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ÍNDICE

1-Introdução
2-Importância social
3-Botânica e morfologia
4-Clima
5-Solo
6- Preparo convencional do solo
7- Técnicas de conservação do solo
7.1-Plantio em nível
7.2- Renques de vegetação permanente ou barreira viva
7.3-Canais escoadouros
7.4-Rotação de culturas
7.5-Cobertura morta
7.6-Adubação verde
8- Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de semente (milho)
9-Pragas
9.1-Lagarta rosca
9.2-Lagarta do cartucho
10-Doenças
10.1- Mancha de phaeosphaeria
10.2- Podridão do colmo e raízes
11- Plantio e espaçamento (feijão)
12-Pragas
12.1-Cigarrinha verde
12.2-Lagarta-militar
13-Doenças
13.1- Mosaico comum
13.2-Ferrugem
14- Plantio e espaçamento (mandioca)
15- Sementes - seleção de manivas
16- Seleção de ramas
17-Pragas
17.1-Ácaros
17.2-Mandarová
18-Doenças
18.1-Bacteriose
18.2-Podridão radicular
19- Consorciação de culturas
20- Inseticidas naturais
20.1-Calda bordalesa
20.2-Calda de fumo
20.3-Macerado de urtiga
20.4-Emulsão de óleo
20.5-Chá de angico
21-Adubação
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21.1-Compostagem
21.2-Adubação verde

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1.Introdução

O Estado do Ceará possui 75% de sua área total incluída na isoieta abaixo de 800mm
anuais (isoieta que conceitua pluviometricamente o semi-árido, segundo Lei nº 7.287 de
27/09/89). Apresenta extrema irregularidade das precipitações pluviométricas no tempo e
no espaço, com anos de seca ocorrendo em ciclos de oito a doze anos e temperaturas
sempre superiores a 23°C, no que resulta, em altas taxas de evapotranspiração potencial,
com conseqüentes índices negativos do balanço hídrico. Geologicamente, é formado pelo
embasamento cristalino, apresentando solos rasos, susceptíveis à erosão e com sérias
limitações de águas subterrâneas [Brasil (1973), SUDEC (1981) e Leite et al. (1988)],
citados por Soares et al. (1995). A cobertura vegetal, no semi-árido, é constituída pela
caatinga, cuja caducifolia e pouca densidade, oferecem pouca proteção aos solos. A pressão
demográfica exerce uma sobre-exploração dos recursos naturais, devido: ao baixo nível
tecnológico e ausência quase absoluta de uma consciência conservacionista, resultando em
uma baixa qualidade de vida da população.
Para reverter o quadro de pobreza rural, Silveira (2002) afirma que, aos enfoques
inovadores teórico-metodológicos que permeiam a difusão de tecnologias, de crédito e
fomento agrícola, devem ser incorporados como critérios de desempenho dos sistemas
técnicos empregados, não somente as produtividades dos cultivos e criações, mas também a
sustentabilidade ambiental, a equidade social e a apropriação cultural. A crescente
participação das organizações dos agricultores familiares, em comunhão com outras
organizações da sociedade civil, na implementação de programas próprios voltados para a
promoção do desenvolvimento agrícola, vem se configurando em um caminho inovador
para os processos de formulação e implementação das políticas públicas para a agricultura
sustentável. Um exemplo disso é a recente busca de aproximação das agências oficiais de
desenvolvimento e as ONGs visando alcançar os agricultores mais desfavorecidos e
promover o uso mais eficiente de seus recursos humanos e financeiros (Reijntjes et all,
1994).

Conservação do meio ambiente, através do manejo correto das culturas desenvolvendo


técnicas racionais de uso do solo, da água e dos recursos naturais da região e
desenvolvimento social e econômico da comunidade agrícola, através da melhoria no
rendimento das lavouras são as metas que se espera alcançar ao final desta apostila.

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2. Importância Social

O milho é um cereal de grande importância em toda a América. É a espécie vegetal que


cobre a maior área cultivada em nosso continente, sendo no mundo, depois do trigo e do
arroz, a mais extensa área plantada. É o cereal de maior consumo do país.
O rico cereal sempre constituiu o mais seguro sustento dos sítios e fazendas, fornecendo
bom alimento durante o ano sob as mais variadas formas, tanto ao homem como aos
animais domésticos.

O feijão é uma leguminosa comestível, dotada de elevado conteúdo protéico, bem adaptada
a regiões quentes, pouco exigente à fertilidade natural do solo e razoavelmente resistente à
seca.
O feijão é o tradicional prato nacional, obrigatório na parcela populacional de baixa e
média renda. No Nordeste brasileiro é alimento protéico, que substitui inteiramente a carne
para os que têm baixo poder aquisitivo.

A mandioca desempenha um grande papel social ás populações situadas no mundo


tropical.
Ela é o alimento básico para mais de 500 milhões de pessoas em muitos países asiáticos,
africanos, e em algumas regiões subdesenvolvidas de países da América Latina. É uma das
mais tradicionais culturas brasileiras, sendo cultivada em quase todo território nacional e
em, aproximadamente 1,2 milhões de estabelecimentos agrícolas; destes, a maioria são
pequenas propriedades familiares.
Nas regiões Norte e Nordeste há o predomínio da produção familiar, com inúmeras
indústrias artesanais (Casas de farinha), que destinam seu produto principalmente para o
consumo doméstico.

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3. Botânica e morfologia

O milho é uma planta monóica e anual.


Pertence à classe das Monocotileôneas; ordem Glumiflorae; tribo maydeae; família
Graminae; gênero Zea e espécie Z. Mays L.
Há um grande número de variedades de milho, que se distinguem quanto ao porte, tipo e
ciclo vegetativo. Existem milhos muito precoces, que com 65 dias estão amadurecendo,
enquanto outros necessitam de 100,120,140 e até 180 dias.
O caule do milho é cilíndrico, tipo colmo, com nós compactos e entrenós mais curtos na
base da planta.
O sistema radicular do milho consiste de 2 tipos de raízes: raízes primárias (seminais) e
raízes adventícias.
A folha do milho é do tipo lanceolada, possuindo limbo e bainha. O embrião já possui de
4-5 folhas diferenciadas. O número de folhas de uma planta é determinado poucos dias
após a germinação. As folhas são expostas a medida que o caule se desenvolve.

O feijoeiro é uma planta herbácea e anual.


Pertence à classe das Dicotiledôneas; ordem Rosales; família Leguminosae; subfamília
Papilionoideae; gêneros cultivados: Vigna e Phaseolus; principais espécies: P. vulgaris L, P.
mungoL e P.lunatus L.
O sistema radicular é formado de raiz principal, pivotante, com ramificações laterais. As
raízes principais podem crescer até 2 metros em busca de água e nutrientes.
O caule é formado pela haste principal, do qual se originam os ramos.

A mandioca é uma planta monóica.


Pertence à classe das Dicotiledôneas; ordem Euphorbiales; família Euphorbiaceae; gênero
Manihot; espécie Manihot esculenta crantz.
O sistema radicular é superficial, fibroso, constituído de um número reduzido de raízes.
Apenas algumas raízes intumescem pelo armazenamento de amido transformando-se em
raízes tuberosas que são superficiais.
O caule, de altura variável entre 1 e 3 metros pode ser ou não ramificado. Com o tempo
torna-se suberizado com coloração cinzenta ou marrom.
As cultivares ramificadas são classificadas em ramificação alta e baixa.

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4.Clima

O milho produz muito bem em regiões temperadas, onde existe um período de 180 dias
de boa pluviosidade e ausência de baixas temperaturas. Os verões devem ser quentes e
úmidos. As variedades precoces podem produzirem um mínimo de 250 mm de chuva
regularmente distribuídas.
Algumas variedades podem ser plantadas em zonas mais quentes.
A principais variedades produzem altas colheitas onde a temperatura durante o seu
desenvolvimento, não se distancie muito de 20 C a 22 C. Algumas alcançam o ótimo entre
30 a 32 C. E poucas variedades germinam com 10 C.
As variedades já aclimadas sentem profundamente as mudanças do meio. É uma planta
muito sensível ao fotoperiodismo.
No decorrer de maior parte de seu desenvolvimento, o milho requer um bom teor de
umidade no solo e no ar. De modo que as chuvas devam ser regulares até atingir o seu
período crítico, isto é, durante o florescimento. Neste período, as chuvas muito pesadas
prejudicam a polinização, como também a excessiva secura no ar não é favorável à
viabilidade do pólen.
O milho resiste, sem grandes prejuízos, a uma escassez de água, durante o período de
crescimento; parece ter um mecanismo de defesa contra a excessiva evaporação.

O feijoeiro é uma planta de clima relativamente quente e estável. Não suporta os fortes
calores e os ventos frios. Para os feijões usados na nossa região(vigna) suportam
temperaturas mais elevadas. Necessita de chuvas moderadas e dias bem ensolarados. As
fortes chuvas são desfavoráveis à cultura, pois o excesso de umidade produz o
apodrecimento das folhas e vagens.
Pode ser plantado no inverno ou durante o verão, nas bacias de irrigação, nas vazantes
dos açudes ou no leito úmido dos rios periódicos. Em nosso meio, o plantio deve ser feito
no princípio das chuvas, de janeiro a março, quando o inverno se generalizar.
As áreas que mais produzem feijão no Ceará são as zonas fisiográficas do Sertão
Central, do Alto e Médio Jaguaribe e do Sertão Sudoeste.

Como planta de origem tropical, a mandioca prefere os climas quentes e úmidos. Mas
pode ser cultivada em toda a faixa tropical e subtropical. As condições consideradas ideais
vão de 18 a 35oC de temperatura e 1000 a 1500mm de chuvas bem distribuídas anualmente,
principalmente no início da cultura.
A mandioca é cultivada em regiões de clima tropical e subtropical, com precipitação
pluviométrica variável de 600 a 1.200 mm de chuvas bem distribuídas e uma temperatura
média de em torno de 25ºC. Temperaturas inferiores a 15ºC prejudicam o desenvolvimento
vegetativo da planta. Pode ser cultivada em altitudes que variam de próximo ao nível do
mar até mil metros. É bem tolerante à seca e possui ampla adaptação às mais variadas
condições de clima e solo.

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5. Solo

O solo tem as funções de servir de suporte mecânico para os vegetais e reter a umidade,
libertando os nutrientes e o oxigênio para as raízes, quando as plantas dele necessitam. O
solo agrícola é a parte mais externa da crosta terrestre que sofreu a ação dos agentes
intempéricos. A riqueza mineral de um solo é variável com os elementos constituintes da
rocha- matriz.

O milho se desenvolve bem em solos férteis e de textura fina. Devem ser os solos
profundos, drenáveis e bem dotados de húmus. Tolera um solo moderadamente ácido ou
ligeiramente alcalino.
Os solos muito compactos são difíceis de ser trabalhados e se empapam facilmente de
umidade ou racham quando secos; os solos arenosos são pobres e secam com facilidade,
logo, não produzem bem esse exigente cereal.
No Nordeste brasileiro, as aluviões fluviais e os tabuleiros e serras de solo profundos e
férteis constituem as manchas de solo mais apropriadas para a cultura do milho.

O feijão produz em vários tipos de solos, desde que não sejam demasiadamente
argilosos. Os melhores solos para sua cultura são os profundos, drenáveis e com bom teor
de húmus. As aluviões fluviais, frouxas e limosas que margeiam nossos rios e riachos ,são
terrenos apropriados à cultura do feijão.

Para a cultura da mandioca deve-se preferir solos leves, profundos com textura média,
bem drenados, pH de 5 a 6, de topografia plana e férteis, embora ela se desenvolva bem,
também em solos pouco férteis, ter bom teor de matéria orgânica e ser livres de pedras e
cascalhos, apresentando boa insolação, fácil acesso, mecanizáveis e com abundância de
água de boa qualidade. Deve-se evitar solos muito arenosos e os permanentemente
alagados.

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6. Preparo convencional do solo

Com o propósito de minimizar o impacto negativo do preparo do solo, deve-se sempre


ter em mente que as operações devem contemplar, de uma maneira harmoniosa, não
somente o solo, mas também as suas interações com a água, com vistas ao planejamento
integrado, visando a sustentabilidade da atividade. Nesse sentido, a área agrícola deve ser
cuidadosamente planejada. Em função das condições locais de clima e solo, elabora-se o
planejamento conservacionista da área.

Todas as operações mecânicas, a começar pelo preparo do solo, devem ser executadas
em nível. Com este cuidado, cria-se uma série de pequenas depressões na superfície, a
rugosidade do solo, que, além de armazenarem a água até que esta se infiltre, funcionam
também como pequenas barreiras ao escorrimento e formação da enxurrada. O plantio e
cultivos realizados também em nível, na seqüência, ajudam a aumentar a segurança do
sistema de conservação de solo.
A utilização constante do mesmo equipamento, como a grade pesada ou o arado de
discos, trabalhando sempre numa mesma profundidade, provoca compactação logo abaixo
da camada preparada. Uma das maneiras de reduzir a compactação é alternar anualmente a
profundidade de preparo do solo. É importante também atentar para as condições de
umidade do terreno por ocasião de seu preparo. O ponto de umidade ideal é aquele em que
o trator opera com o mínimo esforço, produzindo os melhores resultados na execução do
serviço. Com o solo muito úmido, aumentam os problemas de compactação. Há maior
adesão da terra nos implementos, chegando a impedir a operação. Em solo muito seco, é
preciso um número maior de passadas de grade para quebrar os torrões, exigindo maior
consumo de combustível. Com isso, o custo de produção fica maior e o solo, pulverizado.

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7.Técnicas de conservação do solo

7.1. Plantio em nível

Curva de nível é uma linha traçada na superfície do solo, unindo os pontos de mesma
altura, seguindo-se o nível do terreno em sentido contrário ao caminho das águas da chuva
ou da irrigação.
O plantio em nível é uma das práticas mais simples de controle da erosão. Dados
experimentais têm demonstrado que a simples disposição das ruas das plantas, seguindo as
curvas em nível do terreno, contribui com bastante eficiência, facilitando a infiltração das
águas, diminuindo a enxurrada e controlando a erosão.
Depois de traçadas as curvas de nível, o plantio e todas as operações agrícolas devem ser
feitos seguindo-se o traçado das curvas.

7.2. Renques de vegetação permanente ou barreira viva

São faixas de vegetação permanente, plantadas em curva de nível, com largura de dois
metros, fracionando-se o terreno em espaços menores, de acordo com a declividade do
terreno e a textura do solo.

7.3. Canais escoadouros

São canais construídos, preferencialmente, nos drenos naturais, córregos ou riachos,


devendo ser protegidos com plantas ou restos de culturas; sua finalidade é escoar o excesso
de água proveniente dos cordões em contorno ou terraços, conduzindo-a para locais onde
não haja risco de ocorrer erosão.

7.4. Rotação de culturas

Consiste em plantar alternadamente numa mesma área, culturas diferentes e que


possuam sistemas radiculares localizados a profundidades distintas; é importante fazer o
plano de rotação, de acordo com a capacidade de uso ou da aptidão agrícola do solo.

7.5. Cobertura morta

Corresponde a uma camada grossa, com 15 cm de espessura, aproximadamente, feita à


base de vegetais, inclusive restos de culturas, com a finalidade de proteger o solo contra a
erosão e ervas daninhas, conservar a sua umidade, melhorar a sua fertilidade e mantê-lo a
uma temperatura adequada.

7.6. Adubação verde

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Corresponde ao plantio de leguminosas, com o objetivo de incorporá-las ao solo como
adubo verde, na sua fase de maturação.

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8. Plantio, espaçamento, densidade, quantidade de semente (milho)

O plantio de uma lavoura deve ser muito bem planejado, pois determina o inicio de um
processo de cerca de 120 dias e que afetará todas as operações envolvidas, além de
determinar as possibilidades de sucesso ou insucesso da lavoura.
O planejamento do plantio começa com a compra da semente e demais insumos. O
agricultor deverá planejar a melhor época de receber a semente, assim como reservar um
local limpo e arejado para armazená-la até a data do plantio.

O plantio deve ser mais superficial ao redor de 3 a 5 cm em solos mais pesados, que
dificultam a emergência, ou quando a temperatura do solo é mais fria, em função da época
ou da região . Em solos mais leves, arenosos, a profundidade pode ser maior, variando de 5
a 8 cm, aproveitando as condições mais favoráveis de umidade do terreno.

O rendimento de uma lavoura se eleva com o aumento da densidade de plantio, até


atingir uma densidade ótima, que é determinada pela cultivar e por condições externas
resultantes das condições edafoclimáticas do local e do manejo da lavoura. A partir da
densidade ótima, quando o rendimento é máximo, o aumento da densidade resultará em
decréscimo progressivo na produtividade da lavoura. A densidade ótima é, portanto,
variável para cada situação, sendo basicamente dependente de três fatores: cultivar,
disponibilidade de água e de nutrientes. Quaisquer alterações nestes fatores, direta ou
indiretamente, afetarão a densidade ótima de plantio.
Além do rendimento de grãos, o aumento na densidade de plantio também afeta outras
características da planta. Dentre estas, merecem destaque a redução no número índice de
espigas) e tamanho de espiga por planta. Também o diâmetro de colmo é reduzido e,
consequentemente, há maior suscetibilidade ao acamamento e quebramento. Além disto é
reconhecido que pode haver aumento na ocorrência de doenças, especialmente as podridões
de colmo, com o aumento na densidade de plantio. Estes aspectos podem determinar o
aumento de perdas na colheita, principalmente quando esta é mecanizada. Por estas razões,
às vezes, deixa-se de recomendar densidades maiores que, embora em condições
experimentais produzam maiores rendimentos, não são aconselhadas em lavouras colhidas
mecanicamente. A magnitude de variação destas características também é função da
cultivar e disponibilidade de água e nutrientes.
O espaçamento adotado deve ser o de 1metro entre os sulcos e as semeadeiras reguladas
para deixar cair de 6 a 7 sementes por metro do sulco, quando se tem um semente com 90%
para mais de germinação. As semeadeiras, tanto de tração animal como motora, possuem
duas aletas colocadas posteriormente do local que deixa cair às sementes no solo, que
devem ser bem reguladas para que a quantia de terra colocada sobre a semente seja uma
camada uniforme, de 5 cm mais ou menos.

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9.Pragas

9.1. Lagarta rosca

A lagarta desse inseto tem hábito noturno e se alimenta da haste da planta, provocando o
seccionamento da mesma, que pode ser total quando as plantas tem até 20 cm de altura,
pois ainda são muito tenras e finas, e parcial após esse período.
As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 40 mm, são robustas,
cilíndricas, lisas e com coloração variável, predominando o cinza-escuro. A fase larval dura
cerca de 25 a 30 dias, transformando-se em pupa no próprio solo, de onde, após duas ou
três semanas, emergem os adultos.
A lagarta abriga-se no solo, em volta das plantas recém-atacadas numa faixa lateral de
10 cm e numa profundidade em torno de 7 cm. Quando tocada, enrola-se, tomando o
aspecto de uma rosca, daí a sua denominação.
Quando as plantas de milho são pequenas com a idade máxima de 20 dias, as lagartas
seccionam a planta rente ao solo.
Em estágios mais avançados de desenvolvimento da planta, as lagartas podem abrir
galerias na base do colmo, provocando com esse tipo de ataque o aparecimento de estrias
nas folhas, semelhantes às causadas por deficiência minerais. Este mesmo tipo de ataque
pode levar a um sintoma conhecido como "coração morto".
Quando a planta já está com mais de 40 cm, a morte sucessiva de plantas devido a ação
da praga, faz com que surja uma touceira de plantas totalmente improdutiva, que é o
perfilhamento devido ao ataque da lagarta-rosca.

9.2. Lagarta do cartucho

São conhecidas também por lagartas dos milharais e lagarta militar. As mariposas põem
os ovos nas folhas e num total de 150. Após três dias nascem as lagartinhas que passam a
alimentar-se, de preferência, das folhas mais novas do milho. Após completo
desenvolvimento, atacam todas as folhas centrais, destruindo-as completamente. Sua
coloração varia de pardo escuro-verde até quase preta. Apresentam três finíssimas linhas
longitudinais branco amareladas na parte dorsal do corpo.
Devido ao canibalismo é comum encontrar-se apenas uma lagarta desenvolvida por
cartucho. Pode-se encontrar lagartas em instares diferentes num mesmo cartucho, separadas
pelas folhas.
Essa lagarta ataca o cartucho do milho chegando a destruí-lo completamente e, nesse
caso, chama a atenção a quantidade de excreções existentes na planta. As lagartinhas novas
apenas raspam as folhas, mas depois de desenvolvidas, conseguem fazer furos, até destruí-
las completamente. Essa praga pode reduzir, através da destruição das folhas, a produção
do milho em até 20%, sendo os períodos críticos de seu ataque na época próxima do
florescimento.
As causas do insucesso no controle dessa praga são o combate tardio à praga e métodos
inadequados de aplicação de inseticidas. Recomenda-se, então, efetuar o controle logo que
surjam os primeiros ataques ao cartucho.

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10.Doenças

10.1.Mancha de phaeosphaeria

A doença apresenta ampla distribuição no Brasil. As perdas na produção podem ser


superiores a 60% em determinadas situações.
As lesões iniciais apresentam um aspecto de encharcamento, (tornando-se necróticas
com coloração palha de formato circular a oval com 0,3 a 2cm de diâmetro). Alta
precipitação, alta umidade relativa (>60%) e baixas temperaturas noturnas em torno de
14ºC são favoráveis à doença. Plantios tardios favorecem a doença. Há o envolvimento
da bactéria Pantoeae ananas nas fases inciais da doença.
Plantio de cultivares resistentes. Plantios realizados mais cedo reduzem a severidade
da doença. O uso da prática da rotação de culturas contribui para a redução do potencial
de inóculo.

10.2.Podridão do colmo e raízes

Quanto às podridões de raizes, as perdas econômicas estão diretamente relacionadas ao


teor de umidade no solo e geralmente são causadas por um complexo de microorganismos.
As principais podridões do colmo na cultura do milho podem ocorrer antes do fase de
enchimento dos grãos, em plantas jovens e vigorosas ou após a maturação fisiológica dos
grãos. No primeiro caso as perdas se devem à morte prematura das plantas com efeitos
negativos no tamanho e no peso dos grãos como consequência na redução na absorção de
água e nutrientes. Pode ocorrer o tombamento das plantas. No segundo caso, as perdas na
produção se devem ao tombamento das plantas o que dificulta a colheita mecânica e expõe
as espigas à ação de roedores e a o apodrecimento, pelo contacto com o solo. O
tombamento das plantas é função do peso e altura da espiga; da quantidade do colmo
apodrecida; da dureza da casca e da ocorrência de ventos.
Estresses durante a fase de enchimento de grãos predispõem as plantas às podridões. São
considerados fatores estressantes, as doenças foliares, os danos nas folhas ou no colmo
causados por insetos, a umidade excessiva ou deficiente do solo, o baixo teor de K em
relação ao de N, os períodos prolongados de nebulosidade, a alta densidade de semeadura e
a ocorrência de chuvas com intensidade acima do normal, 2 a 3 semanas após o
florescimento. De um modo geral, as podridões do colmo não ocorrem uniformemente na
área mas ao acaso. É possível encontrar plantas sadias ao lado de plantas apodrecidas.

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11. Plantio e espaçamento (feijão)

O feijoeiro é uma planta com sistema radicular delicado, com sua maior parte
concentrada na camada de até 20 cm de profundidade do solo, por isso, deve-se ter um
cuidado especial na escolha da área. Solos pesados, compactados, sujeitos a formar crosta
na superfície ou ao encharcamento não são adequados para a cultura do feijoeiro,
recomendam-se solos friáveis, com boa aeração, de textura areno-argilosa, relativamente
profundos e ricos em matéria orgânica e elementos nutritivos.

A semente de boa qualidade permite a formação de lavoura uniforme, maximiza o


aproveitamento dos demais insumos utilizados, evita a propagação e diminui as fontes de
contaminação de doenças na lavoura, reduz a disseminação de plantas nocivas e a
agressividade daquelas já presentes no solo. O seu custo corresponde normalmente de 10 a
20% do custo total da lavoura.

Quanto à semeadura, as épocas recomendadas concentram-se, basicamente, em três


períodos, o chamado das "águas", nos meses de janeiro a março, ou da "seca" ou safrinha,
de setembro a novembro. Na época da "seca" nem sempre as chuvas são suficientes
durante todo o ciclo da cultura, sendo conveniente, neste caso, complementar com
irrigação.

A profundidade de semeadura pode variar conforme o tipo de solo. Em geral


recomendam-se de 3-4 cm para solos argilosos ou úmidos e de 5-6 cm para solos arenosos.

A densidade, ou o número de plantas por unidade de área, é resultado da combinação de


espaçamento entre fileiras de plantas e número de plantas por metro de fileira.
Espaçamentos de 0,40 a 0,60 m entre fileiras e com 10 a 15 plantas por metro, em geral
proporcionam os melhores rendimentos.

O gasto de sementes varia em função de diferentes fatores:


a) espaçamento entre fileiras, b) número de plantas por metro de fileira, c) massa das
sementes, e d) poder germinativo.

12. Pragas

12.1 Cigarrinha verde

É considerada a praga mais importante do feijoeiro na América Latina, tanto pela sua
vasta distribuição como pelos prejuízos que pode causar à cultura. Os adultos são verde e
medem cerca de 3 mm. As ninfas têm a mesma coloração e são facilmente identificáveis
pelo seu movimento lateral característico. As formas jovens (ninfas) e os adultos localizam-
se principalmente na face inferior das folhas e nos pecíolos, causando danos através da
sucção direta da seiva e injeção de toxinas. Quando o ataque ocorre nas fases iniciais do

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desenvolvimento da planta, observa-se um enfezamento, caracterizado pela presença de
folíolos coriáceos com as bordas encurvadas para baixo e paralisação do crescimento.
Em fases posteriores de desenvolvimento, os sintomas se manifestam pelo enrolamento
dos folíolos, amarelecimento e posterior necrose das bordas dos mesmos. A época de maior
ocorrência da cigarrinha verde é no plantio da seca, principalmente no sistema de
monocultivo, e a fase mais crítica de ataque da praga é da emergência até a época do
florescimento

12.2. Lagarta-militar

A lagarta-militar é uma das principais pragas da cultura do feijão-caupi. Pode ocorrer em


qualquer época em que a planta é cultivada e seu ataque pode iniciar-se logo nos primeiros
dias após a emergência das plantas, período em que as mesmas são muito sensíveis ao
desfolhamento.

As lagartas completamente desenvolvidas medem cerca de 35 mm de comprimento, têm


corpo cilíndrico de coloração marrom-acinzentada no dorso e esverdeada na parte ventral

Os ovos são colocados em massas recobertas por pelos da mariposa, próximo às culturas
ou sobre a própria planta. Após 3 dias, aproximadamente, eclodem as lagartas, que a
princípio, raspam o parênqüima foliar ao redor da postura, espalham-se e iniciam a
raspagem do limbo das folhas novas. Posteriormente, migram para outras plantas,
alimentando-se das folhas ou das vagens por todo o resto do estado larval que dura cerca de
20 dias, consumindo cerca de 200 cm2 de folha, sendo que o maior consumo se dá nos dois
últimos estágios.
Um comportamento é seccionar as plantas ainda novas na região do colo, provocando o
seu tombamento à semelhança do ataque da lagarta-rosca. O conhecimento das
características das duas lagartas é de fundamental importância para a identificação das
espécies e tomada de decisão quanto à medida de controle.

13.Doenças

13.1.Mosaico comum

O Mosaico Comum, incitado pelo vírus do mosaico comum do feijoeiro (BCMV), foi
uma das primeiras doenças de plantas causadas por vírus descritas no mundo. As perdas na
produção, devidas à doença, variaram de 35 a 98%, dependendo da idade da planta na
época da infecção. Existe um grande número de espécies hospedeiras do vírus do mosaico
comum do feijoeiro o que dificulta, ainda mais, o seu controle. A transmissão pode ser feita
mecanicamente, através do pólen, por sementes infectadas e por insetos vetores. Existe a
possibilidade de se encontrar três tipos de sintomas: mosaico, lesões locais e necrose
sistêmica. O sintoma característico, em cultivares suscetíveis, manifesta-se, nas folhas
trifolioladas, na forma de áreas verde-claras com áreas verde-escuras ao longo das nervuras.
Outros sintomas incluem o enrolamento, a formação de bolhas e o encrespamento das
folhas. As vagens, provenientes de plantas originadas de sementes doentes, são de tamanho
reduzido, com menor número de sementes.
Devido a inexistência de tratamento químico efetivo contra as partículas virais, as medidas
de controle, ao BCMV, incluem o uso de sementes de boa qualidade, procurando-se evitar o
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emprego contínuo de sementes produzidas na propriedade, o controle dos insetos vetores
com inseticidas e a semeadura de cultivares resistentes.

13.2.Ferrugem

A ferrugem do feijoeiro, incitada pelo fungo Uromyces appendiculatus (Pers) Unger,


está presente em todas as regiões onde se cultiva esta leguminosa. No Brasil e em outros
países da América, a doença é considerada como um dos mais importantes problemas
fitopatológicos relacionados à cultura do feijoeiro. As plantas são mais vulneráveis à
doença nos estádios de pré- floração e floração, o que acontece normalmente dos 30 aos 45
dias após a germinação, período no qual as perdas podem atingir até 68 %. O fungo infecta,
principalmente, as folhas onde forma, inicialmente, pequenas lesões amarelo-
esbranquiçadas na face inferior, as quais se expandem até formarem pústulas de cor
marrom-avermelhada em ambas as faces da folha.
No controle eficiente da ferrugem recomenda-se o emprego de práticas culturais tais como
a rotação de culturas, a redução na densidade de plantio, a remoção de resíduos e as épocas
de plantio diferenciadas para cada região. Deve-se utilizar cultivares resistentes sempre que
possível; entretanto, o desenvolvimento de tais genótipos é dificultado pela grande
variabilidade genética que o patógeno apresenta.

14. Plantio e espaçamento (mandioca)

O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da


variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de
colheita (manual ou mecanizada).
De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em
fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se
aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m.

Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um


espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas.
Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para
facilitar o movimento da máquina colhedeira.
Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento
mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância
entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m,
para uso de tratores maiores.

O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a


produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de
manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das
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fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a
aplicação de defensivos.

Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, podendo ser feito
em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração
animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente
10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais, utilizam-se
plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado, que fazem de uma só vez as operações
de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas.
Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em
cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas
com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem
ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras.

Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a


mais indicada é a horizontal, no fundo das covas ou dos sulcos, porque facilita a colheita
das raízes. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na
posição horizontal.

15. Sementes- Seleção de ramas

Utilizar ramas oriundas de plantações sadias e "maduras". Em geral, as ramas de plantas


com oito a dez meses de idade já se prestam para o plantio. A queda natural das folhas a
começar da base para o ápice das plantas, em condições normais, é um índice de maturação
das manivas, naquelas porções de onde já caíram as folhas. Se, ao contrário, a queda se
processar a partir do ápice, denota incidência de bacteriose, ou larvas dos brotos ou,
mesmo, brocas do caule.
Em geral, as inspeções da cultura fornecedora das ramas para o plantio, oferecem
melhores oportunidades para uma apreciação do seu estado sanitário, quando feitas nos
meses de dezembro a fevereiro.
Deve-se escolher as manivas de boa grossura porque resistem mais às intempéries após o
plantio, e darão plantas mais vigorosas. As ramas finas e as partes mais fracas, herbáceas,
do terço superior das plantas, não devem ser usadas no plantio.
É necessário, portanto, inspeção constante do mandiocal de onde serão retiradas as
ramas para plantio, para avaliar sua sanidade, devendo ser evitados mandiocais com alta
ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros e percevejo-de-renda.

16. Conservação de ramas


A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um
dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta
na perda de material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas
para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por
algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda-se que a
conservação ocorra o mais próximo possível da área a ser plantada, em local fresco,
com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de
ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as
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ramas ser dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são
preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo as suas bases enterradas
cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e que permanecerá molhado durante o
período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas
devem conservar a cepa ou maniva-mãe e ser empilhadas e cobertas com capim seco ou
outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em
leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas
temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área com cerca de 20% do
mandiocal, como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de
novos plantios, exceto em áreas

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17. Pragas

17.1. Ácaros
Os ácaros são pragas das mais severas que atacam a mandioca, sendo encontrados
em grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do
ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e
Centro Oeste. Alimentam-se penetrando o estilete no tecido foliar e succionando o
conteúdo celular. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e
bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a
área foliar e a fotossíntese.
O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que
dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais como:
1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para localizar
focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas plantações que
apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de plantio livre de ácaros,
insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a
disseminação dos ácaros.

17.2. Mandarová
O mandarová da mandioca, Erinnyis ello, é considerado uma das pragas mais
importantes desta cultura, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de
consumo foliar, especialmente nos últimos ínstares larvais. A lagarta pode causar severo
desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de desenvolvimento da cultura, pode
reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. Este inseto tem-se
apresentado somente nas Américas, onde tem desfolhado grandes plantios de mandioca.
O mandarová da mandioca pode se apresentar em qualquer época do ano, mas em geral
ocorre no início da estação chuvosa ou da seca, entretanto é uma praga de ocorrência
esporádica, podendo demorar até vários anos antes de surgir um novo ataque.
O mandarová tem ainda uma série de inimigos naturais que são capazes de exercer um
bom controle, não se recomendando aplicações de produtos químicos, porque ocorre
destruição desses insetos benéficos.
Podem ainda ser utilizadas armadilhas luminosas para capturar adultos, o que não
constitui propriamente um método de controle, mas permitem diminuir as populações, além
de fornecer dados para o conhecimento da flutuação populacional do mandarová,
prevenindo o agricultor contra ataques intensos, o que ajuda a planejar melhor a aplicação
das diferentes alternativas de controle.

18.Doenças
18.1.Bacteriose
A bacteriose, causada por Xanthomonas axoponodis pv. manihotis, é a principal
doença da mandioca, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas condições de
Cerrado essa doença adquiri grande expressão econômica, podendo provocar perdas
totais.

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Os sintomas da bacteriose caracterizam-se por manchas angulares, de aparência aquosa,
nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas
hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. Os prejuízos causados pela
bacteriose variam com as condições climáticas, suscetibilidade ou tolerância das
variedades, práticas culturais empregadas, épocas de plantio e nível de contaminação do
material de plantio. A variação brusca de temperatura entre o dia e a noite é o fator mais
importante para a manifestação severa da doença, sendo que a amplitude diária de
temperatura superior a l0ºC durante um período maior que cinco dias é a condição ideal
para o pleno desenvolvimento da doença. As perdas de produção estão em torno de 30% em
cultivos usando variedades suscetíveis e, em locais com condições favoráveis para a
doença, os prejuízos podem ser totais. Por outro lado, usando variedades tolerantes, mesmo
com a ocorrência de condições favoráveis as perdas de produção chegam no máximo a
30%.
A utilização de variedades resistentes é a medida mais eficiente para o controle da
bacteriose; mas, também, contribuem as práticas culturais como a utilização de manivas
sadias e a adequação das épocas de plantio.

18.2.Podridão radicular
A podridão radicular é a doença de muita expressão na Região Nordeste, cujas perdas de
produtividade de raízes nas áreas de maior ocorrência estão em torno de 30%.
Os sintomas da podridão radicular são bastante distintos em função dos agentes causais.
Normalmente, Phytophthora sp. ataca a cultura na fase adulta, causando podridões “moles”
nas raízes, com odores muito fortes, semelhantes ao de matéria orgânica em decomposição;
mostram uma coloração acizentada .O aparecimento de sintomas visíveis é mais freqüente
em raízes maduras; entretanto, existem casos de manifestação de sintomas na base das
hastes jovens ou em plantas recém-germinadas, causando murcha e morte total. No caso do
Fusarium sp., os sintomas podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da planta e
raramente causam danos diretos nas raízes. O ataque ocorre no ponto da haste junto ao solo,
causando infecções e muitas vezes obstruindo totalmente os tecidos vasculares, impedindo
a livre circulação da seiva e, conseqüentemente, provocando podridão indireta das raízes.
Ao contrário de Phytophthora sp., os sintomas provocados nas raízes pelo ataque de
Fusarium sp. são caracterizados por uma podridão de consistência seca e sem o aparente
distúrbio dos tecidos.

19. Consorciação e rotação de culturas

A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em
relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a
utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da
força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção
do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Nesse
contexto, a mandioca é importante como cultura consorte, pelo seu ciclo vegetativo longo,
crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem
médio, caracterizando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais.
O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito
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procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa
competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Essa
distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma
das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de
cultivo distintas e o porte das plantas.
Com culturas anuais, o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser em
fileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição das
plantas em forma retangular, com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e 0,60 a 0,80
m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras alternadas com as de
mandioca. Nesse caso, recomenda-se o plantio de uma a duas fileiras da cultura intercalar, a
depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a distribuição das plantas é realizada
reduzindo o espaçamento entre duas fileiras simples para 0,60 m, deixando um espaço
maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas fileiras simples, também espaçadas de 0,60 m;
onde o espaçamento das fileiras duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a 3,00 m.
Nesse caso, recomendam-se de duas a quatro fileiras da cultura consorciada, a depender do
porte da mesma.
Na cultura da mandioca, a utilização da prática de rotação de culturas, além de outras
vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e a depauperação do solo. Assim,
recomenda-se que essa prática seja realizada pelo menos a cada dois cultivos da mandioca,
utilizando outras culturas como gramíneas ou leguminosas para produção de grãos, ou
leguminosas para adubação verde, ou ainda deixando a área em pousio. Nesse particular, o
sistema de plantio em fileiras duplas da mandioca em consorciação reveste de importância
para pequenas áreas, por permitir a rotação das culturas em uma mesma área. Outro ponto a
destacar é o aproveitamento da adubação residual realizado pela cultura da mandioca.

20. Inseticidas naturais

Diante das perdas de produção provocadas pelo ataque dos insetos, o produtor agrícola
se depara com a necessidade de recorrer a diversos métodos de controle, como o
comportamental, biológico, genético, cultural e químico.

O controle químico, feito com utilização de inseticidas convencionais e específicos, é o que


apresenta as maiores vantagens devido à sua eficiência, baixo custo e facilidade de uso em
relação aos demais. Todavia, a contínua utilização do controle químico com agrotóxicos
não seletivos, sem a rotação de produtos, pode causar desequilíbrios mediante a eliminação
de insetos benéficos, explosões populacionais de pragas, e principalmente, a perda de
eficácia de inseticidas mediante a seleção natural de linhagens de insetos resistentes a estes
compostos químicos. Acrescentem-se ainda aspectos negativos relativos à contaminação do
meio ambiente (solo, água, atmosfera e seres vivos) e danos acidentais ocasionados pela má
utilização de agrotóxicos.
Uma alternativa a esta situação é a produção de outros tipos de inseticidas. Os
inseticidas botânicos são uma fonte promissora desses compostos. Por isso cientistas têm
estudado a atividade das mais diversas plantas. A diversidade da flora brasileira apresenta
um imenso potencial para a produção de compostos secundários. Estes compostos têm sido
demandados continuamente pela industria, desde os anos 90, devido ao incremento da
utilização de produtos naturais na agropecuária.
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Aqui temos alguns dos muitos inseticidas naturais usados nas lavouras ultimamente.

20.1. A calda bordalesa é um fungicida eficaz e controla manchas nas folhagens

Ingredientes:
1 saco de pano;
200g de sulfato de cobre;
200g de cal virgem e 20 litros de água.

Modo de fazer:
Com o saco de pano prepare um sachê com o sulfato de cobre. Mergulhe o sachê em 18 de
litros de água por 3 ou 4 horas até que o sulfato dissolva. À parte, misture a cal em 2 litros
de água e despeje na solução preparada com o sulfato dissolvido. Mexa bem.
Antes de usar a calda bordalesa, faça um teste de acidez: mergulhe uma lâmina de ferro no
preparado. Se ela escurecer, não aplique ainda a calda no gramado. Acrescente um pouco
mais de cal e faça o teste novamente. Caso a lâmina continue saindo manchada, adicione
mais cal até que a lâmina não saia sem escurecer.
A calda bordalesa deve ser usada no máximo até o terceiro dia após o preparo. Em plantas
pequenas ou em fase de brotação, não recomenda-se aplicar em concentração forte.

20.2. A calda de fumo é um bom inseticida e ainda ajuda a combater a lagarta.

Ingredientes:
10 cm de fumo de rolo
50 g de sabão de coco ou neutro
1 litro de água

Modo de fazer:
Pique o fumo e o sabão em pedaços, junte a água e misture bem. Deixe curtir por cerca de
24 horas. Coe e pulverize as plantas atacadas.

20.3. O macerado de urtiga espanta pulgões.

Ingredientes:
11 litros de água
100 g de folhas frescas de urtiga (use luvas para manusear a planta, pois ela causa irritações
na pele).

Modo de fazer:
Misture as folhas de urtiga em um litro de água. Deixe a infusão agir por 3 dias, mantendo-
a em um local seco e à meia-sombra. Coe e dilua o extrato em 10 litros de água. Este
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preparado pode ser armazenado por alguns dias (em local seco e arejado) para
pulverizações preventivas nas plantas a cada 15 dias.

20.4. A emulsão de óleo é usada contra cochonilhas.

Ingredientes:
2 litros de água
1 kg de sabão comum (em pedra ou líquido)
8 litros de óleo mineral

Modo de fazer:
Pique o sabão (se for em pedra), misture com o óleo e a água e leve ao fogo, mexendo
sempre, até que levante fervura. A mistura vai adquirir a consistência de uma pasta. Guarde
em um pote bem tampado e na hora da aplicação, dissolva cerca de 50g pasta em água
morna e dilua tudo em 3 litros de água.

20.5. O chá de angico combate as lagartas.

Ingredientes:
100 g de folhas de angico
1 litro de água

Modo de fazer:
Coloque as folhas de angico de molho na água por cerca de 10 dias, misturando
diariamente. Coe o chá e guarde em uma garrafa tampada. Quando for utilizar em
pulverizações, dilua uma parte do extrato em 10 partes de água.

21. ADUBAÇÃO

21.1. Compostagem

A compostagem é o processo de transformação de materiais grosseiros, como palhada e


estrume, em materiais orgânicos utilizáveis na agricultura. Este processo envolve
transformações extremamente complexas de natureza bioquímica, promovidas por milhões
de microorganismos do solo que têm na matéria orgânica natural sua fonte de energia,
nutrientes minerais e carbono.
Por essa razão uma pilha de composto não é apenas um monte de lixo orgânico empilhado
ou acondicionado em um compartimento. É um modo de fornecer as condições adequadas
aos microorganismos para que esses degradem a matéria orgânica e disponibilizem
nutrientes para as plantas.
O composto possui nutrientes minerais tais como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio,
magnésio, enxofre que são assimilados em maior quantidade pelas raízes além de ferro,
zinco, cobre, manganês, boro e outros que são absorvidos em quantidades menores e, por
isto, denominados de micronutrientes. Quanto mais diversificados os materiais com os
quais o composto é feito, maior será a variedade de nutrientes que poderá suprir. Os
nutrientes do composto, ao contrário do que ocorre com os adubos sintéticos, são liberados
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lentamente, realizando a tão desejada "adubação de disponibilidade controlada". Em outras,
palavras, fornecer composto às plantas é permitir que elas retirem os nutrientes de que
precisam de acordo com as suas necessidades ao longo de um tempo maior do que teriam
para aproveitar um adubo sintético e altamente solúvel, que é arrastado pelas águas das
chuvas.
Outra importante contribuição do composto é que ele melhora a "saúde" do solo. A
matéria orgânica compostada se liga às partículas (areia, limo e argila), formando pequenos
grânulos que ajudam na retenção e drenagem da água e melhoram a aeração. Além disso, a
presença de matéria orgânica no solo aumenta o número de minhocas, insetos e
microorganismos desejáveis, o que reduz a incidência de doenças de plantas.

Dentro os benefícios proporcionados pela existência dessa cobertura morta no solo,


destacam-se:

 Estímulo ao desenvolvimento das raízes das plantas, que se tornam mais capazes de
absorver água e nutrientes do solo.
 Aumento da capacidade de infiltração de água, reduzindo a erosão.
 Mantém estáveis a temperatura e os níveis de acidez do solo (pH).
 Dificulta ou impede a germinação de sementes de plantas invasoras (daninhas).
 Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microorganismos benéficos às
culturas agrícolas.

O processo inicial de formação da compostagem é:

1-Selecionar os materiais necessários: esterco animal, restos orgânicos;


2-Fazer as camadas: primeiro colocar a matéria orgânica(palha),sendo ela três vezes a
quantidade de esterco, assim sucessivamente até ficar a altura de 1,5 a 2,0 m e largura
de 2,5 a 3,5 m.
3-Regular a temperatura: em uma compostagem ocorre grande liberação de calor. Tente
não deixar a pilha atingir uma temperatura maior que 70º C. Alta temperatura é bom
para destruir certas sementes de ervas daninhas, que pode-se conseguir com longas
temperaturas em torno de 50 – 60º C.
Dica !!!
*Tente deixar a pilha em forma de triângulo para evitar futura compactação.
*Para saber a temperatura da pilha, enfie uma barra de ferro e se não conseguir segurar
a pilha deve ser aguada.

21.2. Adubação Verde

A melhoria dos solos, através da adubação verde, para fins agrícolas, já era praticada por
romanos e chineses bem antes da Era Cristã.
No Brasil há algum tempo a adubação verde perdeu espaço para a adubação mineral. No
entanto, com a elevação dos preços de fertilizantes minerais, novamente evidenciou-se a
necessidade de se buscar alternativas tecnológicas que, sem elevar os custos de produção,

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ofereçam possibilidades de se aumentar a fertilidade do solo, como forma de um melhor
aproveitamento dos recursos naturais.
A adubação verde consiste na prática de se utilizar certas espécies vegetais, na sua
grande maioria leguminosas que, quando estiverem em pleno florescimento, ainda com o
caule e ramagem tenra, fáceis de se decompor, são incorporadas ou não ao solo, com o
objetivo de melhorar suas qualidades físicas, químicas e biológicas.

Sobre as propriedades físicas e químicas do solo, a adubação verde tem os seguintes


efeitos:

- reduz a erosão provocada pelas águas e ventos;


- aumenta a capacidade de retenção de água no solo;
- reduz a evaporação;
- aumenta a porosidade e aeração do solo;
- aumenta o teor de nitrogênio decorrente da massa foliar e da fixação biológica;
- melhora a eficiência de aproveitamento dos nutrientes pelas culturas;
- eleva o teor de matéria orgânica no solo.

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