Severino, Natália B.1(ID); Joly, Maria Carolina L.1(O) nataliadasluzes@gmail.com 1 Departamento de Artes e Comunicação, Universidade Federal de São Carlos;
Com o objetivo de desenvolver as potencialidades dos alunos, a escola deve ser
capaz de oferecer motivações para que eles estejam ali e sejam capazes de construir o seu próprio aprendizado, de modo a visar uma sociedade alfabetizada, reflexiva, consciente e democrática. Sendo assim, o professor deve preparar seu aluno para as adversidades do mundo, fornecendo-lhe um instrumental para essa participação organizada e ativa, através da socialização e da aquisição de conteúdos, encontrando um equilíbrio entre a transmissão de conteúdos e o laissez faire, ampliando os conhecimentos do aluno e contribuindo para a democratização do ensino. A lei 11.769/2008 dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino de Música dentro do componente curricular na educação básica, mas pouco fala sobre como deverá ser esse ensino. Diante disso, e aliado à minha experiência com o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), em uma escola na região periférica de São Carlos, uma questão passou a me perseguir: será que a música vai se tornar uma matéria inflexível com conteúdos rígidos e a projeção do ensino de algum instrumento? De acordo com as observações feitas durante a realização do trabalho nessa escola, o ideal seria proporcionar um espaço para que os alunos pudessem se desenvolver como pessoas autônomas, capazes de escolher, utilizando a Música como um instrumento de educação. A pesquisa que se refere o presente resumo tem como objetivo principal a tarefa de produzir um trabalho científico que complemente os conhecimentos pedagógicos adquiridos durante os processos que envolveram a prática musical educacional, a fim de responder a seguinte questão: Como os processos educativos do ensino de Música dentro do ambiente escolar podem proporcionar uma prática social humanizadora e transformadora aos seus participantes? Para responder essa questão de pesquisa, surgiram os objetivos de trabalho, que são: observar, descrever e analisar: os processos educativos presentes em vivencias musicais no ambiente escolar, as potencialidades da experiencial musical na escola para a formação humana e crítica dos alunos, as abordagens do processo de ensino e aprendizagem musical que se encaixe com as funcionalidades e com a realidade social e estrutural das escolas brasileiras, e quais são as práticas sociais resultantes da vivência no ambiente escolar. Para tal, utilizou-se a abordagem da pesquisa- ação, onde, através da participação, educa-se, investiga-se e pesquisa-se articulando teoria e prática; coletando os dados através de diários de campo e entrevistas. Em um projeto realizado nesta escola, levamos 102 alunos para assistir um concerto na Sala São Paulo. A preparação para essa viagem consistiu em aulas-encontros que trabalharam aspectos musicais, de forma dinâmica e lúdica. O grande diferencial desse trabalho foi a oportunidade oferecida a estes alunos de conhecer novas possibilidades, permitindo o acesso à bens culturais. Esse conhecimento de mundo, de coisas que não só pertencem ao seu cotidiano, influencia muito na forma como se vê o mundo, como se vê a si mesmo, e no que se espera e deseja da vida, interferindo diretamente na sua capacidade de tomar decisão, na sua autodeterminação e autonomia. Apesar de a pesquisa não estar finalizada, já é possível concluir que, para a aplicação desse olhar crítico na Educação Musical, o educador precisa estar ciente das necessidades específicas de cada turma que irá trabalhar, e que, ao voltar o olhar para o desenvolvimento de habilidades humanas, abre-se um longo campo de possibilidades para se trabalhar a Música dentro das escolas.
Órgão financiador: CAPES
CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 26 a 30 de Setembro de 2011, São Carlos.
I Congresso de Ensino de Graduação, 26 a 30 de Setembro de 2011, São Carlos. Página 46