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José Ramon Molinero

São Paulo, Editora Mandala, 1974

FICHAMENTO “OS SETE VÉUS DE ÍSIS”


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P. 13 – Mitologia antes do mito clássico: 2° a Gênese, “No princípio, criou Deus os céus e a Terra; mas a
Terra era vazia e sem forma. Havia obscuridade sobre a face do abismo e Deus flutuava sobre as águas
(...) Fez Deus o firmamento e a separação das águas de cima das debaixo do firmamento”. Entendamos
as “águas de cima” e as “debaixo” como princípio de tudo. A água, líquido capaz de se transformar em
gasoso e depois retornar ao seu estado líquido, que tinha em si Deus (princípio fecundante), fecundou a
mãe Terra. Mas a Terra também fora criada, e sua diferença de líquido a sólido, de úmido a seco, dará
origem futuramente à polarização de forças (ying e yang, bem e mal, Deus e diabo, luz e trevas,
masculino e feminino, etc.). “E no terceiro dia o Senhor cria o Sol”. Mas não no sentido literal (pois o
Sol já existia antes da própria Terra), e sim no sentido da relação do astro-rei com a vida. Os raios do Sol
são portadores das sementes dos 1°s bacilos e de tudo mais que desperta a natureza. Assim, a Terra se
prenha dos seus 1°s habitantes:

P. 14 – ...as plantas. As flores (órgão sexual, recria a criação) serão a marca da presença divina; os frutos,
o conceito máximo da fertilidade. Satisfeito, o Sol agradece aquecendo rios e mares, fazendo com que
neles germinem os 1°s animais. Mas estes seres despertam curiosidade pela solidez da Terra. De vez em
quando saltam para ela, até que alguns aprendem a viver tanto na água quanto na terra (anfíbios) e outros
aprendem a respirar o ar, tornando-se definitivamente terrestres. Mas a Terra não está satisfeita, quer ter
seus próprios filhos (aspiração de todo ser cósmico). E pede então a Logos (lógica, mente, leis da
natureza, etc.) que lhe conceda o dom da maternidade, o qual lhe responde: “Procrie-se a si mesma, já que
recebeu o poder de ser andrógina como o Criador.” Assim, a Terra faz com água seu 1° filho: unindo suas
características maternas (força, grandeza e poder) às da água, dá origem a um peixe e mamífero ao
mesmo tempo (um monstro do qual descendem os mamíferos aquáticos), que vive com seu pai, a água.
Mas a terra não está satisfeita, pois esse monstro marinho não corresponde à sua vontade. Então, deixa
emprenhar-se pelo ar, dando origem a um mamífero alado (do qual descendem a mitológica harpia e os
morcegos), para que possa caminar pelo vento, seu pai.

P. 15 – Mas a Terra continua insatisfeita, queria ter um ser de terra e queria sentir os pés do seu filho sobre
seu próprio corpo. E pela 3ª vez tenta, fracassando mais uma vez, pois seu filho a rejeita procurando as
árvores (dele descende o orangotango). A Terra então suplica ao Logos: “quero um filho que possa ter
todos os Seus atributos, mas que possua ainda uma outra força, que lhe permita ter em seu corpo o sopro
da paternidade divina.” Desta vez Logos acede, e do Sol envia o espírito vivo de sua própria criação.
Estes seres, chamados Pitris, não têm corpo nem matéria física, são luz, gás, corpo etéreo, aura solar e em
forma de estrela, e serão nossos 1°s pais. A Terra, considerando-os demasiado frágeis, quer protegê-los
das energias cósmicas. Para isso, desprende suas 4 extremidades dando origem a 4 luas que lhes darão
sombra e calor. A mãe Terra ainda os reveste com orvalho e pó para lhe dar corpo físico (orvalho + pó =
barro, a exemplo da Bíblia). A água das chuvas os fertiliza, fazendo com que nasça sua própria vegetação
(pelos, cabelos, unhas, etc.); e assim nasce o homem (Hu-man). Este homem miocênico, à medida que
envelhece, vai ficando de movimentos débeis até paralisar. Quando “morto”, cria raízes no solo e torna-se
uma árvore (por isso as árvores são sagradas e cultuadas como indivíduos, e por isso a tradição de
enterrar os mortos – na esperança de vê-los renascerem como as árvores). Seus pitris encarnam em outros
homens.

P. 16 – Mas este homem, filho da Terra e de sua natureza devoradora, inconformado de comer apenas os
frutos de outras árvores, ambiciona a maçã, o fruto proibido, o feto que germina sobre o ventre da fêmea.
A fêmea, por sua vez, para proteger aquilo que lhe dará o nome de mãe, vai ocultando-o cada vez mais,
até conseguir colocá-lo dentro de seu próprio ventre. Há medo e terror sob a sombra das 4 luas, e do medo
e do terror nascerão os 1°s deuses terrestres, a quem os homens prestam idolatria: pedras e árvores secas.
Mas Logos observa essa falta de respeito para com Ele e para com os deuses de sua corte. E Febo, deus
dos ventos, soprando com o intuito de aniquilar essa raça, torna a sua terra (chamada Miocena) na atual
gélida Groenlândia.

P. 17 – Mas os deuses terrestres, ansiosos por novos filhos, transportam os pitris para um verdadeiro
paraíso ao sul, chamado Lemúria, da qual só restam alguns vestígios na ilha de Páscoa, com suas
imponentes estátuas de desconhecida procedência. Ali os deuses fazem nascer um novo homem, mais
forte e viril, feito de pedra (origem dos nossos ossos). Depois os deuses permitem que neles cresça carne.

P. 18 – Aprendendo a dura lição de Logos, os deuses terrestres não fizeram dos lemurianos machos e
fêmeas. Eram completos masculino e feminino, e seus órgãos sexuais localizavam-se no dedo médio (que
originou a memória ancestral da masturbação feminina) e na planta dos pés, fazendo-os caminhar com os
pés apoiados de lado (a exemplo de como são feitas algumas danças sagradas orientais).

P. 19 – Seu sangue quase sólido, seu enorme porte físico e sua incrível velocidade e capacidade de salto
podem nos soar estranho, mas eram necessários para as condições atmosféricas e a densidade do ar
daquela época. Mas os deuses ainda não estão felizes, num problema que há de se repetir milhões de
vezes: o criador é sempre vítima de sua própria criação. Como poderiam seres tão completos venerar seus
deuses-pais, aos quais nem sequer conheciam? Pois o medo é a 1ª coisa que faz os seres procurarem o
divino, e medo era algo que os lemurianos não tinham. É através dos sonhos, pelos quais os deuses falam
aos homens, que os lemurianos recebem a mensagem de que deverão corporificar os deuses em pedra e
madeira. Eles deverão ser maiores e mais fortes que os homens, com fisionomias tão ferozes que possam
amedrontar as próprias feras. E são erigidas estátuas, sendo exigido pelos deuses que lhes abrissem a boca
e os ouvidos para que o vento, com seus ecos profundos, trouxesse a mansagem daquelas divindades.
Outras estátuas absorvem a essência dos alimentos, dos incensos, do sangue e da vida dos animais que lhe
são oferecidos.

P. 20 – Com tudo isso, os deuses não estavam satisfeitos, pois o homem lemuriano permanecia poderoso
demais. Foi por isso que houve a separação das energias e dos sexos, de forma que somente quando
ambos se juntam, estabelecem-se novamente os poderes do grande andróigino. Assim, a máxima “divide e
vencerás” virou regra, e os deuses criaram 2 energias inéditas no universo: o amor e a atração sexual.
Assim como toda luz gera uma sombra, do amor origina-se o ódio. Resumindo, os deuses acabam de dar
ao homem mais um corpo: o corpo psíquico. Daí surgem as enfermidades, e delas, a morte. A caixa de
Pandora é aberta. Apesar de toda desarmonia causada pela separação dos sexos, encontra-se aí uma chave
para os sábios: é a través da união que eles perpetuam sua existência na Terra, através dos filhos.
Percebendo isso, os deuses fecundam algumas fêmeas, dando origem aos profetas e/ou messias.

P. 21 – Essas fêmeas, esposas dos deuses, foram as 1ªs sacerdotizas: cuidavam do fogo sagrado, davam de
comer e beber aos ídolos gastronômicos, interpretavam as mensagens do vento e aprenderam a entregar-
se aos espíritos incorpóreos da divindade, no movimento que daria origem às danças sagradas.

P. 22 – Com tudo isso, o sexo passou a ter um significado místico encantado. Após cada coito, machos e
fêmeas dormiam entrelaçados e sonhavam com paraísos criados pelo amor que novamente os convertia
em seres superiores. Seu gozo era incalculavelmente superior ao praticado atualmente. A expressão
“dormir juntos”, para simbolizar a prática do amor, é muito mais antiga do que se pensa. Dada a
importância da atração sexual e do amor, nada mais lógico que a atração física e amorosa entre as
mulheres dos deuses e aqueles homens dos quais haviam sido separadas. Assim nasce o 1° adultério, que
irá provocar a ira dos deuses.

P. 23 – Terremotos e outros desastres assolam a Terra. Mas os criadores são sempre vítimas de suas
criações, e os deuses haviam criado o amor que, por ser divino, era indestrutível. O fato é que os deuses
decidem destruir a Lemúria, transportando suas mulheres para outro continente: Atlântida.
Aproximadamente do tamanho da Austrália, era dividido de norte a sul por um rio. A oeste os deuses
criaram um império das mulheres, mais tarde conhecidas como matriarcas, ou amazonas. Os homens,
isolados e tendo como inimigos os deuses do alto e do baixo, para se defender, desenvolvem a
necromancia, a arte da invocação dos mortos,

P. 24 – ...os quais os aconselham a construírem barcas de madeira (material do qual eram feitos os
homens ancestrais) para fugir da Lemúria, que seria destruída pelas águas e pelos ventos. E assim
chegariam a Atlântida, para habitar ao Leste. É a alegoria da Arca de Noé, repetida tantas vezes
posteriormente.

P. 25 – Mistérios Atlantes: em Atlântida, a mulher torna-se inimiga do homem. Surge o matriarcado,


forma de governo em que mulheres, obedecendo a uma sacerdotiza, virilizam-se, tornando-se guerreiras
ou operárias. Dedicam-se ao pastoreio e à caça, desprezando a agricultura, aprendem a produzir seda, a
cozer o barro e a extrair a essência das flores pra produzir perfume. Alimentam-se com carne e frutos,
tomam banho com leite, segredo de beleza transmitido aos egípcios. Fumam tóxicos que lhes ajudam a
entrar em contato com os deuses.

P. 26 – Decoram seus corpos com ornamentos de flores e plantas, em homenagem ao seu ancestral
miocênico. Caçam animais e homens, os quais amputam os membros pra que não as abracem e, num
macabro ritual tântrico, reproduzem-se. Conhecem os segredos astrológicos, o que permite a realização de
bacanais em épocas propícias ao nascimento de mais mulheres que homens. Os homens que nascem são
mortos pelas parteiras ou, se tiverem grande força física, são castrados e transformados em escravos
eunucos. Manejam o arco, o punhal e o dardo envenenado. Sua estratégia é sempre a emboscada. Mas
nada faz com que a mulher consiga ser independente do homem, e seu ódio por eles aumenta. Então, os
deuses as ensinam a procriar com os macacos.

P. 27 – A raça nascida desse cruzamento ainda é cultuada na Índia. No lado leste, no reino dos patriarcas,
ainda eram cultuadas as árvores, e os frutos e as flores foram seus 1°s deuses. Mas como as árvores são
verdadeiros catalisadores de energias cósmicas, os patriarcas atlantes entravam em conexão com forças
cósmicas de outros planetas. Marte os protege, Vênus envia seus espíritos pra entrar em contato e
Saturno, capital do Logos, em função da distância, nada pode fazer.

P. 28 – Ao contrário das matriarcas, os patriarcas do leste amam suas mulheres (apesar de serem os
inventores do harém). Quando capturam uma amazona (o que é raro), queimam-na em oferenda aos
deuses. Daí a origem do culto ao fogo.

P. 29 – Construíam seus templos com ouro forjado (o mito do Eldorado é, na realidade, uma memória
ancestral da cidade atlante de Arjona). Com esse ouro faziam também suas pontas de lança, elmos,
flechas, escudos e couraças. Quando o embuste das amazonas falhava e eles travavam batalha, os
patriarcas sempre venciam. As amazonas então pediam ajuda a seus deuses que, transportando suas
sementes através dos raios da lua, dão origem a animais disformes, gigantescos e desequilibrados,
definitivamente não filhos da Terra: os pré-históricos, antidiluvianos dinossauros, que dariam origem ao
mito do dragão.

P. 31 – Uma das luas da Terra de então, muito maior que a atual e envolta por uma densa névoa que quase
cobria o sol (névoa essa devida à própria constituição da lua, formada por um imenso bloco de gelo) é a
responsável pelos dilúvios dos livros sagrados, resultantes da evaporação do gelo.

P. 33 – O homem, na qualidade de deus (avatar), é conservador, conciliador, pacificador, como Vishnú.


Mesmo após ser criado pela natureza e abandonado, entregue a seu próprio destino (Brahma) e destruído,
a natureza o modifica e o faz renascer (Shiva). De qualquer forma, ele sempre busca a paz. E era a paz
que os atlantes queriam. Eis que surge um patriarca herói que descobre a localização do palácio da rainha
e sacerdotiza das amazonas. O patriarca a captura e a leva pra Arjona, envolvendo-a com os braços e as
pernas (o que as amazonas buscavam evitar amputando os membros dos homens capturados), até
conseguir que ela se renda e o amor triunfe. As amazonas aprendem a arte do Amor, deus vencedor da
guerra.

P. 34 – Atlantis é um segredo hermético que não deve nem pode ser desvendado. Por estar
demasiadamente à frente de seu tempo, produziu um desequilíbrio cósmico que não querem os deuses que
se repita. Mas podemos dizer que aquele patriarca herói será, 14 gerações à frente, Zaratustra, o grande
patriarca do fogo, e mãos 12 adiante, Zoroastro. O patriarca que escapou de Atlantis em sua destruição foi
chamado IO (I = lingan masculino; O = yoni feminino) e quem deu origem à nova raça.

P. 35 – O fato é que a Atlântida unida mergulha em seus séculos de apogeu, numa verdadeira colaboração
a serviço do avanço e do progresso. E tudo graças ao amor. E como não é possível amor sem sexo
(embora seja o sexo sem amor), começaram a viver em torno disso. Criaram inclusive máquinas voadoras
movidas a sexo, o que se perpetuou como o tapete voador. Na densa atmosfera da época, o movimento
sexual direcionado como um tapete voador permitia pequenos vôos.

P. 36 – Aquele reinado pacificador criou um conceito existente até hoje: o de um rei e uma rainha na
cabeça do Estado.

P. 40 – Ocorre que o progresso comnbinado com o elemento que gera amor e ódio torna o homem
ambicioso, mostro e escravo do seu próprio poder. Logos percebe nos atlantes o perigo do desequilíbrio
cósmico. E os atlantes almejam conquistar o continente do outro lado do mar, paraíso dos deuses do alto-
cosmos e de sua humanidade. Mas como pode essa atitude dos homens se esses eram, em parte, divinos?
Lembremos que há os deuses do alto-cosmos e os do baixo-cosmos, em etrna luta pra conservar seus
filhos sob o seu poder. É a eterna luta entre o bem e o mal.

P. 41 – No alto de uma montanha em Atlântida habitava um povo chamado jinas (os djins da tradição
árabe pré-islâmica), que desde sempre se negaram a qualquer movimento bélico ou progresso que os
afastasse dos deuses. Suas auras eram tão brilahntes e coloridas que constituíam seu próprio corpo. Ainda
hoje existem, mas são confundidos com OVNIS. Os jinas não possuem corpo psíquico, portanto, jamais
envelhecem. Diante da corrupção dos atlantes, Logos envia os jinas a povoar a Terra.

P. 42 – E os atlantes, tendo perdido sua divindade, mas não sua ganância, preparavam-se pra conquistar o
que hoje conhecemos por Europa. Como disse o sacerdote de Sais a Salom, legislador ateniense: “Vós os
gregos sois como crianças. Acreditais que tudo começou na Grécia e não vos lembrais que nove mil anos
antes, tivestes que rebater um poderosíssimo inimigo, vindo do continente que depois foi coberto pelas
águas”.

P. 43 – Este “poderosíssimo inimigo” eram os atlantes, que fugiam em 2 frentes: os liderados por IO (que
daria origem à raça dos Io-phteus) em direção à Europa e outra frente que daria origem aos astecas na
América. Os que vão em direção à América são salvos. Os que seguem para a Grécia encontram a
oposição de Zeus, que seca os mares e os faz peregrinar pelo deserto africano até terem sua pele
escurecida pelo sol, o que origina a raça negra. Durante seu êxodo, Atltântida é destruída por um dilúvio
oriundo da lua gelada, que desintegra-se por completo na catástrofe.

P. 47 – Mitologia Oculta Greco-romana: 2° Blavatsky, mitologia é a história antiga de outras raças, povos
e continentes, que por obedecer a dinâmicas diferentes das atuais, deve ser estudada em forma de lenda.
Mito é a corporificação de deuses pagãos em forma humana, com a narração histórica de sua passagem
pela Terra e a formação da família super-humana da divindade. Os deuses fracassaram com os homens
porque estes, descendentes dos pitris, se separaram daqueles pra criar suas próprias divindades
(potestades ou deuses do baixo-cosmos). Daí nascem 2 linhas paralelas: a obra dos deuses do baixo-
cosmos na Lemúria (Pacífico Sul) e a dos deuses do alto-cosmos, que guiados por Zeus (Júpiter) criam
uma nova humanidade na Grécia.

P. 48 – Pelo fato dos deuses do alto-cosmos serem etéreos, os homens deixaram de prestar devoção a eles
e passaram a idolatrar as árvores, as pedras, enfim, elegeram os deuses do baixo-cosmos. Por esse motivo,
na Grécia, os deuses do alto-cosmos se fizeram humanos. Mas, ao contrário das potestades que buscaram
a beleza divina do feio, os deuses do alto manifestaram-se perfeitos em linhas e traços, e foram habitar no
Olimpo, criado por eles pra não se misturarem com os homens. Certamente, ao adquirirem corpo físico,
assumiram também as limitações dele.

P. 49 – Precisavam comer, beber e dormir. Exercitavam-se com caça e jogos que deram origem aos nossos
esportes. Alimentavam-se principalente de ambrosia e néctar, o que lhes permitia jamais envelhecer
(segredo esse procurado pelos alquimistas, que sabia ter sido roubado do Olimpo pelas amazonas). Por
estarem nessa condição, ao dormirem, abandonavam completamente sua responsabilidade, domínio e
proteção sobre os homens e o mundo. Os mais poderosos vestiam sempre túnicas brancas, os menores,
todas as cores do arco-íris. Aqueles mais próximos dos homens não vestiam nada, deixando à mostra seus
atributos carnais.

P. 50 – O poder divínico permitia-lhes evitar os ciclos humanos de maturação, pulando 7 anos. Por isso
Hermes e Apolo, após nascerem e alimentarem-se de ambrosia e néctar, saltam de seus berços e iniciam
suas vidas de heróis. Na cosmogonia tradicional, Caos dá origem a Gea, que separa-se de Eros e Tártaro e
casa-se com Urano e com Poseidon (o que significa que a Terra rompe a harmonia entre o amor e o
inferno e tem filhos com as 2 fontes evolutivas da criação: água e luz).

P. 51 – A linhagem de Urano prossegue com os titãs (12 e relacionados ao zodíaco), cíclopes e


hecatonquiros (3 de cada raça, representam as potestades e onde o elemento de degenera). Os titãs eram 6
masculinos e 6 femininos, e deram origem a outras divindades. Destas uniões, a mais importante é a de
Rea (a natureza) e Cronos (deus do tempo, destruidor e construtor). Urano, temeroso que seus filhos
pudessem destruí-lo, encerrava-os no Tártaro à medida que iam nascendo (os deuses foram vítimas de sua
própria criação, e isso ocorre com nós humanos, quando criamos elementos como ódio e inveja, e muitas
vezes nos deixamos destruir por eles e, mesmo tentando aprisioná-los, eles se manifestam cedo ou tarde).
Mas Cronos, ajudado por Gea, sua mãe, vence Urano e o castra. E para evitar dele mesmo ser castrado
por seu filho, Cronos devora (não no sentido antropofágico, mas mais vampirístico ou mesmo sexual)
todos os seus filhos (por isso surge a tradição dos patriarcas de castrar seus filhos, com medo do mesmo
fim).

P. 52 – Mas o que Cronos pensava ser seu último filho era uma pedra envolta em um pano. Rea havia
salvo o último filho e entregue às ninfas e aos curetas (9 sacerdotes de Rea). Era Zeus, amamentado pela
cabra Amaltea enquanto abelhas lhe ofereciam mel. Ou seja, não era alimentado de ambrosia e néctar.
Zeus representa o 1° profeta nascido. Crescido, Zeus enfrenta seu destino: derrotar Zeus (ou seja, derrotar
o tempo) e recuperar seus irmãos, em uma alegoria à reencarnação (Cronos, o Saturno romano, é
representado coberto por um capuz e de foice na mão, ou seja: a morte!). Em outra ocasião, Gea tem com
Tártaro seu filkho Tifão, com 100 cabeças que cospem fogo. Mas Zeus o vence e o joga no Tártaro. Os
vulcões seriam então a ira de Tifão (por isso o inferno, o tártaro, são localizados, pela tradição, no interior
da terra).

P. 53 – Quanto aos gigantes (originados do sangue de Urano quando este foi mutilado por Cronos), que
entraram em guerra contra o Olimpo, estes colocavam um monte sobre o outro (em forma de pirâmide,
depois ocorrido com a Torre de Babel) até chegar ao Olimpo. Aassim surgiu o monte Olimpo, o mais alto
da Grécia.

P. 54 – A 4ª raça humana, a de Adão, Caim e Abel, dos profetas e nossa, tem o espírito no sangue. Por isso
o hábito de casar entre irmão e, no patriarcado, os patriarcas com as filhas. O espírito no sangue faz da
herança genética extremamente importante na reencarnação, assim como a memória ancestral. O 3° olho,
por ex., seria uma memória ancestral de uma cavidade que ligava a alma ao meio externo. Hoje, na nossa
4ª raça, a mistura dos sangues fez com que a alma saísse dele para habitar a periferia do nosso corpo. Mas
há exemplos como os vascos, cuja sua grande maioria é de fator RH negativo (descententes diretos dos
atlantes). Voltando a Zeus, este regia quase todos os fenômenos atmosféricos.

P. 55 – As árvores são associadas a iluminação desde o tempo primevo (ex.: a figueira de Buda, o olmo de
Maomé, as oliveiras de Jesus, a imagem de Nossa Senhora vista pelas crianças sobre a árvore em Fátima).
No templo de Dodona há um carvalho sagrado que representa Zeus (imaginem quando a árvore morrer).
Zeus casa-se com Metis (prudência), e assim fica temeroso de ter o mesmo destino que seu criador.
Devora seus filhos e sua mulher grávida. O feto germina na cabeça de Zeus, dando origem a Palas Atenea
(Atenas). Em seguida casa-se com Temis (titã que representa a lei), tendo com ela Horas e Moiras; casa-
se com Dione e tem Afrodite; com Maya e tem Hermes; com Euriname e tem Graças; com Mneurosine e
tem as Musas; com Latona e tem Apolo (filho preferido) e Ártemis; Demeter lhe deu Persifone (deusa da
vegetação); e Hera (Juno latina, irmã de Zeus e a única fiel a ele) lhe deu Ares (Marte), Hefestos
(Vulcano) e Hebe. É difícil pensar que a traição, até mesmo entre os deuses, já existia antes de Adão e
Eva. É que a Bíblia põe o mito de Adão e Eva muito recente, muito posterior à Grécia Olímpica (teria a
Igreja se apropriado do mito e, mais preocupada com seu poder que com sua responsabilidade, deturpado-
o?)

P. 56 – Fica clara a pretensão de Zeus de dar origem a tudo. Casa-se até mesmo com humanas, entre as
quais Sémele, mãe de Dionísio (esse conceito, de um Deus fecundando uma mulher, será adotado pelo
cristianismo). Mas de todos, os filhos faboritos são Atena (Minerva romana) e Apolo, representantes do
feminino e do masculino. Atena é a favorita, pois “nasce de sua cabeça” (ou seja, é idealizada), e
representa a causa da paz e da guerra, bem como o poder do Estado e da sabedoria, além de ter inventado
a trombeta (arauto bélico) e a oliveira (de onde sai o azeite que serve de bálsamo e alimento preferido dos
deuses).

P. 57 – Sim, os deuses são criadores de todas as coisas, de árvores a instrumentos musicais. Os homens,
ao descobrirem e inventarem coisas, e como seres de luz de origem divina, apenas iluminam essas coisas,
antes escondidas nas trevas da Criação original. Quant à mãe de Apolo (Leto ou Latona), esta representa a
noite, que dá a luz a Apolo, deus de luz, o dia. Por representar a luz, representa também os raios de sol
que aquecem e tonificam, ou a seca e a aridez. E por ser de luz, é patrono das artes, da música e dos
cantores, dos quais se destacará Orfeu, seu filho. O mais importante templo dedicado a Apolo é o de
Delfos, que tinha como sacerdotisa Ali Pitia ou Pitonisa, que entravam em transe ao exalar gases do
subsolo de origem vulcânica (lembrando que a idéia de usar drogas alucinógenas pra experiências extra-
sensoriais só funciona pra homens primitivos, pois a abertura por alucinógenos se manifesta na região do
abdômen – o 4° olho, centro intuitivo –, sendo que dar alucinógenos a uma pessoa intelectualizada geraria
um conflito entre intuição e razão).

P. 58 – Ártemis (Diana – deusa da caça – latina), irmã gêmea de Apolo, era a deusa lunar da virgindade
feminina. No casamento de Zeus com Hera temos o já conhecido antagonismo do amor com o ciúme, a
inveja, o ódio. Dessa natureza nasce o filho violento, Ares (Marte latino), deus da guerra (se Atena
representa a defesa e a força da guerra, Ares a tragédia, a destruição e a morte em combate).

P. 59 – Ares e Hefestos (Vulcano latino) desposam sua irmã Afrodite (Vênus latina, deusa da beleza, da
perfeição, protetora do amor e representante do mar), que tem com o 1° Febos e Deimos (nomes das luas
de Marte) e Eros com Ante. Como protetora do amor, seu “círculo social” inspira o fetiche das mulheres
na antiguidade por adornar seus corpos com círculos. Por isso seu hábito de usar anéis (fortalece o
elemento que representa cada dedo), pulseiras (proíbe a entrada de forças negativas pelas aberturas da
“munheca”, conhecidas pela quiromancia), braceletes (evitam perda de energia vital), colares (barreiras
pra forças que infestam o corpo pra subor à cabeça) e cinturões (usados por sacerdotisas e amazonas pra
protegê-las do assédio dos homens).

P. 60 – Como protetora do amor, Afrodite condena o príncipe Narciso, por seu atentado às ninfas, a viver
eternamente apaixonado por si mesmo (o que nos dias atuais se manifesta no auto coito, na masturbação).
Afrodite casa-se também com Hermes e Dionísio, mas ama a Adonis, o mais lindo de todos, que é morto
por um javali numa caçada, mas ganha de Zeus o direito de viver com sua amada em dada época do ano.
Isso é tanto uma alegoria pra alternância das estações (das quais o inverno é trazido pelo javali) quando
pro coito (que morre após o orgasmo – que, no tantrismo, é quando o espírito sai do corpo – pra reviver
algum tempo depois). Zeus casa-se também com Maya (deusa das nuvens chuvosas e filha de Atlante –
significaria que os maias são descendentes dos atlantes?) e tem Hermes (Mercúrio latino). Hermes é o
deus-prodígio. 4 horas após seu parto, inventa a 1ª lira, feita de casca de tartaruga. Depois, foge e rouba
rebanhos de Apolo, pois quer se alimentar de comida humana. Hermes é o deus do vento e da chuva, dos
rebanhos e pastos e da sabedoria mundana, inventor do alfabeto e da eloqüência.

P. 61 – É mais venerado que qualquer outro deus no comércio e nas viagens (por isso o latim Mercúrio =
mercuri = mercador). É considerado o mensageiro dos deuses, paga com sua lira pelo roubo do rebanho
de seu irmão e, com ele, tornam-se poderosos, unindo os raios de sol com o vento e a chuva. Quanto a
Hefestos, por ser feio e coxo, é jogado por sua mãe Hera ao mar, voltando e reconciliando-se com sua
mãe 9 anos depois. Na sua qualidade de fogo, é o forjador. Cria 2 jovens de ouro que lhe ajudam a se
locomover e a esconder sua deformação (é uma alegoria pra robôs, talvez o próximo receptáculo do
espírito humano na Terra), forja a égide de Palas, o cetro de Zeus, o tridente de Poseidon, o escudo de
Hércules e a armadura de Aquiles. Mas não nos esqueçamos de Hestia (Vesta), 1ª filha de Cronos e Rea.

P. 62 – Representa o bom espírito, é guardiã do homem em sua casa, seu lar, e por conseqüência, é
também o fundamento do Estado. Os deuses pediram a Zeus que fizesse com que os seus feitos não
morressem. Com isso, Zeus gerou Mnemosine (a memória), com quem casou-se e originou as 9 musas.

P. 63 – As musas são: Clio (a 1ª delas, representa a história), Melpómene (a tragédia, arte onde o que se
faz no presente traz conseqüências no futuro), Terpsícore (a dança, tão importante pra representar o tempo
como as anteriores), Polimnia (a poesia hínica), Tália (musa da comédia), Urânia (a astronomia), Euterpe
(a poesia lírica, a criadora do canto), Erato (a poesia amorosa e a mímica – relacionadas porque o amor, se
não manifestado por canto e gestos, fala e carícia, perde seu valor) e Calíope (a poesia épica, a eloqüência
e a medicina – pois a medicina, antes de ciência, é a arte de curar, e o 1° remédio é sempre a eloqüência).

P. 64 – Quanto a Eurinome, esta dará origem às 3 graças: Aglaé (o ser resplandescente), Eufrosina (boa
conselheira) e Tália (a graça do amor). As 3 estão sempre juntas, pois do contrário, não existiria o gozo de
viver (que é representado pelas graças). O Cupido (Eros latino) é o eterno amor da Psique (alma humana).
O último dos matrimônios de Zeus é com Demeter (Ceres latina e deusa da Terra).

P. 65 – Do incesto com seu pai Zeus, Demeter tem Proserpina, que é raptada do Olimpo, motivo pelo qual
Demeter abandona sua posição de deusa e vaga pela Terra, em busca da filha (Ceres é vencida por sua
qualidade de mulher e mãe, atributos terrestres). Em sua peregrinação, encontra um menino doente,
Triptólemo, ao qual torna imortal colocando-o, à noite, em um leito de carvões de fogo (os rituais
orientais com fogo – como pisar em brasa –, tanto quanto o inferno de fogo, são purificadores da alma e
transformadores – assim como o fogo forjador – que outorgam poder a quem os experimenta com
sucesso). Grato a Demeter, Triptólemo faz para seu culto uma escola inicática (cujo noviciado dura 5 anos
e é seguido da autopsia – termo depois empregado pela medicina que significa “abertura de corpos”), que
dá origem aos mistérios Eleusis. Por fim, Demeter casa-se com Jasão, filho de uma ninfa e de Minos, com
o qual tem Pluto, deus da riqueza.

P. 66 – Mais esclarecimentos: Gea não representa a Terra, e simo conceito criador que encerra a palavra.
De seu casamento com Urano ocorre o processo de corporificação dos deuses. Os titãs são, na realidade,
elementais: Oceano, por ex., é a água dos rios e fontes pra abastecer o mar; Rea é a natureza (ou seja, a
Terra em seu sentido elemental). Quando os elementos se degeneram ou se liberam, suas forças se
desencadeiam em potestades (ex. 1: Urano dá origem a Brontes, Estérope e Argés = o céu dá origem a
trovão, raio e fulgor; ex. 2: Gea dá origem a Cotos, Briareu e Giges = a Terra dá origem ao terremoto, às
borrascas e à tempestade).

P. 67 – Assim como as copas das árvores ancestrais eram “antenas cósmicas”, as forças superiores estão
em contato direto com manifestações energéticas relacionadas com o cabelo (talvez por isso Pitágoras
considerava sagrado o cabelo e não o cortava, e Jesus usava cabelos compridos; na mulher representa
pureza, e talvez por isso o hábito das crentes e a Medusa ter tido como castigo cabelos de serpente).

P. 68 – Hélios (divindade do sol dos romanos) casa-se com Persa (a destruidora, por isso talvez a Pérsia
tenha esse nome dado pelos gregos). Hélios não era muito valorizado, até ser trazida da Ásia a tradição do
seu culto, e o sol passa a ser considerado o testemunho da verdade.

P. 69 – As Parcas, Horas e Moiras (a fiandeira, a liberação e a inevitabilidade), obviamente representam


os 3 aspectos da morte (tecida por nós desde o nascimento, representa a liberação e é inevitável).

P. 70 – Poseidon é o pai de Pégaso, cavalo alado que teve com Medusa.

P. 71 – Um dos filhos de Apolo é Asclépio (Esculápio romano), deus da saúde e da medicina, a quem
Zeus matou com um raio por este curar os mortos (moral: a medicina pode curar a enfermidade, mas não
a morte, que é um atributo divino).

P. 72 – Somente os anjos (pensamento do Criador) podem enxergar os deuses em sua forma divina. Mas
nem os deuses são capazes de ver o Criador, o Deus-Uno, que é formado por tudo. Esse privilégio é dos
querubins, que guardam o seu trono.

P. 73 – Dionísio (Baco romano) era sempre acompanhado das ninfas e dos sátiros (faunos romanos), que
o acompanhava em seus bacantes e com ele promoviam bacanais ao estilo tântrico oriental.

P. 75 – Pã (cujo nome significa tudo) representa a fertilidade divinificada, e está associado à natureza, aos
bosques (deu à palavra “pânico” a expressão do terror de se perder nos bosques).

P. 76 – Hades (Plutão) casa-se com Perséfone (que significa) “a que destrói a luz”, dando-nos a idéia de
que a noite, o sono, a morte e a obscuridade estão irmanados de alguma forma. O inferno grego foi a
inspiração de Dante em sua obra: era dividido em 3 (Eliseu pros bem-aventurados, Asfódelos como
purgatório e Tártado pra condenação), formado por rios e lagos (para pagar ao barqueiro Caronte pela
entrada pro inferno, os gregos colocavam uma moeda de cobre na boca dos defuntos). Às portas do
Tártaro temos a besta de 3 cabeças, Cérbero, que impede a saída dos que entraram.

P. 79 – Religiões pelo mundo todo têm, como origem de alguns de seus aspectos, as crenças gregas (o
batismo, a confissão e o gongo têm origem na Grécia).

P. 80 – Prometeu, titã filho de Japeto, é a personificação do espírito humano. É quem ouba o fogo divino
pra dar aos homens. Mas estes, ao possuírem tamanha força, tornam-se violentos, soberbos e revoltados
contra os deuses, obrigando Zeus a exterminar a1 raça e a castigar Prometeu. Seu castigo é ter o fígado
devorado por uma águia todo o dia e vê-lo regenerar à noite.

P. 81 – Prometeu é salvo por Heracles (Hércules), que convence Quirão a descer ao Tártaro no lugar
daquele. No final, Zeus consente que o fogo divino fique com os homens, mas encomenda a Hefestos
uma sedutora imagem de mulher. A feitura da imagem conta com a colaboração de vários deuses: Afrodite
lhe dá o encanto, Atenea as artes, Hermes sua indumentária e Zeus uma caixa que jamais pode ser aberta.
E assim nasce Pandora (“a que possui todos os dons”). No entanto, ela não resiste à tentação da
curiosidade e abre a caixa, dela escapando todos os males humanos (dor, doença, morte), dos quais apenas
a esperança permanece na caixa. A Eva bíblica representa Pandora. Após ter sido aberta a caixa dos males
humanos, Zeus põe fim à raça de ouro (antes, sem qualquer mal, vivia em estado de paz e felicidade) e
inicia a raça de prata, que logo será eliminada por seu desprezo aos deuses e materialismo. Então vem a 3ª
raça, a de bronze, que se mantém em equilíbrio por um tempo por seu aspecto belicoso, mas que acaba
sendo destruída também pela luta fratricida. Essa raça é exterminada pelo dilúvio de Deucalião (filho de
Prometeu e Pandora). Mas antes, Prometeu pede a seu filho que contrua uma arca (origem da arca de
Noé).

P. 82 – Quanto aos heróis, estes pertencem a uma categoria similar aos santos católicos (porém, enquanto
estes tinham como características a pobreza e a humildade, aqueles terão coragem, audácia e inteligência).
Por serem a raça mais ampla e terem o maior número de lendas na mitologia, nos ateremos a 2: Hércules,
Édipo e Aquiles. Hércules é filho de Alcmena (humana) com Zeus, é o herói invencível (correlato de
Sansão e, assim como este, tem a mulher como seu maior inimigo – pois entregar-se a uma mulher é ser
vencido). Mandado a um oráculo, é obrigado por Euristeu a executar 12 trabalhos. Esses 12 trabalhos
estão relacionados com os 12 signos, cujo de Leão é o mais importante (em sua aventura, Hércules
derrota o leão de Neméia e, ao concluir os 12 trabalhos, recebe o poder central do sol – regente de Leão).
Em outra pessagem, Hércules tem que matar a hidra de Lerna. Mas a cada cabeça que ele arranca, nascem
mais 2. Hércules só derrotará a Hidra queimando-a com árvores. Moral: em todos os males, não podemos
pretender eliminar só o que nos convêm, pois ele crescerá com ainda mais vigor. Só o fogo pode acabar
com o mal pela raiz e sem qualquer vestígio de reprodução. A 3ª prova é derrotar o javali de Erimanto (na
Bíblia, o porco representa as mais primitivas paixões humanas; na Grécia, o javali). A 4ª prova é dominar
a cerva Cerinea de chifres de ouro e patas de bronze. A 5ª é a luta com as aves do lago Estínfales (com
garras e bico de bronze e penas em seta, que eram disparadas nos inimigos). Hércules não as mata, e sim
as afugenta com “sons de cobre” (mantras, pois são “aves de mau agouro”). O 6° trabalho é limpar os
estábulos de Augias (onde haviam 3 mil bois que não eram limpos a 30 anos). Hércules consegue isso
mudando o curso do rio Alfeu. O 7° trabalho é capturar o touro de Creta, que Hércules realiza, entrgando
o touro a Euristeu. O 8° trabalho é domar as éguas de Diomedes, que vomitavam fogo e devoravam a
carne dos náufragos dados a elas pelo rei da Trácia. Mas Hércules consegue fazê-las se voltarem contra o
rei. O 9° trabalho é violar o cinturão de Hipólita (rainha das Amazonas), que a tornava invulnerável. A 10ª
tarefa são os bois de Gerionte (o gigante alado com 3 corpos da cintura pra cima), que é morto por
Hércules com uma flechada no umbigo. O 11° trabalho é o roubo das maçãs de ouro das Hespérides
(ninfas do ocidente), localizadas em jardins paradisíacos e secretos a exemplo do paraíso de Adão e Eva.
A última das tarefas, a que libertará Hércules de Euristeu, é descer ao Tártaro e trazer vivo o cão Cervero.
Hades permite a incursão contanto que não usasse armas (ou seja: ao homem é permitido vencer o mal,
contanto que o faça com seus próprios esforços).

P. 83 – Édipo é a figura que representa a fatalidade, essa força da qual nenhum ser humano é capaz de
fugir. Filho de Laio e Jocasta, tinha como destino (2° oráculo) matar seu próprio pai e casar-se com a
mãe. Desejando escapar desse terrível destino, Laio manda seus vassalos eliminarem o bebê. Porém,
amolecidos pela figura da criança, apenas furam seus pés e o penduram em uma árvore pra ser devorado
(furar os pés, a exemplo de Jesus crucificado, tem o valor mágico de paralisar). Mas o destino de Édipo é
mais forte que o conjuro: ele é salvo e criado por outro casal. Cresce, consulta um oráculo que revela seu
destino e, pra evitar que ele se concretize, foge dos pais adotivos.

P. 84 – Na fuga, encontra um velho conduzindo um carro e luta com ele, matando-o sem saber que era o
rei Laio, seu pai. Refugia-se então em uma cidade onde encontra Jocasta. A atormentada rainha, que fora
vencida por uma esfinge, atormenta também seu povo. Édipo sai então ao encontro dessa esfinge, que o
desafia com a pergunta: “Qual o animal que, em sua infância se apóia em 4 pés, em 2 na sua puberdade e
em 3 na sua velhice?” Édipo responde corretamente “o homem”, vence a esfinge e retorna como rei,
casando-se com Jocasta. Longos anos passarão até que Édipo descubra que seu destino se consumou.
Quando Jocasta descobre tudo, enforca-se com um cinto; Édipo arranca seus próprios olhos (que não
foram capazes de ver a verdade do seu destino) com a fivela do mesmo cinto. O 3° herói é Aquiles, filho
do rei Pereu e de Tetis (uma das nereidas divinas da água). Logo após o nascimento, Aquiles foi
submergido no rio Estígia (Estige de Dante), pra receber de sua mãe todos os seus domínios sobre o
elemento líquido e tornar seu corpo imune a qualquer ataque.

P. 85 – Porém, por ser segurado pelo calcanhar esquerdo, este não foi banhado e tornou-se seu ponto
fraco. Sua vida é assombrosa em proesas, heroísmo, etc. (inclusive o sítio a Tróia). Morre no templo de
Apolo, prestes a contrair matrimônio, por uma flechada de Paris em seu calcanhar. A lição que se tira é
que toda força, todo poder, tem sempre um ponto fraco por onde o destino se manifesta. Portanto,
ninguém pode sentir-se superior. Mesmo Aquiles que, alimentado por seu mestre Quirão de tutano de leão
(símbolo da força), foi derrotado pelo afeminado Páris.

P. 86 – Em qualquer época, somente quando um homem e uma mulher no amor, sexo e pensamento, é que
terão conseguido a verdadeira obra alquímica do super-homem ou deus-vivo. Uma belíssima versão
mitológica disso é a lenda de Hermafrodito (filho de Hermes e Afrodite) que, por sua paixão pela ninfa
Salmacis, consegue dos deuses a permissão de fundi-la em seu próprio corpo, conservando os órgãos dos
2 sexos.

P. 95 – Mitologia Hindu: tendo sofrido invasões de arianos (loiros) a negros (descendentes de Atlântida),
a Índia é o berço da maior democracia religiosa que se tem conhecimento: o hinduísmo (?). A mitologia
hindu tem os Rishis (videntes) como responsáveis pelo surgimento dos Vedas (derivado do sânscrito de
“ver” e “sabedoria”), que são: 1) Rig Veda (Veda dos Hinos), 2) Sama Veda (Lenda das Melodias), 3)
Yajur Veda (Veda das Fórmulas do Sacrifício), 4) Atharva Veda (Veda dos Magos), 5) os Upanishads
(instrumentos secretos).

P. 96 – A mitologia hindu inicia com Prithivi Matar (Terra), Dyiaus Pitar (céu estrelado), Mitra (da Pérsia,
dia e céu diurno), Varuna (noite, céu noturno), Usas (aurora, o Eros grego), Agni (o “ouro de mil chifres”,
fogo que habita no sol e que é produzido pelo coração humano) e Soma (representava tanto a Lua como a
bebida dos deuses). Há os importantes fenômenos atmosféricos Indra, Ruda e Surya = Sol, que cria a
Trimurti (trindade hindu), composta por: Brahma (o criador), Vishnú (o conservador) e Shiva (o
destruidor). As castas do tempo mitológico nada mais eram que uma ordem sobrenatural da qual ninguém
poderia escapar, composta pelos: 1) Brâmanes (sacerdotes considerados de origem divina), 2) Kshatriyas
(Xátrias, guerreiros), 3) Vasyas (agricultores e mercadores, casta de Gandhi), 4) Sudras (artesãos e
trabalhadores do campo) e 5) Parias (à margem da sociedade). Os Avatares não pertencem a nenhuma
casta, apenas lhes ordena a reencarnação humana de um deus (no budismo os Bodhisattvas, como Buda e
outros iluminados).

P. 97 – Antes de religião ou mitologia, o bramanismo é uma idéia de Deus. Tem poucos livros sagrados da
época védica considerados bramanos, mas reconhece-se 2 sistemas: samktya e yoga, baseados em 3
conceitos: brahman, atman e karma (Deus, alma e as castas). Ocorre que Brahma vai deixando de ser uma
existência pra ser uma essência. Brahma é o universo (ou seja: sua prórpia idéia, e não sua criação, como
no credo católico. Da mesma forma que, no credo católico Deus éo Bem, no bramanismo Deus é tudo e
está acima do bem e do mal).

P. 98 – Vedas são os cantos e hinos, Sutras suas composições e Vedanta sua ciência auxiliar, sua
finalidade. Podemos interpretar deles que o mundo atual surgiu da ignorância, e que só o conhecimento
nos elevará ao Brahma (contanto que nunca nos confundamos com Ele). O bem eo mal são relativos na
busca por Brahma (por isso temos na Índia seitas de assassinos em convivência com outras que não
matam nem micróbios). Ocorre a metempsicose (reencarnação em animais e vegetais). O hindú não é
idólatra, pois Deus está em tudo e em todas as partes. Ocorre também um lugar pros mortos, com um
paraíso pros justos e um vazio sem fundo pros culpados. O sistema funciona assim: Brahma cria os
mundos e os deixa à própria sorte, Shiva tenta destruí-los e Vishnu (com seus sacerdotes conservadores)
tentar salvar a vida.

P. 99 – Entre os deuses menores temos Varuna (deus das águas, Netuno hindu), Vaiyu (deus do vento dos
sons e da música, o Pã grego sem forma corpórea) e Hanumat (maior auxiliar de Rama), Yuma (deus
subterrâneo dos defuntos, o Plutão grego). Jagan Matar é a mãe do mundo, Parvathi é a esposa de Shiva e
vive com ele na montanha Kailasa. Sakami ou Tridevi é a esposa de Vishnú (que cavalga no pássaro
Garuda) e deusa do céu, da beleza, da audácia, da fortuna e do amor, a Afrodite grega.

P. 100 – Sakami tem com Vushnú um filho, Kaia Deva (o amor sexual, o Eros grego e o Cupido romano),
que cavalga num papagaio e usa o arco pra disparar flechas de flores. Kuvera, deus das riquezas, tinha 3
pernas, 3 cabeças e 8 dentes, cruzava os céus num enorme carro que levava toda uma cidade. Habitava na
cidade mítica de Kailasa (o Olimpo grego). Kumara, filho de Shiva e Parvathi, era o deus guerreiro. Os
Rumaras, filhos da mente de Brahma, jamais ficavam adultos, sendo associados à pureza (cvomo os
djins). Gamesa (Ganesha, ou “Senhor dos exércitos”) é filho de Shiva e Parvathi, e o mais moderno dos
deuses hindus. Sua cabeça de elefante é um símbolo de sabedoria. A água, assim como na mitologia
grega, tem importâncoa vital pros hindus. O próprio Ganges é considerado uma deusa: Matar Ganga ou
Matar Ganges, nascida de uma alucinação de Vishnú, é representada com 4 braços e montada em um
crocodilo. Nos seus inúmeros templos, seus fiéis, ao menos uma vez na vida, têm que se purificarem
mergulhando em suas águas.

P. 101 – No hinduísmo, incrustrar pedras preciosas na própria carne, nos dentes, no umbigo, nas narinas,
etc., é uma forma de fortalecer-se com os poderes mágicos delas. As nagas ou serpentes semi-humanas do
hinduísmo são correlatas aos gigantes gregos (muitos deles com parte do corpo de cobra), e são
derrotadas pelo Garuda por representarem o mal. Os rakchasas, que também representam o mal, são
associados ao vampirismo.

P. 102 – Há também os asuras (demônios) que lutam contra os devas (deuses). Por fim, os gandharas,
músucis divinos a serviço de Mitra, assim como os arcanjos do cristianismo. Parte dos foragidos atlantes
(os mesmos rakchasas, os mais poderosos entre os que perambulam pela África e se instalam no Egito)
migra pra Ásia, atingindo o Ceilão e planejando invadir o continente. Isso obriga os deuses do alto-
cosmos a enfrentá-los, criando os avatares (única encarnação de deuses em super-homens, os profetas).
Os principais livros do hinduísmo são: o Ramayana, o Mahabaratha (cuja parte mais importante é o
Bhagavad Gita), os Puranas, os Ágamas, os Tantras e o Manava-Darmasastra.

P. 103 – Valmiki é o Homero hindu, que recebeui do próprio Brahma a profecia de Ramayana. Rama é a
reencarnação de Vishnú (ou seja, seu avatar e profeta). Os rakchasas (evolução dos atlantes) tinham um
rei ou potestade chamado Ravana, a quem os deuses do alto-cosmos, reunidos em torno de Brahma,
querem exterminar. Mas Brahma não pode destruir sua criação, apenas criar algo superior, e por isso
permitiu a Vishnú nascer corporificado em Rama.

P. 104 – Rama comete a proeza de dobrar o arco que ninguém havia dobrado em uma cidade vizinha à
sua, e o rei da cidade lhe dá o direito de casar-se com sua filha, Sita (Sita era adotiva, fora achada na terra
enquanto seu pai a arava, portanto, o casamento de Rama e Sita representa a união entre céu – Vishnú em
Rama – e Terra – Sita, Gea). Assim, Rama deveria ser coroado rei, mas seu pai impõe que ele passe 14
anos meditando no bosque, pra que seu irmão, Baratha, assuma o trono. Apesar de ser pedido a Sita ficar
na corte, esta segue a Rama como uma sombra.

P. 105 – Rama, com sua esposa Sita e o irmão Lakshmana como fiel escudeiro, passa matando os
rakshasas de Ravana. Este decide então destruir Rama. Pede ajuda a Maricha, que se transforma em um
cervo de pedras preciosas (portanto, um elemental) e rapta Sita, levando-a pro palácio de Langka, no
Ceilão (observemos aqui a semelhança do rapto de Sita por Ravana com o de Helena por Paris, ambos
causadores de 2 guerras monumentais entre homens, deuses e semideuses).

P. 106 – Quanto aos sagrados macacos da Índia, estes criaram uma raça sagrada, similar aos centauros
gregos, porém, metade homem e metade macacos. São descendentes da raça atlante das amazonas que
cruzavam com macacos. Seu rei era Sirgiva, que oferece seu povo a Rama em troca da ajuda deste em
recuperar seu reino. Hanuman, deus homem-macaco encontra o palácio de Ravana em Langka, ateando
fogo emtoda a cidade. Os rakshasas não conseguem capturá-lo. Voltando ao continente, Hanuman
aconselha Rama a edificar uma ponte até o Ceilão, ajudado por milhões de macacos, pra passar com seu
exército (o curioso é que vestígios dessa ponte existem em forma de recifes naturais entre a Índia e o
Ceilão, conhecido hoje como Ponte de Adão). 2° o Ramayana, no assalto a Langka, “se atiravam
montanhas como se fossem simples pedras”. Quando a maior parte dos macacos estava ferida e prestes a
desistir, aparece Ganesha e, com um sopro das águas do mar, cura as feridas dos macacos. Rama e seu
exército vencem Ravana. No encontro com sua esposa Sita, Rama copbre seu rosto com um manto e a
repudia por viver tanto tento sob o teto de outro homem.

P. 107 – Desesperada, Sita se atira numa fogueira, que se matrializa em Agni e a salva. Purificada, volta a
Rama e eles se reconcicliam. Depois, Rama invoca Indra, que devolve a vida a todos que morreram.
Rama tem seu reino devolvido (após cumpridos os 14 anos) e reina com Sita por 10 mil anos. Certa vez,
Sita pede a Rama que a deixe visitar o ermitão do Ganges. Rama permite, contanto que vá acompanhada
de seu irmão Lakshmana. Mas no caminho, Sita pede pra ele ir embora, e tem seus 2 filhos, que são
criados por um brâmane (o próprio Valmiki). Quando eles são apresentados a seu paiu, Rama os
reconhece como filhos e reconcilia-se com Sita, diante de nova prova pra reconhecer sua inocência.
Irritada com o comportamento de Rama, a mãe Terra dá origem às nagas terrestres que capturam Sita.
Rama quer lutar com a própria Terra, mas Valmiki o acalma. Passam mais 1000 anos e Rama recebe uma
visita do Tempo, que diz que o Brahma o espera. E Rama sobe aos céus, liberando-se de seu corpo e
encontra Sita.

P. 108 – O Mahabharata é o poema épico mais extenso do mundo (18 livros de versos na métrica dos
Upanishads, superam a Ilíada e a Odisséia juntas). O Mahabharata é a história dois descendentes de
Bharata (não o irmão de Rama) que, sendo já avô, narra a luta de 2 ramos de seus descendentes (Kuravas
e Pandava) do norte da Índia, onde vivia uma concentração de tribos européias. Estas lutas eram
acaudilhadas por 2 deuses viventes: Arjuna (príncipe Pandava) e Karna (filho de um cocheiro de casta
inferior – por isso, Arjuna recusava-se a lutar contra ele). Mas Karna era só adotado pelo cocheiro, sendo
filho do Sol e de Kunti, mãe dos Pandavas. Por ser filho de adultério, foi abandonado no Ganges e criado
pelo cocheiro pra que se cumprisse seu destino de ser rival de Arjuna (a exemplo de Édipo). Há um
momento na mitologia hindu em que Vishnú suplanta Brahma e torna-se quase absoluto, e 10 avateres
nascem de si.

P. 109 – Por esses avatares inicialmente terem formas animais e depois humanas, o hionduísmo ganha um
caráter mais evolutivo em detrimento da idéia de reencarnação. O 1° avatar conhecido de Vishnu é
Matsya, um peixe (já que em nosso planeta, tudo tem seu início num líquido), que vem 2 vezes pra
cumprir sua missão (na sua 2ª aparição é um pequeno peixe que vai crescendo até que possa salvar Manú
do dilúvio hindu). Mas quem era Manú? O Logos da Índia, “aquele que existe por si mesmo”, ser quase
divino, legislador do princípio da humanidade nesta parte da Terra. O 2° avatar de Vishnú era a tartaruga
Kurna, que em seu casco leva a montanha Mandora pro fundo do mar pra revolver o mar de leite, pois o
último dilúvio havia debilitado a Indra (o ar). Desse trabalho da tartaruga Kurna é que nasce Laksmi, 1ª
esposa de Vishnú, Varuni (a deusa do vinho, Dionísio grego), Parigata (a árvore do paraíso de Indra, e por
isso, veículo de comunicação com Deus),Candra (a Lua, sai do mãe, ou seja, do leite, por ser também a
Lua símbolo de maternidade e brancura), entre outros.

P. 110 – Do conceito do oceano de leite podemos compreender porque a vaca é um animal sagrado, tido
como mãe da humanidade, e o leite como elixir mágico pra evolução, sem falar da relação do leite com o
sêmen.

P. 111 – Desse oceano também sai Surabhi (mãe de tudo que vive) e Bhanvantari (médico dos deuses,
Quíron grego). Bhanvantari porta a taça de Amrita (licor da imortalidade, a ambrosia grega), pra curar
Indra. Os asuras são poderosos demônios maléficos filhos da Lua (e, portanto, atlantes) que roubam essa
taça pra impedir o desenvolvimento dos deuses do alto-cosmos. Mas Vishnú, em forma de linda mulher,
pega a taça e leva a Indra (aqui, como em todo mundo, o feminino carrega consigo o conceito da
tentação). O 3° avatar vem à Terra como Varaha (javali que vai ao fundo do mar salvar a terra – em forma
da deusa Bhumidevi – submergida por um dilúvio provocado pelo demônio Miranyaksa).

P. 112 – Note-se a recorrência do javali tanto aqui como na mitologia grega, associados à terra; e também
o tempo da luta entre Varaha e Miranyaksa: mil anos (os deuses dão tempo ao tempo). O 4° avatar é
Narasimha, metade homem, metade leão, que luta e vence Hiranyakasipú devorando suas entranhas.
Note-se a evolução dos avatares de Vishnú (o conservador): peixe (totalmente aquático, de sangue frio),
tartaruga (aquático, mas já de patas e carregando casco símbolo da terra), javali (terrestre inferior, ainda
desce ao mar) e leão (terrestre superior e já metade homem). Norte-se a lógica evolutiva quase
darwiniana. No que se refere a comer as entranhas (denominação arcaica de fígado), está rerlacionado
com Prometeu (devorar o fígado retira os poderes do sangue e, por conseqüência, do espírito). O 5° avatar
é sob a forma de um pequeno brâmane (não passava de um inseto), Varnadava, que apresenta-se ao
demônio Bali, que havia dominado o mundo, pedindo-lhe terra o suficiente pra atravessar com 3 passos.
Diante da insignificância do inseto, Bali cede, mas Varnadava cresce tanto que com 3 passosabrange toda
a Terra, o Céu e o mundo subterrâneo.

P. 113 – Lição: um brâmane (assim como um santo, ou um profeta) tem que nascer pequeno, pra depois
crescer. A 6ª encarnação de Vishnú inaugura o cilco dos 3 Ramas: Parassu-Rama (criado por Shiva,
representa a morte, o bélico, o primitivo e é inimigo de Vishnu, apesar de ser seu avatar – a criação
sempre se volta contra seu criador), Rama-Chandra (do Ramayana) e Krishna (conhecido na Índia como
Ieseus Krishna, “irmão mais velho” – por parte de “Pai” – de Jesus, pois é filho de uma virgem,
reencarnação de divindade e lutava contra a opressão do tirano Kansa).

P. 117 – Na versão histórica, Krishna parece com Jesus. Na versão mítica, parece-se com Hércules (ao
enfrentar a serpente Kalyia e o pássaro Baka), Dionísio (em suas aventuras orgiásticas, casando-se com 8
rainha e tendo 16 mil concubinas) e Aquiles (ao receber uma flechada no calcanhar – seu ponto fraco). Na
versão profética, parece Zoroastro (prega aos seus discípulos o amor universal e a adoração a um deus
único).

P. 118 – O 9° avatar é Vaha-Rama, um brâmane de nome Sidarta Gautama (ou Buda). Os brâmanes, não
querendo admiti-lo por considerá-lo um pergio a seus poderes, deixam-este à sombra de Krishna. O 10°
avatar é uma promessa, o Messias, o Maitreia budista. Chamar-se-á Kalki (“o que virá”).

P. 119 – Ainda relacionado ao 9° avatar – o da transição por budismo – temos o surgimento de um


movimento que marca o contexto de passagem do trimurti pro budismo: o jainismo, criado por
Vardhamana (“o acrescentador”, pois aos 4 preceitos hindus de não matar, não mentir, não roubar e não
possuir riquezas, ele acrescentou a castidade e a confissão dos pecados). O jainismo tem como
fundamentos 3 “gamas” (ou pedras preciosas) que proporcionam o nirvana: a reta fé, o reto conhecimento
e a reta conduta. O jainismo constitui uma heresia bramática, pois: 1) em seu sincretismo não existe um
Deus Supremo responsável por tudo e 2) acredita ser possível violar a lei do karma. Atualmente existem 2
seitas iniciáticas jainistas: os avetambaras (“vestidos de branco”) e os Digambaras (“vestidos de ar”, ou os
que praticam nudismo integral).

P. 120 – Sua filosofia inicial baseia-se no Arya-Dharma (“sante conduta”), que pretende suprimir as
reencarnações através da união com o Ser Supremo. Seu profeta, avatar ou bodhisatva foi Sidarta
Gautama (ou Shakyamuini enquanto monge daseita dos sakyas, ou ainda Buda – 560-480 a.C.). Era filho
do rei Suddhodana e da rainha Mayadevi, ou Maya (o nome era devido à sua beleza, que era tanta que
parecia uma ilusão divina). Em sua doutrina, Buda pretende romper com o culto das reencarnações
despojando-se de todo desejo, identificando-se com o Absoluto pra anular a existência individual e
liberando-se de toda dor (nitvana). As práticas hindus (a reta moral, o sacrifício, etc.), 2° Buda, por si só
não nos conduziriam ao bem supremo. A história de Buda é, em muitos aspectos, semelhante à de Jesus:
Maya e Maria foram supreendidas pelo parto numa viagem, ambos foram anunciados (no caso de Buda,
em sonhos, que foram interpretados pelos brâmanes: “Nascerá de ti um filho que não reinará sobre os
homens mas sobre as almas; rasgará o véu da ignorância e abandonará o lar com suas riquezas, para ser o
amor. Teu filho será o soil da verdade.”)

P. 121 – Ao nascer, Buda recebe a visita de Casita, um santo brâmane que chegou até ali seguindo o
caminho indicado por pássaros (“Venho adorar o recém-nascido” – disse – “Já não venerarei mais a
Brahma, senão a esta Criatura que os próprios deuses, abandonando seus templos, passaram a adorar, pois
Ele será o salvador do mundo”). Buda vivia triste, contemplava as nuves e as formigas, tentando sentir-se
igual a elas rastejando, tão pequenas, como criaturas de deus. Sua “1° viagem” foi ao redor de uma flor de
lótus, quando compreendeu toda a magnificância dessa flor sagrada.

P. 122 – No mais, nada conhecia além das riquezas de seu palácio. Mas o velho cocheiro do palácio era
seu amigo e o levava a conhecer o reino de seu pai. Foi aí que teve seus encontros com um velho, um
leproso e um mendigo miserável. Conhecendo o inexorável da morte, começou a aborrecer-se com a vida
palaciana. Optou pela penitência e abandonou tudo que tinha.

P. 123 – Sidarta cavalgou por horas, deu seu cavalo a um labrego, sua coroa de pérolas aos pobres e
trocou sua vestimenta por um rústico manto. Foi admitido numa comunidade bramânica (onde ganhou o
nome de Shakyamuni = “sábio dos sakyas”). Logo foi-lhe oferecida a direção do monastério, mas ele não
aceitou, pois suas práticas religiosas não permitiam a realização de seus desejos de liberação. Começou a
viajar só, onde foi tentado pelo medo e pela carne (semelhante à peregrinação de Jesus no deserto).
Alucinações e febres eram freqüentes. Buda permanecia imóvel: Nem o frio da noite, nem o calor do dia
tiravam ele de sua contemplação abstrata pra chegar à realidade cósmica. Quando a febre e o sol estão
prestes a por sua cabeça em ebulição, ocorre o 1° milagre: caracóis oferecem seu frio e umidade viscosa,
instalando-se em sua cabeça. Seus 1°s discípulos foram as árvores, os coelhos, as raposas e os esquilos.
Depois, 5 monges andarilhos se uniram a ele, sem interromper sua meditação.

P. 124 – Prestes a morrer, Buda desmaia e é salvo por uma leiteira que passava, que o obriga a se
alimentar. Escandalizados, seus discípulos o abandonam diante do sacrilégio. Buda percebe então quão
estéreis são os sacrifícios físicos e as oferendas aos deuses. Passaram-se 7 anos até que ele conseguisse
anular todos os seus desejos carnais. Assim, após 40 dias e 40 noites, recebe a iluminação sob uma
figueira (um ramo desta é plantado no Ceilão, e está lá desde o III a.C.). Assim nasce Buda. Mas Buda
ainda tem dúvidas e tentações: deveria ele revelar ao mundo, ou a Iluminação é um patrimônio dele? Os
próprios deuses o aconselahram a compartilhar de sua Iluminação, e ele inicia sua pregação: “Conheço-te
Arquiteto! Não mais edificarás a casa, sobre o cimento de minhas reencarnações”. Pois “quem mata o
desejo, anula o pecado”, não sendo necessário a reencarnação. Da mesma forma, “não é o nosso berço,
mas sim a nossa conduta, a que determina os nossos atos” (um golpe à lei das castas), “a anulação do
desejo conduz à paz” (negando o sacrifício como redentor), “quem se livra da Terra, se extingue
definitivamente” (contra a sublime pretensão de anular a vida) e “amar tudo quanto existe, evitando a
cobiça e a ira” (uma lição: amar sem paixões).

P. 125 – Mas na vida de Buda há sempre um gênio do mal, que pretende fazê-lo vacilar, soprando em seus
ouvidos dúvidas e paixões: é o demônio Mara. Buda descobre os 9 exercícios de Maya, baseados no que
se poderia se chamar dos 13 pecados capitais: volúpia, descontentamento, fome, sede, desejos, preguiça,
inércia, covardia, dúvida, hipocrisia, necessidade, afã de glória e orgulho. Acabada a meditação no
bosque, seguiu a Benares, onde proferiu seu 1° discurso explicando a inutilidade, tanto do prazer como
das mortificações, e indicou 8 caminhos a serem seguidos:

P. 126 – a crença, a decisão, a palavra, a ação, a vida, o afã, o reto pensar e a reta meditação. Os 5
anacoretas que haviam se unido a ele no bosque o reencontraram em Benares e tornaram-se seus 1°s
discípulos, espalhando sua doutrina pela Índia. Após o sermão de Benares vem o da montanha
(semelhança com o de Jesus), onde afirma que o mundo está em chamas e somente nos livraremos delas
quando conseguirmos apagar a paixão. Segue Buda em sua peregrinação pela Índia. O príncipe Bimbisara
lhe oferece metade do seu reino, mas Buda aceita apenas o Jardim peluvana, ou Bosque dos Juncos, pra
meditar. Seu primo Devadatta tenta assasiná-lo e, não conseguindo, adoece com terríveis vômitos de
sangue. Os sermões de Buda são cheios de parábolas, assim como os de Jesus. Uma delas é a famosa
lebre que, em busca de graça, de liberação de sua alma, e sem ter o que oferecer aos desamparados,
oferece sua própria carne, atirando-se em uma fogueira feita por um mendigo. E assim, consegue morrer
feliz (lição: os animais inferiores devem se sacrificar em prol da subsistência dos superiores – o problema
é saber quem realmente é inferior e quem é superior, por trás das aparências).

P. 127 – Buda era um monge andarilho sem pretensão de ser Deus nem profeta, apenas um pobre
caminhante. Com uma escudela, prostrava-se na porta das casas esperando, de olhos baixos, que a
enchessem de arroz. Ao morrer seu pai, pretende sua madrasta, Mahaprajapati, criar a 1ª fraternidade de
monges budistas. Por 3 vezes Buda nega, cedendo na 4ª, mas arrependido, alega que sua doutrina durará
500 anos em vez dos 1000 destinados. Buda ainda firma que a mulher é o maior obstáculo pra se chegar
ao nirvana; e quando acontecer de se encontrar uma mulher de idade avançada, tratar como mãe,
enquanto as jovens devem ser tratadas como irmãs (um de seus discípulos, tentado por uma mulher ao
bater na porta de um comerciante em busca de comida; a mulher fala: “Por que baixar seus lindos olhos,
desperdiçando assim tantos olhares?” e o monge responde, arrancando 1 de seus próprios olhos: “Tome o
que tanto deseja, e que não passa de um pedaço de carne! E se quiser, poderei arrancar o outro também!”).
Buda segue predicando: “Não esperem a liberação, subornando os deuses com oferendas; mas busquem-
nas dentro de si mesmos.” Sabe ele o dia e a hora de sua morte, adiada por ele mesmo pra contrariar o
desejo da própria morte. Seu leito de morte é aquela árvore onde atingiu a Iluminação, rodeada por outras
árvores que foram seus 1°s discípulos.

P. 128 – Disse ele: “Não chorem minha morte nem me dêem honras funerárias, pois isto de nada nos
serve e atrapalha a nossa liberação.” Suas últimas palavras são contra o sistema de castas. Diz ele a um
discípulo que pretenmde abaná-lo com um leque: “Não se ponha diante de mim e não dificulte a visão
daqueles que acreditam em mim, pois sem distinção de classes, eles vieram para me ver uma última vez.”
E assim morre Buda. As 3 ordens budistas mais importantes são: a ordem do diamante, o lamaismo
tibetano e o budismo Zen (popular no Japão). Essas 3 ordens realizam 2 práticas fundamentais: o
hinayana (pequeno busdismo, que espera que cada iniciado tenha sua própria iluminação) e o mahayana
(grande budismo, pretende a iluminação individual e a dos demais – lamaismo e o Zen são mahayana).

P. 129 – O Zen foi fundado na China no VI e é baseado na meditação metafísica. Se afasta de Aristóteles e
São Tomás de Aquino, por acreditar que estes são os causadores da obscuridade divina.

P. 131 – Mitologia egípcia: 2° Gurdjieff, antes da pré-história e da história que conhecemos do Egito,
havia lá uma civilização religiosa, daonde Jesus teria tirado os ensinamentos que seriam os fundamentos
do cristianismo. O Egito é, na História, o 1° e talvez o principal centro irradiador de civilização. Comno
se sabe, o Egito é uma “dádiva do Nilo”, rio esse divinizado e personificado como Hapi. A 1ª escrita do
Egito foi os sagrados hieróglifos (depois popularizados como demóticos). Na Era Clássica foi o copta
(que deu nome ao cristianismo egípcio reformado, com seu próprio patriarca). Durante a invasão
napoleônica foi descoberta a pedra de Roseta. Estava gravada com hieróglifos, demótico e grego antigo (o
que facilitou a tradução).

P. 132 – A peregrinação pelo deserto provoca naquele povo uma obsessão pelo Sol, que passa a ser
adorado. E a proximidade das terras férteis dos oásis faz com que pássaros, carniceiros, bois e outros
animais passem a ser adorados como necessários à subsistência do homem. Costumamos dar apenas 6
milênios de idade à civilização egípcia, quando testes com C14 indicam épocas muito mais remotas. Os
1°s registros da história do Egito são de um sacerdote chamado Meneton. Akt era o espírito e Ka a
substância divina; Khet é o corpo vivo e Zet é a múmia. Ao Zet juntavam-se as estátuas chamadas
“sósias”.

P. 133 – Osíris, mesmo mumificado, tem Onibis (deus protetor da mumificação e guardião das
necrópoles) em adultério com Neftis (o adultério, tão recorrente nos mitos, não deve ser encarado da
forma puritana, pois conceitos morais são sociológicos, tendo sua origem em códigos judicários bem mais
recentes. Os deuses casam com parentes por necessidade cósmica). Na mumificação, o fígado era posto
sob proteção de uma deusa dada a importância do sangue como portadora do espírito. Em seguida era
fervido em bálsamos e betume, quando depois era feito o delicado trabalho de enrolar as ataduras pra por
em 1 sarcófago ou vários (1 dentro do outro).

P. 134 – Seguiam-se os rituais funerários sob proteção de Ísis e Osiris (razão pela qual, inicialmente, os
templos eram também tumbas). Em seguida o defunto dava uma volta no lago do interior do templo,
simbolizando a trajetória do sol pelo céu (os egípcios tinham o conhecimento de que a água era o
princípio de tudo). Inicialmente, este rito era exclusividade do faraó, depois de seus altos funcionários pra
ser de quem pudesse pagá-lo.

P. 135 – Livros sagrados: O Livro dos Mortos (190 capítulos), O Livro de tudo que existe no Duat
(espaço que circunda a Terra, morada dos mortos), O Livro dos dói caminhos, O Livro das Porta e o Livro
da viagem ao Sol. Na poesia egípcia, esposa, amante e irmã tinham o mesmo significado (alguns faraós
casaram-se com suas irmãs). Posteriormente os gregos adaptaram sua mitologia às crenças egípcias,
resultando que Isis (antes Athor) é associada a Afrodite, Toth a Hermes, Dyom a Júpiter, Suk a Cronos,
etc. Na lógica do fluxo e refluxo de Hume, houve um monoteísmo original que deu origem ao politeísmo,
pra depois novamente ocorrer monoteísmo (culto a Amon-Ra, o Grande Ser). A religião católica, no
futuro, vai ser estudada como mitologia e politeísmo (Cristo tem centenas de representações, Maria outras
tantas, santos, profetas...).

P. 136 – Inicialmente, o Egito só possuía um Deus primordial e inativo, Piromi. Em seguida vêm os
deuses siderais e físicos, depois humanos e históricos. Depois, Piromi cria uma trindade: Knet (dual, o
Criador, o grande andrógino), Fre (depois Ra, o Sol) e Ftha (o grande conservador e organizador). Na
astrolatria temos Fre (Pi-Re, o sol, olho direito do céu) e Pi-Loh (a Lua, o olho esquerdo). Todos esses se
unem como Amon, e temos novamente monoteísmo. A nitologia egípcia é a de maior culto aos astros,
com os cabiros (deuses siderais que representam cada signo do zodíaco, 6 masculinos e 6 femininos,
todos filhos de Ftha e governados por Fre). Os masculinos eram: Djom, Pi, Ertosi, Surot, Pi-Ner, Mon e
Rem-Ta. E os femininos: Ilit (Lua), Saté (Céu), Anuke (fogo), Buto (atmosfera), Athor (água) e Nefte
(Terra). Cada cabiro era sub-regido por 3 decanatos (gênios tutelares com poder sobre o bem e o mal).
Tudo começa (na versão grega) quando Fre se humaniza em Osíris (que, pros gregos, era irmão de
Apolo), que reina por 30 mil anos, criando a civilização do Nilo e lhe ensinando artes e ciências. Governa
acompanhado de seu sacerdote e escriba Toth, e tem como filhos Anúbis, Macedo e, com sua irmã Isis,
Horus (que há de ser tão poderoso como o pai).

P. 137 – A inquietude dos deuses faz com que Osíris parta em busca de novas terras, conquistando a
Etiópia, atravessamdo a Arábia e chegando à Índia (seu filho Macedo ficará com o que depois será a
Macedônia). Mas está escrito que, aquele que pretende abranger com suas mãos o império do horizonte,
se expõe a perder a terra sobre a qual se poiam seus pés. Osíris é odiado por seu irmão Tifão (Seth), que o
prende em um cofre e o joga ao Nilo. Ísis recupera o corpo e pede a Anúbis que o embalsame, pra
conservá-lo. Mas Tifão novamente se apodera do corpo e o pica em 14 pedaços, espalhando-os pelo Delta
(significado: o homem é dividido em 14 pedaços, que representam as 14 encarnações diretas – 14
gerações da Bíblia. Uni-las é a chave pra formação do grande Ser e missão do homem).
P. 138 – Importante: todas essas lendas (assim como a origem da Bíblia e da mitologia grega) se originam
de agricultores e pastores. E é justamente das plantas (cuja semente regenera sua existência) que eles
tiram esse conceito de reencarnação. Osíris é associado ao Nilo em seu aspecto fecundante, Isis a terra em
seu aspecto fecundado, e Tifão o deserto (onde nada nasce) ou o mar (de onde nada nasce, sua água não
fertiliza a terra).

P. 139 – Na mitologia egípcia, os deuses evoluem por metempsicose: inicialmente, Osíris é o boi Apis
(com o disco solar entre seus chifres) e Tifão é o hipopótamo, o crocodilo, o escorpião e os animais
daninhos. Eram também considerados sagrados a doninha, o musaranho, o bode e a cabra. Anúbis é filho
de Osíris e Nefte (esposa de Seth), mas Isis perdoa a infidelidade e educa Anúbis junto a Horus.

P. 140 – Conta uma lenda que Ra foi vencido por Isis, que ao ver seu filho Hórus envelhecendo, fez com
que o deus fosse picado por uma cobra. Então, Isis se apresenta ao deus dizendo: “Diz-me o teu nome, ó
Grande Pai, pois todo o que é por ele encantado, vive sempre”. Mesmo sabendo que seria vencido se
revelasse seu nome secreto, Ra acede e Isis dá o nome a Hórus, que torna-se Horus-Ra. Então este passa a
ser adorado e resusscita aos 3 ou aos 40 dias (alegoria que vem até nós através da história de Jesus).

P. 141 – Hórus tem cabeça de gavião, Thot tem cabeça de ave Íbis e Isis, como todos os deuses lunares,
cabeça de gato. No templo de Saís, dedicado a Isis, lê-se: “sou tudo o que foi, tudo o que é e tudo o que
será; e mortal algum conseguiu levantar o véu que oculta minha divindade, do olhar dos homens”.; e
mortal algum conseguiu levantar o véu que oculta minha divindade, do olhar dos homens”. Quanto a
Osiris, esse era cultuado em pilares com 4 capitéis, como se fossem ciprestes. O escaravelho simbolizava
a criação do mundo e a forma do sol, e deu origem ao Kheperer (nome do escaravelho sagrado, “chegar a
ser”).

P. 142 – Mas o culto de Osíris vai desaparecendo pra ser substituído pelo boi Apis. Nasce então o culto a
Serapis (equivalente a Amon, Ganesh ou Zeus). Serapis é representado com os 12 signos, a flor de lótus e
uma serpente em volta do seu corpo (representando algo semelhante ao fogo kundalínico).

P. 143 – A região que circunda a Terra era chamada pelos egípcios de águas de cima (por isso a posterior
recorrência de se atravessar um rio, ou um lago, pra chegar ao reino dos mortos), e era necessário cruzá-
las pra se chegar ao verdadeiro céu (mas isso era tarefa dos espíritos, pois os corpos dos mortos, por
ordem de Osíris, ficavam na Terra).

P. 144 – Na mumificação o corpo era tratado em 4 tumbas, nas quais se encontravam escritas: “Teu corpo
não se decomporá. Atuarás como quando estavas vivo; receberás o pão, a água, o ar e todas as coisas
puras”. “Uma vez mais estás na posse de teu coração; assegura-o para toda a eternidade, pois ele nunca
mais te será roubado pelos arrebatadores de entranhas de Amentit”. “Estás vivo pois não te corromperás; e
portanto teu corpo não há de perecer”.

P. 145 – “Tua alma está no céu com o Sol e teu corpo na terra com Osiris”. Os homens que seriam
mumificados eram, em vida, preparados para a morte em rituais como se fossem treinamentos. Eram
submetidos a sessões de catalepsia e tinham que atravessar ambientes de escuridão total, com apenas a luz
do olho espiritual de Isis (assim como os gatos, que enxergam no escuro e representam Isis entre os
animais). Parece macabro, mas tem um valor transcendental na superação do nosso planeta com relação
ao cosmos.

P. 147 – Amuletos egípcios: coluna de Djed (coluna vertebral de Osíris, representação da árvore, memória
ancestral da 1ª raça, significa também a força kundalínica, necessária pra se chegar aos deuses),

P. 148 – ...olho sagrado de Horus (olho que Horus perde na luta contra Tifão, que Hórus vence castrando,
a exemplo de Júpiter por Cronos; representa também o 3° olho do mago), cetro de papiro (símbolo fálico
empunhado pelas deusas, significa fecundidade) e escaravelho sagrado (o mais popular, associado ao
coração de Osíris e de todos os mortos, que era pesado na balança com a pena da verdade de Horus; se o
coração fosse mais pesado, era entregue à deuisa Anemit – a destruidora, com cabeça de crocodilo, corpo
de hipopótamo e patas de leão – que o devorava e o transformava em um porco negro; se a balança se
mantivesse em equilíbrio, Toth escrevia a Osíris: “O defunto foi pesado, não havendo faltas em si” e
Osíris respondia: “Que saia vitorioso para ir a todos os lugares, junto ao espírito dos deuses”).
P. 149 – A estatuária, o ato de petrificar, tão genuinamente egípcio, era uma tentativa de eternizar na Terra
a exemplo do que era eterno no Céu. A força das águas do Nilo tinha o poder de petrificar, e isso era tido
como sagrado pros egípcios (por isso a pedra de Roseta, por isso petrificam seu coração em escaravelho
sagrado e por isso Hermes Trimegisto – que nada mais é que a invocação mágica de Thot – escreveu na
Tábua de Esmeralda).

P. 153 – Futuro mitológico: nosso Deus atual está fadado a desaparecer ou virar folclore à medida que o
homem do XXI descobrir coisas sobre o macrocosmo e o microcosmo.

P. 154 – O novo Messias será filho de mãe comum e do grande Pai, fecundado pelo esperma-luz e não
será escolhido pelo Logos Saturnino, senão que por uma projeção de outra galáxia, e de divindade
superior.

P. 155 – Não terá opositores, pois estará além do julgamento de incultos e cultos, será o saber
reconhecido, enquanto que seus inimigos a incultura comprovada.

P. 156 – No futuro os homens fecharão as portas dos templos para a espiritualidade e os preservarão como
museus, pois esse Messias nos colocará em contato direto com Deus (já que nem mais o céu é o limite, já
que voamos com mais eficiência que o próprio Ícaro, e já que em seu afã de ciência, os homens se
aproximam cada vez mais do Criador).

P. 157 – Em não mais que 50 anos poderá ocorrer esse encontro com Deus, que não será o fim de tudo,
mas o início de uma nova Era, na qual os 3 gigantes da alma (arte, ciência e religião) se tornarão 1 só.

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