de ficiê n cia é um con ce it o e m e volu çã o e que a de ficiê n cia
r e su lt a da in t e r a çã o e n t r e pe ssoa s com de ficiê n cia e a s ba r r e ir a s de vida s à s
a t it ude s e a o a m bie nt e qu e im pe de m a ple n a e e fe t iva pa r t icipa çã o de ssa s pe ssoa s
n a socie da de e m igua lda de de opor t u n ida de s com a s de m a is pe ssoa s,
f) Reconhecendo a im port ância dos princípios e das diret rizes de polít ica, cont idos no
Program a de Ação Mundial para as Pessoas Deficient es e nas Norm as sobre a Equiparação
de Oport unidades para Pessoas com Deficiência, para influenciar a prom oção, a form ulação
e a avaliação de polít icas, planos, program as e ações em níveis nacional, regional e
int ernacional para possibilit ar m aior igualdade de oport unidades para pessoas com
deficiência,
g) Ressalt ando a im port ância de t razer quest ões relat ivas à deficiência ao cent ro das
preocupações da sociedade com o part e int egrant e das est rat égias relevant es de
desenvolvim ent o sust ent ável,
h) Reconhecendo t am bém que a discr im ina çã o cont ra qualquer pessoa, por m ot ivo de
de ficiê n cia , configura viola çã o da dign ida de e do va lor in e r e n t e s a o se r hu m a n o,
i) Reconhecendo ainda a diversidade das pessoas com deficiência,
j ) Reconhecendo a necessidade de prom over e prot eger os direit os hum anos de t odas as
pessoas com deficiência, inclusive daquelas que requerem m aior apoio,
k) Preocupados com o fat o de que, não obst ant e esses diversos inst rum ent os e
com prom issos, as pessoas com deficiência con t in ua m a e n fr e n t a r ba r r e ir a s cont ra sua
part icipação com o m em bros iguais da sociedade e violações de seus direit os hum anos em
t odas as part es do m undo,
l) Reconhecendo a im port ância da coope r a çã o in t e r n a cion a l para m elhorar as condições
de vida das pessoas com deficiência em t odos os países, part icularm ent e naqueles em
desenvolvim ent o,
m ) Reconhecendo as valiosas cont ribuições exist ent es e pot enciais das pessoas com
deficiência ao bem - est ar com um e à diversidade de suas com unidades, e que a prom oção
do pleno exercício, pelas pessoas com deficiência, de seus direit os hum anos e liberdades
fundam ent ais e de sua plena part icipação na sociedade result ará no fort alecim ent o de seu
senso de pert encim ent o à sociedade e no significat ivo avanço do desenvolvim ent o hum ano,
social e econôm ico da sociedade, bem com o na erradicação da pobreza,
n) Reconhecendo a im port ância, para as pessoas com deficiência, de sua a u t on om ia e
in de pe ndê n cia individu a is, inclusive da liberdade para fazer as próprias escolhas,

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o) Considerando que as pessoas com deficiência devem t er a opor t u n ida de de pa r t icipa r
a t iva m e n t e da s de cisõe s r e la t iva s a pr ogr a m a s e polít ica s, inclusive aos que lhes
dizem respeit o diret am ent e,
p) Preocupados com as difíceis sit uações enfrent adas por pessoas com deficiência que est ão
suj eit as a form as m últ iplas ou agravadas de discrim inação por causa de raça, cor, sexo,
idiom a, religião, opiniões polít icas ou de out ra nat ureza, origem nacional, ét nica, nat iva ou
social, propriedade, nascim ent o, idade ou out ra condição,
q) Reconhecendo que m u lhe r e s e m e n ina s com de ficiê n cia est ão freqüent em ent e
expost as a m a ior e s r iscos, t ant o no lar com o fora dele, de sofrer violência, lesões ou
abuso, descaso ou t rat am ent o negligent e, m aus- t rat os ou exploração,
r) Reconhecendo que as cr ia n ça s com deficiência devem gozar plenam ent e de t odos os
direit os hum anos e liberdades fundam ent ais em igualdade de oport unidades com as out ras
crianças e relem brando as obrigações assum idas com esse fim pelos Est ados Part es na
Convenção sobre os Direit os da Criança,
s) Ressalt ando a necessidade de incorporar a perspect iva de gênero aos esforços para
prom over o pleno exercício dos direit os hum anos e liberdades fundam ent ais por part e das
pessoas com deficiência,
t ) Salient ando o fat o de que a m a ior ia da s pe ssoa s com de ficiê n cia vive e m con diçõe s
de pobr e za e, nesse sent ido, reconhecendo a necessidade crít ica de lidar com o im pact o
negat ivo da pobreza sobre pessoas com deficiência,
u) Tendo em m ent e que as condições de paz e segurança baseadas no pleno respeit o aos
propósit os e princípios consagrados na Cart a das Nações Unidas e a observância dos
inst rum ent os de direit os hum anos são indispensáveis para a t ot al prot eção das pessoas com
deficiência, part icularm ent e durant e conflit os arm ados e ocupação est rangeira,
v) Reconhecendo a im port ância da acessibilidade aos m eios físico, social, econôm ico e
cult ural, à saúde, à educação e à inform ação e com unicação, para possibilit ar às pessoas
com deficiência o pleno gozo de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais,
w) Conscient es de que a pessoa t em deveres para com out ras pessoas e para com a
com unidade a que pert ence e que, port ant o, t em a responsabilidade de esforçar- se para a
prom oção e a observância dos direit os reconhecidos na Cart a I nt ernacional dos Direit os
Hum anos,
x) Convencidos de que a fam ília é o núcleo nat ural e fundam ent al da sociedade e t em o
direit o de receber a prot eção da sociedade e do Est ado e de que as pessoas com deficiência
e seus fam iliares devem receber a prot eção e a assist ência necessárias para t ornar as
fam ílias capazes de cont ribuir para o exercício pleno e eqüit at ivo dos direit os das pessoas
com deficiência,
y) Convencidos de que um a convenção int ernacional geral e int egral para prom over e
prot eger os direit os e a dignidade das pessoas com deficiência prest ará significat iva
cont ribuição para corrigir as profundas desvant agens sociais das pessoas com deficiência e
para prom over sua part icipação na vida econôm ica, social e cult ural, em igualdade de
oport unidades, t ant o nos países em desenvolvim ent o com o nos desenvolvidos,
Acordaram o seguint e:

 A Convenção adot a a t erm inologia “ pessoa deficient e” , m ais adequada


t erm inologicam ent e.
 O cent ro da Convenção é o com prom isso com a dignidade e com os direit os
das pessoas com deficiência, especialm ent e com a igualdade em sent ido m at erial
e a não discrim inação.

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Vej am os o art . 1º :
Art igo 1
Propósit o
O pr opósit o da present e Convenção é pr om ove r , pr ot e ge r e a sse gu r a r o e x e r cício
ple n o e e qü it a t ivo de t odos os dir e it os hu m a n os e libe r da de s fu nda m e nt a is por
t oda s a s pe ssoa s com de ficiê n cia e pr om ove r o r e spe it o pe la su a dign ida de
in e r e n t e .
PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A são aquelas que t êm im pe dim e n t os de lon go pr a zo de
n a t u r e za física , m e nt a l, in t e le ct u a l ou se n sor ia l, os qu a is, e m in t e r a çã o com
dive r sa s ba r r e ir a s, pode m obst r u ir sua pa r t icipa çã o ple na e e fe t iva na socie da de
e m igu a lda de s de con diçõe s com a s de m a is pe ssoa s.

PESSOA COM
D EFI CI ÊN CI A

I m pedim ent os de longo prazo de nat ureza física, m ent al, int elect ual ou
sensorial que, em int eração com diversas barreiras, podem obst ruir a
part icipação plena e efet iva na sociedade em igualdade de condições com as
dem ais pessoas.

O art . 2º , por sua vez, t raz alguns conceit os, cuj a leit ura é suficient e, vej am os:
Art igo 2
Definições
Para os propósit os da present e Convenção:
“ Com u n ica çã o” abrange as línguas, a visualização de t ext os, o braille, a com unicação t át il,
os caract eres am pliados, os disposit ivos de m ult im ídia acessível, assim com o a linguagem
sim ples, escrit a e oral, os sist em as audit ivos e os m eios de voz digit alizada e os m odos,
m eios e form at os aum ent at ivos e alt ernat ivos de com unicação, inclusive a t ecnologia da
inform ação e com unicação acessíveis;
“ Lín gua ” abrange as línguas faladas e de sinais e out ras form as de com unicação não- falada;
“ D iscr im ina çã o por m ot ivo de de ficiê n cia ” significa qualquer diferenciação, exclusão ou
rest rição baseada em deficiência, com o propósit o ou efeit o de im pedir ou im possibilit ar o
reconhecim ent o, o desfrut e ou o exercício, em igualdade de oport unidades com as dem ais
pessoas, de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais nos âm bit os polít ico,
econôm ico, social, cult ural, civil ou qualquer out ro. Abrange t odas as form as de
discrim inação, inclusive a recusa de adapt ação razoável;
“ Ada pt a çã o r a zoá ve l” significa as m odificações e os aj ust es necessários e adequados que
não acarret em ônus desproporcional ou indevido, quando requeridos em cada caso, a fim
de assegurar que as pessoas com deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de
oport unidades com as dem ais pessoas, t odos os direit os hum anos e liberdades
fundam ent ais;

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“ D e se n h o u n ive r sa l” significa a concepção de produt os, am bient es, program as e serviços
a serem usados, na m aior m edida possível, por t odas as pessoas, sem necessidade de
adapt ação ou proj et o específico. O “ desenho universal” não excluirá as aj udas t écnicas para
grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias.
 Princípios Gerais

PRI N CÍ PI OS GERAI S D A CON VEN ÇÃO


• respeit o pela dignidade
• não discrim inação
• part icipação e inclusão na sociedade
• respeit o pela diferença e aceit ação das pessoas com deficiência
• igualdade de oport unidades
• acessibilidade
• igualdade ent re o hom em e a m ulher
• desenvolvim ent o das capacidades das crianças com deficiência

Leia, na sequência, o art . 3º :


Art igo 3
Princípios gerais
Os pr in cípios da present e Convenção são:
a) O respeit o pela dign ida de inerent e, a aut onom ia individual, inclusive a liberdade de
fazer as próprias escolhas, e a independência das pessoas;
b) A n ã o- discr im ina çã o;
c) A plena e efet iva pa r t icipa çã o e in clu sã o na sociedade;
d) O r e spe it o pe la dife r e n ça e pe la a ce it a çã o das pessoas com deficiência com o part e
da diversidade hum ana e da hum anidade;
e) A igua lda de de oport unidades;
f) A a ce ssibilida de ;
g) A igu a lda de e n t r e o h om e m e a m u lhe r ;
h) O respeit o pelo de se n volvim e nt o da s ca pa cida de s da s cr ia n ça s com de ficiê n cia e
pelo direit o das crianças com deficiência de preservar sua ide n t ida de .

Vej am os, em seguida, a ínt egra do art . 4º :


Art igo 4
Obrigações gerais
1.Os Est a dos Part es se com prom et em a a sse gu r a r e pr om ove r o pleno exercício de t odos
os dir e it os h u m a n os e liberdades fundam ent ais por t odas as pessoas com deficiência, sem
qualquer t ipo de discrim inação por causa de sua deficiência. Pa r a t a n t o, os Est a dos
Pa r t e s se com pr om e t e m a :
a) Adot ar t odas as m e dida s le gisla t iva s, a dm in ist r a t iva s e de qualquer out ra nat ureza,
necessárias para a realização dos direit os reconhecidos na present e Convenção;
b) Adot ar t odas as m edidas necessárias, inclusive legislat ivas, para m odificar ou r e voga r
le is, r e gu la m e n t os, cost u m e s e pr á t ica s vige n t e s, qu e con st it u ír e m discr im ina çã o
cont ra pessoas com deficiência;
c) Levar em cont a, em t odos os pr ogr a m a s e polít ica s, a pr ot e çã o e a pr om oçã o dos
direit os hum anos das pessoas com deficiência;

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d) Abst e r - se de part icipar em qualquer a t o ou pr á t ica in com pa t íve l com a present e
Convenção e assegurar que as aut oridades públicas e inst it uições at uem em conform idade
com a present e Convenção;
e) Tom a r t oda s a s m e dida s apropriadas para e lim ina r a discr im in a çã o baseada em
deficiência, por part e de qualquer pessoa, organização ou em presa privada;
f) Realizar ou pr om ove r a pe squ isa e o de se n volvim e n t o de produt os, serviços,
equipam ent os e inst alações com de se n h o u nive r sa l, conform e definidos no Art igo 2 da
present e Convenção, que exij am o m ínim o possível de adapt ação e cuj o cust o sej a o m ínim o
possível, dest inados a at ender às necessidades específicas de pessoas com deficiência, a
prom over sua disponibilidade e seu uso e a prom over o desenho universal quando da
elaboração de norm as e diret rizes;
g) Realizar ou prom over a pe squ isa e o de se n volvim e nt o, bem com o a disponibilidade e
o em prego de novas t ecnologias, inclusive as t ecnologias da inform ação e com unicação,
aj udas t écnicas para locom oção, disposit ivos e t ecnologias assist ivas, adequados a pessoas
com deficiência, dando prioridade a t ecnologias
0 de cust o acessível;
h) Propiciar in for m a çã o a ce ssíve l pa r a a s pe ssoa s com deficiência a respeit o de aj udas
t écnicas para locom oção, disposit ivos e t ecnologias assist ivas, incluindo novas t ecnologias
bem com o out ras form as de assist ência, serviços de apoio e inst alações;
i) Prom over a capacit ação em relação aos direit os reconhecidos pela present e Convenção
dos profissionais e equipes que t rabalham com pessoas com deficiência, de form a a
m elhorar a prest ação de assist ência e serviços garant idos por esses direit os.
2.Em relação aos dir e it os e conôm icos, socia is e cu lt u r a is, cada Est ado Part e se
com prom et e a t om ar m edidas, t a n t o qua nt o pe r m it ir e m os recursos disponíveis e,
quando necessário, no âm bit o da cooperação int ernacional, a fim de assegurar
pr ogr e ssiva m e n t e o pleno exercício desses direit os, sem prej uízo das obrigações cont idas
na present e Convenção que forem im ediat am ent e aplicáveis de acordo com o direit o
int ernacional.
3.Na elaboração e im plem ent ação de legislação e polít icas para aplicar a present e
Convenção e em out ros processos de t om ada de decisão relat ivos às pessoas com
deficiência, os Est ados Part es realizarão con su lt a s est reit as e e n volve r ã o a t iva m e n t e
pe ssoa s com de ficiê n cia , inclusive crianças com deficiência, por int erm édio de suas
or ga n iza çõe s r e pr e se n t a t iva s.
4.N e n h um disposit ivo da present e Convenção a fe t a r á qua isqu e r disposiçõe s m a is
pr opícia s à realização dos direit os das pessoas com deficiência, as quais possam est ar
cont idas na legislação do Est ado Part e ou no direit o int ernacional em vigor para esse Est ado.
Não haverá nenhum a rest rição ou derrogação de qualquer dos direit os hum anos e
liberdades fundam ent ais reconhecidos ou vigent es em qualquer Est ado Part e da present e
Convenção, em conform idade com leis, convenções, regulam ent os ou cost um es, sob a
alegação de que a present e Convenção não reconhece t ais direit os e liberdades ou que os
reconhece em m enor grau.
5.As disposições da present e Convenção se aplicam , sem lim it ação ou exceção, a t odas as
unidades const it ut ivas dos Est ados federat ivos.

Dois são os fundam ent os da Convenção das Pessoas Port adoras de Deficiência.
O prim eiro deles é a igualdade subst ancial, de form a que é necessário conferir
um t rat am ent o desigual, m ais favorável às pessoas com deficiências, a fim que

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de t enham as m esm as condições em relação ao rest ant e das pessoas. O segundo
fundam ent o reside na não- discrim inação. De nada adiant aria alcançarm os a
igualdade em sent ido m at erial, caso a discrim inação sej a perpet rada pela
sociedade.
Esses fundam ent os const am do art . 5º :
Art igo 5
I gualdade e não- discrim inação
1.Os Est ados Part es reconhecem que t odas as pessoas são iguais perant e e sob a lei e que
fazem j us, sem qualquer discrim inação, a igual prot eção e igual benefício da lei.
2.Os Est ados Part es proibirão qualquer discrim inação baseada na deficiência e garant irão
às pessoas com deficiência igual e efet iva prot eção legal cont ra a discrim inação por qualquer
m ot ivo.
3.A fim de prom over a igualdade e elim inar a discrim inação, os Est ados Part es adot arão
t odas as m edidas apropriadas para garant ir que a adapt ação razoável sej a oferecida.
4.Nos t erm os da present e Convenção, as m edidas específicas que forem necessárias para
acelerar ou alcançar a efet iva igualdade das pessoas com deficiência não serão consideradas
discrim inat órias.

Logo, para a sua prova lem bre- se:

igualdade m at erial

FUN D AM EN TOS D A
D ECLARARAÇÃO

não- discrim inação

Vim os no art . 3º que ent re os princípios gerais da Convenção est á o especial


t rat am ent o conferido às m ulheres e às crianças, dado o especial grau de
vulnerabilidade em que se encont ram . Os art s. 6º e 7º da Convenção report am -
se às m ulheres e crianças com deficiência, conferindo especial t rat am ent o a esses
grupos de deficient es.
Vej am os os disposit ivos:
Art igo 6
Mulheres com deficiência
1.Os Est ados Part es reconhecem que as m ulheres e m eninas com deficiência est ão su j e it a s
a m ú lt ipla s for m a s de discr im in a çã o e, port ant o, t om arão m e dida s para assegurar às
m ulheres e m eninas com deficiência o pleno e igual exercício de t odos os direit os hum anos
e liberdades fundam ent ais.
2.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas para assegurar o ple n o
de se n volvim e n t o, o a va n ço e o e m pode r a m e n t o da s m u lhe r e s, a fim de garant ir- lhes

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o exercício e o gozo dos direit os hum anos e liberdades fundam ent ais est abelecidos na
present e Convenção.
Art igo 7
Crianças com deficiência
1.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas necessárias para assegurar às crianças com
deficiência o pleno exercício de t odos os direit os hum anos e liberdades fundam ent ais, em
igualdade de oport unidades com as dem ais crianças.
2.Em t odas as ações relat ivas às crianças com deficiência, o supe r ior in t e r e sse da cr ia n ça
r e ce be r á con side r a çã o pr im or dia l.
3.Os Est ados Part es assegurarão que as crianças com deficiência t enham o direit o de
expressar livrem ent e sua opinião sobre t odos os assunt os que lhes disserem respeit o,
t enham a sua opinião devidam ent e valorizada de acordo com sua idade e m at uridade, em
igualdade de oport unidades com as dem ais crianças, e recebam at endim ent o adequado à
sua deficiência e idade, para que possam exercer t al direit o.

adoção de m edidas visando o pleno


M ULH ERES desenvolvim ent o, avanço e
em poderam ent o das m ulheres

adoção de m edidas t om ando com o


CRI AN ÇAS
prem issa o superior int eresse das crianças.

Tendo em vist a que a não- discrim inação é um dos fundam ent os da Convenção
das Pessoas Port adoras de Deficiência, o art . 9º , arrola diversos inst rum ent os
que podem ser ut ilizados para a conscient ização da com unidade a respeit o do
t em a. Vej am os o disposit ivo:
Art igo 8
Conscient ização
1.Os Est ados Part es se com prom et em a adot ar m edidas im ediat as, efet ivas e apropriadas
para:
a) Con scie n t iza r t oda a socie da de , inclusive as fam ílias, sobre as condições das pessoas
com deficiência e fom ent ar o respeit o pelos direit os e pela dignidade das pessoas com
deficiência;
b) Com ba t e r e st e r e ót ipos, pr e con ce it os e pr á t ica s nocivas em relação a pessoas com
deficiência, inclusive aqueles relacionados a sexo e idade, em t odas as áreas da vida;
c) Prom over a con scie n t iza çã o sobr e a s ca pa cida de s e con t r ibu içõe s da s pe ssoa s
com de ficiê n cia .
2.As m edidas para esse fim incluem :

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a) Lançar e dar cont inuidade a efet ivas ca m pa n ha s de con scie n t iza çã o pú blica s,
dest inadas a:
i) Favorecer at it ude recept iva em relação aos direit os das pessoas com deficiência;
ii) Prom over percepção posit iva e m aior consciência social em relação às pessoas com
deficiência;
iii) Prom over o reconhecim ent o das habilidades, dos m érit os e das capacidades das pessoas
com deficiência e de sua cont ribuição ao local de t rabalho e ao m ercado laboral;
b) Fom e n t a r e m t odos os n íve is do sist e m a e du ca cion a l, incluindo neles t odas as
crianças desde t enra idade, um a at it ude de respeit o para com os direit os das pessoas com
deficiência;
c) I n ce n t iva r t odos os ór gã os da m ídia a ret rat ar as pessoas com deficiência de m aneira
com pat ível com o propósit o da present e Convenção;
d) Pr om ove r pr ogr a m a s de for m a çã o sobr e se nsibiliza çã o a respeit o das pessoas com
deficiência e sobre os direit os das pessoas com deficiência.

Com o int uit o de alcançar a igualdade subst ancial, especialm ent e no que diz
respeit o ao gozo das liberdades, a Convenção disciplina regras de acessibilidade.
Art igo 9
Acessibilidade
1.A fim de possibilit ar às pessoas com deficiência viver de form a independent e e part icipar
plenam ent e de t odos os aspect os da vida, os Est ados Part es t om arão as m edidas
apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o a ce sso, em igualdade de
oport unidades com as dem ais pessoas, a o m e io físico, a o t r a n spor t e , à in for m a çã o e
com u n ica çã o, in clu sive a os sist e m a s e t e cn ologia s da in for m a çã o e com un ica çã o,
be m com o a ou t r os se r viços e in st a la çõe s a be r t os a o pú blico ou de u so pú blico,
t ant o na zona urbana com o na rural. Essas m edidas, que incluirão a ident ificação e a
elim inação de obst áculos e barreiras à acessibilidade, serão aplicadas, ent re out ros, a:
a) Edifícios, rodovias, m eios de t ransport e e out ras inst alações int ernas e ext ernas, inclusive
escolas, residências, inst alações m édicas e local de t rabalho;
b) I nform ações, com unicações e out ros serviços, inclusive serviços elet rônicos e serviços
de em ergência.
2.Os Est ados Part es t am bém t om arão m edidas apropriadas para:
a) Desenvolver, prom ulgar e m onit orar a im plem ent ação de n or m a s e dir e t r ize s m ín im a s
pa r a a a ce ssibilida de da s in st a la çõe s e dos se r viços abert os ao público ou de uso
público;
b) Assegurar que as ent idades privadas que oferecem inst alações e serviços abert os ao
público ou de uso público levem em consideração t odos os aspect os relat ivos à
acessibilidade para pessoas com deficiência;
c) Proporcionar, a t odos os at ores envolvidos, for m a çã o e m r e la çã o à s que st õe s de
a ce ssibilida de com as quais as pessoas com deficiência se confront am ;
d) Dot ar os edifícios e out ras inst alações abert as ao público ou de uso público de
sin a liza çã o e m br a ille e e m for m a t os de fá cil le it ur a e com preensão;
e) Oferecer form as de a ssist ê n cia h um a n a ou a n im a l e se r viços de m e dia dor e s,
incluindo guias, ledores e int érpret es profissionais da língua de sinais, pa r a fa cilit a r o
a ce sso a os e difícios e ou t r a s inst a la çõe s abert as ao público ou de uso público;
f) Pr om ove r ou t r a s for m a s a pr opr ia da s de a ssist ê n cia e a poio a pe ssoa s com
deficiência, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso a inform ações;

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g) Prom over o a ce sso de pe ssoa s com de ficiê n cia a novos sist e m a s e t e cnologia s da
inform ação e com unicação, inclusive à I nt ernet ;
h) Pr om ove r , de sde a fa se in icia l, a con ce pçã o, o de se n volvim e n t o, a pr odu çã o e a
disse m ina çã o de sist e m a s e t e cn ologia s de in for m a çã o e com u n ica çã o, a fim de
qu e e sse s sist e m a s e t e cn ologia s se t or ne m a ce ssíve is a cu st o m ín im o.

M ED I D AS D E CON SCI EN TI ZAÇÃO

• Adoção de norm as e diret rizes m ínim as para acessibilidade às inst alações e


serviços.
• Form ação das pessoas para quest ões afet as à acessibilidade.
• Prom over a sinalização de edifício e inst alações públicas com braille e dem ais
form at os de fácil leit ura e com preensão.
• Criar m ecanism os de assist ência às pessoas com deficiência.
• Prom over o desenvolvim ent o e acesso a t ecnologias que viabilizem o exercício
dos direit os pelas pessoas port adoras de deficiência.

O art . 10 ressalt a o direit o à vida das pessoas com deficiência, nos seguint es
t erm os:
Art igo 10
Direit o à vida
Os Est ados Part es reafirm am que t odo ser hum ano t em o inerent e dir e it o à vida e t om arão
t odas as m edidas necessárias para assegurar o efet ivo exercício desse direit o pelas pessoas
com deficiência, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas.

Vej am os o art . 11:


Art igo 11
Sit uações de risco e em ergências hum anit árias
Em conform idade com suas obrigações decorrent es do direit o int ernacional, inclusive do
direit o hum anit ário int ernacional e do direit o int ernacional dos direit os hum anos, os Est ados
Part es t om a r ã o t oda s a s m e dida s ne ce ssá r ia s pa r a a sse gur a r a pr ot e çã o e a
se gu r a n ça da s pe ssoa s com de ficiê n cia que se e n cont r a r e m e m sit ua çõe s de r isco,
in clu sive sit u a çõe s de conflit o a r m a do, e m e r gê n cia s h u m a n it á r ia s e ocor r ê n cia de
de sa st r e s n a t u r a is.

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Conflit o
arm ado

OS ESTAD OS D EVEM
ASSEGURAR ESPECI AL ATEN ÇÃO Em ergências
ÀS PESSOAS COM D EFI CI ÊN CI A hum anit árias
EM CASO D E

Desast res
nat urais

Art igo 12
Reconhecim ent o igual perant e a lei
1.Os Est ados Part es reafirm am que as pessoas com deficiência t êm o direit o de ser
r e con h e cida s e m qua lque r luga r com o pe ssoa s pe r a n t e a le i.
2.Os Est ados Part es reconhecerão que as pessoas com deficiência gozam de ca pa cida de
le ga l e m igu a lda de de con diçõe s com as dem ais pessoas em t odos os aspect os da vida.
3.Os Est ados Part es t om arão m edidas apropriadas para prover o acesso de pessoas com
deficiência ao apoio que necessit arem no exercício de sua capacidade legal.
4.Os Est ados Part es assegurarão que t odas as m edidas relat ivas ao exercício da capacidade
legal incluam salvaguardas apropriadas e efet ivas para prevenir abusos, em conform idade
com o direit o int ernacional dos direit os hum anos. Essas salvaguardas assegurarão que as
m edidas relat ivas ao exercício da capacidade legal respeit em os direit os, a vont ade e as
preferências da pessoa, sej am isent as de conflit o de int eresses e de influência indevida,
sej am proporcionais e apropriadas às circunst âncias da pessoa, se apliquem pelo período
m ais curt o possível e sej am subm et idas à revisão regular por um a aut oridade ou órgão
j udiciário com pet ent e, independent e e im parcial. As salvaguardas serão proporcionais ao
grau em que t ais m edidas afet arem os direit os e int eresses da pessoa.
5.Os Est ados Part es, suj eit os ao dispost o nest e Art igo, t om arão t odas as m edidas
apropriadas e efet ivas para assegurar às pessoas com deficiência o igua l dir e it o de
possu ir ou h e r da r be n s, de cont r ola r a s pr ópr ia s fina n ça s e de t er igual acesso a
em prést im os bancários, hipot ecas e out ras form as de crédit o financeiro, e assegurarão que
as pessoas com deficiência não sej am arbit rariam ent e dest it uídas de seus bens.

O art . 13 dest aca a realização da igualdade m at erial em relação ao acesso à


Just iça:
Art igo 13
Acesso à j ust iça
1.Os Est ados Part es assegurarão o efet ivo acesso das pessoas com deficiência à j ust iça, em
igualdade de condições com as dem ais pessoas, inclusive m ediant e a provisão de
adapt ações processuais adequadas à idade, a fim de facilit ar o efet ivo papel das pessoas
com deficiência com o part icipant es diret os ou indiret os, inclusive com o t est em unhas, em
t odos os procedim ent os j urídicos, t ais com o invest igações e out ras et apas prelim inares.
2.A fim de assegurar às pessoas com deficiência o efet ivo acesso à j ust iça, os Est ados Part es
prom overão a capacit ação apropriada daqueles que t rabalham na área de adm inist ração da
j ust iça, inclusive a polícia e os funcionários do sist em a penit enciário.

Mesm a garant ia est á previst a em relação à liberdade e segurança:


Art igo 14
Liberdade e segurança da pessoa

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1.Os Est ados Part es assegurarão que as pessoas com deficiência, em igualdade de
oport unidades com as dem ais pessoas:
a) Gozem do direit o à liberdade e à segurança da pessoa; e
b) Não sej am privadas ilegal ou arbit rariam ent e de sua liberdade e que t oda privação de
liberdade est ej a em conform idade com a lei, e que a exist ência de deficiência não j ust ifique
a privação de liberdade.
2.Os Est ados Part es assegurarão que, se pessoas com deficiência forem privadas de
liberdade m ediant e algum processo, elas, em igualdade de oport unidades com as dem ais
pessoas, façam j us a garant ias de acordo com o direit o int ernacional dos direit os hum anos
e sej am t rat adas em conform idade com os obj et ivos e princípios da present e Convenção,
inclusive m ediant e a provisão de adapt ação razoável.

Veda- se t am bém a subm issão das pessoas com deficiência à t ort ura, t rat am ent os
ou penas cruéis, desum anas ou degradant es. Em decorrência, não se perm it e a
ut ilização de t ais pessoas para fins de experim ent os m édicos ou cient íficos se m
livr e con se nt im e nt o.
Art igo 15
Prevenção cont ra t ort ura ou t rat am ent os ou penas cruéis, desum anos ou degradant es
1.N e n h um a pessoa será subm et ida à t or t ur a ou a t r a t a m e n t os ou pe n a s cr u é is,
de sum a n os ou de gr a da n t e s. Em especial, nenhum a pessoa deverá ser suj eit a a
experim ent os m édicos ou cient íficos sem seu livre consent im ent o.
2.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas efet ivas de nat ureza legislat iva,
adm inist rat iva, j udicial ou out ra para evit ar que pessoas com deficiência, do m esm o m odo
que as dem ais pessoas, sej am subm et idas à t ort ura ou a t rat am ent os ou penas cruéis,
desum anos ou degradant es.

Vej am os, ainda, o art . 16:


Art igo 16
Prevenção cont ra a exploração, a violência e o abuso
1.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas de nat ureza legislat iva,
adm inist rat iva, social, educacional e out ras para pr ot e ge r a s pe ssoa s com de ficiê n cia ,
t a n t o de n t r o com o for a do la r , con t r a t oda s a s for m a s de e x plor a çã o, violê n cia e
a buso, in clu in do a spe ct os r e la cion a dos a gê n e r o.
2.Os Est ados Part es t am bém t om arão t odas as m e dida s a pr opr ia da s pa r a pr e ve n ir
t odas as form as de e x plor a çã o, violê n cia e a bu so, assegurando, ent re out ras coisas,
form as apropriadas de at endim ent o e apoio que levem em cont a o gênero e a idade das
pessoas com deficiência e de seus fam iliares e at endent es, inclusive m ediant e a provisão
de inform ação e educação sobre a m aneira de evit ar, reconhecer e denunciar casos de
exploração, violência e abuso. Os Est ados Part es assegurarão que os serviços de prot eção
levem em cont a a idade, o gênero e a deficiência das pessoas.
3.A fim de prevenir a ocorrência de quaisquer form as de exploração, violência e abuso, os
Est ados Part es assegurarão que t odos os pr ogr a m a s e in st a la çõe s de st in a dos a
a t e nde r pe ssoa s com de ficiê ncia sej am efet ivam ent e m onit orados por aut oridades
independent es.
4.Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas para prom over a r e cu pe r a çã o
física , cogn it iva e psicológica , in clu sive m e dia n t e a pr ovisã o de se r viços de
pr ot e çã o, a r e a bilit a çã o e a r e in se r çã o socia l de pe ssoa s com de ficiê n cia qu e for e m
vít im a s de qu a lqu e r for m a de e x plor a çã o, violê n cia ou a bu so. Tais recuperação e
reinserção ocorrerão em am bient es que prom ovam a saúde, o bem - est ar, o aut o- respeit o,

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a dignidade e a aut onom ia da pessoa e levem em consideração as necessidades de gênero
e idade.
5.Os Est ados Part es adot arão leis e polít ica s e fe t iva s, inclusive legislação e polít icas
volt adas para m ulheres e crianças, a fim de a sse gu r a r qu e os ca sos de e x plor a çã o,
violê n cia e a bu so cont r a pe ssoa s com de ficiê n cia se j a m ide n t ifica dos, in ve st iga dos
e , ca so n e ce ssá r io, j u lga dos.

O art . 17 t rat a da prot eção à int egridade física e m ent al das pessoas com
deficiência.
Art igo 17
Prot eção da int egridade da pessoa
Toda pessoa com deficiência t em o direit o a que sua in t e gr ida de física e m e n t a l se j a
r e spe it a da , em igualdade de condições com as dem ais pessoas.

O art . 18 ressalt a dois direit os fundam ent ais, que devem ser assegurados em
igualdade de condições aos deficient es.
Art igo 18
Liberdade de m ovim ent ação e nacionalidade
1.Os Est ados Part es reconhecerão os direit os das pessoas com deficiência à libe r da de de
m ovim e n t a çã o, à liberdade de escolher sua residência e à nacionalidade, em igualdade de
oport unidades com as dem ais pessoas, inclusive assegurando que as pessoas com
deficiência:
a) Tenham o direit o de a dqu ir ir na cion a lida de e m u da r de nacionalidade e não sej am
privadas arbit rariam ent e de sua nacionalidade em razão de sua deficiência.
b) N ã o sej am pr iva da s, por causa de sua deficiência, da com pet ência de obt e r , possu ir
e u t iliza r docu m e n t o com pr ova n t e de su a na ciona lida de ou out ro docum ent o de
ident idade, ou de recorrer a processos relevant es, t ais com o procedim ent os relat ivos à
im igração, que forem necessários para facilit ar o exercício de seu direit o à liberdade de
m ovim ent ação.
c) Tenham libe r da de de sa ir de qu a lqu e r pa ís, inclusive do seu; e
d) N ã o sej am pr iva da s, arbit rariam ent e ou por causa de sua deficiência, do dir e it o de
e n t r a r n o pr ópr io pa ís.
2.As crianças com deficiência serão regist radas im ediat am ent e após o nascim ent o e t erão,
desde o nascim ent o, o direit o a um nom e, o direit o de adquirir nacionalidade e, t ant o quant o
possível, o direit o de conhecer seus pais e de ser cuidadas por eles.

Além de ressalt ar a im port ância de se assegurar às pessoas com deficiência a


inde pe n dê ncia e inclusã o na com unida de , o art . 19 at ribui a responsabilidade
ao Est ado de criar m ecanism os e inst rum ent o que viabilizem a part icipação do
deficient e na com unidade.
Art igo 19
Vida independent e e inclusão na com unidade
Os Est ados Part es dest a Convenção reconhecem o igua l dir e it o de t odas as pessoas com
deficiência de vive r na com un ida de , com a m esm a liberdade de escolha que as dem ais
pessoas, e t om arão m edidas efet ivas e apropriadas para facilit ar às pessoas com deficiência
o pleno gozo desse direit o e sua plena inclusão e part icipação na com unidade, inclusive
assegurando que:

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a) As pessoas com deficiência possam e scolh e r se u loca l de residência e onde e com quem
m orar, em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas, e que não sej am obrigadas
a viver em det erm inado t ipo de m oradia;
b) As pessoas com deficiência t enham a ce sso a u m a va r ie da de de se r viços de a poio
e m dom icílio ou em inst it uições residenciais ou a out ros serviços com unit ários de apoio,
inclusive os serviços de at endent es pessoais que forem necessários com o apoio para que as
pessoas com deficiência vivam e sej am incluídas na com unidade e para evit ar que fiquem
isoladas ou segregadas da com unidade;
c) Os se r viços e in st a la çõe s da com u n ida de pa r a a popu la çã o e m ge r a l e st e j a m
dispon íve is à s pe ssoa s com de ficiê n cia , em igualdade de oport unidades, e at endam às
suas necessidades.
Art igo 20
Mobilidade pessoal
Os Est ados Part es t om arão m edidas efet ivas para assegurar às pessoas com deficiência sua
m obilida de pe ssoa l com a m á x im a in de pe n dê n cia possíve l:
a) Facilit ando a m obilidade pessoal das pessoas com deficiência, na form a e no m om ent o
em que elas quiserem , e a cust o acessível;
b) Facilit ando às pessoas com deficiência o acesso a t ecnologias assist ivas, disposit ivos e
aj udas t écnicas de qualidade, e form as de assist ência hum ana ou anim al e de m ediadores,
inclusive t ornando- os disponíveis a cust o acessível;
c) Propiciando às pessoas com deficiência e ao pessoal especializado um a capacit ação em
t écnicas de m obilidade;
d) I ncent ivando ent idades que produzem aj udas t écnicas de m obilidade, disposit ivos e
t ecnologias assist ivas a levarem em cont a t odos os aspect os relat ivos à m obilidade de
pessoas com deficiência.

M OBI LI D AD E PESSOAL - I N STRUM EN TOS A SEREM AD OTAD OS PELOS


ESTAD OS

• Acesso a t ecnologias
• Aj udas t écnicas
• Assist ência hum ana ou anim al e de m ediadores
• Capacit ação pessoal em t écnias de m obilidade

No exercício da liberdade de expressão e de opinião e acesso à inform ação,


com pet e aos Est ados Part es adot ar m edidas a fim de receber e com part ilhar
inform ações com a com unidade deficient e, por int erm édio de inst rum ent os
adequados, em form at os acessíveis e com a ut ilização de linguagens com o o
braile e a Libra. Além de fornecer e adot ar esses inst rum ent os, com pet e ao
Est ado incent ivar o uso de t ais inform ações na com unidade.
Art igo 21
Liberdade de expressão e de opinião e acesso à inform ação

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Os Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas para assegurar que as pessoas
com deficiência possam exercer seu dir e it o à libe r da de de e x pr e ssã o e opin iã o,
inclusive à liberdade de buscar, receber e com part ilhar inform ações e idéias, em igualdade
de oport unidades com as dem ais pessoas e por int erm édio de t odas as form as de
com unicação de sua escolha, conform e o dispost o no Art igo 2 da present e Convenção, ent re
as quais:
a) For n e ce r , pront am ent e e sem cust o adicional, às pessoas com deficiência, t odas as
in for m a çõe s dest inadas ao público em geral, e m for m a t os a ce ssíve is e t ecnologias
apropriadas aos diferent es t ipos de deficiência;
b) Ace it a r e fa cilit a r , em t râm it es oficiais, o u so de língua s de sina is, br a ille ,
com u n ica çã o a u m e n t a t iva e a lt e r n a t iva , e de t odos os dem ais m eios, m odos e form at os
acessíveis de com unicação, à escolha das pessoas com deficiência;
c) Ur gir a s e n t ida de s pr iva da s que oferecem serviços ao público em geral, inclusive por
m eio da I nt ernet , a fornecer inform ações e serviços em form at os acessíveis, que possam
ser usados por pessoas com deficiência;
d) I n ce n t iva r a m ídia , inclusive os provedores de inform ação pela I nt ernet , a t ornar seus
serviços acessíveis a pessoas com deficiência;
e) Re conhe ce r e pr om ove r o uso de língua s de sina is.

Os art s. 22 e 23 t rat am do respeit o à privacidade e pelo lar e fam ília. A leit ura
dos disposit ivos é suficient e:
Art igo 22
Respeit o à privacidade
1.N e n h um a pessoa com deficiência, qualquer que sej a seu local de residência ou t ipo de
m oradia, est ará su j e it a a in t e r fe r ê n cia a r bit r á r ia ou ile ga l e m sua pr iva cida de ,
fa m ília , la r , cor r e spon dê n cia ou ou t r os t ipos de com u n ica çã o, nem a at aques ilícit os
à sua honra e reput ação. As pessoas com deficiência t êm o direit o à prot eção da lei cont ra
t ais int erferências ou at aques.
2.Os Est ados Part es pr ot e ge r ã o a pr iva cida de dos da dos pe ssoa is e da dos r e la t ivos
à sa ú de e à r e a bilit a çã o de pe ssoa s com de ficiê n cia , em igualdade de condições com
as dem ais pessoas.
Art igo 23
Respeit o pelo lar e pela fam ília
1.Os Est ados Part es t om arão m edidas efet ivas e apropriadas para e lim ina r a
discr im in a çã o con t r a pe ssoa s com de ficiê n cia , em t odos os aspect os relat ivos a
ca sa m e n t o, fa m ília , pa t e r n ida de e r e la ciona m e n t os, em igualdade de condições com
as dem ais pessoas, de m odo a assegurar que:
a) Sej a reconhecido o direit o das pessoas com deficiência, em idade de cont rair m at rim ônio,
de casar- se e est abelecer fam ília, com base no livre e pleno consent im ent o dos
pret endent es;
b) Sej am reconhecidos os direit os das pessoas com deficiência de decidir livre e
responsavelm ent e sobre o núm ero de filhos e o espaçam ent o ent re esses filhos e de t er
acesso a inform ações adequadas à idade e a educação em m at éria de reprodução e de
planej am ent o fam iliar, bem com o os m eios necessários para exercer esses direit os.
c) As pessoas com deficiência, inclusive crianças, conservem sua fert ilidade, em igualdade
de condições com as dem ais pessoas.
2.Os Est ados Part es assegurarão os dir e it os e r e sponsa bilida de s da s pe ssoa s com
de ficiê n cia , r e la t ivos à gu a r da , cu st ódia , cu r a t e la e a doçã o de cr ia n ça s ou

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in st it u içõe s se m e lha n t e s, caso esses conceit os const em na legislação nacional. Em t odos
os casos, prevalecerá o superior int eresse da criança. Os Est ados Part es prest arão a devida
assist ência às pessoas com deficiência para que essas pessoas possam exercer suas
responsabilidades na criação dos filhos.
3.Os Est ados Part es assegurarão que as crianças com deficiência t erão igu a is dir e it os e m
r e la çã o à vida fa m ilia r . Para a realização desses direit os e para evit ar ocult ação,
abandono, negligência e segregação de crianças com deficiência, os Est ados Part es
fornecerão pront am ent e inform ações abrangent es sobre serviços e apoios a crianças com
deficiência e suas fam ílias.
4.Os Est ados Part es assegurarão que um a criança nã o se r á se pa r a da de se u s pa is
con t r a a von t a de de st e s, e x ce t o qua ndo a u t or ida de s com pe t e n t e s, su j e it a s a
con t r ole j u r isdiciona l, de t e r m ina r e m , e m con for m ida de com a s le is e
pr oce dim e n t os a plicá ve is, que a separação é necessária, no superior int eresse da
criança. Em nenhum caso, um a criança será separada dos pais sob alegação de deficiência
da criança ou de um ou am bos os pais. ==0==

5.Os Est ados Part es, no caso em que a fa m ília im e dia t a de u m a cr ia n ça com de ficiê n cia
n ã o t e nh a con diçõe s de cu ida r da cr ia n ça , farão t odo esforço para que cuidados
alt ernat ivos sej am oferecidos por out ros parent es e, se isso não for possível, dent ro de
am bient e fam iliar, na com unidade.

Em relação à educação, prevê o art . 24 a obrigat oriedade de os Est ados adot ares
um sist em a nacional inclusivo, sem discrim inações, em igualdade de condições.
Not a- se, nesse cont ext o, que o Est ado deve incit ar as pessoas com deficiência a
fim de que elas possam desenvolver suas capacidades, dignidade e aut oest im a.
Art igo 24
Educação
1.Os Est ados Part es reconhecem o direit o das pessoas com deficiência à educação. Para
efet ivar esse direit o sem discrim inação e com base na igualdade de oport unidades, os
Est ados Part es assegurarão sist e m a e du ca cion a l in clusivo em t odos os níveis, bem com o
o aprendizado ao longo de t oda a vida, com os seguint es obj e t ivos:
a) O pleno desenvolvim ent o do pot encial hum ano e do senso de dignidade e aut o- est im a,
além do fort alecim ent o do respeit o pelos direit os hum anos, pelas liberdades fundam ent ais
e pela diversidade hum ana;
b) O m áxim o desenvolvim ent o possível da personalidade e dos t alent os e da criat ividade
das pessoas com deficiência, assim com o de suas habilidades físicas e int elect uais;
c) A part icipação efet iva das pessoas com deficiência em um a sociedade livre.
2.Para a realização desse direit o, os Est a dos Pa r t e s a sse gu r a r ã o que:
a) As pessoas com deficiência nã o sej am excluídas do sist em a educacional geral sob
alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não sej am excluídas do ensino
prim ário grat uit o e com pulsório ou do ensino secundário, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam t er acesso ao ensino prim ário inclusivo, de qualidade
e grat uit o, e ao ensino secundário, em igualdade de condições com as dem ais pessoas na
com unidade em que vivem ;
c) Adapt ações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sej am providenciadas;
d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âm bit o do sist em a
educacional geral, com vist as a facilit ar sua efet iva educação;

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e) Medidas de apoio individualizadas e efet ivas sej am adot adas em am bient es que
m axim izem o desenvolvim ent o acadêm ico e social, de acordo com a m et a de inclusão
plena.
3.Os Est ados Part es assegurarão às pessoas com deficiência a possibilidade de adquirir as
com pet ências prát icas e sociais necessárias de m odo a facilit ar às pessoas com deficiência
sua ple na e igu a l pa r t icipa çã o n o sist e m a de e n sin o e n a vida e m com u n ida de . Para
t ant o, os Est ados Part es t om arão m edidas apropriadas, incluindo:
a) Facilit ação do aprendizado do braille, escrit a alt ernat iva, m odos, m eios e form at os de
com unicação aum ent at iva e alt ernat iva, e habilidades de orient ação e m obilidade, além de
facilit ação do apoio e aconselham ent o de pares;
b) Facilit ação do aprendizado da língua de sinais e prom oção da ident idade lingüíst ica da
com unidade surda;
c) Garant ia de que a educação de pessoas, em part icular crianças cegas, surdocegas e
surdas, sej a m inist rada nas línguas e nos m odos e m eios de com unicação m ais adequados
ao indivíduo e em am bient es que favoreçam ao m áxim o seu desenvolvim ent o acadêm ico e
social.
4.A fim de cont ribuir para o exercício desse direit o, os Est ados Part es t om arão m e dida s
a pr opr ia da s pa r a e m pr e ga r pr ofe ssor e s, inclusive professores com deficiência,
habilit ados para o ensino da língua de sinais e/ ou do braille, e para capacit ar profissionais
e equipes at uant es em t odos os níveis de ensino. Essa capacit ação incorporará a
conscient ização da deficiência e a ut ilização de m odos, m eios e form at os apropriados de
com unicação aum ent at iva e alt ernat iva, e t écnicas e m at eriais pedagógicos, com o apoios
para pessoas com deficiência.
5.Os Est ados Part es assegurarão que as pessoas com deficiência possam t er a ce sso a o
e n sin o supe r ior e m ge r a l, t r e in a m e n t o pr ofissiona l de a cor do com sua voca çã o,
e du ca çã o pa r a a du lt os e for m a çã o con t inu a da , sem discrim inação e em igualdade de
condições. Para t ant o, os Est ados Part es assegurarão a provisão de adapt ações razoáveis
para pessoas com deficiência.
Art igo 25
Saúde
Os Est ados Part es reconhecem que as pessoas com deficiência t êm o dir e it o de goza r do
e st a do de sa úde m a is e le va do possíve l, sem discrim inação baseada na deficiência. Os
Est ados Part es t om arão t odas as m edidas apropriadas para assegurar às pessoas com
deficiência o acesso a serviços de saúde, incluindo os serviços de reabilit ação, que levarão
em cont a as especificidades de gênero. Em especial, os Est ados Part es:
a) Oferecerão às pessoas com deficiência pr ogr a m a s e a t e n çã o à sa úde gr a t u it os ou a
cu st os a ce ssíve is da m esm a variedade, qualidade e padrão que são oferecidos às dem ais
pessoas, inclusive na área de saúde sexual e reprodut iva e de program as de saúde pública
dest inados à população em geral;
b) Propiciarão se r viços de sa úde qu e a s pe ssoa s com de ficiê n cia n e ce ssit a m
e spe cifica m e n t e por ca u sa de su a de ficiê n cia , inclusive diagnóst ico e int ervenção
precoces, bem com o serviços proj et ados para reduzir ao m áxim o e prevenir deficiências
adicionais, inclusive ent re crianças e idosos;
c) Propiciarão esses serviços de saúde às pessoas com deficiência, o m ais próxim o possível
de suas com unidades, inclusive na zona rural;
d) Exigirão dos profissionais de saúde que dispensem às pessoas com deficiência a m e sm a
qu a lida de de se r viços dispe nsa da à s de m a is pe ssoa s e, principalm ent e, que obt enham
o consent im ent o livre e esclarecido das pessoas com deficiência concernent es. Para esse
fim , os Est ados Part es realizarão at ividades de form ação e definirão regras ét icas para os

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set ores de saúde público e privado, de m odo a conscient izar os profissionais de saúde acerca
dos direit os hum anos, da dignidade, aut onom ia e das necessidades das pessoas com
deficiência;
e) Pr oibir ã o a discr im in a çã o con t r a pe ssoa s com de ficiê n cia n a pr ovisã o de se gu r o
de sa ú de e se gu r o de vida , caso t ais seguros sej am perm it idos pela legislação nacional,
os quais deverão ser providos de m aneira razoável e j ust a;
f) Prevenirão que se negue, de m aneira discrim inat ória, os serviços de saúde ou de at enção
à saúde ou a adm inist ração de alim ent os sólidos ou líquidos por m ot ivo de deficiência.

Ainda no que diz respeit o à saúde, o art . 26 prevê a adoção de m edidas com o
obj et ivo de conferir plena aut onom ia e capacidade física, m ent al, social e
profissional aos deficient es, com a form ação de profissionais e desenvolvim ent o
de t ecnologias.
Art igo 26
Habilit ação e reabilit ação
1.Os Est ados Part es t om arão m edidas efet ivas e apropriadas, inclusive m ediant e apoio dos
pares, para possibilit ar que as pessoas com deficiência conquist em e conse r ve m o
m á x im o de a u t on om ia e ple na ca pa cida de física , m e n t a l, socia l e pr ofission a l, bem
com o plena inclusão e part icipação em t odos os aspect os da vida. Para t ant o, os Est ados
Part es organizarão, fort alecerão e am pliarão serviços e program as com plet os de habilit ação
e reabilit ação, part icularm ent e nas áreas de saúde, em prego, educação e serviços sociais,
de m odo que esses serviços e program as:
a) Com ecem no est ágio m ais precoce possível e sej am baseados em avaliação
m ult idisciplinar das necessidades e pont os fort es de cada pessoa;
b) Apoiem a part icipação e a inclusão na com unidade e em t odos os aspect os da vida social,
sej am oferecidos volunt ariam ent e e est ej am disponíveis às pessoas com deficiência o m ais
próxim o possível de suas com unidades, inclusive na zona rural.
2.Os Est ados Part es prom overão o de se nvolvim e n t o da ca pa cit a çã o in icia l e
con t in u a da de pr ofission a is e de equipes que at uam nos serviços de habilit ação e
reabilit ação.
3.Os Est ados Part es prom overão a disponibilidade, o conhecim ent o e o uso de disposit ivos
e t e cn ologia s a ssist iva s, pr oj e t a dos pa r a pe ssoa s com de ficiê n cia e relacionados
com a habilit ação e a reabilit ação.

Em relação ao direit o do t rabalho, a Convenção prevê um a série de direit os e


prerrogat ivas a serem im plem ent adas pelo Est ado a fim de garant ir o acesso ao
em prego, m anut enção e livre de quaisquer discrim inações.
Art igo 27
Trabalho e em prego
1.Os Est ados Part es r e con h e ce m o dir e it o da s pe ssoa s com de ficiê n cia a o t r a ba lh o,
e m igu a lda de de opor t u n ida de s com a s de m a is pe ssoa s. Esse direit o abrange o direit o
à oport unidade de se m ant er com um t rabalho de sua livre escolha ou aceit ação no m ercado
laboral, em am bient e de t rabalho que sej a abert o, inclusivo e acessível a pessoas com
deficiência. Os Est ados Part es salvaguardarão e prom overão a realização do direit o ao
t rabalho, inclusive daqueles que t iverem adquirido um a deficiência no em prego, adot ando
m edidas apropriadas, incluídas na legislação, com o fim de, ent re out ros:
a) Pr oibir a discr im in a çã o baseada na deficiência com respeit o a t odas as quest ões
relacionadas com as form as de em prego, inclusive condições de recrut am ent o, cont rat ação

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e adm issão, perm anência no em prego, ascensão profissional e condições seguras e salubres
de t rabalho;
b) Pr ot e ge r os dir e it os da s pe ssoa s com de ficiê n cia , em condições de igualdade com
as dem ais pessoas, às condições j ust as e favoráveis de t rabalho, incluindo iguais
oport unidades e igual rem uneração por t rabalho de igual valor, condições seguras e salubres
de t rabalho, além de reparação de inj ust iças e prot eção cont ra o assédio no t rabalho;
c) Assegurar que as pessoas com deficiência possam e x e r ce r se u s dir e it os t r a ba lh ist a s
e sin dica is, em condições de igualdade com as dem ais pessoas;
d) Possibilit ar às pessoas com deficiência o a ce sso e fe t ivo a pr ogr a m a s de or ie n t a çã o
t é cn ica e pr ofissiona l e a se r viços de coloca çã o n o t r a ba lho e de t r e in a m e n t o
pr ofissiona l e con t inu a do;
e) Prom over opor t u n ida de s de e m pr e go e a sce n sã o pr ofissiona l para pessoas com
deficiência no m ercado de t rabalho, bem com o assist ência na procura, obt enção e
m anut enção do em prego e no ret orno ao em prego;
f) Pr om ove r opor t u n ida de s de t r a ba lh o a ut ôn om o, e m pr e e n de dor ism o,
de se n volvim e n t o de cooperat ivas e est abelecim ent o de negócio próprio;
g) Em pr e ga r pe ssoa s com de ficiê n cia n o se t or público;
h) Pr om ove r o e m pr e go de pe ssoa s com de ficiê n cia n o se t or pr iva do, m ediant e
polít icas e m edidas apropriadas, que poderão incluir program as de ação afirm at iva,
incent ivos e out ras m edidas;
i) Asse gu r a r qu e a da pt a çõe s r a zoá ve is sej am feit as para pessoas com deficiência no
local de t rabalho;
j ) Prom over a aquisição de experiência de t rabalho por pessoas com deficiência no m ercado
abert o de t rabalho;
k) Prom over r e a bilit a çã o pr ofission a l, m a n u t e n çã o do e m pr e go e pr ogr a m a s de
r e t or n o a o t r a ba lh o pa r a pe ssoa s com de ficiê n cia .
2.Os Est ados Part es assegurarão que as pessoas com deficiência não serão m ant idas em
escravidão ou servidão e que serão prot egidas, em igualdade de condições com as dem ais
pessoas, cont ra o t rabalho forçado ou com pulsório.

Ainda, no que diz respeit o aos direit os sociais, vej am os o disposit ivo seguint e:
Art igo 28
Padrão de vida e prot eção social adequados
1.Os Est ados Part es reconhecem o direit o das pessoas com deficiência a um pa dr ã o
a de qua do de vida para si e para suas fam ílias, inclusive a lim e n t a çã o, ve st u á r io e
m or a dia a de qu a dos, bem com o à m e lh or ia con t ín ua de sua s con diçõe s de vida , e
t om arão as providências necessárias para salvaguardar e prom over a realização desse
direit o sem discrim inação baseada na deficiência.
2.Os Est ados Part es reconhecem o direit o das pessoas com deficiência à prot eção social e
ao exercício desse direit o sem discrim inação baseada na deficiência, e t om arão as m edidas
apropriadas para salvaguardar e prom over a realização desse direit o, t ais com o:
a) Assegurar igual acesso de pessoas com deficiência a se r viços de sa n e a m e n t o bá sico
e assegurar o acesso aos serviços, disposit ivos e out ros at endim ent os apropriados para as
necessidades relacionadas com a deficiência;
b) Assegurar o acesso de pessoas com deficiência, part icularm ent e m ulheres, crianças e
idosos com deficiência, a pr ogr a m a s de pr ot e çã o socia l e de r e duçã o da pobr e za ;

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c) Assegurar o acesso de pessoas com deficiência e suas fam ílias em sit uação de pobreza à
assist ência do Est ado em relação a seus gast os ocasionados pela deficiência, inclusive
t reinam ent o adequado, aconselham ent o, aj uda financeira e cuidados de repouso;
d) Assegurar o acesso de pessoas com deficiência a pr ogr a m a s ha bit a cion a is pú blicos;
e) Assegurar igual acesso de pessoas com deficiência a pr ogr a m a s e be n e fícios de
a pose n t a dor ia .

D I REI TOS POLÍ TI COS

• part icipar efet iva e plenam ent e na vida polít ica e pública
• procedim ent os, inst alações e m at eriais e equipam ent os para vot ação
serão apropriados
• prot eção do direit o ao vot o, sem pressões e int im idações
• perm it ir a livre expressão de vont ade part idipação polít ica
• form ação de organizações para represent ar pessoas com deficiência

Art igo 29
Part icipação na vida polít ica e pública
Os Est ados Part es garant irão às pessoas com deficiência direit os polít icos e oport unidade
de exercê- los em condições de igualdade com as dem ais pessoas, e deverão:
a) Assegurar que as pessoas com deficiência possam pa r t icipa r e fe t iva e ple na m e n t e na
vida polít ica e pública , em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas,
diret am ent e ou por m eio de represent ant es livrem ent e escolhidos, incluindo o direit o e a
oport unidade de vot arem e serem vot adas, m ediant e, ent re out ros:
i) Garant ia de que os pr oce dim e n t os, in st a la çõe s e m a t e r ia is e e qu ipa m e n t os pa r a
vot a çã o se r ã o a pr opr ia dos, acessíveis e de fácil com preensão e uso;
ii) Pr ot e çã o do dir e it o da s pe ssoa s com de ficiê n cia a o vot o se cr e t o em eleições e
plebiscit os, sem int im idação, e a candidat ar- se nas eleições, efet ivam ent e ocupar cargos
elet ivos e desem penhar quaisquer funções públicas em t odos os níveis de governo, usando
novas t ecnologias assist ivas, quando apropriado;
iii) Garant ia da livr e e x pr e ssã o de von t a de da s pe ssoa s com de ficiê n cia com o eleit ores
e, para t ant o, sem pre que necessário e a seu pedido, perm issão para que elas sej am
auxiliadas na vot ação por um a pessoa de sua escolha;
b) Pr om ove r at ivam ent e um a m bie n t e e m qu e a s pe ssoa s com de ficiê n cia possa m
pa r t icipa r e fe t iva e ple n a m e n t e na condução das quest ões públicas, sem discrim inação
e em igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas, e encoraj ar sua part icipação nas
quest ões públicas, m ediant e:
i) Part icipação em organizações não- governam ent ais relacionadas com a vida pública e
polít ica do país, bem com o em at ividades e adm inist ração de part idos polít icos;
ii) For m a çã o de or ga n iza çõe s pa r a r e pr e se n t a r pe ssoa s com de ficiê n cia em níveis
int ernacional, regional, nacional e local, bem com o a filiação de pessoas com deficiência a
t ais organizações.

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Ainda quant o aos direit os sociais e cult urais, prevê a Convenção:
Art igo 30
Part icipação na vida cult ural e em recreação, lazer e esport e
1.Os Est ados Part es reconhecem o direit o das pessoas com deficiência de pa r t icipa r na
vida cu lt u r a l, e m igua lda de de opor t u n ida de s com a s de m a is pe ssoa s, e t om arão
t odas as m edidas apropriadas para que as pessoas com deficiência possam :
a) Ter a ce sso a be n s cu lt u r a is em form at os acessíveis;
b) Ter a ce sso a pr ogr a m a s de t e le visã o, cin e m a , t e a t r o e ou t r a s a t ivida de s
cu lt u r a is, em form at os acessíveis; e
c) Ter a ce sso a loca is qu e ofe r e ça m se r viços ou e ve n t os cu lt u r a is, t ais com o t eat ros,
m useus, cinem as, bibliot ecas e serviços t uríst icos, bem com o, t ant o quant o possível, t er
acesso a m onum ent os e locais de im port ância cult ural nacional.
2.Os Est ados Part es t om arão m edidas apropriadas para que as pessoas com deficiência
t enham a opor t u n ida de de de se n volve r e u t iliza r se u pot e n cia l cr ia t ivo, art íst ico e
int elect ual, não som ent e em benefício próprio, m as t am bém para o enriquecim ent o da
sociedade.
3.Os Est ados Part es deverão t om ar t odas as providências, em conform idade com o direit o
int ernacional, para assegurar que a legislação de prot eção dos direit os de propriedade
int elect ual não const it ua barreira excessiva ou discrim inat ória ao acesso de pessoas com
deficiência a bens cult urais.
4.As pessoas com deficiência farão j us, em igualdade de oport unidades com as dem ais
pessoas, a que sua ide n t ida de cu lt u r a l e lin gü íst ica e spe cífica sej a reconhecida e
apoiada, incluindo as línguas de sinais e a cult ura surda.
5.Para que as pessoas com deficiência part icipem , em igualdade de oport unidades com as
dem ais pessoas, de a t ivida de s r e cr e a t iva s, e spor t iva s e de la ze r , os Est ados Part es
t om arão m edidas apropriadas para:
a) I ncent ivar e prom over a m aior part icipação possível das pessoas com deficiência nas
at ividades esport ivas com uns em t odos os níveis;
b) Assegurar que as pessoas com deficiência t enham a oport unidade de organizar,
desenvolver e part icipar em at ividades esport ivas e recreat ivas específicas às deficiências
e, para t ant o, incent ivar a provisão de inst rução, t reinam ent o e recursos adequados, em
igualdade de oport unidades com as dem ais pessoas;
c) Assegurar que as pessoas com deficiência t enham acesso a locais de event os esport ivos,
recreat ivos e t uríst icos;
d) Assegurar que as crianças com deficiência possam , em igualdade de condições com as
dem ais crianças, part icipar de j ogos e at ividades recreat ivas, esport ivas e de lazer, inclusive
no sist em a escolar;
e) Assegurar que as pessoas com deficiência t enham acesso aos serviços prest ados por
pessoas ou ent idades envolvidas na organização de at ividades recreat ivas, t uríst icas,
esport ivas e de lazer.

Com isso finalizam os os disposit ivos da Convenção que report am - se aos direit os
assegurados às pessoas com deficiência, nos disposit ivos que se seguem verem os
diversas regras. Dent re elas, possuem m aior relevância para a nossa prova as
regras pert inent es ao cont role para a im plem ent ação do ext enso rol de direit os
at é ent ão est udados.

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Nesse cont ext o o art . 31 t rat a da im port ância de os Est ados m ant erem ba ncos
e st a t íst icos com inform ações em relação as pessoas port adoras de necessidades
especiais.
Art igo 31
Est at íst icas e colet a de dados
1.Os Est ados Part es colet arão dados apropriados, inclusive est at íst icos e de pesquisas, para
que possam form ular e im plem ent ar polít icas dest inadas a por em prát ica a present e
Convenção. O processo de colet a e m anut enção de t ais dados deverá:
a) Observar as salvaguardas est abelecidas por lei, inclusive pelas leis relat ivas à prot eção
de dados, a fim de assegurar a confidencialidade e o respeit o pela privacidade das pessoas
com deficiência;
b) Observar as norm as int ernacionalm ent e aceit as para prot eger os direit os hum anos, as
liberdades fundam ent ais e os princípios ét icos na colet a de dados e ut ilização de
est at íst icas.
2.As inform ações colet adas de acordo com o dispost o nest e Art igo serão desagregadas, de
m aneira apropriada, e ut ilizadas para avaliar o cum prim ent o, por part e dos Est ados Part es,
de suas obrigações na present e Convenção e para ident ificar e enfrent ar as barreiras com
as quais as pessoas com deficiência se deparam no exercício de seus direit os.
3.Os Est ados Part es assum irão responsabilidade pela dissem inação das referidas
est at íst icas e assegurarão que elas sej am acessíveis às pessoas com deficiência e a out ros.

No que diz respeit o à cooperação int ernacional, vej am os o esquem a seguint e que
dest aca as principais prát icas que devem ser adot adas pela com unidade
int ernacional na prot eção dos direit os das pessoas com deficiência.

COOPERAÇÃO I N TERN ACI ON AL

• program as int ernacionais


• int ercâm bio e com part ilham ent o de inform ações, experiências, program as de
t reinam ent o e m elhores prát icas
• pesquisa e o acesso a conhecim ent os cient íficos e t écnicos
• assist ência t écnica e financeira, especialm ent e para o acesso a t ecnologias
assist ivas

Art igo 32
Cooperação int ernacional
1.Os Est ados Part es reconhecem a im port ância da coope r a çã o int e r na cion a l e de sua
prom oção, em apoio aos esforços nacionais para a consecução do propósit o e dos obj et ivos
da present e Convenção e, sob est e aspect o, adot arão m edidas apropriadas e efet ivas ent re
os Est ados e, de m aneira adequada, em parceria com organizações int ernacionais e
regionais relevant es e com a sociedade civil e, em part icular, com organizações de pessoas
com deficiência. Est as m edidas poderão incluir, ent re out ras:
a) Assegurar que a cooperação int ernacional, incluindo os program as int ernacionais de
desenvolvim ent o, sej am inclusivos e acessíveis para pessoas com deficiência;
b) Facilit ar e apoiar a capacit ação, inclusive por m eio do int ercâm bio e com part ilham ent o
de inform ações, experiências, program as de t reinam ent o e m elhores prát icas;
c) Facilit ar a cooperação em pesquisa e o acesso a conhecim ent os cient íficos e t écnicos;

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d) Propiciar, de m aneira apropriada, assist ência t écnica e financeira, inclusive m ediant e
facilit ação do acesso a t ecnologias assist ivas e acessíveis e seu com part ilham ent o, bem
com o por m eio de t ransferência de t ecnologias.
2.O dispost o nest e Art igo se aplica sem prej uízo das obrigações que cabem a cada Est ado
Part e em decorrência da present e Convenção.

I nt ernam ent e, a Convenção será im plem ent ada por int erm édio dos Governos,
que criarão um cent ro específico para t rat am ent o do assunt o e im plem ent ação
das regras previst as. Adem ais, é necessário viabilizar e est rut urar o sist em a
adm inist rat ivo e j urídico dos países signat ários a fim de efet ivar os direit os e
garant ias das pessoas com deficiência.
Art igo 33
I m plem ent ação e m onit oram ent o nacionais
1.Os Est ados Part es, de acordo com seu sist em a organizacional, designarão um ou m ais de
um pon t o foca l n o â m bit o do Gove r n o pa r a a ssu nt os r e la ciona dos com a
im ple m e n t a çã o da pr e se n t e Con ve n çã o e darão a devida consideração ao
est abelecim ent o ou designação de um m ecanism o de coordenação no âm bit o do Governo,
a fim de facilit ar ações correlat as nos diferent es set ores e níveis.
2.Os Est ados Part es, em conform idade com seus sist e m a s j u r ídico e a dm in ist r a t ivo,
m a n t e r ã o, for t a le ce r ã o, de signa r ã o ou e st a be le ce r ã o e st r u t u r a , in clu in do u m ou
m a is de um m e ca n ism o inde pe n de n t e , de m a n e ir a a pr opr ia da , pa r a pr om ove r ,
pr ot e ge r e m on it or a r a im ple m e n t a çã o da pr e se nt e Con ve nçã o. Ao designar ou
est abelecer t al m ecanism o, os Est ados Part es levarão em cont a os princípios relat ivos ao
st at us e funcionam ent o das inst it uições nacionais de prot eção e prom oção dos direit os
hum anos.
3.A sociedade civil e, part icularm ent e, as pessoas com deficiência e suas or ga n iza çõe s
r e pr e se n t a t iva s serão envolvidas e pa r t icipa r ã o ple n a m e n t e n o pr oce sso de
m on it or a m e n t o.

Para fins da nossa prova, um a rápida leit ura do art . 34, que t rat a do Com it ê, é
suficient e.
Art igo 34
Com it ê sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência
1.Um Com it ê sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência ( doravant e denom inado
" Com it ê" ) será est abelecido, para desem penhar as funções aqui definidas.
2.O Com it ê será const it uído, quando da ent rada em vigor da present e Convenção, de 12
perit os. Quando a present e Convenção alcançar 60 rat ificações ou adesões, o Com it ê será
acrescido em seis m em bros, perfazendo o t ot al de 18 m em bros.
3.Os m em bros do Com it ê at uarão a t ít ulo pessoal e apresent arão elevada post ura m oral,
com pet ência e experiência reconhecidas no cam po abrangido pela present e Convenção. Ao
designar seus candidat os, os Est ados Part es são inst ados a dar a devida consideração ao
dispost o no Art igo 4.3 da present e Convenção.
4.Os m em bros do Com it ê serão eleit os pelos Est ados Part es, observando- se um a
dist ribuição geográfica eqüit at iva, represent ação de diferent es form as de civilização e dos
principais sist em as j urídicos, represent ação equilibrada de gênero e part icipação de perit os
com deficiência.
5.Os m em bros do Com it ê serão eleit os por vot ação secret a em sessões da Conferência dos
Est ados Part es, a part ir de um a list a de pessoas designadas pelos Est ados Part es ent re seus

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nacionais. Nessas sessões, cuj o quorum será de dois t erços dos Est ados Part es, os
candidat os eleit os para o Com it ê serão aqueles que obt iverem o m aior núm ero de vot os e
a m aioria absolut a dos vot os dos represent ant es dos Est ados Part es present es e vot ant es.
6.A prim eira eleição será realizada, o m ais t ardar, at é seis m eses após a dat a de ent rada
em vigor da present e Convenção. Pelo m enos quat ro m eses ant es de cada eleição, o
Secret ário- Geral das Nações Unidas dirigirá cart a aos Est ados Part es, convidando- os a
subm et er os nom es de seus candidat os no prazo de dois m eses. O Secret ário- Geral,
subseqüent em ent e, preparará list a em ordem alfabét ica de t odos os candidat os
apresent ados, indicando que foram designados pelos Est ados Part es, e subm et erá essa list a
aos Est ados Part es da present e Convenção.
7.Os m em bros do Com it ê serão eleit os para m andat o de quat ro anos, podendo ser
candidat os à reeleição um a única vez. Cont udo, o m andat o de seis dos m em bros eleit os na
prim eira eleição expirará ao fim de dois anos; im ediat am ent e após a prim eira eleição, os
nom es desses seis m em bros serão selecionados por sort eio pelo president e da sessão a que
se refere o parágrafo 5 dest e Art igo.
8.A eleição dos seis m em bros adicionais do Com it ê será realizada por ocasião das eleições
regulares, de acordo com as disposições pert inent es dest e Art igo.
9.Em caso de m ort e, dem issão ou declaração de um m em bro de que, por algum m ot ivo,
não poderá cont inuar a exercer suas funções, o Est ado Part e que o t iver indicado designará
um out ro perit o que t enha as qualificações e sat isfaça aos requisit os est abelecidos pelos
disposit ivos pert inent es dest e Art igo, para concluir o m andat o em quest ão.
10.O Com it ê est abelecerá suas próprias norm as de procedim ent o.
11.O Secret ário- Geral das Nações Unidas proverá o pessoal e as inst alações necessários
para o efet ivo desem penho das funções do Com it ê segundo a present e Convenção e
convocará sua prim eira reunião.
12.Com a aprovação da Assem bléia Geral, os m em bros do Com it ê est abelecido sob a
present e Convenção receberão em olum ent os dos recursos das Nações Unidas, sob t erm os
e condições que a Assem bléia possa decidir, t endo em vist a a im port ância das
responsabilidades do Com it ê.
13.Os m em bros do Com it ê t erão direit o aos privilégios, facilidades e im unidades dos perit os
em m issões das Nações Unidas, em conform idade com as disposições pert inent es da
Convenção sobre Privilégios e I m unidades das Nações Unidas.

Vej am os, em seguida, os art s. 35 a 40, que t rat am sobre o t em a.


Art igo 35
Relat órios dos Est ados Part es
1.Cada Est ado Part e, por int erm édio do Secret ário- Geral das Nações Unidas, subm et erá
r e la t ór io abrangent e sobre as m edidas adot adas em cum prim ent o de suas obrigações
est abelecidas pela present e Convenção e sobre o progresso alcançado nesse aspect o, dent ro
do período de dois anos após a ent rada em vigor da present e Convenção para o Est ado
Part e concernent e.
2.Depois disso, os Est ados Part es subm et erão relat órios subseqüent es, ao m enos a cada
quat ro anos, ou quando o Com it ê o solicit ar.
3.O Com it ê det erm inará as diret rizes aplicáveis ao t eor dos relat órios.
4.Um Est ado Part e que t iver subm et ido ao Com it ê um relat ório inicial abrangent e não
precisará, em relat órios subseqüent es, repet ir inform ações j á apresent adas. Ao elaborar os
relat órios ao Com it ê, os Est ados Part es são inst ados a fazê- lo de m aneira franca e
t ransparent e e a levar em consideração o dispost o no Art igo 4.3 da present e Convenção.

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5.Os relat órios poderão apont ar os fat ores e as dificuldades que t iverem afet ado o
cum prim ent o das obrigações decorrent es da present e Convenção.
Art igo 36
Consideração dos relat órios
1.Os relat órios se r ã o con side r a dos pe lo Com it ê , que fará as sugest ões e recom endações
gerais que j ulgar pert inent es e as t ransm it irá aos respect ivos Est ados Part es. O Est ado Part e
poderá responder ao Com it ê com as inform ações que j ulgar pert inent es. O Com it ê poderá
pedir inform ações adicionais ao Est ados Part es, referent es à im plem ent ação da present e
Convenção.
2.Se um Est ado Part e at rasar consideravelm ent e a ent rega de seu relat ório, o Com it ê
poderá not ificar esse Est ado de que exam inará a aplicação da present e Convenção com
base em inform ações confiáveis de que disponha, a m enos que o relat ório devido sej a
apresent ado pelo Est ado dent ro do período de t rês m eses após a not ificação. O Com it ê
convidará o Est ado Part e int eressado a part icipar desse exam e. Se o Est ado Part e responder
ent regando seu relat ório, aplicar- se- á o dispost o no parágrafo 1 do present e art igo.
3.O Secret ário- Geral das Nações Unidas colocará os relat órios à disposição de t odos os
Est ados Part es.
4.Os Est ados Part es t ornarão seus relat órios am plam ent e disponíveis ao público em seus
países e facilit arão o acesso à possibilidade de sugest ões e de recom endações gerais a
respeit o desses relat órios.
5.O Com it ê t ransm it irá às agências, fundos e program as especializados das Nações Unidas
e a out ras organizações com pet ent es, da m aneira que j ulgar apropriada, os relat órios dos
Est ados Part es que cont enham dem andas ou indicações de necessidade de consult oria ou
de assist ência t écnica, acom panhados de event uais observações e sugest ões do Com it ê em
relação às referidas dem andas ou indicações, a fim de que possam ser consideradas.
Art igo 37
Cooperação ent re os Est ados Part es e o Com it ê
1.Ca da Est a do Pa r t e coope r a r á com o Com it ê e auxiliará seus m em bros no desem penho
de seu m andat o.
2.Em suas relações com os Est ados Part es, o Com it ê dará a devida consideração aos m eios
e m odos de aprim orar a capacidade de cada Est ado Part e para a im plem ent ação da present e
Convenção, inclusive m ediant e cooperação int ernacional.
Art igo 38
Relações do Com it ê com out ros órgãos
A fim de prom over a efet iva im plem ent ação da present e Convenção e de incent ivar a
cooperação int ernacional na esfera abrangida pela present e Convenção:
a) As agências especializadas e out ros órgãos das Nações Unidas t erão o direit o de se fazer
represent ar quando da consideração da im plem ent ação de disposições da present e
Convenção que disserem respeit o aos seus respect ivos m andat os. O Com it ê poderá convidar
as agências especializadas e out ros órgãos com pet ent es, segundo j ulgar apropriado, a
oferecer consult oria de perit os sobre a im plem ent ação da Convenção em áreas pert inent es
a seus respect ivos m andat os. O Com it ê poderá convidar agências especializadas e out ros
órgãos das Nações Unidas a apresent ar relat órios sobre a im plem ent ação da Convenção em
áreas pert inent es às suas respect ivas at ividades;
b) No desem penho de seu m andat o, o Com it ê consult ará, de m aneira apropriada, out ros
órgãos pert inent es inst it uídos ao am paro de t rat ados int ernacionais de direit os hum anos, a
fim de assegurar a consist ência de suas respect ivas diret rizes para a elaboração de

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relat órios, sugest ões e recom endações gerais e de evit ar duplicação e superposição no
desem penho de suas funções.
Art igo 39
Relat ório do Com it ê
A cada dois anos, o Com it ê subm e t e r á à Asse m blé ia Ge r a l e a o Con se lh o Econ ôm ico
e Socia l um r e la t ór io de su a s a t ivida de s e poderá fazer sugest ões e recom endações
gerais baseadas no exam e dos relat órios e nas inform ações recebidas dos Est ados Part es.
Est as sugest ões e recom endações gerais serão incluídas no relat ório do Com it ê,
acom panhadas, se houver, de com ent ários dos Est ados Part es.
Art igo 40
Conferência dos Est ados Part es
1.Os Est ados Part es reunir- se- ão regularm ent e em Conferência dos Est ados Part es a fim de
considerar m at érias relat ivas à im plem ent ação da present e Convenção.
2.O Secret ário- Geral das Nações Unidas convocará, dent ro do período de seis m eses após
a ent rada em vigor da present e Convenção, a Conferência dos Est ados Part es. As reuniões
subseqüent es serão convocadas pelo Secret ário- Geral das Nações Unidas a cada dois anos
ou conform e a decisão da Conferência dos Est ados Part es.

Quant o às regras finais, façam os um a rápida leit ura:


Art igo 41
Deposit ário
O Secret ário- Geral das Nações Unidas será o deposit ário da present e Convenção.
Art igo 42
Assinat ura
A present e Convenção será abert a à assinat ura de t odos os Est ados e organizações de
int egração regional na sede das Nações Unidas em Nova York, a part ir de 30 de m arço de
2007.
Art igo 43
Consent im ent o em com prom et er- se
A present e Convenção será subm et ida à rat ificação pelos Est ados signat ários e à
confirm ação form al por organizações de int egração regional signat árias. Ela est ará abert a
à adesão de qualquer Est ado ou organização de int egração regional que não a houver
assinado.
Art igo 44
Organizações de int egração regional
1." Organização de int egração regional" será ent endida com o organização const it uída por
Est ados soberanos de det erm inada região, à qual seus Est ados m em bros t enham delegado
com pet ência sobre m at éria abrangida pela present e Convenção. Essas organizações
declararão, em seus docum ent os de confirm ação form al ou adesão, o alcance de sua
com pet ência em relação à m at éria abrangida pela present e Convenção. Subseqüent em ent e,
as organizações inform arão ao deposit ário qualquer alt eração subst ancial no âm bit o de sua
com pet ência.
2.As referências a "Est ados Part es" na present e Convenção serão aplicáveis a essas
organizações, nos lim it es da com pet ência dest as.

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3.Para os fins do parágrafo 1 do Art igo 45 e dos parágrafos 2 e 3 do Art igo 47, nenhum
inst rum ent o deposit ado por organização de int egração regional será com put ado.
4.As organizações de int egração regional, em m at érias de sua com pet ência, poderão
exercer o direit o de vot o na Conferência dos Est ados Part es, t endo direit o ao m esm o núm ero
de vot os quant o for o núm ero de seus Est ados m em bros que forem Part es da present e
Convenção. Essas organizações não exercerão seu direit o de vot o, se qualquer de seus
Est ados m em bros exercer seu direit o de vot o, e vice- versa.
Art igo 45
Ent rada em vigor
1.A present e Convenção ent rará em vigor no t rigésim o dia após o depósit o do vigésim o
inst rum ent o de rat ificação ou adesão.
2.Para cada Est ado ou organização de int egração regional que rat ificar ou form alm ent e
confirm ar a present e Convenção ou a ela aderir após o depósit o do referido vigésim o
inst rum ent o, a Convenção ent rará em vigor no t rigésim o dia a part ir da dat a em que esse
Est ado ou organização t enha deposit ado seu inst rum ent o de rat ificação, confirm ação form al
ou adesão.
Art igo 46
Reservas
1.Não serão perm it idas reservas incom pat íveis com o obj et o e o propósit o da present e
Convenção.
2.As reservas poderão ser ret iradas a qualquer m om ent o.
Art igo 47
Em endas
1.Qualquer Est ado Part e poderá propor em endas à present e Convenção e subm et ê- las ao
Secret ário- Geral das Nações Unidas. O Secret ário- Geral com unicará aos Est ados Part es
quaisquer em endas propost as, solicit ando- lhes que o not ifiquem se são favoráveis a um a
Conferência dos Est ados Part es para considerar as propost as e t om ar decisão a respeit o
delas. Se, at é quat ro m eses após a dat a da referida com unicação, pelo m enos um t erço dos
Est ados Part es se m anifest ar favorável a essa Conferência, o Secret ário- Geral das Nações
Unidas convocará a Conferência, sob os auspícios das Nações Unidas. Qualquer em enda
adot ada por m aioria de dois t erços dos Est ados Part es present es e vot ant es será subm et ida
pelo Secret ário- Geral à aprovação da Assem bléia Geral das Nações Unidas e,
post eriorm ent e, à aceit ação de t odos os Est ados Part es.
2.Qualquer em enda adot ada e aprovada conform e o dispost o no parágrafo 1 do present e
art igo ent rará em vigor no t rigésim o dia após a dat a na qual o núm ero de inst rum ent os de
aceit ação t enha at ingido dois t erços do núm ero de Est ados Part es na dat a de adoção da
em enda. Post eriorm ent e, a em enda ent rará em vigor para t odo Est ado Part e no t rigésim o
dia após o depósit o por esse Est ado do seu inst rum ent o de aceit ação. A em enda será
vinculant e som ent e para os Est ados Part es que a t iverem aceit ado.
3.Se a Conferência dos Est ados Part es assim o decidir por consenso, qualquer em enda
adot ada e aprovada em conform idade com o dispost o no parágrafo 1 dest e Art igo,
relacionada exclusivam ent e com os art igos 34, 38, 39 e 40, ent rará em vigor para t odos os
Est ados Part es no t rigésim o dia a part ir da dat a em que o núm ero de inst rum ent os de
aceit ação deposit ados t iver at ingido dois t erços do núm ero de Est ados Part es na dat a de
adoção da em enda.
Art igo 48
Denúncia

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Qualquer Est ado Part e poderá denunciar a present e Convenção m ediant e not ificação por
escrit o ao Secret ário- Geral das Nações Unidas. A denúncia t ornar- se- á efet iva um ano após
a dat a de recebim ent o da not ificação pelo Secret ário- Geral.
Art igo 49
Form at os acessíveis
O t ext o da present e Convenção será colocado à disposição em form at os acessíveis.
Art igo 50
Text os aut ênt icos
Os t ext os em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo da present e Convenção serão
igualm ent e aut ênt icos.
EM FÉ DO QUE os plenipot enciários abaixo assinados, devidam ent e aut orizados para t ant o
por seus respect ivos Governos, firm aram a present e Convenção.

Prot ocolo Facult at ivo da Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência
PROTOCOLO FACULTATI VO À CON VEN ÇÃO SOBRE OS D I REI TOS D AS PESSOAS
COM D EFI CI ÊN CI A
Os Est ados Part es do present e Prot ocolo acordaram o seguint e:
Art igo 1
1.Qualquer Est ado Part e do present e Prot ocolo ( “ Est ado Part e” ) reconhece a com pet ência
do Com it ê sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência ( “ Com it ê” ) para receber e
considerar com u n ica çõe s su bm e t ida s por pe ssoa s ou gr u pos de pe ssoa s, ou e m
n om e de le s, su j e it os à sua j ur isdiçã o, a le ga n do se r e m vít im a s de viola çã o da s
disposiçõe s da Con ve n çã o pe lo r e fe r ido Est a do Pa r t e .
2.O Com it ê n ã o receberá com unicação referent e a qualquer Est a do Pa r t e qu e n ã o se j a
signa t á r io do pr e se n t e Pr ot ocolo.
Art igo 2
O Com it ê considerará in a dm issíve l a com u nica çã o quando:
a) A com unicação for a n ôn im a ;
b) A com unicação const it uir a buso do dir e it o de subm et er t ais com unicações ou for
in com pa t íve l com a s disposiçõe s da Con ve n çã o;
c) A m esm a m at éria j á t e n ha sido e x a m ina da pe lo Com it ê ou t enha sido ou est iver
sendo exam inada sob out ro procedim ent o de invest igação ou resolução int ernacional;
d) N ã o t e nh a m sido e sgot a dos t odos os r e cu r sos in t e r n os disponíveis, sa lvo no caso
em que a t ram it ação desses recursos se pr olon gu e in j u st ifica da m e n t e , ou se j a
im pr ová ve l qu e se obt e n ha com e le s solu çã o e fe t iva ;
e) A com unicação est iver pr e ca r ia m e n t e funda m e n t a da ou n ã o for su ficie nt e m e n t e
su bst a n cia da ; ou
f) Os fa t os qu e m ot iva r a m a com u n ica çã o t e n ha m ocor r ido a n t e s da e nt r a da e m
vigor do pr e se n t e Pr ot ocolo para o Est ado Part e em apreço, salvo se os fat os
cont inuaram ocorrendo após aquela dat a.
Art igo 3
Suj eit o ao dispost o no Art igo 2 do present e Prot ocolo, o Com it ê levará confidencialm ent e
ao conhecim ent o do Est ado Part e concernent e qualquer com unicação subm et ida ao Com it ê.
D e n t r o do pe r íodo de se is m e se s, o Est a do con ce r n e n t e subm e t e r á a o Com it ê

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e x plica çõe s ou de cla r a çõe s por escrit o, esclarecendo a m at éria e a event ual solução
adot ada pelo referido Est ado.
Art igo 4
1.A qualquer m om ent o após receber um a com unicação e ant es de decidir o m érit o dessa
com unicação, o Com it ê poderá t ransm it ir ao Est ado Part e concernent e, para sua urgent e
consideração, um pedido para que o Est ado Part e t om e as m edidas de nat ureza caut elar
que forem necessárias para evit ar possíveis danos irreparáveis à vít im a ou às vít im as da
violação alegada.
2.O exercício pelo Com it ê de suas faculdades discricionárias em virt ude do parágrafo 1 do
present e Art igo não im plicará prej uízo algum sobre a adm issibilidade ou sobre o m érit o da
com unicação.
Art igo 5
O Com it ê realizará sessões fechadas para exam inar com unicações a ele subm et idas em
conform idade com o present e Prot ocolo. D e pois de e x a m ina r um a com u nica çã o, o
Com it ê e nvia r á sua s su ge st õe s e r e com e n da çõe s, se h ou ve r , a o Est a do Pa r t e
con ce r n e nt e e a o r e qu e r e n t e .
Art igo 6
1.Se receber inform ação confiável indicando que um Est ado Part e est á com e t e n do
viola çã o gr a ve ou sist e m á t ica de dir e it os est abelecidos na Convenção, o Com it ê
convidará o referido Est ado Part e a colaborar com a verificação da inform ação e, para t ant o,
a subm et er suas observações a respeit o da inform ação em paut a.
2.Levando em cont a quaisquer observações que t enham sido subm et idas pelo Est ado Part e
concernent e, bem com o quaisquer out ras inform ações confiáveis em poder do Com it ê, est e
poderá designar um ou m ais de seus m em bros para realizar invest igação e apresent ar, em
carát er de urgência, relat ório ao Com it ê. Caso se j ust ifique e o Est ado Part e o consint a, a
invest igação poderá incluir um a visit a ao t errit ório desse Est ado.
3.Após exam inar os result ados da invest igação, o Com it ê os com unicará ao Est ado Part e
concernent e, acom panhados de event uais com ent ários e recom endações.
4.Dent ro do período de seis m eses após o recebim ent o dos result ados, com ent ários e
recom endações t ransm it idos pelo Com it ê, o Est ado Part e concernent e subm et erá suas
observações ao Com it ê.
5.A referida invest igação será realizada confidencialm ent e e a cooperação do Est ado Part e
será solicit ada em t odas as fases do processo.
Art igo 7
1.O Com it ê poderá convidar o Est ado Part e concernent e a incluir em seu relat ório,
subm et ido em conform idade com o dispost o no Art igo 35 da Convenção, porm enores a
respeit o das m edidas t om adas em conseqüência da invest igação realizada em conform idade
com o Art igo 6 do present e Prot ocolo.
2.Caso necessário, o Com it ê poderá, encerrado o período de seis m eses a que se refere o
parágrafo 4 do Art igo 6, convidar o Est ado Part e concernent e a inform ar o Com it ê a respeit o
das m edidas t om adas em conseqüência da referida invest igação.
Art igo 8
Qualquer Est ado Part e poderá, quando da assinat ura ou rat ificação do present e Prot ocolo
ou de sua adesão a ele, declarar que não reconhece a com pet ência do Com it ê, a que se
referem os Art igos 6 e 7.

Vej am os, finalm ent e, as dem ais regras relat ivas ao Prot ocolo, que são de m enor
im port ância.

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Art igo 9
O Secret ário- Geral das Nações Unidas será o deposit ário do present e Prot ocolo.
Art igo 10
O present e Prot ocolo será abert o à assinat ura dos Est ados e organizações de int egração
regional signat ários da Convenção, na sede das Nações Unidas em Nova York, a part ir de
30 de m arço de 2007.
Art igo 11
O present e Prot ocolo est ará suj eit o à rat ificação pelos Est ados signat ários do present e
Prot ocolo que t iverem rat ificado a Convenção ou aderido a ela. Ele est ará suj eit o à
confirm ação form al por organizações de int egração regional signat árias do present e
Prot ocolo que t iverem form alm ent e confirm ado a Convenção ou a ela aderido. O Prot ocolo
ficará abert o à adesão de qualquer Est ado ou organização de int egração regional que t iver
rat ificado ou form alm ent e confirm ado a Convenção ou a ela aderido e que não t iver assinado
o Prot ocolo.
Art igo 12
1.“ Organização de int egração regional” será ent endida com o organização const it uída por
Est ados soberanos de det erm inada região, à qual seus Est ados m em bros t enham delegado
com pet ência sobre m at éria abrangida pela Convenção e pelo present e Prot ocolo. Essas
organizações declararão, em seus docum ent os de confirm ação form al ou adesão, o alcance
de sua com pet ência em relação à m at éria abrangida pela Convenção e pelo present e
Prot ocolo. Subseqüent em ent e, as organizações inform arão ao deposit ário qualquer
alt eração subst ancial no alcance de sua com pet ência.
2.As referências a “ Est ados Part es” no present e Prot ocolo serão aplicáveis a essas
organizações, nos lim it es da com pet ência de t ais organizações.
3.Para os fins do parágrafo 1 do Art igo 13 e do parágrafo 2 do Art igo 15, nenhum
inst rum ent o deposit ado por organização de int egração regional será com put ado.
4.As organizações de int egração regional, em m at érias de sua com pet ência, poderão
exercer o direit o de vot o na Conferência dos Est ados Part es, t endo direit o ao m esm o núm ero
de vot os que seus Est ados m em bros que forem Part es do present e Prot ocolo. Essas
organizações não exercerão seu direit o de vot o se qualquer de seus Est ados m em bros
exercer seu direit o de vot o, e vice- versa.
Art igo 13
1.Suj eit o à ent rada em vigor da Convenção, o present e Prot ocolo ent rará em vigor no
t rigésim o dia após o depósit o do décim o inst rum ent o de rat ificação ou adesão.
2.Para cada Est ado ou organização de int egração regional que rat ificar ou form alm ent e
confirm ar o present e Prot ocolo ou a ele aderir depois do depósit o do décim o inst rum ent o
dessa nat ureza, o Prot ocolo ent rará em vigor no t rigésim o dia a part ir da dat a em que esse
Est ado ou organização t enha deposit ado seu inst rum ent o de rat ificação, confirm ação form al
ou adesão.
Art igo 14
1.Não serão perm it idas reservas incom pat íveis com o obj et o e o propósit o do present e
Prot ocolo.
2.As reservas poderão ser ret iradas a qualquer m om ent o.
Art igo 15
1.Qualquer Est ado Part e poderá propor em endas ao present e Prot ocolo e subm et ê- las ao
Secret ário- Geral das Nações Unidas. O Secret ário- Geral com unicará aos Est ados Part es

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quaisquer em endas propost as, solicit ando- lhes que o not ifiquem se são favoráveis a um a
Conferência dos Est ados Part es para considerar as propost as e t om ar decisão a respeit o
delas. Se, at é quat ro m eses após a dat a da referida com unicação, pelo m enos um t erço dos
Est ados Part es se m anifest ar favorável a essa Conferência, o Secret ário- Geral das Nações
Unidas convocará a Conferência, sob os auspícios das Nações Unidas. Qualquer em enda
adot ada por m aioria de dois t erços dos Est ados Part es present es e vot ant es será subm et ida
pelo Secret ário- Geral à aprovação da Assem bléia Geral das Nações Unidas e,
post eriorm ent e, à aceit ação de t odos os Est ados Part es.
2.Qualquer em enda adot ada e aprovada conform e o dispost o no parágrafo 1 do present e
art igo ent rará em vigor no t rigésim o dia após a dat a na qual o núm ero de inst rum ent os de
aceit ação t enha at ingido dois t erços do núm ero de Est ados Part es na dat a de adoção da
em enda. Post eriorm ent e, a em enda ent rará em vigor para t odo Est ado Part e no t rigésim o
dia após o depósit o por esse Est ado do seu inst rum ent o de aceit ação. A em enda será
vinculant e som ent e para os Est ados Part es que a t iverem aceit ado.
Art igo 16
Qualquer Est ado Part e poderá denunciar o present e Prot ocolo m ediant e not ificação por
escrit o ao Secret ário- Geral das Nações Unidas. A denúncia t ornar- se- á efet iva um ano após
a dat a de recebim ent o da not ificação pelo Secret ário- Geral.
Art igo 17
O t ext o do present e Prot ocolo será colocado à disposição em form at os acessíveis.
Art igo 18
Os t ext os em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo e do present e Prot ocolo serão
igualm ent e aut ênt icos.
EM FÉ DO QUE os plenipot enciários abaixo assinados, devidam ent e aut orizados para t ant o
por seus respect ivos governos, firm aram o present e Prot ocolo.

3 - Pr ot e çã o Con st it u cion a l

3 .1 - Ar t . 7 º , X XXI
A CF, no art . 1º , ao t rat ar dos fundam ent os da República, enuncia, ent re out ros
fundam ent os, os valores sociais do t rabalho e da livre iniciat iva ( inc. I V) .
Adem ais, no art . 170, ressalt a que a busca pelo pleno em prego const it ui princípio
da ordem econôm ica.

• a im port ância que a CF conferiu ao t rabalho; e


ESSES D I SPOSI TI VOS • a necessidade de conj ugá- los harm onicam ent e com
EVI D EN CI AM as at ividades da iniciat iva privada e a ordem
econôm ica.

O t rabalho est á int rinsecam ent e relacionado com a ordem econôm ica e com os
princípios capit alist as que regem a sociedade brasileira e, em razão de fat ores
hist óricos, o t rabalhador ocupa um a posição desprivilegiada nessa relação. Por
cont a disso, criam - se direit os, os quais t êm por função precípua à prot eção
desses t rabalhadores.
Essa prot eção, conform e indica a CF, deve ser equilibrada, pois livre iniciat iva e
t rabalho const it uem , am bos, fundam ent os da república. Assim , não se adm it e o

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sist em a produt ivo capit alist a da Revolução I ndust rial. Do m esm o m odo, a
prot eção ao t rabalho não pode ser excessiva a pont o de criar barreiras
inst ransponíveis à iniciat iva privada e ao desenvolvim ent o econôm ico brasileiro.
Esse é o cont ext o que a CF t om a com o pressupost o ao prescrever um a série de
direit os sociais.
Os dir e it os t r a ba lhist a s são espécie de direit os sociais e vêm dispost os no art .
7º , da CRFB, considerados pela dout rina com o direit os de 2 ª D im e nsã o.
Por exigirem prest ações posit ivas, a efet ividade de um direit o social im plica
necessariam ent e a alocação de recursos por part e do Est ado. Assim , diz- se que
os direit os sociais exigem um cust o elevado de im plem ent ação e esbarram nas
lim it ações orçam ent árias est at ais, o que t orna esses direit os m enos efet ivos
quando com parados aos direit os de liberdade e de propriedade, por exem plo.
Especificam ent e quant o ao est udo da pessoa com deficiência é relevant e
conhecer o art . 7º , XXXI , da CF:
Art . 7º São direit os dos t rabalhadores urbanos e rurais, além de out ros que visem à m elhoria
de sua condição social:
XXXI - proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de adm issão do
t rabalhador port ador de deficiência;

Novam ent e o legislador const it ucional edit ou out ro disposit ivo visando à
prom oção da isonom ia const it ucional, vedando prát icas discrim inat órias relat ivas
a um set or específico da com unidade, as pessoas com deficiência.
Pelas regras do m ercado, um a pessoa com deficiência não t eria lugar no m ercado
de t rabalho, pois ela, ainda hoj e, é est igm at izada no sent ido de que produz
m enos ou de que é m enos capaz se com parada a um em pregado sem qualquer
m azela.
Trat a- se de um a exigência const it ucional para o desenvolvim ent o de regras e de
polít icas públicas volt adas à prot eção do m ercado de t rabalho das pessoas
deficient es.

As pessoas com deficiência são definidas com o a que la s que a pr e se nt a m , e m


ca r á t e r pe r m a ne nt e , pe r da s ou a nor m a lida de s de sua e st r ut u r a ou
funçã o psicológica , fisiológica , ou a na t ôm ica , que ge r e m inca pa cida de
pa r a o de se m pe nho de a t ivida de , de nt r o do pa dr ã o conside r a do nor m a l
pa r a o se r h um a no.
O exem plo m ais claro dessa regra prot et iva é o previst o na Lei nº 8.213/ 1991,
que t ornou obrigat ória a cont rat ação de pessoas deficient es quando a em presa
const ar com m ais de 100 em pregados:

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Art . 93. A em presa com 100 ( cem ) ou m ais em pregados est á obrigada a preencher de 2%
( dois por cent o) a 5% ( cinco por cent o) dos seus cargos com beneficiários reabilit ados ou
pessoas port adoras de deficiência, habilit adas, na seguint e proporção:
I - at é 200 em pregados - 2% ;
I I - de 201 a 500 - 3% ;
I I I - de 501 a 1.000 - 4% ;
I V - de 1.001 em diant e. - 5% .
§ 1º A dispensa de t rabalhador reabilit ado ou de deficient e habilit ado ao final de cont rat o
por prazo det erm inado de m ais de 90 ( novent a) dias, e a im ot ivada, no cont rat o por prazo
indet erm inado, só poderá ocorrer após a cont rat ação de subst it ut o de condição sem elhant e.
§ 2º O Minist ério do Trabalho e da Previdência Social deverá gerar est at íst icas sobre o t ot al
de em pregados e as vagas preenchidas por reabilit ados e deficient es habilit ados,
fornecendo- as, quando solicit adas, aos sindicat os ou ent idades represent at ivas dos
em pregados.

Port ant o, o disposit ivo const it ucional t raz um a regra que veda a discrim inação
cont ra pessoas com deficiência. Nas relações de t rabalho é m uit o com um exist ir
discrim inação cont ra pessoas que possam apresent ar algum t ipo de lim it ação,
devido ao receio de que não produzirão de form a sat isfat ória.
Com vist as a evit ar t ais sit uações, a CF cria um parâm et ro prot et ivo de ant em ão,
vedando qualquer form a discrim inat ória em relação à polít ica de salário ou de
adm issão na em presa em relação às pessoas com deficiência.

3 .2 - Ar t . 2 3 , I I
Em relação à repart ição de com pet ência, t em os dois disposit ivos que envolvem
os deficient es. O prim eiro deles é o art . 23, I I , da CF:
Art . 23. É com pet ência com um da União, dos Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios:
I I - cuidar da saúde e assist ência pública, da prot eção e garant ia das pessoas port adoras
de deficiência;

Trat a- se de com pet ência adm inist rat iva at ribuída a t odos os ent es federat ivos.
Assim , a União, os Est ados e Dist rit o Federal e os m unicípios devem ,
conj unt am ent e, at uar na prom oção dos direit os das pessoas com deficiência.

Do disposit ivo:

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cuidar da saúde
É COM PETÊN CI A COM UM D A
UN I ÃO, ESTAD OS, D I STRI TO
FED ERAL E M UN I CÍ PI OS EM
RELAÇÃO ÀS PESSOAS COM
D EFI CI ÊN CI A cuidar da assist ência
pública, prot eção e
garant ia

3 .3 - Ar t . 2 4 , XI V
Ainda dent ro do assunt o repart ição de com pet ência, t em os o art . 24, XI V, da CF,
que assim dispõe:
Art . 24. Com pet e à União, aos Est ados e ao Dist rit o Federal legislar concorrent em ent e
sobre:
XI V - prot eção e int egração social das pessoas port adoras de deficiência;

Ao cont rário da regra do art . 23, que t rat ava de com pet ência adm inist rat iva, o
art . 24 t rat a de com pet ência legislat iva.
Concluiu- se, port ant o, que é da com pe t ê ncia le gisla t iva concor r e nt e da
Uniã o, Est a dos e D ist r it o Fe de r a l le gisla r sobr e a pr ot e çã o e int e gr a çã o
socia l de pe ssoa s com de ficiê ncia .

3 .4 - Ar t . 3 7 , VI I I
O art . 37, VI I I , prevê:
Art . 37. A adm inist ração pública diret a e indiret a de qualquer dos Poderes da União, dos
Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
im pessoalidade, m oralidade, publicidade e eficiência e, t am bém , ao seguint e: ( Redação
dada pela Em enda Const it ucional nº 19, de 1998)
VI I I - a lei reservará percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas port adoras
de deficiência e definirá os crit érios de sua adm issão;

O disposit ivo, ao disciplinar a Adm inist ração Pública, prevê reserva de vagas para
pessoas com deficiência. Tem os um disposit ivo fundado no princípio da igualdade
fát ica, que prevê a adoção de m edidas redut oras ou com pensat órias da
desigualdade exist ent e, de form a a conferir acesso facilit ado a bens e ut ilidades.
Nesse sent ido, t em os o ent endim ent o da dout rina 8 :
Há que se not ar, no ent ant o, a exist ência de norm as const it ucionais fundadas na noção de
igualdade fát ica, que não apenas im põem deveres específicos de adoção de ações
afirm at ivas pelo Est ado, m as t am bém at ribuem direit os subj et ivos exigíveis j udicialm ent e
por m eio de m andado de inj unção quando carent es de norm a regulam ent adora. É o caso,
por exem plo, da norm a que im põe a reserva, por lei, de um percent ual dos cargos e
em pregos públicos para as pessoas com deficiência ( CF, art . 37, VI I I ) .

8
NOVELI NO, Marcelo. D ir e it o Con st it u ciona l. 9ª edição, at ual. e rev., Rio de Janeiro: Edit ora
Forense, 2014, versão elet rônica.

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Port ant o, a reserva de vagas a pessoas com deficiência deve ser:


 obj et o de polít icas públicas específicas por int erm édio de ações afirm at ivas; e
 caso o deficient e sint a- se lesado, poderá ingressar diret am ent e em j uízo para exigir
respeit o à norm a.

Sigam os!

3 .5 - Ar t . 4 0 , § 4 º , com bin a do com o a r t . 2 0 1 , § 1 º


Esses dois disposit ivos envolvem a quest ão da aposent adoria.
Vam os com eçar pelo §4º , do art . 40:
§ 4º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores: ( Redação dada pela Em enda
Const it ucional nº 47, de 2005)
I port adores de deficiência; ( I ncluído pela Em enda Const it ucional nº 47, de 2005)
I I que exerçam at ividades de risco; ( I ncluído pela Em enda Const it ucional nº 47, de 2005)
I I I cuj as at ividades sej am exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a
int egridade física. ( I ncluído pela Em enda Const it ucional nº 47, de 2005)

O disposit ivo acim a est á paut ado na ideia de igualdade j urídica em sent ido
m at erial, por int erm édio do qual busca- se conferir um t rat am ent o diferenciado a
um grupo hipossuficient e j uridicam ent e.
Por razões de igualdade form al, a CF est abelece que não podem ser adot ados
requisit os e crit érios diferent es para a concessão de aposent adoria àqueles que
est iverem abrangidos pelo regim e próprio de previdência do serviço público
( RPPS) .
Assim , a ideia é que t odos os servidores est ej am suj eit os ao m esm o regim e, sem
diferenciações em razão da carreira ou da nat ureza do cargo.
Cont udo, com o t udo em Direit o, t em os exceções. Essas exceções são fixadas por
diversas razões, ent re elas, por quest ões de igualdade m at erial. Dada a sit uação
desprivilegiada na qual se encont ra a pessoa com deficiência, a Const it uição
adm it e a criação de crit érios diferenciados para aposent adoria pelo RPPS.
É im port ant e regist rar que apenas nas exceções previst as nos incisos do §4º ,
adm it e- se t rat am ent o j urídico diferenciado.
Apenas para que possam os encerrar a análise desse t ópico, cum pre cit ar o §1º ,
do art . 201, da CF:
§ 1º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos beneficiários do regim e geral de previdência social, ressalvados os casos
de at ividades exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a int egridade

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física e quando se t rat ar de segurados port adores de deficiência, nos t erm os definidos em
lei com plem ent ar. ( Redação dada pela Em enda Const it ucional nº 47, de 2005)

Trat a- se da ext ensão da regra do art . 40, §1º , da CF, que t rat a do RPPS, para o
regim e geral de previdência ( RGPS) . Dest aque- se que o disposit ivo faz um a
reserva de lei com plem ent ar, no sent ido de que a regulam ent ação desse
disposit ivo const it ucional deve se dar por int erm édio de lei com plem ent ar.

De t odo m odo, pa r a fins de pr ova , é im por t a nt e que t e nha m os e m m e nt e


que t a nt o no RPPS com o no RGPS n ã o é possíve l cr ia r cr it é r ios
dife r e ncia dos pa r a a conce ssã o de a pose nt a dor ia , com e x ce çã o, e nt r e
out r os ca sos, da s pe ssoa s com de ficiê ncia , por que st õe s de igua lda de
j ur ídica .

3 .6 - Ar t . 1 0 0 , § 2 º
O ext enso art . 100 da CF t rat a do pagam ent o de precat órios e de requisição de
pequenos valores em face de crédit os cont ra a Fazenda Pública. O Est ado det ém
inúm eras relações j urídicas com pessoas e em presas e, devido ao t am anho e à
com plexidade das relações sociais, é com um surgirem conflit os que result am
processos.
Nesse m ar de ações que envolvem o Est ado, quando há condenações, ou sej a,
decisões negat ivas à Fazenda Pública, o pagam ent o ocorre por int erm édio de um
conj unt o de regras que est ão fixadas no art . 100.
Esse disposit ivo inst it ui o pagam ent o de débit os do Est ado por int erm édio de
precat órios ou de requisições, a depender do valor.
O pagam ent o por precat ório nada m ais const it ui do que um a list a com regras e
crit érios para inserção em um a fila de recebim ent o, de acordo com o volum e de
dinheiro dest inado ao Est ado para pagar as ações em que foi condenado. Com o,
em regra, o Est ado não t em condições de fazer frent e a esses valores de form a
aut om át ica e diret a, faz- se necessário organizar um a list a para recebim ent o dos
denom inados precat órios.
Prim eiram ent e, cum pre com preender o quest ionam ent o abaixo: o qu e se
e nt e nde por Fa ze nda Pública ?
Vam os considerar dent ro do conceit o de Fazenda Pública:
 União;
 Est ados;
 Municípios;
 Aut arquias; e
 Fundações Públicas.

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No conceit o de Fazenda Pública N ÃO ent ram as socie da de s de e conom ia m ist a
e as e m pr e sa s pública s.
Assim ...

FAZEN D A PÚBLI CA

a br a n ge n ã o a br a n ge

União Sociedades de econom ia m ist a

Est ados Em presas públicas

Municípios

Aut arquias

Fundações Públicas

Assim , quando o credor t iver um t ít ulo execut ivo ext raj udicial em face dos órgãos
públicos conform e esquem a acim a, ele poderá requerer a execução. Ao receber
a pet ição inicial, ao invés da ordem para pagar a dívida no prazo de 3 dias, a
Fa ze nda Pública se r á cit a da pa r a opor e m ba r gos no PRAZO D E 3 0 D I AS.
Se forem rej eit ados os em bargos ou não forem opost os no prazo, o j uiz
det erm inará a expedição de precat ória ou a expedição de requisição de pequeno
valor, que segue o art . 100, da CF.
Afina l, qua l a dist inçã o e nt r e o pr e ca t ór io e a r e quisiçã o de pe que n o
va lor ?
O valor da dívida. No âm bit o federal, devem os considerar:

PAGAM EN TO D E CON D EN AÇÃO CON TRA FAZEN D A PÚBLI CA

se superior a 60 salários m ínim os se igual ou inferior a 60 salários- m ínim os

precat ório RPV

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Assim , se você t em um crédit o para receber que ult rapassar o m ont ant e de 60
salários m ínim os, deverá fazê- lo por int erm édio do precat ório, caso cont rário,
receberá pelo RPV.
A vant agem do RPV é a agilidade para o recebim ent o. Enquant o o precat ório pode
dem orar anos, o RPV é pago sem pre no ano seguint e à form alização do pedido.

E qua l o int e r e sse disso t u do pa r a o e st udo da s pe ssoa s com de ficiê ncia ?


Est á sim ple sm e nt e no fa t o de que o m ont a nt e pa r a r e ce bim e nt o por RPV,
qua ndo o be ne ficiá r io for pe ssoa com de ficiê ncia , é t r ê s ve ze s m a ior , ou
se j a , 1 8 0 sa lá r ios m ínim os.

3 .7 - Ar t . 2 0 3 , I V
Vim os um pouco acim a que a União, j unt o com os Est ados, o Dist rit o Federal e
os Municípios, possuem o dever de cuidar das pessoas com deficiência, t ant o em
aspect os relat ivos à saúde com o à assist ência pública e prot eção e garant ia.
No cont ext o de program as assist enciais, devem os ficar at ent os ao art . 203, I V,
da CF:
Art . 203. A assist ência social será prest ada a quem dela necessit ar, independent em ent e de
cont ribuição à seguridade social, e t em por obj et ivos:
I V - a habilit ação e reabilit ação das pessoas port adoras de deficiência e a prom oção de sua
int egração à vida com unit ária;

O dir e it o à a ssist ê ncia socia l const it ui a faculdade de exigir do Est ado o


dispêndio de recurso para assegurar condiçõe s m a t e r ia is m ínim a s de
sobr e vivê ncia , independent em ent e de qualquer cont raprest ação por part e da
pessoa t ut elada. Not em , port ant o, que o SUAS é inst rum ent o fundam ent al para
resguardar, ainda que m inim am ent e, a dignidade da pessoa hum ana.
Dessa form a, a a usê n cia de cont r a pr e st a çã o do be ne ficiá r io é
ca r a ct e r íst ica funda m e nt a l da a ssist ê ncia socia l. O financiam ent o da
assist ência social é de t oda a com unidade, de form a solidária.
O Est ado deve agir, de acordo com o disposit ivo, para prom over a habilit ação e
a reabilit ação das pessoas com deficiência, bem com o deve at uar na prom oção
da int egração à vida com unit ária.
A habilit ação e a reabilit ação const it uem um conj unt o de at ividades,
desenvolvim ent o de bens, serviços e ut ilidades que facilit am o exercício dos
direit os pelas pessoas com algum a lim it ação.
Paralelam ent e, o est ado deve prom over polít icas públicas volt adas para a
int egração dos deficient es à com unidade.

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O disposit ivo acim a est á paut ado na ideia de igualdade j urídica em sent ido
m at erial, por int erm édio do qual busca- se conferir um t rat am ent o diferenciado a
grupo hipossuficient e j uridicam ent e.

3 .8 - Ar t . 2 0 8 , I I I
Vej am os, inicialm ent e, o disposit ivo const it ucional:
Art . 208. O dever do Est ado com a educação será efet ivado m ediant e a garant ia de:
III - at endim ent o educacional especializado aos port adores de deficiência,
preferencialm ent e na rede regular de ensino;

A educação const it ui dir e it o de t odos e de ve r do Est a do e da fa m ília e deverá


ser prom ovida e incent ivada com a colaboração da sociedade. Trat a- se de um
direit o fundam ent al subj et ivo, assegurado a t odos em nosso Text o
Const it ucional.
Dent ro dos deveres volt ados à educação, a CF est abelece a necessidade de se
conferir at endim ent o especializado às pessoas com deficiência. Mais im port ant e
do que isso, é você com preender que a educação da pessoa com deficiência com
o at endim ent o personalizado não pode se dar de form a segregada da sociedade,
devendo ocorrer, port ant o, dent ro da rede regular de ensino.

3 .9 - Ar t . 2 2 7 , § 1 º , I I
O art . 227 t raz um rol de direit os fundam ent ais dos adolescent es e fixa o
pr incípio da pr ior ida de a bsolut a . Significa dizer que os direit os declinados no
art . 227 devem ser assegurados, com absolut a prioridade, pela fa m ília , pela
socie da de e pelo Est a do, t odos at uando de form a conj unt a.
Nesse cont ext o, o §1º , do art . 227, est abelece o de ve r de o Est a do pr om ove r
pr ogr a m a s a ssist e ncia is e spe cíficos de a t e ndim e nt o à sa úde de cr ia nça s
e a dole sce nt e s com de ficiê ncia .
§ 1º O Est ado prom overá program as de assist ência int egral à saúde da criança, do
adolescent e e do j ovem , adm it ida a part icipação de ent idades não governam ent ais,
m ediant e polít icas específicas e obedecendo aos seguint es preceit os:
I I - criação de program as de prevenção e at endim ent o especializado para as pessoas
port adoras de deficiência física, sensorial ou m ent al, bem com o de int egração social do
adolescent e e do j ovem port ador de deficiência, m ediant e o t reinam ent o para o t rabalho e
a convivência, e a facilit ação do acesso aos bens e serviços colet ivos, com a elim inação de
obst áculos arquit et ônicos e de t odas as form as de discrim inação.

3 .1 0 - Ar t . 2 2 7 , § 2 , com bin a dos com o a r t . 2 4 4


Para encerrar a análise dos disposit ivos const it ucionais, vam os analisar duas
regras que t rat am da acessibilidade.
A prim eira delas é o §2º , do art . 227, da CF, que prevê o dever de o Est ado
observar, na const rução de logradouros públicos, edifícios públicos e veículos de
t ransport e acessíveis.

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§ 2º A lei disporá sobre norm as de const rução dos logradouros e dos edifícios de uso público
e de fabricação de veículos de t ransport e colet ivo, a fim de garant ir acesso adequado às
pessoas port adoras de deficiência.

Assim :

D EVEM SER
ACESSÍ VEI S

veículos de
logradouros
edifícios públicos t ransport e
públicos
público

Para encerrar, vej a o art . 244:


Art . 244. A lei disporá sobre a adapt ação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos
veículos de t ransport e colet ivo at ualm ent e exist ent es a fim de garant ir acesso adequado às
pessoas port adoras de deficiência, conform e o dispost o no art . 227, § 2º .

O que o disposit ivo prevê nada m ais é do que a dat ação dos locais j á exist ent es.
Assim , no caso do art . 227, §2º , da CF, t em os a obrigat oriedade de const rução
de novos logradouros, de edifícios e de veículos de t ransport e públicos conform e
as regras de acessibilidade. Ao passo que o art . 244, da CF, prevê a adapt ação
dos j á exist ent es.

4 - Qu e st õe s

4 .1 - List a de Qu e st õe s se m Com e n t á r ios


Q1 . FCC/ TRT2 0 ª R/ 2 0 1 6
De acordo com a Const it uição Federal,
( A) é assegurada a garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal a
t oda pessoa com deficiência.
( B) é perm it ido crit ério discrim inat ório no t ocant e a salário e crit érios de
adm issão do t rabalhador com deficiência.
( C) é vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos beneficiários do regim e geral de previdência
social quant o aos segurados com deficiência.
( D) é perm it ida, por lei com plem ent ar, a adoção de requisit os e crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria de servidores públicos com
deficiência.
( E) o Est ado t em o dever de prest ar a educação às pessoas com deficiência,
preferencialm ent e em unidade especializada e dist int a da rede regular de
ensino.

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Q2 . FCC/ TRT2 0 ª R/ 2 0 1 6
A Const it uição da República Federat iva do Brasil de 1988 prevê
expressam ent e
( A) a com pet ência exclusiva do Município de cuidar da prot eção e garant ia
das pessoas com deficiência.
( B) a reserva de, no m ínim o, 5% das vagas de concursos públicos para
pessoas com deficiência.
( C) a garant ia de um salário m ínim o de benefício a t odas as pessoas com
deficiência.
( D) a possibilidade de discrim inação no t ocant e a salários e crit érios de
adm issão de t rabalhador com deficiência.
( E) que a lei deverá reservar percent ual de cargos e em pregos públicos para
as pessoas com deficiência.

Q3 . CESPE/ TRE- PE/ 2 0 1 7


De acordo com a CF, na fixação do vencim ent o e da rem uneração dos
servidores públicos, deve- se observar
a) se o ocupant e do cargo é afrodescendent e.
b) a com plexidade dos cargos com ponent es de cada carreira.
c) se o ocupant e do cargo é port ador de deficiência.
d) se o cargo é dest inado a hipossuficient e.
e) se o cargo é dest inado a indígena.

Q4 . FGV/ Pr e f. N it e r ói- RJ/ 2 0 1 5


Em m at éria de regim e previdenciário, a Const it uição da República dispõe
que é vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos servidores t it ulares de cargos efet ivos dos
Municípios, ressalvados, nos t erm os definidos em leis com plem ent ares,
alguns casos, com o os de servidores:
a) indígenas;
b) port adores de deficiência;
c) da área da educação;
d) da área da saúde;
e) da área da segurança pública.

Q5 . FCC/ CN M P/ 2 0 1 5
A at ual Const it uição Federal prevê diversos direit os aos port adores de
necessidades especiais, EXCETO:

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a) adapt ação dos logradouros, edifícios de uso público e veículos de
t ransport e colet ivo at ualm ent e exist ent es a fim de garant ir acesso adequado
às pessoas port adoras de deficiência.
b) at endim ent o educacional especializado aos port adores de deficiência,
preferencialm ent e na rede especial de ensino.
c) necessidade da lei reservar percent ual dos cargos e em pregos públicos
para as pessoas port adoras de deficiência.
d) proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de
adm issão do t rabalhador port ador de deficiência.
e) garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal à pessoa port adora de
deficiência que com prove não possuir m eios de prover à própria m anut enção
ou de t ê- la provida por sua fam ília.

Q6 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5


A Cart a Magna veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos servidores públicos t it ulares de cargo
efet ivo dos ent es polít icos, excet o para os
a) int egrant es de m inoria ét nica.
b) port adores de deficiência.
c) que exerçam o m agist ério com o professor no ensino superior
d) nom eados para cargos de livre nom eação e exoneração.
e) que exerçam at ividades de at endim ent o ao público.

Q7 . FGV/ TJ- GO/ 2 0 1 4


A Const it uição da República de 1988 assegura aos servidores ocupant es de
cargo efet ivo regim e de previdência de carát er cont ribut ivo, observados
crit érios que preservem o equilíbrio financeiro e at uarial. O t ext o
const it ucional veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos abrangidos por t al regim e, m as, pelo
princípio da igualdade m at erial, se aut oexcepcionando, ressalva, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
a) da área da educação;
b) da área da segurança pública;
c) da área da saúde;
d) port adores de deficiência;
e) cuj os vencim ent os não ult rapassem um salário m ínim o nacional.

Q8 . FCC/ TRT- 1 5 ª R/ 2 0 1 4
Lei est adual que versasse sobre prot eção e int egração social das pessoas
port adoras de deficiência:

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a) deveria lim it ar- se ao est abelecim ent o de norm as gerais, cabendo aos
Municípios legislar para at ender a suas peculiaridades.
b) t eria sua eficácia suspensa na hipót ese de superveniência de lei federal
sobre norm as gerais, naquilo que lhe fosse cont rária, caso houvesse o Est ado
exercido com pet ência legislat iva plena, para at ender a suas peculiaridades
c) seria inconst it ucional, por se t rat ar de com pet ência legislat iva privat iva
da União.
d) seria com pat ível com a Const it uição, desde que houvesse lei
com plem ent ar que aut orizasse os Est ados a legislar sobre a m at éria.
e) deveria rest ringir- se a aspect os de int eresse local, em suplem ent ação à
legislação federal event ualm ent e j á exist ent e sobre a m at éria.

Q9 . VUN ESP/ M PE- ES/ 2 0 1 3


A Const it uição Federal veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados
para a concessão de aposent adoria aos abrangidos pelo regim e próprio de
previdência dos servidores públicos, ressalvados, nos t erm os definidos em
leis com plem ent ares, os casos, ent re out ros, de servidores
a) que exerçam o m agist ério na educação básica e no ensino superior.
b) da adm inist ração fazendária e seus servidores fiscais.
c) de carreira do Est ado.
d) pert encent es aos quadros do Minist ério Público e da Magist rat ura.
e) port adores de deficiência.

Q1 0 . UFBA/ UFBA/ 2 0 1 2
A reserva de percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas
port adoras de deficiência foi garant ida a part ir da prom ulgação da
Const it uição Federal de 1988.

Q1 1 . FCC/ I N SS/ 2 0 1 2
A previsão const it ucional que det erm ina a reserva de percent ual dos cargos
e em pregos para as pessoas port adoras de deficiência t em com o obj et ivo,
precipuam ent e, prom over o direit o à
a) vida.
b) liberdade individual.
c) igualdade m at erial.
d) segurança.
e) saúde colet iva.

Q1 2 . FCC/ TRT2 3 ª R/ 2 0 1 1

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Segundo a Const it uição Federal, legislar sobre a prot eção e a int egração
social das pessoas port adoras de deficiência é de com pet ência
a) privat iva dos Est ados.
b) privat iva da União.
c) concorrent e da União, dos Est ados e do Dist rit o Federal.
d) concorrent e da União, dos Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios.
e) concorrent e da União, dos Est ados e dos Municípios.

Q1 3 . CESPE/ ABI N / 2 0 1 0
Julgue:
De acordo com a Const it uição Federal de 1988 ( CF) , podem ser
est abelecidos, por m eio de lei com plem ent ar, requisit os e crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria dos servidores públicos
port adores de deficiência.

Q1 4 . CESPE/ M M A/ 2 0 0 9
Quant o às disposições acerca de servidores públicos previst as na CF, j ulgue
o seguint e it em .
Servidor público federal port ador de deficiência pode t er crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria.

Q1 5 . VUN ESP/ PC- SP/ 2 0 1 3 / a da pt a da


Julgue o it em a seguir expost o.
No Sist em a Global de prot eção dos direit os hum anos, há um t rat ado que foi aprovado e
prom ulgado pelo Brasil, vindo a ser const it ucionalizado no direit o brasileiro por t er sido
aprovado pelo m esm o procedim ent o das em endas const it ucionais, fazendo, agora, part e do
bloco de const it ucionalidade brasileiro. Esse docum ent o int ernacional é, t ão som et e, o
Prot ocolo Facult at ivo de Nova York.

Q1 6 . CESPE/ TRF1 ª R/ 2 0 1 7
A respeit o dos direit os da pessoa port adora de deficiência, j ulgue os it ens a
seguir, considerando a legislação pert inent e.
É dever est at al, explícit o na Const it uição Federal, a inst it uição de program as
de prevenção e at endim ent o especializado para port adores de deficiência
física, sensorial ou m ent al.

4 .2 – Ga ba r it o
Q1. D Q6. B Q11. C
Q2. E Q7. D Q12. C
Q3. B Q8. B Q13. CORRETA
Q4. B Q9. E Q14. CORRETA
Q5. B Q10. CORRETA Q15. I NCORRETA

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Q16. CORRETA

4 .3 - List a de Qu e st õe s com Com e n t á r ios


Q1 . FCC/ TRT2 0 ª R/ 2 0 1 6
De acordo com a Const it uição Federal,
( A) é assegurada a garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal a
t oda pessoa com deficiência.
( B) é perm it ido crit ério discrim inat ório no t ocant e a salário e crit érios de
adm issão do t rabalhador com deficiência.
( C) é vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos beneficiários do regim e geral de previdência
social quant o aos segurados com deficiência.
( D) é perm it ida, por lei com plem ent ar, a adoção de requisit os e crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria de servidores públicos com
deficiência.
( E) o Est ado t em o dever de prest ar a educação às pessoas com deficiência,
preferencialm ent e em unidade especializada e dist int a da rede regular de
ensino.

Com e nt á r ios
Vej am os cada um a das alt ernat ivas:
A a lt e r na t iva A est á incorret a. Em bora o art . 203, da CF, assegure “ a garant ia
de um salário m ínim o de benefício m ensal à pessoa port adora de deficiência” o
recebim ent o desse benefício fica condicionado à ausência de m eios de prover à
própria m anut enção ou de t ê- la provida por sua fam ília.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a, pois no t rat o dos direit os dos t rabalhadores, o
art . 7º , XXXI , da CF, prevê a “ proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a
salário e crit érios de adm issão do t rabalhador port ador de deficiência” .
A a lt e r na t iva C est á incorret a, pois t em os j ust am ent e o opost o do §1º , do art .
201, da CF:
§ 1º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos beneficiários do regim e geral de previdência social, ressalvados os casos
de at ividades exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a int egridade
física e quando se t rat ar de segurados port adores de deficiência, nos t erm os definidos em
lei com plem ent ar.

Conform e o inc. I , do §4º , do art . 40, da CF, est á corret a a a lt e r na t iva D ,


gabarit o da nossa quest ão.
§ 4º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
I port adores de deficiência;

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I I que exerçam at ividades de risco;
I I I cuj as at ividades sej am exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a
int egridade física.

Por fim , a a lt e r na t iva E est á incorret a, pois, em bora o art . 208, I I I , assegure
at endim ent o especial à pessoa com deficiência, ela deve ocorrer na rede regular
de ensino para evit ar segregação discrim inat ória.

Q2 . FCC/ TRT2 0 ª R/ 2 0 1 6
A Const it uição da República Federat iva do Brasil de 1988 prevê
expressam ent e
( A) a com pet ência exclusiva do Município de cuidar da prot eção e garant ia
das pessoas com deficiência.
( B) a reserva de, no m ínim o, 5% das vagas de concursos públicos para
pessoas com deficiência.
( C) a garant ia de um salário m ínim o de benefício a t odas as pessoas com
deficiência.
( D) a possibilidade de discrim inação no t ocant e a salários e crit érios de
adm issão de t rabalhador com deficiência.
( E) que a lei deverá reservar percent ual de cargos e em pregos públicos para
as pessoas com deficiência.

Com e nt á r ios
Quest ão int eressant íssim a! Vej a a análise de cada alt ernat iva:
A a lt e r n a t iva A est á incorret a. No caso, a com pet ência para legislar sobre
prot eção à pessoa com deficiência é concorrent e da União, dos est ados- m em bros
e do Dist rit o Federal ( art . 24, XI V, da CF) . Ao Município com pet e, t odavia,
com pet ência para legislar sobre assunt os locais e, t am bém , para suplem ent ar a
legislação federal.
A a lt e r n a t iva B t am bém est á incorret a, pois o art . 37, VI I I , da CF, prevê que
que “ a lei reservará percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas
port adoras de deficiência e definirá os crit érios de sua adm issão” . Not e que não
há referência expressa ao percent ual. No caso dos servidores públicos federais,
a Lei nº 8.112/ 1990, assegura no art . 5º , §2º , at é 20% das vagas oferecidas.
A a lt e r na t iva C, por sua vez, est á incorret a. Em bora o art . 203, da CF, assegure
“ a garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal à pessoa port adora de
deficiência” o recebim ent o desse benefício fica condicionado à ausência de m eios
de prover à própria m anut enção ou de t ê- la provida por sua fam ília.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a, pois no t rat o dos direit os dos t rabalhadores, o
art . 7º , XXXI , da CF, prevê a “ proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a
salário e crit érios de adm issão do t rabalhador port ador de deficiência” .

60
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Por fim , a a lt e r n a t iva E é a corret a e gabarit o da quest ão, pois ret rat a
j ust am ent e o que prevê o inc. VI I I , do art . 37, da CF, acim a referido.

Q3 . CESPE/ TRE- PE/ 2 0 1 7


De acordo com a CF, na fixação do vencim ent o e da rem uneração dos
servidores públicos, deve- se observar
a) se o ocupant e do cargo é afrodescendent e.
b) a com plexidade dos cargos com ponent es de cada carreira.
c) se o ocupant e do cargo é port ador de deficiência.
d) se o cargo é dest inado a hipossuficient e.
e) se o cargo é dest inado a indígena.

Com e nt á r ios
De acordo com o art . 39, §1º , I , da CF/ 88, na fixação do vencim ent o e da
rem uneração dos servidores públicos, observará, t am bém , a nat ureza, o grau de
responsabilidade e a com plexidade dos cargos com ponent es de cada carreira.
§ 1º A fixação dos padrões de vencim ent o e dos dem ais com ponent es do sist em a
rem unerat ório observará:
I - a nat ureza, o grau de responsabilidade e a com plexidade dos cargos com ponent es de
cada carreira;

Port ant o, a a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q4 . FGV/ Pr e f. N it e r ói- RJ/ 2 0 1 5


Em m at éria de regim e previdenciário, a Const it uição da República dispõe
que é vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos servidores t it ulares de cargos efet ivos dos
Municípios, ressalvados, nos t erm os definidos em leis com plem ent ares,
alguns casos, com o os de servidores:
a) indígenas;
b) port adores de deficiência;
c) da área da educação;
d) da área da saúde;
e) da área da segurança pública.

Com e nt á r ios
O art . 40, §4º , da Const it uição Federal, prevê que é vedada a adoção de
requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de aposent adoria aos
abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores com deficiência, que

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exerçam at ividades de risco ou cuj as at ividades sej am exercidas sob condições
especiais que prej udiquem a saúde ou a int egridade física.
Assim , a a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q5 . FCC/ CN M P/ 2 0 1 5
A at ual Const it uição Federal prevê diversos direit os aos port adores de
necessidades especiais, EXCETO:
a) adapt ação dos logradouros, edifícios de uso público e veículos de
t ransport e colet ivo at ualm ent e exist ent es a fim de garant ir acesso adequado
às pessoas port adoras de deficiência.
b) at endim ent o educacional especializado aos port adores de deficiência,
preferencialm ent e na rede especial de ensino.
c) necessidade da lei reservar percent ual dos cargos e em pregos públicos
para as pessoas port adoras de deficiência.
d) proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de
adm issão do t rabalhador port ador de deficiência.
e) garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal à pessoa port adora de
deficiência que com prove não possuir m eios de prover à própria m anut enção
ou de t ê- la provida por sua fam ília.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á corret a, pois é o que dispõe o art . 244, da CF/ 88:
Art . 244. A lei disporá sobre a adapt ação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos
veículos de t ransport e colet ivo at ualm ent e exist ent es a fim de garant ir acesso adequado às
pessoas port adoras de deficiência, conform e o dispost o no art . 227, § 2º .

A a lt e r na t iva B est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. De acordo com o art .


208, I I I , da referida Lei, o dever do Est ado com a educação será efet ivado
m ediant e a garant ia de at endim ent o educacional especializado aos deficient es,
preferencialm ent e na rede regular de ensino, e não especial.
A a lt e r n a t iva C est á corret a, conform e prevê o art . 37, VI I I , da Const it uição
Federal:
Art . 37. A adm inist ração pública diret a e indiret a de qualquer dos Poderes da União, dos
Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
im pessoalidade, m oralidade, publicidade e eficiência e, t am bém , ao seguint e:
VI I I - a lei reservará percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas port adoras
de deficiência e definirá os crit érios de sua adm issão;

A a lt e r na t iva D est á corret a, com base no art . 7º , XXXI , da referida Lei:


Art . 7º São direit os dos t rabalhadores urbanos e rurais, além de out ros que visem à m elhoria
de sua condição social:
XXXI - proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e crit érios de adm issão do
t rabalhador port ador de deficiência;

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A a lt e r na t iva E est á corret a, pois se refere ao art . 203, V, da CF/ 88:
Art . 203. A assist ência social será prest ada a quem dela necessit ar, independent em ent e de
cont ribuição à seguridade social, e t em por obj et ivos:
V - a garant ia de um salário m ínim o de benefício m ensal à pessoa port adora de deficiência
e ao idoso que com provem não possuir m eios de prover à própria m anut enção ou de t ê- la
provida por sua fam ília, conform e dispuser a lei.

Q6 . VUN ESP/ PC- CE/ 2 0 1 5


A Cart a Magna veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos servidores públicos t it ulares de cargo
efet ivo dos ent es polít icos, excet o para os
a) int egrant es de m inoria ét nica.
b) port adores de deficiência.
c) que exerçam o m agist ério com o professor no ensino superior
d) nom eados para cargos de livre nom eação e exoneração.
e) que exerçam at ividades de at endim ent o ao público.

Com e nt á r ios
É vedada a adoção de requisit os e de crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos servidores públicos t it ulares de cargo efet ivo dos ent es
polít icos, excet o para os deficient es. Vej am os o art . 40, §4º , da Const it uição
Federal:
§ 4º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
I port adores de deficiência;
I I que exerçam at ividades de risco;
I I I cuj as at ividades sej am exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a
int egridade física.

Dessa form a, a a lt e r na t iva B est á incorret a e é o gabarit o da quest ão.

Q7 . FGV/ TJ- GO/ 2 0 1 4


A Const it uição da República de 1988 assegura aos servidores ocupant es de
cargo efet ivo regim e de previdência de carát er cont ribut ivo, observados
crit érios que preservem o equilíbrio financeiro e at uarial. O t ext o
const it ucional veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a
concessão de aposent adoria aos abrangidos por t al regim e, m as, pelo
princípio da igualdade m at erial, se aut oexcepcionando, ressalva, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
a) da área da educação;
b) da área da segurança pública;

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c) da área da saúde;
d) port adores de deficiência;
e) cuj os vencim ent os não ult rapassem um salário m ínim o nacional.

Com e nt á r ios
De acordo com o art . 40, §4º , da Const it uição Federal, é vedada a adoção de
requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de aposent adoria aos
abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores com deficiência, que
exerçam at ividades de risco ou cuj as at ividades sej am exercidas sob condições
especiais que prej udiquem a saúde ou a int egridade física.
Assim , a a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q8 . FCC/ TRT- 1 5 ª R/ 2 0 1 4
Lei est adual que versasse sobre prot eção e int egração social das pessoas
port adoras de deficiência:
a) deveria lim it ar- se ao est abelecim ent o de norm as gerais, cabendo aos
Municípios legislar para at ender a suas peculiaridades.
b) t eria sua eficácia suspensa na hipót ese de superveniência de lei federal
sobre norm as gerais, naquilo que lhe fosse cont rária, caso houvesse o Est ado
exercido com pet ência legislat iva plena, para at ender a suas peculiaridades
c) seria inconst it ucional, por se t rat ar de com pet ência legislat iva privat iva
da União.
d) seria com pat ível com a Const it uição, desde que houvesse lei
com plem ent ar que aut orizasse os Est ados a legislar sobre a m at éria.
e) deveria rest ringir- se a aspect os de int eresse local, em suplem ent ação à
legislação federal event ualm ent e j á exist ent e sobre a m at éria.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. De acordo com o art . 24, da CF/ 88, com pet e à
União, aos Est ados e ao Dist rit o Federal legislar para at ender a suas
peculiaridades, o m unicípio não t em essa com pet ência. Além disso, para que a
União, os Est ados e o DF possam legislar, não dependem de norm as gerais.
A a lt e r n a t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão, pois é o que dispõe o
§4º , do art . 24, da referida Lei:
§ 4º A superveniência de lei federal sobre norm as gerais suspende a eficácia da lei est adual,
no que lhe for cont rário.

A a lt e r na t iva C est á incorret a. Trat a- se de um a com pet ência concorrent e ent re


a União, os Est ados e o DF, e não de um a com pet ência legislat iva privat iva.
A a lt e r na t iva D est á incorret a. Não é necessário que haj a lei com plem ent ar para
que o Est ado possa legislar, por se t rat ar de um a legislação concorrent e.

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A a lt e r n a t iva E est á incorret a. Segundo o art . 30, I , da Const it uição
Federal, com pet e aos Municípios legislarem sobre assunt os de int eresse local.

Q9 . VUN ESP/ M PE- ES/ 2 0 1 3


A Const it uição Federal veda a adoção de requisit os e crit érios diferenciados
para a concessão de aposent adoria aos abrangidos pelo regim e próprio de
previdência dos servidores públicos, ressalvados, nos t erm os definidos em
leis com plem ent ares, os casos, ent re out ros, de servidores
a) que exerçam o m agist ério na educação básica e no ensino superior.
b) da adm inist ração fazendária e seus servidores fiscais.
c) de carreira do Est ado.
d) pert encent es aos quadros do Minist ério Público e da Magist rat ura.
e) port adores de deficiência.

Com e nt á r ios
A quest ão exige o conhecim ent o do art . 40, §4º , da CF/ 88. Vej am os:
§ 4º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
I por t a dor e s de de ficiê n cia ;
I I que exerçam at ividades de risco;
I I I cuj as at ividades sej am exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a
int egridade física.

Desse m odo, a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q1 0 . UFBA/ UFBA/ 2 0 1 2
A reserva de percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas
port adoras de deficiência foi garant ida a part ir da prom ulgação da
Const it uição Federal de 1988.

Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a , pois é o que dispõe o art . 37, VI I I , da Const it uição
Federal:
Art . 37. A adm inist ração pública diret a e indiret a de qualquer dos Poderes da União, dos
Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
im pessoalidade, m oralidade, publicidade e eficiência e, t am bém , ao seguint e:
VI I I - a lei reservará percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas port adoras
de deficiência e definirá os crit érios de sua adm issão;

Q1 1 . FCC/ I N SS/ 2 0 1 2

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A previsão const it ucional que det erm ina a reserva de percent ual dos cargos
e em pregos para as pessoas port adoras de deficiência t em com o obj et ivo,
precipuam ent e, prom over o direit o à
a) vida.
b) liberdade individual.
c) igualdade m at erial.
d) segurança.
e) saúde colet iva.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
A finalidade dessa norm a é conferir um padrão norm at ivo diferenciado para as
pessoas com deficiência a fim de que possam exercer seus direit os em condições
de igualdade.

Q1 2 . FCC/ TRT2 3 ª R/ 2 0 1 1
Segundo a Const it uição Federal, legislar sobre a prot eção e a int egração
social das pessoas port adoras de deficiência é de com pet ência
a) privat iva dos Est ados.
b) privat iva da União.
c) concorrent e da União, dos Est ados e do Dist rit o Federal.
d) concorrent e da União, dos Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios.
e) concorrent e da União, dos Est ados e dos Municípios.

Com e nt á r ios
De acordo com o art . 24, XI V, da Const it uição Federal, legislar sobre a prot eção
e a int egração social das pessoas com deficiência é de com pet ência concorrent e
da União, dos Est ados e do Dist rit o Federal. Vej am os:
Art . 24. Com pet e à União, aos Est ados e ao Dist rit o Federal legislar concorrent em ent e
sobre:
XI V - prot eção e int egração social das pessoas port adoras de deficiência;

Port ant o, a a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

Q1 3 . CESPE/ ABI N / 2 0 1 0
Julgue:
De acordo com a Const it uição Federal de 1988 ( CF) , podem ser
est abelecidos, por m eio de lei com plem ent ar, requisit os e crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria dos servidores públicos
port adores de deficiência.

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Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a , pois é o que dispõe o art . 40, §4º , I , da CF/ 88:
§ 4º É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de
aposent adoria aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores:
I por t a dor e s de de ficiê n cia ;
I I que exerçam at ividades de risco;
I I I cuj as at ividades sej am exercidas sob condições especiais que prej udiquem a saúde ou a
int egridade física.

Q1 4 . CESPE/ M M A/ 2 0 0 9
Quant o às disposições acerca de servidores públicos previst as na CF, j ulgue
o seguint e it em .
Servidor público federal port ador de deficiência pode t er crit érios
diferenciados para a concessão de aposent adoria.

Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a . De acordo com o art . 40, §4º , I , da CF/ 88, é vedada a
adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de aposent adoria
aos abrangidos pelo regim e de que t rat a est e art igo, ressalvados, nos t erm os
definidos em leis com plem ent ares, os casos de servidores com deficiência.

Q1 5 . VUN ESP/ PC- SP/ 2 0 1 3 / a da pt a da


Julgue o it em a seguir expost o.
No Sist em a Global de prot eção dos direit os hum anos, há um t rat ado que foi aprovado e
prom ulgado pelo Brasil, vindo a ser const it ucionalizado no direit o brasileiro por t er sido
aprovado pelo m esm o procedim ent o das em endas const it ucionais, fazendo, agora, part e do
bloco de const it ucionalidade brasileiro. Esse docum ent o int ernacional é, t ão som et e, o
Prot ocolo Facult at ivo de Nova York.

Com e nt á r ios
A assert iva est á incor r e t a . Não foi som ent e o prot ocolo facult at ivo que foi
int ernalizado com st at us de em enda const it ucional. O Decret o nº 6949/ 2009
prom ulgou a Convenção das Pessoas com Deficiência e o Prot ocolo Facult at ivo de
Nova York no m esm o docum ent o legal. Além disso, am bos foram aprovados com
quórum especial de em enda.

Q1 6 . CESPE/ TRF1 ª R/ 2 0 1 7
A respeit o dos direit os da pessoa port adora de deficiência, j ulgue os it ens a
seguir, considerando a legislação pert inent e.
É dever est at al, explícit o na Const it uição Federal, a inst it uição de program as
de prevenção e at endim ent o especializado para port adores de deficiência
física, sensorial ou m ent al.

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Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a , t endo em vist a o que prevê o art . 227, § 1º , I I , da CF.
§ 1º O Est a do pr om ove r á program as de assist ência int egral à saúde da criança, do
adolescent e e do j ovem , adm it ida a part icipação de ent idades não governam ent ais,
m ediant e polít icas específicas e obedecendo aos seguint es preceit os:
I I - cr ia çã o de pr ogr a m a s de pr e ve n çã o e a t e n dim e n t o e spe cia liza do pa r a a s
pe ssoa s por t a dor a s de de ficiê n cia física , se n sor ia l ou m e n t a l, bem com o de
int egração social do adolescent e e do j ovem port ador de deficiência, m ediant e o
t reinam ent o para o t rabalho e a convivência, e a facilit ação do acesso aos bens e serviços
colet ivos, com a elim inação de obst áculos arquit et ônicos e de t odas as form as de
discrim inação.

5 – Re su m o
Pr ot e çã o I n t e r na ciona l

 Fases de Prot eção I nt ernacional

 1 ª fa se : m arcada pela in t ole r â n cia à s pe ssoa s de ficie n t e s. Em t al época, a


discrim inação era t ot al, os deficient es eram considerados im puros, m arcados pelo pecado
e pelo cast igo divino.

 2 ª fa se : m arcada pela in visibilida de da s pe ssoa s de ficie n t e s. Há um t ot al desprezo


pela condição de t ais pessoas.

 3 ª fa se : m arcada pelo a ssist e n cia lism o. As pessoas deficient es eram vist as com o
doent es, essa fase é paut ada, port ant o, pela perspect iva m édica.

 4 ª fa se : m arcada pela visão de direit os hum anos das pessoas com deficiência, com o
su j e it os de dir e it o.

 A Convenção sobre Direit o das Pessoas com Deficiência é cláusula pét rea em nosso
ordenam ent o j urídico.

 Term inologia

 A expressão “ port ador de deficiência” não é a adequada.

 A expressão corret a é “ pessoa com deficiência” .

 Regras Gerais da Convenção

 PRI NCÍ PI OS GERAI S DA CONVENÇÃO

• respeit o pela dignidade


• não discrim inação
• part icipação e inclusão na sociedade
• respeit o pela diferença e aceit ação das pessoas com deficiência

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• igualdade de oport unidades
• acessibilidade
• igualdade ent re o hom em e a m ulher
• desenvolvim ent o das capacidades das crianças com deficiência

 DI REI TOS

• prot eção especial às m ulheres com deficiência

• prot eção especial às crianças com deficiência

• dissem inação da conscient ização

• criação de inst rum ent os de acessibilidade

• direit o à vida

• prot eção específica em sit uações de risco e de em ergências hum anit árias

• reconhecim ent o igual perant e a lei

• acesso à j ust iça

• liberdade e segurança da pessoa

• prevenção cont ra t ort ura ou t rat am ent os ou penas cruéis, desum anos ou degradant es

• prevenção cont ra a exploração, a violência e o abuso

• prot eção da int egridade da pessoa

• liberdade de m ovim ent ação e nacionalidade

• prom oção de vida independent e e inclusão na com unidade

• criação de inst rum ent os de m obilidade pessoal

• liberdade de expressão e de opinião e acesso à inform ação

• respeit o à privacidade

• respeit o pelo lar e pela fam ília

• direit o à saúde

• program as de habilit ação e de reabilit ação

• direit o ao t rabalho

• direit o a padrão de vida e à prot eção social adequados

• part icipação na vida polít ica e pública

• part icipação na vida cult ural e em recreação, lazer e esport e

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Pr ot e çã o Con st it u cion a l

 Proibição de qualquer discrim inação no t ocant e a salário e a crit érios de adm issão do
t rabalhador deficient e.

 É com pet ência com um da União, dos Est ados, do Dist rit o Federal e dos Municípios cuidar da
saúde e assist ência pública, da prot eção e garant ia das pessoas com deficiência.

 Com pet e à União, aos Est ados e ao Dist rit o Federal legislar concorrent em ent e sobre a prot eção
e int egração social das pessoas com deficiência.

A lei reservará percent ual dos cargos e em pregos públicos para as pessoas com deficiência e
definirá os crit érios de sua adm issão.

 É vedada a adoção de requisit os e crit érios diferenciados para a concessão de aposent adoria
aos abrangidos pelo RPPS e RGPS, ressalvados, nos t erm os definidos em leis com plem ent ares,
os casos de servidores com deficiência.

 O m ont ant e para recebim ent o por RPV quando o beneficiário for pessoa com deficiência é t rês
vezes m aior, ou sej a, 180 salários m ínim os na esfera federal.

 A assist ência social será prest ada a quem dela necessit ar, independent em ent e de cont ribuição
à seguridade social, e t em por obj et ivo a habilit ação e a reabilit ação das pessoas com deficiência,
bem com o a prom oção de sua int egração à vida com unit ária.

 O dever do Est ado com a educação será efet ivado m ediant e a garant ia de at endim ent o
educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialm ent e na rede regular de
ensino.

 O Est ado prom overá program as de assist ência int egral à saúde da criança, do adolescent e e
do j ovem , adm it ida a part icipação de ent idades não governam ent ais, m ediant e polít icas
específicas, ent re elas a criação de program as de prevenção e at endim ent o especializado para as
pessoas com deficiência física, sensorial ou m ent al, bem com o de int egração social do adolescent e
e do j ovem com deficiência, m ediant e o t reinam ent o para o t rabalho e a convivência, e a
facilit ação do acesso aos bens e serviços colet ivos, com a elim inação de obst áculos arquit et ônicos
e de t odas as form as de discrim inação.

 Obrigat oriedade de const rução de novos logradouros, de edifícios e de veículos de t ransport e


públicos conform e as regras de acessibilidade ou de adapt ação j á exist ent es.

6 - Con side r a çõe s Fin a is


Chegam os ao final da aula dem onst rat iva. Foi um a aula int rodut ória, m as
im port ant e para nos sit uar na m at éria.

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Além disso, procuram os dem onst rar com o será desenvolvido nosso t rabalho ao
longo do Curso.
Quaisquer dúvidas, sugest ões ou crít icas ent rem em cont at o conosco. Est ou
disponível no fórum do Curso, por e- m ail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxim a aula. At é lá!
Ricardo Torques

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / www.facebook.com / dpcparaconcurso

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