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Aula Extra - Profs.

Erick Alves e Herbert Almeida

Discursivas p/ Auditor Federal de Controle Externo (Auditoria Governamental) - com 2


Correções

Professores: Erick Alves, Gabriel Borges, Gabriel Rabelo, Giovanni Pacelli, Heber Carvalho,
Herbert Almeida, Jetro Coutinho, Luciano Rosa, Nádia Carolina, Renan Araujo, Ricardo Vale,
Rodrigo Fontenelle, Rodrigo Rennó, Sérgio Mendes, Victor Dalton
Discursivas Técnicas e Temas para AUFC TCU 2015
COM CORREÇÃO INDIVIDUAL
Aula Extra Equipe de professores

AULA EXTRA – AUFC TCU 2015


PROPOSTAS DE SOLUÇÃO

Olá pessoal. Tudo bem?

Conforme solicitado pelos colegas, disponibilizamos neste arquivo as


propostas de solução dos professores para as questões discursivas e para as
peças técnicas inéditas criadas no curso.

Com isso, aqueles que não tiveram a oportunidade de enviar as redações


para correção poderão conferir seu desempenho.

Abraço e bons estudos!

Equipe Estratégia

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Tema I Inédito/2015

“Prestes a julgar as contas de 2014 do governo Dilma Rousseff, os


ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) estão preocupados
com a politização do julgamento, diante da possibilidade de verem a decisão
ser usada para embasar um pedido de impeachment da presidente (...)”
Contas de Dilma: politização preocupa TCU. O Globo/RJ. Edição de 10 de julho de 2015

Considerando que o texto acima possui caráter meramente motivador, elabore


um texto dissertativo sobre o julgamento das contas do Presidente da
República, abordando necessariamente os seguintes tópicos:

a) Responsabilidade e prazo para apresentação das contas [valor: 2,00


pontos];

b) Conteúdo das contas [valor: 2,00 pontos];

c) Atribuições do Tribunal de Contas da União, da Comissão Mista de


Orçamento e do Congresso Nacional no processo de julgamento, discorrendo
sobre a natureza das respectivas decisões [valor: 10,00 pontos];

d) Conclusões possíveis acerca das contas, discorrendo sobre a possibilidade


de o resultado do julgamento ser usado para embasar a abertura de um
processo de impeachment do Presidente da República [valor: 5,50 pontos].

Para elaboração da dissertação, considere a disciplina da matéria na


Constituição Federal, na Lei Orgânica e no Regimento Interno do Tribunal de
Contas da União.

Extensão máxima: 20 linhas.

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Proposta de solução do Tema I (elaborada pelo Prof. Erick Alves)


A prestação de contas de seus atos é um dever de todo e qualquer agente público,
inclusive do Presidente da República.

Nesse sentido, a Constituição Federal (CF) preceitua que o Presidente da República


possui a responsabilidade de prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta
dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior.

Conforme estabelecem a Lei Orgânica e o Regimento Interno do Tribunal de Contas da


União (TCU), as contas do Presidente da República consistirão nos balanços gerais da União e
no relatório do órgão central do sistema de controle interno do Poder Executivo sobre a
execução dos orçamentos fiscal, de investimento e da seguridade social, compreendendo todos
os Poderes da União.

Segundo a CF, a competência para julgar as contas do Presidente da República é do


Congresso Nacional. Tal julgamento possui caráter político e é feito com base no parecer
prévio emitido pelo TCU e no projeto de Decreto Legislativo elaborado pela Comissão Mista de
Orçamento (CMO). Ressalte-se que o parecer prévio do TCU e o projeto de Decreto Legislativo
da CMO possuem natureza opinativa, pois não vinculam o julgamento a cargo do Congresso.

Por fim, as contas podem ser aprovadas, aprovadas com ressalva ou rejeitadas. Na
hipótese de as contas evidenciarem atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal, especialmente contra a probidade da administração e a lei orçamentária,
o resultado do julgamento poderá, inclusive, embasar a abertura de um processo de
impeachment.

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Tema II Inédito/2015

A autarquia federal X, encarregada de desenvolver programas de educação


pública, lançou um edital de licitação para construção de duas unidades de
ensino superior. Posteriormente, uma construtora, irresignada com os termos
do edital de licitação, representou ao Tribunal de Contas da União, solicitando
que fosse declarada a nulidade do procedimento licitatório, relatando as
seguintes informações:
 o procedimento licitatório será realizado com base no Regime Diferenciado
de Contratações Públicas, previsto na Lei nº 12.462/2011;
 não estava disponível para consulta, nos anexos do instrumento
convocatório, o orçamento estimado para a contratação;
 o regime de execução adotado foi o de contratação integrada; e
 foi adotado o critério de julgamento de técnica e preço, prevendo um fator
de ponderação na ordem de 75% para a valoração da proposta de preço.

Com base na situação hipotética acima, elabore um texto dissertativo sobre o


Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) e a contratação
integrada, abordando necessariamente os seguintes aspectos:
a) possibilidade de se adotar o RDC na situação acima [valor: 2,00
pontos];
b) conceito do regime de contratação integrada e requisitos legais para a sua
utilização [valor: 12,00 pontos];
c) possibilidade de se utilizar o orçamento sigiloso e momento em que ele
deverá ser tornado público [valor: 1,50 pontos];
d) legalidade de utilização, no RDC, do critério de julgamento adotado e do
percentual de ponderação da proposta de preço [valor: 4,00 pontos].

Extensão máxima: 20 linhas.

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Proposta de solução do Tema II (elaborada pelo Prof. Herbert Almeida)


O Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) é um procedimento licitatório
específico, considerado mais célere que as licitações ordinárias constantes na Lei 8.666/1993.

Inicialmente, o RDC foi implementado para as contratações necessárias à realização dos


grandes eventos esportivos, mas o seu âmbito de atuação foi ampliado pela legislação
subsequente, permitindo a sua utilização para outras situações, como nas licitações e
contratos necessários à realização de obras e serviços de engenharia no âmbito dos sistemas
públicos de ensino. Nesse contexto, uma autarquia federal encarregada de desenvolver
programas de educação pública pode utilizar o RDC em licitação destinada à construção de
unidades de ensino superior.

Ademais, uma das novidades do RDC foi o regime de contratação integrada, que
compreende a elaboração dos projetos básico e executivo em conjunto com a realização da
obra e serviço de engenharia, além de todas as demais operações necessárias e suficientes
para a entrega final do objeto. Esse regime poderá ser adotado quando for técnica e
economicamente justificado e o seu objeto envolva, no mínimo, uma das seguintes condições:
(a) inovação tecnológica ou técnica; (b) possibilidade de execução com diferentes
metodologias; ou (c) possibilidade de utilização de tecnologias de domínio restrito no mercado.

Com efeito, o orçamento, no RDC, deverá ser mantido em sigilo, devendo ser tornado
público após o encerramento da licitação. Por fim, o Regime admite o critério de julgamento de
técnica e preço, mas o fator de ponderação das propostas técnica e de preço não poderá
ultrapassar os 70%. Portanto, o valor de 75% de ponderação da proposta de preço é ilegal.

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Peça Técnica I Inédita/2015

Em auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), verificou-se que,


devido ao baixo nível da atividade econômica, a arrecadação das receitas da União
não estava acompanhando o ritmo previsto nos anexos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), podendo não comportar o cumprimento das metas de
resultado primário e nominal.
A equipe de auditoria responsável pelo trabalho promoveu diligências com vistas a
verificar as medidas adotadas pelo Poder Executivo Federal diante da frustação
das receitas previstas, sendo constatado que o referido Poder contingenciou
despesas relativas ao pagamento dos juros da dívida pública, bem como tomou
um empréstimo junto ao Banco Nacional, uma instituição financeira federal, para
atender insuficiência momentânea de caixa, com prazo de liquidação de dois anos,
sem que tal operação estivesse prevista na Lei Orçamentária.

Diante da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de Auditor Federal


de Controle Externo do TCU, uma peça de natureza técnica em que sejam
abordados, de forma fundamentada, os seguintes aspectos:
a) natureza da fiscalização exercida pelo TCU [valor: 4,00 pontos];
b) situações em que a legislação exige a adoção de medidas de limitação de
gastos, com a indicação dos responsáveis por essas medidas [valor: 4,00
pontos];
c) legalidade do contingenciamento promovido pelo Poder Executivo Federal
[valor: 4,00 pontos];
d) possibilidade legal de a União tomar empréstimos para atender insuficiência
de caixa [valor: 4,00 pontos];
e) legalidade do empréstimo tomado pela União junto ao Banco Nacional
[valor: 10,00 pontos];
f) providências a serem adotadas pelo TCU diante da frustração da receita
estimada na LDO, da ausência de ato determinando a limitação de empenho
e movimentação financeira e do empréstimo tomado junto ao Banco
Nacional [valor: 12 pontos].

Para elaborar a sua resposta, considere que não foi identificado dano ao erário e
que, se for o caso, já foi realizada a audiência dos responsáveis e interessados.

Extensão máxima: 50 linhas.

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Proposta de solução da Peça Técnica I (elaborada pelo Prof. Erick Alves)


Trata-se de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), na qual se
verificou que, devido ao baixo nível da atividade econômica, a arrecadação das receitas não
estava acompanhando o ritmo previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Após as diligências cabíveis, constatou-se que, para enfrentar a situação, o Poder


Executivo Federal contingenciou despesas relativas ao pagamento dos juros da dívida pública,
bem como tomou um empréstimo junto ao Banco Nacional, uma instituição financeira federal,
com prazo de liquidação de dois anos, sem que tal operação estivesse prevista na Lei
Orçamentária.

Inicialmente, destaque-se que a fiscalização exercida pelo TCU, no caso, é de natureza


orçamentária, pois incide sobre o processo de elaboração e execução do orçamento federal.

No mérito, entende-se que, diante da frustração da receita estimada na LDO, o TCU


deverá alertar aos Poderes e ao Ministério Público sobre a necessidade de limitação de
empenho e movimentação financeira, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Com efeito, segundo a referida lei, se verificado, ao final de um bimestre, que a


realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou
nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes,
limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela LDO.

Não serão objeto de limitação, contudo, as despesas que constituam obrigações


constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da
dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias. Portanto, verifica-se que, ao
contingenciar despesas relativas ao pagamento dos juros da dívida pública, o Poder Executivo
expediu ato de limitação de empenho e movimentação financeira fora dos casos e condições
estabelecidos em lei, razão pela qual se entende que o TCU deverá aplicar, ao agente
responsável, a multa prevista na Lei de Crimes Fiscais.

Quanto à operação junto ao Banco Nacional, ressalte-se que, conforme a LRF, é possível
a União tomar empréstimos para atender insuficiência de caixa, configurando a realização de
uma antecipação de receita orçamentária (ARO). Por ser uma espécie de receita
extraorçamentária, a ARO não precisa integrar o orçamento; contudo, deve ser liquidada até o
dia dez de dezembro de cada ano, de modo que o empréstimo realizado, com prazo de
liquidação de dois anos, é ilegal.

Ademais, verifica-se outra ilegalidade no empréstimo tomado perante o Banco Nacional,


pois ele constitui uma operação de crédito entre uma instituição financeira pública e o ente
federado que a controla, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

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Em vista das ilegalidades constatadas no empréstimo, entende-se que o TCU deverá,


com fulcro na Constituição Federal, assinar prazo para que o Poder Executivo adote as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei.

Do exposto, propõe-se ao TCU, nos termos da legislação aplicável: (i) alertar aos Poderes
e ao Ministério Público sobre a necessidade de limitação de empenho e movimentação
financeira, diante da frustação da receita estimada na LDO; (ii) aplicar, ao agente responsável,
a multa prevista na Lei de Crimes Fiscais, em decorrência da prática de ato de limitação de
empenho e movimentação financeira fora dos casos e condições estabelecidos em lei; (iii)
assinar prazo para que o Poder Executivo Federal adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei relativamente ao empréstimo tomado junto ao Banco Nacional, sob pena
de sustação dos atos impugnados, em caso de não atendimento.

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Peça Técnica II Inédita/2015

Em auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no Tribunal X, integrante


do Poder Judiciário federal, contatou-se que o referido órgão realizou concurso público
para a seleção de servidores públicos efetivos.

Ainda sobre tal situação, foram levantadas as seguintes informações:

 o concurso público foi realizado no dia 30 de julho e a nomeação dos servidores


ocorreu no dia 2 de novembro do mesmo ano;
 o mandato do Presidente do Tribunal X está previsto para terminar no dia 30 de
dezembro;
 o Tribunal X realizou as medidas previstas, na Lei de Responsabilidade Fiscal e na
Constituição Federal, para gerar novas despesas;
 com a contratação, houve aumento de despesa com pessoal; e
 no quadrimestre anterior às contratações, o gasto de despesa com pessoal do
Poder Judiciário federal estava em 5,39% da receita corrente líquida, alcançando
5,41% no quadrimestre subsequente às nomeações.

Diante da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de Auditor Federal de


Controle Externo do TCU, uma peça de natureza técnica, manifestando-se sobre o
aumento de despesa com pessoal, abordando, de forma fundamentada, os seguintes
aspectos:

a) exigências e vedações previstas na legislação e na Constituição Federal para


realizar o aumento de despesas com pessoal [valor: 18,00 pontos];

b) legalidade da nomeação dos servidores dentro dos 180 dias do final do mandato do
Presidente do Tribunal X, consoante entendimento do TCU sobre o tema [valor: 5
pontos];

c) limite de despesa com pessoal do Poder Judiciário federal, de acordo com a


legislação aplicável, e enquadramento do percentual apurado após a realização das
contratações [valor: 5 pontos];

d) legalidade da nomeação dos servidores diante dos percentuais de despesa com


pessoal apurados [valor: 5 pontos];

e) medidas a serem adotadas pelo Tribunal de Contas da União diante do percentual


de gasto com pessoal alcançado após as nomeações dos servidores [valor: 5
pontos].

Para elaborar a sua resposta, considere que as despesas com pessoal do Poder Judiciário
federal devem ser apuradas de forma consolidada, sendo que eventuais medidas do TCU
devem ser encaminhadas diretamente ao responsável desse Poder.

Extensão máxima: 50 linhas.

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Proposta de solução da Peça Técnica II (elaborada pelo Prof. Herbert


Almeida)
Trata-se de auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no Tribunal X,
órgão integrante do Poder Judiciário da União, em que se constatou a realização de concurso
público e consequente nomeação de servidores, aumentando, assim, o percentual de despesa
com pessoal do Poder Judiciário federal.

Durante a realização da fiscalização, constatou-se que o concurso público foi realizado no


dia 30 de julho, ao passo que a nomeação dos servidores ocorreu no dia 15 de novembro do
mesmo ano. Ademais, o mandato do Presidente do Tribunal X termina no dia 30 de dezembro.
Verificou-se, ainda, que a despesa com pessoal, no Poder Judiciário federal, encontrava-se em
5,39% da receita corrente líquida no quadrimestre anterior às contratações, passando para
5,41% no quadrimestre subsequente às nomeações.

No mérito, verifica-se que o aumento da despesa com pessoal ocorreu de acordo com as
normas previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Com efeito, a LRF exige que, para realizar o aumento de despesa com pessoal, o ato
deverá estar acompanhado: (a) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro para o
exercício que entrar em vigor e os dois subsequentes; (b) de declaração do ordenador de
despesas de que o aumento da despesa tem adequação orçamentária e financeira com a lei
orçamentária anual e é compatível com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias; (c) de demonstração dos recursos para o custeio das despesas; e (d) de
comprovação de que o aumento da despesa não afetará as metas de resultados fiscais
previstas no anexo de metas fiscais.

Ainda como exigência para o aumento da despesa com pessoal, a Constituição Federal
(CF) veda: (a) que a despesa com pessoal exceda os limites estabelecidos na LRF; (b) a
contratação de pessoal pelos órgãos ou entidades da administração sem dotação orçamentária
suficiente para atender os gastos; (c) a contratação de pessoal sem autorização na lei de
diretrizes orçamentárias, salvo no caso de empresa pública e sociedade de economia mista.
Por fim, a CF também veda a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias
para o efeito de remuneração de pessoal.

Por conseguinte, a Lei de Responsabilidade Fiscal considera que qualquer aumento de


despesas que não atender aos requisitos mencionados acima será nulo e de pleno direito.

Ademais, constatou-se que a nomeação – que terá por consequência o aumento da


despesa com pessoal, uma vez que permite a posse e o exercício do candidato aprovado –
ocorreu no dia 2 de novembro. A despeito de a Lei de Responsabilidade Fiscal vedar o aumento
da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias finais do mandato do titular do

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respectivo Poder ou órgão, o TCU possui entendimento de que tal vedação não se aplica à
nomeação de candidatos no Poder Judiciário, ministérios públicos e tribunais de contas, uma
vez que tal vedação representaria limitação desnecessária da continuidade administrativa
desses órgãos. Assim, é legal a nomeação se forem atendidas as demais exigências da LRF.

Além disso, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, o limite para despesa com
pessoal no Poder Judiciário federal é de 6% da receita corrente líquida, sendo vedado o
provimento de cargo quando for alcançado 95% (limite prudencial) ou mais desse limite.
Dessa forma, considerando os limites apurados, a nomeação dos servidores ocorreu de forma
legal, uma vez que a vedação para o provimento ocorrerá a partir dos 5,7%, ao passo que o
percentual apurado no quadrimestre anterior à nomeação foi de 5,39%.

Por fim, no quadrimestre subsequente às nomeações, constatou-se que a despesa com


pessoal atingiu 5,41%, valor que ultrapassa o limite de alerta previsto na Lei de
Responsabilidade Fiscal, que é de 90% do limite, ou seja, 5,40% para o Poder Judiciário
federal.

Do exposto, propõe-se ao TCU, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, que alerte o
responsável do Poder Judiciário federal que o órgão ultrapassou o limite de alerta (90% do
limite) para despesas com pessoal.

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