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Graduando em Direito pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Extensionista do Projeto de Extensão
Direitos Humanos na Prática. E-mail: brunowbr.97@gmail.com
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Graduando em Direito pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Extensionista do Projeto de Extensão
Direitos Humanos na Prática E-mail: kenniaatara@hotmail.com
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Graduando em Direito pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Extensionista do Projeto de Extensão
Direitos Humanos na Prática E-mail: vitoriavitoria2014@outlook.com
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Doutorando em Direito pela UnB. Mestre em Ciências Sociais e Humanas pela UERN. Professor Assistente no
Curso de Graduação em Direito da UFERSA. E-mail: ramon.reboucas@ufersa.edu.br
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2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS
procura pela garantia destes evita a desintegração da convivência familiar, colaborando para
que possa haver um resultado positivo no processo pedagógico
Sendo assim, o direito à convivência familiar, como um direito fundamental, é garantido
durante o período de internação, haja vista que, “a família é um lócus de potencialidades, espaço
de construção de afetos, solidariedade, interdependência e reciprocidade” (ARAÚJO, 2013,
p.5). Nesse sentido, a participação da família será de grande relevância para que possa haver
uma melhor reestruturação psicológica do adolescente, principalmente na questão emocional,
garantindo, na maioria das vezes, um melhor comportamento dentro da unidade, projetando
uma perspectiva de futuro melhor no processo de reinserção social, além de reforçar os laços
familiares do adolescente para que haja uma solidez maior nesta relação.
A partir da participação do Projeto de Extensão “Direitos Humanos na Prática”, na
realização de visitas aos adolescentes que cumpriram ou ainda cumprem medida socioeducativa
de internação no CEDUC de Mossoró, pôde ser feita uma filtragem dos relatórios desenvolvidos
por extensionistas que participaram dessas visitas. Assim, foi possível obter uma base de como
é a realidade da relação desses adolescentes com os seus familiares.
Tendo os relatórios como referência, foi possível notar que, a grande maioria demonstra
ter bastante afeto e valorização pela família, reconhecendo que é muito importante ter uma boa
relação com a mesma antes, durante e depois do cumprimento da medida. Para eles, as visitas
que recebem de seus parentes são fundamentais para um melhor comportamento deles dentro
da unidade, o que é um fator essencial para progressão da medida.
Grande parte dos adolescentes do CEDUC - Mossoró têm a participação da família
durante o processo. É imprescindível que essa participação não se limite apenas ao
comparecimento na unidade, mas sim a uma atuação efetiva e constante durante esse período.
Contudo, certa parcela sente a ausência de sua família durante o período de internação, seja pela
dificuldade financeira, distância, falta de transporte ou mesmo por conta de uma relação
conturbada e distante. Além disso, alguns adolescentes afirmam que não recebem visitas com
tanta frequência por questões de trabalho e saúde de seus familiares, ou até mesmo por
considerarem o procedimento de revista como uma humilhação para os seus parentes.
Dos 28 adolescentes acompanhados pelo “Direitos Humanos na Prática”, de 2016 a
agosto de 2017, apenas 8 residem em Mossoró. Sendo assim, os adolescentes de Mossoró
recebem visitas semanalmente, e os que são de outras cidades, recebem visitas quinzenalmente,
desde que estejam vindo de Natal ou se desloquem até as margens da rodovia BR-304 para
pegar o ônibus fornecido pela FUNDAC. Caso nenhuma dessas possibilidades sejam viáveis, a
família terá que custear o transporte que os deslocarão até Mossoró. Sobre o direito de realizar
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ligações (VIII, art. 124 da Lei 8.069/90), os adolescentes alegam que o tempo de duração é
muito curto.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, é notório observar que ainda há muitas lacunas a serem supridas sobre a
convivência familiar na internação para que haja um efetivo progresso no que concerne ao apoio
dos entes familiares aos adolescentes. O principal impasse certamente é superar o desafio que
a transferência dos adolescentes para locais longínquos causa para a efetivação do direito à
convivência familiar no período de cumprimento da medida socioeducativa de internação.
O projeto de extensão Direito Humanos na Prática, através da assistência prestada aos
adolescentes, possibilitou identificar que ainda há falhas durante esse processo, permitindo
estudar e dialogar sobre como essa influência pode gerar impactos significativos no processo
de evolução sociopedagógico.
6. REFERÊNCIAS