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Figura 1 – Legística
LEGÍSTICA
LEGÍSTICA MATERIAL
Decisão de legislar LEGÍSTICA FORMAL
Conteúdo
Como legislar
Efetividade, eficácia, eficiência
AVALIAÇÃO DE IMPACTO
PROSPECTIVA RETROSPECTIVA
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
1 Colaboradoras técnicas: Rivânia Mara Alves Menicucci e Valéria de Cássia Silva Guimarães, consultoras da
Gerência-Geral de Consultoria Temática, da Gerência de Finanças e Orçamento da ALMG.
2 MINAS GERAIS. Lei nº 18.030, de 12 de janeiro de 2009. Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita do
produto da arrecadação do ICMS pertencente aos Municípios.
3 MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Deliberação da Mesa nº 2.563, de 22 de abril de 2013. Dispõe sobre a implementação do
Direcionamento Estratégico da Assembleia Legislativa no biênio de 1º de fevereiro de 2013 a 1º de fevereiro de 2015.
23
Em abordagem classificatória, pode-se dizer que este trabalho se localiza
ICMS Solidário 2016
1 ENTENDENDO O PROBLEMA
A Constituição da República4 determina (inciso IV, art. 158) que 25% dos recursos
arrecadados por meio do ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de
mer-cadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual,
intermunicipal e de comunicação) pertencem aos municípios. Determina ainda que
¾, no mínimo, desse montante devido aos municípios seja distribuído de forma
proporcional ao VAF de cada município (inciso I, parágrafo único do art. 158).
Essa regra constitucional é uma verdadeira âncora fiscal para os municípios, pois
impe-de qualquer ilação econômica do estado na distribuição do maior volume de
recursos, vinculando a renda do município à sua atividade econômica formal.
4 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Belo Horizonte: Assembleia
Legislativa de Minas Gerais, 2012.
24
O restante dos valores, ou seja, até 25% ou ¼, segundo a regra constitucional,
Entre os anos 2000 e 2010, em que vigorou a Lei Robin Hood, 79,68% dos
recursos eram distribuídos proporcionalmente ao VAF: 75%, por
determinação constitucional, e 4,68% como parte dos 25% regulados por
lei. Isso implica, portanto, que 20,32% do total distribuído caberia aos
demais 11 critérios de distribuição estabelecidos pela lei (Ver Gráfico 1).
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
5 MINAS GERAIS. Lei nº 12.040, de 28 de dezembro de 1995. Dispõe sobre a distribuição da parcela de receita do produto da arrecadação do ICMS
pertencente aos Municípios, de que trata o inciso II do parágrafo único do artigo 158 da Constituição Federal, e dá outras providências.
6 MINAS GERAIS. Lei nº 13.803, de 27 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a distribuição da parcela da receita
do produto da arrecadação do ICMS pertencente aos municípios.
25
Fica claro que o grande objetivo da alteração implementada pela Lei do ICMS Solidário
ICMS Solidário 2016
Vale comentar, por fi m, que em face da complexidade do sistema distributivo não há que
se esperar que a distribuição dessa parcela resgatada ao VAF se dê de forma homogênea
entre os municípios mineiros. Isso porque a proporção entre o valor distribuído pelo
critério VAF e o valor distribuído pelo conjunto de outros critérios na composição da
receita de ICMS de cada um dos 853 municípios do Estado é diferente. Isso indica que
para cada um deles a retirada de 4,68pp do critério VAF teve um impacto negativo próprio,
tanto maior para os municípios que tinham maior parcela da sua renda calcada no VAF.
De forma similar, para cada um dos municípios, a distribuição de 4,68pp por meio do
conjunto de outros critérios teve impacto relativo variado de acordo com a realidade
mensurável em cada um deles e com a importância relativa desses recursos na sua
re-ceita. O Gráfi co 2 a seguir ilustra essa complexidade ao apresentar, para o ano
de 2012, a importância dos recursos recebidos via VAF e outros critérios para os
municípios de Jeceaba e Juatuba, na região Central do Estado.
95,42% 4,96%
VAF
Juatuba Jeceaba
R$ 30.392.422,14 R$ 5.902.876,73
Outros
critérios
4,58% 95,04%
26
2 METODOLOGIA
Devido à utilização de 100% dos dados do período de estudo, que propiciaram a observa-ção
dispensou o uso de testes de significância, uma vez que as variações atestadas são reais.
ICMS observadas entre os municípios do Estado, foram adotadas três linhas de análise,
descritas a seguir, cujos resultados mais expressivos estão expostos neste relatório.
Análise descritiva da série histórica de distribuição de ICMS nos 13 anos de estudo por
meio da acumulação da participação percentual anual de cada município a partir dos
valores corrigidos pelo IGP-DI médio anual, classificados por região de planejamento.
Os agrupamentos regionais foram analisados sob o enfoque do valor global distribuído para
cada município, segregado em valores distribuídos pelo critério VAF e em valores distribuídos
pelo conjunto dos demais critérios estabelecidos pelas leis. Vale lembrar que de 2000 a 2010
vigorou a Lei Robin Hood e, a partir de 2011, vigora a Lei do ICMS Solidário.
Análise comparativa dos valores reais repassados aos municípios nos anos de 2011 e
2012 sob as regras da Lei do ICMS Solidário, e dos valores calculados a partir dos
critérios da Lei Robin Hood, revogada em 2010. A esses valores, convencionamos cha-
má-los Efetivo e Simulado, respectivamente. Assim, Efetivo é o valor que de fato os
municípios receberam nesses dois anos, e Simulado o que, com o mesmo desempenho
nos dados técnicos, teriam recebido caso a Lei Robin Hood não tivesse sido revogada
pela Lei do ICMS Solidário. Para potencializar as diferenças e facilitar as análises, foram
excluídos dessa linha de análise os valores referentes ao critério VAF de base constitu-
cional equivalentes a 75% do total dos recursos distribuídos (Ver Fig. 2).
7 FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos municípios
do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
27
Figura 2 – Diagrama analítico
ICMS Solidário 2016
Parâmetros da Parâmetros da
Lei Robin Hood Lei do ICMS
(2000) Solidário (2010)
Banco de Banco de
dados dados
2011 2012
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
8 Segundo Marcelo Neri, Fundação Getúlio Vargas, “A curva de Lorenz é um simples instrumental gráfi co e analítico que nos permite
descrever e analisar a distribuição de renda em uma sociedade (...). Quanto mais próxima ela estiver da linha de perfeita igualdade, mais
igualitária é a distribuição de renda”. NERI, Marcelo. Dominância de Lorenz. Rio de Janeiro: FGV, s.d. 3 p. (Curso Políticas Sociais).
28
2.3 Dados por município em cada região de planejamento
São apresentadas, ainda, variações percentuais para o montante total dos recursos, para
os valores distribuídos pelo critério VAF e para os valores referentes à soma dos recursos
distribuídos pelos demais critérios. Esses dados permitem um melhor enten-dimento da
dinâmica de alteração vivenciada pelo município nesse componente de sua receita
corrente líquida, correspondente à transferência de ICMS pelo Estado.
base o banco de dados para o período de 2000 a 2012. O trabalho consistiu na análise
29
exploratória dos dados de distribuição de recursos financeiros promovida pelo critério, no
ICMS Solidário 2016
30
Figura 3 – Distribuição espacial da participação percentual média por
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Esses dados sugerem que a distribuição de recursos do ICMS para os municípios é extre-
31
3.1.1 Pelo conjunto “outros critérios”
ICMS Solidário 2016
Isso dito, fi ca mais fácil entender que a mudança de patamar ocorrida entre
o período anterior a 2010 e no período de 2011/2012 demonstra em que
medida uma região se apropriou dos novos recursos disponibilizados.
A única diferença signifi cativa observada entre regiões se deve ao fato de algumas terem
se apropriado de maior parcela dos novos recursos. (Ver Gráfi co 3 e Tabela 1).
5% 7%
ALTO PARANAÍBA
planejame
4%
tra
en
C
CENTRAL
nto
6%
l
3%
4% CENTRO-OESTE DE
5% MINAS
regiõesd
JEQUITINHONHA/
daRegi
ão
4% MUCURI
e
3%
MATA
2%
Particip
açãoda
Parti
cipa
ção
3% NOROESTE DE
s
1% SUL DE MINAS
2% MINAS
2% NORTE DE MINAS
1% RIO DOCE
1%
TRIÂNGULO
0% 0%
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
Nota: Valores atualizados pelo IGP-DI Médio.
32
Tabela1–ParticipaçãorelativadosoutroscritériosnatransferênciadeICMSparaosmunicípios,porRegiãodePlanejamento–
MinasGerais,2000-2012
Lei do ICMS
Lei Robin Hood Solidário Regiõ
esde
Diferenç
a(%)201
1-2010
A l toP ara
naíb a0,7
6%0, 73
%0,7 3%
0,74 %0,
76% 0,7
5%0, 74
%0,7 4%
0,74 %0,
72% 0,7
3%0, 85
Curiosamente, constata-se
%0,8 5%
0,13%
Centr al 5,5 3
%5, 44 %5, 4
6% 5,4 1% 5,
28 %5, 26 %5
,26 %5, 26 %
5,2 3% 5,2 1
%5, 24 %6, 6
1% 6,6 4%
1,36%
Centro-
OestedeMi n
as1,20 %1,2
1%1,20 %1,
26%1,1 8%1
,16%1,21 %
1,20%1,2 2
%1,21% 1,2
0%1,52 %1,
50%
0,32%
Jequi ti nh
onh a/Mu
curi 1,36
%1,47% 1
,42%1,3 4
%1,40% 1
,40%1,3 7
%1,36% 1
,37%1,3 7
%1,37% 1
,63%1,6 3
%
0,26%
Mat a2, 65 % 2
,63 %2, 70 %
2,7 1% 2,7 9
%2, 74 % 2,7
2% 2,7 3 %2,
75 % 2,7 9% 2
,76 %3, 26 %
3,2 8%
0,50%
Noroeste de
Mi nas0,5 5
%0,54 %0,5
3%0,5 6%0,
59% 0,58%
0,57% 0,56
%0,56 %0,5
7%0,5 6%0,
62% 0,63%
0,06%
Nortede
Mi nas 2,0
5%2, 09
%2,0 0%
1,94 %2,
03% 2,0 7
%2,0 8%
2,10 %2,
09% 2,0 7
%2,1 3%
2,56 %2,
54%
0,43%
Ri oDoc e1, 99
%2,0 0 %2,0 1
%2,0 2 %2,0 5
%2,0 4 %2,0 4
%2,0 1 %2,0 4
%2,0 6 %2,0 3
%2,4 5 %2,4 5
%
0,42%
S ul deMi n a
s3,0 2% 2,9
7%3, 05 %3,
10% 3,0 5%
3,09 %3, 10
%3,1 3% 3,0
6%3, 07 %3,
concor
critério “ICMS Solidário”, que tem como fundamento a distribuição de recursos para
Cen
com destaque para Belo Horizonte, são supostamente os mais habilitados para concor-rer
tral. Essa constatação encontra justificativa no fato de que municípios de maior receita,
a recursos que pontuam a execução de políticas públicas. Além disso, pelo fato de ter
se que a região que mais se apropria desses recursos é a Cen-
pa os
ampla base populacional, Belo Horizonte acaba por fazer jus a importantes valores do
20
16I
CM
SS
olid
ário
33
Observa-se ainda, que em contraposição ao maior ganho relativo da região
ICMS Solidário 2016
14% 41%
R eg
C en
od a
a çã
icip
tral
ião
P
a
p
a
ã
o
d
a
c
s
r
t
i
DE MINAS
38%
JEQUITINHONHA/
8%
MUCURI
37%
MATA
6%
36% NOROESTE DE
MINAS
4%
35% NORTE DE MINAS
RIO DOCE
2% 34%
SUL DE MINAS
0% 33% TRIÂNGULO
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
Nota: Valores atualizados pelo IGP-DI Médio.
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Tabela 2 – Participação relativa do critério VAF na transferência de ICMS para os municípios, por Região de Planejamento – Minas Gerais, 2000-2012
Lei do ICMS
Lei Robin Hood Diferença
Solidário
Regiões de planejamento (%)
2011-2010
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Alto Paranaíba 3,63% 3,88% 3,77% 3,47% 3,47% 3,58% 3,58% 3,46% 3,37% 3,44% 3,77% 3,63% 3,51% -0,14%
Central 35,58% 35,56% 36,27% 37,07% 37,54% 37,57% 37,50% 38,14% 39,04% 39,32% 39,87% 37,71% 38,06% -2,16%
Centro-Oeste de Minas 3,10% 3,10% 3,04% 3,07% 3,16% 3,15% 3,22% 3,32% 3,29% 3,17% 3,15% 2,96% 2,89% -0,19%
Jequitinhonha/ Mucuri 0,77% 0,75% 0,73% 0,75% 0,73% 0,69% 0,69% 0,73% 0,76% 0,73% 0,78% 0,77% 0,70% -0,01%
Mata 5,07% 5,08% 5,06% 4,99% 4,85% 4,71% 4,60% 4,61% 4,60% 4,58% 4,46% 4,12% 4,07% -0,34%
Noroeste de Minas 1,35% 1,28% 1,29% 1,36% 1,47% 1,66% 1,72% 1,68% 1,57% 1,52% 1,66% 1,60% 1,58% -0,06%
Norte de Minas 2,45% 2,35% 2,27% 2,26% 2,19% 2,15% 2,17% 2,13% 2,02% 1,94% 1,96% 1,90% 1,86% -0,07%
Rio Doce 5,89% 5,85% 6,05% 6,15% 6,25% 6,18% 6,45% 6,17% 5,67% 5,76% 5,29% 4,28% 3,94% -1,00%
Sul de Minas 10,33% 10,34% 10,10% 9,64% 9,36% 9,05% 8,71% 8,81% 8,89% 8,71% 8,34% 7,91% 8,11% -0,43%
Triângulo 11,46% 11,44% 11,06% 10,89% 10,64% 10,94% 11,05% 10,64% 10,46% 10,51% 10,38% 10,13% 10,26% -0,25%
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
transferência de 4,68% dos recursos distribuídos pelo critério VAF na Lei Robin
Hood para os demais critérios, em especial para o critério do ICMS Solidário na
nova lei, implicou redução direta do total de recursos distribuídos por aquele
critério. Esse fenômeno provocou depressão visível nas regiões em que é maior
a proporção de recursos recebidos em função do VAF. Destacam-se com
maiores perdas as regiões Central, Rio Doce e Sul de Minas.
Note-se, porém, que, mesmo com perda signifi cativa de 2010 para 2011, no ano seguinte
o conjunto de municípios da região Central já registra crescimento signifi cativo, com incli-
nação de reta equivalente ao que vinha sendo praticado antes da mudança da lei.
Por sua vez, a região do Rio Doce, apesar de registrar padrão semelhante ao das outras
regiões na elevação de apropriação de recursos distribuídos por outros critérios exceto o
VAF, chamou atenção pela tendência de queda na participação de apropriação dos
recursos do ICMS pelo critério VAF a partir de 2006. No total, o volume de recursos
recebidos pelos municípios da região em função do VAF indica perda de 61% na partici-
pação relativa entre 2006 e 2012, sendo 40%, ou seja, a diferença entre 2010 e 2011,
atribuíveis à mudança de lei, e o restante, à efetiva perda de VAF. Sugere-se que tais
dados motivem uma investigação por parte do Poder Executivo do Estado.
Considerando que ao recurso distribuído nos anos de 2011 e 2012 foram aplicadas as
fórmulas de cálculo estipuladas por ambas as leis, o eventual acréscimo de receita verifi
36
outros municípios. Assim, ao fi nal da análise, observar-se-á um conjunto de
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
37
Apesar de esses mapas de calor apresentarem metodologias de cálculo
ICMS Solidário 2016
A maior concentração de municípios que ampliaram sua apropriação com a nova lei,
como já citado, está nas regiões Norte de Minas, Jequitinhonha-Mucuri e Rio Doce.
38
Gráfico 5 – Diferença percentual na distribuição de ICMS aos municípios proporcionada pelos critérios
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
39
Gráfico 6 – Curvas de Lorenz para o Efetivo e o Simulado da distribuição de ICMS para os
ICMS Solidário 2016
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
Nota: Efetivo, valores reais repassados aos municípios nos anos de 2011 e 2012 sob as regras da Lei do ICMS
Solidário; Simulado, valores calculados a partir dos critérios da Lei Robin Hood para o mesmo período.
Essa observação gráfica já é suficiente para se afirmar que a nova lei contribuiu para
entre Simulado e Efetivo, correspondentes à parcela de 25% regulados por lei (sem o
40
VAF, portanto), nos anos 2011 e 2012, da totalidade dos municípios
Nessa análise, por se tratar de um período de apenas dois anos, optou-se por utilizar os
uma visão mais concreta dos impactos sentidos por esses agrupamentos regionais.
Gráfico 7 – Diferença entre a transferência de ICMS para os municípios efetiva (Lei do ICMS Solidário) e simulada
(Lei Robin Hood) da parcela de 25% regulada em lei, por Região de Planejamento – Minas Gerais, 2011-2012
2
5 .000 .000
15 .000 .000
5.000 .000
-25.000.000
-35.000.000
-45.000.000
-55.000.000
-65 .000.000
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
41
Os R$ 60 milhões originados da principal região fi nanciadora, a Central, foram
ICMS Solidário 2016
No entanto, observando-se os diversos municípios de cada região, verifi ca-se que a maior
parte se encaixa na faixa menos favorecida pela distribuição de recursos do ICMS
representada no mapa de calor da Figura 3 – Distribuição espacial da participação
percentual por município no repasse do ICMS– Minas Gerais, 2000-2012 –, ou seja, com
apropriação de até 0,1% do montante total nos treze anos analisados. Para melhor
compreensão do comportamento da distribuição interna dos recursos de ICMS em cada
região, procedeu-se à análise compartimentada apresentada no Gráfi co 8 a seguir.
Gráfico 8 – Diferença entre a transferência de ICMS para os municípios efetiva (Lei do ICMS Solidário) e simulada
(Lei Robin Hood) por quartil de apropriação e por Região de Planejamento – Minas Gerais, 2011-2012
Até a 2.000.000
Mediana
1.000.000
0
Central Jequitinhonha/Mucuri Noroeste de Minas Rio Doce Triângulo
79 Municípios 33 Municípios 9 Municípios 51 Municípios 17 Municípios
Alto Paranaíba Centro Oeste de Minas Mata Norte de Minas Sul de Minas
15 Municípios 28 Municípios 71 Municípios 44 Municípios 77 Municípios
6.000.000
4.000.000
3º Quartil 2.000.000
0
Central Jequitinhonha/Mucuri Noroeste de Minas Rio Doce Triângulo
-2.000.000
39 Municípios 16 Municípios 5 Municípios 25 Municípios 9 Municípios
Alto Paranaíba Centro Oeste de Minas Mata Norte de Minas Sul de Minas
8 Municípios 14 Municípios 35 Municípios 22 Municípios 39 Municípios
4º Quartil ou 25% dos municípios, os mais bem posicionados por ordem de apropriação
Diferença entre simulado e efetivo 2011 Diferença entre simulado e efetivo 2012
20.000.000
0
mais recebeu Diferença entre simulado e efetivo 2011 Diferença entre simulado e efetivo 2012
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
42
Constatada a redistribuição desejável dos recursos subtraídos do critério VAF – 4,68pp do
Vale observar que, dada a grande variação de quantidade de municípios em cada re-
gião, eventualmente compararemos o impacto da lei em conjuntos bastante
diferentes em termos numéricos, mas como o objeto observado é a variação em
montante de recursos, o formato escolhido oferece uma visão real da contribuição de
cada região ou grupo de municípios para cada ano de comparação (2011 e 2012).
Deve-se notar que a metade menos favorecida da região Central, que em seu total cede
cerca de R$ 60 milhões por ano estudado, obtém acréscimo anual superior a R$ 5,2
milhões, valor muito próximo ao obtido pelo Norte de Minas, Jequitinhonha-Mucuri e Mata,
ficando ainda o Rio Doce com saldo positivo de cerca de R$ 3,1 milhões.
43
4.2.2 3º Quartil
ICMS Solidário 2016
Mais uma vez registra-se elevação de receita para os municípios da região Central,
de cerca de R$ 6 milhões, pouco superior à da segunda maior região beneficiada, a
região Norte de Minas. Ou seja, constata-se desde já que a contribuição dada pela
região Central para a redistribuição de R$ 60 milhões saiu exclusivamente de
municípios po-sicionados no 4º Quartil, os 25% de maior receita de ICMS.
Fenômeno similar pode ser observado em relação aos municípios do Sul de Minas. Nes-
sa região, 75% dos municípios, correspondentes às faixas Até a Mediana e 3º Quartil,
figuram entre os que mais se beneficiaram dos novos critérios estabelecidos pela Lei do
ICMS Solidário. Há duas explicações possíveis para esse fenômeno: primeiro, o fato de se
tratar de uma região com maior densidade populacional, o que afeta a receita de ICMS per
capita, principal elemento de habilitação para acesso aos recursos distribuí-dos pelo
critério ICMS Solidário; segundo, o fato de a região ter contado historicamente com maior
presença do Estado, o que habilita os municípios a concorrer com maior vantagem a
recursos de critérios que premiam pela execução de políticas públicas.
4.2.3 4º Quartil
Por fim, da análise do total de municípios de cada região e dos seus quartis
separada-mente quanto à repartição da porção de recursos do ICMS regulamentada
por lei, ou seja, 25% do total, pode-se afirmar que a edição da Lei do ICMS Solidário:
44
• atuou de forma redistributiva vertical, ou seja, dentro da mesma região, quando os
O Gráfi co 9 destina-se a oferecer nova visão sobre os mesmos dados de cada região.
Nele é possível observar quantos municípios tiveram sua receita oriunda dos 25% re-
gulados por lei ampliada ou reduzida com a vigência da Lei do ICMS Solidário. Ganhos
acima de 5% ou concessões superiores a esse percentual apontam os conjuntos de
municípios que sofreram maior impacto sob a vigência da nova lei.
Gráfico 9 – Impacto dos critérios da Lei do ICMS Solidário na receita de ICMS dos municípios, relativa
aos 25% regulamentados por lei, por Região de Planejamento – Minas Gerais, 2010-2011
Alto Paranaíba 13 9 6 3
Central 87 27 18 26
Centro-Oeste de Minas 29 11 14 2
Jequitinhonha/Mucuri 52 7 6 1
Mata 80 37 15 10
Noroeste de Minas 4 7 4 4
Norte de Minas 66 10 11 2
Rio Doce 66 22 6 8
Sul de Minas 90 39 19 7
Triângulo 14 9 4 8
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
% municípios
Cedem mais de 5% Cedem menos de 5% Ganham menos de 5% Ganham mais de 5%
Fonte: MINAS GERAIS. Assembleia Legislativa. Diretoria de Processo Legislativo. Gerência-Geral de Consultoria Temática.
Fonte primária: FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estudos de Políticas Públicas. Distribuição de ICMS aos
municípios do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2013. (Banco de Dados.)
O total de municípios que têm suas transferências aumentadas em mais de 5%, 501
municípios, comparado com o total dos que cedem mais do que esse percentual, 71
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municípios, reafirma o caráter redistributivo e, consequentemente,
ICMS Solidário 2016
Vale entender que o fato de um município ceder até 5% ou mais de sua receita oriunda
dos 25pp do ICMS regulamentados por lei não indica que tenha havido redução nominal
das transferências financeiras para esse município, como poderá ser comprovado, caso a
caso, na observação das tabelas no Apêndice A. De forma inversa, municípios que
ganham mais ou menos que 5% na receita oriunda dos 25pp podem eventualmente ter
sofrido variações importantes de desempenho na geração de VAF e por consequência
apresentar queda no montante recebido após a entrada em vigor da nova lei. Esses casos
também poderão ser encontrados nas tabelas do Apêndice A.
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REFERÊNCIAS
NERI, Marcelo. Dominância de Lorenz. Rio de Janeiro: FGV, s.d. 3 p. (Curso Políticas
Sociais – www.fgv.br/cps). Disponível em: <http://www.cps.fgv.br/cps/pesquisas/Politi-
cas_sociais_alunos/2009/Site/5BES_CurvadeLorenz.pdf>. Acesso em: 18 ago. 2015.
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